Clipping Diário

09 | Junho | 2025

SIDERURGIA

Globo Online - RJ   09/06/2025

É positiva a disposição do governo brasileiro em buscar acordo com os Estados Unidos para isentar os exportadores de aço e alumínio da sobretaxa de 50% decretada nesta semana por Donald Trump. Em fevereiro, Trump já elevara as tarifas em 25%. Não satisfeito, voltou à carga, dobrando o percentual. Os três principais países fornecedores dos dois produtos para os Estados Unidos são Canadá, Brasil e México.

Sem dúvida, quem mais perde com a medida são os consumidores americanos. Mantida a barreira, o preço do automóvel deverá subir até US$ 1 mil. A construção de uma casa terá acréscimo médio de US$ 10.900. A expansão da rede de gasodutos e oleodutos ficará mais cara, e até as latas de alimentos serão afetadas. Tudo isso porque a indústria siderúrgica americana opera com custos maiores e não tem condição de atender à demanda interna. Não é realista isolar os Estados Unidos da competição externa até surgir um novo parque siderúrgico.

Aparentemente ciente do risco, Trump diz estar aberto a negociações. O único país que continua pagando 25% nas exportações de aço e alumínio é o Reino Unido. No início de maio, Trump e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciaram um acordo de livre-comércio. No detalhe, ele é limitado, com poucos efeitos imediatos. Mas foi o bastante para Trump tentar faturar politicamente. O governo brasileiro faria bem em explorar o mesmo caminho.

Enquanto todos os fornecedores, com a exceção dos britânicos, pagarem a mesma tarifa, os exportadores brasileiros não serão muito afetados. Ainda assim, a indústria local já sentiu efeitos negativos. No primeiro mês de vigência da tarifa de 25%, as exportações de produtos semiacabados de ferro e aço caíram 30,7% em relação ao mesmo período de 2024. No primeiro quadrimestre, a venda aos Estados Unidos de semiacabados caiu 14,2%, a de aços longos 10,4% e a de aços especiais 19,1%. O problema se agravará à medida que países firmem acordos e passem a ser isentos de tarifas.

Para o setor siderúrgico brasileiro, a melhor saída seria restabelecer o acordo firmado durante o primeiro mandato de Trump. Em 2018, as tarifas subiram para 25%, mas os governos americano e brasileiro criaram cotas de isenção até 3,5 milhões de toneladas de semiacabados e placas e até 687 mil toneladas de laminados. Somente vendas acima desses limites pagavam o percentual. Até agora, a tentativa de reavivar esse acordo não deu em nada.

A preocupação não se resume a perdas nas vendas aos Estados Unidos. Existe também temor de que os produtores impedidos de exportar ao mercado americano despejem mercadorias a preços irrisórios no Brasil. Quando a maior economia do mundo espalha incerteza, as consequências negativas se multiplicam. Ao mesmo tempo que negocia com o governo Trump, o Brasil deveria se preparar para os efeitos do protecionismo americano.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   09/06/2025

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, defendeu neste sábado, 9, que um ajuste fiscal no País depende do trabalho conjunto entre os Três Poderes e a sociedade.

“Eu tenho a seguinte visão: se não por bem, terá de ser por mal”, disse durante painel no Fórum Esfera, realizado em Guarujá, litoral de São Paulo. “Se nós não conseguirmos entender - e isso vale para o Judiciário, o Legislativo, passando pelo Executivo e a sociedade - por bem, essa conta será absolutamente inadministrável e insuportável.”

Para o executivo, não só “chegou a hora” do debate, como não há mais como adiá-lo. “É impossível que nós continuemos insistindo”, analisou. Ele citou que o País passa por níveis de crescimento robustos nos últimos três anos e que o mercado de crédito está pujante, ainda que na ponta já se anteveja a retroação de alguns indicadores. Também mencionou o mercado de trabalho aquecido e a demanda doméstica robusta, tanto de consumo quanto de investimento.

“Neste momento, estamos com os dados correntes da atividade econômica em patamares que eu considero bons. Apesar disso, a blindagem do Brasil precisa continuar, o revestimento do casco da nossa embarcação precisa continuar”, recomendou, salientando que os fundamentos do País foram fortalecidos nos últimos anos.

“É hora de fazer fiscal de verdade e, por isso, é que nesse ponto eu me somo à fala do presidente da Câmara”, disse, mencionando a fala feita momentos antes por Hugo Motta.

Isaac defendeu que os empresários também precisam participar dessa tarefa. “Nós temos que rediscutir isso, porque tem peso: são R$ 600, R$ 700 bilhões de renúncia fiscal. Então, a discussão é uma discussão que ela não pode ficar exclusivamente no colo do governo federal”, argumentou. O que depende de Brasília, conforme o executivo, é o “gesto de coragem” e “desprendimento” para interromper a escalada dos gastos públicos.

Críticas ao aumento do IOF

O presidente da Febraban também criticou a iniciativa do governo de ter aumentado a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que é um imposto regulador, como uma forma de aumentar a arrecadação. “Por que foi feito isso? Porque o cobertor ficou curtíssimo. E por que ficou curto? Porque a gente não enfrenta o estrutural”, avaliou.

IstoÉ Dinheiro - SP   09/06/2025

O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, reforçou neste sábado, 7, que a autoridade monetária está “muito insatisfeita” com o fato de a inflação estar fora da meta de 3%. Ele também reiterou o compromisso de perseguir de forma obstinada o objetivo de inflação, ainda que tenha mais uma vez evitado dar sinalizações tanto sobre a próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) quanto em relação ao prazo em que os juros seguirão elevados.

Durante participação em fórum da Esfera no Guarujá, litoral paulista, Galípolo ponderou que houve uma evolução nas últimas quatro décadas no controle inflacionário. A inflação, pontuou, não está mais em 6.700%, como no passado, mas em 5%, ainda que este nível também traga incômodo.

O presidente do BC ressaltou que, como quer manter a flexibilidade do Copom em ambiente de incertezas, a autoridade monetária segue dependente de dados.

Ao lembrar que o País venceu a inflação de três dígitos, ele disse que o BC vai fazer o esforço “que tiver que ser feito” para defender o valor do real, que é um ativo muito importante. “O Banco Central não vai abrir mão dessa sua função”, afirmou o presidente do BC.

Ele observou que o BC já fez o trabalho de deixar a política monetária restritiva, e, em relação à política fiscal, pontuou que a autoridade monetária reage à medida que a inflação é afetada pelas incertezas sobre as contas públicas.

Galípolo disse ver disposição tanto do Legislativo quanto do Executivo na evolução de uma agenda de ajuste fiscal. “Temos que aproveitar esse consenso para conseguir produzir as reformas que são necessárias”, afirmou o presidente do BC.

Ele comentou que, em suas interlocuções com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o chefe do Executivo demonstrou “boa vontade” de sentar à mesa e debater o tema.

A Tribuna - SP   09/06/2025

O ministro das Cidades, Jader Filho, afirmou nesta sexta-feira (6) que o Governo Federal vai facilitar o que for preciso para atrair investimentos para obras de infraestrutura. Já o titular da pasta dos Transportes, Renan Filho, destacou a viabilidade dos projetos do setor ferroviário para passageiros. Os dois participaram do painel Infraestrutura como Motor da Retomada, no Fórum Esfera 2025, realizado nesta sexta-feira (6) no Hotel Jequitimar, em Guarujá, no litoral de São Paulo.

“Nós temos que facilitar e fazer com que mais investimentos venham, seja nacional ou internacionalmente”, disse Jader. Por sua vez, Renan defendeu o aporte público para expandir as ferrovias para passageiros e não apenas cargas.

“No ambiente de restrição fiscal que o Brasil vive, a gente precisa ter soluções inovadoras, discutir receitas acessórias, entrar com alguns ativos ou mesmo o aporte público”.

Ele espera tirar do papel neste ano, após muito tempo, um leilão para trem de passageiros no Centro-Oeste. “O trecho Brasília-Luziânia (em Goiás) pode ser um grande alento para o País e dar um novo rumo”.

Para cargas, Renan lembra que o Brasil vive o maior volume histórico de investimentos em ferrovias. “Ontem (quinta-feira) eu estava na Transnordestina, em Baturité (CE). que é a maior ferrovia de carga da história do Nordeste, onde fomos anunciar um investimento privado de R$ 1 bilhão. E há muitas outras obras ferroviárias porque o Brasil tem carga. (...) A gente está nessa máxima histórica de investimento”.

Saneamento básico
Jader Filho destacou os investimentos em saneamento, como em Sergipe. A Iguá Saneamento assumiu há um mês a concessão em 74 cidades do estado, beneficiando 2,3 milhões de habitantes. O contrato de 35 anos prevê R$ 6,3 bilhões em investimentos.

“O governador Fábio Mitidieri (PSD) me ligou dizendo que precisava que fizéssemos uma alteração nas debêntures (títulos de dívida emitidos por empresas) para facilitar que água e o esgoto viessem a acontecer”.

Jader Filho ressaltou que tudo o que estiver dentro das ações, seja do ministério ou de qualquer frente, será feito. “O presidente Lula quer que mais investimentos venham e, com isso, obviamente a gente gera mais emprego e infraestrutura para o nosso País. O que precisar ser mudado e alterado de necessário, o Brasil vai fazer para facilitar”.

Zema defende reforma tributária
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), defendeu a reforma tributária e acrescentou que o País precisa acabar com a guerra fiscal.

“O Brasil é o único lugar do mundo, talvez, em que alguns produtos, quanto mais tempo andam em cima de um caminhão ou dentro de um avião, mais baratos ficam. Uma irracionalidade total. Então, a reforma tributária vai ser um avanço, simplificando a vida das empresas e do setor produtivo”, argumenta Zema, um dos integrantes do painel Potências Regionais, Desafios Nacionais, do Fórum Esfera.

Ferrenho crítico do Governo Lula, Romeu Zema lembra que a reforma vai atrair mais empresas aos estados que realmente tiverem algo a mais a oferecer do que apenas incentivo tributário.

Zema também destacou a adesão de Minas ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), do Governo Federal. Uma lei estadual que permite a Minas aderir ao programa foi sancionada na quinta-feira.

“Estamos pagando uma média de R$ 500 milhões por mês. Isso é mais de R$ 15 milhões por dia e daria para recuperar com agilidade muito mais estradas do que estamos recuperando atualmente”.

O acordo com a União prevê descontos nos juros e parcelamento do saldo ao longo de 30 anos. Em contrapartida, os estados deverão aplicar parte dos valores que deixarão de pagar em juros em investimentos em áreas prioritárias, como educação e segurança.

