O Estado de S.Paulo - SP 30/07/2025
A poucos dias do início do tarifaço contra o Brasil prometido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cresceu entre os setores de aço e alumínio a expectativa de que eles possam ficar de fora da alíquota de 50% prometida para entrar em vigor na próxima sexta-feira, 1º de agosto.
Segundo representantes dos dois setores, que falaram à reportagem sob a condição de anonimato, integrantes do governo dos EUA sinalizaram que ambos não seriam atingidos desta vez porque, desde o mês de junho, os segmentos já pagam uma sobretaxa de 50%.
Com o tarifaço, portanto, as alíquotas seriam somadas e chegariam a 100% - um porcentual considerado extremamente elevado, com potencial para congelar totalmente a venda desses produtos do Brasil aos americanos.
Procurado, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) não se manifestou.
Essa é uma dúvida que recai sobre os setores desde o envio da carta por Donald Trump ao governo brasileiro, no dia 9 de julho. Em audiência pública na Câmara dos Deputados, a diretora de Assuntos Institucionais do Instituto Aço Brasil, Cristina Yuan, afirmou que é preciso esperar a chamada “ordem executiva” de Trump, com o detalhamento do tarifaço.
“Há uma dúvida não esclarecida. Já havia uma tarifa de importação de 50% de aço e alumínio para todos os países. Ao anunciar uma tarifa de 50% para produtos brasileiros, ficou a dúvida se será de 100% agora ou se permanecerá os 50%. Já era um porcentual elevadíssimo e impeditivo, mas 100% praticamente inviabilizará a exportação para os EUA”, explicou.
José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), diz que todas as possibilidades estão sobre a mesa, mas a exclusão de ambos os produtos faria sentido, pela importância que eles têm para a economia americana.
“Há essa expectativa, mas as negociações estão difíceis. O que estamos vendo é que produtos que interessam aos EUA podem ter alguma restrição das tarifas, como café, suco de laranja. Isso também pode valer para aço e alumínio, que reduzem custos para a indústria americana”, afirmou Castro.
Segundo estudo da Leme Consultores, tendo como base dados do MDIC, em 2024, a exportação de ferro e aço básicos para os EUA somou US$ 5,93 bilhões, superando as vendas de aviões, celulose e até de petróleo bruto. Já a exportação de alumina e alumínio registrou um patamar mais baixo, de US$ 551 milhões.
A exportação de aço do Brasil para os EUA é dividida em dois tipos de produtos: os semiacabados, que têm como destino as próprias siderúrgicas americanas, que processam o produto e vendem principalmente para o setor automotivo, e os acabados, que já têm como destino outras indústrias.
De acordo com o Instituto Aço Brasil, que representa o setor siderúrgico, as siderúrgicas compraram 6 milhões de toneladas de placas de aço de todo o mundo (semiacabados), sendo que 3,4 milhões vieram do Brasil (56% do total).
Procurados, o Instituto Aço Brasil e a Associação Brasileira do Alumínio (Abal) preferiram não se manifestar.
O Brasil é o nono maior produtor de aço do mundo, com 31 usinas siderúrgicas instaladas no País, que geram 72 mil empregos diretos e 49 mil indiretos. A maior parte da produção está concentrada na região Sudeste, nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
No ano passado, as exportações totais do Brasil para os EUA chegaram a US$ 40,4 bilhões, com importações de US$ 40,7 bilhões. O Brasil, portanto, teve um déficit comercial de US$ 300 milhões com os americanos.
Linha do tempo
Março de 2018: Alegando risco à segurança nacional, o presidente Donald Trump, em seu primeiro mandato, impôs uma sobretaxa de importação de 25% para o aço e de 10% para o alumínio. Segundo relatório do Departamento de Comércio dos EUA, que respaldou a decisão, o excesso de capacidade global de produção desses produtos teria enfraquecido a indústria americana, o que diminuiria a capacidade de produção do país em caso de emergência nacional. O Brasil conseguiu negociar com os americanos a criação de um regime de cotas para o aço (com isenção de tarifa para importação de até 3,5 milhões de toneladas de aço semiacabado e isenção até 687 mil toneladas de aço laminado por ano), mas não escapou dos 10% do alumínio.Março de 2025: Em seu segundo mandato, Trump eleva de 10% para 25% a sobretaxa e corta a política de cotas para o aço. Ambos os produtos passam a pagar alíquotas de 25%. Abril de 2025: Em outra frente, Trump anuncia a imposição de 10% de tarifas recíprocas para o Brasil (o menor porcentual em uma lista de países), mas produtos com sobretaxa, como aço e alumínio, continuam com 25%.Junho de 2025: Trump eleva de 25% para 50% a sobretaxa para o aço e o alumínio. Apenas a Inglaterra permanece em 25%, por conta de um acordo direto feito com os americanos.Julho de 2025: Trump anuncia tarifa de 50% para o Brasil. Como já pagam 50% de sobretaxa, os setores de aço e alumínio esperam ficar de fora dessa tarifa adicional.
Valor - SP 30/07/2025
A siderúrgica reverteu prejuízo de US$ 743 milhões apresentado há um ano
A siderúrgica Ternium apresentou um lucro líquido de US$ 259 milhões no segundo trimestre deste ano, revertendo o prejuízo de US$ 743 milhões apresentado há um ano. Já as receitas da companhia ítalo-argentina, por outro lado, recuaram 13% na comparação anual, para US$ 3,95 bilhões.
A melhora no resultado final da empresa, mesmo com um menor faturamento, é explicada por uma base de comparação fraca. No segundo trimestre de 2024, a Ternium realizou o provisionamento de US$ 783 milhões para litígios em andamento relacionados à aquisição de uma participação na Usiminas em 2012, como resultado de uma decisão judicial brasileira emitida em junho de 2024.
No segundo trimestre de 2025, a Ternium também teve que fazer um ajuste de provisão relacionado a esse litígio, mas em um valor bem menor, de US$ 40 milhões. Esse ajuste considerou a acumulação de juros e a valorização do real frente ao dólar americano no trimestre.
Excluindo esse ajuste, o lucro líquido ajustado foi de US$ 299 milhões, refletindo um lucro operacional de US$ 199 milhões, com uma queda anual de 46%, e um ganho de Imposto de Renda de US$ 104 milhões, comparado a uma despesa de US$ 307 milhões reportado há um ano.
Em comunicado que acompanhou o balanço, a siderúrgica explicou que a Ternium México, a Ternium Argentina e a Ternium Brasil utilizam o dólar americano como moeda funcional e, portanto, são impactadas por resultados de impostos diferidos.
O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado somou US$ 403 milhões, queda anual de 26%.
A Ternium espera que o Ebitda ajustado continue melhorando no terceiro trimestre de 2025, impulsionado por iniciativas contínuas de redução de custos e melhorias operacionais. A empresa está focada em um plano abrangente de gestão de custos, com o objetivo de aumentar a lucratividade e resiliência, mesmo diante das condições desafiadoras do mercado.
A companhia movimentou 3,72 milhões de toneladas de aço no segundo trimestre, redução de 3% no ano. Já a movimentação de minério de ferro chegou a 1,98 milhão de tonelada, alta de 32% no mesmo período.
A Tribuna - SP 30/07/2025
A indústria do aço é absolutamente estratégica para a economia paulista e brasileira. No País, o setor siderúrgico representa 1,5% do PIB nacional e movimenta mais de R$ 100 bilhões por ano, direta e indiretamente. Emprega, aproximadamente, 110 mil pessoas de forma direta e gera mais de 600 mil empregos indiretos, segundo dados do Instituto Aço Brasil.
No caso do Estado de São Paulo, esse impacto é ainda mais expressivo em razão do Polo Industrial de Cubatão, segundo o economista Luciano Simões. O motivo é que o Estado responde por mais de 35% da produção industrial nacional, sendo que a siderurgia é uma das bases dessa força produtiva.
“O Polo Industrial de Cubatão, especificamente, tem uma relação histórica com o aço: foi uma das âncoras do seu desenvolvimento a partir da década de 1960, com a chegada de grandes usinas. Além disso, a localização estratégica — próxima ao Porto de Santos e às principais rodovias — faz com que o polo seja um elo logístico e produtivo vital para o setor”, relembra.
“Então, qualquer oscilação no desempenho da indústria do aço afeta diretamente a geração de empregos, a arrecadação fiscal e o dinamismo econômico não só de Cubatão, mas de toda a Baixada Santista e do Estado como um todo”, afirma.
A Usiminas foi procurada pela Reportagem, mas alegou que não divulga números sobre produção e investimentos. Além disso, a empresa está, no momento, em “período de silêncio”, prática que antecede a divulgação de resultados.
