Clipping Diário

08 | Maio | 2025

SIDERURGIA

O Estado de S.Paulo - SP   08/05/2025

A entrada de aço da China e outros países da Ásia continua o pesadelo das siderúrgicas brasileiras. De janeiro a março, as importações de produtos acabados cresceram 34% sobre o mesmo trimestre de 2024, conforme números oficiais, e o termômetro das empresas é que elas mantêm o mesmo ritmo a partir de abril. O sistema de cotas-tarifas adotado pelo governo brasileiro no início de junho do ano passado, que não surtiu o efeito esperado, vence no fim deste mês.

“Maio é um mês chave para discutirmos o futuro do setor”, afirma Jorge Luiz Ribeiro de Oliveira, novo presidente da ArcelorMittal Brasil, que assumiu o cargo no início de abril, em entrevista ao Estadão. O executivo, com uma longa carreira na empresa, diz que a companhia aguarda do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), no mínimo, a renovação do sistema implementado quase um ano atrás para estancar a enxurrada de aço chinês no País. A China, no todo, coloca quase dois terços do volume importado, que representa quase um quarto do consumo.

Segundo Oliveira, a renovação da medida é o mínimo que se precisa para o grupo manter sua confiança de investimentos futuros no Brasil, após o ciclo de R$ 25 bilhões iniciado em 2022 e que vai ser completado antes de 2027. “Temos previstos aos menos mais R$ 10 bilhões, sendo 40% num projeto novo no Espírito Santo, que está na fase de estudos de viabilidade para aprovação do Comitê de Investimento e do Conselho de Administração do grupo no fim de 2025”.

A ArcelorMittal é o maior grupo produtor de aço do Brasil, com uma fatia na faixa de 42% do total. No ano passado, foram 15,5 milhões de toneladas fabricadas e uma receita líquida de quase R$ 67 milhões. A empresa é a maior exportadora de placas de aço ao mercado americano.

As medidas tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, atingiram as exportações de aço do País para aquele mercado. Estão em vigor desde 12 de março. Ao mesmo tempo, acirraram a competição em âmbito global. O Brasil, com o mercado amplo que tem, tornou-se mais vulnerável aos exportadores chineses e do Sudeste asiático, afetados com as tarifas americanas.

Essa competição já é vista nos EUA, afirma o executivo da ArcelorMittal Brasil e também CEO da divisão de Aços Planos na América Latina. “Segundo publicações especializadas, os preços de venda de placas no mercado americano tiveram queda de 5% a 7% em decorrência da maior concorrência com produtores asiáticos desde o anúncio das medidas”

Oliveira disse que os embarques de placas da ArcelorMittal para a laminadora Calvert, no Alabama, joint venture com a Nippon Steel, continuam normalmente. O motivo é déficit de oferta desse produto nos EUA e os clientes continuam pagando os 25% para ter aço.

“Não fomos, até o momento, afetados nas exportações”. E uma explicação, diz ele, é que o preço do produto acabado vendido por Calvert e outras laminadoras do país subiu mais que os 25% da tarifa, em alguns casos passando de 30%.

A expectativa do setor é que o governo brasileiro consiga renovar o acordo de 2018 que definiu uma cota dura (hard quote) de exportação de aço semiacabado e produtos laminados aos EUA.

Abaixo, os principais pontos da entrevista:

Como está a situação de abastecimento das operações da ArcelorMittal nos EUA, quase dois meses depois de adoção da tarifa de 25%?
O abastecimento da nossa unidade de laminação de Calvert, no Alabama, não foi afetado em volume. Continua normal, mesmo com a tarifa de 25%. Os clientes estão repassando o aumento de preço decorrente da tarifa. Os preços tiveram alta até superior à tarifa, conforme informações veiculadas por publicações especializadas.

A ArcelorMittal exporta também produtos de aço longo para os EUA, como steel cord, um fio de aço usado para reforçar pneus radiais de automóveis. Nesse caso, como estão as vendas?
O grupo exporta a partir do Brasil para os EUA basicamente placas e steel cord, produto que não é fabricado no país. O Brasil é fornecedor de steel cord porque faz um produto de alta qualidade. A demanda continua mesmo com a tarifa. Vendemos cerca de 100 mil toneladas por ano.

O grupo está construindo em Calvert uma usina de placas ao lado da laminadora e poderá até ter uma segunda unidade? Isso já é estratégia de reduzir a dependência de placa brasileira para EUA?
A obra está em fase final de construção e deve iniciar operação nos próximos meses, com capacidade de 1,5 milhão de toneladas por ano. Serão fabricadas com sucata mais HBI “hot briqueted iron” de uma unidade adquirida no Texas. O grupo ainda avalia uma segunda unidade para elevar a produção local.

