Clipping Diário

13 | Maio | 2025

SIDERURGIA

IstoÉ Online - SP   13/05/2025

Divulgado na semana passada, o desempenho da ArcelorMittal Brasil em 2024 revela crescimento expressivo na produção e no volume de vendas, mesmo diante de um cenário global desafiador. A empresa produziu 15,3 milhões de toneladas de aço, um aumento de 3,8% em relação ao ano anterior. Já o volume de vendas atingiu 15,1 milhões de toneladas, crescimento de 5,2% sobre 2023, com 55,5% destinadas ao mercado interno e 44,5% para exportação.

Apesar do avanço operacional, os resultados financeiros refletiram desafios específicos, como o impacto da desvalorização cambial nos resultados da Acindar, controlada da companhia na Argentina, e o aumento das despesas financeiras relacionadas a operações com a controladora. A receita líquida da empresa somou R$ 66,6 bilhões, uma redução de 4,7% na comparação com 2023. O lucro líquido totalizou R$ 2,3 bilhões, queda de 39,7%, enquanto o Ebitda registrou R$ 9,1 bilhões, recuo de 2%, mantendo margem de 14%, levemente superior aos 13% do ano anterior.

Um dos pontos de atenção para o setor segue sendo o avanço das importações de aço no país, que chegaram a 5,9 milhões de toneladas em 2024, representando 18,5% do consumo aparente nacional — fator que também pressiona a indústria nacional.

Por outro lado, a ArcelorMittal seguiu firme em sua estratégia de expansão e sustentabilidade. Foram investidos R$ 2,2 bilhões na ampliação da Unidade Vega (SC), que elevou sua capacidade de aços laminados a frio de 1,6 milhão para 2,2 milhões de toneladas anuais. Também foram anunciados investimentos de R$ 144 milhões em uma nova linha de trefilação em Sabará (MG), voltada à indústria automotiva, além de projetos em andamento em Barra Mansa (RJ) e Itatiaiuçu (MG), somando R$ 4,1 bilhões.

No campo da energia renovável, a empresa avança com a construção de usinas solares em Minas Gerais e na Bahia, em parceria com a Casa dos Ventos e a Atlas Renewable Energy, com investimentos de R$ 1,6 bilhão. A essas iniciativas somam-se os R$ 4,2 bilhões aplicados no parque eólico na Bahia, totalizando R$ 5,8 bilhões destinados a fontes renováveis, com meta de zerar emissões líquidas de CO2 até 2050.

Segundo Jorge Oliveira, presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Aços Planos LATAM, “os resultados de produção alcançados são fruto da dedicação e competência dos nossos empregados, que trabalham alinhados ao nosso propósito e colocam o cliente no centro das decisões, atuando com foco contínuo em inovação e excelência operacional”.

O Estado de S.Paulo - SP   13/05/2025

Em um primeiro momento, o acordo firmado entre autoridades dos Estados Unidos e da China nesta segunda-feira, 12, não altera as condições atuais para o setor siderúrgico e para indústria de máquinas e equipamentos do Brasil, disseram representantes de entidades desses setores. Foi fixada uma trégua de 90 dias na guerra comercial travada pelas duas potências globais desde 1° de abril, com redução de alíquotas para a maioria dos produtos comercializados entre as duas.

Pelo entendimento entre EUA e China, nesse período as tarifas para produto chinês no mercado americano caem de 145% para 30%, e as chinesas para importação de produtos americanos de 125% para 10%. Porém, ficou definido que não inclui taxas sobre automóveis, aço (70%) e alumínio, bem como os possíveis impostos de importação de medicamentos farmacêuticos.

Para José Velloso, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq), “no momento é difícil mensurar reflexos no Brasil ao seu setor. “A tarifa de 30% (fixada pelos EUA) não é um embargo, mas é importante”, afirma. “Nos EUA, os investimentos pararam por conta das indefinições, que ainda continuam. O recado diz 90 dias. Muito cedo para saber.”

Esse período foi acertado para que as duas nações avancem negociações para fixação de tarifas que vão nortear o comércio bilateral futuro entre ambos.

Segundo Velloso, no ano passado, antes da volta de Trump, as importações de máquinas da China para o Brasil aceleraram muito. Cresceram 34%. “Coincidentemente, foi quando o Brasil protegeu o aço tirando nossa competitividade. Os chineses começaram a invadir o Brasil mesmo antes do recrudescimento da guerra comercial de Trump”.

Para o setor de máquinas, o problema é maior, diz o executivo. “Os EUA são fabricantes importantes de máquinas. Concorrem conosco, não somos complementares como no aço. Exportamos para lá US$ 3,6 bilhões e importamos US$ 4 bilhões. Nosso problema é a imposição dos 10% (alíquotas recíprocas) para exportar aos EUA”.

Segundo Velloso, isso tirou competitividade, já afetada por regimes tributários especiais no Brasil, ex-tarifário, Repetro, Reporto e outros. “Isso vai prejudicar nossas exportações”.

Marco Polo de Mello Lopes, presidente do Instituto Aço Brasil, afirma que, para o aço brasileiro, não muda nada o acordo firmado entre EUA e China. “A tarifa, no caso de aço, dos EUA para a China, continua em 70%”.

A China, com essa tarifa americana, fica impedida de entrar no mercado americano e desova excedentes de produtos siderúrgicos para países da América Latina. Somente para o País, em 2024, do total de aço importado (planos e longos), cerca de 70% teve como origem a China. O Brasil foi taxado em 25% nos embarques ao mercado americano.
Redução da incerteza e maior previsibilidade

Quanto ao acordo, Lopes observa que “todo movimento no sentido de buscar o entendimento entre as duas maiores economias do mundo é muito positivo”.

“A redução das tarifas aplicáveis mutuamente entre EUA e China é uma sinalização muito importante de que as duas grandes potências caminham para finalizar um acordo comercial, estabilizando as relações comerciais bilaterais”, afirma Renê Medrado, sócio do Pinheiro Neto Advogados e especialista em Direito Aduaneiro e Comércio Internacional.

Para Medrado, ainda que limitado temporalmente a 90 dias e condicionado à continuidade das negociações, o acordo tem o potencial de favorecer a retomada gradual do fluxo de comércio entre as duas maiores economias do mundo, o que contribui para a redução da incerteza e para maior previsibilidade no regime tarifário aplicável no comércio internacional.

Para o Brasil, afirma o especialistas, os efeitos concretos dependerão da evolução e resultado das tratativas bilaterais subsequentes. “De todo modo, a diminuição da volatilidade global e o possível restabelecimento de padrões mais estáveis de comércio tendem a beneficiar a economia brasileira, por permitir maior previsibilidade ao planejamento das exportações e ao funcionamento das cadeias globais de valor”, acrescenta.

O Estado de S.Paulo - SP   13/05/2025

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que a redução das tarifas de 145% para 30% nas importações de produtos chineses não inclui taxas sobre automóveis, aço e alumínio, bem como os possíveis impostos de importação de medicamentos farmacêuticos.

Trump disse que provavelmente falará com o líder chinês Xi Jinping “no final da semana”.

Logo após a revogação das tarifas por 90 dias para manter negociações com a China, Trump diz que, em questões comerciais, a “União Europeia é, em muitos aspectos, mais desagradável que a China.

O presidente dos EUA insistiu que os Estados Unidos têm “todas as cartas” nas negociações comerciais com a Europa por causa dos veículos que compra das montadoras do continente.

Trump disse que seu decreto sobre preços de medicamentos farmacêuticos significaria que os europeus teriam “que pagar mais por assistência médica, e nós teríamos de pagar menos”.

Os EUA têm um período de negociação separado sobre comércio, no qual produtos da UE estão sendo cobrados com 10% de impostos de importação.

O Estado de S.Paulo - SP   13/05/2025

Donald Trump pode ter acertado uma trégua temporária com a China no comércio, mas o país asiático segue como desafeto de grandes empresas mundiais, especialmente do setor de siderurgia e aço.

O CEO da Ternium, maior acionista da Usiminas e com um centro industrial no Rio de Janeiro, Maximo Vedoya, afirma que as "práticas comerciais desleais da China" são responsáveis por "enorme desequilíbrio" na economia mundial, que colocam em risco "todo o ecossistema industrial de nossos países".

O executivo da Ternium ressalta que a China aumentou a sua presença na indústria global de 5% em 2001 para 35% desde 2021 e já definiu chegar em 45% do total produzido até 2030.

No Brasil, um ponto de preocupação é o "crescimento exponencial" das importações chinesas, com a participação subindo de 10,2% para 18,7% entre 2019 e 2024.

Vedoya fez as declarações ao receber na semana passada nos Estados Unidos o prêmio de "Produtor de Aço do Ano" pela AIST, associação que reúne os produtores do setor. "É fundamental formar parcerias com países que compartilham a mesma visão e valores", declarou.

ECONOMIA

Agência Brasil - DF   13/05/2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que a China investirá mais R$ 27 bilhões no Brasil. Por estarem focados especialmente nas áreas de infraestrutura e tecnologia, os investimentos abrangerão também a área de educação, uma vez que será necessária ampla formação de profissionais, até mesmo para garantir a cadeia de suprimentos ainda a ser demandada.

Lula está em viagem oficial a Pequim, onde participou do Fórum Empresarial Brasil-China, com investidores chineses e brasileiros.