Desequilíbrio preocupante
O aumento da importação do aço também impacta a economia. Só em 2023, por exemplo, o Brasil importou cerca de 4,6 milhões de toneladas de aço, um crescimento de mais de 45% em relação a 2021, segundo o Instituto Aço Brasil. Grande parte dessas importações vem da China e de outros países asiáticos que produzem com forte subsídio estatal, o que gera um ambiente de concorrência desleal.
“Isso tem causado um desequilíbrio preocupante. A capacidade instalada da indústria brasileira gira em torno de 50 milhões de toneladas por ano, mas estamos operando com uma ociosidade superior a 30%. Isso significa que muitas plantas estão subutilizadas e, em alguns casos, paralisações temporárias ou definitivas ocorrem. Em termos de PIB industrial, estima-se que essa pressão externa tenha contribuído para uma queda de 0,2 a 0,3 ponto percentual no crescimento da indústria de transformação em 2023”, avalia Luciano.
Além do impacto econômico direto, segundo o economista, essa situação também afeta a arrecadação de impostos, a geração de renda local e a segurança de centenas de milhares de postos de trabalho — especialmente em regiões como Cubatão, onde a dependência da cadeia do aço ainda é significativa.
O cenário do aço para o próximo ano é de cautela, mas com alguns sinais de possível estabilização — especialmente se houver ações firmes de política industrial e defesa comercial, de acordo com o economista Luciano Simões. “O setor projeta uma leve recuperação na produção, podendo chegar a 33 milhões de toneladas de aço bruto em 2025, o que representaria crescimento entre 3% e 4% sobre 2024”.
Nas projeções à Reportagem, Simões não levou em conta o tarifaço de 50% anunciado no dia 9 pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. A medida deve entrar em vigor em 1º de agosto, mas as autoridades federais tentam um acordo com o governo americano.
O economista destaca que a recuperação estimada por ele considera dois fatores. Um é a possibilidade do Governo Federal implementar salvaguardas tarifárias ou medidas antidumping contra importações predatórias, já em debate na Câmara de Comércio Exterior (Camex). O outro fator é o avanço de programas de infraestrutura — como o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) — e medidas de estímulo à construção civil e ao setor automotivo, grandes consumidores de aço.
“A expectativa de crescimento do PIB brasileiro em 2025 está em torno de 2%, segundo o Boletim Focus, e o setor siderúrgico pode contribuir com até 0,1 ponto percentual disso, caso haja reversão parcial do quadro atual”.
No entanto, essa recuperação dependerá de previsibilidade regulatória, acesso competitivo a energia e crédito e equilíbrio nas relações comerciais. “Com um ambiente mais justo, o setor pode voltar a gerar empregos, atrair investimentos e recuperar sua relevância como âncora da indústria nacional”, define.
Petro Notícias - SP 30/07/2025
A Vallourec anunciou dois importantes movimentos comerciais na Ásia, que reforçam sua presença em mercados estratégicos de petróleo e gás. A companhia fechou um contrato significativo com a Abu Dhabi National Oil Company (ADNOC) para o fornecimento de mais de 30.000 toneladas de tubulares de aço carbono; e dois novos acordos com as chinesas CNOOC e PetroChina para atender operações de perfuração no Iraque, com receita potencial de mais de US$ 130 milhões.
No caso da ADNOC, o contrato prevê o fornecimento de tubulares de aço carbono e acessórios associados, incluindo conexões premium VAM, dentro do Acordo de Longo Prazo (LTA) firmado entre as empresas. O pedido também inclui um conjunto integrado de serviços, como o VAM Field Service e soluções digitais desenvolvidas para aumentar a eficiência em processos de instalação e manutenção dos campos da estatal dos Emirados Árabes Unidos. A produção será distribuída entre unidades da Vallourec no Brasil, China e Indonésia, com entregas alinhadas à meta da ADNOC de atingir 5 milhões de barris por dia até 2027.
“Este contrato reflete o compromisso inabalável da Vallourec em fornecer à ADNOC produtos e serviços premium, baseados em décadas de excelência operacional no Oriente Médio. Graças ao nosso histórico e eficiências comprovadas em campo, continuamos a fornecer soluções OCTG de última geração e serviços relacionados para grandes operadoras como a ADNOC”, afirmou a vice-presidente sênior da divisão OCTG, Serviços e Acessórios da empresa, Laurent Dubedout.
Já no Iraque, os contratos com a CNOOC e a PetroChina envolvem o fornecimento de tubulares de aço carbono e aço Super-13Cr, também com conexões VAM® . As entregas estão previstas para ocorrer entre 2025 e 2026, em apoio ao crescimento das atividades de perfuração no país, que possui algumas das maiores reservas de petróleo do mundo. A crescente demanda por material OCTG premium na região reflete a complexidade técnica dos novos projetos e a ampliação da produção local.
“Esses contratos vêm no contexto de anúncios recentes do Ministério do Petróleo do Iraque para aumentar a capacidade de produção de petróleo do país de 4,1 milhões de barris por dia em 2025 para 6 milhões em 2029. Com esses prêmios, a CNOOC e a PetroChina reconheceram a competitividade da Vallourec e sua capacidade de fornecer quantidades significativas de material premium em um curto espaço de tempo“, destacou o presidente do Conselho de Administração e CEO do grupo, Philippe Guillemot .
O Estado de S.Paulo - SP 30/07/2025
Faz muito tempo que uma reunião do Copom não acontece em meio a uma irrefutável queda tanto das expectativas inflacionárias dos analistas quanto da inflação implícita nas taxas dos títulos públicos, mostrando um progresso efetivo da política monetária restritiva que levou os juros a 15%. Mas a melhora ainda é incipiente, e o perigo é de o Banco Central baixar a guarda e afrouxar a sinalização dos seus próximos passos.
Essa é a primeira reunião que o Copom deverá deixar a taxa Selic parada após ter indicado, em junho, que pretende mantê-la inalterada por “período bastante prolongado”. Assim, a atenção recairá sobre o comunicado que acompanhará o anúncio da decisão desta quarta-feira, 30. O desafio do Copom é dissuadir o mercado de apostar num eventual início de um ciclo de corte de juros antes do desejável, o que colocaria a perder todo o esforço do BC em levar as expectativas inflacionárias em direção à meta de 3%.
Como, porém, não evitar uma sinalização mais suave no comunicado sem reconhecer o progresso na queda das projeções de inflação e no câmbio sob controle, apesar dos ruídos nos ambientes doméstico e externo? Finalmente, a estimativa para o IPCA de 2026 cedeu abaixo do teto da meta, de 4,50%, caindo para 4,44%. Já as projeções para 2025, que no pior momento do ano chegaram a bater em 5,68%, agora apontam para uma inflação de 5,09%.
Na sua última reunião, em junho, o Copom trabalhou com uma cotação do dólar a R$ 5,60. De lá para cá, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou uma tarifa de importação de 50% para os produtos brasileiros, causando barulho político e apreensão entre os empresários. Mesmo assim, o dólar ainda se encontra ao redor de R$ 5,60.
Aliás, essa é uma grande incerteza para o Copom, uma vez que a sua decisão antecederá o prazo dado por Trump para a sobretaxa de 50% entrar em vigor, a partir de 1.º de agosto. Supondo que não se chegue a um acordo, o impacto sobre a economia brasileira deve ser setorial, afetando produtores agrícolas e de metais, além de empresas como a Embraer. Logo, seria razoável imaginar que a economia brasileira desaceleraria um pouco mais do que num cenário sem tarifa de importação, pois as exportações representam parcela pequena do PIB.
Se o câmbio seguir comportado, o impacto sobre a inflação também seria comedido. Qualitativamente, na fotografia de hoje, o balanço de riscos do Copom não se alteraria muito em razão da tarifa de importação. Assim, é preciso que o recado do BC seja crível: a pausa do aperto monetário vale até o fim do ano, pelo menos.
Globo Online - RJ 30/07/2025
Faltando dois dias para a entrada em vigor da tarifa de 50% dos EUA sobre as importações do Brasil, empresários e consultores acompanham com atenção as movimentações em Washington.
Se por um lado o secretário de Comércio americano, Howard Lutnick, disse que o governo Trump avalia isentar alimentos e outros recursos naturais que não são produzidos no território americano, como café e cacau, especialistas veem sinais de que os EUA poderiam lançar mão de uma nova base legal para justificar a taxação, a Seção 338 da Lei de Comércio de 1930.
Outro alvo de críticas é a tese de que o governo americano fez um levantamento sobre práticas comerciais adotadas por países parceiros que prejudicam o comércio dos EUA, gerando perdas. No caso do Brasil, isso não se justifica. As transações bilaterais entre os dois países são superavitárias para o lado americano.
