IstoÉ Dinheiro - SP 29/07/2025
O Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) aplicou direito antidumping definitivo por um prazo de até cinco anos às importações de tubos de aço inoxidável originárias da Índia e Taipé Chinês. De acordo com resolução publicada no Diário Oficial da União (DOU), a investigação foi aberta após denúncia da Associação Brasileira dos Processadores e Distribuidores de Aços Inoxidáveis (Aprodinox) em maio do ano passado.
O órgão também aplicou direito antidumping definitivo por um prazo de até cinco anos às importações brasileiras de anidrido ftálico originárias da China. A Camex ainda prorrogou por mais cinco anos o direito antidumping definitivo às importações brasileiras de tubos de aço carbono – sem costura, de condução (line pipe), utilizados para oleodutos e gasodutos, com diâmetro externo superior a cinco polegadas nominais (141,3 mm), mas não superior a 14 polegadas nominais (355,6 mm) – originárias da China.
Brasil Mineral - SP 29/07/2025
A Usiminas investirá R$ 1,7 bilhão na modernização de sua coqueria em Ipatinga (MG) nos próximos quatro anos.
A Usiminas anunciou que vai investir R$ 1,7 bilhão, durante os próximos quatro anos, na modernização e reconstrução parcial da bateria 4 da Coqueria 2 da usina de Ipatinga, em Minas Gerais. Do montante previsto, R$ 80 milhões devem ser desembolsados em 2026 e o restante durante o período até 2029, quando está prevista a entrada em operação da unidade reconstruída e modernizada.
A empresa reportou lucro líquido de R$ 128 milhões no segundo trimestre de 2025, uma queda de 62% em relação ao primeiro trimestre, mas conseguiu reverter o prejuízo de R$ 100 milhões registrado no mesmo período de 2024. O Ebitda Ajustado Consolidado somou R$ 408 milhões, recuo de 44% frente aos três meses iniciais do ano e 65% superior a um ano atrás. A Margem Ebitda Ajustada foi de 6,2%, ante 10,7% no trimestre anterior e 3,9% no mesmo período do ano passado. Já o volume de vendas de aço caiu 1%, com retração de 3% no mercado interno. “O segmento vem se deteriorando de forma acelerada no segundo trimestre de 2025. Para sua sustentabilidade, é imperativo que as investigações antidumping sobre produtos siderúrgicos, que já demonstraram a prática de dumping e o seu dano à indústria, sejam concluídas com celeridade e que medidas concretas sejam implementadas para sanar essa prática desleal e danosa à indústria e toda cadeia de valor”, afirmou o presidente da Usiminas, Marcelo Chara.
No segundo trimestre de 2025, a Usiminas melhorou a estrutura de capital, com a alavancagem financeira recuando de 0,71x para 0,50x, refletindo uma gestão mais eficiente da dívida em relação à geração de caixa operacional. Essa redução foi impulsionada pela queda de 24% na dívida líquida, que passou de R$ 1,37 bilhão para R$ 1,05 bilhão no período. Além disso, o fluxo de caixa livre atingiu R$ 281 milhões, revertendo o cenário do trimestre anterior, quando havia sido registrado saída de caixa. “Apesar de um contexto extremamente desafiador, a Usiminas é uma empresa com capacidade técnica e referência em qualidade, com uma saúde financeira sólida”, ressaltou Chara.
A Mineração Usiminas registou um volume de vendas de 2,5 milhões de toneladas no segundo trimestre de 2025, 11% a mais do que no primeiro trimestre (2,2 milhões de toneladas) e em 22% em relação ao 2T24, refletindo maior volume de produção (2,3 milhões de toneladas). Já o Ebitda Ajustado da Musa Mineração Usiminas) foi de R$ 115 milhões, queda de 44% em relação ao 1T25 e de 36% em relação ao 2T24 (R$ 156 milhões). A Margem Ebitda Ajustado ficou em 12,7% no segundo trimestre, ante 22% no período anterior. Na siderurgia, o Ebitda Ajustado foi de R$ 287 milhões, 46% inferior em relação ao primeiro trimestre (R$ 528 milhões). A Margem Ebitda Ajustado foi de 4,9% no 2T25, ante margem de 8,7% no 1T25. A receita da Unidade de Siderurgia recuou 3,7%, influenciada negativamente pela queda de 2,5% na receita líquida por tonelada e pela redução de 2,9% no volume de vendas domésticas, impactados pela importação recorde de aço no período.
Valor - SP 29/07/2025
Até às 11h15 desta segunda-feira, os papéis PN da companhia movimentaram R$ 202 mil, quase 13 vezes o giro completo do último pregão
As ações preferenciais da Tekno apresentam valorização de 100% no pregão desta segunda-feira (28) após a empresa anunciar que seus acionistas controladores fecharam um acordo para vender 89,69% de participação à ArcelorMittal.
Após uma hora em leilão, as ações abriram o pregão cotadas a mais de R$ 155, abaixo do valor firmado no acordo, de R$ 266,94. Até às 11h15 (de Brasília), os papéis PN movimentaram R$ 202 mil, quase 13 vezes o giro completo do último pregão.
Na terça-feira (22), as ações sem direito de voto da Tekno fecharam cotadas a R$ 77,71.
Hoje de manhã, a Tekno informou que assinou um acordo com a Dânica Soluções Termoisolantes, controlada indireta da ArcelorMittal Brasil, para vender quase 90% da empresa de industrialização e comercialização de pintura de bobinas e chapas metálicas por R$ 786,0 milhões. A operação aguarda aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e deve resultar no fechamento de capital da Tekno, como a empresa compradora deseja.
IstoÉ Dinheiro - SP 29/07/2025
O Representante Comercial dos EUA (USTR, em inglês), Jamieson Greer, disse que as negociações com a União Europeia (UE) sobre tarifas relativas ao aço e outros setores continuarão mesmo após o acordo firmado neste fim de semana. Em entrevista à CNBC na manhã desta segunda-feira, 28, Greer também comentou as negociações com a China e disse não esperar um “avanço enorme” em Estocolmo, mas continuidade nas ações para reequilibrar o comércio bilateral.
Greer destacou como positiva a redução de barreiras tarifárias e outras restrições comerciais da UE sobre produtos americanos industriais e agro. No entanto, o representante afirmou que continua a trabalhar para garantir a redução de impostos sobre produtos de serviços digitais no bloco. Em relação a metais, o foco é garantir que a Europa proteja suas cadeias de oferta da “capacidade excessiva de produção de terceiros”.
Em relação à China, Greer disse que as negociações ocorrem de maneira respeitosa e reiterou que os EUA estão em uma “boa posição”. A prioridade americana é garantir que os fluxos de minérios críticos continuem fluindo e questões como a capacidade de produção chinesa também devem ser abordadas, em busca do “equilíbrio” do comércio entre as nações.
O representante comercial reconheceu que há interesse para um encontro entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, mas que ainda não há previsão na agenda dos líderes.
IstoÉ Dinheiro - SP 29/07/2025
O Brasil entra esta semana em um período decisivo, que pode mudar para pior o rumo de sua economia – pelo menos no curto prazo. Está prevista para entrar em vigor na sexta-feira, 1º de agosto, a tarifa de 50% prometida pelo presidente americano, Donald Trump, para todos os produtos brasileiros vendidos para o mercado americano. E, pelo menos até o momento, não há o menor sinal de que esse movimento poderá ser revertido ou adiado.
As tentativas do governo brasileiro de negociar com os EUA, encabeçadas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, têm se mostrado infrutíferas. Na semana passada, Alckmin disse ter tido no sábado, 19, uma conversa de 50 minutos com o secretário de Comércio americano, Howard Lutnick. “Nós conversamos com o governo norte-americano, tivemos uma conversa com o secretário de Comércio, longa, colocando todos os pontos e destacando o interesse do Brasil na negociação, e destacando que o presidente Lula tem orientado negociação, não ter contaminação política nem ideológica”
Mas o próprio presidente Lula parece não ter muita esperança de uma reversão da cobrança até o dia 1º. Na sexta-feira, 24, disse que o vice-presidente liga todos os dias para conversar sobre a tarifa, mas que ninguém responde. “Ninguém pode dizer que o Alckmin não quer conversar. Todo dia ele liga para alguém, e ninguém quer conversar com ele”, disse Lula.
Neste domingo, 27, Howard Lutnick afirmou que as tarifas, previstas para começar em 1º de agosto, não serão adiadas. “Sem mais períodos de carência”, afirmou, em entrevista, à Fox News. Mesmo assim, Lutnick afirmou que, quando as taxas começarem, os países ainda poderão falar com o governo americano. “O presidente está definitivamente disposto a negociar e conversar com as grandes economias, com certeza.”
Mais tarde, o próprio presidente Trump reafirmou, durante sua viagem à Europa, que a data de 1º de agosto não será adiada.
Brasil tem a maior taxa
O prazo de 1º de agosto não é exclusivo para o Brasil. É a data dada por Trump para subir as tarifas para dezenas de países que não conseguirem fechar um acordo a tempo. Mas é no Brasil onde a tarifa será mais alta – nenhum outro país terá a taxa de 50%.
Alguns países já haviam conseguido fechar acordos com Trump, evitando o “mal maior”: Reino Unido, Vietnã, Indonésia, Filipinas e Japão. Neste domingo, 27, foi a vez de União Europeia também finalizar um acerto com o governo americano, com uma tarifa básica de 15% – a ameaça de Trump era elevar a taxa para 30%.
No caso brasileiro, porém, as negociações se tornam um pouco mais complicadas pelo viés político que tomaram. Quando anunciou que taxaria os produtos brasileiros, Trump condicionou a reversão da decisão ao fim do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF, que o presidente americano disse ser uma “caça às bruxas”.
“Não estou enxergando um caminho no curto prazo para poder reduzir essas tarifas”, disse o diretor para as Américas da consultoria Eurasia, Christopher Garman. “Nós estamos num embate, e o problema é que o presidente Trump se enxerga no drama do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nós precisamos lembrar que o Trump se sentiu vítima de uma caça às bruxas de medidas judiciais. Ele se sentiu censurado. Ele enxerga o movimento progressista Democrata como uma ameaça à democracia. Então, quando ele vê o drama do entorno da família Bolsonaro e as queixas da direita brasileira, o Trump encontra respaldo.”
Para Garman, o melhor cenário para o Brasil, nesse caso, é receber as tarifas e não retaliar. Ao longo do tempo, avalia, pode ser que as empresas e o governo brasileiro consigam algum espaço para aliviar o cenário. “O impacto das tarifas globais tende a chegar ao bolso do consumidor através de mais inflação. Portanto, a Casa Branca pode ficar mais passível de aceitar tarifas menores”, afirma.
O economista André Perfeito, por sua vez, diz que o acordo entre União Europeia e Estados Unidos anunciado neste domingo traz ainda mais pessimismo para a situação do Brasil na busca de uma solução para a questão da tarifa de 50%. “O Brasil está definitivamente isolado e as tarifas ganham ares de sanção que buscam restabelecer a América como quintal dos EUA”, disse.
Para o economista, o acordo aponta para a perspectiva de que os EUA não permitirão que o Brasil se alie de maneira individual a blocos ou projetos que não sejam do interesse de Washington, o que, para Perfeito, “cria uma novidade política que há muito tempo não se via”. Ele considera que a revista The Economist apontou corretamente, em sua edição da semana passada, que o que ocorre com o Brasil só pode ser comparado ao período da Guerra Fria.