Com isso, no futuro, no mesmo site, a empresa deverá ter 60% da necessidade atual, de 5 milhões de toneladas importadas do Brasil. Para onde o grupo irá deslocar esse excedente de aço semiacabado?
A tendência natural é para dentro do próprio grupo, na Europa, e outros mercados. Já vendemos nos EUA também para outros clientes, além de suprir a unidade de Calvert. Hoje, temos disponível para venda no mercado internacional 5,5 milhões de toneladas produzidas nas usinas de Tubarão (ES) e Pecém (CE).

Após o tarifaço de Trump, com os 25% sobre aço de todo o mundo, como ficou a competição no mercado americano, com produtores do sudeste asiático, Canadá e México?
Em 2018, o Brasil foi um dos países com exceções, com uma cota de exportação, sem tarifa. Agora, com tarifas iguais para todo mundo, produtores do sudoeste da Ásia começaram a aumentar a oferta no mercado americano. Pelas informações de mercado, os preços de embarques do Brasil para EUA tiveram queda de 5% a 7% devido a concorrência.

No Brasil, em menos de um mês, termina o sistema de cotas-tarifas, com 25% de sobretaxa sobre o que exceder a cota, para coibir importações. Como estão as conversas com o governo para renovação ou definição de novo mecanismo?

Como a WTorre planeja liderar mercado de estádios com reforma do Morumbis e da Vila Belmiro
A ArcelorMittal confia que o governo vai renovar a medida e confia também que após a renovação continuará buscando junto com o setor medidas mais eficazes. A medida foi baseada na regra de cota mais tarifa: média das importações de 2020 a 2022 mais um pênalti de 30%. O setor, na época, pediu 18 tipos de produtos, mas foi contemplado com 11. Uma alternativa que pode ser adotada agora, após renovação, seria excluir os 30% sobre a cota média. Ou trazer as 18 NCMs (Nomenclatura Comum do Mercosul) de volta.

O que o setor gostaria que já entrasse agora junto com o processo de renovação?

Há quatro NCMs em avaliação, que poderiam entrar agora com a renovação. Estamos em diálogo com o governo, que está dando prioridade ao caso via Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços, nas pessoas do ministro e de seu secretário junto com o time técnico de comércio exterior. E há também a alternativa de retirar os 30% adotado sobre a cota, para frear o crescimento das importações, principalmente da China.

O sistema de cota dura (“hard quote”), que os EUA usou em 2018, seria um modelo que o Brasil poderia adotar?
Sim, é uma alternativa. Faz sentido.

O governo está ciente do aumento das importações?
Estamos mostrando isso. Se pegarmos a média das importações de 2020 a 2022, há um crescimento de 75%, considerando as projeções para 2025. Se formos antes de 2020, a importação mais que dobrou. Por isso, a ArcelorMittal está confiante de que haverá renovação e a adoção de outras medidas.

Essas alternativas já estão em negociação?
O fato concreto é: o mínimo que pode acontecer é a manutenção do regime que foi aprovado. As demais alternativas estão em diálogo com o governo. O prazo é curto, dia 31 de maio está batendo à nossa porta. Tem havido reuniões no MDIC e na Camex (Câmara de Comércio Exterior) neste mês. Por isso, há muito debate com o governo para definir essas alternativas, com participação dos conselheiros do Instituto Aço Brasil.

Para o setor, a demora nas definições significa ver a entrada de aço estrangeiro correr solta a cada mês nos portos brasileiros?
Se compararmos, no primeiro trimestre houve aumento na casa de 30% sobre um ano atrás. É por essa razão a urgência de renovar o sistema atual. E manter as conversas com o governo para aprimorar o mecanismo de defesa. O pior dos mundos é entrar junho sem nenhuma medida. Além de aço da China, temos produtos do Egito (dentro de um acordo com o Brasil).

Que outras medidas podem ser adotadas e que já foram levadas ao governo?
Temos outros mecanismos para aços planos e longos, mas focados em diversos países. Estão em andamento até o fim do ano. Por exemplo, medidas antidumping em que se reconheceu o dano, alguns acima de 70%, mas o governo vai aprofundar a investigação. Há uma série de esforços paralelos.

Se não tiver a renovação da medida e outras ações, qual será a atitude das empresas do setor?
Isso levará as companhias, como ArcelorMittal, a fazer revisão de suas estratégias de investimentos futuros. O Brasil é uma das opções, e prioridade, do grupo para novos investimentos. Mas, obviamente, se a importação não for controlada, essa estratégia poderá sofrer revisão.