O fluxo comercial entre os dois países é de cerca de US$ 160 bilhões, informou a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

Segundo o Palácio do Planalto, os recentes encontros contribuíram para ampliar ainda mais os investimentos chineses no Brasil. Os novos acordos preveem investimento de US$ 1 bilhão na produção de combustível renovável para aviação (SAF), a partir da cana-de-açúcar, e a criação de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) na área de energia renovável.

Discurso presidencial

Na madrugada desta segunda-feira (12), durante o discurso de encerramento do fórum, Lula destacou que a relação entre Brasil e China não é uma “relação comum”, mas uma relação de “dois países que têm compromisso de resolver o problema do empobrecimento que martelou a vida de ambos" durante muito tempo.

“É notável que a China tenha tirado, em 40 anos, 800 milhões de pessoas da pobreza. Como é notável que o Brasil, em apenas 10 anos, tenha tirado 54 milhões de pessoas que passavam fome no meu país”, afirmou Lula.

Para o presidente brasileiro, tais feitos são consequência da inclusão de uma parcela significativa da população na economia desses países.

Brasil e China são “parceiros estratégicos e atores incontornáveis” no atual contexto geopolítico, em meio ao “ressurgimento de tendências protecionistas”, disse Lula,  referindo-se à recente política comercial adotada pelos Estados Unidos.

“Nós apostamos na redução das barreiras comerciais e queremos mais integração”, afirmou. Ainda de acordo com Lula, os dois países têm ainda o desafio de ampliar o intercâmbio de turistas, e que, para tanto, estão previstas novas conexões aéreas entre os dois países.
Colhendo frutos

O presidente brasileiro lembrou que, em novembro do ano passado, durante encontro com o presidente da China, Xi Jinping, foram estabelecidas sinergias entre os projetos de desenvolvimento dos dois países. “Hoje, colhemos os primeiros frutos desse trabalho”, disse Lula, ao enumerar uma série de projetos que avançaram, desde então.

“O Centro Virtual de Pesquisa e Desenvolvimento em Inteligência Artificial, fruto da parceria entre Dataprev e Huawei, será essencial para o desenvolvimento de aplicações em agricultura, saúde, segurança pública e mobilidade. A parceria da Telebras com a Spacesail ampliará a oferta de satélites de baixa órbita e levará a internet a mais brasileiros, principalmente aos que vivem em áreas mais remotas”, destacou.

Os acordos na área da saúde também foram citados pelo presidente, tanto no discurso quanto nas redes sociais. Foram oito acordos prevendo transferência de tecnologia na produção de medicamentos, insumos farmacêuticos ativos, vacinas e equipamentos médicos.

O chefe do governo brasileiro destacou também a cooperação entre o Senai Cimatec e a Windey, que resultará na instalação de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em energia solar, eólica e sistemas de abastecimento.

“A experiência chinesa de refino de minerais críticos contribuirá para valorizar a produção em nosso território, inclusive com transferência de tecnologia nos ciclos de montagem de baterias elétricas. Possuímos reservas abundantes em terras raras, lítio, nióbio, cobalto, cobre, grafite, urânio e tório”, discursou Lula.
Infraestrutura

Sobre a área de infraestrutura, o presidente lembrou que o Corredor Ferroviário Leste-Oeste vai interligar o Brasil.

“Será um empreendimento fundamental para a logística brasileira e um dos mais transformadores para a garantia da segurança alimentar do mundo”, disse. “Conectar os oceanos Atlântico e Pacífico, por meio de cinco rotas de integração, facilitará o intercâmbio comercial e levará mais desenvolvimento para o interior do continente sul-americano. As rotas bioceânicas encurtarão a distância entre Brasil e China em aproximadamente 10 mil quilômetros”, acrescentou.
Educação e formação profissional

Lula argumentou que os avanços tecnológicos pretendidos por meio das parcerias entre China e Brasil criarão uma demanda por profissionais especializados, o que requer investimentos também na área de educação.

“É importante lembrar que a gente não vai conseguir ser competitivo no mundo tecnológico, no mundo digital, se  não investir na educação; se não investir em engenharia, matemática. O ideal para o Brasil não é ficar exportando [apenas] soja. É exportar inteligência e conhecimento”, disse.

O presidente ressaltou, porém, que, para isso, não tem milagre. "Temos de investir em educação, como os chineses fizeram. Pergunte aos chineses quantos milhões de engenheiros eles formaram nos últimos anos. Daí essa revolução tecnológica [com] que os chineses se apresentam diante do mundo.”
Tecnologia das commodities

Dirigindo-se àqueles que reclamam que o Brasil só exporta commodities (bens primários), como produtos agrícolas e minério de ferro, Lula reiterou que tais exportações são positivas para o Brasil, mas observou que esse tipo de limitação decorre da falta de investimentos em educação.

“O Brasil precisa dar graças a Deus por estar exportando agronegócio, porque também é preciso a gente saber quanto de tecnologia tem hoje em um grão de soja. E quanto de engenharia genética tem em um quilo de carne ou de frango, porco ou em um saco de milho”, argumentou.

“Temos que exportar agronegócio e utilizar esse dinheiro que entra para investir em educação, para podermos ser competitivos com a China na produção de carro elétrico, na produção de baterias, na construção de inteligência artificial. Ninguém vai dar isso de graça para nós brasileiros”, concluiu.

Money Times - SP   13/05/2025

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin participou da solenidade de abertura da Apas Show 2025. Na ocasião, o também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) afirmou que espera que a Selic caia tão forte quanto subiu.

De acordo com o presidente, o crescimento da inflação dos alimentos em 2024 foi motivada por condições climáticas adversas e pela alta do dólar, que chegou a bater R$ 6,20. Desde o início do ano, a moeda americana já caiu cerca de 8% ante o real.

“Os dois cenários mudaram. O clima até agora está ótimo, nós devemos ter uma super safra e o dólar caiu de R$ 6,20 para R$ 5,70. Então o que eu espero é que da mesma maneira que a Selic subiu, ela também caia fortemente, porque ela limita a atividade econômica e ela tem um efeito duríssimo na dívida pública“, afirmou Alckmin.

Com a viagem do presidente Lula à China, o ex-governador de São Paulo se tornou o presidente em exercício no país.

As quatro preocupações do governo

Além da inflação, Alckmin destacou quatro preocupações do governo brasileiro: crescimento das bets, consumo, empregabilidade e redução de custos nos vales refeição e alimentação.

Em relação às casas de apostas, o presidente em exercício ressalta que o governo agiu para criar um processo de regulamentação, mas que a questão ainda precisa ser avaliada com cuidado. Segundo Alckmin, o consumo também tem sido prejudicado pelo alto endividamento da população.

Quanto à empregabilidade, o setor supermercadista passa por um problema de ocupação de vagas. Segundo a Associação Paulista de Supermercados (Apas), organizadora do evento, há cerca de 30 mil vagas em aberto.

Uma das preocupações do setor é o Bolsa Família, que deixa de atender o trabalhador contratado, por compreender que, com o salário, ele vai para outra faixa de renda. Para Alckmin, a questão deve ser discutida com o setor, mas cerca de 5 milhões de pessoas já saíram do programa após aumento de renda.

Por último, em relação aos vouchers do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), conhecidos popularmente como vale-alimentação e vale-refeição, o presidente criticou os valores de intermediação do benefício e afirmou que o governo busca outras alternativas para beneficiar o setor produtivo.
Apas Show 2025

A Apas Show é o maior festival de alimentos e bebidas das Américas e o principal encontro supermercadista do mundo, segundo a associação. A edição anterior do evento movimentou mais de R$ 15 bilhões em negócios e a meta para este ano é superar esse montante.

Além do presidente em exercício, estiveram presentes parlamentares municipais e estaduais; o ministro do Empreendedorismo, Márcio França; o vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth; e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes.

O evento conta com a participação de diversas empresas do setor de alimentação como Ambev (ABEV3), JBS (JBSS3), Minerva (BEEF3), Marfrig (MRFG3), BRF (BRFS3) e mais.

O Estado de S.Paulo - SP   13/05/2025

A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 passou de 5,53% para 5,51%, a quarta baixa seguida. Agora, está 1,01 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. A projeção para o IPCA de 2026 caiu de 4,51% para 4,50%, colada ao teto da meta. Um mês antes, também era de 4,50%.

O Banco Central espera que o IPCA some 4,8% em 2025 e 3,6% em 2026, conforme a trajetória divulgada no comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) da última quarta-feira, 7. O fim do ano que vem é o horizonte relevante do colegiado. A partir deste ano, a meta de inflação é contínua, com base no IPCA acumulado em 12 meses.

O centro é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o BC perdeu o alvo.A mediana do Focus para a inflação de 2027 permaneceu em 4,0% pela 12ª semana consecutiva. A projeção para o IPCA de 2028 permaneceu em 3,80%. Um mês antes, estava em 3,79%.

A mediana para a Selic no fim de 2025 continuou em 14,75% pela segunda semana consecutiva, indicando que os juros devem terminar o ano no nível atual. Na última quarta-feira, 7, o Copom aumentou a taxa em 0,5 ponto porcentual, de 14,25% para 14,75%.

Considerando apenas as 52 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a mediana para o fim de 2025 também se manteve em 14,75% pela segunda semana seguida.

No comunicado da semana passada, o Copom abandonou o forward guidance (sinalização futura) e deixou as possibilidades em aberto para a sua próxima reunião, dos dias 17 e 18 de junho.