Impacto sobre a economia brasileira
A tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras terá um forte impacto sobre a economia brasileira, uma vez que os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Entre os setores mais afetados estão o de petróleo; ferro e aço; café; máquinas e equipamentos; celulose; e carne.
Os efeitos ainda não estão muito claros, mas alguns cálculos mostram que haverá perdas relevantes. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estimou, para o curto prazo, uma queda de R$ 52 bilhões nas exportações brasileiras e diminuição de 110 mil empregos no País.
Já a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) fala de uma perda, no longo prazo, de R$ 175 bilhões para a economia brasileira , com retração de 1,49% do PIB e com 1,3 milhão a menos de postos de trabalhos, caso a tarifa de 50% para as exportações brasileiras entre em vigor. A queda na renda das famílias atingiria até R$ 24,39 bilhões, e na arrecadação do governo seria de R$ 4,86 bilhões.
Além disso, segundo a Fiemg, num cenário hipotético em que o Brasil respondesse aos Estados Unidos com uma taxa recíproca de 50% sobre as importações americanas, a queda no PIB brasileiro poderia chegar, em longo prazo, a R$ 259 bilhões. Dessa forma, o número de empregos seria impactado em 1,934 milhão de vagas, a massa salarial ficaria R$ 36,18 bilhões menor e a redução da arrecadação de impostos chegaria a R$ 7,21 bilhões.
Efeitos já são sentidos nas empresas
Mesmo sem a certeza de que a taxa entrará mesmo em vigor, os efeitos negativos já começam a ser sentidos em alguns setores. Os produtores de ferro-gusa (uma matéria-prima da siderurgia), que têm uma forte dependência do mercado americano, relatam que contratos de exportação já foram suspensos, e que muitas empresas poderão ter de paralisar as operações a partir de agosto.
Com duas operações em Minas Gerais (uma em Sete Lagoas e outra em Divinópolis), a SDS Siderúrgica, comandada pelo empresário Frederico Henriques Lima e Silva, já teve suspenso embarque programado para agosto. O cliente pediu que a carga fosse suspensa até uma definição da aplicação da tarifa de 50% a produtos brasileiros.
Da produção de Sete Lagoas da SDS, em dois altos-fornos, cerca de 40% vai para usinas de aço (25%) e fabricantes de autopeças (15%) dos EUA, informou Lima e Silva. Uma parcela um pouco maior, de 45%, é destinada a produtoras de autopeças da Europa, que demanda ferro-gusa tipo nodular, que tem especificação para essa aplicação, de maior sofisticação em qualidade. O restante é comercializado no mercado interno.
Há cerca de um ano, a SDS adquiriu a unidade de Divinópolis e investiu R$ 25 milhões na reforma da usina, que passou a ter capacidade de 12 mil toneladas por mês. A medida do presidente dos EUA, Donald Trump, pegou o empresário no contrapé: a retomada das operações estava prevista para este mês de julho.
“Entre 60% e 70% da produção dessa usina seria destinada a usinas de fabricação de aço americanas. Havia uma perspectiva de expansão da demanda no país com base na competitividade do gusa brasileiro, que contribui para descarbonizar a indústria do aço, pois é produzido uso de carvão vegetal”, afirma o empresário.
Exportadores de manga e uva do Vale do São Francisco também temem o que pode acontecer com seu setor se as tarifas entrarem mesmo em vigor. A região, com produção concentrada em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), é responsável por mais de 90% da exportação brasileira dessas frutas.
A GrandValle, produtora e exportadora de manga e uva sediada na região, estima prejuízo entre US$ 2 milhões e US$ 3 milhões apenas com cargas de manga caso não surjam acordos até a data. O diretor de exportações da empresa, Luca Balallai, disse que o envio de manga exportada pela empresa para os EUA está previsto para começar em cerca de quatro semanas. E a grande preocupação é a falta de destinos viáveis para escoar a produção caso o tarifaço se concretize. “Não temos outros mercados como alternativa para um volume tão concentrado em um período curto de tempo”, disse.
O setor de pescados é outro que já vê efeitos do tarifaço. “Provavelmente, não sairemos (para alto-mar) em agosto”, disse Arimar França Filho, diretor da Produmar, uma das maiores exportadoras de peixes frescos para os EUA, e vice-presidente do Sindicato da Indústria de Pesca do Estado do Rio Grande do Norte (Sindipesca-RN). “Exportamos peixe fresco e não temos alternativa para vendê-lo, já que o mercado brasileiro não absorve nossa produção e o europeu está fechado para a pesca brasileira desde 2017”, diz.
Com custos maiores para a pesca de peixes frescos, os barcos que atuam nesse segmento ficam 20 dias em alto-mar, antes de voltar aos portos. Caso o tarifaço seja mantido, a frota de 35 navios das empresas da região, que movimentam por volta de US$ 50 milhões anuais na pesca de peixes como atum e costeiros, deve ficar parada no próximo mês.
Parte dos cerca 1,5 mil trabalhadores dessa indústria na região também será afetada. “Os pescadores são CLT, mas têm um salário variável, ligado à produção”, afirmou França. “Vão receber menos.”
Movimentação dos empresários contra o tarifaço
Apesar de as negociações sobre as tarifas estarem a cargo do governo, as empresas também têm se movimentado para tentar influenciar a decisão de Trump. O que boa parte delas tem tentado é buscar o apoio de seus parceiros americanos, que importam os produtos brasileiros, para que a pressão seja feita em solo americano, pelas empresas de lá.
O argumento, nesse caso, seriam as perdas que os consumidores americanos teriam com o encarecimento de produtos importantes no dia a dia, como o café ou o suco de laranja – produtos nos quais o Brasil tem uma participação muito importante no mercado americano.
É o que tem feito, por exemplo, o setor de laranja. “O produto brasileiro é muito importante para as empresas americanas”, disse Ibiapaba Netto, diretor executivo da associação CitrusBR. “Eles têm grande interesse em que o problema seja resolvido e cada uma delas está procurando sua forma de levar a demanda a quem de direito, sem que pareça uma afronta ao governo.” A CitrusBR reúne as principais empresas produtoras e exportadoras brasileiros de sucos cítricos: Citrosuco, Cutrale e Louis Dreyfus Company.
Quase 60% do suco de laranja presente em todas as garrafinhas consumidas nos EUA sai do Brasil. Na safra 2024/2025, o País enviou 306 mil toneladas – ou 85 milhões de caixas – do insumo aos EUA, que equivalem a nada menos do que 70% das importações do produto feitas por aquele país. Na sequência, o México responde por 22%, a Costa Rica por 3% e outros países por 1%, segundo a CitrusBR.
Mesmo com todo esse poder, os exportadores brasileiros – e seus clientes – têm se mantido discretos nesse momento. Negociações estão em curso em diferentes frentes, mas a ideia é evitar posicionamentos públicos que soem como atos de hostilidade ao governo Trump. “Todos têm o mesmo interesse, mas as companhias americanas têm mais condições de levar adiante essa prerrogativa”, disse Netto.
No caso do café, um dos principais produtos vendidos pelo Brasil aos EUA, entidades que representam os exportadores têm tratando diretamente do tema com a National Coffee Association (NCA). O diálogo vem sendo conduzido pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) com a NCA. A entidade americana, por sua vez, já acionou o governo dos EUA.
“76% dos americanos consomem café. Além disso, a indústria do café gera 2,2 milhões de empregos e US$ 343 bilhões na economia americana. Por isso, o pedido que será levado pela indústria americana é para que o café entre em lista de exceção à tarifa”, relatou uma liderança do setor nacional quanto aos argumentos utilizados nos Estados Unidos, maior consumidor da bebida no mundo.
No caso das mineradoras, o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, informou na segunda-feira passada, dia 21, que as empresas do setor estão se organizando para ir aos EUA negociar com empresas daquele país medidas a serem adotadas por conta do tarifaço.
De acordo com Jungmann, apesar de o cenário em relação à sobretaxa ainda estar bastante incerto, as empresas “ficam no aguardo, mas vão tomando providências”. Isso porque há um fluxo de produção, logística e contratual que precisa ser respeitado e que tem impactado cada empresa de forma diferente. No caso da mineração, os EUA respondem por 20% das importações e 3,5% das exportações do setor.
Plano de contingência
De qualquer forma, com a perspectiva cada vez mais concreta de um tarifaço no radar, também está em gestação no governo um “plano de contingência” para responder às taxas impostas pelos Estados Unidos. Na quinta-feira, 24, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que esse plano já está concluído e será submetido à análise do presidente Lula.
Segundo o ministro, o documento reúne “medidas de todo gosto”, incluindo a possibilidade de abertura de linhas de crédito em apoio a empresas afetadas.
“O cardápio encomendado por Lula foi elaborado, inclusive dentro da lei internacional”, afirmou Haddad em entrevista à rádio Itatiaia. “Todo o cardápio possível e imaginável vai ser apresentado a Lula para decisão.”
O Estado de S.Paulo - SP 29/07/2025
O presidente Donald Trump afirmou nesta segunda-feira, 28, que os Estados Unidos vão estabelecer uma tarifa-base de 15% a 20% para os países que não fecharem acordos comerciais separados até a sexta-feira. “Para o mundo, eu diria que ficará em algum lugar na faixa de 15% a 20%... Só quero ser legal”, disse o presidente americano em Turnberry, na Escócia, ao lado do primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer.
Trump não especificou, porém, se todos os países que não fecharem acordo estarão dentro desse patamar. Isso é especialmente importante para o Brasil, o país mais ameaçado, neste momento, pela política tarifária do presidente americano.
Neste mês, Trump anunciou uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos, dando como principal justificativa o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) contra empresas norte-americanas. Desde então, o governo Lula afirma ter tentado negociar, mas sem nenhum sinal de avanço.
Tarifas de 15% têm sido a base dos acordos fechados recentemente por Trump. Esse é o número, por exemplo, dos acertos anunciados com o Japão, na semana passada, e com a União Europeia, neste domingo, 28.
No caso brasileiro, porém, essas negociações têm se mostrado mais difíceis, principalmente por conta do viés político que reveste a decisão americana. Tecnicamente falando, a tarifa nem se justificaria, porque os EUA são superavitários há muitos anos na relação comercial com o Brasil.
Nesta segunda-feira, o republicano também afirmou que representantes dos EUA estão reunidos com os da China e destacou que o país “está fazendo acordos com todos, mas precisa ser bom para todo mundo”.
Ainda sobre a China, o republicano declarou que “gostaria que (os chineses) abrissem o país” aos EUA, demonstrando o desejo por acesso ao mercado da nação asiática. Trump também afirmou que ainda decidirá as tarifas sobre aço e alumínio, mas ressaltou que “faremos nosso próprio aço e nosso próprio alumínio nos EUA”.
O presidente dos Estados Unidos afirmou que assinou um “grande acordo comercial” com o Reino Unido e disse que é “o maior de todos”, sem fornecer mais detalhes da negociação.
“O acordo comercial com o Reino Unido nos aproxima”, mencionou. O republicano ainda disse que anunciará tarifas de farmacêuticas “em um futuro muito próximo”, mas ressaltou: “Não usaríamos tarifas farmacêuticas como um bloqueio para o Reino Unido”.
Na ocasião, o republicano citou que “usinas nucleares menores são interessantes”, enquanto Starmer defendeu que “quanto mais pudermos trabalhar juntos (com os EUA) em pequenos reatores modulares, melhor”.
