Diário do Comércio - MG 25/04/2025
Enquanto em 2024, 309,8 mil toneladas foram vendidas no terceiro mês do ano, em 2025, foram 331,7 mil toneladas no mesmo período
Apesar do aumento das importações de aço, que chegou a 37,9% no mês de março, a venda de aços planos por distribuidores brasileiros aumentou 7,1%, segundo o Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda). Enquanto em 2024, 309,8 mil toneladas foram vendidas no terceiro mês do ano, em 2025, foram 331,7 mil toneladas no mesmo período.
Se comparadas às vendas de fevereiro, quando foram comercializadas 321,8 mil toneladas de aço plano, a alta foi de 3,1%. “As vendas surpreenderam e ficaram acima do que imaginamos. A gente faz a previsão em cima de uma enquete com nossos associados e o clima geral era de um certo pessimismo”, disse o presidente do Inda, Carlos Jorge Loureiro.
As distribuidoras de aço no Brasil vendem para diversos setores da economia, com destaque para a construção civil, o setor automotivo, a indústria de máquinas e equipamentos, além de empresas que utilizam aço em embalagens e produtos domésticos.
A expectativa do Inda é que em abril, as vendas recuem 4%, alcançando cerca de 318,4 mil toneladas.
O setor fechou o mês de março com estoques de 1,06 milhão de toneladas, alta de 17,2% na comparação com o ano anterior. O número é equivalente a 3,2 meses de comercialização, nível considerado elevado pela entidade.
Importações de aço
As importações de aço, mais uma vez, aumentaram, sinalizando a ineficácia do sistema de limitações impostas pelas cotas pelo governo federal em meados de 2024. Em março deste ano, foram 343,6 mil toneladas importadas, sobretudo da China, contra 249,1 mil toneladas importadas no mesmo período do ano passado.
“As cotas não adiantaram. Este sistema de 25% de impostos ao invés dos 10% não deu nenhum resultado. Basta analisar os números”, avalia Loureiro.
Terra - SP 25/04/2025
Os registros de importação de aço plano devem continuar em alta no Brasil em abril, após um mês de março recorde, previu nesta quinta-feira o presidente da associação nacional de distribuidores do material, citando que há mais de meio milhão de toneladas da liga à espera de nacionalização apenas em um dos portos do país.
"Tem meio mês de consumo (de aço) só em São Francisco do Sul (SC) para entrar", disse Carlos Loureiro, em entrevista a jornalistas sobre os resultados do setor no primeiro trimestre. "Se o governo (federal) não tomar uma medida um pouco mais forte contra a China, as usinas vão ter muitos problemas e nós da rede vamos ter que ficar lutando para conseguir sobreviver", acrescentou.
Segundo Loureiro, na semana passada havia mais de 440 mil toneladas de aço plano em navios à espera de liberação de espaço de armazenagem em São Francisco do Sul, que estava com os armazéns lotados.
O porto de São Francisco do Sul tem sido a principal porta de entrada de aço plano importado no Brasil, mas em março o porto de Manaus quase empatou em volume de importação do material com o porto catarinense, o que marca as distorções geradas por incentivos tributários concedidos à Zona Franca, distante milhares de quilômetros dos principais centros consumidores de aço do país, segundo o presidente do Inda.
Enquanto São Francisco do Sul recebeu um volume de importações de 135,6 mil toneladas de aços planos em março, elevando o saldo do trimestre para 395 mil toneladas, o de Manaus registrou 126,2 mil toneladas no mês passado, quase todo o volume do trimestre, de 174,2 mil toneladas.
"Não é produtivo para o país ter um esquema que permite que material viaje de Manaus para São Paulo e que esse custo logístico seja bancado por incentivos fiscais que todos nós pagamos", disse Loureiro, classificando a situação de "balbúrdia tributária".
No trimestre, segundo os dados do Inda, o porto de Manaus ficou em segundo lugar nas importações de aço pelo Brasil, com participação subindo a 20,8% ante fatia de 5,5% no mesmo período do ano passado. Enquanto isso, a parcela de São Francisco do Sul, passou de 45% para 47,2%.
No total, as importações de aços planos pelo Brasil em março somaram 343,6 mil toneladas, alta de 38% sobre um ano antes, quando o regime de cotas e tarifas adotado pelo governo federal para alguns produtos siderúrgicos ainda não estava implementado. No trimestre, a alta foi de 36% pelos dados do Inda, para cerca 796,3 mil toneladas.
O Aço Brasil, que representa siderúrgicas instaladas no Brasil como Gerdau, Usiminas e ArcelorMittal, afirmou na semana passada que as importações de totais de aço pelo país, incluindo os longos, somaram 663 mil toneladas em março, o maior volume importado em um único mês da história.
MERCADO
Em março, os distribuidores de aços planos do Brasil elevaram as vendas em 7,1% sobre o mesmo mês do ano passado, para 331,7 mil toneladas.
A expectativa da entidade é que em abril, as vendas recuem 4%, para 318,4 mil toneladas.
O setor terminou março com estoques de 1,06 milhão de toneladas, um crescimento de 17,2% sobre um ano antes e equivalente a 3,2 meses de comercialização, nível considerado elevado pela entidade.
Sobre o cenário de preços, Loureiro afirmou que as usinas retiraram aumentos realizados no início do ano, diante da pressão dos importados, e que parte do crescimento de 2,8% das vendas no trimestre foi puxada por antecipação de compras.
Isso teria ocorrido por estratégia das usinas de melhorar seus resultados ao final do trimestre, procurando vender mais em volume, oferecendo mais vantagens aos compradores, disse Loureiro.
"Os preços estão muito difíceis e as margens estão muito apertadas", afirmou o presidente do Inda.
CNN Brasil - SP 25/04/2025
"Se o governo [federal] não tomar uma medida um pouco mais forte contra a China, as usinas vão ter muitos problemas e nós da rede vamos ter que ficar lutando para conseguir sobreviver", disse presidente do Inda
Os registros de importação de aço plano devem continuar em alta no Brasil em abril, após um mês de março recorde, previu nesta quinta-feira (23) o presidente da associação nacional de distribuidores do material, citando que há mais de meio milhão de toneladas da liga à espera de nacionalização apenas em um dos portos do país.
“Tem meio mês de consumo [de aço] só em São Francisco do Sul [SC] para entrar”, disse Carlos Loureiro, em entrevista a jornalistas sobre os resultados do setor no primeiro trimestre.
“Se o governo [federal] não tomar uma medida um pouco mais forte contra a China, as usinas vão ter muitos problemas e nós da rede vamos ter que ficar lutando para conseguir sobreviver”, acrescentou.
Segundo Loureiro, na semana passada havia mais de 440 mil toneladas de aço plano em navios à espera de liberação de espaço de armazenagem em São Francisco do Sul, que estava com os armazéns lotados.
O porto de São Francisco do Sul tem sido a principal porta de entrada de aço plano importado no Brasil, mas em março o porto de Manaus quase empatou em volume de importação do material com o porto catarinense, o que marca as distorções geradas por incentivos tributários concedidos à Zona Franca, distante milhares de quilômetros dos principais centros consumidores de aço do país, segundo o presidente do Inda.
Enquanto São Francisco do Sul recebeu um volume de importações de 135,6 mil toneladas de aços planos em março, elevando o saldo do trimestre para 395 mil toneladas, o de Manaus registrou 126,2 mil toneladas no mês passado, quase todo o volume do trimestre, de 174,2 mil toneladas.
“Não é produtivo para o país ter um esquema que permite que material viaje de Manaus para São Paulo e que esse custo logístico seja bancado por incentivos fiscais que todos nós pagamos”, disse Loureiro, classificando a situação de “balbúrdia tributária”.
No trimestre, segundo os dados do Inda, o porto de Manaus ficou em segundo lugar nas importações de aço pelo Brasil, com participação subindo a 20,8% ante fatia de 5,5% no mesmo período do ano passado. Enquanto isso, a parcela de São Francisco do Sul, passou de 45% para 47,2%.
No total, as importações de aços planos pelo Brasil em março somaram 343,6 mil toneladas, alta de 38% sobre um ano antes, quando o regime de cotas e tarifas adotado pelo governo federal para alguns produtos siderúrgicos ainda não estava implementado.
No trimestre, a alta foi de 36% pelos dados do Inda, para cerca 796,3 mil toneladas.
O Aço Brasil, que representa siderúrgicas instaladas no Brasil como Gerdau, Usiminas e ArcelorMittal, afirmou na semana passada que as importações totais de aço pelo país, incluindo os longos, somaram 663 mil toneladas em março, o maior volume importado em um único mês da história.
Mercado
Em março, os distribuidores de aços planos do Brasil elevaram as vendas em 7,1% sobre o mesmo mês do ano passado, para 331,7 mil toneladas.
A expectativa da entidade é que em abril, as vendas recuem 4%, para 318,4 mil toneladas.
O setor terminou março com estoques de 1,06 milhão de toneladas, um crescimento de 17,2% sobre um ano antes e equivalente a 3,2 meses de comercialização, nível considerado elevado pela entidade.
Sobre o cenário de preços, Loureiro afirmou que as usinas retiraram aumentos realizados no início do ano, diante da pressão dos importados, e que parte do crescimento de 2,8% das vendas no trimestre foi puxada por antecipação de compras.
Isso teria ocorrido por estratégia das usinas de melhorar seus resultados ao final do trimestre, procurando vender mais em volume, oferecendo mais vantagens aos compradores, disse Loureiro.
“Os preços estão muito difíceis e as margens estão muito apertadas”, afirmou o presidente do Inda.
IstoÉ Dinheiro - SP 25/04/2025
A Usiminas deve revisar para baixo a projeção de investir cerca de R$1,5 bilhão no Brasil este ano se o governo federal não adotar medidas de defesa comercial mais eficazes que as tomadas no ano passado, afirmou o presidente-executivo da siderúrgica, Marcelo Chara, nesta quinta-feira.
“Possivelmente vamos fazer um ajuste para baixo”, afirmou o executivo durante conferência com analistas sobre os resultados obtidos pela Usiminas no primeiro trimestre, divulgados mais cedo.
“Se não foram tomadas medidas de defesa comercial, vamos revisar o plano de investimento no segundo semestre”, disse Chara.
A indústria siderúrgica cobra do governo a adoção de amplas medidas antidumping contra produtos siderúrgicos chineses, depois que a equipe técnica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio comprovou em março a existência de dano ao mercado brasileiro provocado por importações de aço laminado a frio a preços abaixo do custo de produção.
Além das medidas antidumping, que incluem outros tipos de aço, o setor também demanda uma revisão do sistema cota-tarifa de importação que foi estabelecido no ano passado.
Segundo Chara, o prazo para o governo implementar as medidas antidumping após a determinação de dano em março é outubro e o prazo para uma revisão do sistema cota-tarifa é maio.
Valor - SP 25/04/2025
Segundo o presidente da Usiminas, Marcelo Chara, diversos países têm reagido com investigações ou medidas de proteção: “O Brasil não pode ficar para trás e precisa defender a indústria local”
Marcelo Chara: “O Brasil não pode ficar para trás e precisa defender a indústria local” — Foto: Ricardo Matsukawa/Reprodução Ternium Brasil
O presidente da Usiminas, Marcelo Chara, afirmou, nesta quinta-feira (24), que as medidas adotadas pelo governo brasileiro para conter o avanço das importações de aço chinês têm se mostrado ineficazes. Segundo ele, apenas no primeiro trimestre de 2025, o volume de importações de aço plano alcançou 1 milhão de toneladas, representando um salto de 42% em relação ao mesmo período de 2024.