No início do ano, o grupo informou a intenção de novo investimento no País. Seria congelado?
Em fevereiro, anunciamos possibilidade de investir R$ 4 bilhões na usina de Tubarão (em Serra-ES) para montar uma unidade de laminação a frio e de galvanização de aço. No todo, temos cerca de R$ 10 bilhões, adicionais aos R$ 25 bilhões que estamos aplicando desde 2022, em análise, mas podem sofrer impacto se não houver uma efetividade no controle da importação. A indústria brasileira precisa de condições para continuar gerando empregos e produtos.

Como está o andamento desse projeto?
Na fase de preparação para aprovação final do comitê de investimentos e do conselho de administração do grupo no final do ano. Estudos de mercado mostram que o empreendimento faz sentido. Estamos mantendo a data de aprovação porque estamos confiantes de que o governo envidará esforços para adotar medidas robustas. Maio é um mês chave para discutir o futuro.

Neste momento, qual teu nível de expectativa do cenário?
A minha crença e da ArcelorMittal é de renovação da medida, no mínimo. Ela acontecendo, nossos planos podem não sofrer alteração. Ao contrário, postergação e até cancelamento de investimentos. Estamos falando de um apetite de R$ 10 bilhões.

Monitor Digital - RJ   08/05/2025

A siderúrgica Cleveland-Cliffs, terceira maior dos EUA e 25ª do mundo (dados de 2022) paralisará por tempo indeterminado três usinas siderúrgicas no verão do hemisfério Norte. A companhia, que apoia a política do presidente Donald Trump de “America First” e defende a imposição de tarifas sobre aço importado, alegou na última sexta-feira (2) que está sendo afetada pela fraca demanda e pelos baixos preços de alguns produtos, incluindo chapas de aço de alto carbono.

Serão fechadas as fábricas em Conshohocken e Steelton (Pensilvânia); uma em Riverdale (Illinois); e outra em Dearborn (Michigan), cujo fechamento foi anunciado em março. Também serão desativadas duas minas de ferro em Minnesota.

A fábrica em Steelton tem 151 anos de história e foi reformada diversas vezes. É uma das três únicas siderúrgicas dos EUA que fabricam trilhos ferroviários. A empresa anunciou que a paralisação se deve a “demanda e preços insuficientes” e não tem relação com as tarifas do presidente Donald Trump. “Acreditamos que, assim que as políticas do presidente Trump entrarem em vigor e a produção automotiva for retomada, poderemos retomar a produção de aço em Dearborn.”

Trump promete empregos e fim do déficit; o que ele entregou? | Monitor Mercantil

“Essas paralisações temporárias e por tempo indeterminado são uma resposta necessária à demanda e aos preços insuficientes dos produtos que as instalações afetadas produzem, incluindo trilhos, chapas especiais e chapas de alto carbono, todos os quais estão fora do foco principal da Cliffs”, segundo comunicado da empresa.

As paralisações serão por tempo indeterminado e começarão por volta de 30 de junho, ao final do período de aviso prévio de 60 dias exigido por lei federal. Calcula-se que no total – nas quatro siderúrgicas e nas duas minas – 2,2 mil trabalhadores ficarão desempregados. A empresa afirmou que seus níveis de produção de aço laminado plano não serão afetados.

BOL - SP   08/05/2025

A Aço Cearense, um dos maiores grupos siderúrgicos do país, ainda trabalha com uma projeção de elevar seu faturamento em cerca de 20% este ano, mas a combinação de alta de juros com tarifas de importação e câmbio volátil tem tornado o objetivo "desafiador", o que pode fazer a companhia rever a estimativa em meados deste ano.

"Faturamos R$6,6 bilhões ano passado e queremos chegar a cerca de R$8 bilhões este ano. É um desafio. Até agora estamos conseguindo, mas é muito desafiador", afirmou o vice-presidente de operações do grupo, Ian Corrêa, em entrevista à Reuters.

A empresa afirma ter obtido no primeiro trimestre um crescimento de 42% na receita sobre o mesmo período de 2024, para R$1,75 bilhão.

"Não tinha nada de (tarifas) de Trump, de (alta) de taxas de juros", explicou o executivo sobre o contexto do mercado de aço neste ano ante o momento em que a projeção da empresa para 2025 foi feita, no ano passado.

A Aço Cearense, que produz aços longos por meio da Sinobras em Marabá (PA) e possui uma operação de aços planos em Caucaia (CE), vendeu mais de 1 milhão de toneladas no ano passado, volume pulverizado entre mais de 16 mil clientes espalhados pelo Brasil, grande parte formada por pequenas e médias empresas que incluem construtoras e fabricantes de máquinas e equipamentos.

Parte do otimismo sobre a previsão para 2025 ocorreu diante da conclusão de investimentos de R$1,2 bilhão em aumento de capacidade produtiva no Pará, que alcançou 850 mil toneladas anuais, algo que a empresa está em fase de operação crescente neste ano com novos produtos como fio-máquina e vergalhão em formato de rolo, chamado "spooler", disse Corrêa.