Lima: Brasil sairá bem da guerra comercial
O secretário de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Jorge Lima, defende que o Brasil está na vanguarda em meio à guerra comercial promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“O americano perdeu 20% em dólar na pandemia. Tem outros motivos lá dentro para que ele esteja fazendo isso. Não estou dizendo que é certo ou errado, apenas digo que entendo algumas razões. Mas se parar para pensar, onde você investiria seu dinheiro? Na Rússia? Não acho uma boa ideia. Então, assim, o Brasil é a bola da vez ainda, em todo cenário que você veja”, afirma Lima, um dos integrantes do painel Pontes para o Capital Global, do Fórum Esfera.

Lima acrescenta que a segurança jurídica no Brasil melhorou muito, assim como a geopolítica, que não apresenta nenhum problema. “Temos 200 milhões de habitantes, o que faz com que o consumo seja interessante internamente, com capacidade de crescimento. E há acordo do Mercosul que está saindo com a Europa. Para mim, o Brasil é a bola da vez, como destaco que São Paulo também é”.

Money Times - SP   09/06/2025

Enquanto alguns agentes financeiros aumentam as apostas em uma alta de 0,25 ponto percentual na taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o estrategista-chefe da Monte Bravo, Alexandre Mathias, vê o possível movimento como irrelevante.

“Não faz sentido o Banco Central subir mais os juros, é um movimento inútil”, afirmou Mathias nesta sexta-feira (6), durante um painel sobre investimentos na Monte Bravo Experience.

A avaliação do estrategista contrasta com a leitura no mercado nos últimos dias. Investidores correram para se reposicionar após falas recentes do presidente do BC, Gabriel Galípolo, que afirmou, durante evento em São Paulo, que o Copom ainda discute o ciclo de alta.

Este discurso, na visão de alguns agentes, reforçou a possibilidade de mais um aumento de 25 pontos-base. Atualmente, a taxa básica de juros está em 14,75% ao ano.

Para Mathias, no entanto, uma elevação adicional teria pouco efeito prático sobre a inflação, considerando o nível já elevado da Selic.

“Vamos ter uma inflação entre 5% e 6% este ano. Talvez em 2027 a gente chegue perto dos 3% da nossa meta. Essa é a escolha do Banco Central. Na prática, mais um aumento de 0,25 ponto não vai fazer diferença”, avaliou.
Petróleo: O principal causador de inflação

No mesmo painel, José Rocha, gestor e fundador da Dahlia Capital, afirmou que o Copom deve iniciar o ciclo de cortes no fim de 2025 ou início de 2026. Segundo ele, a queda no preço do petróleo pode contribuir para esse movimento.

“O principal causador de inflação no mundo é o preço do petróleo e da energia. Na dinâmica de curto prazo, quando o petróleo sobe, os juros sobem porque a inflação sobe. É natural”, afirmou.

O gestor ressaltou que a atuação dos bancos centrais, em boa parte, acaba sendo determinada pelo comportamento da commodity.

Neste ano, o preço do barril tipo Brent, usado como referência global, recuou de cerca de US$ 80 para o patamar atual de US$ 60. A queda levou até a Petrobras (PETR4) a reduzir, recentemente, o preço da gasolina vendida às distribuidoras.
Paradoxo no Brasil

Além dos juros, o estrategista da Monte Bravo também apontou um desequilíbrio entre a política monetária e a política fiscal, destacando o que considera um “paradoxo” no Brasil. Segundo ele, o país está crescendo acima do seu potencial devido à expansão dos gastos públicos.

“O que está acontecendo é que, enquanto o Banco Central está brecando a atividade econômica, o governo está empurrando a economia com auxílios, vale-gás, benefícios”, disse.

Mathias defendeu que, para o Brasil, os juros deveriam estar entre 8% e 9%. Nesse cenário, ele apresentou uma visão otimista para o mercado acionário, projetando que a Bolsa brasileira poderia ultrapassar 200 mil pontos.

IstoÉ Dinheiro - SP   09/06/2025

O conselheiro econômico da Casa Branca, Peter Navarro, afirmou nesta sexta-feira, 6, que a conversa da quinta-feira, 5, entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping, foi produtiva e pode abrir caminho para um novo encontro bilateral. “Houve um claro entendimento entre os dois presidentes ontem e esperamos que um encontro entre EUA e China aconteça em até sete dias”, disse Navarro a repórteres, sem pontuar se o republicano participaria da reunião.

Navarro aproveitou para defender a recente elevação de tarifas sobre o aço e o alumínio importados ao país e disse que foi “uma das coisas mais importantes da semana passada”, destacando que as medidas são essenciais para a segurança nacional americana.

Segundo ele, Trump está iniciando “o processo de trazer essas indústrias de volta para os Estados Unidos”, já que “esses materiais estavam vindo de Taiwan, Coreia, Japão ” “Não podemos depender de outros países.”

Navarro também reagiu a comentários feitos por Elon Musk, após o desgaste da relação entre o CEO da Tesla e Trump. Musk afirmou que os EUA poderão entrar em recessão no segundo semestre. “Musk não gosta de tarifas, ele já deixou isso claro”, comentou. “Quem disse que tarifas, no primeiro mandato, seriam inflacionárias e puxariam uma recessão, estavam errados. Tivemos crescimento e desenvolvimento”, rebateu o assessor, acrescentando que “é errado dizer que tarifas causarão recessão”.

Sobre a saída de Musk da Casa Branca, Navarro minimizou a repercussão. “Não estou nem feliz nem qualquer outra coisa com a saída de Musk. As pessoas vêm e vão na Casa Branca”, afirmou.

Ele também reiterou apoio ao projeto de lei promovido pelo governo, mesmo diante do ruído entre Trump e o empresário. Navarro e Musk também trocaram críticas publicamente recentemente.

Infomoney - SP   09/06/2025

O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) recuou mais do que o esperado em maio, a 0,85%, puxado pelas quedas nos preços de produtos agropecuários, depois de subir 0,30% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira (6).

A expectativa em pesquisa da Reuters com economistas era de uma queda de 0,66% no mês.

No período, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que responde por 60% do indicador geral, caiu 1,38%, revertendo a direção após a alta de 0,2% no mês anterior.
“O IPA recuou em maio, influenciado principalmente por produtos agropecuários como farelo de soja, milho em grão e bovinos”, disse Matheus Dias, economista do FGV IBRE.
No IPA, a queda nos preços de Matérias-Primas Brutas foi o maior destaque para o movimento de maio, despencando 2,86% no mês, depois da queda de 0,34% em abril.

Os itens que mais contribuíram para o movimento do IPA foram milho em grão (+0,19% para -14,29%), minério de ferro (-1,05% para -2,15%) e bovinos (+4,45% para -3,54%).
Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) — que responde por 30% do IGP-DI — subiu 0,34% no mês, desacelerando em relação à alta de 0,52% em abril.

“No IPC, o recuo de passagens aéreas e alimentos in natura causou desaceleração dos preços ao consumidor”, explicou Dias.

Em maio, houve decréscimo em seis das oito classes que formam o índice: Saúde e Cuidados Pessoais (1,41% para 0,59%), Alimentação (0,72% para 0,29%), Educação, Leitura e Recreação (-0,36% para -0,71%), Despesas Diversas (0,88% para 0,44%), Transportes (0,10% para 0,02%) e Comunicação (0,03% para -0,34%).

O item tomate IPC teve baixa de 9,09% no mês, ante avanço de 16,14% em abril. A passagem aérea registrou queda de 6,98%, depois de cair 3,86% no mês anterior.
Já o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) teve alta de 0,58% em maio, acima do avanço de 0,52% do mês anterior.

O IGP-DI calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o 1º e o último dia do mês de referência.

CNN Brasil - SP   09/06/2025

A entrada de produtos chineses no Brasil bateu recorde nos cinco primeiros meses deste ano e levou o governo a acender o sinal de alerta e renovar medidas de defesa comercial.

O receio das autoridades brasileiras aumentou diante da possibilidade de redirecionamento das exportações chinesas ao Brasil, em meio aos crescentes atritos comerciais entre Pequim e Washington.

O próprio vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que está “olhando com uma lupa” para as importações.

“A indústria precisa estar atenta para que esse movimento não resulte numa enxurrada de produtos seja despejada no Brasil. Estamos com uma lupa nas importações. É defesa comercial total. Não é protecionismo, mas sim proteção legítima”, disse em evento realizado pelo setor industrial no final de maio.

De janeiro a maio, o Brasil importou US$ 29,5 bilhões em produtos chineses, contra US$ 23,3 bilhões no mesmo período de 2024 — um aumento de 26%.

Já no lado das exportações brasileiras para Pequim, houve uma queda de cerca de 10% no mesmo período.

É importante destacar que, em fevereiro, o Brasil importou da China uma plataforma de petróleo avaliada em US$ 2,6 bilhões. Esse tipo de compra pontual impacta diretamente a balança comercial entre os dois países.

Por causa desse peso específico, a balança comercial brasileira chegou a registrar um raro déficit de US$ 300 milhões no mês.

Entre os produtos importados que somaram mais de US$ 500 milhões nos cinco primeiros meses, os maiores aumentos ocorreram em insumos químicos e fertilizantes, cujas compras dobraram, além de compostos organo-inorgânicos e compostos heterocíclicos, substâncias utilizadas na fabricação de medicamentos, defensivos agrícolas e aditivos industriais.

Apesar disso, esses itens não estão entre os que preocupam o governo federal. O foco de monitoramento está voltado, principalmente, para as importações de aço e veículos elétricos chineses — justamente as maiores demandas da indústria nacional em termos de proteção comercial.

Há mais de um ano, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) tenta convencer o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) a antecipar o aumento da tarifa de importação de veículos elétricos. Atualmente em 18%, a alíquota será de 35% em julho de 2026.

Do outro lado, os chineses têm pressionado por uma redução das tarifas. Até o momento, não houve uma resposta do governo para nenhum dos pelitos.

As importações de aço, uma preocupação antiga da indústria brasileira, tornaram-se ainda mais sensíveis após o governo do presidente Donald Trump impor tarifas de importação sobre o produto.

A medida acentuou temores de que a China busque outros mercados, como o Brasil, para escoar seu excedente de produção. A indústria do aço, no entanto, vem sendo respondida pelo governo.

No início de junho, o Departamento de Defesa Comercial (Decom) do MDIC abriu investigação sobre as exportações de 25 grupos de produtos siderúrgicos (classificados por NCMs, a nomenclatura comum do comércio exterior) da China. Esta é a maior investigação já realizada na história do Decom em número de NCMs envolvidos.