IstoÉ Dinheiro - SP 29/07/2025
A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 1,276 bilhão na quarta semana de julho. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados há pouco, o valor foi alcançado com exportações de US$ 6,719 bilhões e importações de US$ 5,443 bilhões.
O superávit acumulado no mês de julho é de US$ 4,790 bilhões. No ano, o superávit soma um total de US$ 34,883 bilhões.
Até a quarta semana de julho as exportações somaram US$ 26,234 bilhões, e cresceram 3,0% na média diária em comparação com o mesmo mês do ano passado. O resultado se deu devido a uma alta de 2,4% em Agropecuária, que somou US$ 6,06 bilhões; redução de 7,6% em Indústria Extrativa, que chegou a US$ 5,46 bilhões e, por fim, crescimento de 8,1% em Indústria de Transformação, que alcançou US$ 14,61 bilhões.
Já as importações totalizaram US$ 21,443 bilhões e cresceram 11,5% na mesma comparação, com crescimento de 5,4% em Agropecuária, que somou US$ 420 milhões; queda de 17,2% em Indústria Extrativa, que chegou a US$ 980 milhões e, por fim, alta de 13,7% em Indústria de Transformação, que alcançou US$ 19,91 bilhões.
O Estado de S.Paulo - SP 29/07/2025
A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 caiu de 5,10% para 5,09%, a nona baixa seguida. A taxa está 0,59 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Considerando apenas as 107 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a medida passou de 5,07% para 5,09%.
A projeção para o IPCA de 2026 passou de 4,45% para 4,44%. Considerando apenas as 107 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana seguiu em 4,45%.
O Banco Central espera que o IPCA some 4,9% em 2025 e 3,6% em 2026, conforme a trajetória divulgada no último ciclo de comunicação do Comitê de Política Monetária (Copom). O fim do ano que vem é o horizonte relevante do colegiado.
Na última decisão, o comitê aumentou a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, de 14,75% para 15,0%, e afirmou que “antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros”, para examinar os impactos do ajuste que já foi realizado.
A partir deste ano, a meta de inflação é contínua, com base no IPCA acumulado em 12 meses. O centro é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos.
Se a inflação ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o BC perdeu o alvo. Isso aconteceu após a divulgação do IPCA de junho, na última quinta-feira, 10. A autoridade monetária publicou uma carta aberta informando que espera queda da taxa abaixo de 4,50% no fim do primeiro trimestre de 2026.
A mediana do Focus para a inflação de 2027 permaneceu em 4,0% pela 23ª semana consecutiva. A projeção para o IPCA de 2028 continuou em 3,80%. Um mês antes, era de 3,83%.
Juros
A mediana para a Selic no fim de 2025 permaneceu em 15,0% pela quinta semana consecutiva, após o Copom ter elevado a taxa a este nível e afirmado que espera manter a taxa parada por período “bastante prolongado.”
Considerando apenas as 85 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a mediana para a Selic no fim deste ano também se manteve em 15,0%.
A mediana para a Selic no fim de 2026 permaneceu em 12,50% pela 26ª semana consecutiva. Considerando apenas as 84 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa intermediária também continuou em 12,50%.
A projeção para o fim de 2027 continuou em 10,50% pela 24ª semana seguida. A mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10,0% pela 31ª semana consecutiva.
PIB
A mediana para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 continuou em 2,23%. Um mês antes, era de 2,21%. Considerando apenas as 53 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a estimativa passou de 2,23% para 2,21%.
O Banco Central aumentou a sua estimativa de crescimento da economia brasileira este ano, de 1,9% para 2,1%, no Relatório de Política Monetária (RPM) do segundo trimestre. Segundo a autarquia, a atividade continua resiliente, embora já seja possível observar “certa moderação” no ritmo de expansão.
A estimativa intermediária do Focus para o crescimento da economia brasileira em 2026 oscilou de 1,88% para 1,89%. Um mês antes, era de 1,87%. Considerando só as 52 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, caiu de 1,90% para 1,88%.
A mediana para o crescimento do PIB de 2027 continuou em 2,0% pela 17ª semana seguida. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável, em 2,0%, pela 72ª semana seguida.
Dólar
A mediana para a cotação do dólar no fim de 2025 caiu de R$ 5,65 para R$ 5,60. Um mês antes, era de R$ 5,70. A estimativa intermediária para a moeda americana no fim de 2026 continuou em R$ 5,70. Quatro semanas atrás, era de R$ 5,79.
A projeção para o dólar no fim de 2027 permaneceu em R$ 5,70. Um mês antes, era de R$ 5,75. A mediana para o fim de 2028 também continuou em R$ 5,70. Quatro semanas antes, era de R$ 5,80.
A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.
IstoÉ Dinheiro - SP 29/07/2025
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reúne-se nesta semana para uma nova decnisão sobre a taxa básica de juros, a Selic. O resultado será oficialmente divulgado na noite de quarta-feira, 30, porém analistas consultados pela IstoÉ Dinheiro afirmam em consenso que não haverá surpresas: a Selic deve ser mantida no atual patamar de 15% ao ano.
“A leitura predominante dos comunicados e atas tem sido a de ‘pausa técnica’, isto é, interromper o ciclo de aumentos para observar como os efeitos tardios deles impactam a inflação e a atividade econômica”, explica o planejador financeiro e especialista em investimentos Jeff Patzlaff.
Na ata de sua última reunião, realizada nos dias 17 e 18 de junho, o Copom destacou justamente o plano de “uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado”. Na ocasião, o BC promoveu a menor alta da Selic dos últimos meses, de 0,25 ponto percentual (p.p.).
Pouca coisa mudou no cenário desde então. “Os fatores no radar devem ser os mesmos dos últimos meses: a inflação fora da meta, fiscal mais frágil e não compatível com a política monetária, pressão na inflação de serviços e preocupação sobre as tarifas externas”, diz o estrategista-chefe da Davos Investimentos, Ricardo Pompermaier.
Inflação
Desde setembro de 2024, foram promovidas altas consecutivas na Selic sob justificativa de tentar frear a inflação do país. Os esforços foram insuficientes, e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou o ano acima do patamar almejado. No acumulado de 12 meses, manteve-se acima do teto da meta desde então.
As projeções reunidas pelo Boletim Focus, no entanto, mostram que o mercado financeiro passou a esperar uma desaceleração da inflação. Sua edição publicada no dia 21 de julho revisou para baixo as projeções do IPCA para 2025, de 5,17% para 5,10%. Foi a oitava semana consecutiva de melhora. Para 2026, a estimativa também cedeu, de 4,50% para 4,45%.
Tarifaço
Apesar de acreditarem em uma manutenção no patamar atual dos juros, os especialistas ouvidos pela reportagem apontam que a nova rodada de taxas estabelecidas por Donald Trump adicionam fatores extras de complexidade ao trabalho do Copom.
“O tarifaço do presidente americano está causando uma insegurança muito grande no mercado, não só do Brasil, mas do mundo”, afirma o presidente do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP), Odilon Guedes.
O presidente Trump anunciou tarifas nos Estados Unidos sobre as importações de diversos países. O Brasil recebeu a maior alíquota, de 50%. Foi também o único a receber uma motivação assumidamente política para a taxação: o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro sob acusação de golpe de estado.
No curto prazo, Jeff Patzlaff acredita que a taxação contribui para uma desaceleração ainda mais acentuada na inflação. “Esse efeito, embora positivo no curtíssimo prazo, é transitório. Quando a situação internacional se estabilizar e os fluxos de exportação forem retomados, é provável que os preços desses alimentos voltem a subir, reacendendo a inflação”, diz.
Risco fiscal
A situação fiscal também seguirá como ponto de atenção para o Copom. “O Banco Central enviou um recado direto ao governo: cortes só serão possíveis com avanços mais concretos na frente fiscal. Na minha avaliação, as decisões foram assertivas”, afirma o economista da ZIIN Investimentos, Marcos Laplechade.
Nos últimos meses, o governo federal travou uma disputa com o Congresso enquanto tentava promover um ajuste fiscal através da ampliação de receitas, com mudanças nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Após uma tentativa do Parlamento de derrubar a medida, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que é competência do Executivo decidir sobre este imposto.
Com a decisão da Justiça, o governo conseguiu reduzir um contingenciamento de gastos dos ministérios de R$ 31,3 para R$ 10,7 bilhões. “O ponto aqui é que se perdeu uma oportunidade clara de reforçar o compromisso com a disciplina fiscal, o que teria ajudado a ancorar expectativas e favorecido um cenário mais benigno para juros e inflação no médio prazo”, critica Laplechade.
Ao mesmo tempo, Odilon Guedes, do Corecon-SP, destaca que o alto patamar dos juros complica ainda mais a situação fiscal. “Estima-se que o país terá que arcar, neste ano, com aproximadamente um trilhão de reais em juros, em decorrência da elevação persistente da taxa de juros, cerca de 8% do PIB”, diz.
“Há uma grande contradição, pois um dos motivos que levam o mercado a demandar taxas de juros mais elevadas é o aumento da dívida pública, que, por sua vez, cresce em razão do excessivo aumento da taxa de juros”, completa Guedes.
Com o Congresso em recesso até 1º de agosto, estão em suspenso outras medidas que o governo busca promover para ajustar as contas, a exemplo da taxação de investimentos como LCI e LCA. As medidas no entanto enfrentam resistência do Parlamento, de agentes do mercado financeiro e de setores do empresariado do país.
Juros e atividade econômica
Por fim, o Copom também deve avaliar os níveis de atividade econômica. O alto dinamismo e o baixo desemprego registrados atualmente colaboram para pressionar a inflação. Assim, preocupam agentes que passam a demandar prêmios maiores para investir nos títulos da dívida pública.
“Os fatores que têm demandado atenção nas reuniões do Copom, são os mesmos destacados em atas anteriores: a solidez do crescimento econômico, o aumento consistente da massa salarial e a redução do desemprego”, destaca Odilon Guedes sobre este aspecto.
CNN Brasil - SP 29/07/2025
O Federal Reserve, para desgosto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, provavelmente deixará a taxa de juros inalterada em sua reunião desta semana, mas isso não significa que não haverá um debate vigoroso, com um, se não dois, diretores possivelmente divergindo da decisão de juros.
A maioria das autoridades do banco central dos EUA, no entanto, continua preocupada com o fato de que as tarifas de Trump poderiam anular o progresso em trazer a inflação de volta à meta de 2%, superando, por enquanto, as preocupações com o mercado de trabalho.
O acordo comercial fechado entre os EUA e o Japão na semana passada, com tarifas fixadas em 15%, e o progresso relatado para uma taxa semelhante nas negociações com a União Europeia tornam mais provável que as tarifas em geral acabem bem abaixo dos níveis que Trump anunciou em 2 de abril.
Mesmo assim, as tarifas dos EUA estão em seu nível mais alto em 90 anos, e os efeitos estão começando a aparecer nas compras domésticas. Um aumento nos preços de bens como móveis e vestuário ajudou a levar a inflação geral ao consumidor a um ritmo anualizado de 3,5% em junho.
Logo após um período de inflação recorde de 40 anos, os membros temem que o rápido aumento dos preços possa "assustar" as famílias, como às vezes diz o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, desencadeando uma espiral inflacionária mais ampla.
Embora o chair do Fed, Jerome Powell, diga que esse é apenas um dos muitos cenários possíveis, ele tem argumentado que o banco central pode esperar para saber mais antes de ajustar os juros, especialmente com uma taxa de desemprego de 4,1% próxima ou abaixo das estimativas de pleno emprego.