O governo estabeleceu uma regulamentação para limitar a importação de nove itens (NCMs, ou Nomenclaturas Comuns do Mercosul) do setor siderúrgico. As cotas de importação foram definidas pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), e o excedente estará sujeito a uma alíquota majorada de 25% do Imposto de Importação. Segundo o executivo, as medidas precisam ser revisadas
“A falta de aplicação de medidas eficazes para criar condições justas de concorrência, ante a forte presença de importações subsidiadas, é a principal ameaça para a sustentabilidade do setor siderúrgico brasileiro e de sua cadeia de valor”, disse o executivo, durante teleconferência com analistas e investidores.
Segundo Chara, diversos países têm reagido com investigações ou medidas de proteção gerais ou contra a China. “O Brasil não pode ficar para trás e precisa defender a indústria local”, diz.
Por outro lado, o aumento de venda de aço no mercado interno mostra uma demanda resiliente. A Usiminas projeta estabilidade para o segundo trimestre de 2025, mas vê o segundo semestre com cautela, diante de um cenário mais incerto com as importações de aço, o impacto da taxa de juros elevada sobre o consumo interno e as incertezas no comércio internacional.
IstoÉ Dinheiro - SP 25/04/2025
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou suas projeções para a economia brasileira em 2025. A expectativa é de que o PIB tenha um avanço de 2,3% no ano, um pouco inferior à estimativa divulgada em dezembro de 2024, que projetava crescimento de 2,4%. A inflação deve estourar o teto da meta: a nova projeção para o IPCA é de 5,1%, ante 4,2% da estimativa anterior. Neste quadro, a política monetária fica mais restritiva e a expectativa é de que a Selic alcance 14,75% em maio, patamar que deve ser mantido até o final do ano. Os dados constam do Informe Conjuntural do 1º trimestre, divulgado nesta quinta-feira, 24.
“Reduzimos um pouco a projeção de crescimento do país para esse ano, porque a desaceleração da economia está sendo mais forte do que a CNI esperava e porque o Banco Central dá sinais de que vai elevar ainda mais a taxa Selic”, explicou o diretor de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles.
A entidade aponta que a projeção do PIB de 2025 representará o menor crescimento da economia brasileira nos últimos cinco anos e vai reverberar no desempenho da indústria. Após um avanço de 3,3% em 2024, o setor deve crescer 2,0% em 2025. Com exceção da indústria extrativa, que deve crescer mais em 2025 na comparação com o ano anterior (de 0,5% em 2024, a projeção é de avanço de % em 2025), os outros segmentos terão um desempenho inferior, principalmente a indústria da transformação, que passará de crescimento de 3,8% em 2024 para avanço de 1,9% neste ano.
Os serviços devem avançar 1,8%, ante 1,9% da previsão anterior, e o setor agropecuário crescerá 5,5% em 2025, ante 4,2% estimado no documento de dezembro.
“A principal razão para a menor atividade econômica é a política monetária, que será mais contracionista em 2025”, frisa o documento. A CNI pontua que a Selic média de 2025 será mais elevada e a taxa de juros reais também. Nos cálculos da entidade, os juros reais passaram de 7,0% a.a. em dezembro de 2024 para 9,8% a.a. em dezembro de 2025, ou 4,8 pontos percentuais (p.p.) acima da taxa neutra estimada em 5,0% a.a. pelo Banco Central.
“Além dos juros mais altos, as expansões do crédito, dos gastos públicos e do mercado de trabalho, que impulsionaram tanto o consumo como o investimento em 2024, serão mais fracos em 2025. A expectativa da CNI é que a inflação só deverá ceder na segunda metade do ano e, como os juros permanecerão elevados por todo 2025, a expansão do crédito será menor. Além disso, é esperado menor impulso fiscal e menor expansão real da massa de rendimentos, com um avanço mais moderado da população ocupada”, diz o documento.
Em relação à inflação, a avaliação da CNI é de que a aceleração dos indicadores, que já vinha ocorrendo no fim de 2024, se justifica pelo aquecimento da atividade econômica e pela depreciação cambial ocorrida ao longo do ano passado, especialmente em dezembro.
“Entre os grupos que compõem o IPCA, a CNI projeta a aceleração dos preços de Industriais e de Serviços, por um lado, e a desaceleração dos preços de Alimentos, por outro. Contudo, é importante frisar que, mesmo com a desaceleração, o grupo Alimentos continuará a ser a principal fonte de pressão sobre a inflação em 2025. Ainda, quanto ao grupo Administrados, a CNI projeta um resultado em torno do observado no ano passado”, diz o documento.
Este quadro tornará a política monetária mais contracionista, mas a CNI espera apenas mais uma elevação de 0,5 p.p. da Selic na reunião de maio, elevando a taxa básica para 14,75% e se mantendo nesse patamar até o final de 2025. A entidade entende que o ciclo de alta se encerrará no primeiro semestre em virtude da desaceleração da economia, menor intensidade do impulso fiscal e expectativa de apreciação do real ante o dólar.
A CNI ainda ponderou sobre o cenário externo: as incertezas sobre a economia global cresceram após o anúncio do tarifaço do governo de Donald Trump, ainda que com todas as idas e vindas das medidas. “Os impactos sobre a economia americana serão percebidos, inicialmente, na inflação. Os bens de consumo sofrerão elevação de preços, prejudicando diretamente os consumidores americanos. Além disso, com o aumento dos custos dos insumos importados, os custos de produção da indústria americana irão aumentar e ocorrerão repasses destes custos para o consumidor”, diz.
Política fiscal
A CNI pontua que as contas do governo federal seguirão deficitárias em 2025, mas a meta de primário deverá ser cumprida. Embora o resultado primário esperado seja de rombo de R$ 63,3 bilhões (0,5%), esse número inclui o valor com precatórios de R$ 44,1 bilhões que não são computados para fins de meta. Assim, o resultado estimado seria de déficit de R$ 19,2 bilhões (0,2% do PIB), dentro do intervalo da meta que permite um resultado negativo de até R$ 31 bilhões.
Para a entidade, o estímulo fiscal na economia será menor em 2025 e a expectativa é de que as despesas e arrecadação cresçam menos neste ano. A CNI estima que a economia gerada pelas medidas do pacote fiscal aprovado no fim de 2024 deve ficar em torno de R$ 19 bilhões em 2025 e que são essas medidas as responsáveis pela pressão do gasto não ser maior.
O Estado de S.Paulo - SP 25/04/2025
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está comprometido a adotar medidas de ajuste fiscal de alta qualidade, em posicionamento enviado ao Comitê do Fundo Monetário Internacional (IMFC, na sigla em inglês). No documento, ele diz que o novo arcabouço fiscal tem sido benéfico ao País e substituiu “políticas fiscais erráticas”.
“O novo arcabouço fiscal tem servido bem ao país, abrindo espaço para gastos sociais prioritários, garantindo a sustentabilidade da dívida a longo prazo”, afirmou Haddad, em posicionamento enviado à reunião do Comitê, que será realizada entre esta quinta-feira, 24, e sexta, durante as reuniões de Primavera do FMI, que acontece em Washington, nos Estados Unidos.
Apesar disso, o fundo projeta que o peso da dívida pública no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve aumentar de 87,3%, em 2024, para 92% neste ano. Em todo o governo Lula, o organismo vê uma piora de mais de 12 pontos porcentuais.
O chefe da equipe econômica de Lula destaca que o governo traçou metas para gastos sociais e uma nova regra para garantir a sustentabilidade fiscal de longo prazo dos aumentos do salário mínimo para suavizar o aumento dos gastos obrigatórios e alinhá-los ao novo arcabouço fiscal. Nas receitas, está tomando medidas para aumentar a progressividade e reduzir subsídios ineficientes que corroem a base tributária, disse.
Segundo Haddad, desde o segundo semestre de 2024, uma estratégia de consolidação fiscal gradual e favorável ao crescimento tem contribuído para o fechamento do hiato do produto em linha com a política monetária mais restritiva. “Ao mesmo tempo, o governo está comprometido em adotar medidas de ajuste fiscal de alta qualidade, preservando ganhos sociais e contribuindo para a redução das desigualdades”, concluiu.
Pressão inflacionária
O ministro da Fazenda alertou para pressões inflacionárias persistentes no Brasil, em seu posicionamento. “Os recentes aumentos de preços, impulsionados por choques climáticos que afetam alimentos e energia, contribuíram para a retomada da alta da inflação geral”, disse.
Segundo ele, o núcleo da inflação, que exclui voláteis preços de energia e alimentos, permanece “relativamente elevado”, indicando “pressões subjacentes persistentes”. “Como em outros países emergentes, a inflação ultrapassou ligeiramente a faixa superior da meta”, destacou.
Nesse sentido, o Banco Central (BC) tem mantido uma política monetária contracionista, reforçando o seu compromisso de voltar a inflação à meta, de 3,0%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para cima ou para baixo, conforme Haddad. Desde meados de 2024, a taxa básica de juros foi elevada em 3,75 pontos porcentuais, incluindo o aumento mais recente de 1,00 pp em março último, pontuou.
“O Banco Central enfatizou que a extensão do ciclo de aperto monetário será determinada por seu firme compromisso com o cumprimento da meta de inflação e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, das expectativas e do balanço geral de riscos”, disse o ministro da Fazenda.
Ele menciona ainda que uma série de medidas regulatórias e comerciais foram adotadas para ajudar a reduzir o custo dos alimentos no Brasil e menciona que tarifas comerciais sobre diversos produtos foram reduzidas a zero.
PIB
Do lado do crescimento, o Brasil está convergindo para o seu potencial e acima das expectativas do FMI e do mercado, após anos de desempenho abaixo das projeções, conforme Haddad. Neste ano, porém, o crescimento deve desacelerar devido às incertezas globais e aos altos juros no Brasil, avaliou.
O ministro da Fazenda disse que o PIB brasileiro deve ter alta de 1,5% no primeiro trimestre ante o mesmo período de 2024. No ano, o crescimento desacelere para 2,3% em 2025, contra um avanço de 3,2% em 2023 e 3,4% em 2024, concluiu.
“Devido às incertezas globais e a uma política monetária mais restritiva, espera-se que o crescimento desacelere para 2,3% em 2025, antes de convergir para o potencial de 2,5% posteriormente”, concluiu Haddad, em carta ao comitê do FMI.
O fundo está ainda mais cético e espera que o PIB brasileiro avance 2,0% em 2025 e no próximo ano. Ambas as projeções foram cortadas em 0,2 ponto porcentual.
IstoÉ Dinheiro - SP 25/04/2025
As promessas de Donald Trump de acordos comerciais mais favoráveis para os Estados Unidos esfriaram nesta quinta-feira (24), quando um ministro francês advertiu que um pacto com a União Europeia (UE) ainda está longe e a China insistiu que nem sequer há um diálogo aberto.