O governo americano já recorreu a outras regras para justificar taxações. Entre elas está a Seção 232 da da Lei de Expansão Comercial dos Estados Unidos, usada na imposição de tarifas ao aço e ao alumínio. Enquanto a Seção 301 da Lei de Comércio de 1974 é invocada para impor taxações relacionadas a medidas adotadas contra big techs americanas.
O Estado de S.Paulo - SP 30/07/2025
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira, 29, que o plano de contingência do governo contra o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil só deve ser discutido se a sobretaxa for consumada.
A tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros que entram nos EUA está prevista para entrar em vigor a partir de sexta-feira, 1º de agosto.
“O plano de contingência que está sendo bem trabalhado só deve ser discutido se consumada a questão dos 50%. Nós não vamos esmorecer, vamos trabalhar permanentemente para evitar que isso ocorra”, afirmou o vice-presidente.
Como antecipou o Estadão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai esperar o início da vigência do tarifaço para bater o martelo sobre as medidas.
Alckmin afirmou que o governo está trabalhando para a alíquota definida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, seja diminuída para todos os setores. A Casa Branca reconsidera a taxação o café, cacau e outros produtos agrícolas, mas sem citar o Brasil.
“Nós estamos trabalhando para que a diminuição da alíquota seja para todos. Não tem justificativa você ter uma alíquota de 50% para um país que é um grande comprador de você, em que você tem uma balança comercial superavitária”, disse Alckmin, que declarou ainda que pretende avançar “em todas as convergências” com os Estados Unidos.
CNN Brasil - SP 30/07/2025
Autoridades monetárias dos Estados Unidos e do Brasil divulgam nesta quarta-feira (30) decisões sobre juros, à sombra do tarifaço anunciado por Donald Trump para esta sexta-feira (1º).
A decisão em si deve trazer pouca surpresa no mercado, com analistas prevendo a manutenção da banda de 4,25% e 4,5% pelo Fed (Federal Reserve), e da Selic em 15% pelo BC (Banco Central).
As atenções se voltam aos comunicados que o Fomc (Federal Open Market Committee) e o Copom (Comitê de Política Monetária) passarão.
Enquanto nos EUA as expectativas estão por sinais do início do corte de juros a partir do próximo encontro, no Brasil o recado deve confirmar o fim do ciclo de alta da Selic, mas com ressalvas que novos apertos monetários podem ocorrer caso os cenários doméstico (política fiscal) e internacional (efeito tarifário) demandem.
Fed e sinais de flexibilização
O mercado já prevê a flexibilização dos juros nos EUA a partir de setembro, com a redução de 0,25 ponto, mostram dados da CME. O ritmo deve ser interrompido no encontro de outubro e retomado em dezembro, com a taxa encerrando o ano entre 3,75% e 4%.
A perspectiva é sustentada pelo avanço nas negociações comerciais dos EUA com parceiros como União Europeia, Japão e China, além de sinais recentes de desaceleração do consumo e inflação ainda relativamente controlada.
Por outro lado, permanece elevada a incerteza quanto ao impacto defasado do aumento das tarifas sobre a inflação americana, com a maioria dos integrantes do Fomc ainda adotando postura cautelosa para evitar repetir erros do passado, quando subestimaram o choque inflacionário pós-pandemia.
O contexto fiscal expansionista do governo Trump e as pressões no mercado de trabalho reforçam essa cautela.
José Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio, ressalta que o discurso do Fomc deve vir mais cauteloso, refletindo a preocupação com pressões inflacionárias persistentes e os potenciais impactos das novas tarifas comerciais.
"Embora os indicadores recentes mostrem desaceleração da inflação, o ambiente geopolítico instável e o risco de desancoragem das expectativas exigem uma postura vigilante do Fed. A manutenção do patamar atual sinaliza que o ciclo de cortes pode ser mais lento e condicionado à evolução do cenário fiscal e comercial", diz.
Segundo a análise semanal da LCA, a maioria dos integrantes do Fomc ainda parece inclinada a uma postura mais cautelosa, enquanto o impacto direto do tarifaço “tende a ser relativamente modesto”, embora aumente a incerteza e “mine a confiança privada”.
Fim do ciclo do Copom?
No Brasil, a iminência do aumento para 50% das tarifas para produtos nacionais exportados aos EUA, previsto para 1º de agosto, aumenta a nebulosidade sobre o cenário econômico doméstico.
Apesar do impacto direto sobre o PIB ser considerado moderado, setores específicos deverão ser afetados, e a incerteza tende a afetar a confiança do setor privado, reduzindo investimentos e consumo.
Medidas compensatórias anunciadas pelo governo federal e estaduais, principalmente na forma de créditos subsidiados, podem amenizar parte dos efeitos negativos.
O maior risco para o crescimento seria uma escalada da tensão bilateral, com retaliações cruzadas que poderiam resultar em sanções severas e impactos mais amplos na economia.
No campo da inflação, o tarifaço pode provocar um efeito desinflacionário ao aumentar a oferta interna de determinados bens, mas essa pressão contrabalanceia a volatilidade cambial e a incerteza fiscal, mantendo o cenário inflacionário complexo.
Qualquer decisão que não seja manter os juros onde estão "seria uma surpresa" para os analistas do JP Morgan, que ressaltam que a expectativa é de o BC cumprir com a sinalização de interrupção do ciclo aperto monetário nesta reunião.
"Com pouquíssimas aparições públicas recentemente, parece que os membros do conselho do BCB estão confortáveis com a mensagem de alto por longo prazo que tem prevalecido nas comunicações recentes", escreveu o banco em relatório.
Em sua última decisão, o Copom ressaltou que deve manter, a fim de levar a inflação à meta de 3%, "uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado".
Se as expectativas do mercado vingarem, a autoridade monetária só deve voltar a derrubar os juros em 18 de março de 2026, na segunda reunião do próximo ano, colocando a Selic em 14,5%, como consta na última apuração do Boletim Focus, atualizado na segunda-feira (28).
Para o CEO da MA7 Negócios, André Matos, a principal pergunta para o empreendedor brasileiro é até quando o Copom pretende manter os juros?
“Juros altos com inflação cadente geram um descompasso perigoso. Para quem está na ponta do varejo ou da indústria, esse custo de capital elevado se traduz em menos expansão, mais inadimplência e decisões estratégicas sendo adiadas”, diz.
Na mesma toada, o CEO da Equity Group, João Kepler, afirma que o investidor quer previsibilidade.
“A Selic elevada por tanto tempo destrói valor, encarece o funding e tira o fôlego de quem está escalando. Mais do que a decisão, o que importa agora é o discurso do Banco Central. O empreendedor quer saber o que esperar”, destacou.
Veja - SP 30/07/2025
Em termos de impacto financeiro, os estados do Sudeste e do Sul serão os mais prejudicados, apesar de contarem com maior diversificação de mercados na pauta exportadora, mostra o estudo da CNI sobre os efeitos do tarifaço dos Estados Unidos contra produtos brasileiros.
Depois de São Paulo, que acumula maior perda financeira, Rio Grande do Sul e Paraná são os estados mais afetados, com base em dados da Universidade Federal de Minas Gerais.
Ocupando o segundo lugar de estado com maior impacto com o tarifaço, com potencial de retração de 1,917 bilhão de reais no PIB, o Rio Grande do Sul teve os Estados Unidos como terceiro maior destino de exportações, que totalizaram 1,8 bilhão de dólares no ano passado, representando 8,4% do total exportado.
“Os principais setores exportadores do estado são produtos de metal (US$ 322 milhões, 17,4%), fumo (US$ 237 milhões, 12,8%), couro e calçados (US$ 188 milhões,10,1%)”, diz a CNI.
No caso do Paraná, os EUA também aparecem como o terceiro principal destino comercial. “Em 2024, o estado exportou US$ 1,5 bilhão ao mercado americano, o que corresponde a 6,8% do total exportado no ano, sendo 97,5% provenientes da indústria de transformação. Madeira (US$ 614 mi, 38,7%), alimentos (US$277, 14,3%) e máquinas e equipamentos (US$ 217 mi, 13,7%) estão entre os principais setores exportados. O PIB estadual pode perder R$ 1,914 bilhão com o tarifaço de Donald Trump”, diz a CNI.
Santa Catarina aparece em quarto lugar na lista de maior prejuízo financeiro (R$ 1,7 bilhão), mas é o estado com a segunda maior queda no PIB prevista: -0,31%. “Quase tudo que o estado vende aos EUA vêm da indústria (99%): madeira (US$ 650,7 milhões, 37,2%), automóveis (US$ 258,6 milhões, 14,8%) e máquinas e materiais elétricos (US$ 232,5 mi, 13,3%)”, diz a CNI.
