Clipping Diário

28 | Outubro | 2025

SIDERURGIA

Valor - SP   28/10/2025

Os papéis da Usiminas lideram as altas entre as ações do Ibovespa nesta segunda-feira. Como a ação está descontada, participantes do mercado ponderam que o papel tende a ser mais beneficiado do que outros em um pregão em que agentes financeiros reagem positivamente à perspectiva de trégua tarifária entre Estados Unidos e Brasil, após o encontro entre os presidentes dos dois países no fim de semana.

Piuco antes de 14h40, as ações PNA da Usiminas subiam 8,10%, a R$ 5,34, sendo que chegaram a tocar R$ 5,42 na máxima do dia. No mesmo horário, o Ibovespa avançava 0,47%, aos 146.885 pontos.

“Parece um fluxo de entrada para papéis mais descontados, já que as exportações para os EUA continuam sendo pouco representativas para a Usiminas, frente às vendas de aço no Brasil”, avalia um operador.

Outro participante do mercado cita que o movimento mais positivo para os papéis pode ser impulsionado pela precificação de uma probabilidade maior em torno da implementação de medidas protecionistas, como antidumping, no setor siderúrgico, dado que a Usiminas seria uma das mais beneficiadas.

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   28/10/2025

A estimativa do mercado financeiro do Brasil para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – passou de 4,70% para 4,56%, em 2025.

A previsão foi publicada no boletim Focus desta segunda-feira (27), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), com a projeção de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos do país.

Para 2026, a projeção da inflação também caiu, de 4,27% para 4,20%. Para 2027 e 2028, as previsões são de 3,82% e 3,54%, respectivamente.

Meta de inflação

A estimativa de inflação para 2025 está acima do teto da meta que deve ser perseguida pelo BC. A meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) neste ano é 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.

Depois de queda em agosto, em setembro a inflação oficial subiu 0,48%, com influência da alta da conta de luz. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), em 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula alta de 5,17%. O dado de setembro é o maior desde março (0,56%).

Juros básicos

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros – a Selic. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, em 17 de setembro, o colegiado manteve a Selic em 15% ao ano.

As incertezas do cenário econômico externo e indicadores que mostram a moderação no crescimento interno estão entre os fatores que levaram à manutenção da Selic, na última reunião, no mês passado.

A última ata do órgão do Banco Central afirma que a intenção do Copom é manter a taxa de juros atual (15%) “por período bastante prolongado” para garantir que a meta da inflação seja alcançada.

A estimativa dos analistas sobre a taxa básica que encerrará 2025 se manteve em 15% ao ano. Para o fim de 2026, a expectativa é que a Selic caia para 12,25% ao ano. Para 2027 e 2028, a previsão é que ela seja reduzida novamente para 10,5% ao ano e 10% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Quando a taxa Selic é reduzida a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB

Na edição do boletim Focus desta segunda-feira, a estimativa das instituições financeiras para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma dos bens e serviços produzidos no país – crescimento da economia brasileira este ano recuou de 2,17% para 2,16%.

Para 2026, a projeção para o crescimento da atividade econômica brasileira é 1,78%. Para 2027 e 2028, o mercado financeiro está mais otimista e calcula a expansão do PIB para 1,83% e 2%, respectivamente.

Puxada pelas expansões dos serviços e da indústria, no segundo trimestre deste ano a economia brasileira cresceu 0,4%. Em 2024, o PIB fechou com alta de 3,4%.

O resultado representa o quarto ano seguido de crescimento, sendo a maior expansão desde 2021, quando o PIB alcançou 4,8%.
Câmbio

A previsão da cotação do dólar está em R$ 5,41 para o fim deste ano. No fim de 2026, a estimativa para a moeda norte-americana se manteve em R$ 5,50.

O Estado de S.Paulo - SP   28/10/2025

O ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e presidente em exercício, Geraldo Alckmin, disse nesta segunda-feira, 27, que o diálogo entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente norte-americano Donald Trump “foi muito positivo” e se intensificará nas próximas semanas.

Alckmin citou a exploração de terras raras e possibilidades na área do agronegócio como outros pontos que devem ser abordados na negociação do Brasil com os Estados Unidos, além do ReData, política de desoneração no Brasil para atração de data centers.

“Foi muito positivo (o encontro entre Lula e Trump). O diálogo se estabelece e agora se aprofunda. Vai entrar nesse debate questões tarifárias, embora o Brasil já tenha tarifas baixas sobre produtos dos EUA”, disse. “(Teremos agora) conversa tarifária, não tarifária, oportunidade de data centers no Brasil”, mencionou.

Alckmin está no cargo de presidente da República em exercício enquanto Lula viaja ao sudeste asiático. Em entrevista ao portal ICL Notícias, afirmou também que o Brasil tem energia abundante e renovável, o que favorece o setor dos data centers.

Alckmin disse que o Brasil não deve entrar em uma disputa geopolítica entre Estados Unidos e China. Segundo ele, o Brasil “tem que ter ótimo relacionamento com a China e com os Estados Unidos”.

“O Brasil não tem litígio com ninguém. É um país de paz, que se dá bem com todos e que defende os interesses do Brasil. Temos de ter um ótimo relacionamento da China. É um país que cresce fortemente. Os EUA têm o maior PIB do mundo, um comércio importante, porque tem muito produto industrial e de valor agregado, além de ser o maior investidor no Brasil. Não temos de entrar nessas brigas. Temos de defender o multilateralismo”, disse.

Alckmin defendeu que não é preciso usar o dólar em negociações locais entre países vizinhos, mas disse que essa “é uma coisa muito a longo prazo”.

“É natural que as economias, e nós defendemos o livre comércio e o multilateralismo, façam entendimentos nas suas moedas. A prioridade neste momento é defender o livre comércio e o multilateralismo, a OMC. Quem ganha é a sociedade”, afirmou.

Proteção do SAF

O ministro disse que o Brasil vai ser “protagonista” na substituição do querosene de aviação pelo SAF (sigla em inglês para Combustível Sustentável de Aviação).

“(Temos a) energia mais limpa do mundo, nossa energia elétrica é mais de 80% renovável. (Temos o) combustível mais limpo. Quem tem 30% de etanol na gasolina? Só o Brasil. Quem tem 15% de biocombustível no diesel? Só o Brasil. E vamos ser o protagonista do SAF. Quem pode produzir SAF é o Brasil, EUA e Índia, para substituir o querosene de aviação por um combustível de aviação sustentável”, disse.

Alckmin também defendeu que há muitas oportunidades de negócios de aeronaves com a Índia, assim como em outras áreas. O vice-presidente viajou ao país indiano de 15 a 17 de outubro.

Globo Online - RJ   28/10/2025

Apesar de reiterarem o pedido para que os Estados Unidos suspendam o tarifaço imposto a exportações brasileiras ao país enquanto durarem as negociações, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os negociadores brasileiros não receberam de Donald Trump e seus assessores nenhuma resposta imediata sobre a possibilidade de uma trégua, ainda que temporária. Ainda assim, membros da comitiva de Lula dizem a interlocutores, inclusive da iniciativa privada, que a expectativa é que o tema seja resolvido ainda neste ano.

A comitiva de Lula chega ao Brasil de volta da Malásia na noite desta terça-feira sem definição de datas para novos encontros, embora haja a possibilidade de uma viagem de Alckmin a Washington nas próximas semanas, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto.

Em conversas com grandes empresários no Brasil, membros da comitiva de Lula na Malásia disseram que, embora o plano A do governo ainda seja obter uma suspensão, ainda que por um prazo de 90 dias, já se cogita e se conversa sobre discutir também isenções setoriais, uma vez que Trump tem sido pressionado por importadores americanos de produtos brasileiros — em especial de café e carne bovina — a relaxar o tarifaço em meio à inflação desses itens no país.

Na semana passada, Geraldo Alckmin já havia dito a empresários do ramo cafeicultor que o plano B do Brasil seria ampliar a lista de itens isentos ao tarifaço, a começar por produtos já inseridos pelo próprio Donald Trump como possíveis exceções por serem “recursos naturais indisponíveis” nos EUA.

