Valor - SP 21/05/2025
Avanço no trimestre não dissipa incertezas sobre a sustentabilidade do setor frente à concorrência estrangeira
O primeiro trimestre expôs, mais uma vez, os desafios estruturais da siderurgia brasileira: concorrência predatória do aço importado - especialmente da China -, demanda interna desigual e impactos de políticas comerciais externas, como as tarifas americanas. Ainda assim, o setor deu sinais de recuperação, com margens melhores e reequilíbrio operacional, como mostram os balanços das empresas de capital aberto.
Apesar da competição externa, a demanda doméstica de aço cresceu no período, com destaque para os setores automotivo, construção civil e linha branca. Mas a alta da Selic, atualmente em 14,75% ao ano, e a tendência de que se mantenha em patamar elevado por mais tempo podem esfriar setores essenciais para o consumo de aço, como a construção civil.
Além disso, o sistema híbrido de cotas e tarifa de 25%, implementado pelo governo para conter a entrada excessiva de aço importado, não surtiu o efeito esperado. Como a medida está prevista para vigorar apenas até o fim de maio, o setor vive momentos de apreensão.
Segundo dados do Instituto Aço Brasil, nos quatro primeiros meses do ano, as importações aumentaram 27,5% e atingiram 2,2 milhões de toneladas. As usinas têm elevado o tom e ameaçam suspender ou adiar investimentos caso o governo brasileiro não adote medidas mais eficazes contra o que classificam como invasão do aço chinês.
O presidente da Gerdau, Gustavo Werneck, disse em teleconferência que a companhia estuda reduzir os investimentos já a partir do próximo ano. A Usiminas segue a mesma linha: seu presidente-executivo, Marcelo Chara, declarou que a empresa poderá rever para baixo a previsão de investir cerca de R$ 1,5 bilhão no Brasil em 2025, caso não haja uma resposta mais firme do governo.
Artur Bontempo, analista principal de minério de ferro e aço da Wood Mackenzie, observa que, com o aumento da importação de aço, as empresas têm se posicionado em relação às medidas protetivas do governo. Por se tratar de um setor intensivo em capital, ele destaca que é fundamental um ambiente estável para que a indústria tome decisões de maneira estruturada.
“Outro ponto é o perfil do parque industrial siderúrgico brasileiro, já que a maior parte das unidades iniciou operações na década de 60 ou de 80 do século passado. Embora ainda operem com eficiência, pode faltar estímulo para novos planos de ampliação ou modernização”, diz o analista.
Além desses fatores, o setor observa com apreensão outras frentes. A possibilidade de desaceleração da economia global, especialmente na China, impacta diretamente o preço do minério de ferro e reduz a atratividade das exportações de aço.
Filipe Bonaldo, líder Brasil A&M Infra, observa contextos distintos. CSN e Itaminas têm um aumento no endividamento por conta de juros e a pressão do excesso de aço entrando no Brasil. “Elas sofrem exatamente o que está acontecendo em nossa economia: juros elevados junto a um forte movimento de importação”, diz. “Isso faz, inclusive, com que elas tenham que segurar novos investimentos, naturalmente investimentos de expansão”.
Empresas sofrem com juros elevados junto a um forte movimento de importação”
— Filipe Bonaldo
Enquanto isso, Bonaldo nota que Gerdau e ArcelorMittal, por atuarem de forma mais internacionalizada, não enfrentam pressões apenas do mercado brasileiro. Sua estrutura de capital e seu nível de endividamento são menos pressionados, especialmente em comparação ao cenário nacional.
Além disso, as duas companhias possuem presença relevante em mercados externos. A Gerdau, por exemplo, está exposta ao mercado americano, que conta com mecanismos de proteção comercial que ajudam a preservar o resultado operacional (Ebitda), reduzindo o impacto na alavancagem. A ArcelorMittal, por sua vez, tem presença global diversificada, o que a protege de forma semelhante.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, diz que a queda da demanda chinesa de aço agrava o ambiente de prática de preços subsidiados. Segundo o dirigente, os mecanismos antidumping aprovados na Organização mundial do comércio (OMS) devem ser implementados.
“Nós acreditamos que todos os processos antidumping que estejam sob análise deveriam, nesse momento específico, ser concedidos com direito provisório, já que o mundo vive um momento de muita turbulência”, afirma.
Já os segmentos que consomem aço, como a construção civil, avaliam que onerar a importação levaria a um aumento geral dos preços do material, com impacto direto no custo da obra e na atratividade do segmento.
Outros setores importantes para o consumo de aço, como máquinas e equipamentos, apontam redução no crescimento. O segmento alega que a alta nos custos de insumos, especialmente o aço nacional, é um dos fatores que comprometem sua competitividade.
Infomoney - SP 21/05/2025
Com operações em diferentes setores da economia, Gerdau (GGBR4), Klabin (KLBN11), Suzano (SUZB3) e a Companhia Brasileira de Alumínio (CBAV3), consideradas empresas de produção de commodities industriais e agrícolas florestais, apresentam estratégias distintas para enfrentar um ambiente macroeconômico incerto, conforme análise do Itaú BBA. O banco ouviu executivos das companhias e detalhou seus próximos passos em relatório enviado ao mercado no domingo (18).
Segundo os analistas, as quatro empresas estão em momentos distintos, mas com pontos em comum: foco em eficiência, maior controle de custos e disciplina na alocação de capital. Em todos os casos, há uma cautela maior com novos investimentos e atenção redobrada à geração de caixa e retorno ao acionista, seja por meio de recompra de ações, dividendos ou melhoria no endividamento.
Nos Estados Unidos, a Gerdau vê sinais de recuperação nas margens. A administração apontou que os níveis de utilização das operações norte-americanas estão elevados, com uma carteira de pedidos composta por produtos de maior valor agregado e prazo superior a 80 dias. Essa combinação favorece um mix mais valorizado e, consequentemente, melhores resultados.
A companhia projeta uma melhora sequencial nos números do segundo trimestre deste ano, amparada pela demanda em setores como data centers, energia solar e logística. A expectativa é de que o terceiro trimestre traga resultados ainda mais fortes, com preços em alta e efeitos sazonais positivos.
Já no Brasil, a dinâmica tem sido menos favorável. O mercado de aços longos segue pressionado por uma concorrência acirrada, especialmente entre distribuidores. A Gerdau indicou que alguns concorrentes iniciaram o ano com estoques elevados e vêm praticando preços agressivos para manter volumes, o que vem comprimindo as margens. Ainda que a demanda esteja estável, o ambiente competitivo permanece difícil. A companhia reconhece que a visibilidade para o segundo semestre segue reduzida.
Historicamente focada em rentabilidade, a Gerdau mudou de postura na divisão de vergalhões e não pretende mais perder participação de mercado para concorrentes que mantêm a capacidade inalterada. O Itaú BBA diz que a empresa acredita estar bem posicionada para recuperar terreno, amparada por sua estrutura financeira e eficiência operacional.
A administração também vê espaço para melhorar margens no Brasil por meio de iniciativas internas, como a retomada plena das operações em Ouro Branco e a entrada em operação da nova plataforma de mineração a partir do segundo semestre de 2026.
A expansão da mina Miguel Burnier está em dia e deve permitir que a Gerdau reduza de forma importante o custo do minério de ferro. A redução do capex após este ano está no radar. Com boa parte dos investimentos concentrados em energia, mineração e melhorias industriais, a empresa avalia reduzir os desembolsos em 2026 e 2027, priorizando retornos aos acionistas por meio de recompra de ações e dividendos.
A aquisição de ativos de energia renovável não contratados segue como uma das prioridades. Já a estratégia com carvão vegetal está em revisão, diante da elevação dos custos com terras e florestas.
Nova fase
No setor de papel e celulose, a Klabin se prepara para entrar em uma nova fase de geração de caixa e desalavancagem. Com a conclusão de grandes projetos, como Puma II, Figueira e a caldeira de recuperação em Monte Alegre, a empresa espera um fluxo de caixa livre expressivo nos próximos quatro anos. A alavancagem líquida deve cair de 3,9 vezes para 3,2 vezes até o fim deste ano, podendo atingir 2,5 vezes no médio prazo.
Sem planos de grandes expansões até 2026, a Klabin vai concentrar os investimentos em produtividade e eficiência, com pequenos projetos capazes de agregar valor com desembolsos mínimos. A administração vê boas perspectivas no mercado de fluff — tipo de celulose usada em produtos de higiene —, com preços em alta, oferta global apertada e demanda aquecida por fraldas geriátricas e itens premium. A companhia só produz fluff de alta qualidade, feito 100% com fibra longa, e avalia que soluções com base em fibra curta não devem avançar em aplicações de maior valor.
A empresa também aposta em inovação em parceria com a Tetra Pak, com foco em reciclabilidade e desenvolvimento tecnológico. Os analistas apontam que a eficiência operacional segue como pilar, com custos caixa estimados entre R$ 3.100 e R$ 3.200 por tonelada.
A monetização de terras e parcerias florestais via Organização de Gestão de Investimentos em Madeira (TIMOs) complementa a disciplina de capital, oferecendo flexibilidade para projetos futuros. O segmento de embalagens segue em expansão, com ganho de participação e preços acima da inflação nos últimos sete anos. A companhia já alcançou 23% do mercado de papelão ondulado e vê 2025 como mais um ano de volumes elevados.
O Itaú BBA afirmam que a Suzano mantém o foco na competitividade e geração de valor após a entrega do Projeto Cerrado. A empresa, segundo a administração, busca ampliar sua vantagem de custos na produção de celulose de fibra curta, com medidas que envolvem desde a gestão florestal, reduzindo a dependência de madeira de terceiros, até melhorias industriais e cortes em despesas administrativas.
A unidade de Ribas, considerada a mais eficiente do mundo, é parte central dessa estratégia. A meta é reduzir o custo total por tonelada de R$ 2.200 para R$ 1.900 até 2027, o que pode liberar mais de US$ 800 milhões por ano em caixa.
Outro ponto estratégico é a substituição da fibra longa por celulose de fibra curta em mercados como papel tissue, que representa boa parte das vendas. A Suzano estima que até 8 milhões de toneladas de softwood podem migrar para hardwood ao longo dos anos, especialmente na Europa e nos Estados Unidos. Para isso, a empresa trabalha com clientes em três frentes: substituição direta, ajustes técnicos e desenvolvimento de novos processos.
Disciplina
Já a CBA destacou avanços no segmento de downstream (etapa final da cadeia produtiva, mais próxima do consumidor, onde os produtos são processados, refinados, transformados e comercializados) e eficiência operacional. A administração da empresa reafirmou o foco em contratos de energia de longo prazo como uma das principais alavancas para redução de custos.
O Itaú BBA ressaltou que, mesmo com um ambiente mais difícil para o preço do alumínio, a CBA conseguiu manter margens estáveis por meio da disciplina operacional. A estratégia de autossuficiência energética, aliada a melhorias na linha de produtos de maior valor agregado, sustenta uma trajetória de ganhos de produtividade. A empresa também busca reforçar a integração entre mineração, refino e produção de alumínio primário.
IstoÉ Dinheiro - SP 21/05/2025
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de St. Louis, Alberto Musalem, disse que a política monetária no país está bem posicionada e permanece “modestamente restritiva”, em discurso preparado para evento do Clube Econômico de Minnesota, nesta terça-feira. Ele justificou a opinião citando a força subjacente da economia norte-americana, o mercado de trabalho resiliente do país, e a diminuição da inflação – mas que ainda permanece acima da meta do BC dos Estados Unidos de 2%.
continua a exibir força subjacente. As expectativas de inflação de curto prazo aumentaram, mas outras medidas de expectativas de inflação de longo prazo permaneceram estáveis”, disse o membro do Fed.