A apuração, que busca identificar prática de dumping, quando um país vende produtos no exterior a preços inferiores aos praticados internamente, foi oficializada no Diário Oficial da União na última segunda-feira (2).

Além disso, no final de maio, a Câmara de Comércio Exterior (Camex), vinculada ao Mdic, decidiu renovar a alíquota de 25% do imposto de importação para 19 tipos de aço e ampliá-la para outros quatro códigos NCM. Com isso, a taxação passa a atingir 23 produtos e terá validade pelos próximos 12 meses.
Como a entrada de aço chinês pode afetar a indústria nacional?

Na prática, a entrada em massa de aço chinês no Brasil, muitas vezes a preços abaixo do praticado no mercado local, torna o produto importado mais barato do que o nacional. Isso é o que a indústria chama de dumping.

Com isso, empresas brasileiras perdem competitividade: têm dificuldade para vender, reduzem produção, cortam empregos e, em casos extremos, fecham fábricas.

Por exemplo, se uma siderúrgica brasileira vende a tonelada do aço por R$ 6.500, mas o produto chinês chega a R$ 5.500 (com qualidade similar), fabricantes de carros, eletrodomésticos e construção civil tendem a escolher o mais barato.

É justamente por isso que o governo impõe as tarifas de importação, como uma medida de proteção à indústria nacional, na tentativa de equilibrar a competição.

Monitor Digital - RJ   09/06/2025

Influenciada pelo aumento dos juros, a indústria empregou menos pessoas pela primeira vez em 18 meses. Segundo a pesquisa Indicadores Industriais, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta sexta-feira, o número de postos de trabalho caiu 0,4% em abril, ante o mês anterior.

Essa foi a primeira queda mensal no emprego industrial desde setembro de 2023. Apesar do resultado, o total de postos de trabalho na indústria aumentou 2,6% de janeiro e abril, em relação aos mesmos meses de 2024.

Em nota, a CNI informou que o emprego industrial reage lentamente ao cenário econômico. Apesar dos aumentos de juros desde setembro do ano passado, o emprego industrial cresceu por 17 meses seguidos, porque a demanda por bens industriais ainda estava aquecida. Com a queda na demanda, o indicador parou de crescer em março e caiu em abril.

Apesar da queda no nível de emprego, o mercado de trabalho industrial registrou dados positivos. A massa salarial da indústria cresceu 4,4% em abril na comparação com março. A alta reverteu as quedas de 0,3% em fevereiro e de 2,5% em março, mas o indicador acumula baixa de 1,3% de janeiro a abril em relação ao último quadrimestre de 2024.

O rendimento médio por trabalhador, que inclui salários, indenizações e participação nos lucros, aumentou 5% em abril, mas continua 2,5% abaixo do observado no fim do ano passado.

O número de horas trabalhadas na produção ficou quase estável, recuando 0,3% em abril na comparação com março. De janeiro a abril, o indicador acumula alta de 0,9% em relação ao último quadrimestre de 2024.

Preços da indústria caíram 0,36% em abril, terceira queda consecutiva | Monitor Mercantil
Faturamento e capacidade instalada na indústria

Outros indicadores indicam o efeito do aumento de juros sobre a indústria. O faturamento real (descontada a inflação) da indústria de transformação encolheu 0,8% em abril, após ter caído 2,1% em março. Mesmo com a queda, o indicador acumula alta de 2,4% nos quatro primeiros meses do ano, em relação ao último quadrimestre de 2024.

Após quatro meses de relativa estabilidade, a utilização da capacidade instalada (UCI) caiu 0,6 ponto percentual, para 77,9% em abril na comparação com março, na série livre de efeitos sazonais (sem oscilações típicas da época do ano). De janeiro a abril, a também cai 1 ponto percentual, em relação à UCI média do último quadrimestre do ano passado.

Realizada desde 1992 em parceria com as Federações Estaduais das Indústrias, a pesquisa Indicadores Industriais identifica, mensalmente, a evolução de curto prazo da atividade da indústria de transformação. Os estados pesquisados respondem a mais de 90% do produto industrial brasileiro.

MINERAÇÃO

Valor - SP   09/06/2025

Os contratos futuros do minério subiram em meio a uma demanda resiliente, com redução da pressão dos estoques

Os contratos futuros do minério subiram em meio a uma demanda resiliente, com redução da pressão dos estoques, comentam os analistas da Guangfa Futures, segundo a Dow Jones Newswires.

O minério de ferro mais negociado, de setembro, fechou em alta de 0,86% na Bolsa de Dalian, cotado a 707,5 yuan (US$ 98,5) a tonelada.

AUTOMOTIVO

IstoÉ Dinheiro - SP   09/06/2025

As vendas de automóveis e comerciais leves no varejo do Brasil, ou seja, diretamente ao consumidor final e não para revenda ou uso em empresas, estão concentradas em quatro marcas que dominam metade (46%) do mercado. São elas: Fiat (14,77%), Volkswagen (12,74%), GM/Chevrolet (9,63%) e BYD (8,86%).

Os dados foram divulgados pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) e representam o mês de maio.

Participação das vendas da BYD

Destaque para a BYD, que ultrapassou a Toyota em participação de vendas e alcançou a quarta colocação no ranking de maio. A marca chinesa emplacou 9.006 carros e atingiu 8,86% de participação de mercado no quinto mês do ano.

Quando o recorte é aplicado apenas a automóveis de passeio, a BYD passou da sexta colocação em maio para a segunda, com 10,54% de participação, e perde apenas para a Volkswagen (14,93%).

Geral

No ranking geral, que inclui varejo e a comercialização para empresas, como locadoras, o cenário é bem diferente. A Fiat detém mais de 1/5 do mercado, com 21,5% de participação. Na sequência, aparecem a Volkswagen (17,35%), GM/Chevrolet (10,08%) e Hyundai (8,87%).

No mês de maio foram emplacados 214.383 unidades, entre automóveis e comerciais leves, o que representa um crescimento de 8,79% ante o mês anterior (197.069).

Ao longo de 2025 até o quinto mês do ano foram comercializados 929.144 unidades – alta de 6,25% frente aos 874.452 do ano anterior.

Pelo segundo mês consecutivo, o Volkswagen Polo foi o carro 0km mais vendido do mercado brasileiro. Com 12.911 unidades em maio, o hatch emplacou quase 2 mil carros a mais sobre abril (10.932).

O modelo de entrada da VW tomou espaço da Strada, picape de pequeno porte da Fiat, que lidera as vendas anuais desde 2021. Em maio, a Fiat Strada teve 11.854 emplacamentos, e se manteve na vice-liderança (tinham sido 10.076 em abril).
Veja abaixo os 50 carros mais vendidos de maio:

1º: VW Polo – 12.911 unidades

2º: Fiat Strada – 11.854 unidades

3º: VW T-Cross – 9.410 unidades

4º: Fiat Argo – 9.063 unidades

5º: Hyundai HB20 – 8.674 unidades

6º: Fiat Mobi – 6.459 unidades

7º: Honda HR-V – 6.406 unidades

8º: Chevrolet Onix – 6.157 unidades

9º: Jeep Compass – 5.688 unidades

10º: VW Saveiro – 5.536 unidades

11º: Toyota Corolla Cross – 5.513 unidades

12º: Renault Kwid – 5.344 unidades

13º: Hyundai Creta – 5.333 unidades

14º: Fiat Fastback – 4.809 unidades

15º: Fiat Toro – 4.690 unidades

16º: VW Nivus – 4.591 unidades

17º: Toyota Hilux – 4.425 unidades

18º: Hyundai HB20 Sedan – 4.421 unidades

19º: Chevrolet Tracker – 4.332 unidades

20º: Chevrolet Onix Plus – 3.924 unidades

21º: Jeep Renegade – 3.644 unidades

22º: Nissan Kicks – 3.607 unidades

23º: Fiat Pulse – 3.352 unidades

24º: VW Virtus – 3.317 unidades

25º: Toyota Corolla – 3.234 unidades

26º: Caoa-Chery Tiggo 7 – 3.211 unidades

27º: BYD Song – 2.900 unidades

28º: Chevrolet S10 – 2.772 unidades

29º: Fiat Cronos – 2.677 unidades

30º: Ford Ranger – 2.670 unidades

31º: BYD Dolphin Mini – 2.577 unidades

32º: GWM Haval H6 – 2.432 unidades

33º: Chevrolet Spin – 2.195 unidades

34º: Ram Rampage – 2.182 unidades

35º: Fiat Fiorino – 2.044 unidades

36º: Citroën Basalt – 1.873 unidades

37º: Chevrolet Montana – 1.873 unidades

38º: BYD Dolphin – 1.864 unidades

39º: Caoa-Chery Tiggo 8 – 1.483 unidades

40º: Renault Kardian – 1.455 unidades

41º: Renault Master – 1.454 unidades

42º: Toyota SW4 – 1.331 unidades

43º: Renault Duster – 1.321 unidades

44º: Honda City – 1.301 unidades

45º: Caoa-Chery Tiggo 5 – 1.257 unidades

46º: Peugeot 2008 – 1.217 unidades

47º: Jeep Commander – 1.199 unidades

48º: Honda City Hatch – 1.195 unidades

49º: VW Taos – 975 unidades

50º: Mitsubishi Triton – 892 unidades

Globo Online - RJ   09/06/2025

A China teria aprovado licenças temporárias de exportação para fornecedores de terras-raras que atendem as principais montadoras dos Estados Unidos, informou a Reuters nesta sexta-feira, citando fontes familiarizadas com o assunto.

Ainda não está claro, no entanto, quais materiais estão incluídos nessas licenças, e pelo menos algumas delas são válidas por seis meses, segundo a agência de notícias. As restrições da China à exportação de terras-raras — principal fonte global desses materiais — representam riscos para as cadeias de suprimento das montadoras ao redor do mundo.

Fornecedores da General Motors, Ford e da Stellantis, conglomerado que reúne marcas como Fiat, Jeep, Chrysler e Citroën, receberam permissão na segunda-feira para exportar alguns suprimentos de terras-raras, informou a Reuters, citando uma das fontes.

Com a notícia, as ações da Ford subiram 2,2% às 11h58 (horário de Nova York) nesta sexta-feira. A Stellantis teve alta de 2,4%, enquanto as ações da GM subiram menos de 1%.