No dia 5 de setembro, Trump atualizou o tarifaço e inseriu um anexo de 109 páginas de produtos que poderiam ser isentos de tarifas por serem indisponíveis localmente. No arquivo, constam itens como café, ligas de aço, ferro e carne bovina, produtos que o Brasil historicamente exporta aos EUA, estão entre os principais da pauta de exportações brasileira e hoje estão sujeitos às tarifas de 50%. A efetividade da isenção, porém, depende da decisão pessoal do presidente americano.

A negociação comercial agora, segundo empresários ouvidos pelo GLOBO, deve se dar principalmente entre o vice-presidente Geraldo Alckmin com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e com o representante Jamieson Greer, representante comercial dos americanos. Também devem manter diálogos o chanceler Mauro Vieira e Marco Rubio, bem como o ministro da Fazenda Fernando Haddad e o Secretário do Tesouro americano, Scott Bessent.

Na frente comercial, ficou acertado, desde a reunião do chanceler Mauro Vieira com Rubio em Washington, que o USTR (Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos) conduzirá as negociações com o governo brasileiro. Empresários, no entanto, dizem, reservadamente, que o shutdown do governo americano, que chega à quinta semana, pode prejudicar o timing das negociações no momento.

Monitor Digital - RJ   28/10/2025

Conversamos com Márcio Sette Fortes, economista e ex-diretor do Brasil no BID, sobre as questões envolvendo Brasil, Estados Unidos e China.
Qual a sua avaliação sobre o encontro do presidente Lula com o presidente Trump?

A primeira impressão que eu tive foi que o presidente Trump, ao passar as fases seguintes da negociação para os seus secretários, deixou a questão muito incerta, pois ao mesmo tempo em que isso pode ser uma manifestação de boa vontade, também pode ser uma sinalização de que eles vão ficar apenas conversando e as tratativas não vão andar. É por isso que, na minha opinião, a questão está em aberto, já que não sabemos quais são as reais intenções dos Estados Unidos.

Um ponto importante é que a grande preocupação dos Estados Unidos não é a negociação com o Brasil, e sim com a China, pois existe um problema muito sério de relacionamento direto entre os dois países, principalmente por causa da questão da soja e das terras-raras.

Particularmente, eu acredito que haverá uma negociação com resultados práticos em termos de produtos específicos, com os Estados Unidos gerando possibilidades de inclusão na lista com o Brasil tendo que fazer concessões econômicas, mas não políticas, já que isso não está na agenda brasileira de negociação.

Se a China é a prioridade, porque Trump tomou a iniciativa de chamar Lula para a conversa na Assembleia Geral da ONU?

Trump tomou a iniciativa por causa dos efeitos econômicos internos que vão ressoar, ao longo dos próximos meses, nos Estados Unidos, já que o aumento tarifário gera inflação dentro do mercado norte-americano. É por isso que a lista de exceções, que conta com cerca de 700 produtos, pode ser ampliada para priorizar o que for mais importante para os Estados Unidos, e não necessariamente o que o Brasil está pedindo, como aconteceu com a fibra curta de celulose e a liga de ferro níquel, que são produtos usados em larga escala pelos Estados Unidos e que teriam repercussões na inflação do país.

Isso porque se a elevação de tarifas gera pressão inflacionária, esse movimento vai de encontro à expectativa de que o Federal Reserve reduza a taxa de juros norte-americana, já que o mercado ainda espera mais duas reduções para este ano, mas se o país começa a ter um choque inflacionário, essa tendência se reverte rapidamente. Nesse caso, o Federal Reserve teria que aumentar os juros para conter a inflação, justamente o que o presidente Trump não quer devido a questão do financiamento da dívida pública do país.

Outro efeito perverso seria o aumento da estagnação econômica, já que juros mais altos encarecem o dinheiro, o que cerceia o consumo e os investimentos e faz com que o país cresça menos. Por fim, se a economia começar a desacelerar muito, existe um aspecto social grave nessa história, que é a perda dos postos de trabalho.

É por isso que a estratégia norte-americana de trabalhar produto a produto e conseguir aos poucos concessões do Brasil, é muito bem bolada.
Como você avalia a conduta do governo brasileiro em relação à questão com os Estados Unidos?

Na primeira reunião entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário Marco Rubio, o Brasil mostrou-se insatisfeito com a situação, o que era perfeitamente normal. Em seguida, o Congresso passou a Lei de Reciprocidade, mas o governo preferiu a negociação ao enfrentamento, o que faz com que a possibilidade de ganhos seja maior.

Embora o presidente Lula tenha criticado, por diversas vezes, o posicionamento dos Estados Unidos e as decisões unilaterais do presidente Trump, o que talvez mais irrite os norte-americanos seja a sua conduta na questão do afastamento do dólar nas trocas internacionais, com o uso de outras soluções de pagamento.

Por mais que o Governo Trump tenha reagido a isso desde o seu início, inclusive ameaçando impor uma tarifa específica para os países do Brics que ousassem falar desse assunto, a questão de uma moeda única para o Brics é totalmente irreal, ou seja, os Estados Unidos não precisam se preocupar com isso, pois além dessa questão não ser de curto prazo, até porque ela exigiria uma harmonização de políticas macroeconômicas entre os países dos Brics, existe uma grande assimetria econômica entre os seus membros que faria com que essa harmonização não fosse fácil.

Outro ponto é que o volume de comércio intramembros precisaria ser muito maior do que é hoje. Para que você tenha uma ideia, quando a União Europeia começou a funcionar, o comércio intrabloco estava em uma faixa de 60%, sendo que o comércio entre os países do BRICS está em 15%, com o contraponto de que o Brics não é um bloco econômico como a União Europeia. É por isso que falar em moeda única para o Brics não é uma questão para o momento, já que ela demoraria muitos anos para ser implementada.
Como você está vendo a questão comercial entre China e Estados Unidos?

Ao longo dos últimos meses, a China parou de comprar soja dos Estados Unidos. Ao fazer isso, já havia um indicativo de que a China estava se municiando com um poder de barganha muito grande para ser levado à mesa de negociação, o que criou um problema para os produtores de soja norte-americanos. Isso porque, como eles se endividam para produzir, eles precisam faturar, mas os Estados Unidos não têm um substituto que compre o volume de soja que era comprado pela China.

Além disso, os Estados Unidos não têm onde colocar a soja que está sendo produzida, e que é perecível, já que o país não possui silos suficientes. Como isso criou uma pressão muito grande por parte dos produtores rurais norte-americanos, isso aumentou o poder de barganha da China, tanto que os Estados Unidos vão pedir à China para que ela reabra o seu mercado para a soja do país.

A China não vai querer depender apenas da soja brasileira, até porque as janelas de fornecimento entre Brasil e Estados Unidos se alternam, mas ela pode ficar comprando do Brasil durante um tempo, por mais que isso cause problemas de abastecimento interno quando o Brasil não estiver fornecendo.

Com relação às terras-raras, quando a China impôs os controles de exportação, ela assegurou outro poder de barganha para, efetivamente, chamar os Estados Unidos para a mesa de negociação. Isso não aconteceu agora por um acaso. Como já havia uma perspectiva do presidente Trump ir à Ásia para participar das reuniões da Asean (Association of Southeast Asian Nations), isso foi feito para aproveitar o calendário da reunião para que houvesse negociações pessoais entre os presidentes, pois a China não está nada satisfeita com a negociação inicial feita com os Estados Unidos, pois há uma grande diferença entre o que os Estados Unidos estão cobrando para que os produtos chineses entrem no país e o que a China está cobrando para que os produtos norte-americanos entrem no país. Evidentemente, ela quer mudar os termos dessa negociação.
Como o Brasil pode tirar proveito dessa situação?

O Brasil tem que preservar os seus volumes de vendas tradicionais para a China. Eu não digo os volumes atuais, pois o Brasil está aproveitando a ausência dos Estados Unidos para vender mais soja para a China do que ele normalmente vende. Isso porque, quando os Estados Unidos voltarem a vender soja para a China, o país não ganhe market share em cima das vendas brasileiras. Se o Brasil não perder espaço, já vai ser muito bom, pois, pelo menos, voltamos ao patamar inicial.
Considerando a nossa conversa, você gostaria de acrescentar algum ponto à sua entrevista?