Outros dados e as perspectivas em meio ao programa econômico mais amplo de Trump, incluindo cortes de impostos e desregulação, convidam a opiniões diferentes no Comitê Federal de Mercado Aberto.
"Considerando a clara divergência na perspectiva de curto prazo entre (o diretor Christopher) Waller e (a diretora Michelle) Bowman e os outros participantes, esperamos que eles discordem a favor de um corte de 25 pontos-base", escreveram analistas da Nomura Securities, uma das várias empresas que preveem a primeira dupla discordância de diretores do Fed desde 1993.
Tanto Waller quanto Bowman foram nomeados para a diretoria por Trump, que tem criticado Powell por resistir à exigência da Casa Branca de um corte imediato nos juros e abordado a ideia de demitir o chefe do Fed antes do término de seu mandato em maio do próximo ano.
Na semana passada, durante uma visita rara, porém tensa, à sede do Fed em Washington, Trump mais uma vez pediu por juros mais baixos, embora também tenha dito que não achava necessário demitir Powell.
Antes da divulgação de quarta-feira da decisão do Fed, espera-se que o Departamento de Comércio informe que a atividade econômica acelerou novamente no segundo trimestre, elevando pela primeira vez a produção total acima de US$ 30 trilhões em termos não ajustados pela inflação.
Isso pode reforçar o direito de Trump de se gabar do que ele diz ser uma economia dos EUA que decolaria como um foguete se apenas o Fed reduzisse os juros.
Mas as autoridades verão isso como algo mais ambíguo.
O aumento esperado ocorre após a queda do PIB no primeiro trimestre, decorrente de uma corrida histórica para se antecipar às tarifas de Trump com importações dos parceiros comerciais dos EUA.
Os gastos dos consumidores, que respondem por dois terços da produção econômica, têm sido razoavelmente fortes, com as vendas no varejo aumentando mais do que o esperado no mês passado.
Embora os saldos das contas bancárias das famílias estejam mais baixos em relação ao ano anterior, dados do JPMorgan Chase Institute da semana passada sugerem que as reservas de caixa em geral estão em melhor situação.
Da mesma forma, o volume e a demanda de empréstimos aumentaram a partir de maio, depois de um crescimento lento ou nulo desde o início do ano, segundo uma pesquisa do Fed de Dallas, e as autoridades esperam um aumento na atividade econômica e na demanda de crédito até o fim deste ano.
Em outro sinal de que a economia não está perdendo fôlego, dados do Fed mostram que a produção industrial cresceu no último trimestre, embora em um ritmo anualizado mais lento de 2,1% do que o ritmo de 3,7% do primeiro trimestre.
Outros dados apontam para uma economia enfraquecida, reforçando o argumento da minoria para cortes de juros em breve.
O crescimento do emprego desacelerou e a amplitude das contratações está diminuindo, liderada por apenas alguns setores de prestação de serviços.
Valor - SP 29/07/2025
Contratos para setembro, os mais negociados, fecharam cotados a US$ 109,65 por tonelada; carvão de coque mais negociado encerrou o dia com queda de 11%
Os futuros do minério de ferro abriram a semana em nova queda, a quarta consecutiva, com o mercado ainda aguardando a reunião do Politburo, comitê executivo do partido comunista chinês, que pode anunciar novas políticas de apoio à economia do país asiático.
Os contratos para setembro, os mais negociados, fecharam em queda de 1,75% na Bolsa de Dalian, a 786 yuan (US$ 109,65) a tonelada.
Os preços dos contratos futuros de carvão de coque na China também recuaram nesta segunda-feira, à medida que investidores encerraram posições compradas para realizar lucros, depois que a forte alta dos preços do ingrediente siderúrgico levou a Bolsa de Dalian a limitar as posições.
O carvão de coque mais negociado encerrou o dia com queda de 11%, a 1.100,5 yuan (US$ 153,47) por tonelada. Os preços atingiram o limite diário de alta por cinco pregões consecutivos, com um ganho de 33% na semana passada.
O anúncio da bolsa de Dalian desencadeou uma queda nos preços, encerrando uma sequência de sete sessões de alta do contrato, impulsionada pelas crescentes expectativas de redução na oferta, após a Administração Nacional de Energia ordenar inspeções em minas nos principais polos produtores de carvão para verificar excesso de produção.
“O sentimento especulativo diminuiu e alguns investidores liquidaram posições compradas para evitar riscos depois que a bolsa de Dalian impôs restrições à manutenção de posições, o que resultou em uma queda acentuada dos preços”, disse Zhou Tao, analista da corretora Galaxy Futures.
Valor Investe - SP 29/07/2025
Os preços dos contratos futuros de carvão de coque na China também recuaram nesta segunda-feira
As ações de mineradoras e siderúrgicas caíram em bloco nesta segunda-feira (28), seguindo o minério de ferro. A commodity metálica abriu a semana em nova queda, a quarta consecutiva, com o mercado ainda aguardando a reunião do Politburo, comitê executivo do partido comunista chinês, que pode anunciar novas políticas de apoio à economia do país asiático.
A CSNA3 puxou o bonde, caindo 4,42%; Gerdau (GGBR4) veio atrás, com baixa de 2,21%; em seguida CMIN3 (-1,55%), VALE3 (-0,97%) e USIM5 (-071%) recuaram de mãos dadas.
Os contratos para setembro, os mais negociados, fecharam em queda de 1,75% na Bolsa de Dalian, a 786 yuan (US$ 109,65) a tonelada.
Os preços dos contratos futuros de carvão de coque na China também recuaram nesta segunda-feira, à medida que investidores encerraram posições compradas para realizar lucros, depois que a forte alta dos preços do ingrediente siderúrgico levou a Bolsa de Dalian a limitar as posições.
O carvão de coque mais negociado encerrou o dia com queda de 11%, a 1.100,5 yuan (US$ 153,47) por tonelada. Os preços atingiram o limite diário de alta por cinco pregões consecutivos, com um ganho de 33% na semana passada.
Com informações da Reuters
Valor - SP 29/07/2025
Projeções do Citi, Itaú BBA, BTG Pactual, Goldman Sachs e Ativa Investimentos apontam para lucro líquido, receita e Ebitda da mineradora abaixo dos resultados registrados entre abril e junho de 2024
A Vale deve ter resultados mais fracos no segundo trimestre por conta dos preços mais baixos do minério de ferro no período. Conforme cinco bancos consultados pelo Valor, o lucro líquido, a receita e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da mineradora devem vir abaixo do registrado entre abril e junho de 2024. A Vale divulga resultados na quinta-feira (31), depois do fechamento dos mercados.
A receita da companhia deve ser de cerca de US$ 8,8 bilhões no segundo trimestre de 2025, conforme a média calculada pela reportagem, queda de 11,1% em relação a igual período do ano anterior. O lucro líquido deve ser em média de US$ 1,6 bilhão, recuo de 40,7%. O Ebitda deve cair 18,9%, para US$ 3,1 bilhões.
Os dados se baseiam em projeções das seguintes casas: Citi, Itaú BBA, BTG Pactual, Goldman Sachs e Ativa Investimentos.
Conforme a Ativa, ainda que a Vale tenha registrado produção acima do esperado no segundo trimestre, os preços mais baixos frustraram as expectativas.
Para o Itaú BBA, o trimestre da mineradora foi marcado por aumento de estoques e foco em produtos de média qualidade.
Os dados de produção e vendas da companhia, divulgados na terça-feira (22), mostraram que as vendas de finos de minério, pelotas e “run of mine” (ROM), um tipo de minério bruto, somaram 77,346 milhões de toneladas no segundo trimestre, queda de 3,1% na comparação anual.
Consideradas apenas as vendas de finos de minério de ferro da Vale no período, foram 67,678 milhões de toneladas, 1,2% menos do que em igual trimestre do ano anterior. As vendas de pelotas caíram 15,6% na mesma comparação, para 7,483 milhões de toneladas.
Segundo a companhia, o recuo nas vendas de minério de ferro decorre da estratégia de otimização do portfólio de produtos, com a concentração de minérios na China, implicando em prazos de entrega mais longos. A recomposição de estoques após as restrições de produção e embarque no primeiro trimestre também levou à baixa nas vendas.
Os menores volumes de venda de minério de ferro foram acompanhados de preços realizados mais baixos. O preço médio realizado pela Vale em finos de minério de ferro no segundo trimestre ficou em US$ 85,1 por tonelada, 13,3% inferior ao de igual período do ano anterior. Nas pelotas, o preço médio no mesmo período foi de US$ 134,1 por tonelada, queda de 14,7%. Em ambos os casos, os valores menores foram decorrência da queda das cotações internacionais.
Para o BTG Pactual, os números de produção e vendas do segundo trimestre reforçam a mensagem da Vale de como as condições de mercado para minérios de alta qualidade estão desfavoráveis: “Embora consideremos o foco da Vale no ‘mix’ de produtos como a decisão certa em um mercado volátil, isso também destaca como as condições de mercado para minérios de alta qualidade permanecem fracas”.
O Goldman Sachs reforça como potenciais riscos futuros para a Vale os preços do minério de ferro mais baixos e o real mais forte ante o dólar, o que impacta negativamente nos lucros da companhia. O banco vê de forma positiva as estratégias da mineradora no trimestre: “Em geral, a realidade (não apenas para a Vale) é que a qualidade da mineração está em declínio e o mercado não está recompensando. Portanto, faz sentido economizar moléculas de ferro para estender a produção ou guardar a maior qualidade para quando o mercado pagar por ela”.
Segundo o Citi, a produção da Vale de minério de ferro no primeiro semestre, que somou 151,2 milhões de toneladas, coloca a companhia em bom caminho para o “guidance” [projeção] do ano, de 325 milhões a 355 milhões de toneladas.
Automotive Business - SP 29/07/2025
Na semana decisiva sobre a imposição de taxas maiores para as exportações brasileiras aos Estados Unidos, o chamado Tarifaço de Trump, as montadoras sobem o tom a respeito da possibilidade do governo federal baixar o imposto que incide sobre kits de peças importadas usados na produção de veículos CKD ou SKD, um pleito defendido em Brasília (DF) pela BYD.
Na segunda-feira, 28, o presidente da associação das fabricantes de veículos local, a Anfavea, postou em uma rede social que as associadas de fato vão rever os investimentos que foram anunciados para suas operações no país na esteira do Programa Mover. Aportes esses que ultrapassam os R$ 120 bilhões.
O Brasil não pode trocar a industrialização pela ilusão da montagem, escreveu Igor Calvet, na oportunidade.
Ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente da Anfavea afirmou, ainda, que a mudança cria um risco de desestruturar o esforço de industrialização nacional, transformando o Brasil em mero montador, e que isso é incompatível com os objetivos da política industrial anunciada pelo próprio governo.
Com a afirmação, a Anfavea volta atrás em sua opinião acerca do caso. Na primeira semana de julho, em sua coletiva mensal de resultados, a entidade havia garantido que, apesar da possibilidade de redução da alíquota do imposto de importação sobre os kits de peças, os investimentos anunciados estavam mantidos pelas montadoras.
O que levou a entidade a rever o seu posicionamento, segundo apurou a reportagem da Automotive Business, é o fato do pleito da BYD poder ser apreciado pelo comitê gestor da Câmara de Comércio Exterior (Camex) na quarta-feira, 30, um período considerado pela indústria automotiva muito rápido para apreciação na matéria.