A Stellantis afirmou, em comunicado, que está trabalhando com seus fornecedores “para garantir um processo de licenciamento eficiente” e acrescentou que conseguiu “lidar com preocupações imediatas de produção sem grandes interrupções”.

A Casa Branca não comentou imediatamente. GM, Ford e a embaixada chinesa em Washington também não responderam de imediato aos pedidos de comentário.

A decisão da China de restringir as exportações de minerais de terras-raras em abril aumentou as tensões comerciais com os EUA, colocando em risco uma trégua frágil sobre tarifas entre as duas maiores economias do mundo. A medida cortou o fornecimento de materiais cruciais para empresas aeroespaciais e contratantes militares, além das montadoras de automóveis.

EUA e China trocaram acusações mútuas de violação do acordo, com Pequim citando ações do governo Trump para reprimir exportações de tecnologia e vistos para estudantes.

Conversas serão retomadas

A notícia acontece um dia após o telefonema entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping, na qual concordaram em realizar novas conversas, com Trump dizendo que, durante a ligação telefônica entre os líderes, “estavam resolvendo alguns pontos, principalmente relacionados a ímãs de terras-raras e outras questões.”

De acordo com uma publicação de Trump em sua rede social, Truth Social, o encontro deve acontecer "brevemente, em um local a ser determinado". O republicano afirmou que a ligação teve "um resultado positivo para ambos os países".

O presidente dos EUA disse que as negociações econômicas de alto nível com a China começariam em breve, com Washington representada pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, pelo secretário de Comércio, Howard Lutnick, e pelo representante comercial dos EUA, Jamieson Greer.

Nesta sexta-feira, o assessor comercial da Casa Branca, Peter Navarro, informou que a reunião planejada entre autoridades americanas e chinesas sobre comércio deve ocorrer dentro de até sete dias.

O Estado de S.Paulo - SP   09/06/2025

A KG Motors, uma startup japonesa fundada em junho de 2022 por Kazunari Kusunoki, está chamando atenção com o mibot, um carro elétrico ultracompacto de somente um assento. Com design que lembra um carrinho de golfe, o mibot foi pensado para as ruas estreitas do Japão e para um público que precisa se locomover individualmente, especialmente em áreas rurais com transporte público precário.

“Os carros são simplesmente grandes demais”, diz Kusunoki. “Ver tantos carros enormes circulando pelas ruas estreitas do Japão, e foi aí que tudo começou para mim.” Assim, o mibot tem menos de 1,5 metro de altura, autonomia de 100 quilômetros, velocidade máxima de 60 km/h e recarrega totalmente em cerca de cinco horas.

O preço inicial é de 1 milhão de ienes (aproximadamente R$ 39,5 mil antes de impostos), metade do valor do elétrico mais vendido do Japão, o Nissan Sakura.

A produção começa em outubro deste ano, e a empresa planeja entregar 3.300 unidades até o final de 2027. Mais da metade já foi pré-vendida, e os primeiros 300 carrinhos devem ser entregues em Hiroshima e Tóquio até meados do próximo ano.

Apesar de esperar prejuízo com o primeiro lote, Kusunoki acredita que atingirá o ponto de equilíbrio a partir do segundo e mira uma produção de até 10 mil unidades por ano.

Modelo elétrico tem estrutura simples

A estrutura do mibot é composta basicamente por uma bateria, um motor e eletrônica básica, conectados por cabos em um chassi monobloco de quatro rodas. Isso reduz o número de peças e os custos de produção, tornando a fabricação sob demanda mais viável.

Contudo, a aceitação do modelo contrasta com a lentidão do mercado japonês na adoção de carros elétricos. Em 2023, somente 3,5% das vendas de veículos no país foram de EVs, muito abaixo da média global de 18%, segundo a BloombergNEF.

Em 2024, por exemplo, a Toyota vendeu cerca de 2 mil elétricos no Japão, número que a KG Motors pode superar com facilidade. “A Toyota disse que os veículos elétricos não são a única solução e, como é a Toyota, os japoneses assumem que isso deve ser verdade”, comenta Kusunoki. “Muita gente no Japão parece acreditar que os EVs nunca se tornarão populares.”
Kei Cars são solução japonesa para falta de espaço

O Japão tradicionalmente valoriza carros pequenos, como os kei cars, que lideraram o mercado de elétricos em 2023 com 55% das vendas. O próprio Sakura, da Nissan, vendeu cerca de 23 mil unidades em 2024. A concorrência internacional também está de olho nesse nicho: a BYD já anunciou um kei car elétrico para 2026, e a Hyundai lançou o Inster, considerado o EV de tamanho convencional mais barato do Japão.

Segundo Kusunoki, a demanda vem especialmente de pessoas em áreas suburbanas e rurais. Até maio, a empresa havia recebido 2.250 pedidos — e mais de 95% dos compradores já possuem ao menos um carro. “Isso pode ser difícil de entender para quem vive em Tóquio”, afirma ele, “mas chega um momento em que se torna necessário ter um carro por pessoa — não apenas por família.”

A KG Motors está atualmente em processo de obtenção da certificação de segurança para o mibot, etapa essencial para iniciar sua comercialização em larga escala no Japão. A empresa aposta em simplicidade, preço acessível e adaptação à realidade local para ocupar um espaço que as grandes montadoras ainda hesitam em explorar.

O Estado de S.Paulo - SP   09/06/2025

A briga amarga de Elon Musk com o presidente Donald Trump pode sair caro para a Tesla.

Enquanto for persona non grata na administração Trump, Musk, o CEO da Tesla, terá dificuldades em persuadir os Republicanos a não desmantelar as políticas climáticas que valem bilhões de dólares para a empresa de carros elétricos e baterias.

Musk também pode perder influência sobre os reguladores federais que podem facilitar ou dificultar seus planos de implantar táxis autônomos, que ele descreveu como o futuro da companhia.

A Tesla já está sofrendo quedas acentuadas nas vendas e no lucro. O preço das ações da empresa despencou 14% na quinta-feira, sua maior queda em um dia, depois que Musk e Trump começaram a se insultar nas redes sociais. As ações se recuperaram um pouco na sexta-feira, subindo quase 4%, talvez na esperança de que os dois homens chegassem a uma trégua ou porque os investidores achavam que a ação estava agora uma barganha após a queda do dia anterior.

Sempre houve um descompasso entre Musk e seus aliados Republicanos sobre carros elétricos. O projeto aprovado pelos Republicanos na Câmara dos Deputados e que está em análise pelo Senado prejudicará o mercado de carros elétricos nos Estados Unidos, onde a Tesla é de longe a maior fabricante.

O projeto eliminaria créditos fiscais de até US$ 7,5 mil para pessoas que compram carros elétricos. Rapidamente acabaria com subsídios para fábricas de baterias e refinarias de lítio, e excluiria o subsídio para estações de carregamento de veículos elétricos. O projeto impõe uma taxa anual de US$ 250 sobre os proprietários de veículos elétricos que grupos ambientais dizem ser punitiva.

Essas medidas prejudicariam todas as montadoras que vendem veículos elétricos. Mas a administração Trump e os Republicanos no Congresso também estão tentando eliminar regulamentações que são especialmente benéficas para a Tesla. Essas regras permitem que a empresa venda créditos regulatórios de ar limpo (benefícios para montadoras de carros elétricos ou pouco poluentes) para outras montadoras que não cumprem os padrões ambientais.

Durante os primeiros três meses do ano, a Tesla vendeu créditos regulatórios no valor de US$595 milhões, o que foi mais do que o lucro líquido da empresa de US$409 milhões. Em outras palavras, sem os créditos, a Tesla teria perdido dinheiro.

“Em muitos anos, é a diferença entre estar no azul ou no vermelho para a Tesla,” disse Jesse Jenkins, professor assistente na Universidade de Princeton que estuda a indústria de veículos elétricos.

Jenkins calculou que as medidas do Partido Republicano resultariam na venda de 7,7 milhões de veículos elétricos a menos até 2030 do que seria o caso se as políticas da administração Biden permanecessem em vigor. A Tesla venderia 3,4 milhões de veículos elétricos a menos, ou quase dois anos de vendas, assumindo que manteve sua atual participação de mercado nos EUA de 44% de todos os novos carros elétricos vendidos.

A legislação dos republicanos também eliminaria programas que subsidiam o custo de projetos de armazenamento de baterias em grande escala, que tem sido um negócio em crescimento para a Tesla.

Pelo menos até esta semana, Musk parecia aceitar que as medidas dos republicanos eram um sacrifício necessário para evitar um déficit federal crescente, que ele mantém, faliria a nação.

Ele também pode ter calculado que os benefícios para seus outros negócios, como a SpaceX, mais do que compensariam o golpe sofrido pela Tesla. Ou ele pode ter assumido que o retrocesso nos incentivos para veículos elétricos prejudicaria menos a Tesla do que prejudicaria empresas como a General Motors e a Ford, que ainda estão perdendo dinheiro com os carros elétricos que vendem.

Na quinta-feira, no entanto, Musk pareceu decidir que os custos do projeto para a Tesla eram grandes demais.

“Mantenha os cortes de incentivos para veículos elétricos/solar no projeto, mesmo que nenhum subsídio de petróleo e gás seja tocado (muito injusto!!), mas dispense a MONTANHA de PORK NOJENTO (verbas destinadas a favorecimentos políticos) no projeto,” escreveu no X.

Trump, que afirmou na rede Truth Social que Musk “enlouqueceu!” com os cortes, ameaçou cancelar contratos governamentais com e subsídios para a SpaceX e outros negócios que Musk controla.

Musk também manifestou esperança de que a administração criasse um clima mais favorável para veículos autônomos, elaborando padrões federais para substituir as regras estaduais. Espera-se que a Tesla comece a operar táxis autônomos em Austin, Texas, este mês, parte de uma iniciativa que Musk disse que eventualmente geraria trilhões de dólares de receita.

A Administração Nacional de Segurança no Trânsito Rodoviário já está investigando acidentes envolvendo a tecnologia de condução autônoma da Tesla. Com Musk em desacordo, os funcionários da agência agora podem ter pouco a temer da Casa Branca enquanto prosseguem com seu trabalho.

“O valor inteiro da Tesla depende de sua visão de autonomia e Inteligência Artificial,” disse Stephanie Valdez Streaty, diretora de análise da indústria na Cox Automotive.

Podem haver alguns benefícios para a Tesla se Musk recuar da política de direita. Ele poderia atenuar parte da indignação liberal que contribuiu para a queda nas vendas na Europa e nos Estados Unidos.