Como a China não está conseguindo colocar seus produtos industrializados nos Estados Unidos, devido a falta de um acordo de redução tarifária entre os dois países, os chineses podem começar a espalhar os seus produtos pelo mundo, inclusive no Brasil. Cabe destacar que os produtos chineses não são mais as quinquilharias de 20 anos atrás, pois eles melhoraram muito de qualidade.

A indústria brasileira tem que estar atenta a isso, pois além da questão do dumping, existe a questão dos volumes importados de forma massiva que podem criar prejuízos à indústria nacional, o que pode requerer do governo brasileiro medidas antidumping, compensações, salvaguardas etc. Se o mercado norte-americano não for reaberto muito rapidamente para os produtos chineses, essa competição pode se tornar um problema para a indústria brasileira.

CNN Brasil - SP   28/10/2025

A virada de posição do governo americano sobre o Brasil é liderada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, segundo o diretor-executivo para as Américas da Eurasia Group, Christopher Garman.

Nesta segunda (27), o republicano elogiou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o parabenizou por seu aniversário, dizendo que ele é "muito vigoroso".

A posição é muito distinta da exposta em julho, na carta que oficializou o tarifaço ao Brasil, quando classificou a relação comercial entre os dois países como "injusta" e, no aspecto político, criticou a condução do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Me parece que foram vários fatores que estão contribuindo para o lado político chegar em segundo plano", declarou Garman ao WW.

Entre os motivos que aproximaram Lula de Trump - e afastaram o americano de Bolsonaro - o especialista cita uma frustração do presidente dos Estados Unidos com as tarifas impostas contra produtos brasileiros.

O diretor da Eurasia explica que o grupo responsável pela política em relação ao Brasil no Departamento de Estado vendia a ideia "que poderia reverter a inelegibilidade de Bolsonaro".

No entanto, diante da falta de indicação de que isso poderia ocorrer "Trump questionou a eficácia de todas as medidas. Acho que esses diplomatas venderam um peixe que não entregaram", disse.

Outro tópico de interesse da Casa Branca seriam os minerais críticos, que o Brasil detém grandes reservas, mas não tem capacidade de refino e mineração.

Recentemente, a China limitou a exportação desses materiais, que são usados para a produção de chips e equipamentos militares. Pequim é a maior produtora de terras raras, sendo responsável por 91% de todo o refino mundial. Esse movimento teria feito a Casa Branca mudar a estratégia para reduzir a dependência chinesa.

"Eu diria que houve um terremoto em Washington quando os chineses suspenderam a exportação de minerais críticos", afirmou Garman.

Por fim, ele aponta um otimismo em relação a um acordo comercial entre Brasil e EUA, mas reconhece que o tema será um desafio.

"Pode ter um desalinhamento das expectativas dos Estados Unidos e as realidades do Brasil sobre o acordo", destacou.

"Será que os americanos acham que os brasileiros vão aceitar tudo o que querem? Acho que o Brasil vai oferecer algumas coisas, mas não mostra disposição para aceitar o que for necessário para um acordo."

Infomoney - SP   28/10/2025

Os juros dos Estados Unidos devem ter um novo corte na próxima quarta-feira (29), data em que termina a reunião do Federal Open Market Committee (Fomc) para definir a política monetária. A projeção é de corte de 0,25 p.p, de acordo com o Banco Inter, mesmo com o apagão de dados oficiais.

Com isso, aumenta a importância de dados alternativos que possam indicar o estado atual da economia, avalia André Valério, coordenador de pesquisa macroeconômica do Inter.

“Apesar do apagão de dados, o Fed deve cortar 25 pb em outubro e dezembro; a duração atípica do shutdown eleva o risco de danos econômicos e reforça a inclinação a afrouxar. Para 2026, um corte adicional é incerto e dependerá de nova fraqueza do mercado de trabalho”, avalia Valério.
Desde 1º de outubro, o governo dos EUA está paralisado porque o Congresso ainda não aprovou o plano fiscal para 2026. Isso faz com que somente os serviços essenciais continuem em operação, o que não inclui a coleta de estatísticas socioeconômicas.

Segundo Valério, os dados disponíveis indicam continuidade do cenário observado antes da paralisação – alguns demonstrando queda na criação de emprego, outros demonstrando continuidade da situação, sem sinais de piora.

Os dados da ADP, empresa que coleta números de folha de pagamento do mercado privado, podem substituir em parte os indicadores que deixaram de ser divulgados pelo payroll. Em setembro, estes dados mostraram redução líquida de 32 mil vagas de emprego, o que indica “clara tendência de queda”, avalia Valério.

O índice de emprego temporário da American Staffing Association indica leve crescimento de 1,2%  na contratação de trabalhadores temporários e em contratos de curto-prazo em outubro, em comparação com o mesmo mês do ano passado.

Esse índice é considerado um antecedente para as vagas formais de emprego, já que eles são os primeiros a serem demitidos em um movimento de desaceleração – o que não tem acontecido na desaceleração recente. “Uma justificativa pela melhora do desempenho desde julho pode ser a elevada incerteza causada pelas tarifas, que pode ter levado as empresas a optarem por trabalhadores temporários até que a incerteza se dissipe de maneira satisfatória”, afirma Valério.

Já o Fed de Chicago continua compilando estatísticas de trabalho, apesar do shutdown, o que aponta a taxa de desemprego de setembro variando marginalmente de 4,32% para 4,34%, enquanto a taxa de admissão aumentou de 2,09% para 2,10%.

Pressão inflacionária

Valério aponta que, ao mesmo tempo, ainda há pressões inflacionárias vindas das tarifas.

Os dados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) divulgados até então apontam reaceleração na inflação de bens, pressão que continua sendo observada, na análise de Valério. Além disso, os preços pagos pelas indústrias sugerem que os repasses desses custos devem continuar, podendo elevar a inflação acima de 3% ao ano.

O dado oficial de inflação de setembro, no entanto, veio abaixo do esperado, o que é explicado pela dinâmica de compensação. Ele afirma que a desinflação em serviços, vinda dos aluguéis, tem neutralizado a pressão de alta que as tarifas impõem sobre a inflação de bens.

PIB resiliente

Em contraste com a pressão inflacionária, o desempenho do PIB americano demonstra forte resiliência, aponta Valério. Apesar de o mercado de trabalho ter apresentado desaceleração nos últimos meses, isso não refletiu na atividade econômica.

A estimativa (“nowcast”) do PIB do 3º trimestre feita pelo Fed de Atlanta projeta um crescimento anualizado de 3,9%. E o índice de atividade econômica semanal medido pelo Fed de Dallas sugere a continuidade da “robustez” da atividade econômica.

“Esperamos que o Fed entregue os cortes de 25 pontos base em cada uma das reuniões até o fim do ano. Ainda assim, o cenário não parece ser consistente com uma economia necessitada de apoio da política monetária, o que torna o cenário para os juros em 2026 mais incerto. O Fed planeja cortar mais uma vez em 2026, mas, a não ser que o mercado de trabalho continue enfraquecendo, talvez não haja espaço para esse corte”, afirma Valério.

MINERAÇÃO

Valor - SP   28/10/2025

Contratos para janeiro, os mais negociados, encerraram cotados a US$ 110,43 por tonelada

Os futuros do minério de ferro encerraram em forte alta na Bolsa de Dalian, em uma manhã de otimismo nos mercados globais após avanços nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China.

Analistas, entretanto, destacam que os fundamentos do minério continuam sob pressão, com aumento da oferta e desaceleração da demanda.

Os contratos para janeiro, os mais negociados, encerraram em alta de 1,94%, a 786,50 yuan (US$ 110,43) a tonelada.

CNN Brasil - SP   28/10/2025

O minério de ferro, o mais importante da mineração nacional, deve ser contemplado pela Política Nacional dos Minerais Críticos, que tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputados.

Segundo fontes do Congresso e do governo ouvidas pela CNN Brasil, há um consenso entre o Executivo e o Legislativo para enquadrar o ferro como um minério “estratégico” para o Brasil na versão final do texto, que deve ser apresentada ainda em novembro pelo relator, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP).

Com isso, o ferro, responsável por 52% do faturamento e 65% das exportações do setor mineral, passaria a ter acesso aos benefícios tributários que serão incluídos na proposta.

A justificativa que será utilizada é que o ferro integra dois grupos: o de minerais essenciais para produtos e processos de alta tecnologia e o de minerais fundamentais para a balança comercial, por garantirem superávit.