“Para a próxima reunião, o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação”, afirmou o Comitê.

O colegiado ainda mudou a descrição do seu balanço de riscos para a inflação, que passou a ser simétrico. Também destacou que os juros precisam ficar em nível “significativamente contracionista por um período prolongado” - uma mudança em relação à comunicação anterior, que pregava a necessidade de uma Selic “mais contracionista”.

A ata da reunião será divulgada nesta terça-feira, 13.

A mediana para a Selic no fim de 2026 ficou estável em 12,50% pela 15ª semana consecutiva.

A estimativa intermediária para o fim de 2027 continuou em 10,50% pela 13ª semana seguida. A mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10,0% pela 20ª semana consecutiva.

A mediana para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 se manteve em 2,0% pela terceira semana seguida. Um mês antes, era de 1,98%.

No mais recente Relatório de Política Monetária (RPM), de março, o Banco Central diminuiu a sua projeção de crescimento do PIB em 2025, de 2,1% para 1,9%. Segundo a autarquia, a revisão é consistente com a perspectiva de moderação do crescimento, devido à política monetária contracionista - mas a incerteza sobre a estimativa aumentou.

A estimativa intermediária do Focus para o crescimento da economia brasileira em 2026 também se manteve em 1,70%. Considerando só as 26 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, aumentou de 1,70% para 1,81%.

A mediana para o crescimento do PIB de 2027 permaneceu em 2,0% pela sexta semana seguida. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável em 2,0% pela 61ª semana seguida.

O Estado de S.Paulo - SP   13/05/2025

Quando você analisa os números oficiais, eles são realmente impressionantes. Desde a década de 1980, o governo diz que a economia chinesa cresceu, em média, 10% ao ano. É um número e tanto. Entre 1860 e 1913, quando os Estados Unidos se tornaram a maior economia da Terra, o crescimento anual americano foi, em média, de 4%.

Em 1980, o PIB chinês era menor que o do Brasil. Hoje está oficialmente na casa dos US$ 18 trilhões.

Na década seguinte à crise de 2008 – considerando os dados oficiais – 40% de todo o crescimento econômico mundial foi registrado na China. Segundo esses números, a cada dois anos, o aumento do PIB chinês foi superior a toda a economia da Índia. Em 2015, a economia chinesa criou uma Grécia a cada 16 semanas e um Israel a cada 25 semanas.

Desde que Deng Xiaoping abriu o mercado chinês, com o fim do maoismo, o desenvolvimento desse país é indisputável. Segundo os dados oficiais, a economia chinesa cresceu 14 vezes desde 1989. A economia americana, em contrapartida, “só” dobrou no período.

É verdade que, em 2025, a China ainda está longe de ser um país desenvolvido – o seu desenvolvimento humano, segundo a ONU, ainda está abaixo de nações como Albânia, Costa Rica e Trinidade e Tobago. Mas é inegável que, nas últimas quatro décadas, este lugar passou por uma transformação econômica radical, visível a olho nu.

O difícil é medir o exato tamanho dessa transformação. Mesmo os líderes políticos chineses desconfiam dos números oficiais de crescimento.

Li Keqiang, por exemplo, foi o primeiro-ministro da China (leia-se: o segundo homem mais importante do país) de 2013 a 2023. Nessa posição, Keqiang ficou conhecido por manter um estilo pragmático de governança e era tão adepto de uma abordagem baseada em evidências que, como não acreditava nos números oficiais, chegou a introduzir um conceito que a Economist apelidou de “Li Keqiang Index”, um conjunto de indicadores econômicos alternativos (como consumo de eletricidade, volume de transporte ferroviário de mercadorias e empréstimos bancários – índices bem mais difíceis de serem manipulados) para avaliar a saúde da economia de forma mais precisa.

Keqiang dizia que o PIB chinês é “produzido pelo homem”, “não confiável” e “apenas para referência”.

Há 6 bons motivos para acreditar que a desconfiança dele faz sentido:

1. Há incentivos perversos para as províncias chinesas

Na China, os governos locais e provinciais têm incentivos imensos para inflacionar os números de crescimento econômico para atender ou superar as metas estabelecidas pelo governo central, porque isso promove e beneficia os políticos locais dentro do partido – ou, na contramão, pode limá-los da vida pública.

Assim como na União Soviética, os planejadores centrais chineses ainda se baseiam em metas de crescimento. Cumprir essas metas é parte fundamental do sucesso profissional dos burocratas do país.

Em 2024, a China anunciou um crescimento do PIB de 5% – exatamente a meta estabelecida pelo governo no ano anterior. Não parece uma coincidência.

2. Há ausência de auditoria externa.

As estatísticas são controladas pelo governo, sem auditoria externa. E existem inúmeros casos documentados de falsificação de estatísticas nos governos locais.

Por exemplo: em 2016, a província de Liaoning admitiu ter falsificado os seus dados econômicos entre 2011 e 2014.

Em 2018, a cidade de Tianjin, uma das mais importantes da China, com 14 milhões de habitantes, admitiu ter superestimado o seu PIB no ano anterior em quase 20%.

No mesmo mês, a província chinesa da Mongólia Interior (não confundir com o país Mongólia) admitiu a mesma prática de falsificação dos indicadores econômicos.

Há diversos exemplos como esses. E a prática não vem do governo atual.

Em 1998, Pequim anunciou uma campanha para alcançar um crescimento anual de 8%. Os líderes das províncias receberam o recado. Empolgado, o governo municipal de Xangai ordenou às suas unidades subordinadas que elaborassem planos para alcançar um crescimento de 12%. Todos os planos que não previssem um crescimento de 12% foram devolvidos para revisão.

Pressionados para cumprir metas impossíveis, as autoridades locais apresentaram relatórios falsos ou exagerados para estatísticos nacionais que tinham as mãos atadas para verificar os números.

O resultado? Segundo um estudo do economista Thomas Rawski, da Universidade de Pittsburgh, a economia chinesa, na verdade, contraiu cerca de 2% em 1998, quando o governo relatou um aumento no PIB de 7,8%.

A manipulação de dados é parte da cultura política da República Popular da China.

O problema é tão recorrente (e tão flagrante) que, em janeiro de 2024, Pequim publicou um duro recado contra a falsificação de dados, dizendo que estatísticas fraudulentas são gravemente prejudiciais porque “interferem e enganam a tomada de decisões macro” e “prejudicam a credibilidade do partido e do governo”.

3. A legitimidade do Partido Comunista depende do crescimento econômico

Manter em alta o crescimento econômico é fundamental para a legitimidade do Partido Comunista Chinês, uma vez que a estabilidade social e a aceitação do governo estão fortemente ligadas ao desempenho econômico.

Se Pequim admite que a economia do país não vai bem, o Partido corre o risco de perder o “mandato do céu”.
4. Há frequentes revisões retroativas oficiais

A China revisa rotineiramente para baixo os indicadores dos anos anteriores, fazendo com que o crescimento do ano corrente pareça mais forte.

Em dezembro de 2023, o governo revisou para baixo o nível do PIB nominal de 2022 em 0,5%, o que serviu para impulsionar o crescimento em 2023.
5. Há manipulação direta por Pequim

Não há apenas falsificações produzidas pelos governos locais – Pequim também distorce a realidade.

Em 2005, sem nenhum motivo, o Escritório Nacional de Estatísticas da China usou o seu poder extraordinário para declarar que a economia chinesa era 17% maior do que o país relatava até o dia anterior. Não houve nenhuma explicação convincente para a mudança.

Pequim diz que o investimento imobiliário contraiu 10% em 2023, ao mesmo tempo que afirma que o investimento do setor de construção contribuiu significativamente para o crescimento econômico.

Muito do que as autoridades chinesas dizem simplesmente não faz sentido.

6. Há baixa qualidade dos dados e uma crescente falta de transparência

Os padrões estatísticos que a China revela não estão no mesmo nível dos países desenvolvidos. A qualidade dos dados é bastante inferior.

Além disso, desde que Xi Jinping virou líder supremo, Pequim é cada vez menos transparente com as suas estatísticas.

Para tentar decifrar o cenário real da economia chinesa, pesquisadores estrangeiros costumam recorrer a uma infinidade de fontes alternativas, como a receita de bilheteria de filmes, as taxas de operação de fábricas de cimento e a geração de eletricidade. Ninguém duvida do avanço chinês nas últimas décadas. O que se discute é o tamanho exato desse avanço.

O Estado de S.Paulo - SP   13/05/2025

O mundo às vezes parece à beira do caos absoluto, com gravíssimos problemas em diversas áreas. E em meio a guerras e conflitos comerciais, ocasionalmente surge uma luz, que pode ter efeitos positivos em todos os países, inclusive no Brasil. Poderemos ter tempos bem melhores, inclusive no consumo, na renda e no emprego, se evoluírem as negociações comerciais entre Estados Unidos e China; e se Rússia e Ucrânia negociarem o fim da guerra.

Nada é pior para a economia do que incertezas. Do que regras quebradas de uma hora para outra. O dinheiro segue a corrente do que está nos contratos, nas leis e nas garantias perenes. E foge de conflitos, mudanças bruscas no comércio etc.

Se a inflação realmente tiver perdido parte de sua força, poderemos ter um segundo semestre melhor, talvez até com interrupção dos aumentos da taxa Selic.