Apesar da menor imigração, a força de trabalho nos EUA continuou a crescer, segundo Musalem, e o recuo do Produto Interno Bruto (PIB) americano no primeiro trimestre foi resultado de “circunstâncias incomuns e pontuais”.
De acordo com Musalem, tarifas mais altas provavelmente reduzirão a atividade e exercerão pressão inflacionária, pelo menos no curto prazo. “Há uma incerteza considerável sobre onde as tarifas se estabilizarão e quais serão seus efeitos. Continuarei avaliando as informações recebidas para esclarecer qual cenário parece mais provável”, avaliou, ao ressaltar que a incerteza da política econômica está “excepcionalmente alta” e que o impacto na economia “tende a ser significativo”.
Segundo o dirigente, agora é o momento de manter a confiança na continuidade do combate à inflação e expectativas de inflação bem ancoradas são necessárias para alcançar duplo mandato do Fed de estabilidade de preços e pleno emprego. “Acredito que a política deve priorizar a estabilidade de preços diante das pressões inflacionárias persistentes que ameaçam desalojar as expectativas de inflação de longo prazo”, ponderou.
O Estado de S.Paulo - SP 21/05/2025
O anúncio do presidente chinês, Xi Jinping, de uma linha de crédito de US$ 9,1 bilhões, investimentos em infraestrutura e isenções de visto para vários países latino-americanos é apenas o exemplo mais recente de como a China está aproveitando a agenda negativa do presidente Donald Trump na região.
Xi fez esses anúncios durante a cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Pequim, no dia 13 de maio. Lá, ele apresentou a China como o “mocinho do filme”, em contraste com os aumentos de tarifas, os cortes de ajuda externa e as restrições à imigração impostos por Trump.
“Não há vencedores em guerras tarifárias ou comerciais”, disse Xi em seu discurso a presidentes de países como Brasil, Colômbia e Chile e altos funcionários de cerca de 30 governos. “Intimidação e políticas hegemônicas só ocasionam auto isolamento.”
Xi referia-se claramente aos aumentos de tarifas de Trump, bem como aos cortes em sua ajuda externa, sua repressão aos imigrantes e sua promessa de “retomar o controle” do Canal do Panamá.
O novo mega empréstimo permitirá a empresas chinesas aumentar seus investimentos e fazer negócios com a região, disse Xi.
Além disso, o presidente chinês anunciou uma política de entradas sem visto para turistas do Brasil, da Argentina, do Chile, do Peru e do Uruguai. A partir de 1.º de junho, visitantes desses países poderão permanecer na China até 30 dias sem visto. Autoridades chinesas indicaram que essa política poderia ser estendida a outros países latino-americanos.
A China também convidará 300 políticos latino-americanos e caribenhos para visitar o país anualmente nos próximos três anos. O porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Lin Jian, previu uma “década de ouro” para as relações entre a China e a América Latina, informou o jornal South China Morning Post.
Em uma irônica inversão de papéis, o regime comunista chinês agora é visto por vários países como um defensor do livre-comércio e do multilateralismo, enquanto os EUA de Trump são percebidos como uma nação populista que desrespeita acordos e pratica o nacionalismo econômico.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, declarou em seu discurso à Celac: “O presidente Xi Jinping e eu defendemos o comércio justo, com base nas regras da Organização Mundial do Comércio”. E acrescentou, ecoando as palavras de Xi: “Guerras comerciais não têm vencedores”.
É verdade que a economia chinesa está crescendo menos do que antes e que essa nova linha de crédito é menos da metade da que a China ofereceu na primeira cúpula da Celac, em 2015.
Diário do Comércio - MG 21/05/2025
O presidente Lula regressou de mais um périplo internacional, agora à Rússia e China, trazendo na bagagem promessa de investimentos que, se concretizados, passarão dos U$ 30 bilhões. Independentemente da pauta negociada, processo que contou com participação de numerosa delegação de empresários brasileiros, mineiros inclusive, o ponto de maior destaque nas tratativas foi ouvir do presidente chinês, Xi Jinping, um “vamos fazer” reservado à chamada ferrovia bioceânica, ligação entre os oceanos Atlântico e Pacífico, partindo de Santos, São Paulo, para chegar ao novo porto de Chancay, no Peru.
Um projeto bastante antigo e que só agora começa a vingar e representando muito provavelmente a mais importante obra de infraestrutura da atualidade, reduzindo praticamente à metade o tempo da viagem marítima entre Brasil e China. Atualmente existem duas alternativas para cumprir o trajeto, uma contornando a África para chegar ao Oceano Índico e daí à China, com duração que pode chegar a 60 dias, dependendo das condições e paradas no percurso. A outra pelo Canal do Panamá, que reduz o tempo praticamente à metade, porém sujeita às limitações do próprio canal no que toca às dimensões da embarcação. De Chancay ao litoral chinês o percurso poderá ser feito em linha reta e menos tempo.
O novo porto peruano, em parte financiado por empresas chinesas, será o maior da América Latina e com maiores índices de automatização no planeta. Até os caminhões que circulam nos seus pátios serão automáticos, dispensando condutores. O novo porto já está operando, por enquanto em caráter provisório, com inauguração prevista para o mês de novembro. Tudo isso e inclusive a ferrovia bioceânica como parte da chamada “Nova Rota da Seda”, a infraestrutura logística que os chineses estão erguendo para facilitar e reduzir custos de seu comércio global.
Independentemente de questões mais imediatas e das incertezas geradas a partir dos Estados Unidos, é fato objetivo que a China consolidou sua posição como maior parceiro comercial do Brasil e num ritmo de negócios crescente. Para manter-se competitivo, para aliviar em parte o peso representado pelo dito “custo Brasil”, reduzir custos de transporte passou a ser questão impositiva e é precisamente nesta direção que aponta o projeto que o presidente chinês acaba de prometer concretizar. O suficiente, e de longe, para que a recente passagem do presidente Lula por Pequim bem mereça ser definida como um caso de sucesso.
Globo Online - RJ 21/05/2025
O primeiro trimestre vai ter um crescimento forte, e o país vai ficar com a impressão de que os juros altíssimos não estão fazendo efeito. O Banco Central informou ontem que, pelas suas contas, o PIB do primeiro trimestre ficou em 1,3%. O Monitor da FGV calcula 1,6%. Mas os bancos projetam que o número a ser divulgado pelo IBGE será muito maior.
O Bradesco estima o PIB no primeiro trimestre será 1,8%, contra o último tri do ano passado. A avaliação do banco é que será um PIB puxado pelo agro que está colhendo uma supersafra, mas também pelo consumo. Isso, contudo, não significa que os juros deixaram de desacelerar a economia. A avaliação que se tem no banco é de que o aumento do setor do agro será todo capturado no dado do primeiro trimestre e que o consumo tende a aparecer em desaceleração nos meses seguintes.
Alguns bancos e consultorias estão revendo para cima o crescimento do ano, diante dos dados bons do primeiro trimestre. A MB Associados, por exemplo, elevou a previsão do PIB do ano de 1,8% para 2,2%.
— Foi um trimestre forte e não foi só a agricultura, está forte no conjunto. O próprio Banco Central mostra que a renda das famílias está crescendo firme em termos reais, tanto pelo emprego e renda, quanto pelas transferências governamentais — explica o economista José Roberto Mendonça de Barros.
Roberto Padovani, economista-chefe do BV, disse que os dados, como o IBC-Br, estão mostrando que não se trata apenas do efeito da produção da agropecuária do começo do ano.
— Estamos tendo uma safra recorde, é fato, mas o resultado mostra também o efeito da renda. O Brasil tem desemprego muito baixo, programas sociais bastante elevados e isso tudo está atenuando o impacto da alta dos juros sobre o mercado de crédito. Temos uma economia com renda, com setor exportador dinâmico, mostrando uma força muito importante nesse início de ano que acaba contaminando as projeções para o ano.
A economista Juliana Trece, coordenadora do Monitor do PIB da FGV, disse que o forte crescimento detectado por eles no primeiro trimestre, de 1,6%, é liderado pela agricultura, sobretudo pela soja. Mas diz que o resultado foi mais disseminado do que se esperava. O setor de serviços cresceu 1,3%. Cresceram o consumo das famílias, investimento, consumo do governo e exportações. Mas, para os próximos trimestres, ela prevê desaceleração da economia.
Será inevitável. O país enfrentou um choque de juros. As taxas subiram de 10,5% para 14,75% em seis reuniões, desde setembro do ano passado. Essa escalada afetará sem dúvida a economia, mas José Roberto Mendonça de Barros explica que atingirá primeiro as empresas, depois as famílias.
— Depois, tudo se iguala, mas num primeiro momento os juros afetam as empresas porque tomaram muito dinheiro emprestado nesses últimos três anos no mercado de capitais. O passivo das empresas está carregado de debêntures e papéis semelhantes, que são corrigidos, de uma forma ou de outra, pela Selic. Quando aumenta a taxa, o impacto é imediato em cima das empresas.
As consequências só serão sentidas no momento da rolagem das dívidas, o que faz com que o efeito da política monetária leve pelo menos três meses para se materializar. O problema é que, ao recorrerem a esses papéis, muitas companhias acabaram ficando mais alavancadas. Há exemplos no setor produtivo de negócios sólidos que ampliaram seu endividamento para viabilizar projetos específicos e, agora, estão sendo forçados a vender ativos. O balanço do Banco do Brasil, segundo Mendonça de Barros, mostra um pouco o efeito disso.
— Veio fraquíssimo. O Banco do Brasil tem uma proporção muito grande de empresas em recuperação judicial na agricultura. Não é a média do sistema bancário, mas mostra como o número crescente de recuperações judiciais decorre da alta de juros que já está nocauteando muitas empresas — explica.
A desaceleração virá e, num segundo momento, afetará a renda das famílias. Para entender como está sendo esse ano é preciso ir além dos números brilhantes desse primeiro semestre, que ficarão evidentes quando o IBGE divulgar o PIB no próximo dia 30. Já está ocorrendo uma desaceleração. Os bancos estão revendo para cima o crescimento do ano, mas a política monetária apertada está piorando as condições de crédito das empresas e das famílias. Não se passa incólume por um aumento de mais de quatro pontos percentuais na taxa de juros.
Exame - SP 21/05/2025
O segundo mandato de Donald Trump já começou a mostrar um perfil diferente: mais agressivo e direto na execução de sua agenda. Se no primeiro mandato ele ainda buscava apoio técnico para equilibrar suas decisões, agora o filtro é outro — lealdade total.
Seu gabinete é formado por pessoas que endossam publicamente suas políticas, mesmo que, em alguns casos, não concordem integralmente com elas. A prioridade, no entanto, permanece a mesma: segurança nas fronteiras, tarifas e soberania industrial continuam no topo da lista. O que mudou foi a velocidade com que essas pautas vêm sendo implementadas, surpreendendo até mesmo aqueles que já conheciam seu estilo.
As delegações da Equity Group e SME The New Economy participaram esta semana do evento Brazil & The World Economy, promovido pelo BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), dentro da programação do Brazil Money Week, em Nova York. O chairman do Banco BTG Pactual, André Esteves, e Gary Call, ex-diretor do Conselho Nacional dos Estados Unidos e vice-chairman da IBM, abordaram temas ligados à tecnologia e à nova economia.
Os EUA perceberam o risco de depender excessivamente da China e de cadeias globais para produtos essenciais, como chips e medicamentos. Trump defende que os Estados Unidos devem produzir internamente o que for estratégico — mesmo que isso não inclua itens de baixo valor, como camisetas ou calçados.