Nos bastidores, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, é um dos principais defensores da ideia. Ele tem se aproximado do setor privado e considera válidos os argumentos apresentados pelas mineradoras. A Vale e a Anglo American são duas que têm feito a interlocução, segundo relatos de mineradoras ouvidas pela reportagem.

A Fazenda, no entanto, tem reiterado em todas as reuniões sobre o tema ser contrária à concessão de novos benefícios fiscais. O ministério reconhece a relevância do setor para a economia nacional, mas avalia que ampliar incentivos iria na contramão da política econômica em vigor.

Em contrapartida, a equipe econômica articula e apoia a criação de linhas de crédito específicas para o setor junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

A classificação de um mineral como crítico ou estratégico – embora siga padrões internacionais – varia de país para país. No Brasil, apesar de ainda não existir um marco regulatório específico para a mineração crítica, o ferro já é considerado “estratégico’ pelo governo.

O setor do ouro também pressiona para ser incluído nessa lista. Interlocutores do Congresso afirmam, porém, que ainda não há consenso sobre o tema.

Existe um “debate técnico” sobre essa possibilidade, segundo relatos.

Um argumento apresentado tanto pelo setor do ouro quanto pelo do ferro nas negociações é o papel desses minérios na era da energia verde.

O governo e o Congresso pretendem dar grande ênfase à transição energética no texto, já que minerais críticos são, também, insumos essenciais para tecnologias de energia limpa.

O setor do ouro argumenta que o mineral é utilizado na fabricação de componentes eletrônicos, como placas de circuito e conectores para painéis solares e baterias.

Já o ferro, além de ser empregado na construção de linhas de transmissão, pode contribuir para a descarbonização da indústria do aço.

AUTOMOTIVO

Auto Industria - SP   28/10/2025

AAnfavea confirmou encontro nesta terça-feira, 28, das 15h30 às 16h30, com o ministro Geraldo Alckmin, do MDIC, Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, para discutir sobre o risco da falta de chips afetar a produção de veículos no Brasil.

O encontro será na sede do ministério, em Brasília, com participação do presidente da Anfavea, Igor Calvet, e também de representantes do Sindipeças.

Valor - SP   28/10/2025

Segundo Olaf Lies, do conselho supervisor da Volkswagen, a Europa corre o risco de ser arrastada para um conflito comercial cada vez maior entre os EUA e a China

A disputa comercial entre a China e a Holanda sobre a fabricante holandesa de chips Nexperia, que ameaça interromper a produção no setor automotivo, precisa de uma solução diplomática rápida, já que a indústria sozinha não pode resolvê-la, disse um membro do conselho supervisor da Volkswagen.

Olaf Lies, que também é primeiro-ministro do estado da Baixa Saxônia, sede da Volkswagen, que detém 20% das ações da montadora, disse à emissora ARD, nesta segunda-feira (27), que a Europa corre o risco de ser arrastada para um conflito comercial cada vez maior entre os EUA e a China.

“Agora precisamos de uma solução diplomática muito rápida para que a produção possa continuar por enquanto, mas, além dessa solução diplomática, também precisamos de um pouco menos de dependência”, disse Lies.

A China proibiu as exportações de produtos acabados da Nexperia em resposta ao fato de a Holanda ter assumido o controle da empresa, cujo proprietário chinês, Wingtech, foi apontado pelos EUA como um possível risco à segurança nacional.

O impasse deixou montadoras e fornecedores em busca de alternativas, com a Volkswagen entre as empresas que não descartam possíveis paralisações na produção e a fornecedora Bosch se preparando para dispensar funcionários se nenhuma solução for encontrada.

Os fornecedores de automóveis europeus nunca serão totalmente independentes da China, disse Lies, acrescentando que produzir essas peças na Europa é atualmente mais caro do que importá-las do exterior.

“É por isso que nós, o estado e a UE, devemos garantir que estejamos em posição de produzir de forma competitiva na Europa”, disse ele.

Valor - SP   28/10/2025

A Toyota Motor começará a fabricar veículos híbridos no Vietnã já em 2027 e aumentará a capacidade de produção local para atender ao crescente interesse do país por carros movidos a gasolina e eletricidade.

Os híbridos serão produzidos na fábrica da montadora japonesa na província de Phu Tho, no norte do Vietnã, perto de Hanói.

O Vietnã será o quarto país asiático a produzir híbridos Toyota fora do Japão, depois da Tailândia, Indonésia e Malásia.

O Vietnã registrou vendas de 9.785 veículos híbridos de janeiro a setembro de 2025, um aumento de cerca de 70% em relação ao ano anterior, relata a Associação de Fabricantes de Automóveis do Vietnã (Vama). A Toyota detém a maior parte do mercado local de híbridos.

Mas os híbridos representam menos de 3% das vendas de veículos novos no país do Sudeste Asiático.

A Toyota planeja investir cerca de US$ 360 milhões no Vietnã para aumentar a capacidade. A empresa instalará três prensas adicionais para moldar chapas de aço, elevando o total para quatro. A pintura será automatizada e as tintas à base de óleo serão substituídas por produtos à base de água, mais ecológicos.

A previsão é de que esses investimentos sejam concluídos em 2027 ou posteriormente. A capacidade anual será aumentada à medida que o mercado vietnamita crescer, chegando a cerca de 100 mil veículos — mais que o dobro dos atuais 47 mil.

As vendas de veículos novos no Vietnã podem chegar a 1 milhão por ano já em 2030, disse Keita Nakano, presidente da Toyota Motor Vietnam. Esse número tornaria o mercado vietnamita maior do que o da Tailândia e da Indonésia, onde o crescimento desacelerou.

As vendas de carros novos no Vietnã totalizaram cerca de 500 mil veículos em 2024, de acordo com dados da Vama, além de dados da fabricante de veículos elétricos VinFast e da Hyundai Motor.

A estrela em ascensão na indústria automobilística vietnamita é a VinFast, a marca mais vendida, com 103.884 veículos novos vendidos nos primeiros nove meses deste ano. Os modelos compactos são particularmente populares.

A VinFast se beneficiou de incentivos governamentais. Enquanto um imposto especial sobre o consumo de pelo menos 35% se aplica a carros de passeio, incluindo híbridos, os veículos elétricos têm uma alíquota de apenas 1% a 3%. Isso mantém o preço do modelo VF3 de entrada da VinFast em cerca de US$ 13 mil.

O governo deve reduzir o imposto sobre híbridos em 30 pontos percentuais em relação à alíquota para veículos a gasolina. Isso "reduziria o preço de venda dos híbridos em cerca de 10%", disse Nakano. Mas condições rigorosas serão aplicadas, e nem todos os modelos híbridos serão elegíveis.

A Toyota está adotando diversas abordagens para opções de fontes de energia, desde gasolina e híbridos até células de combustível e veículos elétricos. A empresa acredita que os híbridos alcançam o equilíbrio certo entre preço e impacto ambiental no Sudeste Asiático, onde grande parte da eletricidade ainda é gerada por combustíveis fósseis.

As vendas de híbridos na Tailândia atingiram 126.624 veículos em 2024, crescendo junto com os veículos elétricos, de acordo com a provedora de dados automotivos MarkLines.

Valor - SP   28/10/2025

A BYD registrou um aumento de quase cinco vezes nas vendas europeias em setembro, um sinal de como os clientes da região estão cada vez mais receptivos à linha de veículos elétricos e híbridos da gigante automobilística chinesa.

Os registros de carros novos para modelos BYD, um reflexo das vendas, quase quintuplicaram em um ano, para 24.963 veículos na Europa no mês passado, de acordo com a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis, um órgão do setor também conhecido como Acea.

O número inclui dados da União Europeia, bem como do Reino Unido, Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça. Somente na União Europeia, os registros da BYD mais que triplicaram, para 13.221 veículos.

O aumento nas vendas, o terceiro desde julho, depois que a Acea começou a incluir a maior montadora da China em seus dados mensais, ressalta o apelo da linha de produtos da BYD na Europa, embora as vendas absolutas permaneçam muito abaixo das de montadoras nacionais estabelecidas, como a alemã Volkswagen ou a Stellantis (dona das marcas Jeep e Dodge). Ambas as empresas venderam, respectivamente, 317.432 e 165.457 veículos na Europa no mês passado, de acordo com a Acea.