A redução da alíquota tem a oposição de diversos ministérios, como MDIC e Planejamento. Por outro lado, há um certo temor de que a mudança na alíquota ocorra de alguma forma por meio de pressões da Casa Civil e do próprio poder executivo, disse em off um interlocutor da indústria a par do assunto.
Vale lembrar que o ministro da Casa Civil é o ex-governador da Bahia, Rui Costa, que teve forte atuação nas negociações que acabaram instalando a BYD na fábrica de Camaçari, onde operou por muitos anos a Ford.
Hoje, as tarifas que incidem sobre os kits de peças para produção de veículos CKD/SKD são de 18% a 20%. A empresa chinesa solicita redução para 5% e 10%, respectivamente.
Montadoras mandam carta ao presidente
A preocupação com a inclinação da presidência à redução das alíquotas é tamanha que algumas montadoras enviaram uma carta a Luiz Inácio Lula da Silva comentando a respeito dos reflexos negativos que isso poderia provocar na indústria nacional.
Assinam o documento, enviado em 15 de julho, os CEOS das montadoras Volkswagen, Toyota, Stellantis e General Motors.
É nosso dever alertar, Senhor Presidente, que esse ciclo virtuoso de fortalecimento da indústria nacional está sendo colocado em risco e sofrerá forte abalo se for aprovado o incentivo à importação de veículos desmontados para serem acabados no país, afirmam as empresas na carta.
Auto Industria - SP 29/07/2025
O Sindipeças acaba de atualizar o relatório da balança comercial da indústria de autopeças em 2025, que indica déficit de US$ 1,3 bilhão em junho, resultado levemente superior ao de maio, mas ainda 22,5% acima do observado no mesmo mês de 2024.
No semestre, o saldo negativo chega a US$ 9,9 bilhões, uma alta de 20,8% sobre idêntico período do ano passado, quando o déficit comercial ficou em US$ 6,26 bilhões.
Esse resultado reflete um crescimento das importações superior ao das exportações. As vendas para outros países tiveram expansão de 7,5%, passando de US$ 3,73 bilhões para US$ 4 bilhões no comparativo interanual, enquanto as compras lá fora subiram 20,8%, saltando de US$ 9,9 bilhões para US$ 11,47 bilhões.
Pesa no resultado negativo do setor o aumento acentuado das aquisições de autopeças na China, que atingiram US$ 2,2 bilhões este ano, ante total de US$ 1,71 do primeiro semestre de 2024, evolução de 23,7%.
Também cresceram as compras de componentes produzidos nos Estados Unidos. A alta nesse caso foi de 10,4%, para US$ 1,56 bilhões. Só que as vendas para o mercado estadunidense estão em queda.
O Brasil exportou US$ 632,2 milhões para lá no primeiro semestre, com recuo de 4,9% no comparativo interanual. “Apesar de permanecerem como o segundo principal destino das exportações brasileiras de autopeças, os Estados Unidos vêm perdendo participação relativa no mercado”, destaca o relatório do Sindipeças.
A entidade lembra que a imposição da sobretaxa de 25% para autopeças por parte do governo Donald Trump, com vigência desde 3 de maio, contribuiu para essa perda de dinamismo e vem mostrando seus primeiros sinais.
Com US$ 104,1 milhões embarcados, as exportações para o mercado norte-americano caíram 5,7% em junho sobre maio, com reflexo negativo no acumulado do ano
Um quadro que tende a ser agravar caso seja mantida a nova sobretaxa de 50% anunciada pelo Governo Trump para todos os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.
O Sindipeças esclarece que no caso das exportações, o bom momento vivido pelos setor automotivo na Argentina tem sido decisivo para o desempenho positivo da indústria brasileira este ano. As vendas para o país vizinho cresceram 28,1% no semetre, com total embarcado este ano de US$ 1.564.314.798.
Valor - SP 29/07/2025
Setor teme que linha, voltada a entregador de aplicativo, fique concentrada em instituições públicas e inclua só elétricos
Nas últimas semanas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem prometido um programa de crédito voltado à compra de motocicletas, com foco nos entregadores de aplicativo. Ainda não há detalhes de como vai funcionar, mas algumas possíveis formatações preocupam bancos que atuam no financiamento de motos. Há receios de que a linha fique concentrada em bancos públicos, tirando os privados desse nicho, ou que seja voltada apenas para motos elétricas, sendo que a indústria local não tem condições de atender a demanda.
Segundo dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), o Brasil tem uma frota circulante de cerca de 34,2 milhões de motos. No primeiro semestre, foram vendidas 1,029 milhão de unidades, um recorde histórico. Do total produzido, as motos de baixa cilindrada, que são as mais baratas e usadas pelos entregadores, respondem por quase 80%.
Em grandes números, um terço das motos novas vendidas no Brasil são comercializadas à vista, um terço via consórcio e um terço financiadas. Nesse último caso, o mercado de financiamento é dominado pelos bancos de montadoras, em especial a Honda. Já entre as motos usadas, o mercado é liderado por nomes por Pan, Santander, BV e Omni.
No mês passado, o Santander anunciou uma parceria com a OLX, que permite ao cliente fazer todo o processo dentro do aplicativo da plataforma. A taxa de juros depende do perfil do cliente, valor financiado, prazo escolhido e outras condições. Segundo Coriolano Lacerda, gerente de pesquisa e inteligência de mercado do Grupo OLX, o tíquete médio dentro da plataforma para motos é de R$ 10 mil a R$ 20 mil, e a busca tem crescido muito. “Analisamos os dados e entendemos que uma grande limitação para a compra é a questão do crédito. Como nosso papel aqui é gerar facilidades, reduzir burocracias, estamos reformulando esse processo de crédito, que pode ser feito em três cliques”, conta.
No BV, Jamil Ganan, superintendente de financiamento automotivo, destaca que o banco resolveu crescer de maneira mais forte no segmento de motos usadas há cerca de quatro anos e hoje já tem parcerias com 26 mil revendas. “Arrumamos a esteira de produtos, ajustamos a política de crédito, aumentamos a força comercial. Hoje nossa produção mensal é três vezes o que fazíamos há quatro anos.”
O crédito tem de ser extensivo a todos os produtos, não limitado a uma determinada tecnologia”
— Marcos Bento
Os bancos não divulgam a inadimplência no financiamento de motos, mas admitem que ela é maior do que no caso de carros. Apesar da garantia do veículo, a moto se desvaloriza mais rapidamente, é mais difícil de encontrar no caso de retomada e, por ter o valor de revenda mais baixo, nem sempre compensa as custas com o processo judicial.
Para o CEO da Omni, Heverton Peixoto, o programa do governo pode ser positivo se propiciar condições igualitárias paras os bancos e ampliar a competitividade. Por outro lado, se forem criadas linhas subsidiadas repassadas por bancos estatais, isso pode causar desequilíbrio no mercado no médio e longo prazo. “Quando, na pandemia, foi criado o programa Peac, para garantir o acesso de micro e pequenas empresas ao crédito, um fundo, operado pelo BNDES, assumia um pedaço do risco e, em contrapartida, os bancos que queriam participar tinham de obedecer alguns critérios. Acho que agora deveríamos ter algo nesses mesmos moldes”, afirma.
Um executivo do setor diz que é preciso tomar cuidado com o programa. Não se sabe, por exemplo, se vai haver algum tipo de limite de renda para os beneficiados. “Se quem já é atendido hoje pelos bancos conseguir uma taxa subsidiada, isso vai ser muito oneroso para o governo, e gera incentivos distorcidos para o setor. E se houver um público incremental, que hoje não é atendido, precisamos ver como mitigar o risco".
Uma das possibilidades já aventadas pelo governo é que o crédito seja disponibilizado só para a compra de motos elétricas, o que colabora para a agenda de descarbonização. Ainda assim, o presidente da Abraciclo, Marcos Bento, diz ser contra essa alternativa. Segundo ele, atualmente a participação das motos elétricas é de apenas 0,6% na frota brasileira e a produção local é muito pequena.
“Ter uma linha de crédito sempre é importante. Chegamos a ter algumas conversas com o governo, fomos consultados, e colocamos que o crédito tem de ser extensivo a todos os produtos, não limitado a uma determinada tecnologia. Se for só para moto elétrica, você beneficia um produto importado, em detrimento da indústria nacional. O Brasil entrou na rota de descarbonização, mas isso é feito através do etanol. Hoje, 99,9% das motos produzidas aqui são flex”, argumenta.
Ele aponta que, se o foco do governo são os entregadores, as motos elétricas podem não atender esse público. Estudos indicam que um motociclista que trabalha com delivery percorre quase 200 km por dia, o que significa que precisa de um veículo com autonomia. “Hoje uma moto elétrica não tem uma autonomia de mais de 80 km, e o tempo de carregamento da bateria é de quase 6 horas.”
Nos últimos meses, os bancos brasileiros começaram a fazer as primeiras retomadas extrajudiciais de veículos, após a aprovação do marco de garantias, no fim de 2023. Ainda assim, executivos do setor dizem que, no caso das motos, a dificuldade de encontrar o bem continuará sendo um grande empecilho. Por isso, alguns defendem a possibilidade de que os bancos possam instalar um rastreador nas motos, como ocorre em outros países. “Locadoras de veículo, por exemplo, instalam tags nos carros, mas os bancos, que têm a propriedade legal do veículo ao fazer um financiamento, não podem colocar esse tipo de rastreador. Por que essa proibição? A quem se quer proteger com isso?”, questiona um interlocutor.
Enquanto o programa do governo não sai, quem tem crescido no nicho dos entregadores que não têm acesso a crédito é a Mottu, que já bateu R$ 1 bilhão de receita anual recorrente, com 100 mil veículos alugados. As motos têm telemetria, com os componentes aplicados ainda na fábrica por dentro da moto, para que a peça não possa ser removida, o que permite à Mottu rastrear o veículo 24 horas ao dia.
No mês passado, a Mottu recebeu autorização do Banco Central (BC) para comprar a Trybe Sociedade de Crédito. Em entrevista recente ao Pipeline, site de negócios do Valor, Rubens Zanelatto, fundador e CEO da companhia, afirmou que já trabalhava em um piloto de microcrédito. “Seguimos focados na nossa tese de inclusão para quem está mal atendido pelo sistema tradicional. Criamos um relacionamento com o público de baixa renda que poucas empresas conseguiram.”
Eae Máquinas - SP 29/07/2025
Juros altos e crédito escasso têm tornado a modalidade cada vez mais atrativa para aquisição de maquinários agrícolas
Nos seis primeiros meses do ano, o Consórcio New Holland totalizou R$ 678 milhões em créditos comercializados, registrando um aumento de 40% nas vendas. A comparação é feita em relação ao mesmo período de 2024, quando foram comercializados R$ 484 milhões. Quanto ao número de cotas, o crescimento chegou a 27%.
“Com juros altos e crédito escasso no mercado, o consórcio tem se tornado cada vez mais atrativo para a aquisição de maquinários agrícolas. Os números positivos registrados no primeiro semestre refletem o aquecimento das vendas da modalidade e são resultado do nosso investimento em feiras e eventos voltados ao agronegócio brasileiro. Seguimos no mesmo caminho no restante do ano”, explica Eyji Cavalcante, gerente comercial do Consórcio New Holland.
