O Estado de S.Paulo - SP 11/04/2025
Um documento do Departamento de Comércio dos Estados Unidos apontou, de forma preliminar, que a CSN e a Usiminas estariam praticando preços abaixo do considerado justo segundo as regras de comércio internacional, o que caracterizaria a prática de dumping.
Procurada, a Usiminas preferiu não comentar. Já a CSN não se manifestou até o fechamento desta reportagem.
Segundo o documento do governo americano, a CSN tem vendido produtos de aço resistentes à corrosão com um preço aquém do que normalmente é aplicado na exportação, que seria 137,76% superior. Para a Usiminas, a taxa atribuída de dumping é de 31,53%, para o mesmo produto. Para outros produtores brasileiros, a taxa ficou em 118,63%.
Pessoas que acompanham o assunto na CSN e na Usiminas afirmam que as empresas se preparam para contra-argumentar nas próximas fases do processo, apresentando, entre outras coisas, divergências de metodologia em relação ao estudo feito pelo órgão americano. O Estadão/Broadcast apurou ainda que investigadores norte-americanos estiveram nas empresas na última semana para colher dados.
Diante desse estudo preliminar, os EUA podem vir a exigir, ao longo do processo, interrupções das liquidações de contratos das companhias, bem como depósitos como forma de garantia de que as empresas vão arcar com o dumping praticado.
O órgão americano tem processos sobre o mesmo tipo de material para outros nove países (Austrália, Canadá, México, Holanda, África do Sul, Taiwan, Turquia, Emirados Árabes Unidos e Vietnã). A decisão de agora, coincide com o movimento de aplicação de tarifas, por parte do presidente Donald Trump, contra importações em geral. O aço brasileiro, por exemplo, recebeu uma alíquota de 25%.
Tanto a Usiminas como a CSN já afirmaram ao mercado terem exportações limitadas aos Estados Unidos. Para a primeira, as exportações ao país norte-americano representaram menos de 2% do total nos últimos dois anos. A CSN, por sua vez, já afirmou a analistas na última teleconferência com investidores, que a empresa vende em torno de 300 mil toneladas de aço por ano para os Estados Unidos em produtos revestidos. Sendo que, em 2024, as vendas totais de aço da empresa foram de 4,551 milhões de toneladas.
Monitor Digital - RJ 11/04/2025
A União Europeia está suspendendo por um período de 90 dias a entrada em vigor de sua primeira rodada de tarifas retaliatórias já impostas pelos EUA sobre o aço e o alumínio europeus para “dar uma chance de negociar” com Washington, depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na quarta-feira uma trégua parcial com o adiamento pelo mesmo período das sobretaxas indiscriminadas de 20% sobre todas as importações estrangeiras.
“Tomamos nota do anúncio do presidente Trump. Queremos dar uma chance às negociações”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em uma breve declaração nas mídias sociais. Ela também deixou claro que, se as negociações “não forem satisfatórias”, a primeira rodada de contramedidas “será colocada em prática”.
Bruxelas, que tem competência exclusiva para a política comercial da UE, recebeu luz verde no dia anterior da UE-27 para impor tarifas de 25% sobre quase 21 bilhões de euros em compras dos EUA a partir da próxima terça-feira, por meio de um plano tarifário com sobretaxas que seriam aplicadas em três fases: abril, maio e dezembro.
O anúncio de Von der Leyen atrasa essa entrada em vigor, mas não paralisa o trabalho de preparação das contramedidas que Bruxelas está elaborando em retaliação às tarifas indiscriminadas – agora suspensas pelos EUA – ou àquelas sobre automóveis e componentes – ainda em vigor.
“O trabalho preparatório para novas contramedidas continua. Como eu disse anteriormente, todas as opções ainda estão sobre a mesa”, disse o conservador alemão, que em uma reação no início da manhã saudou a trégua parcial dos EUA como um “passo importante para a estabilização da economia global”, mas insistiu na necessidade de regras “claras e precisas” para o bom funcionamento do comércio internacional.
No entanto, um porta-voz da UE disse que, embora essa preparação esteja progredindo, o plano de apresentar na próxima semana os detalhes do segundo conjunto de tarifas em preparação foi suspenso. “O trabalho continua, mas certamente não vamos anunciar nada ou apresentar nada quando tivermos pressionado o botão de pausa”, argumentou a fonte.
O porta-voz de comércio da UE, Olof Gill, disse em uma coletiva de imprensa que esse gesto também dará aos serviços da UE “espaço” para “analisar” e calibrar a nova situação em consultas com os estados membros e a indústria antes de entrar em negociações com os EUA. “Estamos prontos para fazer acordos”, reiterou.
Ele também defendeu que os contatos em nível “político” entre Washington e Bruxelas são “constantes” e informou que o Comissário para o Comércio, Maros Sefcovic, conversou há dois dias por telefone com o Secretário de Comércio, Howard Lutnick; embora ele tenha apontado que foi uma conversa para cada um fazer um balanço de suas respectivas posições sem referência ao anúncio iminente da pausa feita por Trump.
Nesse contexto, o porta-voz de Sefcovic lembrou que Bruxelas ofereceu à Casa Branca no passado um acordo de “tarifa zero” para produtos industriais – incluindo o setor automobilístico – e acrescentou que o executivo da UE acredita que “todos os tipos de resultados mutuamente benéficos podem ser alcançados para evitar o tipo de tarifas que (a UE) considera prejudiciais e contraproducentes”.
Após participação na Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), em Tegucigalpa, capital de Honduras, o presidente Lula voltou a se dizer preocupado com as decisões unilaterais dos EUA de aplicar tarifas em produtos de todos os parceiros comerciais do planeta e apontou riscos de um “efeito devastador” na economia mundial.
“Nós não sabemos qual vai ser o efeito devastador disso na economia. É preciso saber quanto vai custar isso do ponto de vista do preço dos produtos, da relação multilateral”, criticou.
O presidente observou a nova decisão do presidente dos EUA, que aumentou ainda mais as tarifas contra a China, ao mesmo tempo em que reduziu as cobranças adicionais para outros 75 países. Para Lula, o método sinaliza a intenção de um confronto direto com os asiáticos e põe em xeque a sustentabilidade do multilateralismo e equilíbrio entre os países
“Me parece que tá ficando cada vez mais visível que é uma briga pessoal de Trump com a China. Ora, querer fazer negociação individual é colocar fim no multilateralismo. E o multilateralismo é muito importante para a tranquilidade econômica que o mundo precisa. Não é aceitável a hegemonia deum país, nem militar, nem cultural, nem industrial, nem tecnológica e nem econômica sobre os outros”, apontou.
O Estado de S.Paulo - SP 11/04/2025
"Um otimista é apenas um pessimista mal informado." A autoria da frase é incerta, mas ela descreve bem o ciclo de entusiasmo e frustração que tantas vezes marcou a história econômica brasileira. Diante da recente decisão dos Estados Unidos de elevar tarifas de importação, esse alerta volta a soar atual. Embora alguns enxerguem oportunidades nesse novo contexto internacional, minha avaliação é que os riscos para o Brasil superam, e muito, os possíveis ganhos.
Efeitos adversos do novo cenário global
O aumento das tarifas americanas deve resultar em desaceleração do comércio internacional e da economia global. Esse movimento tende a reduzir a demanda por commodities, principal componente das exportações brasileiras. Ao mesmo tempo, a possível desorganização das cadeias globais de produção pode elevar os preços de bens industriais, componente relevante das importações brasileiras.
Esse duplo choque piora os termos de troca, ou seja, na relação entre os preços de exportação e de importação. A literatura econômica -- inclusive um estudo que publiquei com a professora Eliana Cardoso em livro organizado pela OCDE[1] -- mostra que essa variável tem alta correlação com o crescimento econômico brasileiro. Quando os termos de troca se deterioram, a atividade tende a desacelerar.
Além disso, esse novo cenário gera uma pressão inflacionária no curto prazo. Quando os preços mudam de forma brusca, os bancos centrais precisam agir rápido para evitar que as expectativas de inflação saiam do controle. O caminho natural, nesse caso, é subir os juros. Isso vale para o mundo todo -- e o Brasil, que já tem uma curva de juros elevada, pode enfrentar ainda mais pressão.
Um terceiro ponto importante: em momentos de incerteza global, os investidores procuram segurança. Eles correm para ativos considerados mais seguros, como os títulos do governo americano. O Brasil, infelizmente, não é visto como porto seguro -- o que pode resultar em maior pressão sobre a curva de juros, câmbio e preços de ativos.
A possibilidade de aumento da demanda chinesa por produtos de exportação brasileiros, mencionada pelos otimistas como contrapartida positiva, pode de fato ocorrer -- mas viria acompanhada de mais pressão inflacionária sobre alimentos no mercado doméstico, que já apresentam alta relevante.
Mas as exportações que antes iam para o mercado americano não podem agora ser direcionadas para o Brasil? De fato, podem, porém, conforme informou a ANFAVEA recentemente, o redirecionamento de carros em estoque de montadoras chinesas no México para o Brasil provavelmente seria acompanhado da paralisação, e mesmo da reversão, dos planos de expansão das fábricas no Brasil. Ou seja, os efeitos desse redirecionamento não parecem ser um ganho necessariamente.
O que o Brasil deveria fazer -- e por que provavelmente não fará
O cenário descrito representa um relevante choque negativo de oferta, e caso se confirme a previsão dos otimistas, um choque positivo de demanda. No momento atual da economia brasileira convivemos com um excesso de demanda já evidente, que se reflete em pressão inflacionária crescente, expectativas desancoradas, juros elevados e risco fiscal, o que torna o ambiente mais sensível à esse choque externo.
Em um cenário como esse, o Brasil precisaria adotar medidas claras de mitigação. O primeiro passo seria reduzir tarifas e tributos sobre a produção, como o IOF sobre crédito das firmas, e o IPI e o II de bens de capital e outros insumos, diminuindo os impactos negativos da oferta e reforçando a competitividade da economia. No entanto, a tendência recente tem sido de aumento de tarifas.
Da mesma forma, seria fundamental conter estímulos adicionais à demanda. Em um contexto de oferta restrita, políticas que ampliam o consumo -- como liberações de FGTS, expansão de crédito direcionado ou subsídios -- tendem a intensificar desequilíbrios e pressionar ainda mais a inflação.
A boa notícia, por ora, vem da política monetária. Apesar das pressões por afrouxamento, o Banco Central tem sinalizado uma postura firme, o que é crucial diante da combinação perversa de choques negativos de oferta com excesso de demanda já presente na economia. Manter esse compromisso será crucial para evitar uma deterioração ainda maior das expectativas. Assumir uma postura frouxa na condução da política monetária nesse momento me pareceria contraproducente.