A BYD vem se expandindo agressivamente no continente, alavancando suas linhas relativamente baratas e variadas para ganhar participação de mercado dos rivais. No final de 2023, a empresa chinesa anunciou planos para construir uma nova fábrica de automóveis de passeio na Hungria, com início de produção previsto para os próximos meses.

Enquanto isso, os registros da marca Tesla, do bilionário Elon Musk, caíram 10,5% na Europa e quase 19% somente na União Europeia no mês passado, de acordo com dados da Acea, somando-se a uma série de vendas mensais decepcionantes para a empresa neste ano.

Além da concorrência chinesa e europeia, a Tesla tem lidado com as consequências do envolvimento de Musk com o governo Trump, que chegou ao fim há alguns meses. O grupo tem revisado sua linha recentemente, buscando aumentar seu apelo, e lançou recentemente versões simplificadas de seus populares SUV Model Y e sedã Model 3.

A Acea afirmou que o mercado de veículos elétricos na União Europeia continuou a melhorar em setembro. As vendas de veículos elétricos a bateria aumentaram 20% em relação ao ano anterior, com um salto de 32% na Alemanha. Os emplacamentos de carros híbridos elétricos aumentaram 16%, enquanto os modelos híbridos plug-in registraram um crescimento de 65%.

A Acea afirmou que os emplacamentos de automóveis de passeio na União Europeia aumentaram 10% em setembro, para 888.672 veículos, com aumento de 13% nas vendas na Alemanha, 1% na França e 4,2% na Itália.

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

Valor - SP   28/10/2025

A JSL e a Vamos, ambas controladas pela Simpar, celebraram contrato para locação de frota de empilhadeiras pelo prazo de 84 meses. Foi pactuado o pagamento mensal, por parte da JSL para a Vamos, no valor de R$ 889 mil, sendo estimado um pagamento total equivalente a R$ 74,67 milhões.

Confira os resultados e indicadores da JSL e das demais companhias de capital aberto no portal Valor Empresas 360

No termos acordados, a Vamos disponibilizará à JSL uma frota de máquinas e equipamentos intralogísticos para o atendimento de um novo contrato celebrado pela JSL.

O valor mensal devido pela JSL à Vamos será reajustado anualmente a partir da sua data de assinatura, conforme 100% da variação anual positiva do IPCA, desconsiderando-se eventual variação negativa do índice.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Exame - SP   28/10/2025

O mercado de materiais de construção no Brasil viu uma recuperação significativa em 2025, com um crescimento notável nas compras de materiais de acabamento, segundo o Panorama de Consumo de Materiais de Construção por Construtoras e Incorporadoras, elaborado pelo Ecossistema Sienge em parceria com a Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção).

Entre janeiro de 2023 e julho de 2025, os materiais de acabamento, como pisos cerâmicos e tintas, registraram um aumento acumulado de 102% nas compras pelas construtoras e incorporadoras. Em paralelo, os materiais de base, como cimento, tijolos e argamassa, tiveram um crescimento de 68% no mesmo período.

Segundo a pesquisa, os materiais de acabamento já respondem 29% do total das compras, percentual acima da média histórica, que gira entre 23% e 26%. Embora os materiais de base ainda dominem as compras (representando entre 71% e 77% do valor gasto), a aceleração no consumo de acabamentos sugere uma maior dinâmica nas etapas finais das obras.

Gabriela Torres, gerente de inteligência estratégica do Ecossistema Sienge, destaca que essa tendência reflete uma retomada do ritmo das obras, com foco em prazos mais curtos e uma coordenação mais precisa entre as etapas de construção.

“Os dados não evidenciam, diretamente, uma redução no tempo total das obras, mas apontam um setor em transformação. A construção vem amadurecendo e incorporando cada vez mais tecnologia — desde ferramentas de gestão e planejamento até métodos construtivos industrializados", afirma Gabriela Torres, gerente de inteligência estratégica do Ecossistema Sienge.

"Essa modernização traz mais integração entre as etapas, reduz desperdícios e torna os processos mais previsíveis e eficientes. Com a reforma tributária e outras mudanças estruturais em andamento, a tendência é que essa digitalização se acelere ainda mais, impulsionando ganhos de produtividade e fortalecendo a sustentabilidade das empresas no longo prazo”, explica.

Case de sucesso

Um dos destaques do relatório é a análise de uma obra de alto padrão iniciada em 2022. No início, a maior parte das compras foi direcionada à estruturação da obra, com 97% dos gastos voltados para materiais básicos.

A partir do final de 2023, os materiais de acabamento passaram a representar mais de 50% do total das aquisições, sinalizando a transição para as fases finais da construção, onde a atenção à qualidade e à experiência do cliente se torna mais evidente.

Paulo Engler, presidente da Abramat, aponta que a previsão para 2026 é de um avanço significativo na eficiência do setor.

“A evolução das práticas de industrialização e a crescente adoção de soluções sustentáveis devem impactar diretamente o consumo de materiais, com os produtos de acabamento superando a marca dos 30% de participação nas compras totais”, prevê Engler.

A mudança nas práticas do canteiro de obras, que se aproxima de uma linha de montagem, também deverá ter um papel importante nesse processo, permitindo a redução de retrabalho e encurtando os prazos. “A disputa no mercado de materiais de construção não será mais apenas por preço, mas também por performance e velocidade”, acrescenta Engler.

Além disso, o uso de ferramentas analíticas tem se tornado essencial para as empresas do setor, permitindo um planejamento mais estratégico de compras e investimentos. Com acesso a dados históricos e projeções de tendências, as construtoras e incorporadoras podem ajustar seus estoques e cronogramas de maneira mais eficaz, o que é crucial em um setor de margens apertadas e projetos de longo prazo.

O Estado de S.Paulo - SP   28/10/2025

O corte na projeção de alta no Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil em 2025, passando de 2,3% para 1,3%, não representa o fim do ciclo de crescimento do setor. Em vez disso, a expectativa é que a construção volte a ganhar fôlego no próximo ano.

“Achamos que o PIB da construção em 2026 vai crescer mais do que neste ano”, afirmou o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, em apresentação à imprensa. “O menor ritmo de atividade na construção neste ano não significa fim de ciclo de crescimento, nem que há um baixo nível de atividade”, complementou a economista-chefe da CBIC, Ieda Vasconcelos.

Os representantes da CBIC explicaram que o corte nas projeções para este ano é um reflexo do efeito dos juros altos sobre a economia brasileira, que tem reduzido o desenvolvimento de novos projetos, as contratações e, principalmente, a compra de materiais de construção pelas famílias para fins de reformas e obras domésticas.

Já para o ano que vem, a previsão é que o PIB da construção se recupere, tendo em vista o início do ciclo de corte da Selic e as medidas governamentais adotadas para estimular as atividades do setor. “Para o futuro, vemos algumas ações para corrigir isso (problemas causados pelos juros altos)”, afirmou Correia.

A construção civil atingiu a marca de 3,051 milhões de pessoas empregadas com carteira de trabalho em agosto, de acordo com dados do Ministério do Trabalho, e está perto de bater o recorde registrado em outubro de 2013, quando eram 3,074 milhões.

“O setor está perto de bater recorde de empregos”, destacou a economista-chefe da CBIC, Ieda Vasconcelos, durante apresentação à imprensa. Ela estimou que o recorde pode ser atingindo ainda este ano.

Entretanto, os últimos meses de cada ano costumam ser marcados por uma desaceleração das atividades da construção e perda de empregos. Desse modo, o setor deve ficar acima do recorde atual de maneira mais duradoura só em 2026. “Há sinalização de continuidade do crescimento do emprego para o ano que vem”, destacou.

Todos os três segmentos do setor aumentaram o número de trabalhadores na comparação entre agosto deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado. O incremento foi observado na construção de edifícios (3,02%), nas obras de infraestrutura (1,75%) e nos serviços especializados (3,98%).

Nos últimos 12 meses encerrados em agosto de 2025, o setor criou 89 mil novos empregos. Apesar de positivo, houve uma perda de fôlego no ritmo de contratações. O montante foi menor do que nos 12 meses anteriores a agosto de 2024, quando foram criadas 148,5 mil vagas. Essa desaceleração reflete o efeito do juro alto, que inibe o desenvolvimento de novos projetos e as contratações.
Custos

A subida dos gastos com mão de obra é o que mais tem puxado a inflação da construção civil, apontou Ieda Vasconcelos.