"Mas, para consumir isso, o mercado tem que crescer, mas ele está um pouco estacionado com a questão dos juros e dólar", afirmou o executivo, citando que a empresa escoa a produção paraense por via rodoviária, incluindo para clientes de regiões tão afastadas da Sinobras quanto Sul e Sudeste, que concentram as maiores produtoras de aço do Brasil, como Gerdau, ArcelorMittal e Usiminas. Cerca de 40% das vendas da empresa no ano passado foram para essas regiões, afirmou.

Segundo o executivo, por enquanto, as mudanças no cenário global de aço causadas pela imposição das tarifas de 25% sobre importações de produtos siderúrgicos nos Estados Unidos "ainda não afetaram" as operações da Sinobras. Mas a perspectiva é de preços pressionados no mercado interno diante da ameaça de um aumento de importações de produtos que antes eram destinados ao mercado norte-americano.

"A tendência é de preços em queda... O que estamos sentindo hoje é que estamos faturando um volume maior, mas a preços menores", disse o executivo.

A Sinobras vive a curiosa situação de ser uma das siderúrgicas mais próximas da mina de minério de ferro da Vale em Carajás, mas produz aço com 70% de sucata metálica, sendo uma das maiores recicladoras de aço do Norte e Nordeste do país.

A produção, no entanto, não atende totalmente as necessidades de laminação da companhia, diante de um déficit de 300 mil toneladas que deve começar a ser eliminado a partir de 2028, após a construção de uma nova usina que faz parte de um acordo assinado com a Vale em 2022, disse Corrêa.

"Estamos finalizando estudos de engenharia... Nosso projeto é que ao final de 2025 vamos começar o processo de contratação de equipamentos", afirmou o executivo. O projeto para a nova usina envolve uma nova tecnologia que produz aço com uso de biomassa e que não depende de alto-forno como acontece atualmente nas grandes siderúrgicas tradicionais.

A primeira usina a usar comercialmente a tecnologia da Tecnored, uma controlada da Vale, será a Sinobras, disse Corrêa, citando investimento da companhia da ordem de US$300 milhões. A biomassa virá de plantações de eucalipto da Sinobras em Tocantins, onde a empresa deve concluir este ano a instalação de mais 10 fornos, chegando a 48 equipamentos.

PLANOS

Enquanto isso, na divisão de aços planos do grupo, em Caucaia, Corrêa afirmou que diante do cenário do mercado de aço, com oferta elevada de material importado, a empresa está comprando 30% de suas necessidades de fornecedores no Brasil e o restante está sendo importado. A unidade está trabalhando com um nível de ociosidade de 25% de sua capacidade de 550 mil toneladas.

"Há pouco tempo comprávamos quase 100% da Usiminas", afirmou o executivo.

O principal produto plano da Aço Cearense são tubos soldados, material que pode ser usado para produção de uma série de itens, como cadeiras para escritório e equipamentos. A empresa afirma ser a maior produtora de tubos soldados da América do Sul.

Questionado sobre o pleito do setor siderúrgico para a criação de mais medidas de defesa comercial pelo Brasil, Corrêa citou que a Aço Cearense "defende muitas vezes o aumento das tarifas (de importação), mas o governo tem que ter a preocupação de adotar políticas para estimular o consumo de aço no país".

Na véspera, o presidente-executivo da ArcelorMittal no Brasil, Jorge Oliveira, afirmou que a empresa pode rever planos de investimento no país se o governo não prorrogar uma medida de defesa comercial que elevou tarifas de importação para alguns produtos siderúrgicos.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   08/05/2025

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto porcentual, de 14,25% para 14,75% ao ano – conforme o esperado pela maior parte do mercado financeiro. A decisão foi unânime.

Com a decisão desta quarta-feira, 7, o Copom colocou os juros no maior nível nominal desde julho de 2006, no primeiro governo Lula, quando o Copom cortou a taxa de 15,25% para 14,75% ao ano. Nessa época, os juros estavam em queda depois de terem atingido 19,75% em maio de 2005, um dos maiores patamares do século 21.

Ao subir a taxa em 0,5 ponto, o Copom cumpre sua sinalização de março de que o juro seria elevado em menor patamar do que o ritmo de 1 ponto porcentual escolhido pelo colegiado nas reuniões anteriores.

“A conjuntura externa, em particular os desenvolvimentos da política comercial norte-americana, e a conjuntura doméstica, em particular a política fiscal, têm impactado os preços de ativos e as expectativas dos agentes. O Comitê segue acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros”, diz o comunicado da decisão.

O Copom deixou em aberto a direção da próxima reunião. “O Comitê se manterá vigilante e a calibragem do aperto monetário apropriado seguirá guiada pelo objetivo de trazer a inflação à meta no horizonte relevante e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, diz o texto.