Desde que voltou à Casa Branca em janeiro, Trump desencadeou uma guerra comercial para forçar uma mudança no que considera práticas desleais e revitalizar a indústria americana.
Assim, impôs tarifas de 10% à maioria de seus parceiros, incluindo a UE, onde também vigora uma sobretaxa de 25% sobre o aço, o alumínio e os veículos.
Mas Trump guardou seus golpes mais duros para a China, com um imposto de 145% sobre os bens do gigante asiático, ao que a segunda economia mundial respondeu elevando para 125% suas tarifas alfandegárias sobre os produtos originários dos Estados Unidos.
O presidente republicano repete que quer um acordo “justo” com Pequim. “Temos nos reunido com a China”, disse Trump nesta quinta, embora não tenha especificado quem participa dessas discussões.
No entanto, horas antes, a China negou um diálogo. “Gostaria de enfatizar que atualmente não há negociações econômicas ou comerciais entre China e Estados Unidos”, declarou o porta-voz do Ministério do Comércio, He Yadong.
O Ministério das Relações Exteriores da China também classificou como “falsas” as informações de negociações em curso.
Na quarta-feira, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou a jornalistas que as tarifas extraordinariamente altas teriam que cair antes de qualquer discussão, e enfatizou que Trump não fez nenhuma oferta unilateral para reduzir as sobretaxas alfandegárias sobre os produtos chineses.
– “Ainda estamos longe” –
Trump insiste que conseguirá acordos rápidos com todos os parceiros comerciais. Mas o ministro da Economia da França, Eric Lombard, alertou nesta quinta em Washington que a UE e os Estados Unidos estão distantes disso.
“Não vamos ocultar que ainda estamos longe de um acordo”, disse a jornalistas, à margem das reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM).
Lombard, que se reuniu esta semana com o principal conselheiro econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, e o secretário de Comércio, Howard Lutnick, e também viu Bessent em um encontro de ministros, destacou que os diálogos foram “cordiais”.
“Percebi que nossos interlocutores desejam ir o mais rápido possível”, mas as negociações “terão seus altos e baixos”, apontou.
Trump fixou o dia 9 de julho como data limite para negociar com seus parceiros comerciais.
México e Canadá são alvo de tarifas alfandegárias de 25% desde o início de março. Washington acusa seus dois vizinhos de não fazerem o suficiente para limitar a entrada de migrantes e de fentanil no território americano.
Essas tarifas foram posteriormente suspensas em grande parte, mas o México também é afetado pela taxação do aço e do alumínio em 25%, e pelos encargos sobre os automóveis.
– “Racionalizar” –
A Casa Branca assegura ter sido contatada por 90 países e diz ter recebido até agora 18 propostas escritas de acordos comerciais.
Bessent afirmou nesta quinta que um “acordo-quadro” poderia ser concluído a partir da “próxima semana” com a Coreia do Sul, país com o qual os Estados Unidos estão vinculados por um tratado de livre comércio que entrou em vigor em 2012.
Enquanto isso, Washington tenta moderar o impacto esperado de certas tarifas sobre a indústria americana, que importa enormes quantidades de matérias-primas e componentes.
Um funcionário da Casa Branca disse à AFP que se busca “racionalizar” as tarifas que afetam a indústria automotiva, sob direitos alfandegários setoriais direcionados às peças e também tarifas sobre aço e alumínio.
Com Pequim, o tom de Trump não parece precisamente se inclinar à distensão. Nesta quinta-feira, o presidente criticou violentamente a negativa da China de receber novos aviões da americana Boeing.
Também voltou a reclamar que o fentanil “continua chegando” aos Estados Unidos “da China, através do México e Canadá”. “E é melhor que pare AGORA!”, acrescentou.
E no que diz respeito à UE, a Casa Branca descreveu como “extorsão” as fortes multas impostas por Bruxelas aos gigantes americanos do setor de tecnologia Apple e Meta.
Infomoney - SP 25/04/2025
As encomendas de bens duráveis manufaturados nos Estados Unidos aumentaram em março devido à forte demanda por aeronaves comerciais, mas a atividade em outras áreas foi fraca, provavelmente porque as empresas exerceram cautela diante de uma perspectiva econômica cada vez mais sombria causada pelas tarifas.
Os pedidos de bens duráveis, itens que variam de torradeiras a aeronaves destinadas a durar três anos ou mais, aumentaram 9,2% no mês passado, após um avanço ligeiramente revisado para baixo de 0,9% em fevereiro, informou o Departamento de Comércio nesta quinta-feira.
Economistas consultados pela Reuters previam alta de 2,0% em março, depois de um ganho de 1,0% relatado anteriormente em fevereiro.
Os Estados Unidos e a China estão envolvidos em uma guerra comercial depois que o presidente Donald Trump aumentou as tarifas sobre as importações chinesas para 145%, provocando uma retaliação de Pequim. Trump também impôs uma tarifa universal de 10% sobre quase todos os parceiros comerciais e ameaçou impor uma tarifa de 25% sobre autopeças importadas.
Uma série de tarifas foi imposta sobre outros produtos, incluindo madeira, veículos automotores, aço e alumínio.
As encomendas de equipamentos de transporte aumentaram 27,0%, impulsionados por um salto de 139,0% nos pedidos de aeronaves comerciais, que são extremamente voláteis. A Boeing informou em seu site que havia recebido 192 pedidos de aeronaves em março, em comparação com 13 em fevereiro.
No entanto, a China ordenou este mês que suas companhias aéreas não aceitem mais entregas de jatos da Boeing. Dois aviões da Boeing destinados à China retornaram recentemente.
O presidente-executivo da Boeing, Kelly Ortberg, no entanto, disse na quarta-feira que a empresa havia evitado danos mais amplos causados pelas tarifas e poderia redirecionar os jatos para outras companhias aéreas que têm “solicitado aviões adicionais”.
As encomendas de bens de capital não relacionados à defesa e excluindo aeronaves, um indicador observado de perto dos planos de gastos das empresas, subiram 0,1% em março, após queda revisada de 0,3% em fevereiro.
IstoÉ Dinheiro - SP 25/04/2025
O vice-primeiro-ministro da China He Lifeng destacou a necessidade de “reconhecer plenamente a importância da facilitação do comércio” e “manter firmemente a política de abertura ao exterior”, em discurso durante lançamento da Ação Especial para Facilitação do Comércio Transfronteiriço nesta quinta-feira, 24.
Segundo comunicado do governo, a iniciativa, que será implementada em 25 cidades chinesas, visa impulsionar a economia diante dos desafios globais, incluindo o aumento recente das tarifas dos EUA sobre produtos chineses.
Lifeng enfatizou que o país deve “enfrentar a nova situação criada pelas tarifas americanas” e buscar soluções práticas para as empresas. “É preciso ampliar o apoio político, resolver questões práticas e impulsionar novos motores de crescimento no comércio exterior”, afirmou.
O vice-premiê pediu maior eficiência nos portos e aduanas, com medidas para “melhorar o ambiente de negócios” e “estimular a vitalidade comercial”, reduzindo o impacto de “choques externos”.
A China também pretende “aprofundar intercâmbios internacionais”, harmonizar regras e expandir seu “círculo de amigos” por meio de parcerias econômicas.
CNN Brasil - SP 25/04/2025
O presidente dos EUA, Donald Trump, agradou investidores globais com a possibilidade de redução nas tarifas sobre importações chinesas. Porém, sua aparente disposição em reduzir a escalada da guerra comercial americana com a segunda maior economia do mundo foi descartada por autoridades governamentais na China e ridicularizada online como “covardia”.
Na terça-feira (22), Trump disse a repórteres no Salão Oval que as astronômicas tarifas sobre produtos chineses irão “diminuir substancialmente”. Ele até prometeu evitar táticas agressivas, jurando ser “muito gentil” na mesa de negociações e se comprometeu a não mencionar as origens da pandemia de Covid-19.
Mas Pequim permaneceu impassível diante das propostas. Em vez disso, exigiu que Trump remova todas as tarifas sobre a China. “Como diz o ditado, “Quem amarrou o sino deve desamarrá-lo””, disse He Yadong, porta-voz do Ministério do Comércio da China, a repórteres na quinta-feira.
“Os aumentos unilaterais de tarifas foram iniciados pelos EUA. Se os EUA realmente querem resolver a questão, devem ouvir as vozes racionais da comunidade internacional e de suas próprias partes interessadas domésticas, remover completamente todas as medidas tarifárias unilaterais contra a China e encontrar uma maneira de resolver as diferenças através do diálogo igualitário”, acrescentou.
Autoridades chinesas também negaram que os dois lados estejam conversando. Trump disse a repórteres na quarta-feira que havia conversas diretas entre autoridades americanas e chinesas “todos os dias” sobre comércio, embora não tenha oferecido detalhes.
“São todas notícias falsas”, disse Guo Jiakun, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, na quinta-feira, quando questionado sobre as conversas. “Até onde sei, China e Estados Unidos não se envolveram em nenhuma consulta ou negociação sobre a questão tarifária, muito menos chegaram a algum acordo.”
Especialistas chineses que assessoram o governo veem a mudança retórica de Trump como uma rendição à pressão doméstica dos EUA e uma tentativa de acalmar os mercados. Eles acreditam que Pequim tem a vantagem e não tem pressa em fazer um acordo com Trump.
Wang Yiwei, diretor do Instituto de Assuntos Internacionais da Universidade Renmin em Pequim, explicou que, após semanas de postura e mensagens contraditórias, as autoridades chinesas desconfiam de Trump.
“A pressão (sobre Trump) em casa está aumentando, e grande parte de suas mensagens atuais visa apaziguar preocupações domésticas”, disse ele à CNN, apontando para uma queda em Wall Street e preocupações com a inflação.
“Ele está ficando um pouco nervoso agora. Mas a China não acredita em sua conversa sobre (reduzir substancialmente) as tarifas. Ele diz uma coisa hoje e outra amanhã, talvez aumentando-as novamente no dia seguinte. Ele não é confiável.”
Wu Xinbo, diretor do Centro de Estudos Americanos da Universidade Fudan em Xangai, disse que a China “não tem pressa” para conversar e está bem preparada para resistir à pressão econômica.
“Em vez de aceitar ofertas para conversar muito cedo, pode ser mais benéfico suportar um pouco de conflito primeiro — isso poderia tornar as negociações mais suaves e levar a resultados mais favoráveis para a China”, disse ele. “Podemos esperar um pouco mais.”
Por meses, Pequim tem projetado uma imagem de força. Na semana passada, o líder chinês Xi Jinping visitou três países no Sudeste Asiático para reforçar a posição da China como um parceiro político e econômico estável.
No entanto, a economia chinesa não é mais o colosso que já foi, e alguns especialistas dizem que Pequim eventualmente terá que negociar.
A mudança abrupta no tom de Trump em relação à China veio um dia depois de ele se reunir em particular com executivos-chefes de quatro grandes varejistas americanas — Walmart, Target, Home Depot e Lowe”s — que expressaram preocupação com o crescente impacto econômico de sua política tarifária e a incerteza que criou para os mercados financeiros.
Muitos grandes bancos de investimento previram que as tarifas massivas, assim como as tarifas retaliatórias de 125% da China sobre produtos americanos, mergulhariam as economias dos EUA e global em uma recessão.