Além disso, os aposentados que foram extorquidos por associações e sindicatos, sem autorizar os descontos em suas pensões e aposentadorias, receberão esse dinheiro de volta, que voltará para o consumo.

Ainda continuaremos um país com altíssima concentração de renda - embora o índice Gini, que mede essa desigualdade, tenha caído em 2024 para o menor nível histórico. Teremos, então, que continuar melhorando o salário mínimo e as pensões, ainda que isso desafie o equilíbrio fiscal.

Quanto mais bem distribuída for a riqueza do país, melhor será o cenário econômico-social. Não podemos depender exclusivamente das exportações, pois, como vimos na recente guerra tarifária de Trump, o protecionismo é uma ameaça tão presente quanto a inflação.

Mas devemos torcer, acima de tudo, pelo fim das guerras, em todos os fronts. Além de ser uma desgraça que envergonha a humanidade, a guerra desvia recursos e esforços de pesquisa e desenvolvimento, de programas sociais e de outros avanços da humanidade. Destrói vidas, infraestrutura e prejudica as relações entre os países.

Que Rússia e Ucrânia negociem e cheguem à paz. Que isso também ocorra no Oriente-Médio e na Caxemira, e em todos os locais em que o ser humanos continua agindo como se estivéssemos parados no passado remoto, em que todas as situações se resolviam com violência.

De vez em quando, é muito bom ter, no horizonte, um mínimo de esperança de dias melhores. Que assim seja!

MINERAÇÃO

Valor - SP   13/05/2025

Trégua anunciada entre os países ajudou a reduzir a perspectiva de uma recessão mais expressiva da economia americana, o que teve reflexo positivo sobre os preços de commodities

Os papéis da Vale e da Petrobras passam por forte ajuste no começo desta segunda-feira, em virtude do anúncio de um acordo provisório entre Estados Unidos e China. Hoje, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, disse que Washington reduziu, por 90 dias, as tarifas sobre produtos chineses de 145% para 30%, enquanto Pequim cortou as taxas sobre produtos americanos de 125% para 10%.

Por volta das 10h40, as ações da Vale subiam 3,61%. Já os papéis ON da Petrobras avançavam 3,73%, ao passo que os PN tinham ganhos de 3,79%. No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,44%, aos 137.109 pontos.

A trégua tarifária anunciada entre os países ajudou a reduzir a perspectiva de uma recessão mais expressiva da economia americana, o que teve reflexo positivo sobre os preços de commodities. No horário acima, os contratos futuros de petróleo do tipo Brent para julho avançavam 3,27%, a US$ 66,00, ao passo que o contrato de WTI para junho tinha elevação de 3,47%, a US$ 63,14.

Em relatório, os economistas do Bernd Weidensteiner e Christoph Balz, do Commerzbank, avaliam que o sucesso das negociações ainda não é garantido, já que os EUA planejam reequilibrar o comércio com a China, o que contraria os interesses do gigante asiático. “No entanto, a situação melhorou significativamente, por enquanto. Em particular, diminuiu o risco de uma recessão nos EUA, acompanhada de uma alta da inflação.”

Valor - SP   13/05/2025

Contratos para setembro, os mais negociados, subiram 3,16%, a US$ 99,28 por tonelada

Os futuros do minério de ferro encerram em forte alta na Bolsa de Dalian, após o anúncio de um acordo para reduzir as tarifas recíprocas entre Estados Unidos e China por 90 dias. A notícia foi divulgada perto do fim do pregão da bolsa de commodities chinesa.

Os contratos para setembro, os mais negociados, subiram 3,16%, a 718,50 yuan (US$ 99,28) a tonelada.

AUTOMOTIVO

Monitor Digital - RJ   13/05/2025

A produção e as vendas de automóveis na China registraram aumentos de dois dígitos nos primeiros quatro meses do ano, indicando um consumo interno vibrante apesar das incertezas globais.

A produção de automóveis atingiu quase 10,18 milhões de unidades no período, um crescimento de 12,9% ante o mesmo período do ano passado, enquanto as vendas subiram 10,8%, chegando a 10,06 milhões de veículos, informou nesta segunda-feira a Associação Chinesa de Fabricantes de Veículos Automotores (CAAM, em inglês).

Foi a primeira vez que os dois indicadores no país superaram a marca de 10 milhões de unidades neste período.

Especialmente, os veículos de nova energia (NEVs) apresentaram crescimento expressivo. A produção de NEVs cresceu 48,3% em termos anuais, chegando a quase 4,43 milhões de unidades, enquanto as vendas aumentaram 46,2%, totalizando 4,3 milhões de veículos.

Os NEVs responderam por 42,7% das vendas totais de veículos novos na China nesse período.

Os dados também mostraram que as exportações de veículos chineses cresceram 6% anualmente, totalizando quase 1,94 milhão de unidades nos primeiros quatro meses. Em destaque, as exportações de NEVs aumentaram 52,6%, para 642 mil unidades.

A CAAM apontou que a combinação de políticas macroeconômicas fortaleceu a recuperação econômica neste ano, criando uma base sólida para o desenvolvimento estável do setor automotivo.

O mercado também ganhou mais vitalidade graças ao programa nacional de substituição de bens de consumo, às constantes inovações em produtos e tecnologias e à manutenção de preços estáveis dos veículos, segundo a associação.

Auto Industria - SP   13/05/2025

Com 567 mil transações em abril, as vendas financiadas de veículos recuaram 7,2% no comparativo com o mesmo mês do ano passado, indicando uma desaceleração nas compras a prazo. A queda foi ainda maior no segmento de automóveis e comerciais leves, da ordem de 8,9%.

“A queda ocorre em meio a um cenário econômico desafiador e reflete o impacto das altas taxas de juros”, comenta Daniel Takatohi, superintendente de Produtos de Financiamentos na B3, ao divulgar os dados nesta segunda-feira, 12.

Em números absolutos, até houve alta de 3% em abril com relação a março, mas apenas um reflexo do maior número de dias úteis no mês. Segundo Takatohi, a média diária do mês passado foi menor do que a do mês anterior, assim como também é negativo o balanço do acumulado do ano.

Foram 2.245.000 unidades financiadas no primeiro quadrimestre, redução de 1,1% sobre idêntico período de 2024 e o equivalente a 25 mil unidades a menos nos negócios a prazo.

Valor - SP   13/05/2025

Companhia teria ampliado seu plano de demissão em 11.000 postos de trabalho tanto no país quanto no exterior, diz NHK

A Nissan Motor eliminará 11.000 postos de trabalho a mais do que o planejado anteriormente, informou a NHK nesta segunda-feira (12), como parte de um plano para reestruturar seus negócios em crise.

A montadora japonesa anunciou em novembro que cortaria 9.000 postos de trabalho após registrar vendas fracas nos EUA e na China, que levaram a uma queda de 94% no lucro líquido do primeiro semestre. Agora, esses cortes de empregos se aproximarão de 20.000 trabalhadores, ou cerca de 15% de toda a força de trabalho, de acordo com a emissora nacional japonesa. As demissões ocorrerão tanto no país quanto no exterior, acrescentou.

A Nissan não quis comentar.

A crise da Nissan corre o risco de piorar ainda mais depois que a empresa alertou os acionistas no mês passado que terá um prejuízo líquido em custos de reestruturação de até US$ 5 bilhões no ano fiscal encerrado em março de 2025.

A amplitude dos problemas financeiros da montadora ficou evidente no final do ano passado, quando, além dos cortes de 9.000 empregos, a empresa anunciou que reduziria a capacidade de produção em 20% e reduziu sua projeção de lucro.

Desde então, a Nissan reduziu ainda mais sua projeção, cedendo à concorrência agressiva nos EUA e na China.

Uma união com a Honda Motor parecia promissora. As empresas assinaram um acordo em dezembro para unir as duas marcas sob uma única holding. No entanto, em poucas semanas, o que poderia ter criado uma das maiores montadoras do mundo — pelo menos em teoria — ruiu devido a divergências sobre um desequilíbrio de poder inerente entre as duas marcas tradicionais.

A aliança foi formalmente encerrada em fevereiro, e a Nissan vem caindo cada vez mais em sua pior posição em cerca de 26 anos. Apesar do fracasso da fusão, a Nissan e a Honda mantêm uma parceria estratégica focada em veículos elétricos e baterias, abrindo espaço para negociações futuras.

A Nissan também não tem uma linha forte de veículos híbridos para oferecer aos clientes em mercados importantes e está envolvida em conflitos administrativos e brigas internas desde que o ex-presidente Carlos Ghosn foi preso e deposto em 2018.

Enquanto isso, as tarifas do presidente Donald Trump sobre carros e peças automotivas importadas para os EUA têm sido dolorosas para a maioria das marcas globais, mas prejudiciais no caso da Nissan.

Além dos desafios de vendas, o passivo da Nissan também deverá aumentar drasticamente.

A Nissan e suas afiliadas enfrentam US$ 1,6 bilhão em vencimentos de dívidas este ano, subindo para US$ 5,6 bilhões em 2026 — o nível mais alto desde pelo menos 1996, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Ivan Espinosa, nomeado CEO em abril, enfrenta a árdua tarefa de reverter a situação da Nissan. Ele deverá esclarecer as especulações sobre cortes de empregos e possíveis fechamentos de fábricas quando a empresa anunciar seus resultados fiscais nesta terça-feira (13).