A questão, porém, é que o mercado de trabalho americano já está saturado e enfrenta o desafio de preencher milhões de vagas que permanecem abertas. Fechar as portas à imigração, ao mesmo tempo em que se promete recuperar a indústria, parece uma equação de difícil solução.
Próximas fronteiras
Outro tema polêmico é o uso de tarifas como ferramenta econômica e política. Apesar das críticas de especialistas, que veem essa estratégia como um retrocesso, Trump insiste que proteger a indústria americana é essencial. O problema é que tarifas podem gerar distorções, elevar preços e afastar aliados comerciais.
A tensão com a China ilustra esse impasse. Apesar de toda a retórica de desacoplamento, os dois países continuam altamente dependentes um do outro. Diversificar a cadeia para países como Vietnã e Indonésia pode parecer estratégico, mas poucos acreditam que a China perderá sua posição dominante tão cedo.
O mercado financeiro também tem respondido de forma distinta. Tradicionalmente, em momentos de incerteza global, o dólar e os títulos do Tesouro americano funcionavam como porto seguro.
Hoje, observa-se um movimento oposto: investidores estão diversificando para ativos europeus e asiáticos, sinalizando uma perda de confiança no ambiente político e fiscal dos Estados Unidos. Ainda assim, o apetite por ações de grandes empresas americanas como Microsoft, Google e Nvidia permanece alto, o que mostra que, apesar das turbulências, os EUA continuam liderando em inovação tecnológica.
A inteligência artificial e o avanço da computação quântica são as próximas fronteiras da disputa entre Estados Unidos e China. Ambos os países investem fortemente para dominar essas tecnologias, que prometem revolucionar setores como saúde e indústria.
O desafio será equilibrar o ganho de produtividade com os impactos sociais, como o desemprego em áreas mais tradicionais. Ainda assim, especialistas acreditam que, assim como em outras revoluções tecnológicas, o saldo final será positivo, com novos mercados, empregos e avanços na qualidade de vida.
Por fim, a transformação do sistema financeiro, com o avanço do crédito privado, foi destacada como uma das grandes mudanças estruturais em curso. A tendência é que cada vez mais investidores tenham acesso a esse mercado, antes restrito aos grandes players.
O crescimento desse setor, impulsionado por uma regulação mais leve fora do sistema bancário tradicional, demonstra como a economia americana continua encontrando formas de se reinventar — mesmo em um ambiente político conturbado.
No fim das contas, o que está em jogo não é apenas a política interna dos Estados Unidos, mas a confiança global em sua capacidade de liderar o crescimento econômico e tecnológico mundial. Os próximos anos revelarão se Trump 2.0 conseguirá equilibrar populismo, proteção econômica e inovação sem comprometer o posto dos EUA como principal destino para o capital internacional.
A pergunta que fica para investidores e países aliados é: ainda vale a pena apostar todas as fichas no modelo americano ou chegou a hora de redistribuir as cartas no jogo global?
CNN Brasil - SP 21/05/2025
confiança empresarial iniciou 2025 em queda no Brasil e em diversas partes do mundo. Segundo levantamento da Grant Thornton com exclusividade para a CNN, o otimismo no Brasil recuou de 74% no final de 2024 para 61% no primeiro trimestre deste ano.
Com isso, o Brasil ocupa agora o 26º lugar no ranking de otimismo empresarial. No quarto trimestre do ano passado, o país ocupava a 10ª posição, após perder o 6º lugar alcançado no ranking em 2023.
Já na média global, a confiança empresarial caiu pela primeira vez em dois anos, passando de 76% para 73% no período.
A pesquisa foi realizada com 2,5 mil empresas, em dezembro do ano passado, e capta a percepção do empresariado para os negócios nos próximos 12 meses.
Por região, a América do Sul foi a que registrou maior perda da confiança empresarial, com um recuo de 10 pontos percentuais, alcançando os 63% de empresas otimistas.
Enquanto a Europa e a Ásia se mantiveram estáveis, e a África foi a única região a registrar um aumento do otimismo para 71%.
De acordo com a pesquisa, esse cenário reflete um movimento marcado por juros mais altos, inflação persistente, instabilidade regulatória, tarifas comerciais e tensões geopolíticas.
Dessa maneira, 55% dos entrevistados apontaram que a principal preocupação é a incerteza econômica. Acesso a financiamento, aumento da regulação e pressões competitivas são outras barreiras enfrentadas que cresceram como preocupação entre os empresários.
O CEO da Grant Thornton, Daniel Maranhão, apontou que o patamar dos juros atualmente impacta, principalmente, as empresas mais endividadas ou que precisam de capital de giro para continuar a operar.
“Tem empresas no Brasil muito endividadas. E em meio a um momento de estabilidade econômica e um impacto da redução de consumo, elas começam a se endividar mais com uma taxa de juros elevada. Essa é a preocupação”, disse Maranhão.
Além disso, a situação da inflação também foi destacada pelo CEO da Grant Thornton. “Apesar da inflação global ter se estabilizado pós-Covid, há uma certa preocupação que retome, caso tenha essa questão de guerra tarifária e de políticas comerciais mais apertadas, onde você pode ter um aumento de inflação”.
E alguns setores são mais impactados do que outros devido a esse cenário.
Segundo Maranhão, a indústria e varejo são os mais afetados e já estão vendo um impacto nas vendas devido à redução do consumo, já que com uma queda na produção, ocorre uma redução nas contratações formais e diminuição da população que consome.
“Tem também a questão do crédito. Vendo pelo lado das famílias, as pessoas consumiam muito com utilização do crédito. Mas, com esse juros altos que nós temos hoje, ele impacta em uma redução do consumo ao não utilizarem o crédito, já que as famílias estão bastante endividadas”, afirmou o CEO da Grant Thornton.
Em contrapartida, áreas como saúde, tecnologia e serviços digitais, que operam com mais flexibilidade e menor exposição a cadeias de suprimento internacionais, mantêm desempenho mais estável.
O Estado de S.Paulo - SP 21/05/2025
O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou nesta terça-feira, 20, que a aprovação da Lei Geral do Licenciamento Ambiental (projeto de lei 2159/2021) dará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva respaldo legal e clareza técnica para decidir sobre investimentos estratégicos que enfrentam resistências de ambientalistas. A declaração foi feita durante audiência pública na Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado.
“O presidente Lula pensa como a gente. Agora, ele tem um estilo próprio. Se a legislação der a ele a opção de decidir, com uma lei mais clara que simplifique o licenciamento ambiental, certamente ele decidirá levando em consideração todos os temas, mas sabendo que um país pobre como o Brasil não pode permanecer com pessoas em dificuldade porque a gente não faz investimentos”, disse Renan Filho.
O ministro criticou o que chamou de barreiras ideológicas no debate sobre obras de infraestrutura e preservação ambiental.
“Por que não há coexistência entre uma obra de infraestrutura que permita a produção e a preservação da biodiversidade? É porque do lado ideológico, o sujeito que defende somente a biodiversidade acredita que com maior infraestrutura haverá maior pressão sobre aquela biodiversidade. Isso é uma questão ideológica”, afirmou o ministro.
Em tramitação há cerca de duas décadas no Congresso Nacional, o PL 2.159/2021 foi aprovado na manhã desta terça-feira na Comissão de Meio Ambiente (CMA) e, ainda hoje, deve ser aprovado pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA).
O texto estabelece regras para os procedimentos de licenciamento ambiental em todo o território nacional e fixa prazos para emissão de licenças. A proposta prevê ainda a dispensa de licenciamento para atividades de baixo impacto.
Para Renan, a legislação atual não fornece instrumentos claros que deem segurança jurídica ao processo decisório. “Isso precisa ser clareado na legislação, porque senão ela não tem instrumentos objetivos para definir prazos, porque não vai fazer, porque vai fazer aqui e não ali. Há uma incongruência com decisões dentro do próprio País. E se fizer uma comparação internacional, aí é que não tem lógica nenhuma”, completou.
Ainda segundo o ministro, o Brasil acumula uma série de projetos com “impacto líquido” positivo para regiões economicamente frágeis que não conseguem avançar por falta de definição legal. “Temos uma série de investimentos que podem gerar riqueza para uma determinada região e não podemos fazer. Enquanto isso, o mundo já fez”, criticou.
Dentre os projetos de infraestrutura travados por questões ambientais no País estão a Ferrogrão, ferrovia de 933 quilômetros que liga Sinop (MT) a Itaituba (PA). Ainda, a consolidação da Hidrovia do Tocantins-Araguaia e, o mais polêmico, a prospecção de petróleo na Foz do Amazonas.
Projeto divide Esplanada
O PL 2159/2021 gera divergências na Esplanada dos Ministérios, tendo o apoio do Ministério dos Transportes, dos Portos e Aeroportos, Cidades e da Agricultura e desperta a contrariedade do Ministério do Meio Ambiente e de parte da Casa Civil.
Senadores que se opõem ao projeto alertaram que o tema pode ser alvo de questionamentos sobre a sua constitucionalidade junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) e alegam que a lei fragiliza o licenciamento ambiental.
Os setores do agronegócio e da infraestrutura esperam que o projeto destrave vários projetos logísticos no País, ao diminuir e flexibilizar as burocracias para aprovação.
Segundo levantamento da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), cinco mil obras de infraestrutura estão travadas em virtude do processo de licenciamento ambiental.
Entidades do setor produtivo manifestam apoio ao projeto
Um grupo de 89 entidades representando diferentes segmentos do setor produtivo nacional divulgou nesta terça-feira, 20, uma carta aberta em apoio ao projeto. O documento foi apresentado durante reunião da Coalizão de Frentes Parlamentares, formada por 13 bancadas temáticas do Congresso Nacional, com um apelo pela rápida aprovação da proposta pelo plenário do Senado.
As entidades manifestam apoio ao parecer unificado dos senadores Tereza Cristina (PP-MS) e Confúcio Moura (MDB-RO), relatores nas comissões de Agricultura e Meio Ambiente, respectivamente. Elas consideram que o texto “corresponde plenamente às expectativas da sociedade brasileira no sentido de aperfeiçoar e modernizar o licenciamento ambiental”.
Na carta, as entidades afirmam apoiar o licenciamento como ferramenta essencial para a sustentabilidade, mas pedem uma reestruturação que torne os processos mais eficientes, técnicos e menos burocráticos.
“Rejeitamos propostas que busquem enfraquecer significativamente ou desestruturar este instrumento fundamental”, diz o texto, que acrescenta ser necessário “eliminar o excesso burocrático” e evitar o uso indevido do licenciamento para tratar questões fora do escopo técnico dos projetos.
As signatárias apontam como essencial a criação de uma lei unificada, capaz de consolidar normas dispersas e dar segurança jurídica ao processo. O documento defende a adequação dos tipos de licenciamento ao porte e impacto dos empreendimentos, a autonomia técnica dos órgãos ambientais, e a vinculação das condicionantes exclusivamente aos impactos comprovados.
O grupo também pede um reordenamento administrativo no processo de licenciamento, com prazos máximos e previsíveis, unificação de exigências técnicas e critérios claros sobre o potencial poluidor dos projetos. O objetivo é garantir equilíbrio entre União, Estados, municípios e Distrito Federal, conforme estabelecido na Lei Complementar 140/2011.
Por fim, o grupo pede ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que leve a proposta com celeridade ao plenário. Para os setores do agronegócio e infraestrutura, a aprovação da lei é vista como decisiva para destravar investimentos e obras hoje paralisadas por impasses nos processos de licenciamento ambiental.