E embora o presidente não tenha quantificado o que significa por um corte substancial nas tarifas, um alto funcionário da Casa Branca disse separadamente ao Wall Street Journal que as atuais tarifas de 145% sobre a China poderiam cair para “entre aproximadamente 50% e 65%.”
Mas Wang, da Universidade Renmin, que atualmente está viajando em Washington e conversando com analistas americanos, disse que reduzir as tarifas para esse nível não é suficiente para fazer a China negociar.
“Se você realmente quer negociar seriamente com a China, então deve cancelar todas essas tarifas infundadas primeiro, e depois voltar à mesa”, disse ele, acrescentando que Trump está tentando “provocar” Pequim para as negociações.
“Se você ligar para ele agora e mostrar qualquer sinal de fraqueza, ele pensará que sua tática está funcionando — e redobrará”, acrescentou.
“Da perspectiva da China, eu colocaria desta forma: A guerra comercial foi iniciada pelos EUA, mas se haverá negociação depende da China — quando conversar e sobre o que conversar será decidido pela China”, disse ele.
A notícia de que a administração Trump estava considerando reduzir as tarifas foi amplamente ridicularizada nas redes sociais chinesas, onde os usuários zombaram do líder americano em uma onda de orgulho nacional.
Na quarta-feira, a hashtag “Trump amarelou” estava em alta como um dos principais tópicos na plataforma de mídia social Weibo, acumulando mais de 150 milhões de visualizações. Uma hashtag relacionada sobre o possível plano de reduzir as tarifas para entre 50% e 65% também foi amplamente lida na quinta-feira.
“Nosso lado diz que não nos importamos com isso!”, escreveu um usuário em um comentário que recebeu mais de 1.000 curtidas. Outro disse: “Se as chamadas tarifas recíprocas nem forem canceladas — nem se preocupem em negociar com eles!”
Esta posição linha-dura comumente ouvida é um eco das respostas públicas da China. Mas apesar da postura oficial de Pequim, alguns especialistas chineses questionam a sabedoria de um confronto prolongado com Washington.
Falando à CNN sob condição de anonimato, um especialista em política externa da China disse estar preocupado com o impacto das altíssimas tarifas na economia já estagnada do país.
“As autoridades chinesas não estão dizendo a verdade. Estamos sendo torturados pelo sombrio declínio econômico”, disse ele. Se as tarifas de 145% permanecerem em vigor, “todo nosso panorama de comércio exterior seria significativamente impactado, resultando em perdas massivas de empregos.
A agitação social poderia aumentar, e a legitimidade do governo poderia ser comprometida”, acrescentou.
Visões semelhantes expressas por especialistas chineses, incluindo críticas à decisão de Pequim de impor tarifas retaliatórias aos EUA, são frequentemente censuradas nas redes sociais chinesas.
No início de abril, um pesquisador da Academia Chinesa de Ciências Sociais, um importante think tank governamental, postou em seu feed pessoal do WeChat chamando as contramedidas da China de “completamente erradas”.
“Os EUA aumentando tarifas é como levantar uma pedra apenas para deixá-la cair no próprio pé — não deveríamos fazer o mesmo e nos machucar”, escreveu o pesquisador na postagem, cuja captura de tela foi censurada após ganhar força online.
No mês passado, Pequim estabeleceu uma meta ambiciosa de crescimento de “cerca de 5%” para este ano, em uma demonstração de confiança em sua economia voltada para exportação. No entanto, economistas acreditam que será difícil atingir esta meta.
Analistas acreditam que as exportações, que aumentaram 12,4% em março em comparação com o ano anterior, não conseguirão manter esse forte impulso nos próximos meses devido às tarifas americanas.
No início deste mês, o banco de investimento Goldman Sachs disse que as tarifas dos EUA irão “pesar significativamente” sobre a economia chinesa.
O especialista que falou anonimamente à CNN acredita que a China virá à mesa de negociação em breve. “O lado chinês está posando”, disse ele.
“Precisamos reverter rapidamente a guerra comercial com os Estados Unidos, mas é tudo uma questão de salvar as aparências — fingindo ser forte enquanto espera os EUA piscarem primeiro. Então pode enquadrar qualquer compromisso nas negociações China-EUA como uma vitória chinesa e um fracasso americano.”
O Estado de S.Paulo - SP 25/04/2025
Após semanas de fanfarronice e agressividade, o presidente Donald Trump piscou. Depois, piscou novamente. E mais uma vez.
Ele recuou em sua ameaça de demitir o presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano). Seu secretário do Tesouro, Scott Bessent, ciente de que o índice de ações S&P 500 caiu 10% desde a posse de Trump, sinalizou que estava procurando uma saída para evitar a intensificação da guerra comercial com a China.
E agora Trump reconheceu que as tarifas de 145% sobre os produtos chineses que ele anunciou há apenas duas semanas não são sustentáveis. Ele foi motivado, em parte, pelos avisos de executivos seniores da Target, Walmart e outros grandes varejistas americanos de que os consumidores veriam aumentos de preços e prateleiras vazias para alguns produtos importados dentro de algumas semanas.
O encontro de Trump com a realidade foi um estudo de caso vívido sobre os custos políticos e econômicos de se adotar a mais dura das linhas duras. Ele entrou nessa guerra comercial imaginando uma era mais simples, na qual a imposição de tarifas punitivas forçaria as empresas de todo o mundo a construir fábricas nos Estados Unidos.
Ele termina o mês descobrindo que o mundo das cadeias de suprimentos modernas é muito mais complexo do que ele imaginava e que está longe de ser claro que suas “belas” tarifas terão os efeitos que ele previu.
Essa não é, obviamente, a explicação dos eventos dos últimos dias que a Casa Branca está divulgando. Os assessores de Trump insistem que suas exigências maximalistas foram um ato de brilhantismo estratégico, forçando 90 países a se alinharem para negociar com o presidente. Eles reconhecem que pode levar meses para ver as concessões que resultarão disso. Mas, segundo eles, dobrar o sistema de comércio global à vontade americana leva tempo.
“Tenham um pouco de paciência e vocês verão”, disse a secretária de imprensa do presidente, Karoline Leavitt, aos repórteres na quarta-feira, 23.
Trump insistiu com os repórteres na Casa Branca que tudo estava indo de acordo com o planejado.
“Temos muitas ações em andamento”, disse ele, repetindo sua já conhecida frase de que “não seremos motivo de chacota por praticamente todos os países do mundo terem se aproveitado de nós”. Ele voltou a sugerir que os Estados Unidos precisavam retornar à era de ouro de 1870 a 1913 - o ano em que o país começou a impor impostos sobre a renda - quando as tarifas financiavam o governo e “tínhamos mais dinheiro do que qualquer um”.
E ele repetiu sua previsão de que “agora estaremos ganhando dinheiro com todos, e todos serão felizes”.
Mas a felicidade não parecia ser o clima na Casa Branca nos últimos dias.
Tudo começou com Trump falando de sua ansiedade com a “saída” do presidente do Fed, Jerome Powell, nomeado por ele em 2017, o mais rápido possível. Seu assessor econômico mais sênior, Kevin Hassett, foi além, dizendo que o governo estava analisando as opções legais para removê-lo.
A reclamação de Trump é que Powell não cortará as taxas de juros, por medo de estimular a inflação. Mas o presidente estava claramente preocupado com os alertas dos economistas de que o país poderia estar caminhando para uma recessão - uma recessão criada por ele mesmo, que seus críticos estão tentando rotular de “Trump Slump” (algo como “a crise econômica de Trump”) antes mesmo de acontecer.
O tom de seus comentários parecia sugerir que, se a recessão vier, a culpa recairá sobre Powell.
Mas assim que Trump declarou que “se eu quiser que ele saia, ele sairá de lá bem rápido, acredite em mim”, começou outra fase de quedas nos mercados. Não fez muita diferença o fato de ele não ter o poder de demitir o presidente do Fed, como Powell observou nos últimos dias. A simples ameaça parecia acelerar a sensação de que os Estados Unidos se tornaram a maior fonte de instabilidade do mercado mundial.
Então, na terça-feira, Trump mudou de tom. “Não tenho intenção de demiti-lo”, disse Trump sobre Powell. Isso não o impediu de continuar sua crítica a Powell como o “Sr. Atrasado” com cortes nas taxas, mas foi o suficiente para reverter a queda dos mercados.
A próxima reviravolta veio com a China.
A Casa Branca continuou insinuando que os chineses estavam começando a negociar, buscando uma maneira de acabar com as tarifas. Na verdade, a estratégia que Pequim parecia estar seguindo era esperar que Trump sentisse a dor de suas próprias ações. O esperado telefonema do presidente Xi Jinping nunca aconteceu. E Trump também não queria ser o primeiro a ligar - um sinal de desespero.
Em particular, algumas autoridades de Trump admitem que não previram com precisão a reação da China. Trump parecia esperar que a China estivesse entre os primeiros a implorar por alívio, dado o tamanho de suas exportações para os Estados Unidos.
“Em 2017, na primeira vez em que Trump impôs tarifas à China, Pequim foi pega de relativa surpresa”, disse Nicholas Mulder, historiador econômico da Universidade de Cornell, na quarta-feira. “Mas eles vêm se preparando para uma nova escalada há muitos anos”, disse ele. Agora, “eles têm muito mais tolerância à dor econômica e uma capacidade maior de resistir a essa escalada”.
No final da terça-feira, Trump estava pensando publicamente em reduzir as tarifas chinesas, dizendo que “145% é muito alto, e não será tão alto, não será tão alto”. Ele acrescentou: “Chegou até lá”, como se o número tivesse flutuado até essa altura por si só.
Outras potências estão claramente observando a abordagem chinesa e fazendo anotações. O aliado mais próximo de Xi, o presidente Vladimir Putin, da Rússia, está envolvido em sua própria negociação de alto risco com os Estados Unidos sobre a Ucrânia. O Irã está em meio a negociações sobre seu programa nuclear. Eles estão procurando sinais de fraqueza, ou pequenas indicações do que poderia testar os nervos de Trump.
Elizabeth Economy, que escreveu extensivamente sobre a política comercial chinesa e atuou no Departamento de Comércio durante o governo Biden, disse que a equipe de Trump parece ter ignorado três fundamentos sobre a China: a profundidade do kit de ferramentas de retaliação chinesa; a extensão da alavancagem econômica da China sobre os Estados Unidos; e a capacidade de Xi de fazer dos Estados Unidos o bode expiatório dos males econômicos da China.
“Esse jogo de galinha não tem feito nada além de permitir que Xi Jinping aumente sua posição dentro e fora da China, enquanto os Estados Unidos parecem desinformados e sem rumo”, disse ela.
Globo Online - RJ 25/04/2025
A Vale divulgou nesta quinta-feira um lucro líquido de US$ 1,394 bilhão (R$ 7,91 bilhões), resultado 17% menor do que no mesmo período de 2024, quando lucrou US$ 1,679 bilhão (R$ 9,540 bilhões).
A receita recuou 4% nos primeiros três meses do ano, totalizando US$ 8,119 bilhões, também na comparação com o primeiro trimestre do ano passado.