“Se ele puder neutralizar o efeito polarizador que teve sobre as pessoas, o grupo anti-Trump, isso poderia ser útil,” disse Ben Rose, presidente da Battle Road Research.

Rose apontou que a receita da Tesla proveniente de créditos regulatórios de ar limpo provavelmente não desapareceria inteiramente porque alguns dos compradores os adquiriam para cumprir com regulamentações da União Europeia.

A Tesla experimentou seu crescimento mais rápido quando seus carros não se qualificavam para incentivos federais, disse Rose. “A Tesla se beneficia muito dos subsídios,” ele disse, “mas ela realmente depende deles?”

Rose ainda espera que as ações da Tesla superem o mercado de ações mais amplo. Mas outros investidores são mais pessimistas.

O Future Fund, uma empresa de investimento cujo diretor gerente, Gary Black, comenta frequentemente sobre a Tesla, vendeu todas as suas ações na empresa no mês passado. Black disse no X que a potencial lucratividade da Tesla não era alta o suficiente para justificar o preço das ações.

A avaliação da Tesla, disse Black, “se tornou desconectada dos fundamentos subjacentes.”

CONSTRUÇÃO CIVIL

Grandes Construções - SP   09/06/2025

Fio de cobre e aço foram os insumos com maior inflação nos últimos 12 meses, com altas de 8,64% e 2,52%, respectivamente, seguidos do cimento, que registrou aumento de 1,79%.

Por outro lado, a argamassa (-4,61%) e a tinta (-2,32%) tiveram deflação expressiva no mesmo período.

É o que revela o Índice de Preços de Materiais de Construção (IPMC), lançado pelo Sienge — Ecossistema de Tecnologia e Negócios da Indústria da Construção e do Mercado Imobiliário — com metodologia autoral da Cica Rev Consultoria e apoio institucional da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

Juntos, os insumos analisados podem representar até 55% do custo total de materiais utilizados nas obras no Brasil. A íntegra do novo índice pode ser acessada neste link.

Além da variação recorrente nos preços, a inflação também incide de maneira heterogênea no Brasil.

“Quando pensamos nas dimensões do nosso país, fica evidente que uma média nacional tem limitações para refletir a realidade vivida no dia a dia do setor. O mesmo material, negociado no mesmo dia, pode ter preços bastante distintos a depender da região”, explica José Carlos Martins, presidente do Conselho Consultivo da CBIC.

“O IPMC surge como uma ferramenta estratégica para apoiar o gestor na tomada de decisões mais embasadas — desde o planejamento de compras até a avaliação de custos e negociações com fornecedores, considerando as particularidades regionais do mercado”, acrescenta.

Segundo Gabriela Torres, Gerente de Inteligência Estratégica do Ecossistema Sienge, informações atualizadas e que levem em consideração a realidade de cada região é decisivo no sucesso de empreendimentos.

“O IPMC permite uma leitura mais precisa dos custos, contribuindo para decisões mais estratégicas e maior previsibilidade. É uma contribuição importante para tornar o setor mais eficiente e competitivo”, diz.
Resultados do IPMC – abril de 2025
Fio de cobre
Este foi o insumo que apresentou a maior variação de preços, com uma inflação acumulada de 8,64% em 12 meses, o que segundo Gabriela, pode estar associado à valorização do dólar, que impacta diretamente a cotação internacional do cobre. No início de 2025, o cenário se manteve bastante volátil e, mesmo após uma forte deflação nacional em janeiro (-3,24%), os preços voltaram a subir em março, puxados principalmente pela região Norte, que registrou uma alta de 5,33% no mês. Entre maio e novembro de 2024, os aumentos foram particularmente expressivos, com altas de 3,31% em maio, 2,50% em outubro e 3,26% em novembro, indicando forte pressão inflacionária no segundo semestre. O início de 2025 manteve o cenário de volatilidade: janeiro registrou uma queda acentuada de 3,24%, seguida por um leve aumento em março (+0,86%) e nova retração em abril (-1,55%). A inflação do fio de cobre também foi disseminada nas regiões do país, com todas fechando os últimos 12 meses com preços em alta. O Norte (16,94%), o Centro-Oeste (14,62%) e o Nordeste (13,48%) foram as mais pressionadas. Aço
A inflação do aço no Brasil acumulou alta de 2,52% nos últimos 12 meses, marcada por oscilações significativas. Após uma sequência de deflação, os preços começaram a subir gradualmente a partir de julho de 2024, culminando em um pico expressivo em setembro, com aumento de 1,92% no mês. No entanto, esse movimento foi seguido por uma queda acentuada no início de 2025, com recuos de 1,24% em março e 1,72% em abril, indicando uma possível correção de mercado após a forte valorização registrada no terceiro trimestre do ano anterior. No cenário de inflação regional, entre julho e outubro de 2024, o preço do aço apresentou os maiores reajustes, com destaque para a região Norte, que registrou uma alta de 2,65% em julho. As demais regiões também acompanharam essa tendência, com variações acentuadas nos mesmos meses, impulsionando a inflação do insumo em nível nacional. No entanto, esse movimento de alta deu lugar a uma queda generalizada nos preços em março e abril deste ano, quando todas as regiões do país apresentaram deflação. Argamassa
O item registrou uma deflação acumulada de -4,51% nos últimos 12 meses, refletindo um cenário de queda nos preços em nível nacional. Após recuos em julho e agosto de 2024, com variações de -0,47% e -1,01%, o insumo teve um pico de alta em dezembro, quando os preços subiram 1,39%. No entanto, esse movimento foi seguido por uma nova trajetória de queda no início de 2025, culminando em abril com o maior recuo do período, de -1,50%. A sequência de deflações sugere uma correção nos preços após os reajustes registrados no fim do ano passado. Enquanto o Brasil registrou uma deflação acumulada de 4,51% no preço da argamassa em 12 meses, a região Norte se destacou como a única a apresentar alta, com inflação de 3,17%. Em contrapartida, as regiões Sul, Nordeste e Centro-Oeste foram responsáveis por puxar a média nacional para baixo, com quedas expressivas nos preços. O destaque ficou por conta do Centro-Oeste, que acumulou uma deflação de 7,51%, refletindo um movimento mais intenso de ajuste no mercado regional. Cimento

Um dos insumos mais usados na indústria da construção civil apresentou alta discreta de 1,79% no acumulado dos últimos 12 meses. Entre junho e agosto de 2024, os preços registraram seu pico, com aumento de 0,69% em julho, seguido por uma reversão e oscilações negativas no início de 2025. O começo do ano foi marcado por instabilidade, com recuo de 0,36% em janeiro e variações discretas em fevereiro (-0,13%) e março (-0,07%). O mês de abril, por sua vez, trouxe um aumento expressivo de 0,97%, indicando possível retomada da tendência de alta no curto prazo. Gabriela destaca que “o mês de abril trouxe um aumento expressivo de 0,97%. No acumulado dos últimos 12 meses, o preço do cimento apresentou queda ou estabilidade na maioria das regiões do Brasil. O Norte, teve a maior deflação: 0,63%. A exceção foi o Centro-Oeste, que acumulou alta de 3,28%, responsável por elevar a média nacional. Tinta
O preço da tinta apresentou uma trajetória marcada por forte volatilidade nos últimos 12 meses a nível nacional, encerrando o período com deflação acumulada de 2,32%. O insumo oscilou ao longo do ano, com quedas relevantes em julho (-0,94%) e dezembro de 2024 (-0,89%), intercaladas por altas pontuais, como em outubro (+1,39%) e janeiro de 2025 (+1,04%). No entanto, o movimento mais surpreendente ocorreu em abril deste ano, quando a tinta registrou uma queda expressiva de 4,21%, a mais acentuada do período. Embora não haja uma causa única evidente, esse comportamento pode estar relacionado a variações no ritmo de consumo ao longo do ano.

Ajustes — De acordo com o Indicador Abramat, o faturamento deflacionado do segmento de acabamento recuou 3,6% em fevereiro de 2025 frente a janeiro, sinalizando possíveis ajustes de mercado.

“Precisamos continuar acompanhando os próximos meses para entender se essa deflação representa uma tendência mais duradoura ou um movimento pontual”, avalia Gabriela.

No recorte regional, o Centro-Oeste apresentou a maior deflação no acumulado dos últimos 12 meses (-8,43%), seguido pelo no Norte (-7,93%) e Sul (3,32%).

O Sudeste e Nordeste tiveram as menores quedas – 0,43% e 0,22%.

“Como foi possível perceber com os dados do IPMC, estamos diante de um setor que convive com realidades muito distintas. Enquanto alguns insumos sofrem forte influência do câmbio, como o fio de cobre, outros refletem diretamente a dinâmica da demanda interna, como tintas e argamassas”, destaca Sergio André Castelani, Economista da Cica REV.

“Essa diversidade exige monitoramento constante, bem como uma leitura regionalizada dos indicadores que permitam aos players da indústria tomar decisões embasadas na realidade de cada região do Brasil”, completa.

NAVAL

SEGS.com.br - SP   09/06/2025

A cidade catarinense, que detém 35% da produção de barcos do país, avança como principal polo náutico com a chegada de oito novas operações à Marina Itajaí, maior complexo do Sul. Estaleiros, empresas de manutenção, venda de seminovos e centros de formação reforçam a economia do mar e o turismo náutico na região.

Santa Catarina concentra 50% da produção nacional de embarcações, abriga mais de 50 mil barcos registrados, reúne cerca de 980 empresas do setor náutico e movimenta aproximadamente 400 mil empregos diretos e indiretos, segundo dados da Acobar (Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e seus Implementos) e da Acatmar (Associação Náutica Catarinense). Nesse cenário de liderança, Itajaí se consolida como o principal polo náutico do país, sendo responsável por 35% da produção nacional com quase 20% das empresas catarinenses ligadas à economia do mar.

Recentemente, a cidade ampliou sua posição de destaque com a chegada de oito novas operações comerciais náuticas. São estaleiros, empresas de manutenção e de comercialização de embarcações seminovas, serviços técnicos especializados e centros de formação de condutores, que se instaram na Marina Itajaí, a maior do Sul do Brasil e referência nacional em inovação, negócios e desenvolvimento. A movimentação reforça a vocação da cidade como polo estratégico da economia do mar e ainda impulsiona o turismo náutico.