O colegiado explicou que, para a próxima reunião, o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação.

Até a reunião anterior, a cúpula do BC tinha oferecido um “guidance” claro sobre seu próximo passo de política monetária, ou mesmo uma sinalização sobre o que faria, como agora. A indicação era de que o Copom aumentaria a Selic hoje em um patamar inferior a um ponto porcentual.

A curva de juros precificava com 80% de chance uma elevação de 0,5 ponto porcentual na Selic no fim da tarde desta quarta-feira. Havia 20% de chance de uma alta menor, de 0,25 ponto, embutida nos preços.

Desde setembro, o BC já aumentou a Selic em 4,25 pontos, o segundo maior ciclo de alta dos últimos 20 anos – perdendo apenas para a alta de 11,75 pontos entre março de 2021 e agosto de 2022, que ocorreu após o fim da pandemia.
Juros reais

Com a elevação de 0,5 ponto na Selic, o Brasil passou da quarta para a terceira posição no ranking dos maiores juros reais do mundo, elaborado pelo site MoneYou, com 8,65%. O País fica atrás de Turquia (10,47%) e Rússia (9,17%), e à frente de África do Sul (6,61%) e Colômbia (4,68%).

O BC calcula que a taxa real neutra de juros do Brasil – que não estimula, nem deprime a economia – é de 5,0%.

Política comercial dos EUA e quadro fiscal doméstico

O Copom afirmou que a conjuntura externa, em particular os desenvolvimentos da política comercial dos Estados Unidos – em meio ao “tarifaço” de Donald Trump, e a conjuntura doméstica, em particular a política fiscal, têm impactado os preços de ativos e as expectativas dos agentes – quadro que teria desenhado a Selic para 14,75% ao ano.

“O ambiente externo mostra-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de sua política comercial e de seus efeitos”, diz o comunicado.

Também nesta quarta-feira, o Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) ignorou os apelos por cortes feitos por Trump e manteve os juros inalterados na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano pela terceira vez consecutiva.

De acordo com o texto, o cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. “Tal cenário prescreve uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta.”

O Copom entende que a decisão de hoje é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. “Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.”

Balanço de riscos

O Copom abandonou a “assimetria altista” no seu balanço de riscos, pela primeira vez desde setembro de 2024, quando voltou a aumentar a taxa Selic. Isso significa que, agora, o colegiado vê três riscos de alta e três de baixa da inflação no balanço - antes, eram três para cima e dois para baixo.

“Os riscos para a inflação, tanto de alta quanto de baixa, estão mais elevados do que o usual”, afirmou o Copom, no comunicado da decisão desta quarta-feira.

O risco para baixo adicionado diz respeito a uma possível “redução nos preços das commodities, com efeitos desinflacionários”, segundo o comunicado.

Entre os riscos de baixa, o Copom mencionou uma eventual desaceleração doméstica mais forte. Também citou a possibilidade de desaceleração global mais forte, “decorrente do choque de comércio e de um cenário de maior incerteza.”

Nos riscos de alta, o comitê citou: a desancoragem das expectativas por período mais prolongado; maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais positivo; e uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário maior que o esperado, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada.
Projeções de inflação

O Copom diminuiu a sua projeção para a inflação acumulada em 12 meses até o fim de 2026, que a partir desta reunião é o horizonte relevante da política monetária. A estimativa caiu de 3,7% para 3,6% no cenário de referência, distanciando-se do teto da meta, de 4,50%.

Apesar da redução, a estimativa ainda indica que a trajetória da taxa Selic embutida no relatório Focus - com alta dos juros a 15% no fim do ciclo, em junho, e com um corte de 0,25 ponto porcentual em dezembro - seria insuficiente para fazer a inflação convergir ao centro da meta, de 3%, no período de seis trimestres observado pelo BC.

Desde a última reunião, de janeiro, a cotação do dólar usada pelo comitê nas suas projeções caiu de R$ 5,80 para R$ 5,70. As medianas do Focus para o IPCA de 2025 e 2026 passaram de 5,66% para 5,53%, e de 4,48% para 4,51%, respectivamente. Os preços de commodities caíram.

A projeção do Copom para o IPCA acumulado em 2025 passou de 5,1% para 4,8%, acima do teto da meta.

Todas as estimativas levam em conta a evolução da taxa de câmbio conforme a paridade do poder de compra (PPC), a trajetória de Selic embutida no relatório Focus e o preço do petróleo seguindo a curva futura por aproximadamente seis meses, passando a aumentar 2% ao ano posteriormente.