Auto Industria - SP   13/05/2025

AGAC Motor, quinta maior fabricante de veículos da China, vai apresentar oficialmente, no próximo dia 23 de maio, em São Paulo, os modelos importados com quais iniciará sua trajetória no mercado brasileiro.

A notícia mais importante sobre os planos da montadora chinesa para o Brasil, entretanto, foi revelada já nesta segunda-feira, 12, pessoalmente pelos principais executivos da empresa pessoalmente ao Presidente da República Luis Inácio Lula da Silva.

Em encontro reservado em Pequim,Wei Haigang, presidente da GAC, revelou a disposição de desembolsar mais US$ 300 milhões em investimentos no País, além do US$ 1 bilhão já anunciado para a produção local de veículos e a constituição de centro de desenvolvimento e pesquisa no Nordeste até 2030.

Além da verba adicional, a GAC confirmou que pretende fabricar veículos elétricos, híbridos e híbridos flex em Goiás. A empresa estaria negociando com a brasileira HPE, que produz modelos Mitsubishi em Catalão, algum forma de parceria.

Procuradas, as duas montadoras enfatizaram que não há qualquer tratativa para a venda da fábrica há 25 anos em atividade. “Por ser uma referência na produção de automóveis com alto nível de qualidade e tecnologia, a empresa é constantemente procurada por outras empresas do setor automotivo para potenciais parcerias”, afirmou a HPE.

Valor - SP   13/05/2025

Perspectivas para os próximos meses são negativas, levando em conta, sobretudo, a nova alta de 0,5 ponto porcentual na taxa Selic, agora em 14,75% ao ano

Depois de meses consecutivos de crescimento, a venda de veículos zero-quilômetro no mercado interno começou a dar sinais de desaceleração em abril. Os dados ainda não chamam muito a atenção porque, no acumulado do ano, o resultado ainda é positivo. Os sinais de início de desaquecimento são mais nítidos no segmento de caminhões, altamente dependente de financiamento e que também reflete o impacto dos juros nos clientes dos transportadores.

As perspectivas para os próximos meses são negativas, levando em conta, sobretudo, a nova alta de 0,5 ponto porcentual na taxa Selic, agora em 14,75% ao ano. No início do ano, a taxa média para compra de veículos novos financiados chegou a 29,5% ao ano.

Em abril, o volume de vendas de caminhões (9,3 mil unidades) foi 13,1% menor do que o de igual período ano passado e 0,3% abaixo do volume de março. O resultado foi também negativo no quadrimestre, que fechou com retração de 0,4% na comparação com os quatro primeiros meses de 2024.

Diante desse cenário, as montadoras reduziram o ritmo de produção para ajustar os estoques das fábricas e da rede de concessionários, explica Alexandre Parker, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Assim, em abril, a produção de caminhões diminuiu 6% em relação a março e 5,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado, num total de 11,7 mil unidades. Sustentada pelas exportações, segundo o dirigente, a produção acumulada no ano ainda é maior do que em igual período do ano passado, com alta de 4,3%. De janeiro a abril, as vendas externas de caminhões cresceram 79,3%.

Mas a desaceleração no mercado interno, destaca Parker, mostra que, mesmo com a previsão de uma safra recorde de grãos em 2025, os transportadores não têm renovado a frota porque a taxa de juros está muito alta.

A desaceleração também começou a aparecer no mercado de automóveis em abril. Embora, no quadrimestre, o resultado das vendas internas seja ligeiramente positivo, com crescimento de 2%, em abril, os volumes do mês passado recuaram 7,5% na comparação com abril do ano passado. É preciso levar em conta que abril deste ano teve menos dias úteis do que em 2024.

Mesmo assim, há uma perda de fôlego. As vendas de todos os segmentos de veículos – carros, comerciais leves, caminhões e ônibus – caíram 5,5% em abril, num total de 208,7 mil unidades. Os ônibus registram ainda bom desempenho graças ao programa federal Caminho da Escola, voltado ao transporte de crianças nas áreas rurais.

No caso dos veículos leves, chama a atenção, ainda, a participação da venda direta, que representa, sobretudo, o que sai das fábricas direto para as locadoras. Em abril, a venda direta representou 50,8% do mercado de carros e comerciais leves, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave), que representa os concessionários.

Nacionais x importados

O mercado de carros este ano tem, ainda, sido mais favorável aos modelos importados do que aos fabricados no país. Enquanto os emplacamentos de veículos produzidos nas fábricas brasileiras avançaram 0,2%, os dos importados avançaram 18,7%, segundo a Anfavea.

De janeiro a abril, entraram no país 105,1 mil veículos importados, 25 mil unidades a mais do que no mesmo período de 2024. Embora a maior parte seja de produtos trazidos da Argentina, país com o qual o Brasil tem acordo de livre comércio, chama a atenção o aumento da quantidade de modelos chineses nas ruas. Os automóveis vindos da China já somam fatia 6% do mercado.

A Anfavea vai aguardar o fim do segundo trimestre para rever ou não as projeções para o ano. É possível que a entidade refaça cálculos dos volumes previstos para o mercado interno. A previsão feita no início do ano indicou uma expansão de 6,3% do mercado doméstico em 2025. Até abril, o total registra crescimento de 3,4%.

Já o resultado da produção acumulada está mais próximo das projeções. De janeiro a abril, foram produzidos 811,2 mil veículos, uma alta de 6.7%. A estimativa da Anfavea para o ano é de um avanço de 7,8%.

Demanda na Argentina

O volume total de produção de veículos representou o melhor primeiro quadrimestre desde 2019, antes da pandemia. Mas foi, em grande parte, puxado pelas vendas no mercado externo, que avançaram 44,8% no acumulado do ano em relação ao mesmo período de 2024. O aumento da demanda na Argentina provocou esse crescimento. A participação do mercado argentino nas exportações subiu de 34,8% no primeiro quadrimestre de 2024 para 59,1% este ano.

Previsões para o mercado argentino em 2025, que giravam em torno de 500 mil unidades no início do ano, já sinalizam, agora, para 600 mil a 650 mil unidades, o que poderá ser suprido, em grande parte, esperam os fabricantes, pelos produtos brasileiros.

Valor - SP   13/05/2025

Notícia chega enquanto o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, viaja à China com o presidente Lula (PT), em meio a planos para a BYD e a indústria automobilística

A montadora chinesa de carros elétricos BYD terá sua nova fábrica no Brasil “totalmente operacional” até dezembro de 2026, após o início das operações ter sido adiado por conta de uma investigação sobre abusos trabalhistas, afirmou o secretário de Trabalho da Bahia, Augusto Vasconcelos, em um vídeo publicado nesta segunda-feira (12).

Até o fim deste ano, a fábrica deve começar a produzir carros a partir de kits semimontados, acrescentou.

“Um novo cronograma está sendo estabelecido para que até dezembro de 2026 a fábrica esteja totalmente funcional, com a expectativa de geração de 10 mil empregos”, disse Vasconcelos no vídeo divulgado nas redes sociais.

A notícia chega enquanto o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, viaja à China com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, discutindo planos para a BYD e a indústria automobilística, segundo Vasconcelos.

"A operação terá início com a montagem dos veículos em 2025, enquanto a planta avança para a produção completa, com nacionalização progressiva dos modelos mais vendidos no Brasil", disse a BYD em um comunicado.

Com 76.713 veículos vendidos no Brasil ao longo do ano, a empresa registrou um crescimento de cerca de 328% em relação aos 17.937 vendidos em 2023, segundo informe distribuído em janeiro.

O investimento da BYD no Brasil — seu maior mercado fora da China — tem como objetivo transformar uma antiga fábrica da Ford em um complexo de produção com capacidade para fabricar 150 mil carros elétricos por ano. O projeto foi impactado em dezembro por acusações de abusos trabalhistas no local da obra.

A aposta da empresa chinesa no Brasil inclui a aquisição de direitos minerários em áreas ricas em lítio, mineral amplamente usado na fabricação de baterias para veículos elétricos.

A fábrica deveria ter começado a produzir carros no Brasil no início deste ano, mas atrasos relacionados à investigação trabalhista e chuvas intensas afetaram o cronograma, disse Julio Bonfim, presidente do sindicato dos metalúrgicos de Camaçari, na Bahia.

Para montar os veículos a partir dos kits importados da China, a BYD deve contratar cerca de mil trabalhadores no Brasil ainda este ano, disse Bonfim à agência Reuters — número bem abaixo dos 10 mil prometidos inicialmente pela empresa chinesa.

Ao longo do projeto, a BYD estima que serão criados 20 mil empregos diretos e indiretos, disse a empresa.

Apesar do atraso, Bonfim disse que o novo cronograma é uma boa notícia e que, no próximo ano, espera um aumento nas contratações à medida que a empresa se prepara para fabricar veículos inteiramente no país.

CONSTRUÇÃO CIVIL

InfraRoi - SP   13/05/2025

A construção civil gerou quase 22 mil novos empregos com carteira assinada em março de 2025, segundo dados do Novo Caged, divulgados pelo Ministério do Trabalho, como apontou a Agência CBIC. O número apresenta uma queda em relação a fevereiro deste ano, quando houve saldo de 39,7 mil, e também ao de março de 2024, com 28,2 mil.

Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o desempenho ainda é satisfatório e importante para a economia brasileira, já que o setor  contribuiu com 30,66% do total de vagas criadas no mês no País — um percentual relevante, considerando que o setor representa 6,18% do total de trabalhadores formais do Brasil. O saldo positivo é resultado de 214.973 admissões e 193.027 desligamentos no mês. Com isso, a Construção superou inclusive o desempenho da Indústria Geral, que teve saldo de 13.131 vagas no período.

Ainda segundo a CBIC, todos os três segmentos da construção apresentaram desempenho positivo na criação de empregos em março. A Construção de Edifícios foi responsável por 6.821 novos postos, enquanto as Obras de Infraestrutura responderam pela criação de 8.268 vagas e os Serviços Especializados para a Construção contribuíram com 6.857 postos de trabalho. Com os dados de março, o setor encerrou o mês com 2,958 milhões de trabalhadores com carteira assinada, o que representa um crescimento de 3,51% em relação ao total registrado no fim de 2024 (2,857 milhões).
Pontos de atenção na construção além dos empregos de março

O início de 2025 trouxe uma piora significativa nas condições financeiras da indústria da Construção, que resulta na retração do setor. A Sondagem Indústria da Construção (SIC) mostra aumento na insatisfação com o lucro operacional e com a situação financeira. Para os empresários do setor, as altas taxas de juros, a elevada carga tributária e a falta ou alto custo de trabalhador qualificado foram os principais problemas do primeiro trimestre de 2025.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) consultou 316 empresas de pequeno, médio e grande portes, entre 1º e 10 de abril. A pesquisa é realizada em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

Comparando com o último trimestre de 2024, os dados do primeiro trimestre de 2025 mostram que:
O índice de satisfação com o lucro operacional caiu de 44,8 para 42,8 pontos. O índice de satisfação com a situação financeira também recuou, de 49 para 46,4 pontos. O índice de facilidade de acesso ao crédito caiu para 37,4 pontos (recuo de 0,3 ponto). O índice de evolução dos preços de insumos subiu para 64,6 pontos, apontando aceleração nos custos de produção.

FERROVIÁRIO

Veja - SP   13/05/2025

Brasil e China voltaram a discutir a retomada do projeto da Ferrovia Bioceânica — uma linha de trem que conectaria o porto de Chancay, no Peru, ao porto de Ilhéus, na Bahia, passando por estados como Acre e Tocantins. A proposta é criar um corredor ferroviário ligando os oceanos Pacífico e Atlântico, com o objetivo de facilitar o escoamento de cargas entre os dois continentes. A ideia da ferrovia não é nova e remonta à década 1950, mas ganhou mais fôlego em 2014, quando os governos brasileiro, peruano e chinês estabeleceram uma parceria para o financiamento e o compartilhamento dos estudos da construção da ferrovia.

Atualmente, a ferrovia é considerada estratégica para a operação do megaporto de Chancay, o maior investimento da China na América do Sul. A estatal chinesa Cosco Shipping aportou 1,3 bilhão de dólares no projeto. Para ganhar escala e competitividade, no entanto, a estrutura portuária peruana depende da conexão ferroviária com o território brasileiro.

Os estudos em andamento preveem ao menos três conexões com a Ferrovia Norte-Sul, além da integração com a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), ainda em construção. A expectativa é que esse novo corredor logístico reduza em até dez dias o tempo de transporte de produtos brasileiros até a China, hoje feito via Oceano Atlântico.

A Fiol terá 1.527 quilômetros de extensão, ligando Figueirópolis (TO) ao porto de Ilhéus (BA). No mês passado, uma delegação de engenheiros do governo chinês visitou trechos da Fiol e o Porto Sul, na Bahia, para avaliar o andamento das obras e analisar a viabilidade do projeto de ligação ferroviária com o megaporto do Peru.

Segundo o secretário nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro, a ideia é implantar um corredor ferroviário estruturante para cargas, conectando Bahia, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre. A produção da região central do país seria levada por trilhos até o litoral do Pacífico, para embarque no porto de Chancay,

Eixo relevante do projeto, chamado de Fico-Fiol, prevê a concessão à iniciativa privada das ferrovias de Integração Centro-Oeste (Fico) e da própria Fiol. Considerado prioritário no Novo PAC, o empreendimento prevê 2,7 mil quilômetros de trilhos entre Bahia, Goiás e Mato Grosso, com investimentos estimados em 28,7 bilhões de reais. As ferrovias serão integradas à Ferrovia Norte-Sul, consolidando um novo corredor de exportação para o agronegócio e a mineração.

Além da Bioceânica, duas outras rotas também estariam em análise com participação de gigantes chinesas do setor ferroviário — a CRCC ( China Railway Construction Corporation) e a CREC (China Railway Engineering Corporation) Uma das propostas liga o Porto do Açu (RJ) a Porto Velho (RO), passando por Corinto (MG), Uruaçu (GO) e Lucas do Rio Verde (MT). A outra conectaria o Porto de Santos (SP) a Antofagasta, no Chile, atravessando Paraguai e Argentina ao longo de 2.396 quilômetros.

NAVAL

Valor - SP   13/05/2025

A licitação visa à aquisição de oito embarcações com capacidades de 7 mil, 10 mil e 14 mil metros cúbicos (m³)

A Transpetro prorrogou o prazo para a entrega de propostas para a licitação da empresa destinada à compra de oito navios gaseiros. Segundo a subsidiária de logística da Petrobras, o prazo encerraria em 19 de maio e passou para 23 de junho.

A licitação visa à aquisição de oito embarcações com capacidades de 7 mil, 10 mil e 14 mil metros cúbicos (m³). A nova data de entrega de propostas atende a pedidos de empresas que disputam a concorrência, informou a estatal.

“Os demais cronogramas divulgados no lançamento do edital seguem mantidos sem alteração”, disse a Transpetro, em comunicado.

Os novos navios integram o Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras.

A licitação foi dividida em dois lotes, que não podem ser vencidos pelo mesmo estaleiro ou consórcio. O primeiro pretende adiquirir cinco navios, sendo três embarcações com capacidade de 7 mil metros cúbicos e duas de 14 mil metros cúbicos. Esses gaseiros serão do tipo pressurizado, destinados ao transporte de GLP e derivados.

Já o segundo lote contempla a aquisição de três navios com capacidade de 10 mil metros cúbicos, do tipo semirefrigerado. Como diferencial, essas embarcações também poderão carregar amônia, que ainda não é transportada pela Transpetro.

Com a compra dos oito novos gaseiros, a frota da Transpetro passará de seis para 14 navios. A pretensão da subsidiária é atender à demanda na costa brasileira e na navegação fluvial, como já ocorre na Região Norte do país e na Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul.

Portos e Navios - SP   13/05/2025

Durante o Fórum Empresarial Brasil-China realizado em Pequim, nesta segunda-feira (12), o ministro de portos e aeroportos, Silvio Costa Filho, apresentou a empresários chineses os projetos estratégicos da maior carteira de concessões portuárias da história do Brasil. Acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na visita oficial à China, o ministro destacou a meta do governo federal de realizar 60 leilões entre 2023 e 2026 e atrair cerca de R$ 30 bilhões em investimentos para o setor.

Em discurso na sessão ministerial, Costa Filho reforçou a solidez da relação bilateral com a China e afirmou que o Brasil vive um ambiente de estabilidade institucional e segurança jurídica propício ao capital estrangeiro. Ele comparou a meta atual ao desempenho entre 2015 e 2022, quando foram realizados 42 leilões que resultaram em R$ 6 bilhões contratados. O ministro ressaltou a prioridade do agronegócio nas concessões e apresentou ao mercado chinês o Programa de Arrendamento Portuário (PAP), voltado à modernização da infraestrutura e ao desenvolvimento regional.

Entre os destaques apresentados está o Túnel Santos-Guarujá, cujo leilão está previsto para agosto. Com investimento estimado de R$ 6 bilhões, será o maior projeto de infraestrutura de transportes do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o primeiro túnel submerso da América Latina, com 870 metros de extensão e 21 metros de profundidade.

Costa Filho destacou ainda o crescimento da movimentação de cargas nos portos brasileiros, que atingiu 1,3 bilhão de toneladas em 2024, com previsão de alta de 2% em 2025. O setor de contêineres também registrou recorde para o mês de fevereiro, com 12,4 milhões de toneladas movimentadas, um aumento de 9,26% em relação ao ano anterior.

O ministro também apresentou aos investidores a agenda hidroviária nacional, com previsão de implantação de seis grandes hidrovias nos próximos cinco anos, integrando modais rodoviário e ferroviário. A pauta de parcerias também abrangeu o setor aéreo, incluindo turismo e o desenvolvimento do Combustível Sustentável de Aviação (SAF).

Um Memorando de Entendimento foi assinado com a Universidade de Aviação Civil da China (CAFUC), com o objetivo de posicionar o Brasil como futuro exportador de SAF, conectando desenvolvimento econômico e sustentabilidade. Além da participação no Fórum, Costa Filho cumpre agenda bilateral com empresas e autoridades chinesas para aprofundar o diálogo e atrair investimentos ao setor portuário e de transporte brasileiro.

PETROLÍFERO

O Estado de S.Paulo - SP   13/05/2025

O presidente Donald Trump prometeu desencadear um renascimento energético que manteria o domínio dos EUA sobre petróleo e gás. Mas não é assim que as coisas estão funcionando para os perfuradores, empresas de fracking e fornecedores de equipamentos dos Estados Unidos, incluindo a empresa fundada pelo próprio secretário de energia de Trump.