Em suma, o cenário global se tornou mais desafiador. E, se quisermos evitar que o pessimismo informado se torne realidade, será preciso muito mais do que otimismo: será necessário foco, responsabilidade e disciplina na condução da política econômica brasileira.
CNN Brasil - SP 11/04/2025
Os ex-secretários de Comércio Exterior do governo brasileiro, Lucas Ferraz (2019 a 2022) e Welber Barral (2007 a 2011), disseram em entrevistas à CNN que o recuo do presidente norte-americano, Donald Trump, sobre tarifas piora o cenário para o Brasil na economia global.
Trump anunciou na quarta-feira (9) uma reviravolta em sua política comercial, limitando as tarifas recíprocas a 10% por um prazo de 90 dias. A decisão, no entanto, não se aplica à China, que enfrentará tarifas elevadas a 125%.
Havia a percepção entre os analistas de que o Brasil estava “comparativamente” melhor posicionado que os demais países no anúncio inicial de tarifas recíprocas de Trump — visto que recebeu taxa de 10%, enquanto outros mercados ficaram com alíquotas maiores.
Quase 60 países haviam recebido taxas superiores a 10% e havia expectativa de que o Brasil poderia ganhar espaço a partir deste cenário. A avaliação agora é de que, ao menos por 90 dias, com todas as tarifas, exceto as da China, no mesmo patamar, a vantagem vai por água abaixo.
“Não tenha dúvidas de que piora para o Brasil. A gente vinha dizendo que o cenário não era tão ruim pela questão comparativa. O fato é de que, com esta limitação a 10%, esta vantagem acabou”, disse Lucas Ferraz à CNN.
Segundo Ferraz, havia expectativa anteriormente de que o Brasil pudesse avançar, por exemplo, na indústria de vestuário — com o Vietnã taxado em 46% —, de couros, eletroeletrônicos, madeira, máquinas e equipamentos, automóveis, entre outros. O dado consta em estudo do Centro de Negócios Globais da FGV.
Barral pondera que a possibilidade de o Brasil se beneficiar do cenário anterior era “apenas” uma expectativa. Para o ex-secretário, no entanto, cresce agora o risco de os EUA negociarem com demais países e tirarem espaço do Brasil na pauta comercial destes.
“O grande risco que existe agora é os Estados Unidos negociarem com mercados que são importantes para o Brasil e conseguirem mais espaço para suas mercadorias; espaço para produtos agrícolas, na Europa, por exemplo”, disse Barral à CNN.
A percepção de analistas, no entanto, é de que o recuo de Trump é positivo para o cenário do comércio global. “Não deixa de ser um fio de esperança de que a guerra comercial vai arrefecer”, completa Ferraz.
CNN Brasil - SP 11/04/2025
As empresas chinesas são reconhecidas como as mais agressivas do mundo, segundo o professor da New York University Shanghai e da Fundação Dom Cabral (FDC), Rodrigo Zeidan.
Em entrevista ao jornal WW, da CNN Brasil, Zeidan destaca a capacidade dessas companhias de acessar novos mercados, seja por meio de apoio governamental ou por iniciativas próprias.
O economista afirma que as empresas chinesas não enfrentarão dificuldades significativas para expandir sua presença global. “As empresas chinesas, o que as pessoas não sabem, são as mais agressivas do mundo. Elas estavam destruindo o setor automobilístico europeu até os europeus colocarem tarifas contra as empresas chinesas”, explicou.
A agressividade do capitalismo chinês é evidenciada pela capacidade de adaptação e competição das empresas do país. Zeidan menciona o setor automobilístico como exemplo. “Se for o caso, elas vão fazer algumas fábricas na Europa e vão destruir o setor automobilístico europeu”, afirmou.
O professor ressalta que essa mentalidade competitiva tem raízes históricas. “Quando Deng Xiaoping [líder comunista chinês], na década de 1980, falou que ficar rico era glorioso, os capitalistas chineses ouviram aquilo e se tornaram os mais agressivos do mundo”, disse.
Práticas de negociação e sobrevivência no mercado
Zeidan destaca que as negociações com empresas chinesas são conhecidas por sua intensidade. “Todo mundo que negocia com empresas chinesas sabe que dificilmente vai ter uma negociação mais forte do que com uma empresa chinesa”, observou.
O especialista também aponta para a dinâmica competitiva interna da China. “Quando alguém vai fazer um pedido na China, ela vai cotar dois, três, quatro produtores e um vai tentar colocar o preço menor do que o outro. Isso vale para empresa privada, vale para empresa pública”, ressaltou.
Para Zeidan, o governo chinês pode tentar abrir caminhos para as empresas, mas onde não conseguir, as próprias companhias buscarão suas oportunidades.
“E se a empresa quebrar, aqui na China ninguém liga. Não existe essa história de empresário quebrar e ficar indo para o Estado pedir ajuda”, finalizou o professor, ilustrando a natureza implacável do mercado chinês.
CNN Brasil - SP 11/04/2025
Uma suspensão de tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez os mercados globais subirem na quarta-feira (9), com a Casa Branca dizendo que tem estado em contato com dezenas de países sobre acordos para pausar as tarifas de importação, agendando chamadas e reuniões nas próximas semanas.
Mas a ausência de um país foi notada: a China.
Enquanto o resto do mundo recebia uma trégua de 90 dias, Trump aumentou as tarifas sobre a China, dizendo que os EUA agora cobrarão um adicional de 145% em todos os produtos chineses que chegam em seu território.
Em resposta, Pequim se moveu para atingir uma indústria norte-americana estratégica limitando a exportação de filmes americanos, depois de já ter aumentado suas próprias tarifas sobre os EUA para 84%.
Uma guerra comercial sem precedentes entre as duas superpotências econômicas do mundo está rapidamente tomando forma, com ambos os países esperando que o outro pisque.
Dois altos funcionários da Casa Branca disseram à CNN que os EUA não vão entrar em contato com a China primeiro. Trump disse para sua equipe que a China deve ser o primeiro a fazer o movimento, como a Casa Branca acredita que é Pequim que escolheu retaliar e aumentar ainda mais a guerra comercial.
Essa posição foi transmitida a Pequim por cerca de dois meses, com a equipe de Trump dizendo claramente às autoridades chinesas que o presidente Xi Jinping deve solicitar uma ligação com Trump.
Porém, o governo chinês se recusou repetidamente a organizar uma chamada telefônica, de acordo com três fontes familiarizadas com as comunicações oficiais.
Um obstáculo, acredita a equipe de Trump, é o desejo de Xi de não ser visto como fraco fazendo o primeiro movimento e se aproximando dos EUA para as negociações.
Trump, que prevê um acordo com a China que aumente as exportações dos EUA, reprima as exportações de fentanil e reestruture o TikTok para os usuários dos EUA, sugeriu que Pequim mudaria de ideia.
“A China quer fazer um acordo. Eles simplesmente não sabem como fazer isso”, disse Trump na quarta durante um evento na Casa Branca. “Você sabe, é uma daquelas coisas que eles não sabem muito – eles são pessoas orgulhosas.”
À procura do canal mais adequado
Mas há meses, os líderes dos EUA e da China têm conversado um com o outro, permitindo que as relações se deteriorem à medida que as ofertas de cada país ficam sem resposta.
Nos bastidores, os canais oficiais no nível de trabalho estão ativos, mas o diálogo de alto nível não está acontecendo. Enquanto isso, canais não oficiais têm se mostrado improdutivos, de acordo com três fontes informadas sobre a situação.
A dependência da China em protocolos rígidos e o desejo de preparar Xi para qualquer chamada dessa magnitude está fundamentalmente em desacordo com a maneira como Trump faz negócios, dizem alguns funcionários atuais e antigos, que eles apontam como o principal problema na tentativa de iniciar negociações produtivas.
A China tem tentado estabelecer um canal de apoio, como fez com o conselheiro de segurança nacional do presidente Joe Biden, Jake Sullivan, mas até agora esse esforço não teve sucesso.
A objeção dos EUA, de acordo com funcionários: o governo Trump tem recusado a interlocução do ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, sugerindo que Wang não é próximo o suficiente do círculo íntimo de Xi e não pode ser confiável.
Autoridades chinesas foram apresentadas com os nomes específicos de pessoas que a Casa Branca de Trump gostaria de envolver, mas a China não vai ceder, dizem fontes.
Além de inflamar as tensões, a leitura chinesa de uma chamada entre Wang e o secretário de Estado Marco Rubio no início deste ano pareceu deturpar o conteúdo da chamada, disse Rubio mais tarde.
“Isso não aconteceu, pelo menos não na chamada, ou pelo menos o intérprete deles não quis interpretar dessa forma,” disse Rubio sobre a afirmação chinesa de que foi avisado para não se exceder.
Embora algumas comunicações entre as partes tenham sido intermediadas pelo embaixador da China nos EUA, a carência de um canal de nível principal tem sido problemática na organização de uma chamada que o governo Trump diz ser necessária.
Dois altos funcionários da Casa Branca disseram à CNN Internacional que Trump ficaria feliz em começar a comunicação abaixo do nível de liderança se isso trouxesse resultados.
Apesar de oficiais da gestão dizerem publicamente que Trump vai ditar seu compromisso com Xi — o diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hassett, disse na CNBC quinta-feira (10) que Trump “decidirá” quando as conversas começarão — está claro que a bola está no campo da China por enquanto.
Pelo menos é assim que os funcionários de Trump vêem isso. Mas essa não é a visão em Pequim.
“A porta para as negociações está aberta, mas o diálogo deve ser conduzido com base no respeito mútuo e na igualdade”, disse uma porta-voz do Ministério do Comércio chinês nesta quinta.
“Se os EUA escolherem o confronto, a China responderá da mesma forma. A pressão, as ameaças e a chantagem não são as formas certas de lidar com a China.”
Em meio ao impasse, a Casa Branca tem procurado priorizar acordos comerciais com o Japão, a Coreia do Sul e o Vietnã para pressionar Pequim, disse um alto funcionário da Casa Branca.
Funcionários atuais e antigos dos EUA não estão descartando a possibilidade de colocar em prática um canal de preparação inesperado para uma possível ligação Xi-Trump, mas ex-funcionários dizem que a chave é garantir que os chineses não estejam enviando Xi para uma emboscada – especialmente depois do episódio da visita do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, quando foi recebido no Salão Oval.