Em quinto lugar, Minas Gerais pode amargar perdas de 1,6 bilhão de reais (-0,15% no PIB). “A participação da indústria nas exportações aos EUA foi de 66,1% em 2024. No total, Minas exportou US$ 4,6 bilhões aos americanos no ano passado, com destaque para metalurgia (US$ 1,7 bilhão, 37,6%); produção vegetal, animal e caça (US$ 1,5 bilhão, 33,6%) e alimentos (US$ 276 milhões, 6%). OS EUA são o 3º maior destino das vendas externas do estado”, diz a CNI.
CNN Brasil - SP 30/07/2025
A confiança da indústria no Brasil recuou pelo segundo mês consecutivo em julho, com uma forte piora no indicador sobre as expectativas para os próximos meses em meio às incertezas provocadas pelas tarifas dos Estados Unidos, informou a FGV (Fundação Getúlio Vargas) nesta terça-feira (29).
A piora do indicador acontece no momento em que o Brasil enfrenta a perspectiva de entrada em vigor na sexta-feira (1º) de uma tarifa de 50% dos Estados Unidos sobre produtos do Brasil, conforme o governo busca negociar com Washington a fim de evitar a imposição da taxa.
O ICI (Índice de Confiança da Indústria) caiu 2,0 pontos em julho na comparação com o mês anterior, indo a 94,8 pontos, de acordo com os dados da FGV. Esse foi o menor patamar registrado em 2025.
"O resultado da sondagem deixa em evidência a complexidade da macroeconomia para o setor industrial... A combinação entre a contração da política monetária e o aumento da incerteza, intensificada pelas novas taxações sobre produtos brasileiros, configura um cenário desafiador para o setor", disse Stéfano Pacini, economista do FGV Ibre.
Principal responsável pelo resultado de julho, o IE (Índice de Expectativas), indicador da percepção sobre os próximos meses, teve baixa de 4,0 pontos no mês, a 92,5 pontos, o menor nível desde 2021.
Por outro lado, o ISA (Índice de Situação Atual), que mede o sentimento dos empresários sobre o momento presente do setor industrial, subiu 0,3 ponto e foi a 97,3 pontos, segundo a FGV.
"A queda da confiança da indústria em julho sugere continuidade da trajetória descendente do setor. Apesar da moderada recuperação na percepção sobre a situação presente, as expectativas futuras reforçam o cenário de pessimismo entre os empresários", afirmou Pacini.
Entre os quesitos que integram o IE, houve uma piora generalizada. A medida de expectativas de emprego recuou 4,8 pontos, para 97,1 pontos, alcançando o pior resultado desde janeiro de 2024 (95,7 pontos). O indicador de tendência dos negócios teve queda de 3,6 pontos, a 88,1 pontos.
Já para o ISA, a principal influência para o ganho ligeiro veio do quesito de situação atual dos negócios, que avançou 1,5 ponto, para 97,4 pontos.
O Banco Central volta a se reunir nesta terça-feira para mais uma reunião de política monetária, com ampla expectativa de que anuncie na quarta a manutenção da taxa de juros em 15,00%, como os membros indicaram na reunião anterior que poderiam fazer.
Globo Online - RJ 30/07/2025
A China e os Estados Unidos concordaram em estender a trégua tarifária que terminaria em duas semanas para seguir negociando um acordo comercial. A informação foi dada pelo hoje pelo negociador comercial chinês Li Chenggang a repórteres em Estocolmo, sem dar detalhes sobre a extensão.
O acerto também foi confirmado pelo secretário do Tesouro americano, Scott Besent, que afirmou que o presidente dos EUA, Donald Trump, dará a palavra final sobre qual será a extensão da suspensão da aplicação de tarifas que anunciou sobre produtos chineses nos EUA.
A decisão vem duas semanas antes do prazo de 12 de agosto para resolver as divergências durante uma suspensão de 90 dias das tarifas elevadas que ameaçavam interromper o comércio bilateral. Prorrogar por mais 90 dias é uma das opções, afirmou Bessent, embora os representantes americanos tenham afirmado que o presidente Donald Trump terá a palavra final sobre a duração da trégua nas tarifas entre os dois países.
— Nada está decidido até falarmos com o presidente Trump — disse o secretário do Tesouro, acrescentando que EUA e China continuarão discutindo os termos da prorrogação da trégua tarifária. — Ainda há alguns detalhes técnicos para serem trabalhados.
Bessent, que liderou a delegação dos EUA que foi a Estocolomo para as conversas com a China junto com o representante de Comércio, Jamieson Greer, afirmou ainda na capital sueca que fará um relatório a Trump na quarta-feira sobre as questões pendentes.
Ele afirmou que essas questões "são pequenas” e “estão principalmente relacionadas à delegação chinesa”, disse Bessent a repórteres na terça-feira, após dois dias de reuniões com autoridades de Pequim lideradas pelo vice-premiê, He Lifeng.
A terceira rodada de negociações comerciais entre as duas principais potências econômicas mundiais em menos de três meses acontece poucos dias antes de expirar, em 1º de agosto, o prazo estabelecido por Trump a vários parceiros comerciais para evitar aumentos nas tarifas.
O negociador comercial chinês Li Chenggang disse a repórteres que ambos os lados concordam em manter a trégua, sem especificar por quanto tempo. Ele acrescentou que as conversas na capital sueca foram francas, profundas e voltadas para a manutenção de uma comunicação estreita.
— As negociações foram francas e aprofundadas. Ambos os lados continuarão mantendo uma comunicação próxima daqui para frente — disse Li.
Corrida tecnológica
O ponto central do diálogo em andamento é como os dois países buscam manter uma relação comercial estável enquanto aplicam barreiras como tarifas e controles de exportação para limitar o avanço um do outro em setores críticos, que vão desde tecnologia de baterias e defesa até semicondutores.
O representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, disse que os Estados Unidos querem garantias de que materiais críticos como os ímãs continuarão a ser fornecidos, para que os dois lados possam se concentrar em outras prioridades.
— Nós nunca mais queremos falar sobre ímãs – afirmou.
Greer disse que a retomada das exportações chinesas de terras raras é a maior concessão de Pequim até agora. Questionado se os EUA fizeram algum compromisso com a China sobre as investigações pendentes da seção 232 (da Lei de Comércio dos EUA), Greer afirmou que a China pediu atualizações sobre elas, mas ressaltou que as tarifas eventualmente aplicadas seriam globais e não teriam isenções para países específicos.
Ele também disse que a China perguntou sobre as chamadas investigações da seção 232 da administração Trump em setores como cobre, semicondutores e produtos farmacêuticos, e que os EUA explicaram que essas medidas envolvem tarifas globais sem exceções para países individuais.
Reduzir as tarifas de 20% impostas por Trump com base nas alegações de que empresas chinesas fornecem produtos químicos usados na fabricação da droga ilegal fentanil também é uma prioridade alta para Pequim, escreveram analistas do Eurasia Group em relatório na semana passada.
Os pontos de atrito na relação vão além do comércio transfronteiriço. Mais cedo, o presidente de Taiwan, Lai Ching-te, aparentemente cancelou uma viagem ao exterior planejada para a próxima semana depois que o governo Trump não aprovou sua parada nos Estados Unidos.
Os negociadores americanos expressaram preocupação com a compra pela China de grandes volumes de petróleo russo e iraniano, ressaltou Scott Bessent.
Trump vai amarelar com a China?
As tensões comerciais aumentaram recentemente, à medida que ambos os lados tentam aplicar pressão industrial. A China tem utilizado sua posição dominante em minerais de terras raras para obter concessões dos EUA em relação a chips avançados, necessários para as ambições de Pequim em inteligência artificial.
Esse recuo por parte do presidente dos EUA, Donald Trump, tem preocupado setores linha-dura em relação à China em Washington, que temem que o governo esteja cedendo demais ao afrouxar controles de exportação para fechar um acordo e realizar uma cúpula com o presidente Xi Jinping.
Na noite de segunda-feira, na Escócia, o presidente dos EUA rebateu essas sugestões, dizendo nas redes sociais que não está buscando uma cúpula com Xi. — Não estou BUSCANDO nada! Posso ir à China, mas só iria a convite do presidente Xi, convite esse que já foi feito. Caso contrário, sem interesse! — escreveu Trump.
No pano de fundo das mais recentes negociações comerciais entre Washington e Pequim está a corrida de diversas economias para fechar acordos tarifários com Trump antes de 1º de agosto, quando ele ameaça impor os chamados impostos de importação recíprocos aos principais parceiros comerciais dos EUA. O Brasil, por exemplo, tenta reverter uma taxação de 50% sobre seus produtos.