O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado somou US$ 3,1 bilhões entre janeiro e março deste ano, recuo de 9% ante o mesmo período de 2024.
A companhia foi impactada de forma negativa pelos preços menores do minério de ferro e níquel, que foram parcialmente compensados por maiores volumes de vendas, custos unitários mais baixos no minério de ferro, além de melhor desempenho da Vale Base Metals.
“Nossos projetos de geração de valor continuam a progredir, sendo elementos essenciais para aumentar a flexibilidade do nosso portfólio e melhorar a eficiência operacional e de custos”.
As vendas da Vale registraram crescimento em todos os segmentos na comparação anual. Os negócios com minério de ferro subiram 4%, equivalente a 2,3 milhões de toneladas. As vendas de cobre e níquel também avançaram 7% e 18%, respectivamente.
Os custos e despesas totais, excluindo os efeitos de Brumadinho e da descaracterização de barragens, somaram R$ 5,8 bilhões no período, uma queda de 2% na comparação anual. Já as despesas ligadas a Brumadinho e à descaracterização de barragens foram de R$ 97 milhões, alta de 137%.
Revista Manutenção e Tecnologia - SP 25/04/2025
O segmento de off-road é bem representativo para a Scania Brasil. Em 2024, afirma Luciano Piccirillo, gerente de vendas de soluções off-road da Scania Operações Comercias Brasil, a fabricante registrou um grande volume de vendas, crescendo 29% em relação à 2023.
“A Scania como um todo cresceu bastante, e o off-road acompanhou esse ritmo”, diz Piccirillo.
Dentro do off-road, comenta o executivo, os destaques foram os setores da cana-de-açúcar, madeira, mineração e construção.
Especificamente a mineração, informa o executivo, vem crescendo significativamente, e, nos próximos cincos anos, o país contará com um ciclo de investimento bem relevante, em torno de R$ 400 bilhões de reais, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
De olho nesse segmento, a Scania, desde 2024, passou a investir na linha Super para a mineração, com destaque para o 560 G 10x4 XT Heavy Tipper Super, apresentado durante a Exposibram.
O 560G XT 10x4 (foto), chega para ser uma alternativa à Linha Amarela, com maior capacidade de carga do mercado, com 71 toneladas de PBT, além de motor de 13 litros e o alto torque (2.800Nm), e potência de 560cv, a maior na gama Super.
“Além dessas áreas, ano passado, começamos a ter demanda no segmento de coleta de resíduos, onde os aterros são potenciais usinas de biogás, ou seja, eles vão produzir o próprio combustível dentro dos aterros e o veículo a gás também passa a ser uma opção”, complementa.
“Para 2025, acreditamos que não chegaremos a um crescimento semelhante ao de 2024, nossa expectativa é de um aumento de 10%, em cima dos 29%, especialmente por conta de novos itens em nosso portfólio, com a presença em segmentos como construção leve e coleta de resíduo”, diz.
Na Fenatran, realizada em 2024, a Scania apresentou o P 280, novidade para a gama de caminhões semipesados, com motor 7.0, mas com 280 cv de potência, que pode ser usado como caçamba, betoneira, servindo como veículo de apoio tanto para as usinas quanto para a construção urbana, assim como pode ser usado como veículo de suporte para o agronegócio.
Destaques – Para a Agrishow 2025, a Scania, informa Piccirillo, fará o lançamento do caminhão GH 460 64 a gás com mochilão – dois cilindros de gás posicionados atrás da cabine. Esta configuração garante uma autonomia de até 650 quilômetros.
O motor foi desenvolvido exclusivamente para combustíveis gasosos, utilizando o Ciclo Otto, e apresenta um torque de 234,51 mkgf.
“Na Agrishow de 2024 nós levamos o 6x2 a gás, na aplicação rodoviária, com a cabine GH. Para 2025, a novidade é a versão 6x4 com a cabine RH, considerada mais confortável e a mais vendida no rodoviário por ter um leito para descanso do motorista.”
Auto Industria - SP 25/04/2025
O CEO e presidente da Robert Bosch América Latina, Gastón Diaz Perez, revelou durante o 5º Encontro da Indústria de Autopeças, promovido pelo Sindipeças na manhã desta quinta-feira, 24, no São Paulo Expo, que as montadoras aqui instaladas programam o lançamento de pelo menos 25 modelos híbridos-flex até 2027.
Só em modelos eletrificados com foco no uso do etanol brasileiro são US$ 14 bilhões de investimento, algo na faixa de R$ 80 bilhões, conforme quadro apresentado pelo executivo no evento.
Valor - SP 25/04/2025
O fracasso das montadoras americanas em conquistar uma fatia significativa do mercado automotivo japonês voltou a ser alvo de discussão devido às negociações tarifárias entre os países.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, insiste que barreiras não tarifárias prejudicam as montadoras americanas. Mas comentaristas japoneses afirmam que tamanho, eficiência e preço explicam melhor por que as marcas americanas são pouco vistas nas estradas japonesas.
No início deste mês, Trump criticou os mercados automotivos do Japão e da Coreia do Sul, afirmando em um discurso que "94% dos carros no Japão são fabricados no Japão. A Toyota vende 1 milhão de automóveis estrangeiros para os Estados Unidos. Nenhuma de nossas empresas tem permissão para entrar em outros países."
Embora não haja tarifas no Japão sobre carros e peças importados desde 1978, as montadoras estrangeiras têm lutado para aumentar sua participação de mercado. Apenas 320.789 veículos, ou 7% de todas as vendas de automóveis no Japão, incluindo aqueles feitos em fábricas de marcas japonesas no exterior, foram importados em 2024, de acordo com a Associação Japonesa de Concessionárias de Automóveis e a Associação Japonesa de Veículos Motorizados Leves e Motocicletas.
Mas, mesmo em comparação com outros importadores, as montadoras americanas vendem poucos carros no Japão. As alemãs Mercedes-Benz e BMW tiveram uma participação de 17% e 11% nas importações em 2024, respectivamente. A principal marca americana é a Jeep, de propriedade da multinacional Stellantis, que respondeu por 3% das importações, enquanto as marcas Chevrolet e Cadillac, da General Motors, responderam por 0,18% e 0,14%, respectivamente.
A Tesla não divulga as vendas por país, mas acredita-se que represente a maior parte da categoria "outros", que representou 1,77% das importações em 2024, de acordo com dados da Associação Japonesa de Importadores de Automóveis. A Ford Motor retirou-se do mercado japonês em 2016.
A indústria automobilística japonesa não aceita que seu domínio se deva a barreiras à entrada. Mitsuhiro Kunisawa, jornalista automotivo japonês que integra o comitê de seleção do prêmio anual Carro do Ano do Japão, afirmou: "Acredito que barreiras não tarifárias são inexistentes no Japão". A durabilidade, a confiabilidade e o desenvolvimento meticuloso dos carros japoneses explicam melhor seu sucesso, acrescentou, observando que eles também são sucesso de vendas nos Estados Unidos.
No entanto, no último relatório anual sobre barreiras ao comércio exterior, divulgado em março, os Estados Unidos listaram uma série de reclamações que, segundo eles, prejudicam as empresas americanas, como a formulação de subsídios para veículos de energia limpa e as regras para estações de recarga de veículos elétricos.
As diferenças nos testes de segurança estão recebendo atenção especial. Trump, em uma publicação nas redes sociais no domingo, citou "Padrões Técnicos de Proteção (teste da bola de boliche do Japão)" como um exemplo de "Fraude Não Tarifária", referindo-se a um teste que ele descreveu anteriormente como a queda de uma bola de boliche no capô de um carro. O governo japonês agora considera flexibilizar as regras de segurança automotiva para importações como parte das negociações tarifárias.
As montadoras americanas também reclamaram das vantagens fiscais concedidas aos veículos kei leves, que têm menos de 1,48 metro de largura. No entanto, os padrões para esses veículos não são uma barreira intransponível à entrada no mercado para empresas estrangeiras determinadas a entrar no mercado japonês — a gigante chinesa de veículos elétricos BYD planeja lançar seu próprio minicarro leve já em 2026.
Além disso, o sucesso dos carros kei no Japão pode ser atribuído à sua adequação às estradas estreitas do país. Pelo menos 30% das estradas têm menos de 3,5 metros de largura, de acordo com dados do governo japonês de 2023. A largura de marcas americanas como o Grand Cherokee da Jeep e o Escalade da Cadillac é de cerca de dois metros, o que dificulta a ultrapassagem de outros veículos em estradas estreitas.
Outros obstáculos para os fabricantes americanos que não podem ser superados são a preferência japonesa por veículos com volante à direita e alta eficiência de combustível. Por exemplo, a eficiência do SUV Harrier híbrido da Toyota Motor é de 22,3 quilômetros por litro, enquanto a do Grand Cherokee Limited 4xe da Jeep é de 10,4 quilômetros por litro. Este último está sendo descontinuado no Japão, já que a fabricante está encerrando a produção do modelo com volante à direita.
O preço também é um grande problema, de acordo com Kunisawa. Carros importados dos Estados Unidos, que incluem cinco dos 13 modelos de carros comercializados no Japão pela Jeep e General Motors, são "extremamente caros" no Japão, devido à desvalorização do iene. Eles são 50% mais caros do que a classe equivalente de veículos japoneses, acrescentou.
Embora analistas de mercado agora esperem uma valorização do iene, os esforços de Trump para fortalecer a indústria americana por meio de tarifas podem aumentar os custos das montadoras americanas. Muitos carros americanos vendidos no Japão são atualmente exportados da China, Índia e Itália, disse Kunisawa. Mudar para exportar mais veículos com volante à direita para consumidores japoneses de fábricas nos Estados Unidos provavelmente elevaria os preços, acrescentou.
O Estado de S.Paulo - SP 25/04/2025
Muita gente repensa a compra do carro zero-km por conta da depreciação. Ou seja, ao contrário dos imóveis - que costumam valorizar com o passar do tempo - tem automóveis que quanto mais velhos mais baratos ficam. E, no caso de veículos elétricos, isso potencializa. Para se ter ideia, em cinco anos, o valor do carro movido por energia armazenada na bateria pode cair quase 60%, apontou uma pesquisa feita nos Estados Unidos.
De acordo com estudo realizado pela iSeeCars, os veículos elétricos perdem mais valor do que qualquer outro segmento. Um carro híbrido, por exemplo, pode ter redução de aproximadamente 40% após cinco anos de uso. Contudo, a média do setor fica em 45,6%. A pesquisa, vale pontuar, analisou mais de 800 mil veículos usados vendidos entre março de 2024 e fevereiro de 2025.
Da acordo com Karl Brauer, analista executivo da iSeeCars, os carros elétricos vêm perdendo valor em ritmo alarmante. “A depreciação continua sendo o aspecto mais caro da compra de um veículo novo, e a variação entre os tipos de veículos e modelos específicos é algo que os consumidores devem considerar ao pesquisar sua próxima compra”, afirma.