“Os chineses, em qualquer caso, estão relutantes em colocar seu líder na posição em que Zelensky se encontrou”, disse Danny Russel, ex-secretário de Estado para a Ásia Oriental e atualmente vice-presidente do Instituto de Políticas da Sociedade Asiática.
“Eles querem garantir que parte do trabalho de base seja feito para uma reunião, e que haja algumas regras básicas estabelecidas.”
“Destruição mútua assegurada”
As autoridades chinesas têm procurado caminhos para chegar diretamente a Trump, muitas vezes através de líderes empresariais próximos a ele.
Quando Xi enviou o vice-presidente Han Zheng a Washington como o enviado chinês de mais alto escalão para assistir a uma tomada de posse presidencial, Han também teve uma reunião com Elon Musk.
O bilionário CEO da Tesla tem negócios na China e também exerceu enorme influência nos primeiros dias do governo Trump.
Autoridades chinesas esperavam estabelecer linhas de comunicação mais diretas com a nova administração Trump, usando Musk como intermediário, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto. Mas até agora, essas tentativas não foram frutíferas.
A China já pensou em fechar as operações de empresas norte-americanas de primeira linha na China, como Apple, Tesla, Caterpillar e Starbucks.
Em última análise, de acordo com duas fontes informadas sobre as discussões, Pequim desistiu dessa ideia – preocupado que os consumidores chineses se revoltariam, e o Partido Comunista Chinês poderia perder o potencial diálogo com executivos, que poderia ser lucrativo.
Mas o partido chinês ainda está ponderando opções estratégicas para atacar Washington além de simplesmente aumentar os direitos de importação.
A China provavelmente começará a comprar soja e produtos agrícolas do Brasil, em vez de comprar no coração dos EUA, como fez durante a guerra comercial de primeiro mandato de Trump.
“Olhe para onde eles estão colocando empresas americanas na lista negra, atingindo agricultores americanos, nos cortando de minerais críticos — esse é um conjunto de ferramentas que eles são muito confortáveis de empunhar”, disse Melanie Hart, diretora sênior do Global China Hub do Conselho Atlântico.
“Eles experimentaram com ele em muitos outros países. Eles têm vindo a desenvolvê-lo há anos. Eles têm um bunker que estão construindo para este momento.”
Questionado sobre qual o limiar de qualquer país que está disposto a suportar, fontes em contato com ambos os governos não responderam.
Mas uma coisa é clara: o quão longe um ou outro país avança na alavancagem de armas não tarifárias para lutar contra poderia determinar o quão perigoso o conflito econômico poderia se tornar.
Pequim proibiu a exportação de um punhado de minerais de terras raras necessárias para fabricar certos bens. Mover-se para proibir a exportação de todos os minerais de terras raras ou vender a montanha de títulos do Tesouro dos EUA que acumulou seria visto como levar o conflito ao próximo nível.
“Se a China se mover para acelerar totalmente a economia dos EUA, todos os grilhões estão fora”, disse um ex-funcionário dos EUA informado sobre o estado do jogo. “Uma guerra comercial dessa magnitude é um ato de guerra.”
Qual país tem mais influência em tal conflito depende de quem você pergunta. Peter Navarro, o super-falcão de Trump, sugeriu que Pequim não pode se dar ao luxo de escalar para esse nível. Outros sugerem que essa é uma representação ingênua de um líder autoritário com todo o poder de uma economia subsidiada pelo governo.
“Isso é absolutamente incorreto,” uma fonte em contato com ambos os governos sugeriu a crença de Navarro. “Esta será uma destruição mutuamente garantida.”
Alguns especialistas sugerem que é Xi quem tem a mão superior, tendo reforçado sua posição política em casa e ganhando mais espaço de manobra antes de enfrentar Trump.
“Xi Jinping está em uma posição política muito mais forte como resultado dos ataques percebidos pela administração Trump, e ele está em uma posição melhor para convencer o povo chinês a absorver qualquer dor econômica que as tarifas possam causar”, disse Russel.
Matt Pottinger, que serviu como conselheiro de segurança nacional adjunto de Trump, e Liza Tobin, que serviu como seu diretor da China no Conselho de Segurança Nacional, descreveu a divisão na Free Press como uma “separação desordenada” e um “concurso de soma zero” cujo estabelecimento trará consequências para o resto do mundo. Os superpoderes, disseram eles, são igualados – mas têm objetivos diferentes.
“Enquanto Trump tomou a liderança na guerra comercial, Xi está ganhando terreno em áreas que podem ser ainda mais consequentes: inteligência artificial, fabricação avançada e o poder militar necessário para capturar a peça mais importante de imóveis no mundo – Taiwan.”
Tarifas de Trump não vão recuperar economia dos EUA, diz ex-sec de comércio | Fechamento de Mercado
Heranças do primeiro mandato de Trump
Durante o tempo em que Trump saiu do cargo após sua perda em 2020, ele frequentemente meditou sobre as deficiências dos acordos comerciais que assinou com a China durante seu primeiro mandato.
Embora ele tenha desfrutado de um relacionamento caloroso com Xi, incluindo uma visita a Mar-a-Lago e uma visita estrondosa de Trump a Pequim em 2017, sua parceria se deteriorou nos últimos anos de seu primeiro mandato.
Trump lamentou o que ele disse foram autoridades fracas que permitiram que a China renegar alguns dos acordos que fez para comprar grandes quantidades de produtos americanos, incluindo produtos agrícolas. A China citou a pandemia de Covid como a razão pela qual não cumpriu os termos do acordo.
De volta ao cargo, Trump discutiu um acordo mais amplo com a China que se estenderia além do comércio para outras áreas de cooperação potencial, como novos investimentos e compromissos da China para comprar mais produtos americanos.
Complicando esse esforço é o fato de que um acordo comercial de primeiro termo destinado a vender mais para a China produziu pouco resultado, e a equipe de segurança nacional de Trump anteriormente expressou reservas sobre deixar Pequim investir mais nos EUA.
Trump também entrou no cargo prometendo reprimir o tráfico de fentanil vindo da China para os EUA. Em seus primeiros dias no cargo, Trump impôs uma tarifa de 10% à China – junto com tarifas ameaçadas e sobre o Canadá e o México – citando o papel dos fornecedores chineses no comércio de fentanil.
Logo após uma conversa entre Trump e Xi em meados de janeiro, o PCC apresentou uma proposta relacionada ao controle da produção de fentanil à embaixada dos EUA em Pequim. A embaixada não respondeu à proposta, que ridicularizou em privado. Pequim estava furioso, de acordo com a fonte que conhece os dois governos.
Na semana passada, Pequim apresentou uma oferta mais substancial, depois de a administração os ter pressionado a fazê-lo.
Mas resta ver se Trump consideraria seriamente essa proposta – e qualquer movimento em direção a um acordo TikTok – como uma maneira de derrubar tarifas que subiram exponencialmente e dividiram as economias dos dois países.
“Será que o instinto negociador de Trump pode se reafirmar e superar seu instinto de desacoplamento?” perguntaram Pottinger e Tobin. “Mas um ‘grande negócio’ abrangente que deixa de lado a rivalidade entre os EUA e a China nunca foi tão distante.”
Infomoney - SP 11/04/2025
A projeção no início do ano para o petróleo Brent é que ele se manteria na faixa média de US$ 75. Isso se verificou nos três primeiros meses do ano. Mas, agora, em abril, após o anúncio das novas tarifas de importação pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (ainda que parcialmente revertidas na véspera), o cenário mudou.
“Com esse anúncio das tarifas por parte do Trump a gente viu o preço do Brent oscilar e cair, chegando a US$ 60 o barril na manhã de ontem (9), atingindo a mínima em poucos dias”, relatou Tiago Sbardelotto, economista da XP, que participou nesta quinta (10) do programa Morning Call da XP.
Dependência
“A economia brasileira tem certa dependência de petróleo. O petróleo é importante tanto para receitas fiscais públicas quanto para a balança comercial”, disse. Segundo cálculos da XP, se o Brent se manter perto dos US$ 60, o efeito será forte na economia, conforme também destacou em relatório.
De acordo com o economista, os efeitos recairiam sobre as receitas fiscais, na arrecadação do governo, nos dividendos da Petrobras (PETR3;PETR4) e na receita tributária.
“Somando tudo isso a gente teria uma perda de receita do governo de R$ 32 bilhões. Somente a União, o impacto seria de R$ 20 bilhões”, afirmou.
“Isso, obviamente, representa um risco à meta de resultado primário do governo federal desse ano. O governo, para compensar essa perda, na nossa conta, teria que fazer um contingenciamento de US$ 25 bilhões, que é muito forte”, complementou.
Balança comercial
O impacto seria também sentido na balança comercial porque o Brasil exporta petróleo e importa alguns derivados de petróleo. “Isso representaria US$ 9 bilhões a menos de exportação e US$ 3,5 bilhões a menos de importação. Então, o impacto seria de US$ 5,5 bi na nossa balança comercial”, comentou.
Por outro lado, Sbardelotto disse que teria efeito também sob inflação caso a Petrobras quisesse seguir a paridade. “Isso poderia ter um impacto de 0,22 ponto percentual na inflação medida pelo IPCA”, afirmou.
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Uma das formas mais eficientes de se proteger é reduzir o tamanho das posições, minimizando o impacto financeiro das oscilações
“O mundo está em compasso de espera das próximas decisões relacionadas às tarifas. Se de fato tenha um recuo dos Estados Unidos, muito provavelmente o petróleo deve recuperar uma parte do valor, ainda que persista um efeito sobre a China”, relatou.
Para ele, a China tem um efeito muito importante no preço do petróleo, o que mantém pressão sobre o produto. “E ainda tem a perspectiva maior de inflação nos Estados Unidos, com desaceleração da economia, que traria impacto à commodity”, ressaltou.
Globo Online - RJ 11/04/2025
Com Donald Trump na Casa Branca, são vãs as tentativas de prever qualquer coisa. É uma incógnita se o pior da guerra comercial deflagrada por ele já passou. Uma semana depois de anunciar o maior choque tarifário na História dos Estados Unidos, Trump se viu forçado a dar meia-volta. Na quarta-feira, suspendeu por 90 dias as tarifas mais altas, mantendo a cobrança mínima de 10% de todos os países, com exceção da China, cuja taxa foi alçada a 145%. A Casa Branca fez grande esforço para vender uma versão segundo a qual tudo corria como previsto, pois o plano era forçar os países a negociar cortes nas próprias tarifas cobradas de produtos americanos. Pura lorota. A convulsão financeira chegou a ponto de lançar os mercados num precipício insondável.