Setor de consórcio aquecido
Números da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC) mostram que o consórcio de veículos pesados registrou, nos primeiros cinco meses deste ano, um crescimento de 11,8% no volume de créditos comercializados, com R$ 19,03 bilhões em negócios, em comparação a igual período de 2024. Hoje, a categoria conta com mais de 896 mil clientes ativos.
IstoÉ Dinheiro - SP 29/07/2025
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) subiu 0,91% em julho, desacelerando o ritmo de alta em relação a junho, quando havia registrado 0,96%, segundo a Fundação Getulio Vargas. Com o resultado, o índice acumula alta de 4,40% no ano e de 7,43% em 12 meses.
Os preços de Materiais, Equipamentos e Serviços avançaram 0,86%, após alta de 0,13% no mês anterior, enquanto o custo da Mão de Obra desacelerou de 2,12% em junho para 0,99% em julho.
Influências
As principais influências para cima no INCC-M vieram dos preços de tubos e conexões de PVC (-0,24% para 12,89%), pedreiro (1,79% para 0,96%), eletrodutos de PVC (0,15% para 7,83%), engenheiro (2,22% para 1,43%) e operador de máquina (3% para 1,78%).
Na outra ponta, puxaram o índice para baixo vergalhões e arames de aço ao carbono (-1,60% para -0,94%), placas cerâmicas para revestimento (0,32% para -1,28%), tubos de concreto (-0,30% para -0,32%), concreto betuminoso usinado a quente (0,38% para -0,36%) e impermeabilizante (0,29% para -0,15%).
Valor - SP 29/07/2025
O setor passa por momento positivo do ponto de vista operacional, mas com perspectivas de desaceleração, motivadas pela taxa de juros e pela incerteza com a economia
A construção civil pode sofrer impactos macroeconômicos das tarifas de 50% à exportação de produtos brasileiros aos Estados Unidos, afirmou nesta segunda-feira (28), o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Renato Correia, em entrevista coletiva.
Pode haver, inclusive, uma queda momentânea no preço de alguns materiais, mas um possível aumento do dólar também pode inverter essa tendência, disse.
A maior preocupação é sobre o impacto que a medida, prevista para entregar em vigor na sexta-feira (1º) pode ter sobre o PIB nacional. “Nossa dinâmica existe tendo funding de financiamento e pessoas empregadas, tendo PIB”, afirmou, acrescentando que ainda não se sabe o “real impacto” que as tarifas podem ter.
O setor passa por momento positivo do ponto de vista operacional, mas com perspectivas de desaceleração, motivadas pela taxa de juros e pela incerteza com a economia.
De janeiro a maio, foram geradas 149,2 mil vagas de empregos formais na construção, patamar pouco maior do que em 2023, mas menor do que as quase 160 mil vagas do mesmo período de 2024.
A taxa de juros, de 15% ao ano, foi apontada por empresários do setor como o principal desafio que enfrentam no momento.
Financiamento à construção
Um dos reflexos dos juros tem sido um menor direcionamento dos recursos da caderneta de poupança para o financiamento das obras — os bancos têm reservado esse recurso, que em tempos de juros altos pode se tornar escasso, para financiar o comprador do imóvel.
O número de unidades que tiveram a construção financiada com recursos da poupança caiu 63% de janeiro a maio deste ano, ante o mesmo período de 2024, de acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), apresentados pela Cbic. Em reais, a queda no volume financiado foi de 54%.
O Banco Central está estudando um novo modelo de financiamento para o setor, em conversas com as entidades que representam o mercado imobiliário. Correia afirma que a entidade defende, primeiro, a liberação de 5% do compulsório da poupança, como forma de aliviar a falta de recursos de maneira mais imediata. Os bancos precisam reter 20% dos recursos da poupança e mantê-lo depositado no Banco Central. Entidades da construção pedem que um quarto disso seja liberado, para que, então, o novo modelo comece a ser testado, de forma lenta.
“Em vez de mudar de maneira rápida e plena, [defendemos] que a gente vá experimentando, para fazer a transição de forma correta e assertiva”, disse.
Menos imóveis usados
Um dado positivo para o setor da construção, de janeiro a maio, foi o número de unidades usadas financiadas com recursos do FGTS, que caiu 44,4% de um ano para o outro.
Com essa queda, sobra mais recurso para o financiamento de novas obras, como as do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que são bancadas pelo fundo — o número de unidades novas financiadas pelo FGTS cresceu 10,6% até maio deste ano.
Medidas para frear a concessão de recursos para os imóveis usados foram anunciadas pelo Ministério das Cidades no ano passado, como um teto menor de preço para o imóvel usado que pode ser vendido dentro do programa e uma redução na parcela do valor do imóvel que pode ser financiada. “A alteração surtiu efeito, o que coaduna com o que pensamos em termos de retroalimentação do FGTS pela geração de empregos”, disse Correia.
PIB do setor
A Cbic manteve sua projeção do crescimento do PIB da construção para 2025, de 2,3%. Em 2024, o aumento foi de 4,3%.
IstoÉ Dinheiro - SP 29/07/2025
O Índice de Confiança da Construção (ICST) recuou 1,3 ponto em julho, a 92,7 pontos, após avançar 0,7 ponto em junho, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira, 28. Com o resultado, a média móvel trimestral do índice recuou 0,3 ponto, sétima queda consecutiva.
“O segundo semestre começou com deterioração das expectativas em relação aos próximos meses: a percepção generalizada das empresas dos diversos segmentos setoriais é de que os negócios e a demanda ficarão piores”, observou, em nota, a coordenadora de Projetos da Construção do Ibre/FGV, Ana Maria Castelo.
Ela pondera que os empresários também atentam para a atividade ainda aquecida, mantendo a pressão sobre o mercado de trabalho, e que os próximos meses mostrarão se esse foi um movimento pontual ou se, de fato, pode-se esperar uma desaceleração mais intensa do ciclo de negócios.
Houve, nesta leitura, avanço de 0,5 ponto do Índice de Situação Atual (ISA-CST), a 92,5 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-ICST) recuou 3,3 pontos, a 93 pontos, menor nível desde maio de 2021 (89,1 pontos).
O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção cedeu 1,1 ponto porcentual, para 78,2%. O Nuci de Mão de Obra caiu 1,1 ponto, para 79,2%, e o de Máquinas e Equipamentos recuou 1,7 ponto, para 72,2%.
Monitor Digital - RJ 29/07/2025
O Projeto de Lei 2.306/25 estabelece que a assinatura do contrato entre instituições financeiras e beneficiários do Programa Minha Casa, Minha Vida deverá ocorrer em no máximo 60 dias, contados da data da publicação do resultado da seleção ou do chamamento para contratação. A proposta altera a Lei 14.620/23, que recriou o programa.
O texto prevê multa de até R$ 50 mil por unidade habitacional para o banco que, sem justificativa fundamentada, descumprir o prazo estabelecido. O valor da multa será repassado ao Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social, conforme regulamento, como meio de fortalecer os instrumentos de financiamento da política habitacional.
Autor do projeto, o deputado Hildo Rocha (MDB-MA) argumenta que o atraso, além de comprometer a previsibilidade do processo, expõe tanto o poder público quanto os beneficiários a riscos financeiros consideráveis.
“Em especial, a inflação no setor da construção civil pode elevar significativamente os custos da obra, gerando reprogramações orçamentárias, prejuízos aos agentes envolvidos e, muitas vezes, inviabilizando contratos anteriormente viáveis”, disse.
A proposta será analisada, em caráter conclusivo, pelas comissões de Desenvolvimento Urbano; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Para virar lei, o texto precisa ser aprovado pela Câmara e pelo Senado.
IstoÉ Dinheiro - SP 29/07/2025
O ministro dos Transportes, Renan Filho, disse nesta segunda-feira, 28, que até o final do ano vai garantir a licitação da Estrada de Ferro 118, que ligará o Rio de Janeiro (RJ) ao Espírito Santo (ES). O trecho terá mais de 500 quilômetros de extensão e vai atender, entre outros, o Porto do Açu, no Rio de Janeiro. “O Porto do Açu é uma grande infraestrutura que precisa de uma conexão nova, a Estrada de Ferro 118”, disse o ministro ao participar da inauguração da termelétrica GNA II, no Porto do Açu, nesta segunda-feira, dia 28.
Valor - SP 29/07/2025
Investimento inicial foi estimado em R$ 50 milhões; perspectiva é que a produção tenha início em meados de 2026
A chinesa CRRC deverá instalar uma fábrica na cidade de Araraquara, no interior de São Paulo, para fabricar trens, segundo o governo paulista. A empresa deverá arrendar uma parte da planta já existente da coreana Hyundai Rotem, afirmou Rafael Benini, secretário de Parcerias e Investimentos do Estado. O investimento inicial foi estimado em R$ 50 milhões.
A perspectiva é que a produção tenha início em meados de 2026. Como se trata de um arrendamento de outra empresa, a operação ainda demanda aprovação do Cade.
O grupo assinou recentemente um contrato para fornecer 44 trens ao Metrô de São Paulo. Além disso, a empresa já havia conquistado duas concessões de mobilidade urbana, a do Metrô de Belo Horizonte e a do Trem Intercidades entre a capital paulista e Campinas, ambas em sociedade com o grupo Comporte, da família Constantino.
O consórcio também estuda participar da licitação das Linhas 10 e 14 de trens urbanos de São Paulo, projeto que também prevê a entrega de trens, além de outros processos competitivos de fornecimento.
Petro Notícias - SP 29/07/2025
A movimentação nos terminais portuários de uso privado (TUP) do Brasil alcançou 76,1 milhões de toneladas em maio, com um aumento expressivo de 8,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado refletiu um crescimento em todos os perfis de cargas transportadas, com destaque para granel sólido, que registrou um incremento de 8,6%, somando 46,8 milhões de toneladas (Mt), seguido por carga conteinerizada, com 8,5% (4,7 Mt); carga geral, 8,0% (3,2 Mt); e granel líquido, 7% (21,4 Mt). De acordo com levantamento da Coordenação de Pesquisas e Desenvolvimento da Associação de Terminais Portuários Privados (ATP), a retomada do crescimento em maio marca uma virada frente ao início de 2025, quando o setor enfrentou retração. Em janeiro e fevereiro, a movimentação caiu 7,7% na comparação interanual,
Ponta do Ubu
pressionada sobretudo pela queda no granel sólido (-8,5%) e no granel líquido (-10,4%). Essa desaceleração esteve ligada, principalmente, a fatores conjunturais, como menor demanda internacional por commodities brasileiras, em função da desaceleração da economia chinesa, e de incertezas nos mercados globais. Pesaram ainda os ajustes internos na produção agrícola e industrial, como no campo, onde o excesso de chuvas no Centro-Oeste, entre janeiro e fevereiro, atrasou a colheita da soja e do milho, comprometendo a logística de escoamento e a programação de embarques, resultando em um ritmo mais lento da colheita no início do ano, com normalização apenas a partir de março.
O aumento da movimentação portuária de maio impulsionou o desempenho nas três principais modalidades de navegação: interior (+14,98%), longo curso (+8,57%) e cabotagem (+4,55%), indicando uma retomada mais ampla e diversificada no transporte portuário privado. Também é possível observar o crescimento da movimentação portuária em todas as regiões do país. A região Centro-Oeste foi a que obteve o maior aumento percentual, atingindo 69,3%. No entanto, é importante ressaltar que essa região sofreu com a forte seca ao longo de 2024, dessa forma, o que se observa é uma recuperação comparando com o ano anterior. A região Norte cresceu 12,2%, movimentando 11,2 milhões de toneladas, enquanto a Sul avançou 11,6% (5,7 milhões de toneladas). O Sudeste, que concentra o maior volume absoluto, também teve alta significativa de 7,6%, e a região Nordeste um crescimento de 4%.