Ela observou que o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC) cresceu 6,78% no acumulado dos últimos 12 meses até setembro, conforme dados da Fundação Getulio Vargas (FGV).

A mão de obra cresceu 9,88%, enquanto materiais e equipamentos subiram 4,53% e os serviços, 5,47%. O peso da mão de obra reflete o nível baixo de desemprego no país e a falta de trabalhadores qualificados, dificultando as contratações.

Vasconcelos observou ainda que o custo da construção continua em patamar superior à inflação oficial do País, medida pelo IPCA, que estava em 5,17% no mesmo período. “Os custos andam estáveis, mas estacionaram em um patamar elevado”, disse.

FERROVIÁRIO

Agência Camara - DF   28/10/2025

A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 4965/24, que obriga a substituição de vagões ferroviários com mais de 50 anos de fabricação. O objetivo é retirar de circulação vagões muito antigos para aumentar a segurança no transporte de cargas e de produtos perigosos.

A proposta define regras distintas para os tipos de vagões:
vagões de carga comuns (como hoppers, gôndolas e plataformas) deverão ser retirados de circulação ao completarem 50 anos de uso. O prazo poderá ser prorrogado por até 15 anos, desde que haja laudo técnico do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e inspeções anuais que confirmem as condições estruturais e operacionais; vagões-tanque, utilizados para o transporte de produtos perigosos, deverão ser substituídos de forma definitiva ao atingirem 50 anos, sem possibilidade de prorrogação.

O texto foi elaborado pelos deputados Pedro Uczai (PT-SC), Baleia Rossi (MDB-SP), Padovani (União-PR) e Denise Pessôa (PT-RS). O projeto de lei prevê sanções para quem descumprir as regras, como a interdição dos equipamentos. A regulamentação dos procedimentos técnicos e da fiscalização caberá ao Poder Executivo.

A proposta altera a Lei das Ferrovias, que trata da exploração da infraestrutura ferroviária pela iniciativa privada.

Tramitação
O projeto será analisado, em caráter conclusivo, pelas comissões de Viação e Transportes; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, precisa ser aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado.
Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei.

PETROLÍFERO

Investing - SP   28/10/2025

Os preços do petróleo subiram acentuadamente nas sessões recentes depois que os EUA impuseram sanções rigorosas à Rússia, o que apresentou riscos ao fornecimento global. O otimismo sobre um acordo comercial estrutural entre os EUA e a China também ajudou.

Mas o petróleo perdeu impulso na segunda-feira após relatos de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) planejava aumentar novamente a produção nos próximos meses.

Os futuros do petróleo Brent para dezembro caíram 0,1% para US$ 65,59 por barril, enquanto os futuros do petróleo West Texas Intermediate caíram 0,1% para US$ 61,26 por barril às 22h21 (horário de Brasília).

Opep+ considera aumento de produção em dezembro

A Opep+ está considerando aumentar a produção de petróleo em dezembro, com pelo menos oito estados-membros prontos para apoiar o aumento quando se reunirem no próximo domingo.

A Bloomberg informou que o grupo deve focar em um terceiro aumento mensal de produção de 137.000 barris por dia, enquanto começa a reverter gradualmente dois anos de cortes na produção.

A Opep+ começou a aumentar a produção apesar da fraqueza nos mercados de petróleo, com o cartel buscando recuperar uma parcela maior do mercado para compensar o impacto da fraqueza prolongada nos preços do petróleo.

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Mercados de petróleo focam nas sanções à Rússia e progresso comercial EUA-China

Os preços do petróleo subiram acentuadamente na semana passada depois que os EUA anunciaram sanções contra as duas maiores empresas de petróleo da Rússia Lukoil e Rosneft.

Os mercados agora aguardam para ver se as sanções causarão interrupções perceptíveis no fornecimento de petróleo russo, dado que Moscou encontrou no passado maneiras de contornar as restrições americanas.

Ainda assim, as sanções da semana passada marcaram uma mudança no governo Trump para uma postura mais agressiva contra Moscou, devido à guerra na Ucrânia. Trump também foi visto aprovando mais ajuda militar para Kiev.

Os EUA poderiam atingir os maiores compradores de petróleo da Rússia Índia e China por suas compras de petróleo, com Washington tendo imposto à Índia tarifas comerciais de 50% sobre o assunto.

Trump também ameaçou tomar medidas contra a China, embora as tensões comerciais com Pequim estejam esfriando esta semana, depois que autoridades disseram que um acordo comercial estrutural foi alcançado.

O acordo será desenvolvido quando Trump e o presidente chinês Xi Jinping se encontrarem na Coreia do Sul mais tarde nesta semana.

O arrefecimento das tensões comerciais sino-americanas também apoiou os preços do petróleo esta semana.

Valor - SP   28/10/2025

Demanda por fósseis deve continuar aquecida até 2050 e combustíveis fósseis vão coexistir com as fontes renováveis em uma economia de baixo carbono, projetou especialista

A ampliação do acesso à energia, em qualidade e em quantidade, no Brasil é parte fundamental para o desenvolvimento socioeconômico do país — e isso inclui exploração de novas reservas, ponderaram especialistas durante evento na Fundação Getúlio Vargas (FGV), nesta segunda-feira (27).

A gerente-geral de licenciamento ambiental e meio ambiente da Petrobras, Daniele Lomba, ressaltou que, sem a incorporação de novas reservas, o Brasil se tornará importador a partir de meados da próxima década. Na avaliação dela, a Margem Equatorial Brasileira (MEQ) é a grande oportunidade que vai proporcionar a segurança energética e ampliação do acesso à energia.

De acordo com um estudo citado pela executiva, um dos possíveis impactos da produção nos Estados que compõem a região da MEQ, considerando a experiência do país vizinho, Guiana, com 700 mil barris por dia, poderia adicionar R$ 419 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB). Além também do potencial de gerar 2,1 milhões de empregos formais, R$ 25 bilhões de acréscimos de tributos e R$ 20 bilhões de royalties e participações especiais, acrescentou.

“A importância de a gente pesquisá-la, em relação à segurança energética, é que essa área das cinco bacias que vai do Rio Grande do Norte até o Amapá é maior, e ainda inexplorado, do que as bacias do Sudeste, Campos, Santos e Espírito Santo.”

A gerente defendeu que a demanda por fósseis vai continuar aquecida até 2050, e que combustíveis fósseis vão coexistir com as fontes renováveis em uma economia de baixo carbono.

A expectativa da executiva é de que as novas reservas resultem em desenvolvimento socioeconômico no país: “As novas fronteiras são essenciais para garantir segurança energética e para ampliação do acesso à energia, redução da pobreza energética”, disse. “A MEQ é uma das nossas últimas fronteiras de petróleo no país, então temos uma grande expectativa de que ela vai se reverter em muito óleo e muito desenvolvimento social e econômico para o país”, complementou.

Também no evento, a superintendente de estudos econômicos e energéticos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Carla Achão, disse que a pobreza energética é multidimensional e que, em seu entendimento, sua erradicação vai além de metas de agendas ambientais. Ela ressaltou que no estudo do projeto “Tecendo Conexões”, publicado este ano, em locais onde as despesas são maiores com energia, como no Norte e Nordeste, são Estados com menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH).

Na mesma linha, o gerente-executivo de programas estratégicos da Petrobras, Wagner Victer, disse aos jornalistas após o evento que na exploração na Margem Equatorial é um movimento que pode contribuir para gerar riqueza em uma das regiões mais carente do país, o Norte brasileiro.

Para ele, a solução é que Estados e municípios criem fundo para desenvolver projetos locais de energia, meio ambiente, saneamento e preservação florestal. Como solução, ele sugeriu o modelo do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam), que financia projetos ambientais e para o desenvolvimento urbano no Rio de Janeiro, com recursos de royalties de petróleo.

Infomoney - SP   28/10/2025

A Petrobras (PETR3;PETR4) divulgou na sexta-feira (24), após o fechamento do mercado, os dados de produção do terceiro trimestre de 2025 (3T25), atingindo novo recorde e trazendo sinalizações sobre o balanço financeiro, a ser divulgado no dia 6 de novembro.