Enquanto perdas trilionárias ficaram restritas às Bolsas de Valores, Trump dobrava a aposta no tarifaço. Mas a manhã de quarta-feira trouxe um temor inédito: o mercado de títulos da dívida do governo americano começou a emitir sinais preocupantes de estresse. Nas crises financeiras do passado, quando os investidores batiam em retirada da Bolsa, acorriam em massa aos bônus emitidos pelo Tesouro americano, considerados porto seguro para o capital, tamanha a confiança planetária no dólar e na solidez da economia americana. Desta vez, foi diferente. Houve venda em massa desses papéis, sinal provável de que Trump despertara a desconfiança em seu próprio país. Se o pânico chegasse ao extremo de ameaçar a supremacia do dólar, a estabilidade de todo o sistema financeiro global estaria em perigo. Diante de tal risco, o recuo foi sensato.
O mundo respirou, mas seria ingênuo falar em tranquilidade. Trump deflagrou de forma atabalhoada, sem plano aparente, a maior disputa comercial em cem anos, pondo em risco a saúde financeira dos Estados Unidos e do planeta. Como ele ainda tem mais quatro anos de mandato, qualquer vislumbre de estabilidade pode se revelar fugaz.
Por ora, durante três meses, quase todos os países pagarão 10% em tarifas extras, com exceção dos que vendem chips, cobre, produtos farmacêuticos, energia, ouro, madeira e minerais não encontrados nos Estados Unidos. Fabricantes de carros e autopeças, aço e alumínio continuarão pagando 25%. Produtos mexicanos e canadenses fora do tratado de livre-comércio da América do Norte também estarão sujeitos aos 25%. Em resposta, a União Europeia anunciou suspensão de tarifas retaliatórias até julho. O que acontecerá ao fim dos 90 dias? Ninguém sabe.
A China, principal alvo da guerra comercial, não foi beneficiada pelo recuo. Pelo contrário. Como num jogo de tênis, americanos e chineses têm se retaliado mutuamente desde fevereiro. De lá para cá, a tarifa cobrada pelos americanos subiu para 125% e a cobrada pelos chineses para 84%. Quando as duas maiores potências econômicas estão em guerra comercial, uma recessão mundial parece inevitável.
Ainda que o quadro melhore, parte do estrago demorará a se dissipar. Investimentos e contratos comerciais são firmados quando há confiança e previsibilidade. Trump destruiu ambas — e haverá um preço a pagar. Num cenário otimista, ele aprenderá que a disputa é prejudicial aos Estados Unidos, negociará acordos com os principais parceiros, inclusive a China, posará de vitorioso e — o mais importante — não voltará atrás. O mundo todo deve torcer para tal cenário se tornar realidade.
IstoÉ Dinheiro - SP 11/04/2025
Operadores apostavam nesta quinta-feira, 10, que o Federal Reserve retomará o corte das taxas de juros nos Estados Unidos em junho e, provavelmente, reduzirá em um ponto percentual sua taxa de juros até o final do ano.
As projeções foram impactadas por dados que mostraram que a inflação norte-americana no mês passado foi mais branda do que os economistas esperavam.
Até a divulgação dos novos dados, os investidores esperavam que o Fed cortasse as taxas de juros em 75 pontos-base ao longo do ano.
Inflação nos EUA
A queda dos preços em março não era esperada. Mas os riscos de inflação seguem inclinados para cima depois que o presidente Donald Trump dobrou as tarifas sobre produtos chineses importados, mesmo reduzindo as taxas de outros países.
O índice de preços ao consumidor caiu 0,1% no mês passado, depois de ter subido 0,2% em fevereiro, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira.
O declínio provavelmente refletiu os custos mais baixos de energia e o esgotamento dos efeitos dos aumentos de preços do início do ano.
Nos 12 meses até março, o índice avançou 2,4%, de 2,8% em fevereiro. Economistas consultados pela Reuters previam altas mensal de 0,1% e anual de 2,6%.
Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, os preços ao consumidor aumentaram 0,1% em março, de 0,2% em fevereiro. O chamado núcleo da inflação subiu 2,8% em março na base anual, de uma taxa de 3,1% em fevereiro.
Os dados de março provavelmente capturaram apenas uma fração da primeira onda de tarifas de importação de Trump, incluindo uma tarifa de 20% sobre os produtos chineses e taxas sobre o aço e o alumínio.
O recuo nas tarifas de Trump
Na quarta-feira, Trump disse que havia pausado as tarifas direcionadas aos parceiros comerciais por 90 dias, menos de 24 horas depois que as novas taxas entraram em vigor e mergulharam os mercados financeiros em uma turbulência.
Mas Trump aumentou as tarifas sobre as mercadorias chinesas de 104% para 125%, depois que Pequim respondeu com uma tarifa de 84% sobre os produtos norte-americanos.
Uma tarifa geral de 10% sobre quase todas as importações dos EUA continua em vigor. As tarifas de Trump, que ele vê como uma ferramenta para aumentar a receita para compensar seus cortes de impostos prometidos e para reavivar uma base industrial dos EUA em declínio há muito tempo, aumentaram as chances de uma recessão nos próximos 12 meses.
IstoÉ Dinheiro - SP 11/04/2025
A inflação dos Estados Unidos foi de 2,4% em termos anuais em março, uma queda maior do que a esperada pelos analistas, sobretudo devido à redução nos preços do petróleo, informou o Departamento de Trabalho nesta quinta-feira (10).
Em fevereiro, o índice de preços ao consumidor (IPC) foi de 2,8%.
Os dados foram divulgados em meio à guerra tarifária desencadeada pelo presidente Donald Trump, que provocou alarme nos mercados, embora na quarta-feira o republicano tenha mudado abruptamente de rumo em relação a todos os países, exceto a China, e determinado uma pausa na aplicação de impostos por 90 dias.
O índice divulgado nesta quinta-feira, portanto, corresponde aos dias anteriores aos movimentos dramáticos do mercado que acompanharam estas tarifas.
Na comparação mês a mês, a inflação diminuiu 0,1% em fevereiro, auxiliada pela redução de 6,3% nos preços do petróleo, que contribuiu para uma contração de 2,4% no índice de energia. O número correspondente ao dos alimentos teve um aumento de 0,4% em março.
– “Boa notícia para o Fed” –
Estes dados provavelmente serão bem recebidos pelo governo de Trump, pressionado para explicar como os consumidores poderiam se beneficiar de seus planos tarifários, que muitos economistas e funcionários do Federal Reserve (Fed, banco central) estimam que pressionarão a inflação e levarão a uma desaceleração do crescimento.
No entanto, como os número mostram apenas o período anterior à imposição de tarifas, não refletem os efeitos imediatos ou a longo prazo destas taxas.
Desde quarta-feira, as tarifas permanecem em uma base de 10% para todos os países, com exceção da China, sobre a qual ultrapassa os 100%. Também há taxações adicionais sobre produtos específicos.
“Que diferença faz 24 horas. Não apenas a ameaça imediata das tarifas foi postergada por três meses, mas a ameaça iminente da inflação foi evitada por enquanto”, escreveu Chris Zaccarelli, diretor de investimentos da Northlight Asset Management, em uma nota aos clientes.
Ele acrescentou que os dados são “uma boa notícia para o Federal Reserve, que preferiria cortar as taxas de juros se houvesse danos significativos à economia devido ao aumento das tarifas, mas que, de outra forma, relutaria em cortar as taxas (de juros) diante de uma ameaça inflacionária”.
A inflação subjacente, que exclui os preços voláteis como alimentos e energia, avançou mais 0,1% em março em relação ao mês anterior, e 2,8% em 12 meses.
Esta foi “a menor alta anual desde março de 2021”, destacou o Departamento de Trabalho. Também esteve abaixo das estimativas prévias dos economistas consultados pelo Dow Jones Newswires e o The Wall Street Journal.
O Fed tenta combater uma inflação que permanece acima de sua meta anual de 2%, de acordo com seu indicador preferido sobre o aumento de preços, o PCE.
Simultaneamente, o índice de desemprego continua perto de mínimos históricos, deixando o banco central americano sem urgência em reduzir as taxas de juros até que as pressões sobre os preços se moderem ainda mais. Isso a menos que as tarifas de Trump causem uma forte contração no crescimento, o que provavelmente afetaria o emprego.
Atualmente, os mercados financeiros consideram que há cerca de 80% de chance de o Fed não tomar nenhuma medida em sua próxima reunião sobre a taxa de juros em maio, segundo dados da empresa especializada CME Group.
Valor - SP 11/04/2025
Contratos para setembro, os mais negociados, fecharam a US$ 96,19 por tonelada
Os futuros do minério de ferro subiram na Bolsa de Dalian nesta quinta-feira (10), reagindo à suspensão pelos Estados Unidos de tarifas de importação a dezenas de países.
Analistas da GF Futures ponderaram que os preços ainda são amplamente movidos pelas incertezas macroeconômicas. No curto prazo, os preços permanecerão voláteis em meio a tensões geopolíticas e disputas comerciais, acrescentaram.
Se as exportações forem prejudicadas pelas tarifas mais altas dos EUA, os altos estoques de minério de ferro podem pressionar os preços para baixo, comentaram os analistas.
Os contratos para setembro, os mais negociados, fecharam em alta de 3,06%, a 707 yuan (US$ 96,19) a tonelada.
Valor Investe - SP 11/04/2025
Valorização do minério de ferro no pregão impulsiona papel, diz analista
As ações da Vale (VALE3) subiram no pregão desta quinta-feira (10), sendo um dos poucos papéis que integram o principal índice da bolsa no cenário positivo. No fechamento, os ativos avançavam 1,79%, negociados a R$ 52,78.
O desempenho da mineradora ajuda o Ibovespa a não afundar ainda mais, já que as ações da Vale têm um importante peso no índice.
Na avaliação de João Abdouni, analista da Levante Inside Corp, a cotação ainda reflete o cenário desta manhã com a valorização do minério de ferro durante a madrugada, com os contratos futuros registrando alta após declarações da liderança chinesa sinalizando a possibilidade de novos estímulos para fortalecer a economia do país.
"Essa perspectiva reduziu um pouco a aversão por ativos ligados à China. Com isso, o minério de ferro é negociado em alta, em torno de US$ 99 por tonelada, aproximando-se novamente da marca simbólica dos US$ 100", explica Abdouni.