Também nesse cenário de referência, o Copom ajustou as suas projeções para a inflação de preços livres em 2025 (5,4% para 5,3%) e 2026 (3,5% para 3,4%). A projeção para os preços administrados passou de 4,3% para 3,5% este ano e de 4,2% para 4,0% no horizonte relevante.

Globo Online - RJ   08/05/2025

Mês em que começou a vigorar o "tarifaço" anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o comércio bilateral com os EUA cresceu em abril. Segundo dados divulgados, nesta quarta-feira, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, comércio e serviços, as exportações para para o mercado americano aumentaram 21,9% antes o mesmo mês de 2024, e as importações tiveram um acréscimo de 14%.

Desde o último dia 2 de abril, as exportações brasileiras para o mercado americano são sobretaxadas em 10%. Para o diretor de EstatiÌ sticas e Estudos de ComeÌ rcio Exterior, Herlon Brandão, o aumento das vendas para os EUA pode ser reflexo da preocupações de importadores daquele país, para que não fiquem desabastecidos, o que inclui o Brasil como fornecedor.

—Observamos uma aceleração do crescimento das exportações para os EUA. Há um cenário de incertezas dos importadores, que temem que algum país possa implementar alguma retaliação ou aumentos tarifários — disse Brandão.

Os principais produtos exportados para os EUA foram óleos brutos de petróleo, café, aeronaves e carne bovina. A venda de carne aumentou cerca de 1000%.

Porém, os embarques de aço e alumínio —produtos que receberam uma tarifa de 25% dos EUA a partir de março deste ano — caíram. Houve uma queda de 23,2% nas vendas de siderúrgicos, de US$ 302 milhões em abril de 2024 para US$ 232 milhões. Já as exportações de alumínio diminuíram 73%, de US$ 20,9 milhões para US$ 5,5 milhões.

País mais afetado pela elevação de tarifas de Trump, a China comprou menos do Brasil. No mês passado, houve uma queda de 6,7%, enquanto as importações do país asiático cresceram 7,7%.

Segundo Brandão, a queda na exportação para a China se deveu, principalmente, à redução dos preços internacionais de petróleo, minério de ferro e soja.

De forma global, a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 8,153 bilhões. O valor é resultado da diferença entre US$ 30,409 bilhões em exportações e US$ 22,256 bilhões em importações.

No mês passado, houve quedas de 0,7% nos embarques de produtos agropecuários e de 3,8% em itens da indústria extrativa. Por outro lado, cresceram 2,4% as vendas de bens da indústria de transformação.

No acumulado de janeiro a abril deste ano, em comparação com igual período em 2024, as exportações caíram -0,7% e somaram US$ 107,30 bilhões. As importações cresceram 10,4% e totalizaram US$ 89,58 bilhões. Como consequência,, a balança comercial apresentou superávit de US$ 17,73 bilhões , com queda de -34,2%, e a corrente de comércio registrou aumento de 4,1%, atingindo US$ 196,88 bilhões.

IstoÉ Dinheiro - SP   08/05/2025

A queda no preço de diversas commodities (bens primários com cotação internacional) fez o superávit da balança comercial encolher em abril, apesar do início de algumas safras. No mês passado, o país exportou US$ 8,153 bilhões a mais do que importou, divulgou nesta quarta-feira (7) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

Em relação a abril de 2024, o superávit caiu 3,3%. O resultado é o quarto melhor para o mês, só perdendo para abril de 2021, quando foi registrado superávit recorde de US$ 9,963 bilhões, 2022 e 2024.

A balança comercial acumula superávit de US$ 17,728 bilhões nos quatro primeiros meses de 2024. O valor representa queda de 34,2% em relação aos mesmos meses do ano passado. O recuo no valor acumulado ocorreu porque a balança comercial teve déficit de US$ 471,6 milhões em fevereiro, motivado pela importação de uma plataforma de petróleo.

Tanto as exportações como as importações bateram recorde. Em abril, o país exportou US$ 30,409 bilhões, alta de 0,3% em relação ao registrado no mesmo mês do ano passado e o melhor abril desde 1989, quando começou a série histórica. As importações somaram US$ 22,256 bilhões, alta de 1,6% na mesma comparação e também o maior valor da história.
Exportações

Do lado das exportações, as vendas externas de soja, principal produto da agropecuária, caíram 6,1% em relação a abril do ano passado, por causa da queda de 9,7% dos preços médios. As vendas de minério de ferro recuaram 14,3%, motivada pela queda de 16,4% nos preços.

No entanto, a alta no preço do café e da carne bovina ajudaram a sustentar a balança. As vendas de alguns produtos, como carne bovina, veículos e ferro-gusa, subiram no mês passado, compensando a diminuição de preço dos demais produtos.
Importações

Do lado das importações, as aquisições de motores, máquinas, medicamentos, componentes de veículos, adubos e fertilizantes químicos subiram. A maior alta ocorreu com os fertilizantes, cujo valor comprado aumentou US$ 327,4 milhões (+36,2%) em abril na comparação com abril do ano passado.