Segundo levantamento da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), cerca de 5 mil empreendimentos estão travados em função da ausência de um marco lega. Dentre os projetos parados dependendo de aval ambiental estão a Ferrogrão, ferrovia de 933 quilômetros que liga Sinop (MT) a Itaituba (PA). Ainda, a consolidação da Hidrovia do Tocantins-Araguaia e, o mais polêmico, a prospecção de petróleo na Foz do Amazonas.
Infomoney - SP 21/05/2025
Os preços futuros do minério de ferro subiram nesta terça-feira em meio à demanda resiliente de curto prazo para o ingrediente de fabricação de aço, embora os ganhos tenham sido limitados por dados econômicos moderados da China, principal mercado consumidor de minério.
O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 0,28%, a 725 iuanes (US$100,39) a tonelada.
O minério de ferro de referência de junho na Bolsa de Cingapura subia 0,15%, a US$99,6 a tonelada.
“A produção das empresas chinesas de mineração de minério de ferro continuou a aumentar na semana passada, com a retomada das operações em mais minas”, disse a consultoria Mysteel.
O volume total de concentrado de minério de ferro produzido aumentou 2% em relação à semana anterior, atingindo 498.800 toneladas por dia em média, de acordo com dados da Mysteel.
A produção de ferro gusa, normalmente usada para medir a demanda de minério de ferro, caiu 0,35% em relação ao mês anterior, para 2,45 milhões de toneladas, disse a corretora Everbright Futures.
Embora a produção de metais quentes tenha caído ligeiramente em relação ao mês anterior, a produção ainda é relativamente alta, e a demanda por aço na indústria continua a crescer, disse a corretora Galaxy Futures.
Do lado da oferta, os embarques de minério de ferro dos principais produtores, Austrália e Brasil, aumentaram 9,53% em relação ao mês anterior, para 33,48 milhões de toneladas, disse a corretora Hexun Futures em uma nota.
De modo geral, o sentimento de mercado também foi prejudicado pela desaceleração do crescimento da produção industrial da China e pelos números das vendas no varejo, que não atenderam às expectativas, enquanto a estagnação dos preços das casas novas continuou.
A produção de aço bruto da China em abril caiu 7% em relação a março, embora os volumes produzidos ainda estivessem razoavelmente altos, mostraram dados na segunda-feira.
Enquanto isso, as ações da China e de Hong Kong subiram amplamente na terça-feira, com o sentimento do mercado melhorando depois que a China cortou as principais taxas de empréstimo pela primeira vez desde outubro.
Diário do Comércio - MG 21/05/2025
A mineradora Vale informou nesta terça-feira, 20, que a barragem Grupo, localizada na mina Fábrica, no município de Ouro Preto (MG), deixou o nível de emergência que havia sido decretado pela Agência Nacional de Mineração (ANM). A estrutura teve atestada sua “condição de estabilidade”, mas será mantida preventivamente em “nível de alerta”.
“A estrutura recebeu Declaração de Condição de Estabilidade (DCE) positiva, atestando a sua segurança”, comunicou a empresa, em nota.
Segundo a mineradora, as condições de segurança da estrutura foram reforçadas por obras de escavação do maciço e remoção de alteamentos a montante da barragem.
“O processo de descaracterização já permitiu a remoção de mais de 1,78 milhão de metros cúbicos de rejeito até o momento, o que corresponde a cerca de 78% do volume total que será removido”, informou a Vale.
A empresa prevê que as obras de descaracterização da barragem sejam concluídas no segundo semestre deste ano. A companhia lembra que todas as barragens construídas pelo método a montante estão em processo de descaracterização, tendo suas estruturas “monitoradas permanentemente” e alvo de “ações contínuas para aprimorar a segurança”. Dezoito barragens da Vale deixaram o nível de emergência desde 2022.
A barragem Grupo é uma das 13 estruturas a montante restantes em processo de descaracterização, e permanecerá agora em nível de alerta, “como medida preventiva”, diz a companhia, “com acompanhamento dos órgãos competentes até que a análise da documentação seja concluída, conforme prevê a legislação”.
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“A Vale já está tomando as medidas regulatórias necessárias para encerrar a situação de alerta”, informou a mineradora. “As principais barragens da Vale são monitoradas 24 horas por dia e 7 dias por semana pelos Centros de Monitoramento Geotécnico (CMGs) da empresa.”
Portal Fator Brasil - RJ 21/05/2025
Os brasileiros são apaixonados por carros, e, nos últimos anos, essa paixão tem adquirido novas características, trazendo promessas de mais sustentabilidade e economia tanto para o meio ambiente quanto para o consumidor.
Estamos falando dos carros elétricos, cuja popularidade cresce rapidamente. Segundo uma pesquisa da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), a venda de veículos leves eletrificados no Brasil aumentou quase 90% em 2024. Desde o início da série histórica, em janeiro de 2012, já foram emplacados aproximadamente 410 mil veículos desse tipo, conforme os dados da associação.
Adotar a mobilidade elétrica é, ao mesmo tempo, uma oportunidade e um desafio, e exige uma análise criteriosa por parte do consumidor.
As vantagens dos veículos elétricos — Um dos principais argumentos a favor da mobilidade elétrica é a eliminação das emissões de poluentes, contribuindo para uma melhor qualidade do ar e uma redução da pegada de carbono. Em tempos de mudanças climáticas e recordes de temperatura, esses fatores tornam-se ainda mais relevantes. No Brasil, onde a matriz elétrica é predominantemente renovável (hidrelétrica), os benefícios ambientais são ainda mais expressivos, especialmente quando comparados a países cuja obtenção de energia depende majoritariamente de combustíveis fósseis.
Outros pontos positivos incluem a redução da poluição sonora e o menor custo de manutenção, uma vez que os motores elétricos são mais simples do que os motores à combustão. Além disso, a eficiência dos motores elétricos pode chegar a 90%, enquanto os motores a combustão costumam operar com uma eficiência média de apenas 30%, resultando em um aproveitamento mais eficiente da energia e menos desperdício.
Outro atrativo são os incentivos fiscais, como a isenção ou redução do IPVA, a dispensa do rodízio municipal e condições facilitadas de financiamento.
Os desafios da mobilidade elétrica — Apesar das vantagens, a adoção dos veículos elétricos também envolve desafios, especialmente quando analisamos toda a cadeia de produção, consumo e descarte, que não se revela tão circular e sustentável quanto podemos imaginar.
As emissões de poluentes na fase de uso (“tank-to-wheel” ou “tanque às rodas”) são nulas, contribuindo para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. No entanto, a análise completa (“well-to-wheel” ou “do poço à roda”) levanta questões sobre a origem da energia utilizada para carregar as baterias. No Brasil, durante períodos de escassez hídrica, as hidrelétricas são complementadas por termelétricas, que emitem grandes quantidades de gases de efeito estufa.
As baterias representam outro grande desafio, tanto pela necessidade de destinação adequada, reaproveitamento e reciclagem, quanto pelo aumento considerável do peso dos veículos. Um carro popular à combustão pesa em torno de 1.000 kg, enquanto um equivalente elétrico pode ultrapassar 1.500 kg. Esse peso adicional provoca maior desgaste dos pneus, que são outra fonte de poluição ambiental.
Outras limitações incluem o alto custo de aquisição (geralmente acima de 100 mil reais), a infraestrutura de recarga ainda insuficiente e a autonomia limitada, além do tempo necessário para a recarga. No entanto, esses desafios tendem a ser superados com o aumento da frota de veículos elétricos e a evolução das baterias, como é o caso das baterias de sódio, que são alternativa promissora.
Dependência do lítio — Um ponto crítico da mobilidade elétrica é a dependência do lítio, principal componente das baterias. A extração desse mineral nos salares da América do Sul, em países como Bolívia, Chile e Argentina, compromete a disponibilidade local de água, ameaçando comunidades tradicionais e o ecossistema local. Portanto, torna-se essencial buscar alternativas para uma exploração mais sustentável do lítio.
O futuro da mobilidade elétrica no Brasil — Diante da crescente preocupação com as mudanças climáticas, é esperado que o mercado de veículos elétricos continue crescendo nos próximos anos, impulsionado por avanços tecnológicos, políticas públicas e investimentos em infraestrutura de recarga. A colaboração entre empresas e governos pode acelerar esse processo, tornando os veículos elétricos mais acessíveis e viáveis para a população brasileira. Além disso, montadoras têm ampliado suas linhas de veículos eletrificados, incluindo modelos híbridos e de menor custo.
Entretanto, vale lembrar que a melhoria do transporte público e um planejamento urbano mais eficiente geram impactos ainda mais positivos do que a ampliação do transporte individual. Um exemplo é a adoção de ônibus elétricos, que podem reduzir significativamente as emissões. Além disso, o etanol continua sendo uma solução relevante, e o Brasil se destaca como líder na produção desse biocombustível a partir da cana-de-açúcar.
A mobilidade do futuro dependerá de um conjunto de soluções equilibradas, considerando não apenas os benefícios, mas também os desafios e impactos de cada alternativa.
• Por: Edson Grandisoli, embaixador e coordenador pedagógico do Movimento Circular, Mestre em Ecologia, Doutor em Educação e Sustentabilidade pela Universidade de São Paulo (USP), Pós-Doutor pelo Programa Cidades Globais (IEA-USP) e especialista em Economia Circular pela UNSCC da ONU. É também co-idealizador do Movimento Escolas pelo Clima, pesquisador na área de Educação e editor adjunto da Revista Ambiente & Sociedade.
Valor - SP 21/05/2025
A Toyota está revisando sua estratégia para veículos elétricos nos Estados Unidos, planejando lançar mais modelos e usar um novo esquema de nomenclatura. A montadora vê uma chance de conquistar participação de mercado num momento de queda significativa da americana Tesla.
A Toyota está revelando cinco modelos elétricos para o mercado norte-americano esta semana. Hoje são apenas dois.
Muitos dos elétricos e outros veículos eletrificados previstos para os Estados Unidos serão modelos recém-desenvolvidos, enfatizando o foco da empresa no mercado americano.
Uma das principais mudanças está na estratégia da marca. O veículo elétrico vendido nos Estados Unidos até agora é chamado de bZ4X — o mesmo nome usado no Japão e na Europa. Uma versão renovada, com lançamento previsto para o final deste ano, será vendida como bZ nos Estados Unidos, um nome simplificado que a Toyota espera que aumente seu reconhecimento.
Em 2026, a empresa ampliará sua oferta nos Estados Unidos e no Japão com o bZ Woodland, desenvolvido em conjunto com a Subaru. Um dos veículos estratégicos da Toyota para os Estados Unidos, o veículo elétrico com tração nas quatro rodas tem potência suficiente para percorrer longas distâncias off-road.
A Toyota também apresentará uma versão elétrica de seu popular SUV compacto europeu, o C-HR, e oferecerá dois modelos, incluindo um renovado, sob sua marca de luxo Lexus a partir do segundo semestre de 2025. Os preços serão anunciados no lançamento.
Esses veículos elétricos são equipados com novas baterias de íons de lítio que aumentam a autonomia em até 25%. Estes serão os primeiros veículos Toyota na América do Norte compatíveis com o Padrão de Carregamento Norte-Americano da Tesla e poderão ser carregados em milhares de estações nos Estados Unidos. Com o carregamento rápido, uma bateria pode ser carregada de 10% a 80% em 30 minutos.
A iniciativa da Toyota para veículos elétricos nos Estados Unidos, que ocorre em um momento de desaceleração do mercado, está sendo feita visando a ampla adoção a longo prazo.
Os veículos elétricos hoje representam apenas 8% das vendas de carros novos nos Estados Unidos. O ex-presidente Joe Biden tinha como meta que os veículos elétricos representassem 50% em 2030. Mas mesmo com subsídios e outros apoios, os custos dos veículos permaneceram altos e as montadoras têm reavaliado seus planos de investimento.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu abolir os subsídios para veículos elétricos, possivelmente desacelerando ainda mais sua disseminação. Mas o ambiente competitivo também está mudando.