A produção total própria de 3,1 milhões de boe (barris de óleo equivalente)/dia no 3T25, crescimento de 7,6% t/t (trimestralmente) e 16,9% a/a (anualmente), impulsionada principalmente pelo atingimento da capacidade máxima do FPSO Almirante Tamandaré (225 mil bpd, ou barris por dia) no campo de Búzios e pelo ramp-up (desenvolvimento da produção) das unidades Maria Quitéria, Anita Garibaldi, Anna Nery e Alexandre de Gusmão.

No refino, o fator de utilização atingiu 94%, e as vendas internas de derivados cresceram 5,3% t/t, com destaque para o diesel S-10, que representou 68% das vendas totais e atingiu recorde histórico.

A Genial Investimentos vê os dados de produção como positivos e construtivos para tese da empresa. “Importante mencionar que o guidance de produção para este ano era de 2,9 milhões de barris equivalentes. Sendo assim, a empresa caminha para bater com folga esse guidance de produção até o final de 2025. Acreditamos que esse novo patamar de produção vem em bom momento tendo em vista os preços mais fracos do brent”, avalia.

O JPMorgan destaca que a forte produção confirma o pré-sal como motor de crescimento da Petrobras – alinhado com a tese do banco. O relatório de vendas e produção do 3T25 da Petrobras destacou o forte desempenho upstream (exploração, perfuração e produção de petróleo e gás natural), reforçando a tese de que a produtividade do pré-sal continua sendo o principal impulso da criação de valor.

O aumento da produção de FPSOs (plataforma) de alta capacidade, notadamente Almirante Tamandaré, mais do que compensou os declínios naturais em ativos maduros, comprovando a resiliência estrutural do portfólio principal da Petrobras.

“Com esse impulso, a empresa agora espera que a produção do ano inteiro atinja o limite superior da orientação, que argumentou que patamares mais longos e taxas de declínio mais baixas surpreenderiam a produção para o lado positivo”, avalia.

A XP ressalta que houve aumento significativo na produção, em linha com suas estimativas.

Após os dados de produção, a XP Investimentos atualizou as informações disponíveis mais recentes e passou a ter uma premissa mais baixa para o Brent, de US$ 65/bbl (barris) a partir do 4T25 (contra US$ 70/bbl anteriormente).

“Ficamos surpresos com o aumento da produção americana e compartilhamos as preocupações sobre as possíveis implicações macroeconômicas de uma escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo (EUA e China). Por outro lado, estamos menos preocupados com a redução das cotas da OPEP+ como fonte de um ciclo prolongado de queda nos preços do petróleo do que o consenso do mercado parece sugerir”, avaliam Regis Cardoso e João Rodrigues, analistas da XP.

No geral, os analistas continuam mais otimistas do que a maioria dos participantes do mercado, esperando que os preços do Brent permaneçam na faixa de US$ 65-70/bbl — embora reconheçam uma tendência de queda no curto prazo. Assim, decidiram reduzir a previsão para o Brent no modelo da PBR para US$ 65/bbl (de US$ 70/bbl anteriormente).

Com isso, a equipe de análise introduziu um novo preço-alvo de R$ 37 por ação para o final de 2026 (+24% acima dos preços atuais), ante R$ 47. A recomendação é de compra, apoiada por rendimentos de dividendos atraentes de cerca de 11% em 2026 e 2027.

Com a produção e as vendas em linha com as expectativas, a XP fez apenas pequenos ajustes em suas estimativas. A projeção é de que o EBITDA da Petrobras aumente sequencialmente no 3T25 para cerca de US$ 11,4 bilhões (+11,7% trimestralmete) e o lucro líquido atinja os US$ 4,4 bilhões (-7,2% trimestre a trimestre). Do ponto de vista do fluxo de caixa, prevê um fluxo de caixa ao acionista (FCFE) de cerca de US$ 2,6 bilhões, com dividendos de US$ 2,2 bilhões (rendimento de dividendos de cerca de 3%).

O Itaú BBA vê a Petrobras como destaque na temporada de resultados para o setor. A estatal, na visão dos analistas, reportou um excelente desempenho operacional o que, combinado com preços do petróleo ligeiramente mais altos no trimestre (+2% em relação ao trimestre anterior), corrobora a estimativa de Ebitda de US$ 11,6 bilhões (+13% em relação ao trimestre anterior) e um dividend yield (dividendo em relação ao preço da ação) de 3,1%, ou dividendo ordinário de US$ 2,2 bilhões.

O Bradesco BBI acredita que a empresa parece estar bem posicionada para entregar um Ebitda acima de US$ 11 bilhões e dividendos em torno de US$ 2 bilhões.

O Estado de S.Paulo - SP   28/10/2025

A gerente geral de Licenciamento Ambiental e Meio Ambiente da Petrobras, Daniele Lomba, que acompanhou o processo de concessão da licença ambiental da Margem Equatorial, informou que as bacias da região são maiores que as bacias somadas do Sudeste, que sustentam a produção da estatal até hoje desde a sua criação, na década de 1950.

“Do Rio Grande do Norte ao Amapá é uma área maior do que as bacias do Sudeste, Campos, Santos e Espírito Santo, então é importante que se conheça esse potencial que vai ser importante para a nossa autossuficiência”, disse em palestra na Fundação Getulio Vargas (FGV) sobre pobreza energética.

Alinhada com a presidente da estatal, Magda Chambriard, Lomba defende a adição energética em vez da transição, e afirmou que o petróleo é necessário para garantir a segurança energética do planeta, e que nenhum grande produtor da commodity parou de produzir por conta do meio ambiente.

“Novas fronteiras são essenciais para garantir segurança energética e ajudar a acabar com a pobreza energética”, explicou a gerente em relação à Margem Equatorial.

Segundo ela, existe “uma grande expectativa que (a exploração da Margem Equatorial) que vai se reverter em muito óleo e desenvolvimento econômico para o País”, afirmou.

Em um estudo sobre um possível futuro impacto de descobertas na Margem Equatorial, Lomba simulou qual seria o impacto para os estados no entorno da nova fronteira, se a produção fosse semelhante à da Guiana, vizinha de reservatório do Brasil, de 700 mil barris diários de petróleo.

Segundo o estudo, seriam gerados 2,1 milhões de empregos diretos; R$ 419 bilhões de adição ao Produto Interno Bruto (PIB) do País — hoje o PIB do Amapá é de R$ 23 bilhões; R$ 25 bilhões de acréscimo de tributos; e mais R$ 20 bilhões de royalties e participações especiais.

Monitor Digital - RJ   28/10/2025

É o que indica o último Relatório Mensal do Mercado de Petróleo (MOMR) da Opep (https://lnkd.in/d9hv4erp), que aponta os principais fatores que impactam o mercado mundial de petróleo, incluindo a demanda e a oferta, bem como o equilíbrio do mercado. Com uma produção de 3,89 milhões de barris de petróleo por dia (bbl/d), o Brasil supera o Irã (3,250 milhões de bbl/d) e o Emirados Árabes Unidos (3,35 milhões de bbl/d).

Uma posição que poucos imaginariam há 40 anos, quando o mundo passou por dois choques do petróleo. Por trás desse reposicionamento geopolítico está, sem dúvida, a descoberta do pré-sal e a produção recorde de campos gigantes como Búzios (maior produtor do país), Tupi (líder absoluto até agosto, somando mais de 3 bilhões de barris de petróleo produzidos em 15 anos) e Mero.

Um fato que não deve ser ignorado mesmo em meio aos debates em torno da transição energética, que deve ser embasada na segurança energética. Até mesmo porque a indústria de petróleo tem e terá protagonismo nesse processo (que não é mera virada de chave).

Graças aos investimentos contínuos em inovação, que vem sendo feitos de forma incisiva pela Petrobras e parceiros no pré-sal, a nossa produção de hidrocarbonetos nessa nova fronteira tem um dos menores índices de emissão de GEE (gases de efeito estufa) por barril de petróleo equivalente (boe) – os índices de Tupi e é quase a metade da média mundial, que é de 18 a 20 kg de CO2e por boe. Ainda assim, somos o sexto maior emissor de GEE do mundo, de acordo com o Climate Watch (plataforma do World Resources Institute/WRI, por causa de desmatamentos e da atividade agropecuária.