Veja, abaixo, os nove carros elétricos que mais perdem valor em 5 anos:
1) Jaguar I-Pace: 72,2% de depreciação
Queda de US$ 51.953 em relação ao preço original
Motivos: baixa fidelidade à marca e acesso limitado à rede de recarga
2) Tesla Model S: -65,2%
Queda de US$ 52 mil
Motivos: preços altos, atualizações tecnológicas constantes e forte concorrência
3) Nissan Leaf: -64,1%
Queda de US$ 18.043
Motivos: autonomia desatualizada, design envelhecido e recursos limitados de carregamento rápido
4) Tesla Model X: -63,4%
Queda de US$ 53.846
Motivos: caro, design controverso, além de frequentes problemas mecânicos e nas portas traseiras
5) Tesla Model Y: -60,4%
Queda de US$ 36.225
Motivos: altos volumes de produção, cortes de preços dos 0-km da Tesla e concorrência acirrada
6) Porsche Taycan: -60,1%
Queda de US$ 59.691
Motivos: altos custos de reparo e constantes melhorias em tecnologia de baterias
7) Kia Niro EV: -59,2%
Queda de US$ 23.439
Motivos: competição com modelos mais novos e com mais autonomia, bem como sua tecnologia ultrapassada na comparação com os rivais
8) Hyundai Kona Electric: -58,0%
Queda de US$ 19.062
Motivos: rápida obsolescência e infraestrutura de recarga incerta
9) Tesla Model 3: -55,9%
Queda de US$ 23.771
Motivos: tem menor custo inicial, mas não suficiente para competir com híbridos, picapes ou compactos a gasolina em termos de valor de revenda
Valor - SP 25/04/2025
Embora os veículos elétricos da Tesla possam ser conectados a pontos de carregamento compatíveis com o CHAdeMO usando um adaptador da montadora, os veículos CHAdeMO não podem usar os Superchargers da Tesla
Um padrão japonês de carregamento rápido para veículos elétricos surgiu como um potencial ponto crítico nas negociações tarifárias com os Estados Unidos. Washington sinaliza que o considera um obstáculo para empresas americanas como a Tesla.
O Ministério da Economia, Comércio e Indústria geralmente exige que as estações de carregamento de veículos elétricos cumpram o padrão CHAdeMO para se qualificarem para subsídios. Isso "desincentiva montadoras e fornecedores de carregamento estrangeiros a operarem no Japão, exigindo tecnologia desatualizada para receber o subsídio", afirmou o Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR) em um relatório de março.
O CHAdeMO "provavelmente estará na pauta" das negociações tarifárias, disse Yoji Muto, ministro da Economia, Comércio e Indústria, em uma entrevista coletiva na terça-feira, enquanto o Japão se preparava para a próxima rodada de negociações.
"Continuaremos apresentando ideias sobre como podemos aliviar as preocupações dos Estados Unidos", disse um funcionário do ministério.
O Japão tinha cerca de 40 mil pontos de carregamento para veículos elétricos em março de 2024, de acordo com o ministério. O objetivo é aumentar esse número para 300 mil até 2030, sendo 270 mil pontos de carregamento padrão em instalações comerciais e conjuntos habitacionais, além de 30 mil para carga rápida em rodovias.
Embora os veículos elétricos da Tesla possam ser conectados a pontos de carregamento compatíveis com o CHAdeMO usando um adaptador especial da montadora, os veículos CHAdeMO não podem usar os Superchargers da Tesla. O ministério exige a conformidade com o CHAdeMO em troca de subsídios "porque os subsídios são financiados por impostos, o que significa que as instalações de carregamento devem ser acessíveis a muitos carros", disse um funcionário do ministério.
A autonomia limitada dos veículos elétricos torna os pontos de carregamento em rodovias essenciais para viagens de longa distância. O governo não exigiu que os pontos de carregamento estivessem em conformidade com o CHAdeMO quando começou a aceitar licitações em 2013 para construir a rede de carregamento do país. Ainda assim, pontos em áreas de serviço operadas pelas três maiores empresas de rodovias expressas do Japão estavam todos em conformidade com o CHAdeMO em março passado, provavelmente para se qualificarem para subsídios. O USTR considera que os carros americanos estão em desvantagem injusta.
As vendas de veículos elétricos de passageiros no Japão caíram 33%, para 59.736 unidades, em 2024, mostram dados de grupos do setor. A Nissan detinha cerca de 50% do mercado, enquanto a Tesla, cerca de 10%.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pretende reduzir o déficit comercial dos EUA com o Japão como parte das negociações tarifárias. O negociador-chefe japonês, Ryosei Akazawa, por sua vez, falou em buscar um acordo "pacote".
Veja - SP 25/04/2025
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), por meio de uma pesquisa chamada A Sondagem da Construção, gera mensalmente um conjunto de informações usadas no monitoramento e antecipação de tendências econômicas do setor. Um dos últimos resultados mostrou que 39% dos empregadores da construção civil declararam ter tido “muita dificuldade” em contratar trabalhadores qualificados.
A fase final do processo da construção, no momento do acabamento e da instalação dos materiais, é quando a falta de mão de obra capacitada é mais sentida pelas empresas. As razões são diversas, desde a falta de incentivo à formação profissional até a migração de trabalhadores para outras áreas. Seja qual for o motivo e ainda que a pesquisa do FGV IBRE indique que essa falta de profissionais ainda não seja uma ameaça tão grande ao andamento das obras, as empresas do setor estão em alerta, se antecipando com planejamento e ações para driblar a escassez de serviço e evitar atrasos, aumento de custos e menor produtividades nos canteiros de obras.
As construtoras estão adotando novas soluções tecnológicas, estratégias de otimização, gestões financeiras mais agressivas, além do uso de materiais não convencionais, como estruturas de concreto reforçado com fibras e armaduras não metálicas, utilização de steel frame e a produção em obras modulares, técnicas que impactam de modo significativo no custo final e no processo produtivo, reduzindo a necessidade de mais pessoas executando os serviços e encurtando o ciclo final da obra.
A tecnologia, por meio de soluções como robôs, drones, impressoras 3D e softwares avançados, automatiza os processos e traz boas soluções para reduzir a dependência de mão de obra. Essas tecnologias, junto à uma gestão financeira bem estruturada, é um casamento perfeito para minimizar os impactos de problemas externos, como a alta dos insumos, a variação cambial e a escassez de mão de obra qualificada. Uma boa estratégia adotada por grandes empresas, dentro de uma gestão administrativa mais agressiva, é a de se aproximar de fornecedores e negociar uma demanda maior de material com antecedência, conseguindo reduzir bastante os custos de compra de material.
Entre as técnicas de construção com materiais não convencionais, o uso de steel frame vem ganhando bastante espaço. Conhecida também como método de “construção a seco”, essa técnica se encaixa perfeitamente na necessidade de adequação à falta de mão de obra, pois oferece vantagens como rapidez de construção, menor desperdício de materiais e maior controle de custos. O steel frame é um sistema construtivo a seco que utiliza perfis de aço galvanizado como estrutura principal de uma edificação, substituindo as tradicionais paredes de alvenaria e o uso de concreto, reduzindo bastante o número de profissionais nos canteiros de obras.
Infomoney - SP 25/04/2025
As vendas de moradias usadas nos Estados Unidos caíram mais do que o esperado em março, prejudicadas pelos custos mais altos de empréstimos, e é provável que haja mais fraqueza já que as preocupações crescentes com uma desaceleração econômica devido às tarifas minam a demanda.
As vendas de moradias caíram 5,9% no mês passado, para uma taxa anual ajustada sazonalmente de 4,02 milhões de unidades, informou a Associação Nacional de Corretores de Imóveis nesta quinta-feira. Economistas consultados pela Reuters previam queda para 4,13 milhões de unidades.
As vendas caíram 2,4% em março no comparativo anual.
As vendas de moradias usadas são contadas no fechamento de um contrato. As vendas do mês passado provavelmente refletiram os contratos assinados em janeiro e fevereiro, quando a taxa média da popular hipoteca fixa de 30 anos ficou próxima de 7%. Posteriormente, a taxa diminuiu em março, antes de subir para uma máxima de dois meses na semana passada.
As perspectivas econômicas desanimadoras devido à incerteza causada pela política de tarifas em constante mudança do presidente Donald Trump e pelas taxas já impostas a uma infinidade de importações devem pesar sobre o mercado imobiliário.
Dados do governo divulgados na quarta-feira mostraram que as vendas de moradias novas atingiram um recorde de seis meses em março, com o preço médio diminuindo já que as construtoras ofereceram incentivos para reduzir o estoque, atualmente em níveis vistos pela última vez no final de 2007, no auge da crise financeira global.
“A compra e a venda de moradias permaneceram lentas em março devido aos desafios de capacidade aquisitiva associados às altas taxas de hipoteca”, disse Lawrence Yun, economista-chefe da NAR.
Portos e Navios - SP 25/04/2025
A operação portuária do Corredor Norte da VLI movimentou 13,3 milhões de toneladas em 2024, um crescimento de 6,4% em relação a 2023, quando foram movimentadas 12,5 milhões de toneladas. O resultado superou em 3% o recorde anterior de 12,9 milhões, registrado em 2021. A atuação da companhia na região inclui o Terminal Portuário São Luís (TPSL), no Maranhão, e operações no Porto do Pecém, no Ceará. O TPSL integra o Corredor Norte da VLI, que conecta os fluxos de importação e exportação ao tramo norte da Ferrovia Norte-Sul e à Estrada de Ferro Carajás, e movimenta cargas como soja, milho, fertilizantes, combustíveis e ferro gusa. O corredor conta ainda com terminais integradores em Palmeirante e Porto Nacional (TO) e em Porto Franco (MA).
No Porto do Pecém, a empresa movimenta carvão mineral e minério de ferro por meio de contrato com a Companhia de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), atendendo ao setor siderúrgico. Segundo Ederson Almeida, diretor de operações do Corredor Norte da VLI, os números refletem o compromisso com a eficiência, segurança e excelência operacional. O Corredor Norte atende cargas originadas no Matopiba e nos estados do Pará, Mato Grosso e Goiás.
Nos últimos cinco anos, a VLI investiu R$ 1,5 bilhão na estrutura do corredor, incluindo a aquisição de 168 vagões e três locomotivas. Almeida destacou ainda a importância do Arco Norte no crescimento das exportações brasileiras e alertou sobre a necessidade de preservar a competitividade local, sem a criação de novas tributações que possam comprometer o equilíbrio dos fluxos logísticos e afetar negativamente o desenvolvimento da região.
Portos e Navios - SP 25/04/2025
A Vports anunciou a ampliação da capacidade operacional do complexo portuário de Vitória (ES), permitindo agora o recebimento de navios com até 83 mil toneladas de deadweight (DWT), um aumento de 70% na capacidade de atendimento a embarcações classe Panamax. Antes da mudança, o limite era de 70 mil toneladas. A autoridade portuária privada destacou que a alteração foi viabilizada após a conclusão de obras de dragagem, com investimento de R$ 30 milhões, e estudos técnicos conduzidos pela administradora portuária.
A medida amplia a eficiência do porto, viabilizando o recebimento de navios graneleiros e de carga geral com maior consignação, o que reduz o custo por tonelada transportada. “Nossos investimentos em modernização e infraestrutura portuária vão permitir um incremento em nossa capacidade de movimentação de carga”, destacou Pedro Benevides, diretor comercial da Vports. A mudança foi uma das novidades apresentadas na Intermodal South America, que acontece esta semana, em São Paulo (SP).