A Tesla, líder de mercado há muito tempo, perdeu força. Com a reação negativa ao executivo-chefe (CEO) Elon Musk por sua posição no governo Trump e seus comentários políticos, a participação de mercado de veículos elétricos da Tesla nos Estados Unidos caiu de um pico de 80% para menos de 50%.
A Toyota foi responsável por apenas cerca de 3% das vendas de veículos elétricos nos Estados Unidos, incluindo a Lexus, no trimestre de janeiro a março. Ela ainda está muito atrás de empresas como a General Motors, com cerca de 10%, e a Hyundai. Mas os problemas da Tesla criam mais espaço para outras montadoras aumentarem suas próprias vendas.
Devido a preocupações com o impacto das tarifas de Trump, a Toyota está se apressando em iniciar a produção local. Atualmente, a empresa não fabrica nenhum veículo elétrico nos Estados Unidos, e os modelos recém-anunciados serão fabricados no Japão e exportados. As baterias também serão enviadas do Japão.
O novo bZ será feito nas instalações da Toyota na província de Aichi, enquanto o bZ Woodland será produzido nas instalações da Subaru em Gunma. A Toyota não começará a fabricar veículos elétricos nos Estados Unidos antes de 2026 ou mais tarde.
Koji Sato, presidente da Toyota — Foto: Kiyoshi Ota/Bloomberg
"A médio e longo prazo, desenvolveremos e fabricaremos localmente produtos adequados aos clientes locais", disse o presidente da Toyota, Koji Sato, em 8 de maio, a respeito da produção nos Estados Unidos.
Se todo o processo de produção puder ser realizado nos Estados Unidos, incluindo a fabricação de baterias na Carolina do Norte, o risco tarifário poderá ser reduzido.
Os veículos elétricos, embora de lenta disseminação nos Estados Unidos, são fortemente considerados como a tendência global a longo prazo.
A GlobalData projeta que as vendas globais de veículos elétricos triplicarão até 2030, para 31,76 milhões de unidades. A Toyota planeja lançar cerca de 15 modelos elétricos internos em todo o mundo até 2027, aumentar as bases de produção fora do Japão e da China e diversificar sua rede de suprimentos.
IstoÉ Dinheiro - SP 21/05/2025
A Ford Motor está dando mais um passo atrás em suas ambições com veículos elétricos, permitindo que a rival Nissan use parte de sua principal fábrica de baterias nos EUA, de acordo com pessoas familiarizadas com o plano.
A Ford fez uma grande aposta em veículos elétricos em 2021, anunciando duas novas fábricas de baterias no Kentucky como parte de um investimento maior de US$ 7 bilhões. As unidades são uma joint venture com a fabricante coreana de baterias SK On.
Atualmente, uma das fábricas do Kentucky está desativada, e apenas parte da outra fábrica está produzindo baterias para a Ford. A fábrica ativa agora também produzirá baterias para a Nissan, de acordo com as fontes.
O plano marca o mais recente retrocesso da gigante automobilística dos EUA, que apostou agressivamente na demanda por veículos elétricos, o que não se concretizou. A pressão dupla da fraca demanda por veículos elétricos e dos custos mais altos está forçando escolhas difíceis por parte das montadoras, que alertam que enfrentarão perdas multibilionárias nos lucros devido a despesas relacionadas a tarifas.
No início deste mês, a Ford suspendeu sua projeção financeira para o ano, alegando incerteza tarifária. A montadora perdeu US$ 5 bilhões em seus negócios de veículos elétricos em 2024 e projetou em fevereiro outro prejuízo de US$ 5 bilhões neste ano.
Para a Nissan, a oportunidade de fabricar baterias nos EUA oferece uma maneira rápida de ajudar a reduzir parte da exposição a tarifas sobre veículos e peças importados. A montadora japonesa está enfrentando dificuldades financeiras com um prejuízo de US$ 4,5 bilhões nos primeiros três meses do ano. A empresa disse que demitiria 20.000 funcionários e cancelou uma fábrica de baterias planejada no Japão.
Automotive Business - SP 21/05/2025
A Scania concederá férias coletivas para parte dos trabalhadores da fábrica instalada em São Bernardo do Campo (SP), onde produz caminhões, motores e chassis de ônibus.
De acordo com o sindicato local dos metalúrgicos, a parada ocorrerá em função de ajustes de produção à demanda do mercado. Ainda de acordo com entidade, a quantidade de dias que serão concedidos ainda está indefinida.
De qualquer forma, seguiu o sindicato, devem parar os trabalhadores da linha de produção. Apenas aqueles que atuam em áreas consideradas essenciais permanecerão em atividade no mês.
O ajuste à demanda de produção é uma ferramenta que costuma ser utilizada pelas montadoras em momentos de baixos volumes no mercado.
Este, no caso, é o momento vivido pelo segmento de caminhões como um todo.
De acordo com dados da Anfavea, a associação que representa as montadoras com operação local, as vendas de caminhões no quadrimestre caíram 0,4% ante o volume vendido no mesmo período em 2024.
A queda nas vendas no segmento de pesados, o que geralmente proporciona mais volumes de emplacamentos, foi de 12,6% no quadrimestre.
Apenas em abril, as vendas totais de caminhões despencaram 13% ante abril do ano passado. As vendas de pesados, em abril, caíram 5% ante o volume registrado em abril do ano passado.
Já a produção de caminhões em abril caiu 5,5% na mesma base de comparação. No acumulado do ano até abril, por outro lado, houve alta de 4,3%.
Quando analisamos o desempenho produtivo envolvendo modelos pesados, houve queda de 10,6% no quadrimestre, ante o volume produzido no janeiro-abril do ano passado. Em abril apenas, a queda foi de 26,5%.
Valor - SP 21/05/2025
“Eles estão do lado errado da história, e isso é algo perverso”, disse Musk sobre quem se manifestou contra suas empresas. “Algo precisa ser feito a respeito deles, e vários deles estão indo para a prisão, e merecem”
Musk contesta alegação de ter prejudicado marca Tesla e diz que há ' violência massiva ' contra suas empresas — Foto: Samuel Corum/Sipa/Bloomberg
Elon Musk disse que está comprometido em continuar liderando a Tesla Inc. por cinco anos e espera reduzir seus gastos com política, amenizando as preocupações de alguns investidores sobre o futuro de sua empresa mais valiosa.
Durante uma aparição remota, nesta terça-feira (20), no Fórum Econômico do Catar, em Doha, Musk disse à Bloomberg News que deveria ser compensado por fazer "algo incrível" na Tesla. Ele criticou o juiz de Delaware, que já decidiu duas vezes contra o enorme pacote salarial que a empresa lhe concedeu em 2018, e reiterou que deseja possuir mais ações da Tesla por questões de autoridade, e não de riqueza.
"Não é uma questão de dinheiro", disse Musk. "É uma questão de controle razoável sobre o futuro da empresa."
Musk, cuja fortuna de US$ 375,5 bilhões lidera o Índice Bloomberg de Bilionários, é CEO da Tesla desde 2008, um dos seus mais longos períodos de atuação no comando das principais montadoras do mundo. Seu nível de engajamento com a Tesla tem sido alvo de maior escrutínio, já que a empresa, após sua primeira queda anual nas vendas de veículos em mais de uma década, apresentou quedas ainda mais acentuadas no início deste ano.
O governo do Estado do Catar é o financiador do Fórum Econômico do Catar, patrocinado pela Bloomberg.
Musk, 53, minimizou a extensão dos desafios da Tesla, dizendo que "a situação já mudou". Quando questionado sobre isso — as vendas de veículos da montadora continuaram a cair nos maiores mercados de veículos elétricos da Europa, em abril —, o CEO disse que a região é a mais fraca da empresa, mas que ela é forte em todos os outros lugares.
“Nossas vendas estão indo bem neste momento”, disse ele. “Não prevemos nenhuma queda significativa nas vendas.”
As ações da Tesla subiram após os comentários de Musk sobre seu compromisso de permanecer como CEO, chegando a uma alta de 3,6% no pregão intradiário antes de reduzir os ganhos. As ações caíram 14% este ano.
Musk contestou a alegação de ter prejudicado a marca Tesla, afirmando que, embora a empresa tenha perdido algumas vendas entre os consumidores da esquerda política, ganhou outras na direita. Ele criticou os manifestantes que, segundo ele, cometeram " violência massiva " contra suas empresas.
“Eles estão do lado errado da história, e isso é algo perverso”, disse ele. “Algo precisa ser feito a respeito deles, e vários deles estão indo para a prisão, e merecem.”
Musk disse mais tarde que gastará “muito menos” no futuro com política, dizendo que acha que já fez o suficiente. "Se eu vir um motivo para gastar politicamente no futuro, farei", disse ele. "Atualmente, não vejo nenhum motivo."
Infomoney - SP 21/05/2025
A Renault está disposta a fornecer tecnologia a outras montadoras para ajudar a aumentar a produção total de veículos com características compartilhadas, ajudando a reduzir os custos de produção, disse o presidente-executivo do grupo francês, Luca De Meo, nesta terça-feira.
De Meo, de nacionalidade italiana, disse em uma audiência parlamentar em Roma que a Renault não foi desencorajada por sua recente tentativa fracassada de cooperar com a Volkswagen.
“Continuamos totalmente abertos”, disse ele.
A Renault, que ao longo dos anos tem cooperado em áreas específicas do mercado com vários de seus rivais, incluindo Mercedes e Fiat, no ano passado iniciou discussões com a Volkswagen sobre um plano para desenvolver em conjunto uma versão elétrica acessível do compacto Twingo. A Volkwagen abandonou as negociações após alguns meses.
De Meo disse nesta terça-feira que o compartilhamento de tecnologias – incluindo plataformas, ou arquiteturas que podem basear vários modelos diferentes – pode ser útil nos segmentos de veículos compactos e comerciais.
“Essas áreas normalmente exigem grandes investimentos e geram margens pequenas”, disse ele.
Na semana passada, em uma aparição conjunta com o presidente da Stellantis, John Elkann, De Meo disse que a Renault não está ganhando dinheiro com alguns carros pequenos, acrescentando que, entre 2015 e 2030, as regulamentações aumentarão o custo de um carro médio fabricado pela Renault em 20% e o de carros pequenos em 40%.
Revista Manutenção e Tecnologia - SP 21/05/2025
Divisão de negócios da Volvo reconhecida internacionalmente pela produção de máquinas pesadas, como escavadeiras, pás-carregadeiras e caminhões articulados, entre outros modelos, a Volvo Construction Equipment (Volvo CE) busca atingir a liderança na mudança para a eletromobilidade no mercado brasileiro.
A nova série de máquinas elétricas compactas da marca já figura nos sites de empresas de todos os portes no país, como nas operações da Construtúnel, referência em engenharia de precisão.
A empresa de construção mineira atua na Estrada de Ferro Vitória a Minas, operada pela Vale, na execução de obras de drenagem pluvial, utilizando conjunto integrado pela carregadeira Volvo L25 Electric e pela escavadeira Volvo ECR25 Electric.
Entre as vantagens identificadas, a aplicação da linha de equipamentos elétricos acelerou o processo de escavação, que antes levava até um turno inteiro de um dia de trabalho, para aproximadamente 15 minutos.
“Com a introdução das máquinas elétricas compactas, nossa operação torna-se 300% mais eficiente, garantindo zero emissões de CO2 e um ambiente de trabalho mais seguro e silencioso”, ressalta Carlos Eduardo de Oliveira Júnior, diretor operacional da Construtúnel Ltda.