No domingo, ele anunciou um acordo preliminar com a União Europeia para aplicar tarifas de 15% sobre produtos europeus exportados aos Estados Unidos.
Os representantes das duas maiores economias do mundo trocaram opiniões sobre as principais questões econômicas e comerciais, e planejam manter uma comunicação próxima, disse Li Chenggang, citado pela Xinhua.
Semana decisiva
As negociações na Suécia ocorreram em uma semana decisiva para a política comercial do presidente Trump, uma vez que as tarifas aplicadas à maioria dos principais parceiros comerciais dos Estados Unidos sofrerão um aumento abrupto em 1º de agosto. Vários países se apressam para fechar um acordo com Washington.
Após uma reunião na Escócia com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Trump anunciou no domingo que a União Europeia aceitou tarifas de 15% e se comprometeu a investir US$ 600 bilhões (R$ 3,32 trilhões) adicionais nos Estados Unidos, sem especificar quando.
Indonésia, Japão, Filipinas, Reino Unido e Vietnã já fecharam acordos com Washington. Todos sofrerão aumentos tarifários de 15% a 20%.
Até o momento, não se obteve nenhum acordo duradouro entre Pequim e Washington, mas houve avanços em temas considerados essenciais por ambas as partes. Os Estados Unidos conseguiram flexibilizar as restrições à exportação de terras raras chinesas, enquanto a China viu seu acesso aos semicondutores americanos mais avançados ser parcialmente restabelecido.
Infomoney - SP 30/07/2025
Os preços futuros do minério de ferro continuaram bem acima do nível psicológico de US$100 por tonelada nesta terça-feira, enquanto investidores monitoravam de perto as negociações comerciais renovadas entre a China e os EUA em busca de sinais de progresso.
O minério de ferro de referência de setembro na Bolsa de Cingapura subiu 1,9%, para US$102,7 a tonelada.
O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China apagou a perda registrada pela manhã, encerrando as negociações do dia com alta de 0,63%, a 798 iuanes (US$111,17) a tonelada.
As negociações entre as principais autoridades norte-americanas e chinesas em Estocolmo devem continuar na terça-feira para resolver as disputas econômicas de longa data entre as duas maiores economias do mundo.
Embora as duas superpotências não tenham laços profundos em termos de comércio direto de aço e de minério de ferro, principal matéria-prima siderúrgica, os atritos comerciais podem obscurecer as perspectivas de demanda na China, disseram os analistas.
Também deu suporte aos preços do minério de ferro a queda nas chegadas de cargas, com as chegadas nos principais portos caindo 7,6% em relação à semana anterior, para 23,2 milhões de toneladas na semana de 27 de julho, segundo dados da consultoria Mysteel.
“Os fundamentos do mercado de minério de ferro estão relativamente saudáveis em meio à queda nas chegadas e à produção resiliente de ferro-gusa, dando suporte aos preços”, disseram analistas da Shengda Futures em nota.
Os mercados também aguardam os detalhes de uma reunião do Politburo chinês no final de julho, que deverá definir a política econômica do país para o resto do ano.
Brasil Mineral - SP 30/07/2025
A empresa planeja ampliar a produção de minério de ferro no Morro do Urucum (MS), gerando empregos e impulsionando a economia local com foco em sustentabilidade.
A LHG Mining protocolou junto às autoridades ambientais de Mato Grosso do Sul o pedido de licença para ampliar suas atividades no Complexo Morro do Urucum, em Corumbá. O projeto prevê investimento de R$ 4 bilhões para ampliar a produção de minério de ferro de alto teor, de 12 milhões para 25 milhões de toneladas por ano. Com teores superiores a 65% de ferro, o minério extraído na região se posiciona entre os mais puros do planeta. A expansão das operações visa acompanhar a crescente demanda mundial por insumos de alta qualidade para produção de aço com menor impacto ambiental. A LHG Mining (MCR Mineração), empresa do Grupo J&F, projeta viabilidade operacional do novo empreendimento por até 40 anos.
De acordo com o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) do Mato Grosso do Sul, a nova fase da mineração no Morro do Urucum deve fortalecer ainda mais a economia de Corumbá e Ladário, com a criação de 4,3 mil empregos temporários durante as obras e mais 500 vagas permanentes na fase operacional, elevando o quadro total para 2,5 mil postos de trabalho diretos. “Estamos diante de um investimento estruturante para a região, que fortalece a cadeia mineral com responsabilidade ambiental e inclusão socioeconômica”, destacou o secretário. O projeto contempla obras de infraestrutura, como a instalação de um transportador de correia, duas novas plantas de beneficiamento, sistema automatizado de carregamento ferroviário e um novo terminal rodoviário. Essas melhorias têm por objetivo otimizar a logística, reduzir custos e minimizar impactos ambientais, como a emissão de poeira provocada por caminhões.
Para o coordenador de Mineração e Gás da Semadesc, Eduardo Pereira, a proposta da LHG Mining é um avanço importante para o setor mineral do Mato Grosso do Sul por priorizar práticas sustentáveis e investimento em tecnologia limpa. “Além da eficiência produtiva, a empresa se compromete com ações de ESG, como a gestão racional da água, controle de emissões e ações de desenvolvimento social nas comunidades do entorno”, afirmou. A audiência pública de apresentação do projeto está marcada para o dia 30 de setembro, no Centro de Convenções de Corumbá. A LHG Mining informou que, atualmente, 90% dos trabalhadores e fornecedores da empresa são sul-mato-grossenses, política que será mantida nos investimentos na ampliação. A expectativa é que a nova fase de operação gere, anualmente, cerca de R$ 350 milhões em tributos (CFEM, ICMS e ISS) e R$ 40 milhões em compensações ambientais.
Globo Online - RJ 30/07/2025
Entidades que representam o setor automotivo, além de montadoras instaladas no país como Volkswagen, Stellantis (dona das marcas Fiat, Peugeot, Citroën, Jeep), Toyota e General Motors, enviaram carta ao presidente Lula afirmando que se o governo atender o pleito da BYD em reduzir o imposto de importação dos kits de veículos que serão montados na fábrica de Camaçari pela empresa chinesa haverá impacto no emprego. A BYD pediu uma redução das tarifas de importação dos chamados CKD (Completely Knocked Down) e SKD (Semi Knocked Down) de 35% para 10% e o assunto pode entrar na pauta da Câmara de Comércio Exterior (Camex), nesta quarta-feira.
A disputa na indústria automotiva nacional acontece em meio a um contexto de tarifaço de 50% imposto pelo presidente Donald Trump junto aos produtos nacionais, que deve trazer prejuízo a toda a indústria brasileira se a medida for implementada. A nova tarifa entra em vigor na próxima sexta-feira, dia 1º de agosto, se os governos do Brasil e dos EUA não chegarem a um entendimento. O tarifaço de Trump sobre produtos agrícolas pode impactar a indústria automotiva, já que o agro é principal comprador de caminhões. Se as exportações para os EUA diminuírem, o setor deve adiar uma renovação de frota.
De acordo com a carta das quatro montadoras enviada a Lula, o ciclo de investimentos que prevê investimentos de R$ 180 bilhões no setor, até 2030 está sendo colocado em risco se for aprovado o incentivo à importação de veículos desmontados, colocando empregos de qualidade em risco.
Segundo as montadoras, o setor gera 1,3 milhão de empregos (diretos e indiretos), forma uma cadeia produtiva responsável por 2,5% do PIB brasileiro, 20% do PIB industrial de transformação, e por um faturamento anual de US$ 74,7 bilhões.
"Ao contrário do que querem fazer crer, a importação de conjuntos de partes e peças não será uma etapa de transição para um novo modelo de industrialização, mas representará um padrão operacional que tenderá a se consolidar e prevalecer, reduzindo a abrangência do processo produtivo nacional e o nível de geração de empregos", diz a carta, que defende a busca de isonomia entre as montadoras que atuam no país.
O texto foi assinado pelos CEOs da Volks, Ciro Possobom; Emanuelle Cappellano (Stellantis), Santiago Chamorro (GM) e Evandro Maggio (Toyota). O governo ainda não respondeu ao pedido das montadoras.
Importação de veículos cresceu quase 60%
Além das montadoras, enviaram cartas com o mesmo pedido ao presidente Lula, ao vice-presidente Geraldo Alckmin e ao ministro da casa Civil, Rui Costa, a própria Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que representa a montadoras, sindicatos de metalúrgicos de São Caetano do Sul (SP), de Gravataí (RS), da Grande Cuiritba (PR), de Catalão e Anápolis (Goiás), Taubaté (SP), Caxias do Sul (RS), além da Abipeças e Sindipeças, representantes do setor de autopeças.