“A chegada de novas operações fortalece Itajaí como polo náutico do Brasil e também reforça o posicionamento da Marina Itajaí como referência no setor. A presença de marcas que atuam em diferentes frentes, da construção naval à formação de condutores, amplia a atuação do complexo e a relevância dos serviços oferecidos. Nosso compromisso é oferecer uma estrutura completa, capaz de atender com excelência quem navega, empreende ou investe. Essa diversidade impulsiona toda a cadeia produtiva, atrai novos investimentos e contribui para a geração de empregos. Ao concentrar infraestrutura de ponta, serviços especializados e localização estratégica em um só local, consolidamos a Marina Itajaí como protagonista do turismo náutico e do desenvolvimento econômico da região”, afirma Carlos Gayoso de Oliveira, diretor da Marina Itajaí.

Entre os destaques está a chegada do estaleiro Sedna Yachts, tradicional fabricante de embarcações entre 32 e 78 pés das linhas Yachts e Sport Fishing. A gerente comercial, Débora Santos, destaca que a Marina Itajaí tem sido um local estratégico para a realização de manutenções e test drives com clientes. Com a abertura de um ponto fixo, a empresa amplia sua presença e fortalece o relacionamento com o público náutico da região. “A Marina Itajaí atua como uma vitrine natural para a Sedna. Estar presente neste ambiente é estratégico para o fortalecimento da nossa marca”, informa Débora.

Outra marca com estaleiro e escritório na Marina é a Diantonio Boats. A empresa chegou recentemente ao mercado brasileiro com uma proposta diferenciada ao oferecer embarcações de pequeno e médio porte de alto padrão com foco total em personalização. Com sede em Barcelona, a fábrica está sendo estruturada em Itajaí para desenvolver projetos sob medida, unindo tecnologia de ponta, design sofisticado e engenharia naval de alta performance. “A Marina Itajaí tem uma localização estratégica, infraestrutura de excelência e público náutico qualificado. É, sem dúvida, o endereço mais completo para quem quer crescer nesse mercado. Neste novo espaço, os clientes irão conhecer os modelos e participar ativamente do processo de customização das embarcações”, comenta Alan Goes, diretor da Diantonio Boats.

Especializada na formação de condutores e na regularização documental de embarcações, a Bravo Zulu passou a integrar o complexo náutico. De acordo com as sócias Juliana Melo Rocha e Catiuxa Coelho, a empresa oferece cursos presenciais para Arrais, Motonauta, Mestre e Capitão Amador, além de atuar como despachante para embarcações nacionais e internacionais.

A Nova Onda Pinturas Náuticas se destaca por oferecer soluções personalizadas em acabamento de embarcações. Segundo a empresária Jéssica Simões Picoolo, a estrutura da Marina Itajaí proporciona o suporte ideal para grandes reformas e upgrades, incluindo espaço adequado para operar um travel lift de alta capacidade. “Hoje somos uma das maiores empresas do litoral catarinense com estrutura voltada à reforma e modernização de embarcações. A parceria com a Marina Itajaí nos permite atender até mesmo barcos de grande porte com total eficiência”, afirma.

Com foco na manutenção e serviços navais, a HSU/YANMAR instalou uma unidade no complexo náutico com o fornecimento de motores, peças e manutenção. Para o diretor comercial, Fábio Prado, a conexão com estaleiros e velejadores é fundamental: “A Yanmar é líder mundial em motores diesel. Estar na Marina Itajaí significa proximidade com o cliente e presença no ambiente mais representativo da região Sul”, comenta.

A UpBoats atua como empresa especializada em barcos seminovos. A marca oferece consultoria técnica para quem deseja adquirir barcos e realiza uma análise detalhada das condições da embarcação, além de gerenciar serviços náuticos, intermediar negociações de compra e venda e dar suporte completo em todo o processo.

No segmento de personalização e reformas, a Almare Design Náutico, fundada por Priscilla Dantas, passou a oferecer na Marina Itajaí serviços de arquitetura náutica, refit, decoração, acessórios, Boat Organizer e personalizações exclusivas. Segundo a empresária, o ambiente centralizador da Marina facilita o contato direto com estaleiros e proprietários que valorizam a estética e diferenciação em suas embarcações. Já a Volvo Prime, com sede em Florianópolis e unidade instalada na Marina Itajaí, é um Centro Autorizado pela Volvo Penta. A empresa atua com manutenção preventiva e corretiva, além de oferecer serviços de repotenciamento de motores.

A Tribuna - SP   09/06/2025

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) confirmou que o leilão do terminal de contêineres Tecon Santos 10, no Porto de Santos, será realizado com restrição de participantes. A aprovação unânime dos diretores da autarquia foi apresentada nesta quinta-feira (5) durante reunião ordinária realizada em Brasília.

A decisão pelo modelo de leilão foi oficializada, no último dia 23, pelo diretor-geral substituto da Antaq, Caio Farias, por meio da Deliberação DG 38/2025, que foi referendada pelos demais membros da diretoria colegiada na ocasião. A sessão de ontem apenas deu publicidade ao feito.

A agência reguladora determinou um modelo de licitação em duas fases, vedando a participação de operadores com arrendamentos de terminais de contêineres em Santos na primeira delas, sendo que a segunda ocorrerá apenas se a primeira for deserta.

Segundo Farias, a documentação do leilão do Tecon Santos 10 tramita no Tribunal de Contas da União (TCU) desde o último dia 28, quando foi protocolada. A Corte de Contas tem um prazo mínimo de 90 dias para análise da peça e devolução à Antaq para abertura do edital com os devidos ajustes se houver.

O diretor-geral reforçou que a intenção tanto da Antaq quanto do Ministério de Portos e Aeroportos é realizar “o maior leilão do setor portuário ainda neste ano”.

Considerado um megaterminal, o Tecon Santos 10 ocupará área de 621,9 mil metros quadrados (m2) no cais do Saboó, na Margem Direita do Porto de Santos.

O investimento inicial de R$ 5,6 bilhões foi atualizado para R$ 6,45 bilhões e a capacidade operacional total foi ajustada para 3,25 milhões de TEU (medida equivalente a um contêiner de 20 pés) ao ano, além da inclusão de transporte de 91 mil toneladas por ano de carga geral. Em princípio, o terminal atenderia à capacidade de 3,5 milhões de TEU por ano.

O ajuste no valor de capex, ou seja, de investimento em infraestrutura, deve-se à inclusão de obras fora da área de arrendamento no projeto. O prazo do contrato é de 25 anos, com início da vigência previsto para o ano de 2026 e término em 2050, no entanto, podendo ser prorrogado sucessivas vezes até o limite de 70 anos.

A estimativa é de que o empreendimento amplie a capacidade operacional de contêineres do cais santista em 50%.

Contestação
Na semana passada, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU) solicitou à Corte de Contas a suspensão, por medida cautelar, do processo licitatório do Tecon Santos 10 em razão da restrição a participantes. Horas depois, o pedido foi indeferido pelo ministro Antonio Anastasia, relator do processo no TCU.

SP defende certame sem limitações aos operadores atuais
O Governo de São Paulo saiu em defesa da concorrência aberta no leilão do Tecon Santos 10. Em ofício enviado ao ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, os secretários paulistas pediram que os atuais operadores não sejam impedidos de participar da disputa.

O posicionamento faz coro com críticas de outras entidades do setor que questionam o modelo proposto para o certame, com leilão em duas etapas e participação das companhias já presentes no Porto de Santos só na segunda fase.

“Em nossa visão, não se revela pertinente a criação de regras restritivas que esvaziam a ampla competição, impedem a participação de agentes econômicos tecnicamente qualificados na disputa pelo ativo e podem resultar na prestação de um serviço menos eficiente e mais custoso para a cadeia logística paulista”, aponta o documento assinado pelos secretários estaduais de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, e do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende.

Eles argumentam que a Antaq proibiu a participação dos atuais operadores sob alegação de que isso gerar concentração de mercado.

“Contudo, apesar desse argumento, a própria agência apresenta uma alternativa (dentre outras possíveis) menos gravosa, que poderia mitigar os riscos de concentração de mercado, ao prever que, na etapa 2 da licitação, tais atores possam participar, desde que assumam compromissos de desinvestimento em seus contratos atuais de arrendamento”.

Na visão do governo paulista, a análise sobre a concentração indevida do mercado deveria ser conduzida pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Os secretários argumentam ainda que a ampla competição poderia empregar maior celeridade ao projeto, “afastando eventual litigiosidade que poderia procrastinar sua execução e, assim, prejudicar o interesse público”.

Valor - SP   09/06/2025

O porto paranaense é o segundo maior do Brasil e da América Latina; o empreendimento prevê investimento de R$ 1 bilhão

O Ministério de Portos e Aeroportos marcou o leilão do canal de acesso ao Porto de Paranaguá (PR) para agosto deste ano. O empreendimento prevê investimento de R$ 1 bilhão. O porto paranaense é o segundo maior do Brasil e da América Latina, depois do Porto de Santos.

“Essa parceria é muito saudável para o Brasil. Será um marco para o setor portuário brasileiro, pois vamos fazer o primeiro leilão de acesso de um porto público, que pode chegar a R$ 1 bilhão”, afirmou o ministro Silvio Costa Filho, por meio de nota oficial. Ele está em Paris acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em visita oficial à França, onde participa também de reuniões bilaterais com empresários para apresentar a carteira de investimentos do setor.

O anúncio da data de realização da disputa foi feito por Costa Filho, nesta sexta-feira (6), durante viagem ao exterior, em razão do envio na mesma data dos documentos técnicos da licitação à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Outros leilões

Costa Filho tem a expectativa de que o leilão de Paranaguá, o primeiro a ser realizado no país, sirva de modelo para outros certames com investimentos em canais de acesso a serem realizados ainda neste ano. Entre os projetos que serão lançados estão o Porto de Santos (SP), Porto de Itajaí (SC) e o Porto da Bahia. “Isso vai dar previsibilidade ao setor produtivo, sobretudo na rota do desenvolvimento do setor portuário brasileiro”, disse.

Em comunicado antecipado ao Valor, o Ministério de Portos e Aeroportos informou que, com o leilão, o calado (profundidade) do canal será ampliado de 13,5 metros de profundidade para 15,5 metros, elevando a capacidade do porto para receber navios de maior porte e ampliando a movimentação de cargas. Atualmente, o Porto recebe 2,6 mil navios por ano, com destaque para granéis sólidos, como soja e proteína animal. O governo federal espera que a concessão traga maior eficiência à operação portuária, possibilitando a ampliação do número de navios no porto.

“A concessão vai colocar o Porto de Paranaguá em outro patamar em relação ao comércio internacional e estamos bastante confiantes nesse modelo de leilão, que, seguramente, terá muita competição”, avaliou o Secretário Nacional de Portos do ministério, Alex Ávila, que também se manifestou por meio de nota.