Além disso, diz ele, o mercado trabalha com a expectativa de um pagamento de proventos equivalente a aproximadamente 9% em relação à cotação atual, o que adiciona um fator de suporte aos preços das ações do setor.
Os contratos do minério de ferro para setembro, os mais negociados da Bolsa de Dalian, fecharam nesta quinta em alta de 3,06%, a 707 yuan (US$ 96,19) a tonelada.
Hoje também houve mudança na recomendação do Bank of America (BofA) sobre os recibos de ação (ADRs) negociados na Bolsa de Nova York (Nyse), saindo de neutra para compra, com preço-alvo elevado de US$ 11 para US$ 11,50.
A informação é do site Benzinga, que faz levantamento e acompanha mudanças de recomendações e preços-alvos de ações ao redor do mundo. Eles destacam que essa é a primeira elevação de recomendação para Vale no ano em seus sistemas.
Com informações do Valor PRO, serviço de notícia em tempo real do Valor Econômico.
Exame - SP 11/04/2025
"A inovação é uma alavanca estratégica para construirmos uma mineração cada vez mais segura e sustentável", afirma o vice-presidente Técnico da Vale, Rafael Bittar. Com essa visão, a mineradora lança a segunda edição do Programa Desenvolver, que abre espaço para que estudantes de todo o país proponham soluções para desafios reais da indústria mineral.
Voltado a universitários de graduação, pós-graduação, mestrado, doutorado ou especialização, o programa está com inscrições gratuitas, e premiará os melhores trabalhos com até R$ 5 mil.
Ao todo, os desafios estão organizados em cinco grandes temas: recurso mineral, reserva mineral, perfuração e desmonte, geofísica aplicada à mineração e geotecnia de mina. Os participantes terão até o final de julho para enviar os projetos, e os resultados serão divulgados em agosto.
Segundo Victor Miguel Silva, gerente técnico de Geociências da Vale e líder do Programa Desenvolver, "o intercâmbio entre academia e empresa tem grande potencial de contribuir para o avanço da indústria". Ele destaca ainda que o programa atrai talentos e permite acompanhar tendências em inovação tecnológica na mineração.
Além dos prêmios em dinheiro, os finalistas terão uma experiência completa: visitas técnicas às operações da Vale em Minas Gerais, capacitação teórica e prática, acesso a softwares especializados e sessões com fornecedores parceiros para apoio no desenvolvimento dos projetos.
Em 2024, o programa já contou com mais de 300 inscritos, e algumas das ideias desenvolvidas na primeira edição foram incorporadas pela empresa, gerando melhorias operacionais, mas a solução escolhida pela Vale como vencedora se baseia em um método automatizado para agrupamento de diferentes amostras de rocha para um conjunto com características similares, o que torna o entendimento da geologia mais simples e suporta a operação da mina.
A companhia também está em processo de contratação de dois profissionais, que participaram do Programa Desenvolver no último ano.
Como se inscrever?
As inscrições para o Programa Desenvolver podem ser feitas de forma individual ou em grupos de até três pessoas no site oficial da Vale até o dia 21 de abril.
Money Times - SP 11/04/2025
O setor de mineração e siderurgia não deve entregar o melhor dos resultados no primeiro trimestre de 2025 (1T25), avalia o BTG Pactual. No entanto, Usiminas (USIM5) deve se destacar no período.
Os analistas Leonardo Correa, Marcelo Arazi e Bruno Henriques projetam resultados gerais fracos para o trimestre, marcado por uma reversão de dinâmicas positivas observadas no trimestre anterior.
O banco pontua que o cenário macroeconômico permaneceu difícil, com o real se valorizando 7% na base trimestral, pressionando naturalmente a receita líquida das empresas exportadoras. No entanto, pontuam que a maioria dos preços das commodities se manteve melhor do que o esperado inicialmente.
“O minério de ferro mostrou resiliência, negociando em torno de US$ 104 a tonelada, enquanto os preços de celulose subiram no início do ano, impulsionados por um ambiente de oferta e demanda de curto prazo mais favorável, proporcionando algum alívio na receita líquida”, colocam.
O alumínio, ouro e cobre também se beneficiaram de um momento positivo no primeiro trimestre, mas os preços do aço permaneceram fracos.
Os analistas permanecem vendo um ambiente desafiador para as commodities, pressionado por balanços de oferta e demanda frouxos, uma guerra comercial global em escalada, preocupações persistentes com a China e a ausência de catalisadores no curto prazo.
“Em termos de direção, vemos poucas razões para antecipar uma recuperação nas estimativas de preços de commodities e mantemos nossa postura cautelosa em relação ao setor”.
Neste cenário, o BTG permanece com preferência por celulose, tem em vista que os preços parecem melhor ajustados.
Uma mineradora pode se destacar no trimestre
Ainda que o cenário não seja o mais promissor e o BTG veja os resultados do primeiro trimestre de 2025 como amplamente inconclusivos para as recomendações de ações, o destaque positivo deve ser a Usiminas.
Os analistas estimam um crescimento de 11% na base trimestral, se descolando dos pares (principalmente com novas reduções de custo em Ipatinga).
A CBA (CBAV3) também é destacada positivamente pelos analistas, uma vez que a companhia deve manter sua trajetória positiva de desalavancagem, reduzindo sua dívida líquida/Ebitda para próximo de 2 vezes.
“Celulose continua sendo nossa preferência no setor, sustentada pela recente reprecificação e pela visão de que os preços continuam próximos do fundo do ciclo, enquanto as empresas do segmento seguem entregando bons yields de geração de fluxo de caixa, apoiados por crescimento sólido do lucro líquido”, diz o BTG.
Valor - SP 11/04/2025
Foi o pior resultado de vendas da BMW no primeiro trimestre na China desde 2020
As vendas da BMW na China caíram para o menor nível em cinco anos durante o primeiro trimestre, à medida que a intensa concorrência com fabricantes locais continuou a corroer sua participação no maior mercado automotivo do mundo.
A queda de 17%, para 155.195 entregas na China, reduziu as vendas globais em 1,4%, informou a montadora alemã na quinta-feira. Foi o pior resultado de vendas da BMW no primeiro trimestre na China desde 2020.
Assim como outras montadoras europeias, a BMW está lutando para reativar as vendas na China, onde as marcas locais, lideradas pela BYD, dominam e pressionam os preços. As vendas do Grupo Mercedes-Benz caíram 10% no primeiro trimestre, enquanto as entregas da Volkswagen recuaram 7,1%.
As vendas de veículos elétricos foram um ponto positivo para a BMW, subindo 32% em relação ao ano anterior, com as vendas de veículos elétricos na Europa aumentando 64%. Fabricantes de veículos elétricos, incluindo BMW e Volkswagen, parecem estar se beneficiando da aversão dos consumidores à Tesla depois que Elon Musk se envolveu mais com o governo do presidente americano Donald Trump e apoiou movimentos políticos de extrema direita na Europa.
As vendas gerais nos EUA aumentaram 4,1%, enquanto os clientes na Europa compraram 6,2% mais veículos do Grupo BMW do que no ano passado.
Os resultados refletem as vendas realizadas antes da imposição de uma tarifa de 25% sobre veículos importados pelos EUA, uma taxa que dificultará a manutenção dos ganhos da BMW no país no futuro.
As ações caíram cerca de 38% no ano passado.
O Estado de S.Paulo - SP 11/04/2025
O primeiro trimestre de 2025 já passou, e os números de vendas de carros novos mostram uma disputa bastante acirrada entre as marcas. A liderança continua nas mãos da Fiat, que somou 110.517 emplacamentos entre janeiro a março, mantendo larga vantagem sobre a vice-líder Volkswagen.
A marca alemã, por sua vez, largou muito bem e já começa a descolar da General Motors, que neste ano enfrenta problemas com altos estoques de modelos da Chevrolet. Por isso, a marca, que completou 100 ano no País no fim de janeiro, está dosando a produção, principalmente da linha Onix.
Mas a VW não tem nada a ver com isso, e está prestes a lançar o novo SUV Tera, que promete se tornar um dos modelos mais vendidos do País. Aliás, a Toyota vem logo atrás da GM no ranking das marcas neste primeiro trimestre, com boa margem sobre a Hyundai, que disputa mês a mês com a japonesa.
Com as vendas mais fracas da linha HB20, a marca sul-coreana começa a ver a Renault pelo retrovisor, que cresceu após o lançamento do SUV Kardian. Inclusive, com o modelo, a marca francesa aparece à frente da Jeep, que prepara a nova geração do Compass e mais uma renovação do Renegade.
Ainda no grupo das 10 primeiras colocadas, a Honda vem fazendo um bom início de ano com o HR-V, e prepara o lançamento da nova geração do WR-V para o segundo semestre. Pois a japonesa que fique esperta, já que a BYD está na sua cola, e aparece bem próxima no ranking, à frente da Nissan, que prepara o novo Kicks.
Citroën cresce com Basalt
Na segunda metade do ranking da marcas, o destaque é a francesa Citroën, que encorpou após a chegada do SUV Basalt. A marca do duplo chevron já aparece à frente de GWM e RAM, e mais próxima de Ford e Caoa Chery.
Em seguida vem a GWM, que aparece à frente de RAM, Peugeot e Mitsubishi Motors. Aliás, situação delicada vive a marca do leão. Com apenas 5.954 unidades no ano, a Peugeot os dois segmentos que concentram as vendas de carros novos no País - ou seja, o segmento de hatches e de SUVs compactos. Mas tanto o 208 quanto o 2008 continuam com vendas discretas.
A lista fecha com as marcas premium. A BMW continua a líder e Mercedes-Benz é a vice, mas com a Volvo na sua sombra e com chances reais de superar a alemã. Afinal, a sueca acaba de renovar toda a gama no País e lançar o inédito EX90, novo SUV elétrico de topo de linha. Porsche e Audi fecham a lista.
Ranking das marcas no 1º trimestre de 2025
Fiat - 110.587 unidadesVolkswagen - 78.824 unidadesGeneral Motors - 55.808 unidadesToyota - 42.165 unidadesHyundai - 34.482 unidadesRenault - 29.739 unidadesJeep - 26.575 unidadesHonda - 23.946 unidadesBYD - 21.679 unidadesNissan - 19.327 unidadesCaoa Chery - 12.718 unidadesFord - 11.129 unidadesCitroën - 9.377 unidadesGWM - 6.693 unidadesRAM - 6.509 unidadesPeugeot - 5.954 unidadesMitsubishi - 5.943 unidadesBMW - 3.487 unidadesMercedes-Benz - 2.163 unidadesVolvo - 2.097 unidadesPorsche - 1.418 unidadesAudi - 1.326 unidades
O Estado de S.Paulo - SP 11/04/2025
A BYD vai expandir ainda mais sua atuação em solo brasileiro. Assim como a compatriota e rival GWM, a fabricante chinesa vai começar a oferecer por aqui carros de uma de suas tantas submarcas. A escolhida foi a Denza. A estreia será ainda este ano e a expectativa é que dois modelos deem o pontapé inicial: B5 e D9
A Shenzhen BYD Daimler New Technology surgiu lá em 2010 de uma parceria entre a BYD e a então Daimler AG (hoje Mercedes-Benz Group). As montadoras criaram uma joint-venture para focar no mercado de luxo da mobilidade elétrica na China.
