Clipping Diário

19 | Maio | 2025

SIDERURGIA

Valor - SP   19/05/2025

Empresa vai manter operações apenas no Japão, Estados Unidos, Áustria e Espanha

A japonesa Resonac Holdings anunciou na quinta-feira (15) que encerrará a produção de eletrodos de grafite na China e no Sudeste Asiático, em uma tentativa de recuperar as margens de lucro pressionadas pela entrada de peças chinesas de baixo custo no mercado.

Os eletrodos de grafite são usados principalmente em fornos a arco elétrico, que derretem sucata metálica com calor gerado por corrente elétrica. A Resonac é uma das principais fabricantes globais, com capacidade anual de 210 mil toneladas distribuída por seis unidades industriais. Com a decisão, a empresa liquidará suas subsidiárias na China e na Malásia, mantendo operações apenas no Japão, Estados Unidos, Áustria e Espanha.

Embora a Resonac não tenha divulgado dados específicos das fábricas a serem fechadas, estima-se que essas três unidades asiáticas representem cerca de um terço da produção global de eletrodos da empresa. A produção já foi interrompida nas plantas afetadas.

“Continuaremos avaliando nossa rede global de produção”, afirmou o diretor financeiro Hideki Somemiya em conferência de resultados.

A empresa registrou um prejuízo operacional de 6,3 bilhões de ienes (US$ 43,3 milhões) no primeiro trimestre de 2025 em seu segmento químico — que inclui eletrodos de grafite — em parte devido à queda nos preços. No mesmo período do ano anterior, a perda havia sido de 800 milhões de ienes.

“Para voltarmos à lucratividade no segundo semestre do ano fiscal de 2025, anunciaremos uma segunda e outras rodadas de reformas estruturais por volta de agosto”, disse Somemiya.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   19/05/2025

O inesperado acordo a que chegaram Estados Unidos e China foi, certamente, muito bem-vindo. As tarifas até então prevalescentes, acima de 100%, funcionavam como um embargo, travando quase totalmente o comércio.

A pressão dos grandes varejistas, receosos de que não tivessem abastecimento nas vendas de fim de ano, fez Trump recuar pela segunda vez em um mês.

A reação dos mercados de risco foi de euforia e, em poucos pregões, os índices das Bolsas voltaram aos níveis de fevereiro.

A pergunta relevante que se coloca é se isso é sustentável. Minha resposta é que não, antes de tudo porque a incerteza e a volatilidade continuarão entre nós. Além disso, 90 dias passam rápido e ninguém sabe em que faixa, finalmente, as novas tarifas ficarão. Hoje elas estão entre 10% (a tarifa geral do Acordo EUA/Inglaterra) e 30% (que pagarão os produtos chineses para entrar nos EUA).

Ora, esses impostos são muito elevados quando comparados aos do início do ano e resultarão em aumentos de preços, como já adiantou o WalMart.

Na verdade, os aumentos já começaram em maio, como mostram os levantamentos de preços no varejo realizados por professores da Harvard Business School liderados por Alberto Cavallo.

Acredito que a inflação acabará crescendo para a faixa de 4% nos próximos meses, o que levará o Fed a postergar qualquer redução das taxas de juros e, no seu devido tempo, a elevá-las.

É importante ter presente que Trump não deixará de usar tarifas como centro de sua política e que elas serão muito maiores que as do final de 2024.

O que temos de novo é que os mercados colocaram um limite na capacidade de Trump de usar seu poder. Mas as tarifas estão aí.

Também continuarão presentes o choque no mercado de trabalho e uma política fiscal expansionista.

Nesse caso, os dados recentes mostram que os gastos seguem crescendo aceleradamente. Encerrada a curta experiência de Musk no governo, os cortes obtidos foram muito modestos. Ninguém consegue identificar mais do que US$ 50 bilhões de redução em vários anos, uma gota d´água num orçamento de mais de 6 trilhões de dólares. Musk foi mais eficiente em destruir as estruturas do Estado.

Também é esperado que o corte de tributos será enorme, pressionando a dívida pública. Certamente, esta é a razão da bombástica decisão da Moody´s de rebaixar a nota de crédito americana.

Significativamente, as taxas de juros voltaram a subir para a faixa de 4,5% no papel de 10 anos e de 5% no de 30 anos.

Parece sensata a sugestão da Goldman Sachs de que se deve reduzir o volume de risco para fazer algum caixa. Warren Buffett também aprovaria.

Infomoney - SP   19/05/2025

O Itaú revisou sua perspectiva para a política monetária brasileira e passou a ver a manutenção da Selic no atual patamar de 14,75% até o fim de 2025, reduzindo sua perspectiva anterior de que a taxa básica de juros encerraria o ano em 15,25%.

Em relatório divulgado nesta sexta-feira, o Itaú citou que, em comunicação recente, o Banco Central parece ter ganhado confiança de que a política monetária está em patamar significativamente contracionista e que a atividade está desacelerando.

“Soma-se a isso a aparente escolha pela estratégia de manutenção de juros elevados por tempo prolongado”, apontou o relatório assinado pelo economista-chefe do Itaú, Mario Mesquita.
“A avaliação das autoridades sobre os possíveis efeitos da mudança no ambiente externo (ao adotar a perspectiva de que o balanço de riscos em torno do cenário central é simétrico) estabeleceu, em nossa visão, uma barra relativamente alta para um novo ajuste da Selic em junho”, completou.

O Itaú disse ainda que não vê espaço para cortes de juros neste ano, diante das expectativas desancoradas e da atividade ainda resiliente, prevendo reduções apenas em 2026 que levariam a Selic a 12,75% ao fim do próximo ano, ante a projeção anterior de 13,25%.

Em relação à inflação, foram mantidas as projeções de alta do IPCA de 5,5% em 2025 e de 4,4% em 2026, citando um balanço de riscos simétrico neste ano.

“A possível diminuição do fluxo comercial entre China e Estados Unidos e menores preços de commodities metálicas pode se traduzir numa inflação de industriais mais benigna, mas a redução no volume de chuvas aumenta a probabilidade de acionamento de bandeiras tarifárias no final do ano”, explicou.

Também foi mantida a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 em 2,2% e de 2026 em 1,5%

“A desaceleração da atividade deve ficar mais clara apenas no segundo semestre do ano, depois de uma boa performance no início do ano puxada pelo setor agropecuário e consumo sustentado por renda elevada”, disse o Itaú.

CNN Brasil - SP   19/05/2025

Um avanço surpreendente nas tensões comerciais entre os EUA e a China desencadeou uma enxurrada de atividades nas fábricas e nos portos chineses, já que as empresas de ambos os países correm para aproveitar ao máximo a reversão de 90 dias das pesadas tarifas anunciadas no início desta semana.

Para Niki Ye, uma vendedora do sul da China que adquire brinquedos para venda na Amazon, um aumento de 30% nos pedidos desde o anúncio significou que sua empresa está se equipando para atender à demanda.

“E esta é apenas a primeira semana”, disse ela.

Liu Changhai, gerente de vendas de uma agência voltada para a exportação no leste da China, especializada em móveis para casa, disse que as vendas agora são iguais às de uma típica temporada de pico — mas haverá um atraso no envio das mercadorias.

“Os novos pedidos ainda não foram fabricados e não estão prontos para envio”, disse ele à CNN.

Enquanto isso, os portos estão prestes a começar a se movimentar, pois as empresas correm para enviar os estoques que foram retidos durante as semanas de tensão comercial.

As reservas de contêineres de transporte da China para os Estados Unidos aumentaram quase 300% nos sete dias que terminaram em 13 de maio, em comparação com a semana que terminou em 5 de maio, de acordo com o fornecedor de software de rastreamento de contêineres Vizion.

Essa é uma mudança radical em relação ao mês passado, quando uma rápida escalada de tarifas entre os EUA e a China, iniciada pelo presidente Donald Trump, elevou as tarifas a um nível tão alto que o comércio entre as duas economias, antes profundamente interligadas, foi praticamente interrompido.

Na segunda-feira (12), negociadores comerciais americanos e chineses reunidos em Genebra anunciaram que ambos os lados reduziriam as tarifas em 115 pontos percentuais por um período inicial de 90 dias.

O acordo, que entrou em vigor na quarta-feira (14), reduz as tarifas dos EUA sobre as importações chinesas para o país para 30%, sem incluir as medidas pré-existentes impostas durante o primeiro mandato de Trump.

Enquanto isso, as tarifas da China sobre todas as importações dos EUA aumentadas no mês passado caíram de 125% sobre a maioria das importações dos EUA para 10% — embora as tarifas anteriores sobre produtos selecionados também permaneçam em vigor, disseram as autoridades. Espera-se que as negociações continuem nas próximas semanas.

“Independentemente do resultado das negociações futuras, as empresas devem aproveitar essa janela de 90 dias”, disse Ge Jizhong, presidente da principal empresa de declaração alfandegária Shanghai Xinhai Customs Brokerage, ao veículo financeiro estatal Securities Times no início desta semana.

“As empresas americanas correrão para reabastecer seus estoques dentro de 90 dias, e as empresas chinesas também correrão para enviar mercadorias e limpar seus estoques de armazém”.
De volta para a China

Entre as pessoas que estão ajudando as empresas a enfrentar essa corrida está Ben Schwall, cuja companhia de gerenciamento da cadeia de suprimentos STG Consultants, sediada na China, ajuda com o fornecimento de produtos e suas estratégias para a China e a Ásia.

Ele diz que passou esta semana respondendo a perguntas de clientes.

Alguns deles receberam a notícia quando estavam redirecionando as cadeias de suprimentos e a produção da China para outros países asiáticos a fim de evitar as tarifas, disse ele.

“Temos pedidos que foram feitos no Vietnã e na Indonésia e agora estamos perguntando: ‘Vocês podem transferir (os pedidos) de volta para a China?’” disse Schwall.

Em seguida, há uma corrida para reiniciar pedidos cancelados ou enviar mercadorias retidas da China, acrescentou ele, embora as tarifas continuem mais altas do que eram antes do segundo mandato de Trump.

“É uma situação do tipo ‘por favor, continuem os pedidos que foram cancelados’”, disse ele sobre as comunicações com os fabricantes chineses, alguns dos quais, segundo Schwall, já haviam dispensado trabalhadores, enquanto pelo menos duas fábricas com as quais eles trabalham fecharam as portas na esteira das tarifas.

Do outro lado dessa equação estão os fabricantes chineses, como Vivi Tong, na província de Zhejiang, no leste do país, que está se preparando para enviar mercadorias de seu depósito e para um aumento nos pedidos.

Sua fábrica produz carros com controle remoto vendidos por grandes varejistas nos EUA.

“Como fábrica, esperamos receber o maior número possível de pedidos nesses três meses e concluir a produção e o envio o mais rápido possível”, disse Tong, acrescentando que “não pode estimar” o que acontecerá após esse período.

De acordo com a mídia estatal chinesa, os fornecedores estão trabalhando horas extras e até mesmo durante a noite para atender a um aumento na demanda das empresas norte-americanas que clamam para que os pedidos paralisados sejam enviados dentro do prazo de 90 dias.

Greg Mazza, proprietário de uma empresa de iluminação com sede em Danbury, Connecticut, disse que estava entre os que “agiram rapidamente” para receber o estoque que havia sido produzido na China anteriormente, mas que não havia sido enviado, pois estava preocupado com o aumento dos custos de envio, já que muitas empresas fizeram o mesmo.