Em negociação conduzida pela Tracbel, distribuidor dos equipamentos Volvo CE nas regiões Sudeste, Norte e parte do Nordeste e Centro-Oeste, a operação da Construtúnel reforça que é possível reduzir o impacto ambiental sem deixar de lado a excelência no desempenho e a redução dos custos operacionais.
As técnicas tradicionais, antes dependentes de mão de obra intensiva, agora são otimizadas pela tecnologia elétrica Volvo CE.
O processo de escavação, instalação e finalização de estruturas como tunnel liner ganha nova eficiência, assegurando redução de custos operacionais.
“Estamos vivendo uma verdadeira revolução nos ambientes subterrâneos. Além da produtividade e economia, a segurança dos profissionais atingiu um novo patamar”, complementa.
Zero emissões de CO2 – A carregadeira compacta Volvo L25 Electric e a escavadeira compacta Volvo ECR25 Electric combinam versatilidade, silêncio e eficiência energética, tudo isso livre de emissões durante a operação.
“São equipamentos notavelmente silenciosos e com design compacto, indicados para aplicações em espaços reduzidos. A eliminação dos níveis de vibração e ruído permite um ambiente de operação mais saudável e o trabalho em horários não convencionais, minimizando o impacto nas áreas urbanas e nas comunidades locais”, explica Rafael Nieweglowski, head de vendas Emob e equipamentos compactos da Volvo CE na América Latina.
Com capacidade de carga de 1,7 tonelada, as máquinas compactas são alimentadas por baterias de lítio-íon de 48 V e 40 kWh de capacidade, que oferecem até oito horas de operação, dependendo da intensidade do uso.
Com opções flexíveis de carregamento, é possível recarregar a bateria em até duas horas, otimizando a operação e minimizando as paradas. Além disso, as baterias são protegidas por garantia estendida de até seis anos.
“A Volvo CE deixa claro o seu compromisso com o futuro e a descarbonização ao liderar essa mudança. Somos referência em segurança, qualidade, produtividade e queremos ser reconhecidos também pelo DNA inovador na eletromobilidade. O Brasil e a América Latina são mercados muito relevantes e muito receptivos a essa nova série de equipamentos versáteis, com aplicações que se adaptam a diferentes setores, do agro à construção civil”, reforça Luiz Marcelo Daniel, presidente da Volvo CE na América Latina.
Valor - SP 21/05/2025
Vacância de prédios corporativos recuou mais uma vez na cidade; Rio também tem queda, mas em ritmo lento
De janeiro a abril de 2025, foram entregues na cidade de São Paulo 23,7 mil novos metros quadrados de escritórios, menos da metade dos 48,3 mil entregues no mesmo período de 2024, de acordo com a consultoria imobiliária CBRE. Ao se considerar apenas os ativos classificados como “AAA”, de padrão mais alto, não houve novas entregas no período.
Essa restrição da oferta tem contribuído para a queda das áreas vagas no mercado de imóveis corporativos, que desde a pandemia tenta se recuperar e encontrar seu lugar em meio ao trabalho híbrido ou remoto.
A taxa de vacância dos escritórios na cidade caiu de 20,3% em abril de 2024 para 18% no mesmo mês deste ano. A queda foi ainda maior nos escritórios de alto padrão, que passaram de uma vacância de 17,3% para apenas 12,6%.
Também há menos oferta porque quem produz esses imóveis está em compasso de espera, aguardando um momento oportuno para disponibilizá-los no mercado. Um exemplo é o empreendimento Esther Towers, que a EZTec constrói na Chucri Zaidan (zona sul). Ao final do primeiro trimestre, ele estava 67% concluído, ante 63% no final de março de 2024. O projeto tem duas torres e reúne, sozinho, 94 mil metros quadrados de área locável, ou quase quatro vezes o novo estoque entregue em São Paulo até abril deste ano.
A empresa já afirmou que está esperando uma companhia decidir alugar parte considerável de uma das torres para acelerar as obras e entregar o empreendimento. O objetivo da EZTec é entregar um dos prédios no final deste ano. Em teleconferência com analistas para comentar os resultados do primeiro trimestre, nesta sexta-feira (16), o vice-presidente da incorporadora, Marcelo Ernesto Zarzur, afirmou que começou a haver mais interesse de locadores. “Estamos animados, já fomos procurados por umas cinco empresas”, disse, ponderando que o preço oferecido “não é o que sonhamos no lançamento do projeto”.
Além da oferta restrita de novos espaços, a queda da vacância tem ganhado força porque a locação de novas áreas está superando as devoluções de escritórios, e de forma crescente. O indicador que mede esse movimento, a absorção líquida, foi 23% maior entre janeiro e abril de 2025 do que no mesmo intervalo de 2024, e atingiu 107,4 mil metros quadrados locados. Nos ativos “AAA”, a absorção líquida chegou a 36 mil metros quadrados, valor 21% maior.
“O escritório agora é um ativo estratégico, que serve para conectar cultura, performance e imagem institucional”, afirma Felipe Giuliano, diretor de Locação, Healthcare e Pesquisa da CBRE Brasil. “Nesse cenário, a competição entre empreendimentos não será por metragem, mas por qualidade, diferencial técnico, infraestrutura e relevância de localização”.
Rio de Janeiro
A capital fluminense também tem visto melhoras em seus indicadores do mercado corporativo, mas a passos mais lentos. Por lá, não houve novo estoque entregue de janeiro a abril, mas isso não foi novidade de 2025. A cidade passa por um longo período sem novas entregas, motivado pela vacância ainda alta, mesmo nos ativos de padrão mais alto, o que limita a atratividade de novos empreendimentos.
A vacância na cidade caiu de 29% em abril de 2024 para 27,3% no mesmo mês deste ano. No Rio, os prédios de alto padrão não possuem a vantagem de ter uma vacância muito menor do que aqueles de demais padrão: as áreas vagas nesses empreendimentos mais qualificados passaram de 27,8% para 26,6%.
A absorção líquida nesses prédios tinha sido negativa no acumulado dos primeiros quatro meses de 2024, com 4,5 mil metros quadrados devolvidos. Neste ano, porém, foi positiva em 6 mil metros quadrados. A tendência também aparece no geral do mercado da cidade, onde a absorção cresceu mais de sete vezes, de 2,8 mil metros quadrados para 20,9 mil metros quadrados, mostram os dados da CBRE.
Valor - SP 21/05/2025
No geral do setor, a situação das incorporadoras segue confortável, de acordo com os balanços divulgados
A situação das incorporadoras segue confortável, de acordo com os balanços divulgados no primeiro trimestre, mas há sinais de desaceleração no setor de médio e alto padrão.
As vendas líquidas das companhias que atuam no segmento caíram 4% em relação ao mesmo período de 2024, enquanto os lançamentos subiram 34%, mostra levantamento do Valor Data, feito com 26 incorporadoras de capital aberto, listadas e não-listadas. Já as incorporadoras do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) seguem superando expectativas, com alta de 49% nos lançamentos e de 17% nas vendas.
Gustavo Cambaúva, analista de real estate do BTG Pactual, afirma que ainda não há motivo para preocupação, mas que houve queda na velocidade de venda e no volume nominal de lançamentos e vendas, na sua base de acompanhamento para médio e alto padrão. “Ainda está acima dos patamares históricos, mas desacelerou um pouco”, diz.
Há o temor de que os juros mais altos do financiamento imobiliário desestimulem, em algum momento, a compra do imóvel novo e os lançamentos das incorporadoras.
No geral das 26 companhias analisadas, a receita subiu 16% em um ano, mas o lucro líquido não acompanhou na mesma proporção, com leve alta de 0,4%.
O segmento de baixa renda teve os melhores resultados porque vive condições à parte, impulsionado pelo MCMV, que vem rodando bem. A expectativa é de um segundo trimestre ainda melhor, já que foi só em maio que começaram a valer as mudanças anunciadas no programa no último mês, com a revisão das faixas de renda e a criação da “faixa 4” do MCMV, para quem ganha de R$ 8,6 mil a R$ 12 mil. Os imóveis podem custar até R$ 500 mil.
Para André Mazini, head de equity research para a América Latina do Citi, a Cury, que atua no segmento, foi um destaque do período, por ter conseguido aliar geração de caixa, crescimento operacional e manter uma taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) elevada.
“[A faixa 4] vai ser muito boa para a Cury”, afirma Mazini. A empresa tinha cerca de 60% dos seus produtos dentro do MCMV e agora passa a ter 95%, lembra.
Outra incorporadora que vem tendo bom desempenho e vai se beneficiar da novidade no MCMV é a Direcional, apontam.
A Tenda também surpreendeu no trimestre, segundo Cambaúva, por vir com um resultado “limpo”, com recuperação de margem e geração de caixa. Nesta terça-feira (20), os analistas do Santander elevaram seu preço-alvo, citando diluição de despesas e menor alavancagem financeira.
Ainda está acima dos patamares históricos, mas desacelerou”
— Gustavo Cambaúva
Ainda entre as incorporadoras do MCMV, a MRV foi destaque negativo, tanto para Mazini quanto para Cambaúva. Para o analista do Citi, o trimestre foi “decepcionante”. O problema tem sido a Resia, operação americana da MRV&Co, que queima caixa em dólar. A direção da holding já detalhou um plano de venda de ativos da Resia. O mercado americano, no entanto, está muito volátil, analisa Mazini, o que não facilita a empreitada.
Com 21% dos lançamentos no MCMV, a Cyrela tem na alta renda a maior parcela dos seus negócios e, mesmo assim, tem conseguido entregar resultados fortes. No primeiro trimestre, no entanto, receita e lucro líquido vieram abaixo da previsão de analistas. “As expectativas para a Cyrela estavam muito altas”, afirma Mazini.
Margem bruta e ROE da Cyrela foram elogiados. Ele também destaca que a companhia conseguiu manter geração de caixa, mesmo com a “maior operação da história” do negócio.
No acumulado do ano até esta terça, o papel da Cyrela sobe 61,44%. A Cury tem alta de 70,95%, a Direcional, de 45,57%, e a Tenda, de 75,26%.
Uma das maiores altas do ano, até agora, é da Moura Dubeux, cujo papel subia 86,5%. Em relatório, os analistas da XP afirmaram que as “fortes perspectivas de lançamentos” da Moura no segundo trimestre, aliadas ao crescimento da Mood, marca da empresa que vai se beneficiar da faixa 4 do MCMV, “devem manter o forte impulso operacional da empresa, apesar dos desafios econômicos”.
A Moura tem concentrado sua atuação em projetos para renda alta e também no segmento econômico, deixando de lado a média renda, estratégia adotada por outras incorporadoras no momento, caso da própria Cyrela, da EZTec e da Trisul. “Hoje, estamos evitando a classe média, a ‘affordability’ (acessibilidade financeira) está muito sofrida”, afirmou Jorge Cury, CEO da Trisul.
Na EZTec, o estoque pronto da empresa está mais saudável do que no passado, mas segue na casa dos 25%, o que acende um alerta para o ano, já que são previstos mais R$ 2,3 bilhões em entregas de projetos. “São mais R$ 600 milhões de estoque pronto, se não vender até lá”, afirma Mazini. O estoque pronto é o mais custoso para as empresas, porque elas precisam arcar com IPTU, condomínio e manter o imóvel atrativo.
O balanço da companhia foi bem recebido no trimestre. Cambaúva destaca que a EZTec tem conseguido aumentar suas margens, ainda que o operacional precise melhorar.