Terminal Marítimo Ponta UBU – 237,25%
Terminal TKCSA(foto a esquerda) – 97,91%
Terminal Portuário Novo Remanso (direita)- 87,56%
Estação Cianport Miritituba 81,65%
Porto Chibatão – 70,44%
Entre os terminais autorizados com maior destaque estão o Terminal Marítimo de Ponta Ubu – Samarco (237,25%) e o TKCSA – Ternium (97,91%), ambos associados à ATP, que reúne grandes empresas responsáveis por 70 terminais portuários privados do país, atuando em áreas como mineração, siderurgia, agronegócio, petróleo e gás, contêineres e complexos logísticos. “O expressivo crescimento mostra o dinamismo dos terminais portuários privados, essenciais para o comércio exterior e o desenvolvimento sustentável da economia brasileira”, diz Murillo Barbosa, presidente da ATP.
Miritituba
China -25.866.925,89 – 10,85%
Holanda – 2.006.904 – 86,75 %
Malásia – 1.560.739,44 – (-) 17,32%
Estados Unidos – 1.460.901 (-) 5,9%
Segundo o levantamento da ATP, em maio, a China manteve-se como principal destino internacional das cargas movimentadas
Chibatão
pelos TUP, com 25,8 milhões de toneladas e crescimento de 10,8% em relação ao mesmo período de 2024. Dentre os demais países, a Holanda chamou atenção com um aumento expressivo de 86,7%%, sendo o principal ponto de entrada das mercadorias movimentadas pelos TUP para a Europa. Em contrapartida, Malásia (-17,32%) e Estados Unidos (-5,9%) sofreram reduções A redução do primeiro ocorreu em função da queda de exportação de minérios já no caso dos Estados Unidos a queda foi reflexo de uma pequena redução da exportação de combustíveis minerais, como o petróleo.
Valor - SP 29/07/2025
A CK Hutchison Holdings anunciou na segunda-feira que planeja convidar um "grande investidor estratégico" da China continental para se juntar a um consórcio de compradores, após críticas de Pequim ao seu plano de vender dezenas de portos, incluindo dois ao redor do Canal do Panamá.
O investidor, que não foi divulgado pelo conglomerado multinacional, se juntará como um "membro significativo" de um consórcio que inclui a gestora de ativos americana BlackRock, que busca adquirir participações nos portos. As negociações sobre um acordo que avalia as vendas de 43 portos em US$ 22,8 bilhões expiraram no domingo, informou a empresa.
"Mudanças na composição do consórcio e na estrutura da transação serão necessárias para que a transação possa ser aprovada por todas as autoridades relevantes", de acordo com um documento divulgado pela CK Hutchison.
Acrescentou que não prosseguiria com nenhuma transação que não fosse aprovada por "todas as autoridades relevantes" e alertou que as discussões podem não levar a um acordo final.
As ações da CK Hutchison em Hong Kong subiram quase 1% após o anúncio, embora o ganho tenha caído para 0,3% no início do pregão de segunda-feira.
A CK Hutchison, fundada pelo bilionário Li Ka-shing, tem gerado polêmica, já que seu plano de desocupar portos em mais de 20 países se tornou mais um ponto crítico nas tensões comerciais renovadas entre a China e os Estados Unidos desde o retorno do presidente Donald Trump à Casa Branca em janeiro.
O grupo revelou em março um plano para vender participações em 43 portos ao redor do mundo, incluindo dois em cada extremidade do Canal do Panamá, uma importante hidrovia sobre a qual tanto os Estados Unidos quanto a China exercem influência.
Trump havia exigido a devolução do Canal do Panamá aos Estados Unidos "integralmente e sem questionamentos", enquanto o Ministério das Relações Exteriores da China alegou que a passagem não é controlada por nenhuma grande potência.
No entanto, o anúncio da venda planejada de participações portuárias para um consórcio liderado pela Terminal Investment, uma afiliada da transportadora global de contêineres MSC, e pela gestora de ativos americana BlackRock imediatamente provocou a ira de Pequim.
A mídia estatal chinesa e veículos pró-Pequim em Hong Kong publicaram uma série de denúncias sobre o desinvestimento, já que Pequim vê o potencial acordo como uma ameaça aos seus interesses nacionais.
Em abril, a Administração Estatal de Regulação do Mercado da China iniciou uma investigação antitruste sobre a venda dos megaportos.
As autoridades chinesas ameaçaram bloquear o acordo, a menos que a China Cosco Shipping, a maior transportadora do país, receba uma participação, informou o “The Wall Street Journal” anteriormente. BlackRock, MSC e CK Hutchison estão abertas à participação da Cosco, de acordo com o jornal americano.
Analistas afirmam que a inclusão de uma grande empresa chinesa pode abrir caminho para Pequim dar sinal verde para o acordo. A expectativa é de que China e Estados Unidos estendam sua imposição de tarifas durante uma reunião na Suécia esta semana, após uma forte escalada tarifária em maio. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, provavelmente visitará a China ainda este ano com uma delegação de executivo-chefe (CEO)s, informou o “Nikkei Asia”.
"Pelo menos, isso marca um sinal positivo de que as coisas estão avançando, mesmo que possam ir um pouco devagar. Eventualmente, deve haver um acordo de uma forma ou de outra", disse Gary Ng, economista sênior da Natixis. "Eu não ficaria surpreso se este acordo fizesse parte do pacote geral que está sendo discutido na Suécia."
Willy Lin, presidente do Conselho de Transportadores de Hong Kong, descreveu o desenvolvimento como "ganha-ganha para todos", acrescentando que as companhias marítimas já trabalharam com portos chineses em todo o mundo e, portanto, é improvável que levantem preocupações sobre a mudança de propriedade.
"Algumas companhias marítimas podem optar por não operar em certos portos sob pressão geopolítica, mas essa também é uma decisão comercial que elas devem considerar se não quiserem perder certos negócios", disse ele. "No final, esperamos que as considerações comerciais superem a geopolítica."
O Estado de S.Paulo - SP 29/07/2025
A demora na marcação da Autorização Pré-Operacional (APO) pelo Ibama para a Petrobras explorar o poço Morpho, no bloco FZA-M-59, na Bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial brasileira, tem provocado insatisfação na estatal. A companhia desembolsa mais de R$ 4 milhões por dia para manter a sonda ODN II pronta para operar.
Na semana passada, o Ibama marcou uma reunião com a empresa para 12 de agosto, intervalo considerado excessivo e desnecessário pela Petrobras, que esperava realizar a APO nessa época.
Parada há um mês em frente a Belém, no Pará, a ODN II foi contratada em 2023 para explorar o poço Morpho e permaneceu na locação por quase seis meses, aguardando aval do Ibama. Em junho daquele ano, após cansar de esperar o sinal verde do órgão ambiental para prospectar a área, a Petrobras transferiu o equipamento para operações na Bacia de Campos.
Retorno à região Norte ocorreu em maio
A sonda retornou ao Norte do País em maio deste ano, depois de o Ibama autorizar a limpeza da unidade para remover coral-sol do casco e evitar contaminação na Bacia da Foz do Amazonas. A sinalização positiva levou a estatal a apostar que a licença ambiental sairia em julho, o que não ocorreu. Agora, a expectativa é de que a APO seja realizada em agosto e, em seguida, o Ibama emita a licença de exploração.
A Margem Equatorial brasileira é considerada a última grande fronteira de hidrocarbonetos no País. A Petrobras pretende perfurar a região para verificar se os reservatórios no lado brasileiro são tão prolíferos quanto os localizados na vizinha Guiana e no Suriname, onde já foram descobertos mais de 11 bilhões de barris de óleo equivalente.
A reposição de reservas é necessária porque o pré-sal deve entrar em declínio já na próxima década. Sem novas descobertas, o País pode voltar a importar petróleo, prática que abandonou em 2006, quando se tornou autossuficiente com as jazidas do pré-sal.
Valor - SP 29/07/2025
12% do petróleo exportado pelo Brasil são vendidos para os Estados Unidos, segundo a Leggio Consultoria
O tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as exportações brasileiras, com alíquota de 50%, preocupa o setor de petróleo, especialmente as empresas independentes, cuja operação requer custos baixos e preços competitivos da produção. No entanto, a avaliação, até o momento, é de que os impactos sobre este segmento devem ser limitados.
Marcus D’Elia, sócio da Leggio Consultoria, destaca que, atualmente, 12% do petróleo exportado pelo Brasil são vendidos para os Estados Unidos. “As tarifas não devem impactar a produção brasileira de petróleo, pois a fatia exportada para o mercado americano é pequena em relação ao total produzido”, disse D’Elia.
Entidades como o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) defendem cautela e abertura de diálogo entre as lideranças dos dois países em busca de um desfecho diplomático para a questão. “A medida traz incertezas para o setor de petróleo e gás, que responde hoje por 17% do PIB industrial brasileiro e 1,6 milhão de empregos diretos e indiretos no país”, diz o IBP em nota.
A Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abpip) ressalta que a exportação de petróleo por essas empresas para os Estados Unidos representa uma pequena parcela do comércio das petroleiras independentes no Brasil.
“Caso as tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump sejam de fato implementadas, outros mercados -especialmente o asiático e o europeu - têm potencial para absorver essa produção”, disse a Abpip, em nota.
Gabriel Freire, presidente do conselho de administração da Azevedo & Travassos Energia, avalia que em caso de retaliação do Brasil às tarifas americanas, o problema será maior. O governo brasileiro tem sido cauteloso procurando chamar os Estados Unidos para a mesa de negociação. Conta, inclusive, com a ajuda do setor privado brasileiro e dos clientes nos Estados Unidos.
Em eventual aplicação da lei de reciprocidade, porém, as petroleiras poderão ter dificuldades de importar equipamentos e insumos de empresas americanas supridoras da cadeia de óleo e gás. “Talvez será preciso buscar outros fornecedores.”
Luiz Carvalho, analista do BTG Pactual, avalia que o impacto das tarifas sobre a exportação das petroleiras independentes é nulo. No caso da Prio, a empresa poderia minimizar eventuais efeitos do tarifaço. “[As empresas] Facilmente conseguem desviar a produção exportada para outros mercados”, disse Carvalho. Na mesma linha segue o Citi, ressaltando que os Estados Unidos são um grande produtor de petróleo, sem depender tanto do comércio internacional.
Prio, Petroreconcavo e Brava Energia não comentaram o tema por estarem em período de silêncio por conta da divulgação de balanços do segundo trimestre.
Os preços do petróleo balizam o mercado: quanto mais elevadas as cotações, mais favorável é para as petroleiras, tanto “majors”, como são conhecidas as grandes empresas, quanto as “junior oils”. No primeiro anúncio de elevação de tarifas por Trump, em abril, os preços do petróleo chegaram a subir, em reação à medida, mas recuaram e se mantiveram na casa dos US$ 60 por barril. Com a decisão de taxar o Brasil em 50%, as atenções se voltaram para uma eventual combinação entre uma possível perda de competitividade do petróleo brasileiro no mercado americano e uma cotação que segue aquém do esperado pelo segmento. Os preços do Brent têm se mantido no patamar de US$ 65. D’Elia afirmou que a expectativa é que preço do petróleo continue na faixa entre US$ 65 e US$ 75 por barril.