Durante a feira, a Vports também apresentou o balanço dos dois anos e meio de sua concessão privada, com destaque para os R$ 580 milhões investidos em melhorias em parceria com empresas do setor. Entre as obras relevantes está a revitalização da ferrovia interna do porto de Vila Velha, interligada à EFVM e à Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), com início de operação previsto para 2025 e foco em conectar o Centro-Oeste, especialmente Goiás e Triângulo Mineiro, ao Espírito Santo.
O diretor-presidente da Vports, Gustavo Serrão, informou ainda que a companhia fechou 14 contratos com empresas da cadeia logística desde o início da concessão — média bem superior à anterior, que era de um contrato a cada quatro anos. Em 2024, o complexo portuário de Vitória movimentou 8,4 milhões de toneladas de produtos, com crescimento de 15% sobre 2023, frente a uma média nacional de 1,2%. A movimentação de contêineres cresceu 30%, alcançando 228 mil TEUs no ano.
Petro Notícias - SP 25/04/2025
A Petrobrás quer reduzir custos ao simplificar os projetos dos módulos do topside das plataformas P-84 e P-85, que serão destinadas para os Campos de Atapu e Sépia. O que se sabe é que cada um deve pesar menos 20 mil toneladas do projeto atual, objetivando chegar a um limite de 30 mil toneladas. A empresa escolheu a Seatrium para realizar este importante desafio. A Petrobrás acredita neste esforço de simplificação do projeto trará bons ganhos e eficiência na operação.
Enquanto isso, a P-83, que será instalada no campo de Búzios, que fica localizado no pré-sal da Bacia de Santos, a cerca de 260 km da costa do RJ, entra em uma nova fase de produção no estaleiro asiático Yantai CIMC Raffles. Este é o maior campo de petróleo em águas profundas do mundo e a P-83 será a 11a unidade a ser instalada ali. A produção de Búzios deverá alcançar 2 milhões de barris de petróleo por dia (bpd). A P-83 iniciará a sua produção em 2027 e contribuirá para ampliar a capacidade instalada do campo de Búzios , dos atuais 600 mil bpd para 2 milhões bpd.
Petro Notícias - SP 25/04/2025
O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização social vinculada ao MCTI, e a Petrobrás, concluíram a primeira fase de uma parceria tecnológica que vai permitir avanços na exploração e ampliar as possibilidades de pesquisa em óleo e gás. A base do projeto é utilizar uma das estações de pesquisa do Sirius, maior e mais complexa infraestrutura científica do Brasil, para fazer imagens 3D de rochas do pré-sal de forma automatizada, o que é capaz de gerar grandes volumes de dados rapidamente. Iniciado em 2021, o projeto tem duas frentes: um de infraestrutura, que consistiu em implantar a microestação da linha Mogno, com uma instrumentação para automatizar medidas com rochas padrões da indústria, e outra em atividades de Pesquisa e Desenvolvimento, com o objetivo de desenvolver métodos de pós-processamento de dados. O Sirius possui em seu núcleo aceleradores de elétrons de última geração, que produzem um tipo de luz capaz de revelar a microestrutura dos materiais. Essas análises são realizadas nas chamadas linhas de luz, que podem ser usadas simultaneamente. Uma delas é a linha de luz Mogno, capaz de gerar imagens tomográficas em 3D com resolução micro e nanométrica das rochas que contêm óleo e gás, abrindo novas possibilidades de pesquisa na área petroquímica.
Banco de Pedras do Pré-Sal brasileiro
Nathaly Archilha, pesquisadora do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, responsável pela linha Mogno, explica que “Um dos principais objetivos científicos para os quais a linha Mogno foi planejada é justamente a realização de pesquisas relacionadas a petróleo.” As reservas petrolíferas do pré-sal são um conjunto de rochas carbonáticas formadas há mais de 100 milhões de anos, situadas em grande profundidade, abaixo de uma camada de rocha salina no fundo do mar. A linha Mogno permite investigar estruturas internas de diversos materiais de forma não-invasiva, em diferentes escalas, com zoom contínuo e possibilidade de chegar a resolução espacial de 200 nanômetros. Em breve, também será possível submeter os materiais a diferentes condições mecânicas, térmicas ou químicas e acompanhar alterações em tempo real.
O instrumental científico que tornará isso possível está em desenvolvimento em outro projeto em parceria com a Petrobrás. “Esses desenvolvimentos permitirão estudos detalhados de fenômenos complexos como, por exemplo, a passagem de fluidos através dos poros das rochas, simulando as mesmas condições em que elas são encontradas na camada do pré-sal. Este conjunto de possibilidades experimentais não existe em lugar nenhum do mundo“, destaca Nathaly. De acordo com Gabriel Moreno, engenheiro do laboratóro que coordenou os esforços para viabilizar a infraestrutura técnica da Mogno, os próximos desenvolvimentos “oferecem um nível de complexidade ainda maior, com desafios excitantes nas áreas de dinâmica, fluido-térmica e engenharia de sistemas.”
A parceria com a Petrobrás resultou na instalação de uma microestração na linha de luz Mogno é capaz de receber de uma só vez até 88 amostras, como rochas do pré-sal, por exemplo, trocando-as automaticamente durante a realização de micromotomografias 3D, em diferentes resoluções. A linha também pode ser operada remotamente em experimentos de baixa complexidade. O objetivo da Petrobrás é gerar um banco de dados digital de rochas que aumente o conhecimento da indústria acerca dos reservatórios de petróleo. O banco de dados de rochas digitais será associado a algoritmos, com uso de inteligência artificial, para caracterizar as estruturas geológicas e fazer simulações numéricas do processo de recuperação do óleo que está dentro delas. Com isso, será possível fazer simulações para prever a dinâmica de exploração dos reservatórios de petróleo. O projeto envolve ainda o desenvolvimento de métodos de pós-processamento, que poderão ser usados pelos pesquisadores externos que vêm ao Sirius realizar seus experimentos. Nesta frente, o time de computação científica do LNLS desenvolveu algoritmos de reconstrução de dados, responsáveis por criar as imagens tridimensionais. Os desenvolvimentos se beneficiarão do uso do Tepui, central de computação de alto desempenho do Sirius, e ainda de uma parceria com a RNP para a transferência dos dados do Sirius para o supercomputador Santos Dumont, do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis.
Recentemente foram realizados os primeiros experimentos na linha Mogno usando as novas capacidades experimentais por um time conjunto do LNLS/CNPEM e da Petrobrás. A fase de experimentos na linha de luz ocorreu em novembro de 2024 com amostras de diversos poços do pré-sal e, desde então, essas medidas estão sendo pós-processadas para a geração das imagens 3D das rochas. Agora, a microestação está aberta também para a comunidade científica na modalidade “comissionamento científico”. Os interessados em utilizar a nova microestação poderão apresentar seus projetos de pesquisa na próxima chamada de propostas para uso do Sirius, ainda neste ano. As propostas aprovadas realizarão experimentos em 2026.
Petro Notícias - SP 25/04/2025
A denúncia e o alerta feito pelo Petronotícias na véspera da Petrobrás anunciar a empresa vencedora de uma licitação pra lá de duvidosa para a compra e o lançamento de tubos rígidos e flexíveis para os campos de Búzios 10, continua dando bons resultados para a Petrobrás e para o Brasil. Além de ter reduzido o valor à pagar pela encomenda, trazendo benefícios financeiros para a Petrobrás, que contratou a holandesa Allseas por um preço menor, agora a francesa Vallourec foi contratada para fornecer os tubos que serão construídos no Brasil. Serão fornecidos 18 mil toneladas de tubos sem costura. O valor deste negócio não foi anunciado.
Graças a uma intervenção direta da Presidente da Petrobrás, Magda Chambriard, em outubro ano passado, a licitação que daria a vitória em Búzios 10 para a outra holandesa, a Subsea 7, foi cancelada e feita uma nova licitação. A Allseas, que havia deixado de lado na licitação, venceu a concorrência por um preço menor, com o resultado sendo anunciado no final de dezembro do ano passado. A licitação e o resultado foram feitos em tempo recorde, mas corrigiu o que seria um grande prejuízo não só para os cofres da empresa, mas para a imagem da companhia, que ficou profundamente arranhada na Operação Lava Jato. Qualquer deslize, o fantasma volta a se apresentar.
A Allseas ficou responsável por projetar, comprar, construir e instalar a infraestrutura submarina da área. O início do lançamento dos primeiros tubos, só começará a partir de julho ou agosto do ano que vem. É um contrato volumoso em EPC, que está a cargo da empresa holandesa. São quase 150 quilômetros de dutos rígidos submarinos, com componentes e acessórios. A francesa Vallourec irá usar a sua fábrica de Jeceaba, Minas Gerais, para executar este projeto. O sistema a ser implementado pela Allseas irá conectar 16 poços à plataforma do tipo FPSO, depois de usar sua embarcação própria para lançamento de tubos. Para lembrar, o campo de Búzios é o segundo maior produtor do país, atrás apenas de Tupi, também na Bacia de Santos. Ele já bateu a marca recorde de 1 bilhão de barris. O campo é operado pela Petrobrás em consórcio com as empresas chinesas CNOOC, CNPC e a PPSA.
Diário do Comércio - MG 25/04/2025
O presidente Lula (PT) deve vir a Minas Gerais novamente ainda neste primeiro semestre para oficializar a entrega do Anel Rodoviário à Prefeitura de Belo Horizonte. Atualmente, a rodovia é administrada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Na última quarta-feira (23), Álvaro Damião (União Brasil) e outros prefeitos de cidades da região metropolitana participaram de uma “força-tarefa” em Brasília para discutir e buscar avanços em projetos entre os municípios e o governo federal.
Veja detalhes
Zema visita obras da fábrica da Heineken em Minas; investimento ultrapassa R$ 2 bi
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), visitou na manhã desta quinta-feira (24) as obras da nova fábrica da cervejaria do Grupo Heineken em Passos, no Sul de Minas. O investimento do governo na cervejaria já ultrapassa R$ 2 bilhões.
A implementação da unidade em Passos acontece após a cervejaria desistir do negócio em Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, já que o local escolhido para a indústria ficava em um sítio arqueológico. Assim, em abril de 2022, a Heineken anunciou
BRs 040 e 495: leilão do trecho entre JF e RJ será na próxima semana
As empresas interessadas em disputar o leilão de concessão do sistema rodoviário formado pelas BRs-040 e 495 entre Juiz de Fora e Rio de Janeiro devem entregar as propostas, juntamente com as garantias correspondentes, na B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão, entre 10h e 12h nesta sexta-feira (25).
Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o leilão é para viabilizar a exploração do trecho de 218,9 quilômetros de extensão da rodovia. O investimento total será de R$ 8,8 bilhões, sendo R$ 5 bilhões de investimento a longo prazo (Capex) e R$ 3.8 bilhões em custos operacionais (Opex).
Monitor Digital - RJ 25/04/2025
A projeção para o Produto Interno Bruto da agropecuária em 2025 é de crescimento, impulsionada pela maior colheita brasileira de grãos na safra 2024/25, pela leve recuperação dos preços das commodities agrícolas e pela valorização do dólar. Após um fraco desempenho em 2024, o ramo deve ampliar sua participação na economia nacional. A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda estima um avanço de 2,3% do PIB este ano, refletindo a retomada do agronegócio. A safra recorde de grãos, prevista em 322,42 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), pode atenuar a retração da pecuária e compensar a menor produção de café e açúcar.