Os sindicatos e representantes de metalúrgicos lembraram na carta que as importações de veículos cresceram quase 60% entre 2022 e 2024, e que se o pedido da BYD for aceito, haverá risco para o processo de reindustrialização do país e para os empregos. Os sindicatos e confederações de metalúrgicos também se posicionam contra a redução do imposto para os kits de veículos chineses importados.
A Abipeças e o Sindipeças, do setor de peças, engrossam o coro contra a redução da alíquota de importação dos kits chineses e pedem que o imposto sobre carros importados seja elevado já para 35%. O imposto sobre veículos prontos está subindo gradativamente, mas só deve chegar a 35% em 2026.
Durante a apresentação de sua unidade baiana, em junho, representantes da BYD confirmaram que esperam que o imposto de importação de kits SKDs seja reduzido. O presidente da BYD no Brasil, Alexandre Baldy, afirmou durante o evento, que não faz sentido pagar o mesmo imposto por um veículo montado e por um kit SKD que, para ser montado aqui, demandou investimentos e geração de empregos.
Ele disse que a redução do imposto sobre os kits, entretanto, seria provisória já que o plano é evoluir em 12 meses para a produção local. A empresa informou que já começou a credenciar fornecedores de peças para a unidade em Camaçari.
Valor - SP 30/07/2025
Assinam carta com o pedido ao vice-presidente, os governadores de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná
A possibilidade de a Câmara de Comércio Exterior (Camex) anunciar, na quarta-feira (30), a redução do Imposto de Importação de carros elétricos e híbridos importados semidesmontados gera “preocupações” para governadores de alguns dos maiores Estados do país, que pedem o adiamento da decisão.
“Entendemos que o tema em pauta exige reflexão cuidadosa e diálogo aprofundado com os entes federados que concentram a maior parte da base produtiva automotiva brasileira”, escreveram os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo), Cláudio Castro (Rio de Janeiro), Romeu Zema (Minas Gerais), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), Jorginho Mello (Santa Catarina) e Ratinho Junior (Paraná), em carta enviada ao vice-presidente Geraldo Alckmin, que também comanda o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, além de presidir a Camex.
No documento, o grupo de governadores pede que a decisão da Camex seja postergada, “permitindo que o tema seja discutido de forma mais ampla com os governos estaduais diretamente impactados”.
Desestímulo à industrialização local
Eles pedem ainda que o governo federal crie um canal de diálogo com os Estados produtores e fabricantes de veículos automotores antes da decisão, “garantindo que os impactos regionais e setoriais sejam devidamente considerados”.
As medidas em análise, se aprovadas nos moldes pleiteados, podem representar risco de desestímulo à industrialização local e gerar efeitos adversos na cadeia automotiva como um todo”, afirmam os governadores.
“A substituição da produção local por montagens de kits importados com baixo valor agregado tende a comprometer empregos, fragilizar fornecedores nacionais e enfraquecer a política industrial construída ao longo de décadas.”
A reunião da Camex pode definir a redução de impostos para a importação de kits semiprontos para a produção de veículos elétricos e híbridos. A perspectiva preocupa algumas montadoras no Brasil, que anteveem demissões em massa caso a medida se confirme.
Em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, presidentes de Volkswagen, Toyota, Stellantis e General Motors, alegaram que a medida pode colocar em risco o “ciclo virtuoso de fortalecimento da indústria nacional”.
O governo cogita a redução de impostos a pedido da BYD, fabricante chinesa de veículos elétricos e híbridos que produz automóveis no Brasil em sua fábrica na cidade de Camaçari (BA).
A fabricante pediu ao governo que considerasse uma redução nas tarifas de importação para veículos eletrificados desmontados nas modalidades SKD (semidesmontados) e CKD (completamente desmontados). Atualmente, as tarifas são de 18% para veículos elétricos e 20% para híbridos, mas poderiam cair para 5% e 10%, respectivamente.
IstoÉ Dinheiro - SP 30/07/2025
Os financiamentos imobiliários totais tiveram queda de 3% no primeiro semestre de 2025, na comparação com o mesmo período do ano anterior, para R$ 140,4 bilhões. O número foi divulgado nesta terça-feira, 29, pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
A queda nos primeiros seis meses deste ano foi puxada pelos financiamentos com recursos que têm origem no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que caíram 10% no período, para R$ 73,6 bilhões. Já os financiamentos com recursos originados no Fundo de Garantia do Tempo se Serviço (FGTS) tiveram alta de 6%, para R$ 66,8 bilhões.
A associação prevê que, para o final do ano, as concessões de crédito imobiliário do SBPE alcancem R$ 150 bilhões, queda de 20% ante 2024. Já para o FGTS, a expectativa é de que os valores cheguem a R$ 152 bilhões, alta de 20%.
Os recursos classificados pela Abecip como FGTS incluem também R$ 15 bilhões oriundos do pré-sal, explicou Sandro Gamba, presidente da Abecip. Ele citou ainda que, no que diz respeito ao SBPE, “estamos no menor patamar de inadimplência da série histórica
IstoÉ Dinheiro - SP 30/07/2025
O presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Sandro Gamba, disse nesta terça-feira, 29, que a estimativa é de que o Produto Interno Bruto (PIB) da construção cresça 2,3% no final de 2025.
De acordo com ele, o crescimento da renda real é um dos fatores mais importantes para o mercado de crédito imobiliário, e o indicador aumentou 3%, no acumulado do ano até aqui, na comparação com 2024.
Ainda de acordo com Gamba, a estrutura de crédito imobiliário terá cada vez mais correlação com a taxa Selic e a curva de juros, sobretudo a taxa de dez anos. No que diz respeito à valorização dos imóveis, a valorização acumulada nos últimos seis meses foi superior ao IPCA, afirmou.
Já o nível de estoque do mercado “continua baixo e tem permitido lançamentos”, segundo o presidente da Abecip. Do primeiro trimestre de 2024 para o primeiro trimestre de 2025, os lançamentos aumentaram 15% no Brasil. Na cidade de São Paulo, a alta foi de 66% nos primeiros cinco meses do ano.
As vendas no País acompanharam a tendência de lançamentos e cresceram 16%. Na capital paulista, porém, a alta foi de 24%, de modo que “a velocidade de vendas está um pouco abaixo do volume de lançamento” e pode contribuir para a formação de estoque, falou Gama.
A Tribuna - SP 30/07/2025
O edital de concessão do canal de navegação do Porto de Santos deve ser lançado no mês de novembro. A previsão é do presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini. O canal aquaviário será concedido à iniciativa privada por 25 anos, com investimento previsto de R$ 6,45 bilhões.
O ato autorizando a abertura do certame foi enviado pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), no dia 3, para a realização da consulta e audiência pública.
O projeto de concessão foi elaborado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com base no modelo definido para o canal do Porto de Paranaguá (Paraná), que já foi aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
O futuro concessionário ficará responsável pelos serviços de dragagem de aprofundamento gradual do canal aquaviário para 17 metros e pela manutenção da profundidade.
Em entrevista para A Tribuna, Pomini disse que o estudo desenvolvido pelo BNDES já está com a APS para as adequações necessárias. “Pelo nosso cronograma, queremos publicar o edital até novembro deste ano. A nossa expectativa é devolvermos o estudo à Secretaria Nacional de Portos já com as nossas ponderações entre o final deste mês e o começo de agosto. A Secretaria processará junto à Antaq e ao TCU, que devolverá o processo para o lançamento do edital.”
Pomini explicou que o estudo, baseado no modelo de Paranaguá, precisa ser adequado às características de Santos. “Os portos são distintos, com configurações próprias. Santos possui 65 berços de atracação, Paranaguá tem 14. Somos um hub multipropósito”, afirmou.
O presidente da APS exemplificou algumas mudanças. “Por exemplo, em Paranaguá, há a previsão de que algumas decisões estratégicas, de competência da autoridade portuária, sejam repassadas ao vencedor da concessão. Para nós, esse formato em especial de distribuir competência para um privado num porto que é tão concorrido como o de Santos não funciona. Então, a gente está fazendo uma análise detalhada de toda a proposta que foi feita para adequar à realidade e às circunstâncias do Porto de Santos”, explicou.
Aprofundamento em fases
A Autoridade Portuária de Santos (APS) afirma ter iniciado ações para aumentar gradualmente a profundidade do canal de navegação do Porto de Santos de 15 metros para 17 metros. Porém, o primeiro passo, diz a gestora, é aprofundar para 16 metros. O edital de licitação para essa primeira dragagem de aprofundamento, que inclui a manutenção, foi publicado na última quarta-feira. As propostas dos licitantes serão abertas no dia 26 de setembro.