“Liberamos muitos contêineres agora, ou eles estão sendo liberados, e estamos fazendo pedidos”, disse Mazza, que observou que estava em uma posição melhor do que a de algumas empresas por ter se preparado para as tarifas ao aumentar seu estoque nos EUA no ano passado.

No entanto, Mazza disse que seus pedidos sob o novo acordo ainda enfrentariam tarifas significativamente mais altas do que no ano passado.

“Se eu tiver que sustentar as tarifas de 55%, posso fazer isso com um pequeno aumento de preço no momento em que (as mercadorias) desembarcarem e com algumas mudanças no programa interno”, disse ele, referindo-se ao total de tarifas que deverão ser impostas ao seu produto.

Ele teria como objetivo “manter a linha” o máximo possível em vez de aumentar os preços, acrescentou.

Mas não são apenas as tarifas que ameaçam aumentar os preços para os americanos.

Tong, em Zhejiang, disse que observou um aumento nos custos de remessa esta semana em meio à luta mais ampla para reiniciar o comércio.

O custo de envio de um contêiner, que antes era de US$ 4 mil para a viagem até os EUA, agora subiu cerca de 50%, um aumento que, segundo ela, foi suportado pelo comprador americano. Em última análise, é provável que o custo adicional seja pago pelos compradores americanos.

Enquanto isso, as empresas de transporte também estão relatando um aumento na demanda.

A transportadora dinamarquesa Maersk, que havia registrado uma queda de 30% a 40% no volume marítimo China-EUA no final de abril, agora está aumentando a capacidade de seus serviços transpacíficos depois de um aumento nas reservas após o acordo, disse um porta-voz à CNN.

Ben Tracy, vice-presidente de desenvolvimento de negócios estratégicos da Vizion, a empresa de rastreamento de contêineres que observou um aumento de 277% nas reservas nos sete dias que terminaram na terça-feira, disse que a “corrida de exportação de contêineres” poderia interferir no que normalmente seria uma temporada de pico de remessas no verão.

“A questão é: quanto tempo isso (a corrida) vai durar? Quanto de acúmulo está sendo aguardado para reservas e partidas — e isso vai durar três semanas, seis semanas?”, disse ele.

“De qualquer forma, não vejo como haverá tempo suficiente para que esses contêineres retornem à China para a próxima viagem na alta temporada”.
A incerteza se aproxima

A corrida desenfreada para reiniciar, aumentar ou enviar pedidos da China é ainda mais complexa para as empresas devido à incerteza generalizada, não apenas em relação ao destino final das tarifas entre os EUA e a China, mas também em relação às tarifas dos EUA sobre outros países da região.

No mês passado, Trump anunciou e, em seguida, suspendeu em grande parte uma série de tarifas recíprocas sobre a maioria dos países. Essas incluíam altas taxas sobre produtos de países do sudeste asiático, como Vietnã e Camboja, que se tornaram um destino para empresas que mudaram a produção da China durante a primeira guerra comercial de Trump.

Agora, as empresas que dependem das exportações da região estão olhando para dois relógios, um contando a pausa de 90 dias nas tarifas de países como o Vietnã e o outro nas da China, enquanto decidem se vão abandonar relações comerciais de anos na China.

Mazza, em Connecticut, disse que estava explorando a possibilidade de transferir parte da fabricação para o Vietnã, onde o processo de instalação provavelmente levará cerca de um ano e a produção acabará custando cerca de 10% a 15% a mais por unidade do que a fabricação na China.

Mas ele disse que não estava pronto para desistir totalmente da China.

“Farei tudo o que puder para não sair da China, porque minhas fábricas chinesas me apoiaram, eu as apoiei. Valorizo as parcerias e os relacionamentos e, veja bem, elas tornam meu produto muito bom”, disse ele. “Portanto, vou lutar até o fim”.

E para muitas fábricas na China que enfrentam a mesma incerteza, a questão de como sobreviver, aconteça o que acontecer, é a principal prioridade.

“Também estamos trabalhando duro para expandir outros novos mercados… especialmente a Europa, (onde nossos pedidos) aumentaram em quase 20%”, disse Tong. “Precisamos nos expandir”.

O Estado de S.Paulo - SP   19/05/2025

A Moody’s Ratings, uma das principais agências de classificação de “bom pagador”, rebaixou nesta sexta-feira, 16, os ratings (classificação) de emissor de longo prazo e sênior sem garantia dos Estados Unidos de ‘Aaa’ para ‘Aa1’ e alterou a perspectiva de negativa para estável.

O rebaixamento, de acordo com a Moody’s, reflete o aumento de mais de uma década da dívida do governo e dos índices de pagamento de juros para níveis significativamente mais altos do que os de soberanos com classificação semelhante.

“As sucessivas administrações e o Congresso dos EUA não conseguiram chegar a um acordo sobre medidas para reverter a tendência de grandes déficits fiscais anuais e custos de juros crescentes. Não acreditamos que reduções plurianuais significativas nos gastos obrigatórios e nos déficits resultarão das atuais propostas em consideração”, explica a agência de classificação de risco.

A Moody’s aponta, na próxima década, déficits maiores à medida que os gastos com direitos aumentam, enquanto a receita do governo permanece praticamente estável.

“Prevemos que o ônus da dívida federal dos EUA aumentará para cerca de 134% do PIB até 2035, em comparação com 98% em 2024”, diz a agência, acrescentando que, apesar de desacelerar no curto prazo, o crescimento do PIB de longo prazo dos EUA não deve ser afetado de forma significativa pelas tarifas.

A perspectiva estável reflete os pontos fortes de crédito excepcionais, incluindo o dólar como moeda reserve dominante, e a Moody´s espera que o país continue com seu longo histórico de política monetária eficaz, liderada por um Federal Reserve (Fed) independente.

Os tetos de longo prazo em moeda local e estrangeira dos EUA permanecem em ‘Aaa’.

Infomoney - SP   19/05/2025

O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) registrou queda inesperada em maio, de 0,01%, caindo pelo segundo mês seguido após o recuo de 0,22% em abril, em resultado puxado pela baixa dos preços de matérias-primas brutas, de acordo com os dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira (16).

Analistas consultados pela Reuters esperavam uma alta de 0,17% na base mensal.

Em 12 meses, o IGP-10 passou a subir 7,54%.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, teve queda de 0,17% em maio, depois de cair 0,47% no mês anterior.

“Influenciadas pela dinâmica de preços no mercado internacional, as quedas do minério de ferro, óleo diesel e milho foram as principais contribuições para a queda do IPA”, disse Matheus Dias, economista do FGV IBRE.

O relatório mostrou que em maio o minério de ferro teve queda de 1,74%, após cair 3,79% em abril; o milho em grão recuou 5,36%, ante um avanço de 11,64% em abril; e o óleo diesel teve baixa de 6,34%, após cair 1,46% no mês anterior.

Na análise por grupos, a queda no IPA veio na esteira do recuo dos preços de Matéria-Primas Brutas, que tiveram deflação de 1,09% em maio, depois de cair 1,0% do mês anterior.

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que responde por 30% do índice geral, registrou a mesma taxa de abril, uma alta de 0,42%.

No IPC, houve acréscimo em cinco das oito classes que compõem o índice: Saúde e Cuidados Pessoais (0,59% para 1,08%), Despesas Diversas (0,20% para 1,15%), Habitação (0,31% para 0,57%), Vestuário (0,02% para 0,66%) e Educação, Leitura e Recreação (-0,69% para -0,45%).

A tarifa de eletricidade residencial e a batata-inglesa foram os itens de maior destaque para a alta do IPC, subindo 1,61% e 22,97%, respectivamente, em maio, ante as baixas de 0,74% e 0,85% no mês anterior.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10), por sua vez, desacelerou ligeiramente, subindo 0,43% em maio, depois de um avanço de 0,45% em abril.

O IGP-10 calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.

O Estado de S.Paulo - SP   19/05/2025

O acordo entre os Estados Unidos e a China não deve ser duradouro e tem potencial de gerar ainda um cenário de volatilidade nos mercados e, assim, tornar mais desafiador o trabalho da área econômica no Brasil. Essa é a percepção do diretor executivo para o Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI), André Roncaglia.

Com exclusividade ao Estadão/Broadcast, Roncaglia afirma que, caso o cenário de guerra tarifária se consolide, o ajuste fiscal liderado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se torna ainda mais desafiador, especialmente com as taxas de juros ainda elevadas.

“O foco atual é melhorar a qualidade do gasto público, reduzir despesas que crescem aceleradamente e enfrentar distorções como a incompatibilidade entre o crescimento do salário mínimo e os gastos com Previdência, o que é politicamente sensível, mas fiscalmente relevante”, afirma.

O economista e professor, no cargo desde agosto, acompanhou de perto, em Washington, o processo eleitoral americano e a volta ao poder de Donald Trump.

Na visão do economista, a atual administração dos EUA usa da própria incerteza como ferramenta, deixando de lado uma relação comercial previsível e confiável com outros países.

“O governo dos EUA está redefinindo as regras do jogo comercial e usando tarifas como instrumento de negociação. É uma forma de iniciar barganhas a partir de uma posição de força”, diz. “Essa lógica deve prevalecer, porque os acordos são sempre temporários — como o que vimos na segunda-feira, de apenas 90 dias”, acrescenta.

Para Roncaglia, Trump usa das próprias reações do mercado e da sociedade como termômetro para suas políticas e não se importa com o vaivém em suas atitudes.

“Se essas pressões crescerem a ponto de constranger o governo Trump, especialmente em temas sensíveis como a independência do Banco Central, que tem grande apoio institucional, ele tende a recuar”, afirma. “Os mercados reagem positivamente, Trump avança; os mercados caem, ele recua.”

Na visão do diretor, é diante desse desafio que a economia global se localiza. Para ele, é possível que haja um aprofundamento do desarranjo nas cadeias globais de valor até que se estabeleçam novos equilíbrios e rotas comerciais, já que a produção está fragmentada entre vários países. “Esse processo ainda deve levar algum tempo até se acomodar”, afirma.

A despeito das incertezas, diz, o Brasil tem boas ferramentas para encarar os mares revoltos da geopolítica. Roncaglia ressalta que o FMI enxerga o País como uma economia sólida, com avanços na consolidação fiscal e um grau de resiliência maior do que muitos imaginam.

“Eu vou falar algo que talvez choque a você, choque os leitores, quem for ter acesso ao que eu estou falando. O Brasil é uma das últimas preocupações do FMI no sentido de efeitos, de impactos”, destaca o diretor.

Ele ressalta que o grau de exposição da economia brasileira ao comércio internacional é relativamente limitado, o que protege o País parcialmente em momentos de turbulência.

“O que eu acho que em geral preocupa, mas isso ocorre em qualquer país, é que haja concentração em parceiros comerciais que tenham a sua atividade econômica muito determinada pela dinâmica do comércio internacional, que é o caso da China”, diz.

É necessário observar, contudo, a questão da volatilidade cambial, que pode afetar a inflação e exigir respostas do Banco Central, com efeitos indiretos sobre o crescimento.

O impacto previsto no Brasil, em um primeiro momento, seria uma desaceleração do crescimento de 2,2% para 2% — uma previsão do staff do FMI, e Roncaglia pondera que não responde pelos números.