Mesmo com desafios no cenário econômico, devido à elevação dos juros e ao aumento das recuperações judiciais, o setor se destaca por sua capacidade de adaptação e inovação.
“O uso de tecnologias que aumentam a produtividade, a busca por soluções sustentáveis e a abertura de novos mercados têm sido fatores determinantes para manter a expansão do segmento”, afirma Rayssa Melo, cofundadora da agfintech Agree.
A captação de crédito é um dos principais motores do desenvolvimento do campo, permitindo que produtores invistam em correções de solo e custeios para manutenção das lavouras e aumento da produtividade, além da infraestrutura das fazendas e expansão de suas atividades.
“Soluções inovadoras para facilitar o acesso aos empréstimos, como modelos de análise de risco mais assertivos, plataformas digitais como a da Agree e novas linhas de ofertas adaptadas às necessidades do produtor rural, têm sido desenvolvidas pelos bancos e por fintechs”, analisa.
O desempenho do agro também está diretamente ligado às condições climáticas. A previsão para 2025 indica oscilações que podem comprometer a produtividade de diversas culturas, tornando ainda mais importante o investimento em inovação, manejo de solo e aprimoramento de técnicas de irrigação.
“Com isso, o crédito continua sendo um dos pilares mais importantes para a sustentabilidade das atividades do setor. Para garantir boas condições de financiamento, os produtores precisam se preparar melhor, apresentando informações mais detalhadas sobre sua gestão financeira. Essa adaptação não apenas facilita a aprovação dos financiamentos, mas também fortalece a saúde financeira das propriedades, evitando problemas no fluxo de caixa”, finaliza.
A boa produção da safra das águas continua influenciando nos preços de comercialização da batata nos principais mercados atacadistas. Desde dezembro do ano passado, as cotações do produto estão em queda. E em março não foi diferente. De acordo com levantamento da Conab , a redução na média ponderada das principais Centrais de Abastecimento (Ceasas) analisadas foi de 5,34%. O dado está disponível no 4º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado hoje pela estatal.
A alface foi outra hortaliça com queda na média ponderada de 8,08%. Essa redução ocorre depois de um movimento de alta registrada em fevereiro. No entanto, o movimento de preços mais baixos não foi unânime. As Ceasas que empurraram a média para baixo foram a de São Paulo (-14,32%), a de Belo Horizonte (-21,89%) e a de Recife (-60,79%). As diminuições de preço foram em função da maior comercialização da folhosa, e também queda na qualidade da folhosa, prejudicada pelo calor e chuvas constantes.
Já as demais hortaliças ficaram mais caras no último mês.O tomate teve aumento de preços relacionado à diminuição da oferta e à proximidade do final da safra. A paulatina diminuição da oferta vem provocando a alta de preço. A proximidade do final da safra de verão provoca esse comportamento, com algumas áreas apresentando escassez de tomate em ponto de colheita. A oferta em março foi 3,3% inferior à de fevereiro. Na comparação com janeiro, ela ficou 13,2% abaixo e com dezembro de 2024 esse percentual negativo é ainda maior 15,1%. Ou seja, essa oferta declinante provoca a ascensão dos preços nesse período.
A cebola também registrou novo aumento nos preços, com variação positiva de 11,44% na média ponderada. O comportamento é esperado para a época, com a subida das cotações motivadas pela concentração da oferta do bulbo no Sul do país. Mas é preciso destacar que a alta deste ano, até o momento, pode ser considerada de pequena intensidade, principalmente quando comparada com a variação registrada nos últimos dois anos. No caso da cenoura, a elevação foi de pouca intensidade, com variação de 3,26% na média ponderada.
O boletim também aponta uma certa estabilidade nos preços praticados no último mês nos mercados atacadistas analisados. A maior oscilação registrada foi para a maçã, com queda de 2,02% na média ponderada, influenciada pelo aumento da colheita da variedade fuji.
Para banana, a oscilação também foi ligeiramente negativa em 0,48%, uma vez que a oferta permaneceu alta nas Centrais de Abastecimento tanto para a variedade nanica como para a prata. No caso do mamão, a média ponderada foi de uma leve redução de 0,42%. Mas o comportamento dos preços não foi uniforme em todas as Ceasas analisadas. Março registrou aumento da comercialização, principalmente por causa da maior oferta da variedade formosa nos entrepostos atacadistas, junto a uma demanda aquecida no início do mês. Já para o mamão papaya, a oferta esteve restrita durante o mês e os preços subiram em relação ao mês anterior.
Para a melancia, o movimento nas Centrais de Abastecimento analisadas foi de oscilação tanto de preços quanto de comercialização, com as cotações permanecendo estáveis na média ponderada. No início do mês, os valores praticados estiveram mais elevados por causa da menor oferta da fruta, com o encaminhamento do fim da safra gaúcha e a baixa colheita da segunda parte da safra na Bahia. Já na segunda quinzena de março, a produção aumentou em São Paulo, devendo se encerrar ainda em abril, já que a safrinha é mais curta do que a produção em outras épocas do ano.
A laranja registrou leve alta de 0,14%. Com a menor qualidade das frutas, a demanda industrial foi menor. Consequentemente, os preços caíram para o setor industrial e sobraram mais frutas para consumo no atacado e varejo. Porém, no principal mercado produtor brasileiro, o cinturão citrícola, a maior parte dos laranjais se encontra em período de entressafra, com o fim da oferta das laranjas tardias da safra que está findando e o início, ainda tímido, da chegada das laranjas precoces da nova safra.
Quanto às exportações, o ano foi iniciado de forma bastante promissora, com boas vendas para a Europa e Ásia. No primeiro trimestre de 2025, o volume total enviado ao exterior foi de 301 mil toneladas, alta de 26% em relação ao primeiro trimestre de 2024, e o faturamento foi de U$S 311 milhões (FOB), superior 7% em relação ao primeiro trimestre de 2024 e de 23% em relação ao mesmo período de 2023.
IstoÉ Dinheiro - SP 25/04/2025
A fabricante norte-americana de máquinas CNH Industrial, dona de marcas como Case IH e New Holland, anunciou hoje a expansão de seu Centro de Distribuição em Cuiabá (MT), com o objetivo de melhorar a disponibilidade de peças e otimizar o tempo de entrega para o Centro-Oeste.
Com a nova estrutura, prevista para ser inaugurada no segundo semestre deste ano, a expectativa é reduzir em até 50% o tempo de entrega de peças para a região, que hoje concentra grande parte da produção de grãos do País. A expectativa é de que a expansão melhore o portfólio de peças de reposição, bem como a entrega de peças e fortaleça o atendimento não só a Mato Grosso, mas também em Rondônia, disse a companhia em nota. A empresa não informou o investimento para o novo centro.
Revista Manutenção e Tecnologia - SP 25/04/2025
Na Agrishow 2025, principal vitrine de tecnologia do agronegócio do país, que acontece entre os dias 28 de abril e 2 de maio, em Ribeirão Preto, São Paulo, a XCMG Brasil apresenta sua linha de equipamentos, visando contribuir para o desenvolvimento do setor e atender à crescente demanda do mercado.
Um dos destaques no stand da empresa é a linha de pá carregadeira, desenvolvida com tecnologia avançada e projetada para garantir segurança, confiabilidade e eficiência. Além do setor agro, é amplamente utilizada na construção civil, pedreiras, portos, mineração, entre outras aplicações.
Destaques - Com peso operacional de 11.100 kg, equipada com um motor de 130 hp, e caçamba com capacidade de 1,8 m³, a pá carregadeira LW 300KV (foto) possui capacidade nominal operacional de até 3.000 Kg. O equipamento conta com uma variedade de opcionais, incluindo garfo de carregamento, garra para uso florestal e braço para movimentação de materiais.
A minicarregadeira XC7-SR08, apresenta peso operacional de 3.210 kg, motor com potência de 67,3 hp e caçamba com capacidade de 0,45 m³. Esse equipamento traz recursos avançados para potencializar o trabalho, como mecanismo de elevação radical inovador, que oferece uma combinação de potência e eficiência proporcionando flexibilidade e excelente desempenho.
Apresenta, ainda, nivelamento unidirecional, que oferece maior eficiência e precisão nas operações, aumentando a produtividade. E sistema hidráulico de alta qualidade, equipado com componentes de renome internacional, proporcionando alta capacidade de fluxo, controle preciso do braço de elevação, velocidade variável contínua e travamento inteligente de ferramentas.
Outra importante linha da XCMG no evento é a de escavadeira. Destaque para a XE55DA, miniescavadeira que possui elevada eficiência e potência de motor 35 kW (47 hp), principalmente utilizada para condições de trabalho com terra, capaz de enfrentar tarefas exigentes com alta eficiência.
“Seu peso operacional otimizado de 5750 kg garante estabilidade e manobras precisas, enquanto sua caçamba de 0,21 m³ de capacidade permite um manuseio eficaz de materiais, possuindo avançado sistema de motor de arranque, que assegura partidas confiáveis em todas as condições. Enfim, a XE55DA reúne inovação, potência e durabilidade para elevar o padrão em escavação e construção”, destaca Renato Torres, Diretor Comercial da XCMG Brasil.
Outro diferencial, complementa Torres, é que o potente motor Kubota V2607 e o sistema hidráulico são perfeitamente compatíveis, garantindo alta eficiência e economia de combustível.
Lançamento - A grande novidade da XCMG na Agrishow 2025 é o caminhão pipa 100% elétrico, primeiro a ser lançado no mercado nacional para atender os mais altos padrões técnicos com eficiência e segurança da operação.
“A empresa irá levar o caminhão pipa E7-29R com capacidade volumétrica de 25.000, destinado ao transporte de água, controle de poeira, compactação, umectação de solo e controle de incêndio, informa Ricardo Senda, Gerente de Elétricos da XCMG Brasil, acrescentando que o veículo está disponível nos modelos fora de estrada e rodoviário, atendendo, além do setor agro, os segmentos sucroalcooleiro, mineração, construção civil, florestal e saneamento.
Os principais diferenciais técnicos do caminhão pipa 100% elétricos são bomba centrífuga com vazão de 1.000 litros por minuto; caminhão com alcance de até 50 metros controlados por joystick; sistema de controle eletrônico desenvolvido para realizar o acionamento eletropneumático dos espargidores; quebra-ondas transversais e longitudinais para maior estabilidade; espargidor traseiro e laterais para umectação de solo e controle de poeira e chamas.
A XCMG Brasil aproveita o evento para também mostrar ao visitante especializado sua linha completa de equipamentos, como a escavadeira XE150BR, as miniescavadeiras XE35U e XE27U, os tratores XT604-4DBR e XT864-5EBR, a pá carregadeira XC968EV, a fresadora XM1005H, o rolo compactador XS123PDBR, a minicarregadeira XC7-SR07, a plataforma XGA20E, a empilhadeira XCB25-L5, o caminhão elétrico E7-49T, o guindaste XCT70BR, e a perfuratriz XZ150E.