Globo Online - RJ 21/05/2025
Lucas Kallas, fundador da Cedro Participações, se tornou um dos empresários mais influentes da nova economia brasileira. À frente de um grupo que fatura R$ 2,5 bilhões por ano, ele começou no setor imobiliário, mas foi na mineração de ferro que construiu seu império — com metas ambiciosas de expansão, investimentos bilionários em infraestrutura e foco em inovação e sustentabilidade.
Nascido em Minas Gerais e neto de libaneses, Kallas começou no setor imobiliário, mas foi na mineração que deu o salto que o colocou no centro do debate econômico e político nacional. Em 2018, fundou a Cedro Mineração ao adquirir minas em Nova Lima e Mariana. Desde então, com investimentos pesados em tecnologia, multiplicou a produção de minério de ferro da Mina do Gama e estabeleceu metas ambiciosas: saltar das atuais 7 milhões para 20 milhões de toneladas anuais até 2028, sendo 70% na forma de pellet feed — minério mais limpo e valorizado internacionalmente.
Além da mineração, Kallas vem se destacando por liderar iniciativas de infraestrutura de grande porte, como a concessão do terminal de minério de ferro no Porto de Itaguaí (RJ), firmada em 2024, com investimento de R$ 3,6 bilhões e apoio do governo federal.
Com faturamento anual de R$ 2,5 bilhões e presença em setores-chave da economia, a Cedro Participações reflete a mentalidade de seu fundador: inovação, escala e impacto social. Kallas defende abertamente o financiamento à mineração sustentável e cobra a inclusão do setor em políticas de incentivo à economia verde. Ao mesmo tempo, mantém uma forte atuação social, com destaque para a manutenção da maior creche privada de Minas Gerais e apoio a mais de 60 projetos comunitários.
Portos e Navios - SP 21/05/2025
O Espírito Santo receberá um novo terminal voltado à transferência de petróleo entre navios no Porto de Praia Mole, em Vitória. Com investimento previsto de R$ 340 milhões, o Terminal de Granéis Líquidos (TGL) será operado pela Blue Terminals, empresa do grupo Zmax Blue Ship. O projeto prevê movimentação de até 14 milhões de toneladas de petróleo por ano, o equivalente a 100 milhões de barris. O terminal fará operações ship-to-ship, a serem mantidas no entorno do molhe de Praia Mole, com condições naturais favoráveis para segurança e eficiência.
A previsão é que o terminal inicie operações no segundo semestre de 2027. O projeto já conta com engenharia conceitual concluída, simulações de manobrabilidade aprovadas e processo de licenciamento em curso. A operação será realizada em parceria com a VPorts, autoridade portuária responsável pelo molhe de Praia Mole, que assinou um memorando de entendimento com a Blue Terminals.
De acordo com a Blue Terminals, os estudos estimam que o empreendimento poderá gerar aproximadamente R$ 80 milhões por ano em royalties de petróleo, distribuídos entre os municípios de Vitória, Serra e Vila Velha. Também são esperados impactos econômicos de R$ 268 milhões por ano no PIB estadual e arrecadação de R$ 156 milhões em tributos.
A estrutura foi projetada para atender exigências de segurança da Organização Marítima Internacional (IMO) e da Marinha do Brasil, com uso de navios de casco duplo, sistemas automatizados de contenção e centro de controle operacional. A expectativa é de criação de 4 mil empregos diretos e indiretos ao longo da implantação e operação do terminal.
Valor - SP 21/05/2025
A porcentagem de navios porta-contêineres que chegam no horário fixado está abaixo de 60% em todo o mundo, forçando as empresas a repensar suas estratégias de estoque.
Além dos contínuos redirecionamentos ao redor do Mar Vermelho e do Canal de Suez devido à piora das condições no Oriente Médio, o congestionamento nos principais portos está causando interrupções generalizadas. Com os atrasos se tornando a nova norma, mais empresas estão mantendo estoque de reserva disponível.
A taxa global de confiabilidade de cronograma para navios porta-contêineres de rota fixa era de 57,5% em março, de acordo com a empresa de pesquisa de transporte marítimo Sea-Intelligence. Embora isso represente uma melhora em relação aos cerca de 30% observados em 2021, quando a pandemia do coronavírus lançou as redes logísticas no caos, a taxa de atrasos permanece alta.
O transporte de contêineres tem sido tradicionalmente uma forma confiável de transporte internacional. Os navios alternam rotas pré-determinadas e sua operação tem sido frequentemente comparada a ônibus de rota fixa. As taxas de confiabilidade de cronograma permaneceram entre 70% e 85% desde o fim da década de 2010.
Essa confiabilidade começou a ruir durante a pandemia. À medida que os trabalhadores portuários e de transporte terrestre contraíram covid-19, a funcionalidade dos portos começou a declinar. Enquanto isso, a crescente demanda entre pessoas em isolamento nos Estados Unidos e na Europa levou a um aumento no tráfego de cargas, o que, por sua vez, causou congestionamentos nos portos e caos nas redes logísticas. A confiabilidade de cronograma despencou para 30,4% em janeiro de 2022.
Com a normalização da atividade econômica, as taxas de confiabilidade de cronograma tiveram uma recuperação temporária até 2023. No entanto, a recuperação estagnou no final de 2023, com a deterioração das condições no Oriente Médio. Os rebeldes Houthi, apoiados pelo Irã, no Iêmen, atacaram repetidamente navios comerciais no Mar Vermelho, levando as principais companhias marítimas a interromper o trânsito pela área.
O Mar Vermelho conecta a Europa e a Ásia através do Canal de Suez, tornando-o crítico para o tráfego marítimo. Para evitá-lo, os navios precisam atravessar o Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África, estendendo o tempo de embarque em 10 a 15 dias.
Os tempos de transporte mais longos geraram preocupações com a escassez de navios porta-contêineres, levando as empresas a antecipar os embarques para garantir estoques. O aumento no volume de carga sobrecarregou os portos, levando à piora das taxas de confiabilidade do cronograma. Ela havia se recuperado para cerca de 65% em meados de 2023, mas caiu novamente, oscilando em torno de 50% em 2024.
Com cinco anos de interrupções desde a pandemia, os atrasos agora estão impactando o planejamento de transporte das empresas. "As companhias de navegação não têm escolha a não ser se adaptar aos atrasos e à volatilidade das tarifas", disse um funcionário da Transcontainer, com sede em Tóquio, que lida com embarques consolidados de pequena escala. "Há uma tendência crescente de manter estoques de reserva."
O modelo "just-in-time", no qual as empresas podiam manter estoques reduzidos, baseava-se em uma logística internacional confiável. Com o transporte de contêineres — a espinha dorsal do transporte marítimo — enfrentando dificuldades com a confiabilidade dos cronogramas, mais empresas estão reavaliando suas estratégias de logística.
Os encargos operacionais também estão aumentando. "As operações comerciais claramente se tornaram mais onerosas", disse Akiyoshi Kawashima, da Shippio, empresa que fornece serviços em nuvem relacionados ao comércio. "Por exemplo, as empresas agora precisam verificar os movimentos de cada navio com as companhias de navegação em cada etapa."
Há dúvidas sobre a reversão desse quadro. "Embora os navios estejam ficando maiores, a capacidade dos portos e do transporte terrestre não pode ser expandida tão facilmente", disse um funcionário de uma grande empresa de navegação. "Estruturalmente falando, os gargalos se tornaram mais prováveis."
Greves portuárias frequentes, impulsionadas pela inflação global, também estão contribuindo para os atrasos.
A incerteza no mercado de navios porta-contêineres foi ainda mais agravada pelas políticas tarifárias do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A imposição de tarifas em abril levou a uma queda acentuada no transporte de cargas entre os Estados Unidos e a China, levando as companhias de navegação a reduzirem as viagens para evitar um colapso nas tarifas de frete.
Com as tarifas temporariamente reduzidas durante o progresso nas negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China, os volumes de embarque se recuperaram rapidamente. Em 16 de maio, a tarifa à vista para o transporte de um contêiner de 40 pés de Xangai para a Costa Oeste dos Estados Unidos havia subido US$ 744 em relação à semana anterior, para US$ 3.091, um aumento de 32%, de acordo com a Bolsa de Navegação de Xangai. Esse foi o maior aumento desde os 43% registrados na segunda semana de janeiro de 2024, quando a situação no Oriente Médio interrompeu as redes globais de transporte marítimo. A tarifa para embarques para a Costa Leste aumentou 22%.
O número de reservas dobrou em comparação com o período anterior ao acordo Estados Unidos-China, segundo o serviço de rastreamento de contêineres americano Vizion.
Isso significa que o congestionamento portuário pode piorar ainda mais. Se o comércio for redirecionado por causa da guerra tarifária e as remessas aumentarem repentinamente em certos portos, isso poderá desencadear uma nova onda de interrupções nas redes de logística de contêineres.
Valor - SP 21/05/2025
Localizada no campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos, a estrutura FPSO entrou em fase de produção no fim de outubro de 2024
O navio-plataforma (FPSO, na sigla em inglês) Marechal Duque de Caxias alcançou, na segunda-feira (19), a produção máxima de 180 mil barris por dia (barris/dia) de petróleo, informou a Petrobras. Segundo a estatal, o chamado “ramp-up”, período entre o primeiro óleo e a capacidade máxima de produção, durou 201 dias.
Localizada no campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos, a estrutura FPSO entrou em fase de produção no fim de outubro de 2024. A plataforma fica a cerca de 180 quilômetros da costa do Rio de Janeiro e está interligada a 15 poços: oito produtores de óleo e sete injetores de água e gás.
Com o FPSO, a produção total do campo chega a 580 mil barris/dia, afirmou a estatal em comunicado.
O campo de Mero é operado pela Petrobras (38,6%), em consórcio do qual fazem parte a Shell Brasil (19,3%), TotalEnergies (19,3%), CNPC (9,65%), CNOOC (9,65%) e Pré-Sal Petróleo (PPSA), que detém 3,5%, na condição de gestora do contrato e representante da União na área não contratada.
Portos e Navios - SP 21/05/2025
A Seagems anunciou que cinco de suas seis embarcações do tipo PLSV (Pipe Laying Support Vessel) já operam sob contratos firmados com a Petrobras. A embarcação mais recente da empresa brasileira de engenharia submarina a iniciar as operações foi o navio Rubi, que concluiu os testes de aceitação em 19 de maio. Os navios Jade, Diamante, Topázio e Esmeralda também atuam sob os mesmos contratos. A expectativa é que o sexto navio, Ônix, se junte aos demais ainda em 2025, após concluir atividades no campo de Atlanta.
Os contratos têm duração de três anos e somam US$ 1,8 bilhão, com o último deles válido até 2028. A Seagems detém atualmente 36% do mercado nacional de interligação e manuseio de dutos flexíveis submarinos. A frota é composta por seis navios equipados com carrosséis de até 2.500 toneladas, preparados para atender operações em águas profundas. Com sede no Rio de Janeiro e unidades em Rio das Ostras e Viena, a Seagems é resultado de uma joint venture entre a Sapura Energy Behard e a Paratus Energy Services Ltd. A empresa atua exclusivamente no setor offshore e mantém todos os seus contratos atuais com a Petrobras.
Agência Senado - DF 21/05/2025
O Plenário aprovou nesta terça-feira (20), em votação simbólica, o projeto de resolução que cria a Frente Parlamentar do Senado em Defesa da Exploração de Petróleo na Margem Equatorial do Brasil.
De autoria do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA) e outros senadores, o PRS 2/2025 ganhou parecer favorável do senador Plínio Valério (PSDB-AM) e agora segue para promulgação.