MINERAÇÃO

Money Times - SP   19/05/2025

O BTG Pactual disse que segue com uma visão cautelosa para a Vale (VALE3), apesar do alívio na guerra comercial, depois que na última semana negociadores de Estados Unidos e China disseram que limitarão os níveis das tarifas por 90 dias, enquanto discutem um acordo mais abrangente.

Segundo o banco, embora essa seja uma surpresa positiva, a perspectiva para o setor de commodities permanece desafiadora por conta da vulnerabilidade da economia chinesa, que continua a pressionar o aço e a manter uma sombra sobre os preços do minério de ferro.

“Embora os mercados continuem sendo impulsionados por eventos — reagindo aos tweets de Trump e guerra comercial — mantemos uma postura pessimista em relação ao setor devido ao desequilíbrio entre oferta e demanda, ao limitado impulso de lucros e aos fracos rendimentos de fluxo de caixa livre (FCF)”, disse.

A leitura se sobrepõe ao que o banco considera como algumas melhorias na tese de investimento da Vale, com a redução dos custos de caixa C1, melhorias institucionais e o progresso em relação à Samarco.

“Ainda temos dificuldades em enxergar um potencial significativo de valorização, com as ações da Vale sendo negociadas a cerca de 4,4x o Ebitda de 2025 e oferecendo dividend yields na faixa de 7-9%”, escreveram os analistas.

Eles acrescentaram que a dívida líquida expandida da Vale aumentou para US$ 18 bilhões, com a administração da companhia visando reduzi-la para US$ 15 bilhões nos próximos trimestres – “o que sugere pouco espaço para dividendos extraordinários”.

O BTG projeta o minério de ferro a US$ 95/t em 2025 e a US$ 85/t para 2026, abaixo do patamar atual de US$ 100/t.

Na sexta-feira (16), os preços futuros do minério de ferro caíram devido a sinais de desaquecimento da demanda de curto prazo e à cautela em relação à resolução da guerra tarifária entre China e EUA.

A trégua comercial entre os dois países permitiram um ganho em base semanal.

AUTOMOTIVO

Auto Informe - SP   19/05/2025

Enquanto UE eleva taxação dos EVs “made in China” para até 45%, marcas da Grande Muralha realinham sua oferta e batem recorde de vendas, com alta de 78% e participação recorde de 5,2%

O mercado brasileiro é amplamente dominado por marcas de grupos automotivos europeus e asiáticos. Só as gigantes europeias respondem, hoje, por quase 60% das vendas nacionais – para quem ainda não se deu conta, apenas Ford e General Motors, dentre as companhias presentes no Brasil, mantêm a cidadania norte-americana. Isso, por si só, não teria nenhum impacto nas nossas vidas e empregamos o “não teria”, no futuro do pretérito, justamente porque Stellantis, Volkswagen, Renault, Mercedes-Benz e BMW vêm perdendo terreno para as montadoras chinesas dentro de casa, ou seja, na Europa, até mesmo entre os modelos equipados com motores a combustão interna. E se a virada da eletromobilidade caiu como uma bomba atômica sobre os fabricantes tradicionais, a ofensiva no segmento mais desqualificado do Velho Continente mostra que “a vaca pode ir para o brejo” mais rápido do que se desenha. “Os chineses são muito dinâmicos e se ajustaram tanto à guerra tarifária quanto à estabilização na demanda por EVs, lançando produtos que se conformam rapidamente ao momento que vive o mercado europeu”, avalia o analista sênior da Dataforce, que fornece soluções de inteligência, monitoramento e análise para o setor automotivo, Benjamin Kibies.

Dados divulgados no portal alemão “Automobilwoche” mostram que as vendas de carros de passeio e comerciais leves chineses aumentaram 78% na Europa, só nos primeiros três meses do ano – no mesmo intervalo, as vendas de EVs chineses também cresceram no Velho Continente, mas “apenas” 29%. Na prática, o aumento na taxação dos EVs chineses em até 45% retirou competitividade dos “invasores”, blindando momentaneamente as marcas europeias, mas os asiáticos realinharam sua oferta e, hoje, estão vendendo mais carros do que nunca, na Europa.

O número de modelos “made in China” atingiu um recorde, superando 150 mil unidades, mesmo com os eletrificados respondendo por apenas 30% dos registros, a menor parcela desde o mesmo período de 2020. “De olho em metas de emissão de carbono cada vez mais restritivas, as marcas chinesas vinham priorizando os EVs, no Velho Continente. Mas isso mudou quando a União Europeia (UE) impôs tarifas mais altas sobre esse segmento, no ano passado”, explica Kibies.

De acordo com ele, a estagnação comercial dos elétricos puros fez com que as montadoras chinesas recorressem aos híbridos e às linhas tradicionais para compensar a balança. “Pela primeira vez, a BYD, que é a grande potência global entre os EVs, está vendendo mais híbridos plug-in, na UE e no Reino Unido. Da mesma forma, a MG – marca da gigante estatal SAIC Motor – vendeu quase 47 mil unidades entre híbridos convencionais, híbridos plug-in e modelos com motor a combustão nos países da UE, volume que corresponde a mais de o dobro do número registrado no início de 2024, em que pese o fato de as vendas de EVs da marca terem caído pela metade”, destaca o analista.

“Domínio tecnológico”

Desde o segundo semestre de 2024, a UE começou a definir tarifas de importação mais altas para EVs chineses, visando beneficiar fabricantes europeus e seus fornecedores. Embora a medida tenha impedido as marcas chinesas de conquistarem uma fatia maior do mercado continental, elas também comprometem as metas ambientais do bloco. Na prática, as sobretaxas retardaram – leia-se atrasaram, detiveram, adiaram, delongaram – o avanço dos modelos verdes, tornando as importações chinesas mais caras, mas tanto a VW quanto a Stellantis, que lideraram politicamente as ações, enfrentam agora uma concorrência ainda mais acirrada, já que, em março, as marcas da Grande Muralha atingiram 5,2% de participação, na Europa, ultrapassando 5% pela primeira vez.

Na Espanha, por exemplo, as vendas de híbridos e carros com motor de combustão da MG mais que dobraram, ao mesmo tempo em que passaram de níveis minúsculos para mais de 5.500 unidades, na França. Na Itália, a marca de carros esportivos – de propriedade chinesa, desde meados dos anos 2000 – registrou um aumento de 57%, somando essas duas categorias. “O setor automotivo responde por 10% do Produto Interno Bruto (PIB) da China e por 6,5% das exportações”, detalha o economista sênior do Commerzbank, um dos dois maiores bancos comerciais da Alemanha, Tommy Wu. “Mais do que isso, o setor simboliza a capacidade chinesa de operar gigafábricas, dentro de seu território, pulverizando seu o domínio tecnológico, no exterior”, acrescenta.

Apesar de o Brasil estar longe desta disputa, geograficamente, ela respingará por aqui na forma de inflação nos preços dos 0 km. Isso porque a perda de participação das marcas europeias, em seus mercados domésticos, tem que ser compensada de alguma forma e, historicamente, isso é feito por meio de maiores remessas de lucro enviadas daqui para as matrizes. Todos sabem que o amor do brasileiro pelo automóvel acaba cegando o consumidor, que paga os preços mais altos do mundo por modelos ultrapassados – acreditando, coitado, que a culpa dos valores astronômicos é a carga tributária.

“É importantíssimo destacar que, no ano passado, as exportações chinesas de modelos equipados com motores a combustão representaram mais do que o dobro dos envios de EVs”, pontua Wu.

América do Sul

A América do Sul é o segundo maior mercado da Stellantis, perdendo apenas para a Europa que, por sua vez, também é o maior mercado mundial para a Ford. “Lugares como o México, onde os motores a combustão interna ainda são maioria, se tornarão campos de batalha importantes”, pontua Katrina Hamlin, editora da agência “Reuters” e especialista em cadeias produtivas globais. “Cerca de 75% das exportações da China, no ano passado, foram de automóveis que consomem muita gasolina e isso tem um grande impacto no mercado sul-americano, onde as receitas da Ford devem cair 5%, em 2025, e tanto a Stellantis quanto a GM esperam crescimento muito pequeno, de um dígito”, complementa.

Só as vendas da BYD cresceram 328% no Brasil, no ano passado, comparadas com os números de 2023. “Temos que ter em mente que BYD, Chery e SAIC operam suas próprias frotas de navios para transporte de automóveis, permitindo que essas empresas mantenham o controle total de sua cadeia logística, entre produção e varejo”, esclarece o gerente geral de negócios da gigante chinesa, Wang Junbao. “Gerenciando nossa própria infraestrutura de transporte, reduzimos custos e atrasos, alcançando um nível incomum de integração vertical”, acrescenta.

Em resumo, os fabricantes tradicionais, que passaram décadas vendendo – e ainda vendem – veículos ultrapassados e inseguros no Brasil, hoje não conseguem competir com as novas marcas chinesas nem em produto, nem em gestão, nem em tecnologia, nem em distribuição, nem em preços e nem em seus mercados cativos. Como diria o saudoso colega, José Roberto Nasser: “não fazem mais carros e o que vendem, na verdade, é empáfia”.

Veja - SP   19/05/2025

Há alguns anos, o setor automotivo decretou que o futuro da mobilidade seria elétrico. Algumas montadoras estabeleceram metas ambiciosas para eletrificar toda a frota e o mercado passou a receber um número crescente de lançamentos eletrificados. Agora, a situação mudou. Muitas empresas começaram a repensar suas estratégias e rever as metas.

A Volvo, no entanto, continua reforçando que o futuro é, de fato, eletrificado. Recentemente, apresentou aqui, no Brasil, o novo EX90 e a nova geração do XC90, que integram o portfólio enxuto, composto apenas por elétricos e híbridos.

Em entrevista exclusiva ao Pé na Estrada, o presidente da Volvo Car Brasil, Marcelo Godoy, fala sobre o potencial do mercado nacional, os desafios de infraestrutura e a democratização das tecnologias. Confira:

Em um momento em que várias montadoras estão repensando suas estratégias rumo à eletrificação total, olhando com mais atenção para os carros híbridos, como a Volvo vê essa questão? O futuro continua sendo elétrico?
Principalmente no Brasil, o futuro é elétrico. A gente costuma dizer, e isso é fato, que o Brasil tem uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. Trazendo isso para o dia a dia dos negócios, temos um kilowatt/hora muito mais barato que em outros países. Portanto, para a Volvo a eletrificação não tem volta e, no Brasil, estamos à frente dessa curva.

Como?
Hoje, entre 50 e 60% do mix de vendas da Volvo no país é de modelos 100% elétricos. Abrimos mão de alguns carros a combustão em detrimento do volume para acelerar a questão da eletrificação. O caminho não vai ser fácil, mas toda introdução de nova tecnologia requer paciência e foco. E estamos preparados.

Como vocês veem o cenário atual da eletrificação no Brasil?
A gente entende essa curva de transformação já na metade. Porque se você olhar uns anos atrás tinha a questão do preço do carro elétrico versus o carro a combustão. Hoje, a EXC40 elétrica tem o mesmo preço de carros no segmento à combustão. Isso já está equacionado. Depois, tinha a questão da desvalorização. Mas recebemos há pouco tempo o prêmio Quatro Rodas de menor desvalorização do segmento para o EX30, de 7%, que é a média de qualquer outro veículo. Então isso também já está equacionado. A questão dos carregadores ainda está aquém da necessidade. É notório isso, não tem como não falar. Mas fato é que nos últimos dois, três anos a curva de crescimento é exponencial. Ano passado no Brasil como um todo, não estou falando só da Volvo, foram vendidos quase 60 mil carros 100% elétricos. Então a adesão existe.