O técnico do governo explicou que que "cada centímetro a mais" no calado do canal de acesso corresponde a um aumento de 60 toneladas de carga no porão do navio. “A concessão vai elevar o Porto de Paranaguá a um patamar de 15,5 metros, então teremos um ganho substancial. Além do ganho de escala que virá com o aumento do número de navios”, destacou Ávila.

O ministério prevê ainda que a concessão vai impulsionar também o desenvolvimento da região, uma vez que a ampliação de movimentação de carga no porto tem reflexos positivos na economia dos municípios próximos e na geração de emprego e renda nas cidades vizinhas e no Estado.

Jota - DF   09/06/2025

A reforma tributária recentemente aprovada só entrará em vigor em 2033, mas já impacta o planejamento futuro de todos os segmentos econômicos do país. Nos próximos anos, será fundamental analisar e se preparar não só para os desafios que estão por vir, mas também aproveitar as oportunidades de investimento e de crescimento que a nova regulamentação vai viabilizar.

Para o setor portuário brasileiro, um dos mais relevantes para a economia responde por 95% do comércio internacional , a expectativa é muito positiva. Isso porque embora ainda seja cedo para estimar os impactos da reforma, já podemos adiantar que o pacote aprovado vai destravar a economia nacional como um todo.

Com a reforma em vigor, teremos um aumento de demanda em todos os segmentos e, por consequência, a necessidade de investimentos em infraestrutura para suprir essa demanda. Como uma peça-chave dentro da balança comercial brasileira, o setor portuário vai se beneficiar muito, visto que, hoje, a elasticidade da economia do país já é maior que a oferta de infraestrutura portuária existente. Ou seja, serão necessários muitos investimentos para que os nossos portos possam atender às necessidades do setor de forma eficiente.

Esse crescimento não será linear e, mesmo com as oportunidades, sempre existem sensibilidades e desafios. A tendência, em uma primeira análise, é de que os portos mais próximos dos centros de consumo, como é o caso dos localizados na região Sudeste, se beneficiem mais, por motivos óbvios: os grandes centros econômicos geram mais consumo, impactando diretamente as operações de importações e exportações.

Neste contexto, a reforma tende a ser mais benéfica para os exportadores em geral, visto que não só acaba com o problema crônico de acúmulo de créditos que vemos hoje, mas também melhora o fluxo de mercadorias exportadas.

Por outro lado, espera-se também uma redução da guerra fiscal de ICMS entre os estados, o que pode fragilizar os ecossistemas de importação de mercadorias rastreados única e exclusivamente em benefícios. Ou seja, portos distantes dos centros de consumo, e com infraestrutura defasada, podem vir a enfrentar alguma redução nos fluxos de carga, em benefício de portos que estão mais bem estruturados.

É por isso que o pulo do gato para o setor é, desde já, colocar o pé no acelerador e investir para chegar em 2033 pronto para os desafios e oportunidades. Um bom exemplo prático de sistema portuário que vem investindo neste caminho e já colhe frutos é o do Espírito Santo, com os portos de Vitória, Vila Velha e Barra do Riacho.

O complexo, que também se beneficia de subsídios fiscais, tornou-se o primeiro complexo portuário brasileiro privado há dois anos e meio. Neste período, investiu, junto a seus parceiros, mais de R$ 580 milhões, gerando melhorias estruturais que elevam ainda mais a qualidade dos serviços e logística, garantindo atratividade para os importadores neste novo ambiente competitivo.

Hoje, os portos do ES representam um hub de importação e de exportação bastante sofisticado, que inclui também a malha logística e de suporte para as operações portuárias, bem como o desenvolvimento da comunidade ao seu redor, onde as cidades de Vitória e Vila Velha estão aptas a receber negócios de diferentes portes, dispondo de mão de obra qualificada.

Com toda essa estrutura, mesmo com a extinção dos benefícios ficais em 2033, o sistema portuário do Espírito Santo seguirá investindo e crescendo, pois estará pronto para atender às novas demandas que surgirão pós-reforma.

A reforma já está aprovada e tem prazo para começar. Quem planejar desde já terá mais chances de capturar oportunidades e se antecipar aos desafios. O setor portuário exige planejamento e 2033 está logo ali.

PETROLÍFERO

O Estado de S.Paulo - SP   09/06/2025

Esta semana, o setor de petróleo ficou surpreso e, ao mesmo tempo, assustado com o pacote de medidas que o governo anunciou para ajudar a resolver o déficit fiscal. Após cometer um erro grosseiro com a edição do decreto do IOF, que vem causando muitos dissabores tanto na esfera política como na empresarial, agora parece que o governo vai cometer um erro similar aumentando os impostos pagos pela indústria de petróleo e gás natural.

Será um erro idêntico ao cometido em 2023, quando, por meio de uma medida provisória, criou-se o imposto de exportação sobre o petróleo, que durou quatro meses, mas drenou muito dinheiro das empresas de petróleo.

Agora, o governo quer arrecadar R$ 35 bilhões com mudanças abruptas como no cálculo da participação especial no Campo de Tupi. Tupi é um campo no pré-sal que foi leiloado sob o regime de concessão e, com isso, paga participação especial, ao contrário de outros campos do pré-sal que foram leiloados no regime de partilha, no qual a participação especial foi trocada pelo profit oil.

Portanto, basta o governo editar um decreto presidencial que substitua o anterior, ainda do governo FHC, para aumentar a arrecadação em R$ 6,5 bilhões. Isso nos parece claramente quebra de contrato. É bom lembrar que os contratos de exploração/produção de petróleo são de 30 anos.

Nesse pacote, o governo também propõe a alteração no preço de referência do petróleo de maneira súbita, já que esse assunto vem sendo discutido na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) sem que se tenha ainda chegado a um consenso. Ao alterar o preço de referência calculado pela ANP, que serve como referência de pagamento de royalties, está-se elevando a arrecadação de royalties.

Outra medida, em que se espera arrecadar R$ 15 bilhões, é o Projeto de Lei (PL) enviado ao Congresso propondo a realização de um leilão de áreas unitizadas. Essas áreas são contíguas a campos que já foram leiloados, mas que ainda têm áreas menores que pertencem à União.

Esse PL precisa ser aprovado no Congresso. Portanto, falar na arrecadação de R$ 15 bilhões é no mínimo precipitado, porque o sucesso ou o fracasso do leilão vai depender das regras que serão aprovadas pelo Congresso.

Contudo, mudar a regra da participação especial e o preço de referência traz insegurança jurídica e regulatória, e, consequentemente, tira atratividade de investimento deste leilão e de outros que a ANP venha a realizar.

Um PL que o governo deveria apoiar é o do ex-senador José Serra, que está em debate na Comissão de Infraestrutura do Senado e propõe acabar com o polígono do pré-sal e a preferência da Petrobras nos leilões do pré-sal. Este, sim, é um projeto que atrairia mais investimentos e arrecadação para o Brasil.

Estas medidas precipitadas e sem uma discussão com a indústria do óleo e gás têm tudo para dar errado e afastar investimentos. Por fim, a principal prejudicada com esse pacote é a maior empresa de petróleo do Brasil: a Petrobras. A empresa vai reagir na proteção dos seus acionistas? A conferir.

Valor - SP   09/06/2025

Valor recebido por Maricá tem superado a soma do valor repassado a todos os Estados não confrontantes do pré-sal juntos

A imprensa noticiou recentemente que a Prefeitura de Maricá pretende adquirir o controle da SAF do Vasco da Gama. O dinheiro para a transação sairia do fundo soberano do município, que “já está batendo na casa dos R$ 2 bilhões”, segundo informou o prefeito. A fonte de recursos do fundo é a receita da indústria do petróleo.

O valor de royalties e participação especial recolhidos pelas empresas que produzem petróleo e gás natural no Brasil é compatível com nossa condição de grande produtor: foram aproximadamente R$ 100 bilhões em média nos últimos quatro anos. Esse bolo é repartido em quatro partes. A União fica com pouco menos de 40% do total. Pouco mais de 30% vão para os Estados confrontantes aos campos do pré-sal - Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo. Pouco menos de 25% são destinados aos municípios litorâneos desses três Estados (como Maricá), e para alguns municípios que, embora não localizados na costa, têm instalações usadas na cadeia do petróleo. Os cerca de 6% restantes vão para um fundo especial do petróleo e são então divididos em duas partes iguais. A primeira metade é rateada entre todos os demais Estados do Brasil e a segunda entre todos os demais municípios do país. O critério de rateio é o mesmo usado para distribuição dos recursos dos fundos de participação de Estados e municípios.

O valor recebido por Maricá (menos de 250 mil habitantes) tem superado a soma do valor recebido por todos os Estados não confrontantes do pré-sal juntos. É isso mesmo. Foram R$ 4,2 bilhões em 2024, enquanto Pernambuco e Ceará, ambos com população superior a 9 milhões de habitantes, receberam menos de R$ 70 milhões cada um.

Essa forma de divisão resulta da aplicação de regras já antigas, aprovadas durante o longo período em que o Brasil produzia (pouco) petróleo em terra ou em campos muito próximos ao litoral. Quando vieram as descobertas do pré-sal, o Congresso Nacional se deu conta de que o critério de distribuição precisava mudar. Aprovou então a Lei 12.734/2012, cujas regras distribuem recursos entre os Estados de forma menos concentrada naqueles que confrontam as áreas de produção no mar, que ainda assim continuam a ser os grandes recebedores. A lei impõe também um limite aos valores recebidos por municípios. Mas o novo regime não chegou a entrar em vigor. Em março de 2013, o STF atendeu pedido de medida cautelar em ação de inconstitucionalidade proposta pelo Estado do Rio de Janeiro para suspender as novas regras.

A lei de 2012 parte daquilo que manda a Constituição Federal: os hidrocarbonetos são recursos da União, e a receita de sua exploração deve ser compartilhada com os demais entes da federação. Mais de 95% da produção de petróleo do país ocorre offshore e os maiores campos se situam a uma distância superior a 200 km da costa. Trata-se de uma faixa do espaço marinho que juridicamente não integra sequer o território da União, que dirá de Estados ou municípios. A Convenção das Nações Unidas sobre o direito do mar dispõe que o Estado costeiro tem direitos de soberania para a exploração e aproveitamento dos recursos naturais em sua zona econômica exclusiva, mas não titularidade sobre esse espaço.