Segundo o presidente da APS, Anderson Pomini, os estudos de impacto ambiental indicam que o aprofundamento precisa ser gradual. “A própria engenharia exige que seja faseado. Primeiro a gente draga de 15 metros para 16 metros, aguarda o comportamento do canal, que envolve estudos que são feitos pelos engenheiros da Escola Politécnica (Poli) da USP (Universidade de São Paulo) e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Na sequência, faz-se um outro estudo para verificar a possibilidade de continuar o aprofundamento.”
O gestor do Porto de Santos declarou que os serviços “atendem a uma necessidade do mercado internacional. É o primeiro passo para, na sequência, buscarmos uma concessão para o aprofundamento para 17 metros e manutenção do canal por 25 anos ou mais.”
O contrato da dragagem para 16 metros terá vigência de cinco anos, mas pode ser rescindido a qualquer tempo, se o leilão de concessão do canal à iniciativa privada for realizado. “A gente vai incluir nesse contrato uma cláusula rescisória, dependendo exatamente da assinatura desse contrato de concessão. Entrando a outra empresa, aprofunda (o canal) de 16 metros para 17 metros e faz a manutenção por até 30 anos”, explicou Pomini.
Vale lembrar que a empresa Van Oord mantém um contrato com a APS para dragagem de manutenção válido até dezembro. De acordo com Pomini, esse contrato também possui uma cláusula de rescisão. “Assim que assinarmos o contrato (dragagem para 16 metros), o contrato com a Van Oord será rescindido imediatamente.”
Derrocagem
A etapa inicial da dragagem de aprofundamento será a derrocagem de rochas em 33 pontos do canal. O serviço foi licitado separadamente em outubro do ano passado. O contrato, firmado com a DTA Engenharia, tem valor de R$ 17,8 milhões, vigência de 18 meses e será assinado nos próximos dias.
Monitor Digital - RJ 30/07/2025
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, participou nesta terça-feira da cerimônia de inauguração do novo Centro de Controle Operacional (CCO) da PortosRio e da assinatura da ordem de serviço para o início das obras de dragagem no Cais da Gamboa, no Porto do Rio de Janeiro. As intervenções fazem parte de um conjunto de obras previstas para o terminal com foco em infraestrutura e operação.
O novo Centro de Controle Operacional é a primeira etapa da implementação do sistema VTMIS (Vessel Traffic Management Information System) no Porto do Rio, tecnologia avançada que possibilitará o monitoramento em tempo real do tráfego marítimo. Equipado com sensores integrados, radares, câmeras e ferramentas de rastreamento, o centro garante uma visão precisa e integrada das operações aquaviárias, alinhando-se às normas da Marinha do Brasil (NORMAM 26) para serviços de tráfego de embarcações. Esse avanço tecnológico vai aumentar a segurança, eficiência e capacidade de resposta do porto às demandas do comércio marítimo.
Durante o evento, o ministro destacou a importância do Porto do Rio como motor econômico regional e nacional.
“Nos últimos dois anos, o Porto do Rio registrou crescimento superior a 15%, tornando-se um dos que mais se destacaram no país. Além de ser responsável por mais de 70% das operações offshore da Petrobras, o porto é um pilar estratégico para a exportação de minério de ferro, um dos principais produtos que impulsionam o desenvolvimento econômico do Brasil e da Região Sudeste.”
Na mesma cerimônia, foi assinada a ordem de serviço que autoriza o início das obras de dragagem do Cais da Gamboa, que serão executadas pela empresa DTA Engenharia Ltda., com prazo estimado de seis meses para conclusão.
Segundo o ministro, “com essa obra, o Porto do Rio estará preparado para atender às demandas do novo ciclo de crescimento econômico do país, atraindo mais investimentos, gerando emprego e contribuindo para a ampliação da nossa participação no comércio marítimo global.”
O projeto prevê a readequação e ampliação do canal de acesso, incluindo a dragagem propriamente dita, a elaboração dos projetos básico e executivo, além da instalação de sinalização, balizamento e serviços complementares. Entre os principais benefícios da primeira fase da obra de dragagem estão oferecer maior segurança e eficiência na navegação, reduzir custos logísticos e operacionais, consolidar o Porto do Rio de Janeiro como hub estratégico no Atlântico Sul, gerar empregos diretos e indiretos e aumentar a arrecadação tarifária e o impacto positivo no PIB regional.
Siga o canal "Monitor Mercantil" no WhatsApp:
Portal Fator Brasil - RJ 30/07/2025
A Gás Natural Açu (GNA) assinou no dia 28 de julho (segunda-feira), Carta de Intenções com a Nova Transportadora do Sudeste (NTS) para estudar a instalação de terminal de gás natural liquefeito (GNL) no Porto do Açu, com conexão à malha integrada de gás e investimentos que podem chegar a R$6 bilhões.
A Carta de Intenções prevê investimentos da empresa em projetos estruturantes nas áreas de energia e gás natural. A proposta tem potencial para atrair até R$ 20 bilhões e está inserida no Plano Nacional Integrado das Infraestruturas de Gás Natural, iniciativa do programa Gás para Empregar. A medida se alinha à estratégia do governo federal para a transição energética e fortalece o posicionamento do Porto do Açu como um dos principais polos de gás e energia do país.
— Os acordos têm potencial para fortalecer a segurança energética do Brasil— disse o diretor-presidente de GNA, Emmanuel Delfosse.
A UTE GNA II inaugura no dia 28 de julho (segunda-feira), foi autorizada para início da geração em 02 de junho (segunda-feira)pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em operação comercial, já está em atividade, vendendo energia, acrescenta 1,7 gigawatts (GW) de potência ao complexo termelétrico a gás natural da geradora, composto também pela UTE GNA I, com capacidade de 1,3 GW, e por um Terminal de Regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL), ambos em operação desde 2021. Assim como a UTE GNA I, a UTE GNA II funcionará em ciclo combinado, sendo composta por três turbinas a gás e uma turbina a vapor.
A GNA é uma empresa de geração que tem como acionistas: Prumo Logística, proprietária Porto do Açu, Siemens Energy, SPIC, e a BP.
Juntas, as usinas I e II poderão gerar energia suficiente para atender cerca de 14 milhões de residências. A subestação da UTE GNA II será conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) por meio de uma linha de transmissão de 500 quilovolts (kV).
A Usina Termelétrica (UTE) GNA II — obra que integra o Novo Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC), recebeu investimentos da ordem de R$ 7 bilhões, — sendo R$ 3,9 bilhões financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e está enquadrada no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC)— . O empreendimento está localizada no Porto do Açu, em São João da Barra,estado do Rio de Janeiro. A cerimônia contou com a participação de autoridades da joint venture GNA e do governo federal.
IstoÉ Dinheiro - SP 30/07/2025
Os campos de pré-sal, responsáveis por 79,8% do total de petróleo e gás natural produzidos no Brasil, podem ganhar o reforço de três blocos exploratórios, classificados como “de elevado potencial”. Estudos geoeconômicos que sugerem esses novos pontos de produção foram aprovados na semana passada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Os três blocos exploratórios - Calcita, Dolomita e Azurita - estão localizados na Bacia de Campos, litoral do Sudeste. As pesquisas fazem parte do Projeto Calcita, da ANP, órgão regulador da indústria de petróleo no país e vinculado ao Ministério de Minas e Energia (MME).
Juntos, Calcita, Dolomita e Azurita somam 6,2 mil quilômetros quadrados (km²). Os estudos indicam a existência de condições técnicas e econômicas favoráveis ao desenvolvimento de grandes projetos na região.
Os resultados dos estudos e as coordenadas dos blocos definidos serão encaminhadas ao MME, que detém a prerrogativa de divulgar a localização geográfica e propor a inclusão no regime de partilha ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
O CNPE é um órgão de assessoramento da Presidência da República formado por representantes de diversos ministérios. O regime de partilha é a forma na qual áreas de exploração de petróleo são licitadas à iniciativa privada, criada após a descoberta do pré-sal e que prevê que uma parte da produção pertence à União.
Para que os três novos campos possam ser oferecidos em leilões, é preciso também manifestação conjunta do MME e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).
“A iniciativa reafirma o compromisso da ANP com a valorização estratégica dos recursos do pré-sal brasileiro, contribuindo para o aumento da previsibilidade regulatória e o fortalecimento da concorrência no setor de petróleo e gás”, registrou a agência reguladora em nota.
A ANP informou à Agência Brasil que, caso os três blocos sejam incluídos em um leilão e arrematados por uma empresa, não é certo que venham a se transformar em campos produtores de petróleo e gás. “Isso vai depender de estudos mais aprofundados a serem feitos pelas empresas, que decidirão se iniciarão ou não a produção”.