Valor - SP 29/07/2025
Empresas como Petroreconcavo, Prio e Brava Energia ampliaram produção a partir de vendas de ativos da Petrobras
Depois de viverem uma fase de forte crescimento no Brasil, impulsionadas pela Petrobras com a venda de campos terrestres e marítimos entre 2015 e 2023, as petroleiras independentes estão redefinindo estratégias e buscando alternativas para seguir crescendo. O cardápio inclui compra de novas áreas em leilões, fusões e aquisições e melhorias operacionais, entre outras medidas.
Essas ações se aceleraram depois que a própria Petrobras optou, no começo deste governo, por não seguir adiante com o plano de venda de ativos. As empresas independentes, também conhecidas como “junior oils”, são especializadas em recuperar óleo e aumentar a produtividade de áreas em declínio de produção que não interessam mais às grandes, as “majors”.
Essa realidade tem como pano de fundo a imposição de tarifas de importação pelos Estados Unidos. Embora as petroleiras independentes não sejam afetadas pelo tarifaço de Donald Trump, há preocupação que eventual retaliação do Brasil encareça as importações de equipamentos e insumos para o setor (ver Tarifaço deve ter impacto limitado para petroleiras).
A venda de campos pela Petrobras foi parte de um plano maior de desinvestimentos da empresa, que incluiu ainda refinarias e gasodutos, entre outros, e que teve o objetivo de reduzir a dívida da estatal no período pós Lava-Jato. Na exploração e produção (E&P), a Petrobras priorizou áreas do pré-sal, que exigiam investimentos elevados. Assim, vendeu campos que considerava menos lucrativos, o que permitiu a chegada de novos operadores para continuar com a extração de óleo nessas regiões.
As “junior oils” respondem por fatia de 7% a 10% da produção de petróleo e gás natural, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em junho, o país produziu 4 milhões de barris dia de óleo equivalente (Boe) e as empresas de menor porte respondem por 300 mil Boe por dia, segundo a agência. Existem mais de 60 “junior oils”.
Levantamento do Valor com dados das três principais “juniors” brasileiras mostra o crescimento dessas empresas. A Petroreconcavo, que opera no Rio Grande do Norte e Bahia, produzia 11,3 mil Boe/dia no fim de 2020 e passou para 27,2 mil Boe/dia em março de 2025, alta de 141%. Já a Prio, que é a maior independente do Brasil, respondia por um volume de 30 mil Boe/dia em 2020 e chegou a março deste ano com produção média de 109,3 mil Boe/dia, aumento de 264%. A Brava, resultante da fusão entre 3R Petroleum e Enauta, tinha uma produção somada de 28,1 mil Boe/dia em 2020 e alcançou 55,7 mil Boe/dia no fim do primeiro trimestre deste ano, alta de 100%.
Entre os rumos para crescer depois da desistência da Petrobras de oferecer mais campos, as petroleiras independentes miram saídas como fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês), compra de novas áreas em leilões da ANP, diversificação de atividades e foco na eficiência operacional. Em todos os casos, a premissa é a manutenção do baixo custo de produção, “lifting cost”, no jargão do setor.
Com 25 anos de operação completados este ano, a Petroreconcavo aposta na eficiência operacional e na diversificação, com projetos de gás natural. José Firmo, presidente da empresa, diz que uma das saídas é investir em processos mais eficientes para extrair mais óleo dos campos. A companhia adotou a tecnologia de perfuração de poços horizontais, que garante maior aproveitamento de óleo.
A Petroreconcavo também entrou no ramo do gás natural, insumo que responde por cerca de 40% da produção da petroleira. A companhia opera duas unidades de tratamento de gás (UTG), Miranga e São Roque - esta com capacidade para produzir 400 mil m3 /dia de gás. A UTG São Roque tem toda a produção vendida para a BahiaGás, sem precisar passar pela rede de transporte. Também incorporou, em junho, a participação de 50% na unidade de processamento de gás natural (UPGN) Guamaré (RN), adquirida da Brava Energia.
As ações no mercado de gás são resultado da opção da Petroreconcavo pela verticalização das operações, permitindo todo o controle da cadeia pela companhia. “Provamos a teoria de que não temos que pagar um alto custo de tratamento de gás. Temos que entrar de vez naquele negócio, dentro dessa lógica, de cooperação”, disse Firmo.
A Brava Energia, por sua vez, mirou na produção do campo de Atlanta, na Bacia de Campos (RJ), comprado em leilão da ANP. Em janeiro, a empresa começou a operação do navio-plataforma (FPSO) homônimo, com capacidade de produzir 50 mil barris/dia, substituindo uma plataforma de menor porte. Também foca em projetos de maior custo-benefício, desfazendo-se de ativos com menor sinergia. Em maio, repassou 13 campos terrestres na Bacia Potiguar (RN) para a Azevedo & Travassos e a Petro-Victory. Em junho, vendeu 50% da UPGN Guamaré para a Petroreconcavo. A Brava também venderia campos terrestres e em águas rasas na Bahia, mas voltou atrás ao apurar melhoria na produção e maior eficiência operacional. “Não temos nenhuma intenção de retomar esse processo, ele está encerrado”, disse o presidente da Brava, Décio Oddone, em maio.
Enquanto algumas empresas olham para si, outras recorrem ao M&A para crescer, caso da Prio, que comprou participação de 60% no campo de Peregrino, da norueguesa Equinor. A empresa já tinha 40% do campo e comprou o restante em maio. Com produção em torno de 110 mil barris por dia de petróleo, a Prio tem meta de superar 200 mil barris por dia em 2026. “Foi uma grande oportunidade. Peregrino tem uma sinergia enorme com nossos ativos”, disse Roberto Monteiro, presidente da Prio, em maio, a investidores.
A Azevedo & Travassos Petróleo é outra que aposta nas aquisições: anunciou em julho uma fusão com a Petro-Victory, consolidando atuação na Bacia Potiguar (RN) e assumindo operações no Espírito Santo e no Maranhão, onde não atuava. Segundo Gabriel Freire, presidente do conselho de administração da Azevedo & Travassos Energia (controladora do braço de petróleo), tem meta de chegar a 10 mil barris/dia de produção em três anos. Hoje produz 3 mil barris/dia. A ideia, disse, é consolidar na empresa ativos de petróleo que deixem de ser considerados viáveis por “junior oils” de maior porte.
A Azevedo & Travassos também vê caminho na diversificação, entrando no mercado de gás por meio do Polo Periquito, na Bacia Potiguar. Praticamente inexplorado e com reservas de gás, o polo é um das rotas da empresa para chegar à produção de 50 mil m3 /dia. Hoje não produz gás. Com custos baixos e poços em operação, o Polo Periquito apresenta grande potencial, afirmou o executivo.
Apesar da Petrobras reiterar que desistiu de vender campos de petróleo, a empresa sinalizou que pode retomar a venda do Polo Bahia Terra, suspensa em 2023. Neste mês, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que a companhia ainda não tem decisão fechada e que a cotação do petróleo é um dos fatores que influem na definição de manter ou não o ativo em carteira.
“Quando o óleo está a US$ 100 o barril, faz mais sentido [produzir em terra]. Com US$ 65, é diferente, estamos olhando para isso”, disse Chambriard. Ao Valor, a Petrobras disse que “avalia constantemente oportunidades de mercado e movimentação do portfólio”, sempre em busca de “alternativas mais lucrativas” para a companhia. O Polo Bahia Terra foi negociado, entre 2020 e 2023, com um consórcio por Petroreconcavo e Eneva. “Espero que em um futuro próximo a Petrobras volte a vender ativos”, disse Freire, da Azevedo & Travassos.
A Elysian Petroleum seguiu o rumo dos leilões da ANP, ao comprar 122 blocos em três bacias, em certame realizado pela agência no fim de 2023. Parte do mercado tem dúvidas sobre a capacidade da empresa desenvolver todos esses blocos no prazo fixado pela ANP, entre cinco e seis anos, sem risco de penalidades. Na visão de uma fonte, adquirir muitos blocos faz sentido quando todas as áreas são estudadas como um grande setor unificado. Só que, avalia, o prazo da ANP é apertado, sendo mais viável vender esses ativos em um cenário mais favorável. O presidente e fundador da Elysian, Ernani Machado, disse à reportagem que não pretende vender nenhuma área. A Elysian, afirmou, começou o licenciamento para explorar 12 blocos nas nas bacias Potiguar, Sergipe-Alagoas e Espírito Santo. Machado também descartou devolver áreas à ANP. A meta, afirmou, é produzir 2 mil barris/dia em dois anos.
Há expectativas também envolvendo a Seacrest Petróleo. A empresa entrou em recuperação judicial em meio a um embate com a Petrobras sobre a compra de campos terrestres no Espírito Santo. Parte do mercado espera a venda dos ativos ou da própria Seacreast. A produção atual é de 8 mil barris/dia e a empresa pretendia aumentar a extração para mais de 20 mil barris/dia. No pedido de recuperação, a empresa diz que iniciou em 2023 programa de perfuração de 300 poços no Espírito Santo para triplicar a produção até 2025. “No entanto, a investida do grupo não deu o resultado esperado”, admitiu a empresa. O Valor procurou a companhia, mas não teve retorno.
O jornalista viajou a convite da Petroreconcavo
TN Petróleo - RJ 29/07/2025
Já está disponível no site da ANP a versão em inglês das tabelas e gráficos com as informações consolidadas da evolução do setor de petróleo, gás natural e biocombustíveis no Brasil em 2024. Os dados em português já haviam sido divulgados pela Agência em 30/6.
Os dados em português também foram complementados com a Seção 1 - Panorama Internacional, que traz dados como reservas, produção, consumo e preços do petróleo e gás natural em outros países.
Em 2024, houve crescimento das reservas, tanto totais quanto provadas, de petróleo e gás natural. A produção nacional de petróleo teve leve queda de 1%, atingindo 3,4 milhões de barris/dia, enquanto a produção de gás natural cresceu 2,5% (15º ano consecutivo de aumento), chegando a 153,2 milhões de m³/dia. No ano, a produção do pré-sal ampliou sua participação no total nacional, com 78,8% do petróleo e 16,7% do gás.
No setor de biocombustíveis, houve crescimento nas produções de biodiesel (20,4%) e etanol (4,2%). O etanol hidratado apresentou maior competitividade dos preços em relação à gasolina, o que resultou, no ano, num crescimento de 33,9% nas suas vendas.
A produção nacional de derivados também cresceu 1,2% em 2024, chegando a 2,2 milhões de barris/dia, o que correspondeu a 86,4% da capacidade instalada de refino. Já as vendas de derivados pelas distribuidoras registraram crescimento de 0,6%.
Em 2024, o volume de obrigações da cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), presente nos contratos de exploração e produção de petróleo e gás, foi de R$ 4,2 bilhões, crescimento de 8,5 % em relação ao ano anterior. Já o montante gerado de participações governamentais atingiu R$ 98,9 bilhões, um crescimento de 2% em relação ao ano anterior.
Acesse os dados consolidados de 2024 em português: https://www.gov.br/anp/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/anuario-estatistico/anuario-estatistico-brasileiro-do-petroleo-gas-natural-e-biocombustiveis-2025
Acesse os dados em inglês: https://www.gov.br/anp/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/anuario-estatistico/oil-natural-gas-and-biofuels-statistical-yearbook-2025