Volume de exportações

No mês passado, o volume de mercadorias exportadas caiu 0,5%, puxado pela queda na quantidade vendida de café e de cobre. Os preços aumentaram apenas 0,8% em média na comparação com o mesmo mês do ano passado. Nas importações, a quantidade comprada subiu 4,4%, impulsionado pelo crescimento econômico, mas os preços médios recuaram 2,9%, refletindo a queda no valor das commodities (bens primários com cotação internacional).
Setores

No setor agropecuário, a queda na quantidade vendida pesou mais para o recuo de 0,8% nas exportações do segmento. O volume de mercadorias embarcadas caiu 4,9% em abril na comparação com o mesmo mês de 2024, enquanto o preço médio subiu 4,5%.

Na indústria de transformação, a quantidade subiu 1,3%, com o preço médio subindo 1,5%, refletindo uma certa recuperação econômica na Argentina, o maior comprador de bens industrializados do Brasil.

Na indústria extrativa, que engloba a exportação de minérios e de petróleo, a quantidade exportada subiu 1,6%, enquanto os preços médios recuaram 5%, fruto da desaceleração econômica na China e do acirramento da guerra comercial por parte do governo de Donald Trump.
Estimativa

Segundo as estimativas mais recentes do Mdic, divulgadas em abril, o superávit deverá ficar em US$ 70,2, queda de 5,4% em relação a 2024. A próxima projeção será divulgada em julho.

Segundo o MDIC, as exportações devem subir 4,8% em 2025 na comparação com 2024, encerrando o ano em US$ 353,1 bilhões. As importações subirão 7,6% e fecharão o ano em US$ 282,9 bilhões. As estimativas, no entanto, devem ser revistas na próxima projeção, em julho, porque não consideram os efeitos do tarifaço de Donald Trump nem da retaliação comercial da China.

As previsões estão mais pessimistas que as do mercado financeiro. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 75 bilhões neste ano.

MINERAÇÃO

Monitor Digital - RJ   08/05/2025

A China foi o principal destino das exportações brasileiras de minério no primeiro trimestre de 2025, respondendo por 68,3% dos 87,7 milhões de toneladas embarcadas para o exterior, informou o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) nesta terça-feira.

Em entrevista coletiva em Brasília para apresentar os resultados do primeiro trimestre, o Ibram enfatizou que a mineração continua desempenhando um papel fundamental na economia brasileira. No primeiro trimestre de 2025, o superávit comercial de minerais atingiu US$ 7,68 bilhões, o equivalente a 77% do saldo comercial total do Brasil, de US$ 9,98 bilhões.

Em comparação, durante todo o ano de 2024, essa participação foi de 47%. O Ibram enfatizou que esse impacto positivo ocorreu apesar da queda de 13% no valor em dólares das exportações de minerais durante o primeiro trimestre, em comparação ao mesmo período do ano passado. Essa redução é atribuída à queda dos preços internacionais do minério de ferro, principal produto de exportação do setor.

No entanto, o setor de mineração brasileiro gerou uma receita de 73,8 bilhões de reais (cerca de US$ 12,947 bilhões) entre janeiro e março deste ano, um aumento de 8,6% em relação ao mesmo período de 2024, quando gerou uma receita de 68 bilhões de reais (cerca de US$ 11,93 bilhões).

O minério de ferro foi responsável por 53% do total, gerando 38,8 bilhões de reais (cerca de US$ 6,807 bilhões), embora com uma queda de 12% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

Em termos de arrecadação tributária, o setor contribuiu com 25,5 bilhões de reais (cerca de US$ 4,474 bilhões) no primeiro trimestre, um aumento de aproximadamente 8%. Em termos de emprego, o setor de mineração gerou 223 mil empregos diretos até março, com mais de 2 mil novas vagas abertas no período.

O CEO do Ibram, Raul Jungmann, enfatizou que as perspectivas de expansão do setor são positivas, devido à crescente demanda global por minerais críticos e estratégicos, essenciais para a transição energética, descarbonização, desenvolvimento tecnológico e aplicações de defesa, entre outros.

“O Brasil tem potencial para liderar o fornecimento mundial de diversas substâncias minerais”, disse Jungmann.

Segundo ele, a indústria de mineração brasileira planeja investimentos de aproximadamente US$ 68,4 bilhões até 2029. A maior parte desses recursos será destinada a projetos de minério de ferro (28,7%), seguidos por projetos socioambientais (16,6%) e projetos de logística (15,9%).