A agência acrescenta que também “não é possível informar quanto tempo levaria” para os poços começarem a produzir petróleo.
Caso essas áreas cheguem à etapa de produção, a lei determina o pagamento pelas petroleiras de participações governamentais, como royalties, a serem destinados à União, estados e municípios.
Petroleiros
Ao comentar a projeção de novos blocos a pedido da Agência Brasil, o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), criado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), destaca que, mesmo quase duas décadas após a descoberta do pré-sal, “a região continua a revelar um potencial energético de suma importância, consolidando sua posição como elemento estratégico para o desenvolvimento do Brasil”.
Com base em dados da ANP, o Ineep aponta que, no período de 2015 a 2024, de 36 poços exploratórios perfurados no pré-sal, 29 resultaram em notificações de descoberta.
Por isso, o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, ressalta a importância de a Petrobras manter o direito de preferência na exploração das novas áreas. Ele critica o Projeto de Lei (PL) 3.178/2019, que tramita no Senado, que propõe retirar da estatal brasileira o direito de preferência, fazendo com que outras petroleiras tenham maior chance de arrematar blocos em leilões.
“Configura-se como um grave prejuízo tanto estratégico quanto econômico para a nação”, avalia Bacelar.
O PL foi aprovado pela Comissão de Infraestrutura do Senado e seguiu para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). A principal mudança é a revogação do artigo da Lei 12.351, de 2010, que garante à Petrobras o direito de preferência com 30% de participação nos consórcios e a prerrogativa de operar os blocos licitados, mesmo sem apresentar a melhor oferta.
Os defensores do PL argumentam que a mudança na lei permitirá maior concorrência pelas áreas licitadas. Se passar pelo Senado, a matéria precisará ser aprovada pela Câmara dos Deputados antes de ir à sanção presidencial.
Bacelar, da FUP, critica também a proposta do PL de permitir que áreas do pré-sal sejam licitadas no modelo de concessão.
“Torna-se imprescindível que os contratos de exploração e produção nessas áreas, bem como em outras do mesmo polígono [do pré-sal], sejam firmados sob o regime de partilha”, defende.
A Agência Brasil também pediu ao Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) - que representa empresas do setor - comentários sobre os novos blocos, mas não recebeu resposta.
Partilha x concessão
A descoberta do pré-sal foi tão significativa para o potencial de produção de petróleo brasileiro que levou o governo a mudar o regime que autorizava as empresas a explorarem a riqueza submersa.
Dessa forma, nas áreas de pré-sal vigora o regime de partilha. Nesse modelo, a produção de óleo excedente (saldo após pagamento dos custos) é dividida entre a empresa e a União. Quando é realizado o leilão que autoriza a buscar e produzir petróleo em uma área, vence o direito de explorar a companhia que oferece a maior parcela de lucro à União.
Essa regra é diferente do modelo de concessão, válido nos demais blocos de óleo e gás. No modelo tradicional, o risco de investir e encontrar – ou não – petróleo é da concessionária, que se torna dona de todo o óleo e gás que venham a ser descobertos. Em contrapartida, além do bônus de assinatura ao arrematar o leilão, a petrolífera paga royalties e participação especial (no caso de campos de grande produção).
Junto com o modelo de partilha, foi criada uma estatal, a Pré-Sal Petróleo (PPSA), sediada no Rio de Janeiro e vinculada ao MME, que representa a União no recebimento das receitas. Ou seja, a PPSA vende o petróleo entregue pelas petroleiras à União.
Money Times - SP 30/07/2025
A Petrobras (PETR3;PETR4) divulgou, na noite desta terça-feira (29), seu relatório de produção e vendas referente ao segundo trimestre de 2025 (2T25). A companhia registrou aumento no volume de óleo equivalente extraído tanto na comparação anual quanto na trimestral, e está mais próxima da marca de 3 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed).
No período, foram 2,9 mihões de barris por dia, em média. Em relação ao primeiro trimestre de 2025 (1T25), houve um avanço de 5% na produção. Em relação ao segundo trimestre de 2024 (2T24), houve um aumento de quase 8%.
A petroleira bateu recorde na produção total própria no pré-sal. Foram 2,39 milhões de boed, ante o recorde anterior de 2,33 milhões, registrado no quarto trimestre de 2023.
Outro recorde atingido pela Petrobras entre abril e junho deste ano foi a produção total operada. Foram 4,19 milhões de barris de óleo equivalente por dia. A marca anterior era de 4,05 milhões, também do final de 2023. Esse número inclui os campos onde a Petrobras é operadora, em parceria com outras empresas. Esse volume representa um crescimento trimestral de 5,3%, e anual de 12,1%.
Ainda nos números de produção, destaque para o crescimento de extração de gás natural. No segundo trimestre, foram 559 mil boed, aumento de 6,3% em três meses, e de 10% em um ano.
A Petrobras registrou recorde também na proporção de petróleo do pré-sal que foi processado pela companhia. No primeiro semestre, essa proporção foi de 72%, ante 68% nos seis primeiros meses de 2024.
Venda e produção de combustíveis têm estabilidade
Sobre o refino de combustíveis, as vendas e a produção ficaram praticamente estáveis no 2T25. No total, foram 1,7 milhão de barris por dia (bpd) vendidos, crescimento de 1% em relação ao primeiro trimestre, e de 0,8% na comparação anual.
A queda de 1,8% nas vendas de diesel em relação aos três primeiros meses do ano foi compensada pelo crescimento de 1,5% na gasolina, e de quase 10% no Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o conhecido gás de cozinha.
Sobre a queda nas vendas de diesel, a Petrobras afirma que houve um aumento nas importações, especialmente vindas da Rússia. Além disso, a companhia aponta uma menor demanda do segmento agrícola.
Houve queda importante também no Querosene de Aviação, de 2,6% em três meses. Na comparação anual, as vendas de diesel, gasolina e QAV subiram 0,6%, 3,1% e 5,7%, respectivamente. O GLP registrou aumento de 2,7%.
Na produção de combustíveis, houve aumento total de 1,4% em três meses, e queda de 0,8% em um ano. Diesel e gasolina apresentaram queda de 3,1% cada um, em relação ao segundo trimestre de 2024. Houve aumento de 4,8% no QAV, e queda de quase 6% no GLP.
Destaque também para o óleo combustível, que teve quedas importantes em vendas, com 14,3% no trimestre e de 28% em 12 meses. No entanto, a produção aumentou 3,1% e 10%, respectivamente.
Globo Online - RJ 30/07/2025
Os preços do petróleo tiveram forte alta hoje, impulsionados pelas repetidas ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de endurecer as sanções contra a Rússia por não pôr fim a mais de três anos de guerra na Ucrânia.
O barril de petróleo do tipo Brent (referência para a Petrobras) para entrega em setembro subiu 3,53%, a 72,51 dólares. Seu equivalente americano, o West Texas Intermediate, para entrega no mesmo mês, avançou 3,75%, a 69,21 dólares.
O petróleo prolongou sua alta iniciada na segunda-feira depois que Trump encurtou o prazo para que o presidente russo, Vladimir Putin, encerre sua guerra na Ucrânia para 7 ou 9 de agosto, caso contrário aplicará medidas punitivas.
Após dar um ultimato de 50 dias a Putin, Trump disse nesta terça-feira que considera tomar medidas indiretas contra o comércio russo. O republicano falou em impor tarifas de 100% às importações de países que compram produtos da Rússia, especialmente hidrocarbonetos, para atingir sua economia.
— Se Trump ameaça agora sancionar um país, este poderia estar mais inclinado a reduzir ao menos suas compras de petróleo russo — comenta Andy Lipow, da Lipow Oil Associates.
As ameaças dos Estados Unidos somam-se "às sanções da União Europeia contra não apenas as compras de petróleo bruto russo, mas também os produtos refinados derivados do petróleo russo", destacou o analista, ao apontar que "isso tem um impacto nas refinarias da China, Índia e Turquia".
No anúncio de um acordo com a União Europeia, no domingo, o bloco se comprometeu com a redução do que ainda compra em combustíveis e gás da Rússia.
A China tem importado uma média de 1,99 milhão de barris por dia de petróleo bruto russo, e a Índia, aproximadamente 1,75 milhão de barris por dia desde o início do ano, segundo especialistas do ING.
Os analistas, no entanto, expressaram dúvidas sobre a aplicação dessas sanções do modo como estão formuladas.
Essas medidas "provocariam um aumento significativo no preço do petróleo bruto, que repercute no consumidor na forma de um aumento do preço da gasolina, uma situação política que Donald Trump não deseja que ocorra", explicou Lipow.