O valor de mercado da Liberty Energy caiu quase pela metade desde que seu ex-CEO, Chris Wright, entrou para o gabinete de Trump. A empresa informa que está entre as muitas do setor que estão lutando contra os desafios aumentados pela agenda de Trump, incluindo “impactos tarifários, tensões geopolíticas e preocupações com o fornecimento de petróleo”.

Três meses após o início do novo governo, o preço do petróleo dos EUA caiu abaixo do limite de lucratividade da perfuração de cerca de US$ 65 por barril e o setor está em dificuldades. Ao mesmo tempo, a economia de energia dos EUA está sendo ainda mais desestabilizada pelos ataques da Casa Branca à energia limpa. É uma reversão drástica em relação ao ano passado, quando os Estados Unidos estavam avançando a passos largos em projetos de energia limpa, impulsionados pelo governo, e os executivos do setor de petróleo estavam cheios de otimismo em meio a uma produção recorde.

As empresas estão optando por não adicionar novos poços por medo de perder dinheiro. O número de plataformas ativas no Texas é menor agora do que desde que o país estava saindo da pandemia. Enquanto isso, as tarifas do presidente estão elevando os custos nos campos de petróleo dos EUA, deixando as empresas hesitantes em investir na expansão da produção.

“Isso está realmente afetando a todos”, disse T. Grant Johnson, presidente da Lone Star Production Company, uma empresa de exploração de petróleo do Texas. “Falava-se muito em ‘perfurar, bebê, perfurar’. Mas essas empresas não vão perfurar se não houver economia. Todo esse medo e incerteza está fazendo com que as pessoas sejam muito mais cautelosas.”

Ele alerta para o fato de que os desafios ameaçam uma reviravolta política para Trump.

“Se esse sofrimento durar muito tempo e se estender até as eleições de meio de mandato, poderá se tornar muito desconfortável para as pessoas que nos trouxeram até aqui”, disse Johnson, que preside a Associação de Produtores Independentes e Proprietários de Royalties do Texas. “E tudo isso seria em vão.”

O governo culpa as oscilações do mercado desconectadas das políticas de Trump. Wright previu em uma entrevista que os planos do presidente acabarão por aumentar o domínio energético dos EUA e trazer prosperidade ao setor.

“Os preços vão subir e descer no curto prazo”, disse Wright. “Isso se baseia em sentimentos, percepções e suposições. A administração não tem nada a ver com isso. Estamos mudando a política.”

Mas muitos executivos do setor de petróleo dizem que as ações de Trump são um dos principais motivos pelos quais a produção está diminuindo, e não aumentando. A demanda está caindo em meio às ansiedades econômicas desencadeadas pela guerra comercial de Trump. A alta dos preços do aço e das peças de plataformas está esfriando os investimentos. E o aumento do bombeamento pelos países da Opep+ - que, segundo os analistas, está ocorrendo em grande parte porque Trump exigiu isso em sua busca por preços mais baixos da gasolina - criou um excesso no mercado.

Os preços da gasolina permanecem praticamente os mesmos de outubro, apesar da eliminação das regras ambientais dos campos petrolíferos por Trump. Os EUA não são menos dependentes do petróleo estrangeiro hoje do que eram quando Joe Biden deixou o cargo.

O petróleo não é o único setor do ramo de energia que está enfrentando dificuldades. As políticas do presidente colocam em risco grandes projetos de energia limpa projetados para ajudar a resolver a escassez de energia que levou Trump a declarar uma emergência energética nacional. A ordem de Trump de suspender todas as aprovações regulatórias para parques eólicos em seu primeiro dia no cargo está causando atrasos e abandono de projetos. Os projetos eólicos offshore foram particularmente afetados porque o governo controla as aprovações em águas costeiras federais.

Trump também congelou bilhões de dólares em subsídios para outros projetos de energia limpa, levando ao cancelamento de fábricas planejadas nos EUA que fabricariam células solares e baterias em escala industrial que armazenam energia solar e eólica. Esses são componentes que os construtores de data centers dizem ser cruciais para fornecer a energia necessária para vencer a China no desenvolvimento de inteligência artificial.

Wright diz que as tecnologias eólicas e solares atuais não são adequadas para atender às necessidades dos EUA, argumentando que elas não fornecem energia 24 horas por dia e que armazenar a energia que elas criam com baterias gigantes é caro.

“Os americanos viram os preços da energia relativamente altos nos últimos quatro anos, especialmente nos Estados que estavam dobrando as fontes de energia caras, intermitentes e subsidiadas pelo governo”, disse ele. Trump “foi eleito para dizer: ‘Vamos acabar com esse absurdo. Vamos trazer o bom senso de volta à política energética’”.

Enquanto o setor de energia limpa estava se preparando para uma Casa Branca hostil, as empresas de combustíveis fósseis estão se sentindo abaladas. O presidente sinalizou muitas das ações na trilha da campanha, incluindo a promessa de empurrar os preços da gasolina para menos de US$ 2 por galão, mas havia uma expectativa entre os executivos de que ele moderaria suas ações para limitar a perturbação. Não foi o que aconteceu.

As tarifas impostas por Trump forçaram o aumento do preço de certas peças essenciais para extrair petróleo do solo. Os componentes de perfuração da China, que antes custavam cerca de US$ 6,5 mil antes da posse de Trump, estão subindo para mais de US$ 15 mil, de acordo com a Cape Tryon, uma empresa de consultoria do setor.

“Preparando-se para uma crise” é como a empresa de pesquisa Wood Mackenzie caracteriza a situação do setor de petróleo. Bryan Sheffield, um grande investidor em petróleo de xisto, disse recentemente à Bloomberg que seu setor poderia estar enfrentando um “banho de sangue”.

O tom foi igualmente ameaçador em uma pesquisa anônima com 130 empresas de combustíveis fósseis e afins, publicada pelo Federal Reserve Bank of Dallas no final de março.

“O caos do governo é um desastre para os mercados de commodities”, respondeu uma empresa, chamando o mantra “drill, baby, drill” (perfurar, bebê, perfurar) de mito e a política tarifária de imprevisível.

“Nunca senti tanta incerteza sobre nossos negócios em toda a minha carreira de mais de 40 anos”, escreveu outra empresa. Outro comentário foi ainda mais contundente: “Isso não é ‘domínio da energia’”.

O governo não está se desculpando, assumindo o crédito pelos preços da gasolina que, em média, estão em torno de US$ 3,16 por galão de gasolina comum em todo o país. O preço na bomba não reflete o aumento das perfurações prometido por Trump, dizem os analistas, mas uma economia desafiadora que deixa o setor de energia dos EUA em uma situação precária.

“Esses preços da gasolina não farão a economia florescer se estiverem baixos devido à fraqueza econômica mais ampla”, disse Kevin Book, diretor administrativo da ClearView Energy Partners, uma empresa de pesquisa. “Não se trata apenas do preço. É também uma questão de por que o preço está baixo.”

Book disse que quaisquer ganhos que o setor tenha obtido por meio de todas as mudanças regulatórias ordenadas por Trump - incluindo a eliminação de regras de poluição, a eliminação de políticas climáticas e a reversão de proteções a espécies ameaçadas - estão sendo mais do que compensados pelas interrupções de mercado que suas políticas estão ampliando.

O clima na região oeste do Texas, disse D. Kirk Edwards, executivo do setor de petróleo e gás e ex-presidente da Permian Basin Petroleum Association, é assustadoramente parecido com o que era quando a pandemia começou, quando os preços do petróleo despencaram e as empresas pararam de perfurar.

“Acho que dentro de 30 a 60 dias veremos muitas das plataformas que estão operando hoje paradas”, disse ele. “A maioria das pessoas está chocada com a possibilidade de isso acontecer em um governo republicano.”

Edwards diz que está surpreso com a agressividade com que Trump está buscando tarifas que estão criando problemas para o setor, incluindo o aumento das tarifas de aço e alumínio para 25%. “Todos estavam curiosos com a ideia de usá-las como uma ferramenta de negociação”, disse ele. “Acho que ninguém em nosso setor pensou que os produtos de aço que entram nos poços de petróleo e gás seriam uma parte tão importante disso.”

Mark Waters diz que as vendas em sua empresa de ferramentas em Odessa, Texas, que ele descreve como um “Home Depot para os campos de petróleo”, caíram cerca de 10%. Ele não se arrepende de ter votado em Trump, dizendo que está disposto a sofrer um golpe pessoal para apoiar a agenda do presidente.

Mas ele disse que é irônico que, ao longo das décadas, ele tenha ganhado muito mais dinheiro quando o partido que ele despreza está no poder.

“O negócio do petróleo prosperou sob a liderança dos democratas, apesar de eles serem verdadeiros odiadores de todas as coisas fósseis”, disse Waters. “Por alguma razão, ganhei milhões de dólares com Clinton. Depois, ganhei ainda mais com Obama e Biden. Nunca tive uma explicação sólida.”

Sua perspectiva de negócios para os próximos meses com Trump?

“Espero que não seja catastrófico”, disse Waters.

Os desenvolvedores de grandes projetos eólicos e solares estão se vendo impedidos de outras formas, muitas vezes por políticas do governo que, segundo eles, prejudicam a meta declarada de Trump de abundância de energia doméstica.