De fato, faltam carregadores. A infraestrutura ainda é insuficiente para a demanda.
Existe uma conta para ser um negócio isolado, porque os carregadores demandam muito investimento e o retorno ainda não é adequado. Mas outras montadoras poderiam seguir a nossa estratégia. A Volvo Brasil é a única Volvo no mundo que faz investimento proprietário em carregadores. E essa decisão se mostrou acertada. É um privilégio para os nossos clientes. Até a decisão de cobrar pelo carregamento de clientes de outras marcas foi acertada, porque hoje o consumidor da Volvo tem maior disponibilidade de carregadores.
Como a Volvo está olhando para o aumento dos impostos de importação de veículos?
Em detrimento de não perder volume e manter uma rede de funcionário saudável, a gente não repassou 100% do aumento no preço. A gente absorveu ali alguma margem, buscou alguns fornecedores para negociar custos, para dar um menor impacto. Desde então a gente vem fazendo essa combinação. Eu repasso alguma coisa no preço, mas também volto para os meus fornecedores e digo que preciso de ajuda em reduzir custos. E volto para a matriz e falo que preciso ter uma margem um pouco menor para continuar essa jornada de crescimento. E assim conseguimos manter uma média de oito mil carros por ano, o que é muito importante. Em 2023, sem o imposto, vendemos oito mil carros. Em 2024, com os impostos, vendemos mais oito mil carros. Nosso market share cresceu porque o mercado caiu. Então a Volvo se mantém no mesmo volume, eu ganho participação de mercado.

A Volvo é conhecida por investir em tecnologias de segurança em seus carros. Como você vê o processo de democratização dessas tecnologias? Porque embora o EX90 seja muito seguro, ele é acessível a uma parcela muito pequena da população.
De fato, apenas uma minoria das pessoas vai ter acesso a um carro premium nesse valor. Eu faço parte da ABEIFA (Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores) e nossa grande briga é que importando alguns carros, de alguma forma o cliente é exposto àquele tipo de tecnologia e segurança e isso reverbera nos outros carros, mais populares. Isso de alguma forma está acontecendo no Brasil. A chegada dos chineses mostra um pouco isso. É um carro chinês, é um carro elétrico, mas mais do que tudo é um carro seguro. Isso mexe um pouco no setor, tira o setor de uma zona de conforto e a gente briga cada vez mais por isso. E o nosso EX30, por exemplo, que é nosso modelo de entrada, tem uma série de equipamentos de segurança que estão presentes também no EX90.

Valor - SP   19/05/2025

Estado americano planeja eliminar as vendas de todos os veículos não eletrificados, movidos exclusivamente a gasolina, até 2035

A General Motors é uma defensora dos veículos elétricos (EVs, na sigla em inglês), mas até ela está preocupada com a agressiva lei da Califórnia sobre veículos elétricos.

A batalha sobre a regulamentação de veículos elétricos está apenas começando. Os investidores deveriam dedicar um minuto para entender a lei e por que as montadoras estão preocupadas com as políticas de um Estado.

O “The Wall Street Journal” noticiou neste domingo (18) que a GM estava pressionando para eliminar ou modificar as metas de veículos elétricos da Califórnia, citando um memorando enviado aos funcionários. A GM não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Essencialmente, a Califórnia planeja eliminar as vendas de todos os veículos não eletrificados, movidos exclusivamente a gasolina, até 2035. O plano do Estado é importante porque: 1) É o maior Estado do país em termos de mercado, respondendo por mais de 10% de todas as vendas de carros novos; e 2) 11 outros Estados adotaram, ou estão adotando, suas metas de veículos elétricos.

A meta para 2026 é que 35% de todas as vendas de carros novos sejam totalmente elétricos ou híbridos plug-in (PHEVs, veículos que combinam motor elétrico com motor a combustão). O grande problema? Nenhum Estado chega perto desse nível — nem mesmo a Califórnia.

meiro trimestre, 20,8% das vendas de carros novos na Califórnia foram totalmente elétricos e 3,7% foram PHEVs. A combinação de 24,5% está cerca de dez pontos percentuais abaixo da meta e cerca de um ponto percentual abaixo do quarto trimestre. Fora da Califórnia, as vendas de veículos elétricos a bateria representaram cerca de 6% de todas as vendas de carros novos no primeiro trimestre.

Mesmo que uma empresa como a GM queira vender mais EVs, não atingir as metas pode significar multas. As metas são um grande motivo pelo qual a Tesla tem a capacidade de lucrar vendendo créditos de veículos com emissão zero para outras montadoras. (A Tesla vende apenas veículos elétricos a bateria, portanto, está 65 pontos percentuais à frente da obrigatoriedade.)

Nos EUA, a GM vendeu cerca de 32 mil veículos totalmente elétricos no primeiro trimestre, quase o dobro do mesmo período do ano passado. Isso representou cerca de 5% do total de vendas de carros da empresa nos Estados Unidos.

A lacuna entre a penetração de veículos elétricos nos EUA e as metas da Califórnia é um dos motivos pelos quais o grupo de “lobby” da indústria automobilística Alliance for Automotive Innovation, do qual a GM faz parte, é fortemente a favor da modificação da obrigatoriedade.

O diretor-presidente da AAI, John Bozzella, elogiou uma votação recente na Câmara que retiraria da Califórnia a capacidade de regular suas emissões atmosféricas. A Califórnia tem conseguido fazer isso desde a década de 1960. O Estado lutaria contra qualquer tentativa de se apropriar de sua autoridade nos tribunais, como fez no passado.

Um caminho a seguir seria modificar a taxa de vendas de veículos elétricos para refletir melhor o mercado atual. É difícil dizer se a Califórnia faria isso ou se seria suficiente para satisfazer o Congresso ou os detratores dos veículos elétricos. Certamente facilitaria a vida das montadoras tradicionais.

Valor - SP   19/05/2025

Ivan Espinosa diz que montadora tem cerca de US$ 15 bilhões em caixa e promete reestruturar operações

Ivan Espinosa, CEO da Nissan Motor — Foto: Shoko Takayasu/Bloomberg

O novo CEO da Nissan Motor, Ivan Espinosa, afirma que seu plano de resgate para a montadora em dificuldades pode funcionar mesmo sem a ajuda de um parceiro externo.

A montadora japonesa tem capital suficiente — cerca de ¥2,2 trilhões (US$ 15 bilhões) em caixa e mais linhas de crédito disponíveis — para se manter pelos próximos 12 a 18 meses, disse Espinosa em entrevista à Bloomberg TV. Esse período representa de um terço à metade do esforço de reestruturação de três anos recentemente anunciado.

“Temos uma base sólida em termos de liquidez”, disse Espinosa na quinta-feira, na sede da Nissan em Yokohama, Japão. “A questão não é fazer uma parceria porque precisamos de alguém por causa da nossa posição de caixa.”

A Nissan possui ¥2,1 trilhões em linhas de crédito não utilizadas além de suas reservas líquidas, mas o fluxo de caixa ficou negativo no último ano fiscal, e as agências de classificação de risco rebaixaram o status de crédito da empresa para grau especulativo (junk).

Para conter as perdas, Espinosa, de 46 anos, prometeu uma reestruturação profunda das operações da Nissan, em seu primeiro grande ato como CEO desde que assumiu o cargo em abril.

“Fiz uma avaliação muito profunda da situação, entendi o equilíbrio entre nossa capacidade de vendas e de receita em relação à estrutura total da empresa e percebi que isso não é sustentável”, afirmou. “O que estamos fazendo é redefinir o tamanho da empresa.”

Espinosa planeja eliminar 20.000 postos de trabalho e fechar sete das 17 fábricas da Nissan até o final do ano fiscal, que termina em março de 2028. Essa reestruturação ocorre após um prejuízo líquido de US 4,5 bilhões registrado no último ano fiscal.

A montadora optou por não divulgar projeções de lucro anual para o período atual de 12 meses devido à incerteza sobre o impacto da guerra comercial do presidente dos EUA, Donald Trump.

Essa nova reestruturação acontece após o colapso, no início deste ano, das negociações para uma aliança com a também japonesa Honda. As conversas terminaram, em parte, por divergências quanto à disposição da Nissan de fazer cortes mais profundos na produção e no quadro de funcionários sob a gestão do ex-CEO Makoto Uchida, que deixou o cargo no fim de março.

Uma aliança estratégica de mais de duas décadas com a francesa Renault nunca se concretizou plenamente, deixando hoje a montadora japonesa sem um parceiro global com quem compartilhar os custos de desenvolvimento de veículos e os investimentos em tecnologias de próxima geração.

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

IstoÉ Dinheiro - SP   19/05/2025

As vendas de eletrodomésticos tiveram crescimento de 5% no primeiro trimestre, no comparativo com o mesmo período do ano passado. No total, 28,2 milhões de produtos foram vendidos, o maior volume na série estatística atual da Eletros, a entidade que representa o setor.

O desempenho é atribuído à expansão da renda e do emprego, junto com o aumento nos pagamentos de programas sociais, como o Bolsa Família. Temperaturas mais altas em várias regiões do País também impulsionaram as vendas de equipamentos de climatização e ventilação.

Por outro lado, o crédito mais caro já tem impacto no segmento de linha branca, que inclui produtos como fogões, geladeiras e máquinas de lavar, onde houve queda de 3% das vendas nos três primeiros meses do ano.

“Boa parte dos nossos produtos é adquirida de forma parcelada, e os juros elevados encarecem o crédito, afastando o consumidor e freando o potencial de crescimento da indústria e do varejo”, comenta Jorge Nascimento, presidente executivo da Eletros.

Para o ano, a previsão da entidade é de crescimento entre 5% e 10% em relação às vendas de 2024. A base de comparação é considerada alta, já que no ano passado a indústria de eletrodomésticos teve o seu melhor desempenho da última década.

Segmentos

As vendas de ar-condicionado, de 1,9 milhão de unidades entre janeiro e março, deram um novo salto, com alta de 29% em relação ao mesmo período de 2024.

Na linha marrom, segmento que inclui tevês e equipamentos de áudio, houve crescimento de 8% no trimestre, para 3,2 milhões de unidades.

As vendas de eletroportáteis, mais sensíveis à renda, já que normalmente são feitas à vista, somaram 19 milhões de produtos, 4% a mais do que o número apurado um ano antes. O desempenho da categoria foi puxado pelo aumento na demanda por ventiladores.

Na contramão dos demais segmentos da indústria de eletrodomésticos, a linha branca foi o único a registrar retração, com 3,4 milhões de unidades comercializadas no primeiro trimestre, queda de 3% frente aos três primeiros meses do ano passado.

Principal entrave

De acordo com Jorge Nascimento, o crédito mais caro é um dos principais entraves nessa linha de produtos.

“Mesmo com um mercado diversificado e preços competitivos, o consumidor leva em consideração o valor final das parcelas, que é diretamente impactado pela taxa Selic”, comenta o executivo.

CONSTRUÇÃO CIVIL

O Estado de S.Paulo - SP   19/05/2025

O governo do Estado de São Paulo decidiu fazer ajustes na minuta do contrato da parceria público-privada (PPP) para a criação de uma nova sede administrativa no bairro de Campos Elíseos, região central da capital paulista.