RODOVIÁRIO

O Estado de S.Paulo - SP   28/10/2025

A disputa pelo Lote 5 de rodovias do Paraná, que será leiloado na quinta-feira, 30, deve contar com duas empresas. A gestora Patria e o Grupo Way Brasil entregaram propostas para participar do certame previsto para às 14h, conforme apurou o Estadão/Broadcast.

O lote 5 abrange 430,7 quilômetros das rodovias BR-158, BR-163, BR-369, BR-467 e PR-317. As estradas cruzam o Oeste e o Noroeste do Paraná, regiões estratégicas para o escoamento da produção agrícola, pecuária e industrial e conectam o Estado a Mato Grosso do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e ao Paraguai.

A previsão é de R$ 11,6 bilhões em investimentos ao longo dos 30 anos de contrato. Do montante total, R$ 6,6 bilhões serão destinado a obras (capex) e R$ 5,1 bilhões para a conservação e serviços (opex).

O leilão desta quinta-feira encerra a série de seis certames de rodovias paranaenses realizados desde 2023. Na semana passada, a EPR arrematou o lote 4, ampliando a presença no Estado, já que os blocos 2 e 6 já estão sob responsabilidade da concessionária. O Patria e a Motiva (ex-CCR), que também participaram do leilão mais recente, operam os lotes 1 e 3, respectivamente.

Já o Grupo Way ainda não atua no Paraná. Em parceria com a gestora Kinea, arrematou no ano passado o trecho da BR-262 (MG) conhecido como Rota do Zebu.

A empresa deve assumir também a Rota Agro (BR-060/364/GO/MT), após o primeiro colocado na disputa ser desclassificado. Em maio, competiram ainda pela Rota da Celulose, mas foram desbancados por um consórcio formado pela KInfra e a gestora Galápagos.

Globo Online - RJ   28/10/2025

Metade do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro percorre a Rodovia Presidente Dutra (BR-116), que liga as duas maiores economias do país. A despeito de sua importância, as curvas sinuosas de um trecho de oito quilômetros da Serra das Araras, entre as cidades fluminenses de Piraí e Paracambi, no sentido São Paulo-Rio de Janeiro, dão frio na espinha. Mas esse desenho tortuoso, que ainda segue o traçado original, de 1928, está com os dias contados. Metade das obras, iniciadas em abril do ano passado, foi considerada concluída neste mês de outubro — e agora a concessionária espera encerrar totalmente os trabalhos em 2027, dois anos antes do previsto em contrato.

A próxima parada acontece no viaduto 8, o último a ficar pronto para a entrega de fevereiro. Já com as vigas instaladas, falta ainda o içamento de lajes pré-moldadas, também produzidas no terreno de Seropédica, para dar à estrutura a cara de viaduto. Passando sobre a pista atual, o local ajuda a explicar a melhoria feita, em substituição às curvas.

Sons dos motores de tratores e escavadoras contrastam com o do fluxo intenso de veículos pela serra. Ao longe, uma fumaça saindo do meio das árvores não indica a proximidade de uma churrascaria ou outro restaurante. Virgilius Morais explica que, na verdade, são perfurações para a instalação de uma estaca-raiz (de um total de 2,2 mil delas).

Para abrir espaço às novas pistas, morros estão sendo “cortados”. Depois de remover a parte de terra com máquinas, rochas são implodidas — e tudo é reaproveitado para aterrar áreas durante a obra.

De segunda a quinta-feira, das 13h às 15h, o sentido São Paulo da Serra das Araras é interditado para as detonações. De um total previsto de 600 mil metros cúbicos de rocha a ser retirado, 370 mil já foram removidos do caminho: o material é capaz de encher mais de 24 mil caçambas de caminhão, que percorrem a Serra das Araras através de uma pista de serviço, instalada à esquerda da atual pista de subida, o que acelera o escoamento de materiais. São 2,5 mil operários, divididos em dois turnos, os responsáveis por tirar o projeto do papel.

— Em outubro, chegamos a 18 meses de obras e à marca expressiva de 50% do avanço físico. Então, temos a expectativa de, no primeiro trimestre de 2027, ter as duas pistas entregues — completa Virgilius.

Mudança de uso

Quando tudo estiver pronto, a atual pista de subida deixará de existir, enquanto a pista de descida de hoje, cheia de curvas, e que não recebe nenhuma dessas intervenções, ficará dedicada a moradores locais. Em caso de problemas na nova serra, a concessionária pode usá-la como via de contingência para o tráfego.

Nas pistas novas, o benefício também será o aumento da velocidade máxima permitida, de 40 km/h para 80 km/h. Com custo estimado de R$ 1,5 bilhão, as obras incluem acostamento ao longo do percurso, importante para evitar engarrafamentos como o presenciado pela equipe do GLOBO na última sexta-feira, quando o enguiço de uma carreta no quilômetro 229 parou o trânsito, inviabilizando o fluxo em uma das faixas.

Também estão previstas duas áreas de escape — para veículos com problemas nos freios — e três passarelas, que atenderão moradores das vilas Cruzeiro, Cristã e Caiçara, instaladas ao longo da serra.

A Serra das Araras supera um desnível de 400 metros, equivalente à altura do Pão de Açúcar, e tem 30% do seu tráfego composto por veículos pesados. São transportados produtos químicos, minérios e carne, entre outros: um total de 43,96 toneladas de carga anualmente, segundo dado divulgado pelo Ministério dos Transportes no ano passado.

AGRÍCOLA

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   28/10/2025

A FPT Industrial, marca do Iveco Group dedicada ao design, produção e comercialização de powertrains e soluções para veículos on-road e off-road, bem como para aplicações marítimas e de geração de energia, foi escolhida pela fabricante de tratores Lindner como fornecedora de motores para o novo Lintrac 160 LDrive, o trator mais potente da história da empresa.

"A FPT Industrial confirma-se, assim, como a parceira global dos fabricantes de equipamentos originais (OEMs) no segmento agrícola, graças às suas soluções inovadoras e tecnologicamente avançadas", diz Sylvain Blaise, presidente da Powertrain Business Unit do Iveco Group.

Fundada em 1948 e sediada no Tyrol, Áustria, a Lindner é uma empresa familiar especializada no desenvolvimento e produção de tratores inovadores para aplicações alpinas e diversas outras atividades agrícolas.

O Lintrac 160 LDrive foi desenvolvido para propriedades agrícolas que necessitam de grande potência, máximo conforto e manobrabilidade revolucionária.

Suas aplicações típicas incluem o uso com fardos combinados, agricultura arável e de culturas em linha, trabalho por contrato e tarefas de manutenção. Além disso, o Lintrac 160 LDrive foi projetado para uso nas redondezas durante todo o ano. "A direção nas quatro rodas torna o Lintrac 160 LDrive o trator mais manobrável de sua faixa de potência", afirmou David Lindner, diretor Executivo da Lindner.

A Lindner escolheu o motor N45 da FPT Industrial por ser a combinação indicada para o novo Lintrac 160 LDrive, projetado para operar em ambientes de alta altitude e terrenos íngremes.

Entre as características vencedoras do motor que melhor se adequam às missões do novo trator estão seu design leve, dimensões compactas e impressionantes níveis de potência e torque.

“Esta nova parceria fortalece ainda mais nossa posição no mercado. Estamos orgulhosos de unir forças com a Lindner, uma empresa que compartilha nossos valores fundamentais de inovação, foco no cliente e confiabilidade, o que nos torna parceiros ideais”, disse Blaise.

“Apesar dos desafios, estamos estabelecendo novas colaborações. Juntos, esperamos oferecer soluções excepcionais para aplicações off-road exigentes. O futuro é muito promissor para nossa parceria.”

“Com nossos tratores, capacitamos clientes em toda a Europa a alcançar resultados excepcionais todos os dias. Garantir a mais alta qualidade é nossa prioridade - tanto em nossos produtos quanto em nossas parcerias. O novo Lintrac 160 LDrive representa um marco importante para nossa empresa. Estamos muito satisfeitos em colaborar com a FPT Industrial, um parceiro forte e confiável que compartilha nosso compromisso com a excelência e atende aos altos padrões que estabelecemos para nós e nossos produtos”, explicou o diretor Executivo da Lindner.

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