No mês passado, o governo colocou em risco até mesmo projetos eólicos aprovados anteriormente - que o setor considerava seguros - quando o Secretário do Interior, Doug Burgum, interrompeu o trabalho no Empire Wind, na costa de Nova York, dizendo que o licenciamento havia sido apressado.

Grupos a favor da energia eólica disseram que a decisão poderia ter um efeito inibidor sobre o desenvolvimento de outras energias renováveis, pois os investidores temem que o governo possa interromper os projetos - que podem custar bilhões de dólares - a qualquer momento. A antipatia de Trump pela energia eólica está impulsionando os esforços dos legisladores dos Estados vermelhos que buscam criar novos obstáculos para os projetos.

Ameaçados estão os projetos eólicos offshore que poderiam gerar pelo menos 25 gigawatts de energia que já foram autorizados ou estão em um estágio avançado do processo, o suficiente para abastecer milhões de residências anualmente. Esses projetos estão sendo desenvolvidos principalmente na costa leste, da Virgínia a Massachusetts, e atenderiam algumas das maiores cidades americanas, onde a demanda de energia e as contas de luz estão aumentando.

No Texas, líder nacional em energia eólica, a legislatura estadual apresentou quatro projetos de lei que introduziriam novos desafios para as energias renováveis, especialmente a eólica, disse Olivier Beaufils, analista líder para a região central dos EUA na empresa de análise de mercado Aurora Energy Research.

Historicamente, o Texas tem sido um mercado livre que permite que as empresas de energia construam o que fizer sentido do ponto de vista financeiro, disse ele, mas isso agora está começando a mudar.

“Há um contexto nacional que também está dando força às pessoas que simplesmente não gostam do vento”, disse Beaufils sobre os projetos de lei do Texas.

InfraRoi - SP   13/05/2025

A Petrobras firmou contrato com a Portobello, fabricante de porcelanatos e revestimentos cerâmicos de Santa Catarina, para distribuição de gás natural. A empresa, que é o maior consumidor de gás do estado, é a primeira do ramo a ser atendia pela Petrobras, que está em processo de expansão e consolidação de sua carteira de clientes no mercado livre de gás natural.

Para a Portobello, a parceria representa um passo importante para ampliar a eficiência e a competitividade da companhia. O fornecimento de gás natural pela Petrobras está alinhado ao foco do grupo em aprimorar continuamente sua matriz energética sem afetar o desempenho industrial, considerado “em níveis elevados” pela empresa.

“A competitividade da indústria cerâmica está diretamente ligada à eficiência energética. A parceria com a Petrobras nos dá segurança de fornecimento e condições comerciais compatíveis com nossos desafios de produção em larga escala, fortalecendo ainda mais nossa posição de referência no setor”, destaca Luciano Abrantes, CEO da unidade Portobello, do Grupo Portobello.

O planejamento da Petrobras prevê mais de US$ 7 bilhões em novas infraestruturas de ofertas de gás natural, além de oferecer diversas opções de contratos flexíveis, adequadas às necessidades dos clientes, com diferentes modalidades de prazo e indexadores.

Globo Online - RJ   13/05/2025

A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 35,209 bilhões no primeiro trimestre deste ano. O resultado é 48,6% maior que os R$ 23,7 bilhões obtidos no mesmo período de 2024.

O resultado veio dentro do esperado pelo mercado, que projetava ganhos entre R$ 24 bilhões e R$ 41 bilhões. A estatal vai pagar R$ 11,72 bilhões em dividendos do primeiro trimestre de 2025

A receita de vendas no primeiro trimestre deste ano somou R$ 123,144 bilhões, uma alta de 4,6% em relação ao mesmo período do início do ano passado.

Ao justificar os ganhos, a estatal destacou o aumento de produção de petróleo, as vendas de combustíveis e da valorização do câmbio no resultado financeiro, que gerou um efeito positivo de R$ 10,6 bilhões.

-- Geramos um maior fluxo de caixa, principalmente devido ao aumento de 5% no volume de produção em relação ao trimestre anterior. Investimos US$ 4 bilhões neste primeiro trimestre do ano (aumento de 33% em relação ao mesmo período de 2024). Esses investimentos estão concentrados em projetos do pré-sal, com destaque para os campos de Búzios e Atapu. Estamos realizando mais perfurações e interligações de poços -- disse Fernando Melgarejo, diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores da Petrobras.

Principais destaques do primeiro trimestre (em comparação ao primeiro trimestre de 2024)

Produção sobe 5,6% no primeiro trimestre

No primeiro trimestre deste ano, a estatal registrou uma produção total comercial de 2,416 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d), uma alta de 5,6% em relação ao quatro trimestre do passado e recuo de 0,5% ante o mesmo período do ano passado.

O pré-sal teve alta de 3,7% em relação ao quarto trimestre , chegando a 1,853 milhão de barris por dia.

Neste início de ano, a estatal destacou o menor volume de paradas programadas e o avanço das suas instalações em alto-mar, como a entrada em operação do FPSO Almirante Tamandaré, no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos.

Além disso, entrou em operação um segundo poço produtor pelo FPSO Marechal Duque de Caixas, no campo de Mero, no bloco de Libra, na Bacia de Santos.

Segundo a XP, a maior produção, aliada a preços elevados do barril do petróleo, contribui para um aumento nas receitas. O Itaú também destacou o aumento da produção e das vendas como pontos positivos no primeiro trimestre.

Diesel e gasolina têm alta nas vendas

Entre janeiro e março, a Petrobras registou alta de 2,9% no volume de vendas no mercado interno em relação ao mesmo período do ano passado. Diesel teve alta de 6,2%, assim como a gasolina, com avanço de 3,1%.

Houve ainda a conclusão das obras de modernização do Trem 1 da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), permitindo a ampliação da capacidade para 130 mil barris por dia.

Segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (lneep), contribuíram para o lucro o volume de produção total de óleo, garantida pela entrada em operação de 11 novos poços produtores no trimestre, e o crescimento nas vendas de derivados no mercado interno.

Os especialistas destacam ainda a entrada de receitas não recorrentes de cerca de R$ 2,6 bilhões, resultantes de pagamentos contingentes referentes aos blocos de Sépia e Atapu e do campo Baúna.

Ganhos extras

Os especialistas destacam ainda a entrada de receitas não recorrentes de cerca de R$ 2,16 bilhões, resultantes de pagamentos contingentes referentes aos blocos de Sépia e Atapu de acordo com as regras do leilão de cessão onerosa, em 2019. Na ocasião, a estatal já havia feito um investimento nos campos ofertados e, por isso, foram negociados volumes de petróleo excedentes ao contrato assinado.

A estatal recebeu ainda R$ 430 milhões da empresa australiana Karoon referente ao acordo de venda de sua fatia no campo de Baúna, na Bacia de Santos, que está atrelado ao preço do petróleo.

Dívida sobe

A dívida bruta da estatal chegou a US$ 64,5 bilhões, uma alta de 6,9% em relação ao fim do quarto trimestre de 2024. A alta ocorreu por conta do início da operação do FPSO Almirante Tamandaré, que é afretado, e a prorrogação do FPSO de Cidade de Angra dos Reis até 2030. Juntos, elevaram o endividamento em US$ 3 bilhões.

RODOVIÁRIO

CNN Brasil - SP   13/05/2025

O diretor de Relações Institucionais da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Valter Luís de Souza, afirmou em entrevista à CNN que, em conversas com o ministério do Meio Ambiente (MMA), viu um espaço “aberto” para reduzir o tempo de demora em processo de licenciamento ambiental para construir estradas e ferrovias.

O diretor cita uma conversa com Ana Toni, diretora-executiva da COP30 e secretária nacional de Mudança do Clima do MMA.

“Nós não podemos ter uma liberação geral pra construir estradas, tem que ter regra. Nós entendemos isso. Eu conversei agora com a secretária Ana, do MMA e ela está totalmente aberta pra que esses processos avancem para que a gente redunde num processo mais rápido para essas deliberações”, disse.

Recentemente, a CNT deu apoio ao projeto de lei nº 2.942/2019, que altera a PNMA (Política Nacional do Meio Ambiente) para permitir o uso de informações de estudos de impacto ambiental anteriores no licenciamento de novos empreendimentos localizados na mesma região.

O texto foi aprovado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) da Câmara dos Deputados e agora retorna para o Senado.

O tema do licenciamento ambiental, no entanto, é amplo e gera divergências dentro do próprio governo. Um exemplo emblemático é o da BR-319. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, envolveu-se diretamente nas discussões sobre a obra e defende a realização de uma “Avaliação Ambiental Estratégica” para levar adiante o licenciamento da rodovia.

O asfaltamento da rodovia, que liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM), é considerado uma das obras mais sensíveis do Novo PAC na Amazônia. Ambientalistas alertam que o projeto pode estimular o desmatamento ilegal na região.

A exigência de estudos mais amplos e criteriosos tende a prolongar o processo de licenciamento, o que dificulta a possibilidade de a obra ser licenciada, licitada e iniciada ainda durante o atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“A gente tem que estar consciente que construir uma estrada é totalmente diferente de fazer um desmatamento para plantar soja e fazer pasto para gado. A ferrovia tem uma faixa de domínio muito estreita e o desmatamento não é tão longo quanto fazer uma plantação de soja e milho”, disse Valter.

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