Parte crescente do petróleo do pré-sal é exportada diretamente do local de produção, com o uso de navios de posicionamento dinâmico, e sequer transita pelos terminais marítimos na costa. Por que, então, privilegiar um grupo reduzido de municípios litorâneos? Maricá não foi a única a ganhar na loteria geográfica, como o Tribunal de Contas da União descreveu em decisão recente esse sistema. Macaé recebeu em 2024 mais de R$ 1,3 bilhão, Campo de Goytacazes mais de R$ 700 milhões, Ilhabela aproximadamente R$ 400 milhões.

Dito isto, a Lei 12.734/2012 não entrará em vigor. A adoção de suas regras faria despencar em mais de 30% a receita do Estado do Rio de Janeiro, e cairia também a fatia dos recursos distribuídos à União - a lei previa um sensato período de transição precisamente para evitar impactos bruscos, que foi desperdiçado. O reconhecimento de sua constitucionalidade imporia ademais aos maiores recebedores a obrigação de devolver centenas de bilhões de reais transferidos a maior nos últimos 12 anos. Ainda que fossem modulados os efeitos da decisão, isso seria financeiramente insuportável e politicamente indefensável.

Existe, no entanto, solução realista para essa relevante disputa entre os entes da Federação. Ela parte do fato de que a produção de petróleo, e a receita pública correspondente, ainda crescerá de forma importante até o início da próxima década, mesmo sem levar em conta o possível início de produção em novas províncias, como a Bacia de Pelotas ou a Margem Equatorial. A receita depende também do câmbio e da cotação do próprio petróleo, mas mesmo sob cenários conservadores tende a ocorrer aumento importante de arrecadação.

A solução contemplada envolveria preservar, no momento inicial, o nível mais recente de receita dos principais Estados recebedores, mas interromper seu crescimento. Isso criará espaço para incremento muito substancial da receita dos Estados não confrontantes, e também para aumento do montante destinado à União. Deveria ser recriado um período de transição apto a evitar impacto abrupto no orçamento dos maiores municípios recebedores. É possível inclusive que essa transição venha a ser suavizada pelo início de operação e geração de receita de novas regiões produtoras. Como medida de realismo, seria preciso também esquecer o passado: nenhum Estado ou município seria obrigado a devolver recursos recebidos a maior.

Seria insólito que uma lei pudesse ser inconstitucional porque altera a calibragem da distribuição de recursos entre os entes da Federação. É como dizer “25% (para determinado Estado) pode, mas 18% é inconstitucional”.

Em junho de 2023, a ministra relatora da ação de inconstitucionalidade proposta pelo Estado do Rio remeteu o processo ao Centro de Soluções Alternativas de Litígios do STF para tentativa de solução negociada da controvérsia, considerando o alto significado do tema e a imprescindibilidade do diálogo e da cooperação institucionais para a solução dos conflitos federativos. Até agora nenhum Estado, ou consórcio de Estados, animou-se a apresentar proposta de solução.

Bolívar Moura Rocha é advogado e sócio da consultoria Moura Rocha & Malan.

Infomoney - SP   09/06/2025

O petróleo subiu mais de US$1 por barril nesta sexta-feira, registrando seu primeiro ganho semanal em três semanas, após um relatório favorável sobre empregos nos Estados Unidos e a retomada das negociações comerciais entre os EUA e a China, aumentando as esperanças de crescimento nas duas maiores economias do mundo.

Os contratos futuros do petróleo Brent fecharam a US$66,47 por barril, com alta de US$1,13, ou 1,73%. O petróleo West Texas Intermediate dos EUA (WTI) fechou a US$64,58, com alta de US$1,21, ou 1,91%.

Ambos os índices de referência fecharam com ganhos semanais, após terem caído por duas semanas consecutivas. O Brent avançou 2,75% esta semana, enquanto o WTI está sendo negociado 4,9% mais alto.
“Acho que o relatório de empregos foi um sucesso”, disse Phil Flynn, analista sênior do Price Futures Group. “Não foi muito quente, nem muito frio, mas foi o ideal para aumentar as chances de um corte na taxa de juros pelo Federal Reserve.”

O relatório mensal de emprego do Departamento do Trabalho dos EUA mostrou que a taxa de desemprego se manteve estável em 4,2% no mês passado. Os empregadores criaram 139.000 postos de trabalho, o que, combinado com as revisões para baixo das estimativas dos meses anteriores, mostrou um arrefecimento na demanda de mão de obra, mas nada abrupto; em comparação, os ganhos mensais de emprego foram, em média, de 160.000 no ano passado.

Um corte nas taxas pelo banco central dos EUA, muito desejado pelo presidente Donald Trump, poderia impulsionar o crescimento econômico e a demanda por petróleo.

Valor - SP   09/06/2025

Segundo a TBG, a decisão é parte do Processo de Oferta e Contratação de Capacidade 2024, que estava suspenso desde dezembro de 2024

(Atualizada para incluir correção de informação feita pela TBG) A Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) informou nesta sexta (6) a redução em até 28% das tarifas para atender à demanda do mercado por valores mais competitivos no Gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol). Segundo a TBG, a decisão é parte do Processo de Oferta e Contratação de Capacidade 2024, acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), que estava suspenso desde dezembro de 2024.

Conforme a TBG informa em nota, a redução em relação às tarifas vigentes é de até 28% para aquelas de capacidade de saída. As tarifas de capacidade de entrada tiveram um percentual de incremento de 13%, menor daquele observado no momento de suspensão do processo com a ANP, que era de 40%.

Segundo a ANP, o Processo de Oferta e Contratação de Capacidade 2024 havia sido suspenso por ter sido apresentado um volume contratado abaixo do esperado, conforme o cenário de referência. “Com isso, observou-se que haveria um aumento tarifário expressivo em relação à tarifa de contratação de transporte que estava vigente até então”, disse a ANP, em comunicado em março de 2025. O processo foi temporariamente suspenso até que se pudesse avaliar com mais profundidade as razões para a discrepância.

Nesta sexta, a TBG disse, em nota, que, com a retomada do processo, fica mantido o prazo original de 25 de junho para a previsão de assinatura dos contratos, que terão validade de 1º de julho até o fim de 2025. Para os contratos a serem firmados em 2026, que contemplarão os próximos cinco anos, as tarifas serão reavaliadas, com valores a serem aprovados pela ANP.

RODOVIÁRIO

Valor - SP   09/06/2025

Alterações no projeto incluíram maior compartilhamento de riscos e atualização de valores; investimento previsto chegou a R$ 6,8 bi

O governo de São Paulo deverá republicar nesta segunda-feira (9) o edital da Parceria Público Privada (PPP) do túnel Santos-Guarujá, com alterações no projeto. O leilão deverá ser realizado no dia 5 de setembro.

A concorrência estava inicialmente prevista para 1º de agosto, mas o governo decidiu fazer ajustes na modelagem, após rodadas de conversas com investidores interessados no leilão, que apontaram problemas.

Uma das mudanças foi o recálculo de custos importantes, que vinham sendo considerados subdimensionados pelos grupos que analisam o contrato. Foram revistos valores como os de concreto, dragagem e paredes diafragma, segundo o governo estadual. Além disso, a data-base contratual foi atualizada para janeiro de 2025.

Com isso, o investimento previsto chegou a R$ 6,8 bilhões, um aumento de R$ 1 bilhão em relação à estimativa que havia sido feita anteriormente pelo Estado.

Também foi feita uma alteração na concorrência, para que os grupos possam dar lances em viva-voz tanto sobre a contraprestação pública, que será paga pelo Estado ao longo de todo o contrato, quanto sobre o aporte público, que deverá ser desembolsado pelo governo para viabilizar a construção do túnel.

O critério da licitação será justamente o maior desconto oferecido sobre esses dois valores, que serão pagos pelo poder público. Na versão anterior do edital, o aporte máximo previsto era de R$ 4,96 bilhões, e as contraprestações anuais seriam de no máximo R$ 304 milhões.

Também foram adotadas medidas para reduzir os riscos do parceiro privado no projeto, como a criação de uma conta desapropriação para o empreendimento, e ajustes na alocação de riscos, para dar mais segurança ao privado, principalmente em relação a questões geológicas e de interferências.

Outra melhoria do edital foi a atualização das projeções de tráfego da via, considerando também a modelagem do projeto de uma concessão para as travessias hídricas do Estado - hoje o fluxo de passageiros é feito principalmente por meio de balsas.

Entre os grupos interessados no leilão estão os chineses da CCCC, com a construtora portuguesa Mota-Engil; a espanhola Acciona, que estuda o projeto em parceria com a holandesa Ballast Nedam; a italiana WeBuild, que recentemente anunciou consórcio com a Marquise Infraestrutura; e a Odebrecht, que se associou à EGTC, da Queiroz Galvão, e uma empresa estrangeira, conforme já noticiado pelo Valor.

A obra é considerada extremamente desafiadora pelo mercado. O novo concessionário terá que construir o túnel, que terá cerca de 1,5 km de extensão, sendo 870 metros submersos, com uma tecnologia nunca usada pela engenharia brasileira. A via deverá ter três faixas por sentido, com uma delas exclusiva para Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

A construção túnel Santos-Guarujá é um dos projetos mais emblemáticos da região, com histórico de décadas de idas e vindas. O projeto da PPP surgiu a partir de uma parceria entre o governo federal e o de São Paulo, mas a estruturação está sendo liderada pela Secretaria de Parcerias em Investimentos paulista. Em abril, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) e o governador paulista Tarcísio de Freitas fizeram juntos o “roadshow” com os investidores internacionais que estudam o projeto.

AGRÍCOLA

Canal Rural - SP   09/06/2025

O programa Pró-Trator define o teto de 8% para as transações e R$ 50 mil por produtor rural. Assim, são elegíveis tratores novos, de fabricação nacional, com potência máxima de motor de até 125 cv.

Para ampliar a oferta da linha de crédito, foi aberto um chamamento público para credenciar bancos cooperativos como operadores financeiros do Projeto Feap SP – Pró Trator e Implementos.

A data limite para os bancos cooperativos interessados enviarem os documentos necessários e se habilitarem junto ao governo do estado é o dia 9 de junho.

O agro paulista é um dos principais mercados que impulsionam o crescimento do setor de máquinas agrícolas do Brasil. Em 2024, o estado manteve sua posição de líder em vendas de tratores no país, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

De acordo com a associação, o comércio de maquinas agrícolas ultrapassou 7 mil unidades em 2024. Dessa forma, o estado de São Paulo, garantiu uma participação de 21% no mercado nacional.

O Paraná e Rio Grande do Sul ocupam a segunda e a terceira colocações, com 4,9 mil e 4,3 mil máquinas, respectivamente.

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