A decisão veio após manifestações feitas na consulta pública realizada entre janeiro e março. Ao todo, foram enviadas 268 contribuições, das quais 154 originadas em escritórios de advocacia e consultorias, 58 da sociedade civil e 56 de operadores e investidores, de acordo com balanço oficial desta quinta-feira, 15.

Dois meses após o fim da consulta pública, o governo ainda não liberou o acesso direto às manifestações enviadas por cada uma das partes, como costuma ocorrer.
Só principais temas foram divulgados

No balanço oficial, foi informado apenas que as principais manifestações foram sobre o processo de desapropriação e reassentamento dos moradores, mecanismos de pagamento, aportes, garantias e riscos dos investidores, bem como esclarecimentos sobre o texto do edital, entre outros tópicos.

O governo se comprometeu a alterar a minuta do contrato para prever medidas de mitigação dos impactos socioeconômicos na população afetada. Também serão previstas cláusulas para a identificação e alocação dos riscos, bem como para os custos das medidas a serem adotadas pela futura concessionária.

Outro ajuste será na definição da estrutura de garantia a ser utilizada pelo poder concedente. Assim, a minuta vai explicitar o prazo máximo para colocação da garantia pública e o valor. Na consulta também foram feitos pedidos para revisão do compartilhamento das receitas acessórias entre o poder público e o parceiro privado, o que será analisado.

O governo foi cobrado também pela falta de dados mais detalhados sobre o fornecimento de água e esgoto, energia elétrica e gás nas edificações, o que será acrescentado no projeto para que o parceiro privado possa realizar uma estimativa mais precisa dos custos e riscos.
Investimento previsto é de R$ 4,7 bilhões

A nova sede foi uma das principais promessas de campanha do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O projeto terá investimentos na ordem de R$ 4,7 bilhões para a construção de um complexo que abrigará a sede do governo, hoje no Palácio dos Bandeirantes, além de 28 secretarias e 36 órgãos estaduais que estão espalhados por diversos endereços da cidade. O complexo terá cinco edifícios com dois blocos em cada um, além de uma esplanada com praça, áreas verdes, subsolos e espaços para comércio.

O modelo de negócios consiste em uma concessão administrativa, na qual empresas ficarão responsáveis pela execução de obras e a prestação de serviços de manutenção predial, mediante recebimento de aluguel do governo. Dado o tamanho do investimento, o mais provável é a formação de consórcios reunindo construtoras e agentes financeiros.

O cronograma do projeto prevê a conclusão do edital até a metade do ano e a licitação no terceiro trimestre, com fechamento do contrato em seguida. A previsão é de que as obras comecem em 2026 e sejam entregues em 2028.

O Estado de S.Paulo - SP   19/05/2025

Criada em 1916 sob o nome Rua Doutor Rebouças, a Avenida Rebouças passou por uma transformação intensa nos últimos anos. Se antes muitas casas antigas eram anunciadas para venda ou aluguel, hoje essas propriedades foram compradas, demolidas e seus terrenos deram espaço para prédios de escritórios que têm atraído empresas de tecnologia, como Amazon, Netflix e QI Tech.

A mudança começou com a alteração no Plano Diretor da cidade de São Paulo, que começou a ser aplicado em 2016, e deu às incorporadoras viabilidade comercial para empreendimentos imobiliários, tanto residenciais de luxo quanto corporativos. Agora, quem passa pela Rebouças vê obras por praticamente todos os 3,3 km de extensão, dos Jardins e Pinheiros. Mas é no trecho entre a Marginal Pinheiros e a Avenida Brasil onde está a maioria dos novos prédios de escritórios da região.

De acordo com dados da consultoria imobiliária CBRE, a região da Avenida Rebouças, em Pinheiros, já é a segunda mais cara da cidade para o segmento de lajes corporativas. Os preços chegam a superar a faixa dos R$ 200 por metro quadrado (m²), ficando atrás apenas da Faria Lima, onde os preços chegam a R$ 350.

Um dos principais motivos para a valorização da região foi o retorno das empresas ao trabalho presencial, diz o diretor de locação e pesquisa da CBRE, Felipe Giuliano. O especialista conta que a área teve uma queda de 5,7 pontos porcentuais na taxa de vacância em prédios Triple A (altíssimo padrão) em 12 meses, resultado que indica uma demanda que cresce acima da oferta de novos espaços.

“Por que as empresas não vão para a Faria Lima? Primeiro, pela baixa disponibilidade, depois pelo preço. Então, elas vão para o seu entorno, na Rebouças”, afirma Giuliano. Ele lembra que a área teve o desenvolvimento acelerado pela chegada do metrô e hoje conta com ampla oferta de estabelecimentos comerciais e transporte público, o que ajuda a atrair as empresas.

Além disso, a região não tem uma grande concentração de prédios comerciais, uma vez que o planejamento urbano favoreceu também edifícios residenciais de luxo, como os que estão em execução pela Stan e pela One Innovation na região. Em breve, um novo projeto da Cyrela também será erguido por ali. A ideia por trás disso é evitar que o bairro seja exclusivamente corporativo e fique vazio aos fins de semana, como ocorre na Berrini. Essa lógica ajuda a valorizar os escritórios de alto padrão na área.

O projeto corporativo mais ousado da região é o Biosquare, um empreendimento de 25 andares com lajes de até 2,6 mil m². Criado em parceria entre a G.D8 Incorporadora e o fundo Kinea Investimentos, o empreendimento levou oito anos para ser feito, mediante longa negociação para a compra de 26 casas e pequenos comércios.

Enquanto a maioria dos prédios corporativos da área têm entre 4 e 12 andares, o edifício desafia a lógica da região por unir lajes amplas com um grande número de andares.

Tanto o projeto em si quanto a localização atraíram a Amazon, que passou meses negociando outros espaços antes de fechar com o Biosquare, a R$ 180 por m². A gigante americana do e-commerce ficou com todos os andares do prédio, do 7º ao 25º, já que os primeiros seis são garagens. A empresa não confirma o nome do inquilino, mas o assunto já não é mais segredo, como mostrou a Coluna do Broadcast. Procurada, a Amazon não se pronunciou.

“O Biosquare é irreplicável. Não tem como fazer outro igual. Vimos que a Faria Lima não tem mais espaço para novos projetos. Em Pinheiros, estamos muito colados na Faria Lima e temos a vantagem de ter o metrô. As pessoas conseguem chegar mais rápido, sem pegar o carro”, afirma Daniel Ribeiro, CEO da G.D8 Incorporadora.
Valorização da região

Depois da Amazon, a Netflix também fechou um contrato de locação no OPI-07, prédio da construtora Bratke Collet, na Avenida Rebouças. A empresa atualmente fica no edifício Faria Lima Square e está de mudança para o novo prédio, que oferece área maior. Procurada, a Netflix informou não ter nada a compartilhar sobre a locação no momento.

A valorização imobiliária da região se dá devido à oferta de metrô - são três estações que oferecem fácil acesso aos trabalhadores desses edifícios corporativos -, à infraestrutura comercial (restaurantes e bares) e também à vista livre para os Jardins, propiciada pelo zoneamento da área. Essas características também atraíram as incorporadoras Cyrela, One Innovation e Stan para a região da Rebouças.

Para escritórios, nomes como Nubank e Stone também estão na região. Mais recente unicórnio brasileiro (veja lista), a QI Tech também se mudou para a rua em um empreendimento da gestora RBR Asset Management chamado Pátio Rebouças, ocupando sete pavimentos.

O diretor financeiro e cofundador da QI Tech, Marcelo Bentivoglio, afirma que a escolha do escritório na Rebouças teve ligação com a proximidade à Faria Lima, o que facilita networking, e com a infraestrutura oferecida pela área, como metrô, bares e restaurantes. “Essa combinação faz da Rebouças um dos melhores endereços para construir uma empresa de tecnologia - especialmente aquelas com conexão com o mercado financeiro, como é o caso da QI Tech”, diz.

O CEO da RBR Asset Management, Guilherme Bueno Netto, conta que passou a investir na região por acreditar na sua valorização, tanto pela proximidade com a Faria Lima quanto pela ampla oferta de mobilidade urbana. Outro ponto que ajuda a valorizar a área é a vizinhança com bairros que têm altos preços no mercado imobiliário, como Jardins.

“Sempre achamos que essa região se tornaria uma nova Vila Olímpia, a Vila Olímpia de 2025, e agora isso está acontecendo. Nos últimos anos, compramos cinco terrenos na região da Rebouças. A locação da Amazon foi a joia da coroa, foi o que carimbou a região como relevante no mercado de escritórios”, diz.

A RBR prepara um projeto a poucos metros da Rebouças, ao lado da estação de metrô Fradique Coutinho, que será chamado Pátio São Paulo e terá 25 mil m² de área locável. O prédio será o principal da empresa na área e terá lajes de até 1,8 mil m². As obras estão previstas para começar nos próximos meses.

Além do trecho entre as estações de metrô Faria Lima e Fradique Coutinho, a valorização imobiliária da Rebouças também é esperada por analistas para o trecho que vai até a rua da Consolação. O desafio, no entanto, é compor novos terrenos para empreendimentos comerciais, onde hoje já existe, por exemplo, Módulo Rebouças, mais conhecido por ser o prédio do Nubank, feito pela incorporadora Idea!Zarvos.
Edifícios residenciais

O fundador e CEO da Arch Capital, Roberto Miranda de Lima, empresa por trás de projetos como o edifício Rochaverá Corporate, uma referência na Av. Dr. Chucri Zaidan, aponta que a região da Rebouças tem uma combinação de fatores que ajudam na sua valorização, envolvendo tanto a infraestrutura urbana quanto a vista para os Jardins. No entanto, lembra que esse desenvolvimento pode trazer entraves.

“É importante destacar que esse crescimento traz desafios de sustentabilidade urbana, como aumento no tráfego, geração de resíduos e zonas de calor. A capacidade da região de equilibrar expansão e qualidade do entorno será decisiva para sua manutenção como destino premium para escritórios nos próximos anos”, afirma.

Lima diz também que a presença de projetos residenciais próximos aos escritórios ajuda a desenvolver tanto o mercado imobiliário corporativo quanto o comercial na área. “A diversidade de tipologias residenciais, de estúdios a casas, promove um ecossistema urbano vibrante, que beneficia diretamente o setor de escritórios ao atrair profissionais que desejam viver e trabalhar no mesmo eixo”, diz o empresário.

Ainda em 2016, um dos primeiros projetos recentes residenciais de alto padrão na região da Rebouças foi o You Faria Lima, feito pela You.Inc e pela gestora Paladin. O diretor-geral da Paladin no Brasil, Ricardo Raoul, lembra que o empreendimento foi lançado em tempos difíceis, quando o País se recuperava da crise econômica de 2015, e mesmo assim foi bem recebido pelos compradores.

A gestora atualmente desenvolve dois projetos mistos, ou seja, que misturam residência e escritórios na região. Feito com a incorporadora Idea!Zarvos, com projeto arquitetônico de Márcio Kogan, o Cônego 505 terá 12,5 mil m², dos quais 10 mil são residenciais e 2,5 mil são corporativos. O segundo ainda não tem nome, mas ficará entre as ruas Francisco Leitão com a rua dos Pinheiros e terá 22 mil m² comerciais e 6 mil m² serão residenciais.