O lado oriental traria a expertise de baterias enquanto aparte alemã emprestaria o conhecimento de engenharia, segurança e arquitetura elétrica, bem como design. O primeiro produto, no entanto, demorou quatro anos para surgir.
As marcas gastaram 300 milhões de euros para criar o Chamado de Denza EV, o monovolume (com ares de hatch) elétrico com 300 km de autonomia. O sucesso não veio e o carro foi remodelado em 2019 e passou a se chamar Denza 500.
Na mesma época um segundo carro complementou a gama, o X era um SUV grande baseado na reestilização do conhecido Tan, mas com versão elétrica e também híbrida e exclusivo para o mercado chinês. Depois mudou de nome para N8 e as vendas acabaram em 2021.
Um ano depois surgiram rumores que a parceria estaria estremecida devido ao insucesso comercial e que os alemães estudavam sair do acordo. As especulações foram amplamente negadas, porém no mesmo ano a BYD comprou o controle quase total da empresa, deixando a Mercedes com apenas 10% das ações.
A partir daí, a empresa mudou a nomenclatura para Shenzhen Denza New Energy Vehicle e começou uma nova fase com veículos modernos e de diversas carrocerias, com a van D9, os SUVs N7 e N8 e até uma station wagon elétrica, a Z9. Esta última, inclusive, Jornal do Carro já teve a chance de dirigir no país oriental. E, sim, podemos esperar que os próximos modelos comecem com “A” ou com “E”.
Por fim, em setembro do ano passado, a BYD adquiriu a participação de 10% ainda pertencente à fabricante alemã e assumiu o controle total da submarca. A BYD emplacou mais de 4 milhões de veículos ao redor do planeta em 2024, majoritariamente no mercado chinês. A Denza contribuiu com pouco mais de 3% de participação ou 120 mil unidades.
SUV e van
O B5 é vendido com o nome de outra submarca da BYD, a novata Fang Cheng Bao. Porém, o jipão híbrido plug-in, que vai rivalizar especialmente com o recém-lançado GWM Tank 300, deve ser vendido no Brasil como Denza.
Com visual robusto e quadradão, o B5, já deu as caras no Brasil em uma participação especial durante a edição 2024 do Festival Interlagos. O SUV tem motorização híbrida plug-in com 680 cv.
Atingir esta potência é fruto da combinação do motor 1.5 turbo a combustão e outras três unidades elétricas - como na picape Shark, com o qual, inclusive, divide plataforma.
Com 4,89 m de comprimento e 2,80 m de entre-eixos, o SUV tem pesa quase três toneladas. Mas isso não o impede de acelerar rápido. O zero a 100 km/h, por exemplo, é digno de esportivos: 4,8 segundos. Já o torque máximo é de 77,5 mkgf.
A bateria de 31,8 kWh resulta em uma autonomia elétrico de 125 km pelos padrões chineses. Combinado a um tanque de gasolina com capacidade de 85 litros, a BYD diz que o SUV consegue rodar mais de 1.200 km.
Já a van para transportes executivos têm 5,25 metros de comprimento e 3,11 m de distância entre os eixos. Tem versão híbrida plug-in (também com o mesmo trem de força da caminhonete Shark), com potências de 300 cv ou quase 380 cv, dependendo da configuração, e elétrica com 374 cv ou 407 cv e com autonomias de 600 km ou até mais de 1.000 km, respectivamente, segundo a BYD.
Valor - SP 11/04/2025
As regras europeias de CO2 e os custos de reestruturação também afetaram o resultado
O lucro da Volkswagen AG despencou no primeiro trimestre, enquanto a montadora lutava contra custos extraordinários e os primeiros efeitos das tarifas americanas, que devem elevar os custos para o setor.
O lucro operacional do período foi de 2,8 bilhões de euros (US$ 3,1 bilhões), informou a empresa na quarta-feira, detalhando os resultados preliminares. O valor, abaixo dos 4,6 bilhões de euros do ano anterior, ficou "significativamente" abaixo das expectativas do mercado, em parte devido ao impacto das tarifas americanas. As regras europeias de CO2 e os custos de reestruturação também afetaram o resultado.
Embora as tarifas automotivas só tenham começado após o término do primeiro trimestre, os resultados da VW oferecem uma visão antecipada dos amplos impactos das tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o setor. A montadora afirmou que ainda não pôde determinar a extensão dos efeitos em suas vendas, lucro ou fluxo de caixa.
Excluindo esses impactos, a empresa confirmou sua projeção para o ano inteiro, projetando crescimento de receita de até 5% e margem operacional de 5,5% a 6,5%, em comparação com 5,9% no ano passado.
As ações têm se recuperado desde que Trump anunciou que suspenderia tarifas mais altas na maioria dos países. Mas o presidente não arquivou suas tarifas de 25% sobre carros e peças importados, nem as taxas sobre produtos canadenses e mexicanos — taxas que afetam principalmente a indústria automobilística.
O lucro operacional no primeiro trimestre foi afetado por cerca de 1,1 bilhão de euros em custos não recorrentes. Cerca de 300 milhões de euros em encargos foram atribuídos a problemas com o diesel e ao impacto das tarifas americanas sobre os carros enviados em março. Um porta-voz não quis informar qual parte do valor se deveu às tarifas adicionais.
A Volkswagen e outras montadoras europeias ainda enfrentam dificuldades na China, o maior mercado automotivo do mundo, onde as marcas locais lideradas pela BYD dominam. Suas entregas caíram 7,1% nos primeiros três meses.
Há otimismo de que a Volkswagen possa continuar a aumentar as vendas de veículos elétricos, à medida que os clientes se afastam da Tesla, devido ao envolvimento de Elon Musk no governo Trump e ao apoio a movimentos políticos de extrema direita na Europa. As vendas de veículos elétricos da Volkswagen dispararam 59% no primeiro trimestre, mais que dobrando na Europa e aumentando 51% nos EUA.
A receita do grupo chegou a cerca de 78 bilhões de euros, ligeiramente abaixo das estimativas dos analistas. A empresa deve divulgar seus resultados trimestrais completos em 30 de abril.
A Traton, fabricante de caminhões comerciais da Volkswagen, afirmou na quarta-feira que seus resultados do primeiro trimestre também ficariam "significativamente abaixo das expectativas do mercado" devido à queda nas entregas e na receita de suas marcas Scania, MAN. A empresa afirmou que manteria sua previsão para 2025, mas sinalizou que estaria sujeita ao impacto das tarifas americanas.
Diário do Comércio - MG 11/04/2025
A indústria de produção de máquinas e equipamentos comemora bons resultados nas vendas em todo o País nos dois primeiros meses de 2025. Depois de três anos em queda, o setor, composto em sua maioria por pequenos negócios, registrou alta de 16,9% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em janeiro e fevereiro, a receita do segmento com a comercialização dos produtos chegou a R$ 43,3 bilhões.
Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), que acompanham pesquisa recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e mostram que o setor industrial faturou, em janeiro, 3,3% a mais do que em dezembro. Se comparado ao mesmo intervalo de 2024, o aumento foi de 12,8%.
De acordo com o coordenador de competitividade, economia e estatística da Abimaq, Leonardo Gatto Silva, o setor de máquinas e equipamentos vem passando por um momento de recuperação desde meados de 2024 em consequência de um melhor dinamismo, sobretudo, do mercado local.
“Neste início de ano os compradores aumentaram a demanda por máquinas e equipamentos de fabricação de bens de consumo, máquinas para agricultura e construção civil. Vale destacar que esse desempenho é sobre uma base fraca, com o começo de 2024 representando um período de baixa para o segmento. Mas, de qualquer modo, estamos vendo um 2025 iniciando de uma maneira bem positiva e com a presença de crescimento na relação interanual”, avalia.
Segundo Silva, a expectativa para 2025 ainda é de continuidade deste movimento de recuperação. “Nos próximos meses, ainda esperamos ver resultados positivos para o setor. A melhora vem de alguns segmentos que se destacam mais. Houve elevação na demanda por máquinas agrícolas, por exemplo, que vem desempenhando um papel relevante e importante neste início de ano. Mas, outros setores também estão apresentando um resultado positivo”, destaca.
Os desafios para 2025 seriam mais relacionados a uma diminuição da intensidade na atividade industrial como um todo, aponta o coordenador. “Esse cenário pode ser explicado pelo reflexo do aperto monetário que o País enfrenta. Também temos questões relacionadas a um mercado externo mais conturbado, que pode oferecer algum tipo de impacto no setor. Contudo, apesar desses desafios, a melhora dos segmentos seria suficiente para o setor como um todo apresentar um resultado positivo. A princípio, a expectativa é de crescermos 3,7% em 2025”, projeta.
As exportações de máquinas e equipamentos somaram US$ 1,6 bilhão no primeiro bimestre, 10% a menos na comparação com o mesmo período de 2024. O crescimento nas vendas para o exterior ocorreu somente para o mercado da América do Sul (12,4%), com destaque para a Argentina, que ampliou as aquisições em 73,4%, principalmente em máquinas agrícolas e máquinas para construção civil.
Aumento de produtividade no setor de máquinas e equipamentos
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) é parceiro do governo federal no programa Brasil Mais Produtivo, que integra a estratégia Nova Indústria Brasil. Somente em 2024, o Sebrae levou orientações a mais de 46 mil empresas por meio dos seus Agentes Locais de Inovação (ALI) para aumentar a produtividade e promover transformação digital.
A iniciativa, lançada em novembro de 2023, é coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O Sebrae e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) executam o programa que tem como meta apoiar 200 mil micros, pequenas e médias empresas do setor de máquinas e equipamentos até 2027, sendo que dessas, 93 mil terão atendimento presencial das entidades.