Entre os objetivos da Frente, estão o de promover ações legislativas voltadas ao apoio e fortalecimento da exploração de petróleo na margem equatorial; reunir senadores interessados no tema e no desenvolvimento econômico da região; acompanhar o processo de exploração em andamento e a tramitação de matérias relacionadas no Congresso Nacional.
Atualmente, a Petrobras tenta obter licença para perfuração de petróleo na Margem Equatorial brasileira, que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte. O primeiro poço de petróleo está previsto para o bloco FZ-M-59, que fica na bacia da Foz do Amazonas, em águas do Amapá. Cabe ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) avaliar a concessão da licença. Os riscos envolvem o derramamento de petróleo em alto-mar, o que pode prejudicar a fauna e a flora marinhas, além de um possível deslocamento do óleo para águas territoriais da Guiana Francesa.
Zequinha saudou a aprovação do projeto um dia após o anúncio do Plano de Proteção e Atendimento à Fauna Oleada pelo Ibama. O senador conclamou seus pares a se mobilizar junto ao governo em defesa da exploração do petróleo na margem equatorial. A aprovação do projeto também foi saudada pelo líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP).
O texto foi aprovado em abril na Comissão de Infraestrutura (CI) e seguiu para apreciação do Plenário.
Valor - SP 21/05/2025
Marca foi alcançada em função da entrada em operação do segundo poço produtor do navio-plataforma (FPSO, na sigla em inglês) Duque de Caxias, no campo de Mero, na Bacia de Santos
A produção de petróleo nos campos do pré-sal sob contratos pelo regime de partilha ultrapassou, pela primeira vez, a marca de 1,2 milhão de barris por dia (barris/dia), informou, nesta terça-feira (20), a Pré-Sal Petróleo (PPSA). Em março, a produção dos campos totalizou 1,228 milhão de barris/dia, 3% acima do verificado em fevereiro, quando foi extraído 1,19 milhão de barris/dia. Na comparação anual, alta foi de 28,32%.
A marca foi alcançada em função da entrada em operação do segundo poço produtor do navio-plataforma (FPSO, na sigla em inglês) Duque de Caxias, no campo de Mero, na Bacia de Santos.
De acordo com a PPSA, desde 2017, início da série histórica, a produção acumulada pelo regime de partilha de produção ultrapassou 1,14 bilhão de barris, sendo Búzios o maior campo produtor. A parcela acumulada da União soma 73,57 milhões de barris.
Parcela da União
A parcela da União na produção em março foi de 122 mil barris/dia, a partir de oito contratos de partilha e acordos de individualização da produção (AIP) de áreas não contratadas de Atapu, Mero e Tupi. O volume é 6,8% abaixo do apurado em fevereiro e reflete a queda de participação da União na produção do campo de Sépia.
A parcela da União em março, quando comparada com igual mês em 2024 (48 mil barris/dia), foi 154,17% maior. O campo de Mero segue como o maior produtor de petróleo da União, respondendo por 74% do total, de acordo com a PPSA.
Além disso, a União teve direito a uma parcela de 138 mil metros cúbicos por dia (m³/dia) de gás natural, oriundos de cinco contratos de partilha e do AIP de Tupi. O resultado é cerca de 44% inferior ao de fevereiro, referindo-se a paradas da exportação da P-77 em Búzios e do FPSO Carioca, localizado no campo de Sépia, que também sofreu redução dos volumes.
Frente aos 61 mil m³/dia verificados em março do ano passado, a parcela de gás natural da União cresceu 126,23%, ainda de acordo com a PPSA.
Contratos de partilha
No contrato de partilha, o Estado brasileiro é proprietário do petróleo e gás natural produzidos no pré-sal, e as petroleiras atuam como operadoras. A PPSA é a responsável pela gestão desses contratos.
Nos leilões passados e na chamada oferta permanente de partilha (OPP), as petroleiras disputam áreas no pré-sal, e o critério para vitória é da oferta à União do excedente em óleo – parcela da produção a ser repartida com a empresa vencedora, segundo critérios definidos no contrato e o percentual ofertado na rodada.
Além da partilha, existe a parcela da União de áreas não contratadas do pré-sal. Quando um campo licitado inclui jazida de área não contratada, é necessário que os titulares dos direitos de exploração e produção das áreas adjacentes firmem com a União o acordo de individualização de produção" (AIP), para produção em jazida compartilhada. A União, por meio da PPSA, é a representante dessas áreas não contratadas.
Valor - SP 21/05/2025
Na segunda (19), o Ibama informou que a estrutura de resgate à fauna construída pela empresa em Oiapoque (AP) foi aprovada, liberando, assim, a realização de um teste da perfuração
A Petrobras espera estar pronta para iniciar o teste do primeiro poço para exploração de petróleo em águas profundas na bacia da Foz do Amazonas já em junho, embora a data da avaliação ainda não tenha sido marcada pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis).
A estatal está finalizando trabalhos de limpeza do casco da unidade, para a retirada de corais que poderiam causar danos ambientais na região da perfuração do poço. A expectativa, segundo a "Folha" apurou, é que o serviço seja concluído na virada do mês.
Depois, a viagem à locação do poço, a cerca de 175 quilômetros da costa do Amapá, levaria entre dez e 20 dias.
Na segunda-feira (19), o Ibama informou que a estrutura de resgate à fauna construída pela empresa em Oiapoque (AP) foi aprovada, liberando, assim, a realização de um teste da perfuração.
Chamado de avaliação prévia operacional, esse teste é a última etapa antes da análise final sobre a licença para o poço exploratório, que vem sendo alvo de embate entre as áreas energética e ambiental do governo.
Nele, o Ibama vai avaliar a capacidade de resposta da Petrobras em uma simulação sobre vazamento de petróleo durante a perfuração do poço, que é aguardado com grande expectativa por toda a indústria brasileira de petróleo. A data para o teste ainda não foi agendada.
“É um sinal positivo, sem dúvida, mas não há nada definitivo ainda”, afirmou Roberto Ardenghy, presidente do presidente do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás), entidade que reúne as grandes petroleiras com interesse no Brasil e um dos vetores de pressão pela liberação da atividade.
Em nota, o IBP ressalta que avaliações da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) indica potencial para produção de 1,1 milhão de barris de petróleo por dia na região até 2029. O volume equivale a cerca de um terço da produção nacional média em 2024.
E defendeu que a confirmação da existência de petróleo ali “possibilitará o aumento das reservas nacionais, a garantia da segurança energética do país e a geração de desenvolvimento socioeconômico, com empregos e renda para a população do Amapá e da região Norte”.
O argumento econômico mobilizou lideranças políticas e parlamentares na região Norte — incluindo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) — no lobby pela liberação da atividade. Governo e Petrobras argumentam que o país não pode abrir mão dessa riqueza e voltar a importar petróleo.
O que dizem as organizações ambientalistas
Por outro lado, organizações ambientalistas defendem que a abertura de novas fronteiras petrolíferas enfraquece esforços para enfrentar a mudança climática e contradiz o esforço do governo para posicionar o Brasil como líder da economia verde às vésperas da COP30, em Belém.
Em junho, o governo licitará 47 áreas exploratórias na bacia da Foz do Amazonas e a liberação do primeiro poço pode provocar uma corrida por novas concessões na região. Nos últimos anos, a região ficou fora de leilões por falta de interesse do mercado, preocupado com as dificuldades para a obtenção de licença.
Jota - DF 21/05/2025
O Senado aprovou nesta terça-feira (20/5) o Projeto de Lei 5.066/2020, que estabelece que os contratos de concessão para exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural deverão ter uma cláusula para o investimento mínimo em pesquisa, desenvolvimento e inovação. O texto estabelece que ao menos 50% desses valores devem ser destinados às universidades e aos centros de pesquisa credenciados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Agora, o projeto segue para a Câmara.
A proposta recebeu parecer favorável do senador Chico Rodrigues (PSB-RR). Antes da votação do projeto no Senado, o senador Plínio Valério (PSDB-AM), autor da proposição, defendeu o equilíbrio no repasse de recursos de pesquisa em petróleo. Segundo ele, os recursos estão majoritariamente concentrados nas regiões Sul e Sudeste, enquanto as demais carecem dessas verbas.
Em sua redação, o PL 5.066 determina que os contratos de concessão à pesquisa devem promover a aquisição de dados geológicos, geoquímicos e geofísicos, além da perfuração de poços estratigráficos e de avaliação do potencial petrolífero em áreas terrestres não contratadas no território nacional.
No prazo de 5 anos, a contar da entrada em vigor da norma, o texto prevê a garantia permanente a cada uma das regiões geográficas, Norte, Nordeste, Centro Oeste, Sudeste e Sul, de ao menos 10% do montante total dos recursos, relativos aos respectivos contratos de concessão, partilha e cessão onerosa.
Em relação aos recursos que serão destinados às universidades e aos centros de pesquisa, o projeto estabelece que até 30% do percentual poderão ser utilizados para incubadoras de empresas e empresas fornecedoras da cadeia de petróleo e gás natural, para consecução dos objetos dos termos de cooperação das referidas instituições de ciência e tecnologia com as operadoras.
TN Petróleo - RJ 21/05/2025
A produção total dos contratos em regime de partilha alcançou, pela primeira vez, o patamar de 1,22 milhão de barris de petróleo por dia, em março de 2025. O resultado é 3% superior em comparação ao mês de fevereiro e se deu em função da entrada em operação do segundo poço produtor do FPSO Duque de Caxias, em Mero. Desde 2017, início da série histórica, a produção acumulada em regime de partilha de produção ultrapassa 1,14 bilhão de barris, sendo Búzios o maior produtor. A parcela acumulada da União soma 73,57 milhões de barris. Os dados fazem parte do Boletim de Produção divulgado pela Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) nesta terça-feira, 20 de maio.
A exportação total de gás natural, considerando consórcios e União, foi de 2,81 milhões de m³ por dia em março, apresentando uma redução de 28% em relação ao mês anterior. A queda foi influenciada pela interrupção temporária na movimentação de gás na plataforma P-77 em Búzios e do FPSO Carioca, em Sépia. Ainda assim, Búzios respondeu por 94% do total exportado. Desde 2017, início da série histórica, a exportação acumulada de gás em regime de partilha de produção soma 3,5 bilhões de m³. A parcela acumulada da União soma 232 milhões m³.
Produção da União
A produção de petróleo da União foi de 122 mil barris por dia (bpd) em março de 2025, considerando os oito contratos de partilha e os Acordos de Individualização da Produção (AIPs) das áreas não contratadas de Atapu, Mero e Tupi. O resultado é 6,8% inferior ao de fevereiro e reflete a queda da participação da União na produção do contrato de partilha de Sépia, o que ocorreu em função do processo de recuperação de custos do Earn Out – um mecanismo contratual previsto nos leilões dos volumes excedentes da cessão onerosa, que permite à empresa contratada recuperar, com parte da produção, diferenças de valores adicionais pagos à União, caso o valor do preço do Brent seja superior ao inicialmente estimado. O campo de Mero segue como o maior produtor de petróleo da União, respondendo por 74% do total.
Em março, a União também teve direito a 138 mil m³/dia de gás natural, oriundos de cinco contratos de partilha e do AIP de Tupi. O resultado é cerca de 44% inferior ao de fevereiro, referindo-se a paradas da exportação da P-77 em Búzios e do FPSO Carioca, localizado no campo de Sépia, que também sofreu redução dos volumes. O Acordo de Individualização da Produção (AIP) da área não contratadas de Tupi responde por 37% da parcela de gás, sendo o maior produtor da União. A expectativa é de retomada gradual dos volumes a partir de maio de 2025, considerando que o retorno da exportação em Búzios ocorreu em abril de 2025 e que o Earn Out é um ajuste temporário previsto nas regras dos contratos de partilha de produção.