FERROVIÁRIO

O Estado de S.Paulo - SP   19/05/2025

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, barrou a tentativa de acordo para repactuação da concessão da ferrovia Malha Oeste, operada pela Rumo, que atravessa os Estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo.

A proposta, desenhada pela companhia em parceria com o governo federal, dependia do aval de Cedraz para começar a ser formalmente debatida no TCU. Contudo, após mais de seis meses de espera da posição, a negativa foi publicada em despacho no último dia 9. Diante do resultado, a Rumo e o Executivo sinalizam que irão recorrer da decisão.

No documento, Cedraz argumenta que a proposta implica “verdadeira remodelação completa e radical do contrato”, com novos trechos, métricas de desempenho e obrigações de manutenção, “sem qualquer suporte jurídico no contrato de concessão vigente”. Sendo assim, avalia que o acordo não se enquadraria em um “resolução de solução conflituosa”, mas uma “burla à licitação de um novo projeto de infraestrutura ferroviária, em clara afronta à Constituição”.

O relator diz ainda que a solução consensual permitiria a manutenção da mesma concessionária, que atualmente não preenche os requisitos para prorrogar o contrato, por outros 30 anos, em detrimento da possibilidade de participação de novos interessados na exploração da malha ferroviária.

Cedraz tem sido uma voz divergente em discussões sobre repactuações. Há seis meses, relatou contra o acordo de repactuação da CCR MSVia, mas ficou com voto isolado, sendo vencido pela maioria.

Recurso

A Rumo cogita recorrer da decisão após ser comunicada oficialmente sobre o parecer do ministro, segundo a vice-presidente da companhia, Natália Marcassa. “Estamos esperando a notificação para ler o conteúdo inteiro e depois decidir, mas um agravo é bem possível”, disse em entrevista ao Estadão/Broadcast.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) consultou o Ministério dos Transportes sobre a intenção de recorrer da decisão de Cedraz e recebeu o aval para dar prosseguimento, conforme apurou a reportagem. No processo, cabe à ANTT entrar com o agravo, além da Rumo. As fontes consultadas disseram que há disposição clara da ANTT para entrar com o recurso.
Histórico

As operações dos 1,6 mil quilômetros de trilhos foram repassadas em 1996 para a Ferrovia Novoeste, empresa atualmente controlada pela Rumo. Em 2020, após anos de conflitos judiciais e administrativos, a empresa pediu para devolver o ativo, com início ao processo de relicitação que prevê leilão para este ano.

O Executivo, que defende ser mais eficiente manter as atuais concessionárias, buscou a Rumo para alcançar os termos para sustentar a desistência da devolução.

Entre as premissas da Corte de Contas para aprovar os acordos está a necessidade de que fique demonstrada, em cada etapa do processo, que o saldo da repactuação será mais vantajoso que aquele previsto nos estudos de relicitação.

O principal argumento do governo para atender a essa exigência é de que o acordo com a Rumo colocaria fim a disputas judiciais em curso há 25 anos, incluindo decisão de primeira instância que impõe à União a obrigação de indenizar a concessionária por frustração de receitas em montante que, segundo apurou a reportagem, está estimado em R$ 6 bilhões.

Como a Rumo havia pedido para deixar a gestão do ativo, foi aberto um processo para a realização de um novo leilão. Os prazos para que o novo certame seja realizado estão esgotados. Por isso, mesmo que haja a intenção de recorrer da decisão que barrou a repactuação, o governo terá que dar andamento ao novo leilão.

Fontes do Ministério dos Transportes informaram que farão atualizações no projeto previsto para a transferência de gestão, dentro do novo certame.

O acordo entre Rumo e governo previa a construção de 137 quilômetros de novos trechos de trilhos, regularizar a manutenção de 500 quilômetros e fazer a rebitolagem, que é a mudança na distância entre trilhos, em 300 quilômetros. Para ajustes no modelo de exploração, a Rumo sugeriu devolver um trecho de 650 quilômetros em São Paulo. Já o projeto de novo leilão mantém toda a extensão da ferrovia.

Caso o projeto proposto para a relicitação siga sem as alterações esperadas pela Rumo, a vice-presidente da companhia diz que a empresa ficaria de fora de um futuro leilão. “Aquele projeto mais antigo (o atual disponível) com certeza a gente não tem interesse nele”, afirma Natália Marcassa.

Ela diz que, com atualizações, ainda seria preciso analisar o desenho. “Isso faz toda a diferença na decisão de entrar ou não. Hoje não consigo falar, dependemos do projeto”, destaca a vice-presidente.

Infomoney - SP   19/05/2025

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, barrou a tentativa de acordo para repactuação da concessão da ferrovia Malha Oeste, operada pela Rumo. A proposta, desenhada pela companhia em parceria com o governo federal, dependia do aval de Cedraz para começar a ser formalmente debatida no TCU.

Contudo, após mais de seis meses de espera da posição, a negativa foi publicada em despacho no último dia 9. Diante do resultado, a Rumo e o Executivo sinalizam que irão recorrer da decisão.

No documento, Cedraz argumenta que a proposta implica em “verdadeira remodelação completa e radical do contrato”, com novos trechos, métricas de desempenho e obrigações de manutenção, “sem qualquer suporte jurídico no contrato de concessão vigente”.
Sendo assim, avalia que o acordo não se enquadraria em uma “resolução de solução conflituosa”, mas uma “burla à licitação de um novo projeto de infraestrutura ferroviária, em clara afronta à Constituição”.

O relator diz ainda que a solução consensual permitiria a manutenção da mesma concessionária, que atualmente não preenche os requisitos para prorrogar o contrato, por outros 30 anos, em detrimento da possibilidade de participação de novos interessados na exploração da malha ferroviária.

Cedraz tem sido uma voz divergente em discussões sobre repactuações. Há seis meses, relatou contra o acordo de repactuação da CCR MSVia, mas ficou com voto isolado, sendo vencido pela maioria.

A Tribuna - SP   19/05/2025

O Trem Intercidades (TIC) Eixo Sul, que vai conectar a cidade de São Paulo à Baixada Santista por meio de uma linha férrea, já está em fase de estudos. Com trajeto estimado entre 80 km e 130 km, a viagem deverá durar cerca de 90 minutos. O projeto prevê a criação de 13 mil empregos e deve contribuir para a redução do tráfego no Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI).

A Secretaria de Parcerias em Investimentos do Estado de São Paulo (SPI) informou que estão em desenvolvimento os estudos de viabilidade do TIC Eixo Sul. A conclusão dessa etapa está prevista para o primeiro semestre de 2027. A iniciativa integra o programa SP nos Trilhos, que, segundo o Governo de São Paulo, contempla mais de 40 projetos voltados à ampliação da malha de metrôs, trens metropolitanos e a implantação dos Trens Intercidades (TICs) e Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs).

“Ao todo, as iniciativas estão estimadas em mais de R$ 190 bilhões, somando mais de mil quilômetros de extensão de trilhos na Grande São Paulo, interior e litoral”, afirmou em nota.

O TIC Eixo Sul tem previsão de investimento de R$ 15 bilhões, com percurso entre 80 km e 130 km, duração de viagem de cerca de 90 minutos e um público potencial de 1,8 milhão de pessoas.

Trajetos
O primeiro trajeto utilizaria a Linha 10 – Turquesa da CPTM até Rio Grande da Serra, seguindo por uma ferrovia já existente até Paranapiacaba. A descida da Serra do Mar ocorreria por meio do sistema cremalheira, originalmente desenvolvido para o transporte de cargas e passageiros, utilizando a atual infraestrutura ferroviária que conecta o planalto ao litoral.

Esse trajeto segue uma rota ferroviária clássica, oferecendo um caminho já estabelecido, embora com desafios técnicos na adaptação para novos serviços.

Já a segunda alternativa partiria da Zona Sul da capital paulista, com dois possíveis pontos de partida: a Rodovia dos Imigrantes ou a Linha 9 – Esmeralda, conectando-se a uma antiga ferrovia até a região de Parelheiros.

Diário do Comércio - MG   19/05/2025

Após aportar R$ 100 milhões na modernização de sua unidade industrial em Congonhas, na região Central de Minas Gerais, a LGA Mineração construirá um terminal ferroviário em Conselheiro Lafaiete, com investimento estimado em R$ 230 milhões. A expectativa é que as atividades na instalação, que terá capacidade para 8 milhões de toneladas, entre recebimento de produtos e expedição, tenham início no primeiro semestre de 2028.

A conceituação do projeto já foi realizada, bem como a aquisição dos imóveis necessários para a implantação. No momento, os estudos ambientais estão em consolidação para que se inicie o processo de licenciamento. O começo das obras está previsto para 2027.

As informações são do CEO da empresa, Paulo Soares, em entrevista exclusiva ao Diário do Comércio. De acordo com o executivo, serão criados aproximadamente 100 empregos diretos no terminal ferroviário, que também será importante para o município no que diz respeito à arrecadação tributária, ao gerar Imposto sobre Serviços (ISS).

Ele diz que a instalação é a segunda etapa do projeto 3,5M. Na primeira, a LGA investiu em novas plantas de britagem (em funcionamento), moagem e jigagem (começarão a operar em julho) para aumentar a qualidade do minério produzido em Congonhas, com o intuito de ser competitiva para atender à demanda das produtoras de aço com metas de descarbonização.

Conforme Soares, o terminal ferroviário visa trazer para a unidade industrial a flexibilidade de receber matéria-prima e expedir produtos à siderurgia sem ter que necessariamente utilizar carretas. Atualmente, 100% do fluxo operacional é feito via rodovias, usando, basicamente, a BR-040 e a MG-030. A maioria da produção é escoada para a usina da Gerdau, em Ouro Branco, e o restante é enviado para exportadoras, como Vale e Trafigura.
Empresa reduzirá custos e impactos socioambientais

Com a instalação, a LGA Mineração reduzirá custos, já que o modal ferroviário permite o transporte de cargas com menor custo logístico em relação ao rodoviário. A empresa também diminuirá os impactos de sua operação sobre o meio ambiente e a população, uma vez que as locomotivas emitem menos gases poluentes do que as carretas e ao retirar veículos pesados das rodovias, além de reduzir os riscos de acidentes e congestionamentos – pelos cálculos da empresa, será retiradas nove mil carretas das rodovias por mês.

Ao preencher e enviar o formulário, você concorda com a nossa Política de Privacidade e Termos de Uso.

“Sempre estivemos atentos às perspectivas do mercado. Fomos pioneiros no tratamento de rejeitos, implantando o processo de filtragem antes mesmo dos acidentes que tivemos no Estado. Agora, vemos como drive de desenvolvimento para os curto, médio e longo prazos a qualidade dos produtos e a mitigação dos impactos sociais e ambientais”, destaca o CEO.

“Esses dois projetos (terminal ferroviário e modernização da planta industrial) visam nos posicionar, de forma mais estratégica, para o setor siderúrgico, mitigando, entre outros, os impactos logísticos e nas comunidades onde estamos inseridos”, sublinha.

De acordo com o executivo, a instalação em Conselheiro Lafaiete será capaz de atender a outras operações, além da própria empresa. A capacidade de processamento da LGA Mineração em Congonhas será de 3,5 milhões de toneladas de minério, volume que deve ser alcançado neste ano, após ficar em 3,2 milhões de toneladas em 2024.