Segundo o presidente do Sebrae, Décio Lima, o Brasil Mais Produtivo também fomenta a economia verde e a descarbonização dos setores produtivos. “Além disso, propõe diretrizes que aumentam a produtividade das micro e pequenas empresas, por meio do estímulo à cooperação, à organização do setor, ao desenvolvimento empresarial e territorial. A indústria desempenha um papel estratégico na política econômica e é fundamental para o crescimento sustentável do País ao impulsionar a inovação, a geração de emprego e renda”, destaca.
A entrada no Brasil Mais Produtivo está disponível para empresas industriais de qualquer lugar do País e, além de um diagnóstico gratuito da empresa, o programa federal oferece serviços de consultoria, educação profissional e apoio financeiro para melhorar a gestão, otimizar processos e promover o uso de tecnologias, pilares indispensáveis para a competitividade dos negócios.
Revista Ferroviaria - RJ 11/04/2025
A diretoria colegiada da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aprovou por unanimidade a proposta da Arauco Celulose do Brasil S.A. para a construção e exploração de um ramal ferroviário de 47 km no município de Inocência, pelo prazo de 99 anos.
Por lá, a empresa constrói uma fábrica de celulose com investimentos de US$ 4,6 bilhões e pretende usar o trajeto que se estende até a Malha Norte para escoar a produção estimada de 3,5 milhões de toneladas do polissacarídeo.
Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário TIC Trens: o sonho começa a virar realidade SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
Conhecida como Ferrovia Norte Brasil, a Malha Norte (EF-364) se estende por aproximadamente 755 km, conectando Santa Fé do Sul, em São Paulo, a Rondonópolis, no Mato Grosso. Atualmente, é operada pela Rumo Logística, após a aquisição da concessão original da Ferronorte S.A.
No último final de semana, o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, visitou o local onde deve ser construído o terminal da fábrica da Arauco.
Cabe destacar que a Suzano já possui um terminal ferroviário também na Malha Norte, que leva a produção de caminhão de celulose de Ribas do Rio Pardo até a ferrovia que é despachada até o Porto de Santos e exportada.
“Esses investimentos refletem a importância estratégica da Malha Norte para o setor de celulose, proporcionando uma solução logística eficiente para o escoamento da produção até os portos de exportação. Essa aqui é a principal ferrovia de escoamento da celulose do Mato Grosso do Sul”, salientou o secretário.
Segundo Verruck, a logística da celulose está pautada exatamente nessa ferrovia. “Para o Governo é importante que ela mantenha essa atividade e que efetivamente conecte toda a produção de celulose na nossa Malha Norte”, reitera.
De acordo com Verruck, o Governo do Estado entende que as ferrovias são fundamentais na logística do escoamento da produção. “Entendemos que a ferrovia é operacional e altamente competitiva. Por isso apostamos também no desenvolvimento da Malha Oeste conectando com a Malha Norte”, concluiu.
Tratativas
Apesar da concessão, outros trechos de ferrovias em Mato Grosso do Sul, que também possuem o aval da ANTT, seguem no papel. Um dos exemplos são os 231 quilômetros de ferrovia que liga Ribas do Rio Pardo a Inocência, trecho em que a Suzano Celulose foi autorizada a construir em janeiro de 2022, contudo, o projeto segue no papel. À época, a decisão autorizou investimentos de R$ 1,770 bilhão, com direito de a empresa de celulose explorar o serviço por 99 anos.
Conforme o processo aprovado para interligar o novo trecho de ferrovia à malha da RMN, a Suzano pretende construir um “pátio de espera-despacho com um comprimento útil de 1.800 m, podendo absorver composições de até 80 vagões típicos de celulose.”
Em julho do ano passado, a Eldorado recebeu o aval para a construção de um ramal ferroviário entre a fábrica de celulose, em Três Lagoas, e a Ferronorte, em Aparecida do Taboado.
A autorização foi publicada no Diário Oficial do Estado, e cedeu à Eldorado a licença prévia para a instalação do ramal ferroviário, período em que a empresa se comprometeu a pagar mais de R$ 7,8 milhões em compensações ambientais ao governo do Estado.
O ramal, que está previsto para ter 89 quilômetros e exigir investimentos de R$ 890 milhões, pode enfrentar ajustes no orçamento. O valor estimado de R$ 10 milhões por quilômetro, com base em uma projeção de quatro anos atrás, já está defasado. A empresa chilena Arauco, por exemplo, estima um custo de R$ 17 milhões por quilômetro para um ramal de 47 quilômetros na cidade de Inocência.
Valor - SP 11/04/2025
Embaixadas asiáticas em Washington se esforçaram para coletar informações na quinta-feira, um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinar um decreto prometendo reconstruir a capacidade de construção naval americana com a ajuda de novas receitas tarifárias, multas e taxas.
O decreto, intitulado "Restaurando o Domínio Marítimo da América", busca reverter o declínio da indústria de construção naval dos Estados Unidos, que encolheu para uma fração da rival China. Apenas 0,2% dos navios do mundo são construídos pelos Estados Unidos, em comparação com 74% construídos pela China, de acordo com um informativo da Casa Branca que acompanha o documento.
O presidente atribuiu a culpa a "décadas de negligência do governo" e instruiu o conselheiro de segurança nacional e os secretários de Estado, Defesa, Comércio e outros a apresentarem, em 210 dias, um plano de ação marítima para reconstruir a base industrial da construção naval.
Um elemento que tem preocupado as embaixadas asiáticas é a referência a uma proposta do Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR) de cobrar taxas de entrada portuárias milionárias — não apenas sobre navios construídos na China que adentram um porto americano, mas também sobre navios pertencentes a empresas que possuem navios construídos na China em sua frota — usando essa receita para investir na construção naval americana.
"As pessoas estão focadas nas tarifas recíprocas do presidente, mas isso pode ser igualmente prejudicial", disse uma autoridade asiática ao “Nikkei Asia” sob condição de anonimato.
Outra autoridade de outra embaixada asiática observou: "Trump está usando a China para lucrar com empresas de outros países".
Após uma investigação de oito meses, o USTR emitiu um relatório em janeiro afirmando que os atos, políticas e práticas agressivas da China para construir domínio nos setores marítimo, logístico e de construção naval são irracionais e justificam ações corretivas sob a Seção 301 da Lei de Comércio de 1974 para resolver o problema.
As propostas incluem a cobrança de uma taxa portuária de US$ 1,5 milhão por entrada para embarcações construídas na China, bem como uma taxa de US$ 1 milhão por entrada para operadores que tenham 50% ou mais de embarcações construídas na China em sua frota. Um operador com 25% a 50% de sua frota construída na China, o que pode incluir muitas companhias de navegação asiáticas, pagará US$ 750 mil por cada vez.
As propostas foram submetidas a duas rodadas de audiências públicas, nas quais diversos participantes do setor alertaram para as consequências terríveis da imposição de taxas portuárias exorbitantes.
Embora o decreto de Trump não chegue a endossar as taxas, ele instrui as agências a coletar informações adicionais "em apoio à administração de tais ações".
Se o USTR decidir prosseguir com as medidas, diz o decreto, o procurador-geral e o chefe de segurança interna serão instruídos a "tomar as medidas apropriadas para fazer cumprir qualquer restrição, taxa, penalidade ou imposto a que for instituído".
Em uma audiência do Comitê de Finanças do Senado na terça-feira, o chefe do USTR, Jamieson Greer, disse que nem todas as propostas serão implementadas.
"As ações propostas pelo USTR são apenas isso, são ações propostas", disse ele.
"Nem todas serão implementadas, nem todas serão acumuladas."
Outras políticas no decreto executivo de Trump incluem a possibilidade de cobrar tarifas sobre guindastes de transporte de carga fabricados, montados ou fabricados com componentes de origem chinesa, ou fabricados em qualquer lugar do mundo por uma empresa de propriedade, controlada ou substancialmente influenciada por um cidadão chinês.
Também estabeleceu medidas para impedir que navios aportem no Canadá ou no México para evitar taxas e enviem a carga através das fronteiras terrestres para os Estados Unidos. Qualquer carga desse tipo não só será cobrada com taxas alfandegárias, impostos e encargos, como também será aplicada uma taxa de serviço de 10%, afirmou.
O decreto instrui a criação de um fundo fiduciário que possa servir como uma fonte confiável de financiamento para fornecer suporte consistente aos programas do plano de ação.
"Esta proposta considerará como receitas tarifárias, multas, taxas ou impostos, novos ou existentes, poderiam promover o objetivo de estabelecer uma fonte de financiamento mais confiável e dedicada para os programas", afirmou.
Portal Fator Brasil - RJ 11/04/2025
Com reforço e expansão de sua rede, distribuidora vai garantir aumento de capacidade para atender demandas crescentes, além de levar gás natural canalizado a novas regiões fluminenses.
A Naturgy, distribuidora de gás natural do estado do Rio de Janeiro, acaba de anunciar investimentos na ordem de R$ 672,3 milhões para os próximos dois anos. Os recursos serão destinados à construção de novos gasodutos e infraestruturas para reforçar e expandir o atendimento à demanda crescente por gás natural canalizado no interior.
—Com esses investimentos, vamos aumentar a segurança do sistema de distribuição, permitir a conexão de novos clientes e atender novas áreas do estado do Rio de Janeiro. Além disso, os projetos vão estimular a economia das cidades beneficiadas pela criação de empregos diretos e indiretos e pelo desenvolvimento de polos industriais que terão acesso a uma fonte energética mais limpa —explica Katia Repsold, country manager da Naturgy no Brasil.
Os projetos vão beneficiar 18 municípios, em cinco regiões do estado. Deste total, 17 são abastecidos com gás natural canalizado, com necessidade e potencial para expansão da infraestrutura e aumento de capacidade de fornecimento. Além disso, Araruama começará a receber o combustível. Os investimentos vão beneficiar Barra Mansa, Barra do Piraí, Itatiaia, Pirai, Porto Real, Angra dos Reis, Petrópolis, Teresópolis, Três Rios, Nova Friburgo, Saquarema, São Pedro da Aldeia, Cassimiro de Abreu, Rio das Ostras, Volta Redonda, Macaé e Campos dos Goytacazes.
Ampliação dos Corredores Sustentáveis leva rede tronco a novas regiões —Entre os projetos contemplados no investimento, está a ampliação dos Corredores Sustentáveis. Aumentando sua capilaridade, a Naturgy vai promover o uso do GNV em veículos pesados, em substituição ao diesel, em novas rodovias que ligam os estados do Sudeste. Hoje, já existem 11 postos adaptados na Dutra e na Washington Luís.