NAVAL

Valor - SP   19/05/2025

Governo japonês pretende usar sua expertise em construção naval como moeda de troca nas negociações tarifárias com os EUA

Os estaleiros japoneses sofreram uma forte queda nos contratos de exportação em abril, apesar de um aumento raro nos pedidos globais, ampliando a distância em relação à Coreia do Sul.

Em abril, o Japão recebeu novos pedidos de navios para exportação totalizando mais de 620 mil toneladas brutas, segundo informou na quinta-feira a Associação de Exportadores de Navios do Japão — uma queda de 32% em volume na comparação anual.

A principal razão para essa retração é a falta de capacidade nos estaleiros, em um setor considerado vital para a segurança nacional do Japão, um país pobre em recursos naturais. Apesar de sua reconhecida competência tecnológica, a indústria naval japonesa tem dificuldades para aproveitar o bom momento do mercado global, devido aos efeitos persistentes de cortes de capacidade e saídas do setor no passado.

Com isso, o Japão corre o risco de perder ainda mais terreno para os líderes do mercado: China e Coreia do Sul.

A carteira de pedidos dos estaleiros japoneses somava 29,5 milhões de toneladas brutas no fim de abril — 1% a mais que no fim de março, o equivalente a 3,7 anos de trabalho.

Atualmente, as empresas japonesas do setor estão financeiramente saudáveis, impulsionadas pela alta da demanda global, especialmente de economias emergentes. Há também uma corrida por navios ambientalmente sustentáveis.

A Japan Marine United registrou um lucro líquido recorde de 19,9 bilhões de ienes (US$ 136 milhões) no último ano fiscal encerrado em março — mais que cinco vezes o lucro do ano anterior. Os pedidos subiram 50% no período, totalizando 720,2 bilhões de ienes, superando com folga o recorde anterior de 488,1 bilhões de ienes em 2023.

A Mitsui E&S, maior fabricante japonesa de motores navais, teve alta de 40% nos pedidos de sistemas de propulsão marítima, chegando a 212,9 bilhões de ienes.

No entanto, a falta de capacidade limita o crescimento futuro. “Há demanda forte no mundo todo, mas os estaleiros japoneses não conseguem absorvê-la”, disse uma fonte do setor.

Nos últimos dez anos, os estaleiros chineses dominaram o mercado global, com apoio governamental que lhes garantiu maior competitividade de preços.

Segundo a consultoria britânica Clarksons Research, a China recebeu 69% dos novos pedidos globais em 2023 (medidos por tonelagem compensada), a Coreia do Sul ficou com 15%, e o Japão com apenas 7%.

Por outro lado, os EUA estão mirando os navios fabricados na China com novas taxas que serão cobradas toda vez que entrarem em portos americanos. O presidente Donald Trump quer reviver a indústria naval americana com essa medida — o que abre oportunidades para Japão e Coreia do Sul.

O governo japonês pretende usar sua expertise em construção naval como moeda de troca nas negociações tarifárias com os EUA, oferecendo suporte técnico e serviços de manutenção naval ao país.

Essa parceria com Washington pode se alinhar à estratégia de crescimento do Japão. Mas parte da indústria naval japonesa vê riscos em investir nos EUA. “É difícil construir navios nos EUA devido ao alto custo da mão de obra e à fragilidade da cadeia de suprimentos”, disse um executivo do setor.

Já a Coreia do Sul está disposta a atender ao apelo de Trump para fabricar navios comerciais e militares em solo americano. Isso pode colocar ainda mais os rivais coreanos na frente.

Em abril, a HD Hyundai Heavy Industries, maior construtora naval da Coreia do Sul, anunciou uma parceria com a Huntington Ingalls Industries, principal fabricante de navios militares dos EUA, para melhorar a produtividade e avançar em tecnologia naval.

A Hanwha Ocean, segunda maior do setor no país, também revelou um investimento de aproximadamente 600 bilhões de wons (US$ 430 milhões) em infraestrutura local, incluindo um grande dique flutuante e um guindaste offshore. Essa infraestrutura aumentará a capacidade de construção naval da empresa.

Em 2024, a Hanwha Ocean adquiriu o estaleiro Philly Shipyard, nos EUA, por US$ 100 milhões. Neste ano, a empresa anunciou que se tornou a primeira construtora naval sul-coreana a concluir um contrato de manutenção, reparo e revisão (MRO) de uma embarcação da marinha dos EUA.

Os estaleiros japoneses começam a reagir. Em abril, a Mitsui E&S anunciou a transferência de todas as ações de uma afiliada especializada em design e desenvolvimento de navios para a rival japonesa Tsuneishi Shipbuilding. A transação destaca o interesse de ambas em focar em áreas de especialização específicas.

Há também uma corrida para desenvolver navios de próxima geração movidos a amônia livre de carbono, em linha com a meta do governo japonês de conquistar a liderança global na produção de navios ecológicos.

Portal Fator Brasil - RJ   19/05/2025

Total de recursos que serão também destinados a projetos para fortalecer a infraestrutura portuária e a indústria de petróleo e gás.

Nacionalmente reconhecido por ter uma indústria naval e portuária forte e competitiva, o estado do Rio de Janeiro terá a infraestrutura desses modais ampliadas após aprovação de 14 projetos pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM), administrado pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor). Na primeira reunião do ano, ocorrida neste mês de maio, o conselho do FMM validou os pedidos para modernização e ampliação de empreendimentos ligados à extração de petróleo e gás, cujo valor de investimento é superior a R$ 6,6 bilhões.

‘Programa de Renovação e Ampliação da Frota’ da Transpetro — Entre os projetos aprovados está a construção de quatro navios Handy para transporte de derivados claros de petróleo pela Petrobras, no valor de R$1,5 bilhão, com previsão de durar quatro anos e gerar 640 empregos diretos. Esta construção será pelo consórcio formado pelos estaleiros Rio Grande, no Rio Grande do Sul, e Mac Laren, em Niterói (RJ).

O objetivo é ampliar a frota própria da Petrobras e mitigar o risco de aumento de preço por afretamento.

—Esses projetos representam uma nova fase da indústria naval do Rio de Janeiro. O estado é beneficiado não apenas pelos empreendimentos aprovados para execução em seu território, mas pelas diversas embarcações para a indústria de petróleo que serão construídas em outros locais e que vão operar no Rio e em outros estados da região Sudeste. Tudo isso representa geração de emprego e renda para a população, dinamizando a economia e fortalecendo todo o país —ressaltou o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.

Outro investimento relevante vem da Green Port, que está construindo um novo dique flutuante e modernizando o estaleiro localizado na Ilha da Conceição (RJ). Avaliado em R$ 242,2 milhões, a obra vai alavancar a capacidade de atendimento técnico da unidade e reduz o tempo de espera para manutenção naval, reforçando a vocação da região para serviços de reparo e modernização de embarcações offshore de médio e grande porte. Estão previstos também 492 empregos diretos durante a execução do projeto.

—Esse é também um plano regional de revitalização econômica, de trabalhar a economia do mar no Rio de Janeiro. São muitos empregos de qualidade nos estaleiros da região e que, depois, vão resultar também em diversas embarcações que vão precisar de marítimos, que vão precisar de outros serviços de apoio para que essas embarcações funcionem —acrescentou o secretário Nacional de Hidrovias e Navegação, Dino Antunes.

Projeto ITG 02: terminal portuário greenfield — Ainda no Rio de Janeiro, a Cedro Participações desenvolve o projeto ITG 02, um terminal portuário greenfield voltado à movimentação de minério de ferro. Com um investimento robusto e o foco na eficiência logística, o terminal contará com infraestrutura completa de cais, pátios, armazéns e sistemas modernos de carga e descarga. A iniciativa terá investimento de R$3,5 bilhões e deve gerar 2.847 empregos diretos e se destaca pela ênfase em sustentabilidade, excelência técnica e viabilidade econômica, o que reafirma o papel do Sudeste como vetor estratégico para o desenvolvimento da infraestrutura portuária e naval brasileira.

Investimentos que vão potencializar a indústria brasileiro —O investimento total aprovado pelo Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM) na última reunião, em maio, foi de R$ 22 bilhões, divididos em 26 projetos ligados à construção de embarcações, reparos, docagens, modernização de unidades existentes, ampliação de estaleiros e novas infraestruturas portuárias. Esse foi o maior volume de recursos aprovados pelo Fundo de Marinha Mercante (FMM) em uma única reunião do conselho.

Fundo da Marinha Mercante —O FMM é um fundo destinado a prover recursos para o desenvolvimento da Marinha Mercante e da indústria de construção e reparação naval brasileiras.

Ele é administrado pelo Ministério de Portos e Aeroportos, por intermédio do Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM), e tem como agentes financeiros o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Banco da Amazônia e a Caixa Econômica Federal.

Portos e Navios - SP   19/05/2025

O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) confirmou, nesta sexta-feira (16), o segundo bloco de leilões portuários de 2025, com valor total estimado em R$ 1,03 bilhão. A expectativa é realizar os leilões em julho, após a aprovação dos estudos e a publicação do edital pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O bloco reúne quatro terminais localizados nos portos do Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Vila do Conde (PA) e Maceió (AL), destinados à movimentação de granéis sólidos, petróleo e passageiros.

O terminal VCD29, no Porto de Vila do Conde, em Barcarena (PA), terá investimento de R$ 908,5 milhões para movimentação de granéis sólidos vegetais, como soja e milho, com contrato de 25 anos. O terminal RDJ07, no Porto do Rio de Janeiro, especializado em carga offshore de petróleo, contará com R$ 99,4 milhões em investimentos, também com prazo de 25 anos.

Já o terminal POA26, localizado no Porto de Porto Alegre, terá investimento de R$ 21,1 milhões, com concessão de 10 anos, para movimentação e armazenagem de granel sólido. Em Maceió, o TMP será voltado ao embarque e desembarque de passageiros e contará com investimento de R$ 3,7 milhões, com prazo de 25 anos, incluindo a construção de um estacionamento.

O anúncio ocorre após o leilão de abril que movimentou R$ 2 bilhões em investimentos. Segundo o ministro Silvio Costa Filho, a iniciativa integra o calendário de concessões do governo federal, que prevê a realização de aproximadamente 60 leilões portuários nos próximos quatro anos.

PETROLÍFERO

TN Petróleo - RJ   19/05/2025

A PPSA (Pré-Sal Petróleo SA) publicou hoje (16) o edital final do 5º Leilão de Petróleo da União no Diário Oficial, que irá comercializar 78,5 milhões de barris de petróleo da União no dia 26 de junho, na B3. O volume, divulgado inicialmente no lançamento do pré-edital como 75,5 milhões de barris, foi revisado em função de previsão atualizada no campo de Mero.

O pré-edital ficou aberto para consulta pública de 2 a 14 de abril e foram recebidas 32 manifestações. As respostas estão disponíveis no site da PPSA. O próximo passo para a realização do leilão será a divulgação do limite mínimo de preço, no dia 24 de junho.

Este será o maior leilão já realizado pela PPSA. As cargas ofertadas são referentes à produção da União nos campos de Mero, Búzios, Itapu, Sépia e Bacalhau, e tem previsão de carregamento entre setembro de 2025 e fevereiro de 2027.

"Realizamos a divulgação da revisão dos volumes do 5º Leilão durante a OTC Houston e estamos percebendo um interesse crescente no óleo da União, tanto pela qualidade do óleo quanto pela previsibilidade dos carregamentos futuros e segurança do modelo de comercialização. Temos um produto que já é referência global em petróleo de baixo carbono e grandes volumes a serem comercializados", disse o Diretor de Administração, Finanças e Comercialização da empresa, Samir Awad.