A iniciativa está alinhada a políticas de descarbonização das frotas, possibilitando uma matriz energética do transporte mais limpa. Por exemplo, se mil veículos pesados substituírem o diesel por gás natural, deixarão de emitir 52 toneladas de CO2 equivalente, o que corresponde à quantidade de CO2 retirada por 200 árvores.
Além de possibilitar o abastecimento de mais caminhões e ônibus com GNV, os Corredores Sustentáveis funcionarão também como âncora para a chegada da rede tronco em novas regiões, possibilitando alcançar futuramente outros mercados potenciais, como: comercial, industrial e residencial. Como exemplo, temos Araruama, município com cerca de 130 mil habitantes, cuja chegada do gás canalizado foi planejada para, inicialmente, abastecer postos de GNV.
—Mapeamos a oportunidade de adaptar postos na RJ 106, interligando assim os principais municípios da Baixada Litorânea ao Norte Fluminense e ao estado do Espírito Santo. A partir dessa rede, teremos infraestrutura para levar gás natural a Araruama. Estima-se a possibilidade de atender mais de 48 mil domicílios, cerca de 150 estabelecimentos comerciais e 21 indústrias de pequeno porte —complementa a executiva.
Naturgy — A Naturgy é o segundo maior grupo de vendas de gás natural no país e atua em cinco segmentos: residências, comércios, indústrias, geração térmica e postos de gás natural veicular (GNV). Também é a maior distribuidora de gás do país em volume de vendas para o mercado termelétrico, além de líder no mercado de GNV. A empresa vem investindo para modernizar a infraestrutura de distribuição de gás e, hoje, o Rio de Janeiro é o maior estado do país em nível de gaseificação do Brasil, representando 14,9% do consumo nacional de gás natural. A companhia também atua em 18 municípios do estado de São Paulo, incluindo Alumínio, Araçariguama, Boituva, Botucatu, Cerquilho, Cesário Lange, Iperó, Itapetininga, Itu, Laranjal Paulista, Mairinque, Porto Feliz, Salto, São Roque, Sorocaba, Tatuí, Tietê e Votorantim.
Valor Investe - SP 11/04/2025
Mercadante também defendeu a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, na Margem Equatorial, pela companhia
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou que o Brasil e a Petrobras têm vantagens competitivas no contexto dos tarifaços praticados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na avaliação de Mercadante, a defesa comercial global vai encarecer o custo da energia.
Mercadante destacou que, à exceção do refino, o país é autossuficiente e líder em energia renovável, o que deve dar uma vantagem ao Brasil: “Ter uma empresa como a Petrobras ajuda a reduzir o preço interno de combustível e é muito importante para ganhar competitividade”, disse a jornalistas nesta quinta-feira (10), após seminário realizado na sede do BNDES, no Rio.
“Somos importadores de derivados, então nós temos que aumentar a nossa capacidade de refino para ter uma eficiência plena. Tem uma vantagem competitiva, porque as barreiras comerciais vão encarecer”, completou o presidente do banco de fomento.
Ainda sobre a petrolífera, Mercadante defendeu a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, na Margem Equatorial, pela companhia. “Nós precisamos também avaliar qual é o nosso potencial de petróleo na Margem Equatorial, respeitando todas as exigências do Ibama. Pesquisa é uma coisa importante na economia e conhecimento científico é fundamental para o debate”, afirmou.
A Petrobras, completou o presidente do BNDES, tem um histórico de “muita segurança”, especialmente na fase da prospecção. “Não tem nenhum acidente relevante. Aqui no pré-sal, tinha uma intensa discussão sobre os riscos, mas não tivemos nenhum acidente e a descoberta do pré-sal mudou a história econômica do Brasil”, declarou.
Conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.
Valor - SP 11/04/2025
Empresa dedicou US$ 23 bilhões em investimentos entre 2025 e 2029 para essa área
A diretora de exploração e produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, disse que a Petrobras vai revitalizar áreas de produção de petróleo e gás na Bacia de Campos, que hoje tem produção em torno de 500 mil barris de petróleo por dia.
O objetivo, segundo ela, é voltar a produzir 1 milhão de barris por dia.
A região, que foi uma das pioneiras da produção de petróleo no país, hoje encontra-se com grande parte das áreas em declínio de produção.
A Petrobras dedicou US$ 23 bilhões em investimentos entre 2025 e 2029 para a Bacia de Campos, que incluem revitalização de bacias e exploração de novas áreas, entre outras atividades.
Ao participar do seminário “A Força do Petróleo do Rio de Janeiro”, realizado pela Secretaria Estadual de Energia e Economia do Mar, Anjos destacou que a estatal revisou o plano estratégico da companhia em 2024 para incluir a retomada da produção de fertilizantes nitrogenados. Esse movimento, disse, visa garantir uma demanda para a produção de gás natural pela Petrobras.
“Com 2 milhões de metros cúbicos por dia de gás consigo fazer uma planta de fertilizantes. Olhamos para fertilizantes, assim como a petroquímica, como parte da estratégia de aumento da produção na cadeia de gás”, disse Anjos.
Infomoney - SP 11/04/2025
O governo brasileiro está preparando um leilão extraordinário de áreas não contratadas do pré-sal para reforçar a arrecadação ainda neste ano, plano que tem ganhado força diante da queda nos preços do petróleo e da crescente incerteza global em relação a tarifas dos Estados Unidos, disseram quatro fontes com conhecimento do assunto.
Segundo duas das fontes, que pediram anonimato devido à natureza privada das discussões, o leilão deve envolver áreas menores do pré-sal nos campos de Tupi, Mero e Atapu, e pode arrecadar cerca de R$ 20 bilhões no cenário mais pessimista.
O Ministério da Fazenda e o Ministério de Minas e Energia não responderam imediatamente a pedidos por comentário.
O impulso para o leilão reflete as crescentes preocupações com as perspectivas fiscais do Brasil, já que as tarifas norte-americanas prejudicam as perspectivas econômicas globais, levando os preços do petróleo a uma mínima de quatro anos, abaixo de US$60 o barril, na quarta-feira.
Mesmo após a recuperação, o petróleo Brent fechou em US$ 65,48 o barril, quase 20% abaixo do preço médio de US$ 80,79 previsto na lei orçamentária brasileira de 2025.
Preços mais altos do petróleo normalmente beneficiam o Brasil, aumentando a receita com royalties, tributos sobre produtores de petróleo e dividendos substanciais da Petrobras.
“É importante demais ter válvulas de escape porque o cenário de receitas fica mais incerto com o externo assim,” disse uma das fontes.
Uma das fontes afirmou que o governo pretende realizar o leilão já em setembro, caso os planos avancem como esperado.
Um projeto de lei deve ser enviado ao Congresso “em breve”, disse a fonte, seguido pela publicação de uma resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e do edital do leilão.
A mesma fonte afirmou que já existe apoio político para o projeto, destacando que a medida representa um esforço arrecadatório que pode ajudar a evitar contingenciamentos que afetariam as emendas parlamentares – uma preocupação relevante nas atuais negociações orçamentárias no Congresso.
Todas as fontes afirmaram que a ideia é que a arrecadação com o leilão reforce os cofres públicos, potencialmente compensando eventuais perdas decorrentes de variáveis sobre as quais o governo não tem ingerência.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende zerar o déficit primário da maior economia da América Latina neste ano, com uma margem de tolerância de 0,25% do PIB para mais ou para menos, o que permite um déficit de até 31 bilhões de reais.
Na terça-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que, caso sejam identificados riscos à meta fiscal, o governo adotará medidas para garantir seu cumprimento.
Canal Rural - SP 11/04/2025
O ministro afirmou que nos últimos dois anos foram realizados dez leilões de concessão rodoviária e a expectativa é chegar a 40 concessões até o final de 2026. Renan informou que o próximo leilão é o da BR-040, entre o Rio de Janeiro (RJ) e Juiz de Fora (MG), no próximo dia 30 de abril. O projeto conta com investimentos de R$ 5 bilhões.
A expectativa é que a iniciativa solucione o problema da subida da Serra de Petrópolis, que está paralisada há mais de 10 anos. A obra inclui, ainda, um túnel com extensão de 4,62 quilômetros, cujas obras têm previsão de entrega no 5º ano e contam com investimentos de R$ 534 milhões. Segundo Renan, o leilão vai contribuir para o maior volume de investimento privado que o país vai receber em todos os tempos.
O ministro também explicou que os novos leilões vão facilitar aquilo que o Brasil produz principalmente no centro do país.
“Os portos do Arco Norte estão localizados, sobretudo, no Pará e no Maranhão. Boa parte da produção já é escoada por lá, cerca de 30% da produção nacional. E também para facilitar o acesso aos portos de São Paulo e de Paranaguá. O Brasil é campeão em exportação de carne, frango, café, suco de laranja, açúcar, etanol, ou seja, a gente tem pautas muito exitosas e a infraestrutura internacional ajuda a impulsionar a economia brasileira”, disse o ministro.
Leilões previstos para este ano:
BR-364, entre Porto Velho e Vilhena, em Rondônia, batizada de Rota Agro Norte (ocorrido em fevereiro)Ponte Binacional São Borja (RS) – São Tomé (Argentina)BR-040/495, entre Juiz de Fora (MG) e Rio de Janeiro (RJ).Rota da Celulose (BR-262/267 e 040/338/395), no Mato Grosso do SulBR-101, entre Espírito Santo e Bahia
BR-101 no Rio de Janeiro (Autopista Fluminense)BR-163 no Mato Grosso do SulRota Agro: trechos da BR-060 e 364, entre Rio Verde (GO) e Rondonópolis (MT)Rodovias Integradas do Paraná: trechos das BRs 272, 369 e 376,Rodovias Integradas do Paraná: trechos das BRs 182, 272, 317 e 323.BR-116, entre Feira de Santana (BA) e Salgueiro (PE).Rotas Gerais: BRs 116 e 251, em Minas GeraisRota Agro Central, que liga Vilhena (RO) a Cuiabá (MT) – BRs 070, 174 e 364Rota Integração do Sul: BRs 116, 158, 392 e 290, no Rio Grande do SulRota do Recôncavo: BRs 116 e 324, na BahiaConcessão de rodovias
Outra ação citada pelo ministro é o Programa de Otimização de Contratos de Concessão Rodoviária. A iniciativa prevê investimentos de R$ 110 bilhões em infraestrutura de transporte rodoviário entre 2024 e 2026, por meio da otimização de contratos de concessões que as performances são insatisfatórias e ou apresentam defasagens técnicas e financeiras, com a geração de até 1,6 milhão de empregos diretos e indiretos.