Dinâmica do Leilão
O leilão será dividido em oito lotes. Serão quatro lotes de Mero (três deles com quantidades estimadas de 14 milhões de barris e um de 17,5 milhões de barris), um de Búzios (3,5 milhões de barris), um de Itapu (6,5 milhões de barris), um de Sépia (5 milhões de barris) e um de Bacalhau (4 milhões de barris).

Poderão participar do leilão empresas brasileiras de exploração e produção (E&P) ou de refino e empresas brasileiras ou estrangeiras que façam parte de grupo econômico do qual participe empresa de E&P ou de refino. As empresas podem participar individualmente ou em consórcio de até três integrantes. Empresas estrangeiras não poderão participar do leilão como proponente individual.

O 5º Leilão de Petróleo da União será transmitido ao vivo pela TV B3.

Para mais informações faça download do nosso e-book com dados do certame aqui.

Serviço:

Data: 26 de junho de 2025

Local: B3, São Paulo

Volumes comercializados: 78,5 milhões de barris de petróleo da União dos campos de Mero, Búzios, Itapu, Sépia e Bacalhau.

Transmissão Ao Vivo: https://tvb3.com.br/

Mais informações: https://www.presalpetroleo.gov.br/5o-leilao

IstoÉ Dinheiro - SP   19/05/2025

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) tem a expectativa de realizar no segundo semestre a próxima rodada de blocos exploratórios no pré-sal, sob regime de partilha de produção, afirmaram representantes da autarquia nesta sexta-feira.

O edital para a próxima rodada de partilha deve ser publicado ainda em maio e está atualmente em análise no Tribunal de Contas da União (TCU), afirmou a diretora da autarquia Symone Araújo.

“(Gostaria de) aproveitar a oportunidade para conclamar a indústria, para rapidamente se manifestar em relação aos quatorze blocos que hoje constam precisamente neste edital, para que a gente possa colocar ainda em 2025 esse ciclo da partilha em curso”, disse Araújo, em seminário sobre as próximas rodadas.

A produção de petróleo e gás natural no pré-sal brasileiro registrou recorde em março, com 3,716 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d), o que representa 79,8% da produção nacional total no período.

Infomoney - SP   19/05/2025

O petróleo subiu nesta sexta-feira, registrando também a segunda semana consecutiva de ganhos com a diminuição das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, embora os preços tenham sido contidos pelas expectativas de maior oferta do Irã e da Opep+.

Os contratos futuros do petróleo Brent fecharam com alta de 1,4%, a US$65,41 por barril, enquanto os contratos futuros do petróleo West Texas Intermediate dos EUA subiram 1,4%, a US$62,49.

Os contratos de referência registraram um aumento semanal de 1% e 2,4%, respectivamente.
Os contratos caíram mais de 2% na sessão anterior, devido à perspectiva de um acordo nuclear com o Irã, que poderia resultar em uma flexibilização das sanções, o que poderia fazer com que o petróleo iraniano voltasse ao mercado global.

“Os aumentos esperados na produção de petróleo da Opep+, juntamente com um acordo nuclear iraniano mais provável, fizeram ressurgir (expectativas baixista)”, disse Dennis Kissler, vice-presidente sênior de negociação da BOK Financial.

“A curto prazo, com o arrefecimento das temperaturas geopolíticas, será necessária uma forte demanda sazonal de viagens nos próximos meses para contrabalançar os aumentos esperados na oferta”, acrescentou Kissler.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na quinta-feira que os EUA estavam se aproximando de um acordo nuclear com o Irã, com Teerã “mais ou menos” concordando com seus termos. No entanto, uma fonte familiarizada com as negociações disse que ainda havia questões a serem resolvidas.

Os analistas do ING escreveram em uma nota que um acordo nuclear que suspenda as sanções permitiria que o Irã aumentasse a produção de petróleo, resultando em oferta adicional de cerca de 400.000 barris por dia.

O Estado de S.Paulo - SP   19/05/2025

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a pesquisa em bloco na Margem Equatorial, na região amazônica, mas ressaltou que o País e a humanidade precisam “prescindir do petróleo”, em entrevista ao programa Cidades e Soluções, da GloboNews, que vai ao ar neste sábado.

“Saber o que tem na Margem Equatorial é importante, sou a favor da pesquisa. Mas o petróleo que eventualmente possa estar lá não pode ser pretexto para atrasarmos a nossa transição (energética)”, disse o ministro.

Em maio de 2023, o Ibama rejeitou o pedido de licença para o bloco FZA-M-59. A Petrobras havia apresentado Belém (PA) como base de atendimento a uma eventual emergência, como vazamentos, a 870 quilômetros de distância do bloco. Esse foi o ponto central para a rejeição do pedido, após tramitação em todas as instâncias do Instituto.

Em pedido de reconsideração, a Petrobras apresentou a proposta de construção de uma base avançada de atendimento à fauna em Oiapoque (AP) e uma unidade móvel de recepção em Vila Velha do Cassiporé, distrito do município de Oiapoque, mais próximo. Essa estrutura é para atendimento em caso de eventual acidente com vazamento de óleo, por exemplo.

Uma avaliação conclusiva do Ibama é esperada para antes da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP-30), em novembro, em Belém, pela expectativa da ala do governo que defende a pesquisa. O Ibama, contudo, não tem posição fechada sobre a data prevista.

“Se inventassem um jeito de emitir petróleo sem emissão (de carbono), seria ótimo. Mas não existe essa tecnologia. Você queimou petróleo, vai para atmosfera. Então, nós temos de prescindir disso, e isso se faz investindo em fontes alternativas, o que o Brasil está fazendo. O Brasil lidera esse processo há décadas. É um país que acordou para isso muito antes”, diss Haddad.

O argumento recorrente do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, é que o Brasil precisa dos recursos da exploração do petróleo para financiar a transição energética, além da geração de emprego e renda. Além disso, o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Pietro Mendes, avaliou no início deste mês que eventual interrupção na produção de petróleo no Brasil significaria um aumento das emissões de carbono.

O argumento dele parte da premissa de que a demanda pelo combustível fóssil não será automaticamente reduzida e que a produção brasileira tem emissão menor em relação a outros países.

RODOVIÁRIO

Diário do Aço - MG   19/05/2025

Membros do Movimento Pró-Vidas da BR-381 participaram de um encontro na sede do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), em Belo Horizonte. Foram discutidos os valores necessários a serem inseridos no orçamento da União de 2026 para as obras dos lotes 8A e 8B (fora da concessão), bem como despesas de desapropriações e reassentamentos de famílias residentes às margens da rodovia. Os dois lotes estão fora do trecho de concessão da rodovia. O valor aprovado foi de R$ 650 milhões.

O valor será dividido da seguinte forma: R$ 350.000.000 para obras nos lotes; R$ 150.000.000 para reassentamentos de famílias; e R$ 150.000.000 para desapropriações.

Em entrevista à reportagem do Diário do Aço, o coordenador do movimento, Clésio Gonçalves, pontuou que após o levantamento de valores, a ideia é “elaborar um documento a ser encaminhado para o Ministério dos Transportes, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e bancada mineira na Câmara e no Senado”.

Clésio afirmou que os participantes da reunião definiram que o movimento deve acompanhar as licenças ambientais e afins para obras da rodovia para que não ocorra atrasos. Tem o dever também de procurar novas instituições estaduais na área de transporte e entidades de classe para assinarem o manifesto. Outro ponto é que as propostas também sejam apresentadas ao Ministério da Fazenda e Ministério do Planejamento e Orçamento.

“Foi sugerido também a colocar a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para participar deste movimento pela importância do poder Legislativo. Além de incluir Belo Horizonte e Ribeirão das Neves, visto que BH está às margens da rodovia e Neves tem atuação na coleta de lixo, que também é feita às margens da BR”, concluiu.

Além de Clésio Gonçalves, participaram da reunião: o presidente do Crea-MG, Marcos Vinícius Gervásio; representantes do Crea-MG, Álvaro Goulart e Antônio Humberto; representante da Prefeitura de São Gonçalo do Rio Abaixo, Eduardo Quaresma; representante da Prefeitura de João Monlevade, Cristiano Araújo; representante do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg) e Federação das Empresas de Transportes de Cargas e Logística do Estado de Minas Gerais (Fetcemg), Luciano Medrado; membro do Movimento Pró-Vidas e representante da Grande BH, Wander Borges; chefe de gabinete do Crea-MG, Edílio Ramos Veloso; representante da Prefeitura de Barão de Cocais, Thiago Ribeiro; e Sávio Bonés, assessor do deputado estadual Celinho do Sintrocel.

Participaram virtualmente da reunião, também aprovando a proposta, o prefeito de Timóteo, Capitão Vitor Prado (Republicanos), representando o Vale do Aço, e o prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage (PSB).

InfraRoi - SP   19/05/2025

O governo de Mato Grosso entregou 123 quilômetros de asfalto novo em uma série de rodovias na região de Rondonópolis. Com investimento total de R$ 235 milhões, as obras devem trazer mais qualidade de vida para a população rural do município, garantindo menos poeira no ar e mais tranquilidade para o transporte.

A MT-383 teve 27,9 km asfaltados entre o Parque de Exposições e a Vila Naboreiro. A obra de R$ 51 milhões também garante um acesso asfaltado para a comunidade de Três Pontes. As outras intervenções incluem a pavimentação de 42 km da MT-471 até o Assentamento Carimã; o asfaltamento de 29 km da MT-471 até a Comunidade do Miau; e 23,9 km da MT-459 com asfalto entre Pedra Preta e o Terminal Ferroviário de Rondonópolis. O investimento total nessas três obras chega a R$ 184 milhões.

Além de beneficiar pequenos, médios e grandes produtores, as obras são importantes para o desenvolvimento de Rondonópolis. O Assentamento Carimã, por exemplo, é uma região com um grande complexo turístico, com cachoeiras, trilhas e balneários. Segundo o governo do Mato Grosso, a pavimentação das rodovias é importante para atender a população de uma maneira geral.
Sinfra-MT investiu R$ 1,59 bi em obras públicas em 2024

A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT) concluiu 56 processos de licitação de obras públicas durante o ano de 2024. Essas obras representam um valor total de R$ 1,59 bilhão contratados pelo Governo do Estado e incluem o asfaltamento de novas estradas e a restauração de rodovias, além da construção de pontes de concreto, obras de iluminação pública, construção de prédios públicos, entre outras ações.

As licitações realizadas pela Sinfra-MT em 2024 tiveram um desconto médio de 12%, o que representa uma economia de R$ 217 milhões em relação ao orçamento original previsto para as obras.

A obra de maior valor licitada pela Sinfra-MT em 2024 foi para elaboração de projetos e execução das obras do lote 5 da MT-418, a antiga BR-174 em Colniza. Com um investimento de R$ 153,2 milhões, a obra para asfaltar 50,8 quilômetros da rodovia já está em andamento.

Entre outras obras de grande valor estão o asfalto da MT-247, ligando Barra do Bugres até Lambari D’Oeste, licitada por R$ 153 milhões para asfaltar 89,1 km; a pavimentação de outros 44,1 km da antiga BR-174, licitada por R$ 141,1 milhões; e o asfalto da MT-419, ligando Novo Mundo até Carlinda, licitada por R$ 103,4 milhões.

TOP