Valor Investe - SP   08/05/2025

O banco destaca que os papéis estão baratos e afirma que o melhor desempenho operacional compensa os preços mais baixos do minério de ferro

O J.P. Morgan cortou o preço-alvo de Vale (VALE3) de R$ 99 para R$ 93, potencial de alta de 75,5% sobre o fechamento de ontem, e elevou o de Gerdau (GGBR4) de R$ R$ 27 para R$ 27,50, potencial de alta de 86%, reiterando recomendação de compra para as duas.

Também diminuíram os preços-alvos de Bradespar (BRAP4) de R$ 30,50 para R$ 30, potencial de alta de 86,2%, e o de Metalúrgica Gerdau (GOAU4) de R$ 14,50 para R$ 14, potencial de alta de 69,5%, mantendo recomendação de compra.

Os analistas Rodolfo Angele e Tathiane Martins Candini atualizaram estimativas dessas companhias, incorporando resultados recentes de primeiro trimestre de Vale e Gerdau, além de novas premissas macroeconômicas.

O banco destaca que Vale ainda é sua preferência entre companhias de mineração e siderurgia, vendo que os papéis estão baratos e afirmando que o melhor desempenho operacional compensa os preços mais baixos do minério de ferro.

As perspectivas também são positivas para Gerdau, com margens dos negócios de siderurgia no Brasil melhorando e as operações nos Estados Unidos mantendo uma boa performance financeira.

Este conteúdo foi publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor Econômico.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   08/05/2025

Entendimento está em parecer da Câmara de Promoção de Segurança Jurídica no Ambiente de Negócios (Sejan) da Advocacia-Geral da União (AGU) que trata da reforma tributária

Diogo Teixeira: “Pelo texto da EC 132 era possível entender que se tratava de prorrogação e não de novo benefício” — Foto: Divulgação

A Câmara de Promoção de Segurança Jurídica no Ambiente de Negócios (Sejan) da Advocacia-Geral da União (AGU) esclareceu que benefícios fiscais de IPI concedidos para o setor automotivo serão prorrogados com a reforma tributária e continuarão válidos até 2032. O parecer foi divulgado na última reunião do órgão, no fim de abril, quando foi assinada portaria que o autorizou a esclarecer dúvidas de contribuintes sobre as mudanças no sistema tributário nacional.

O questionamento sobre a continuidade dos benefícios fiscais foi formulado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e envolve a interpretação do artigo 19 da Emenda Constitucional (EC) nº 132, de 2023. Foi o primeiro parecer da Sejan sobre a reforma tributária.

O dispositivo estabelece a prorrogação, até 2032, de benefícios de crédito presumido de IPI previstos pelas Leis nº 9.440, de 1997, e nº 9.826, de 1999. O tributo, porém, será extinto com a reforma tributária. A contribuição (CBS), federal, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), de Estados e municípios, substituirão PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS.

Em nota, a CNI informou ao Valor que buscou a AGU para obter segurança jurídica sobre a vigência dos incentivos fiscais para o setor automotivo nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. De acordo com a entidade, havia dúvida se o artigo 19 da EC 132 prorrogou os benefícios fiscais de IPI e, sem solução de continuidade, substituiu-os por um benefício fiscal de CBS ou se, diversamente, a emenda constitucional criou um novo benefício fiscal restrito à CBS sem qualquer relação com o IPI.

A Lei nº 9.440, de 1997, criou e determinou condições para aproveitamento de incentivos fiscais para o desenvolvimento regional. Os benefícios que a norma concede foram limitados às montadoras instaladas ou que venham a se instalar nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. E a Lei nº 9.826, de 1999, é específica para a criação e regulação de crédito presumido de IPI.

A posição da AGU considerou que o parecer do relator da reforma na Câmara, deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), de maneira expressa, prorrogava os benefícios fiscais de IPI. Na votação do destaque sobre o assunto, a Câmara dos Deputados rejeitou a prorrogação para além de 2025. Mas, no Senado, foi aprovada a extensão, substituindo-se o IPI pela CBS.

“Tratou-se, portanto, de uma alteração da vontade legislativa, que passou de, na Câmara dos Deputados, não prorrogar o benefício fiscal para, no Senado Federal, prorrogar”, afirma o parecer da Sejan.

Ainda segundo o parecer, se prevalecesse a interpretação de que “o artigo 19 da EC 132 criou benefício novo, sem prorrogação dos benefícios fiscais de IPI, haveria uma situação de desigualdade para as empresas responsáveis por novos projetos”. Nessa hipótese, acrescenta o documento, “mesmo habilitadas e tendo projetos aprovados, essas empresas só fariam jus ao crédito presumido de CBS, sem direito ao crédito presumido de IPI, entre a aprovação dos projetos e o ano de 2027, quando esse imposto será extinto”.

O assunto é muito relevante do ponto de vista concorrencial. Na época que o tema foi inserido no texto da reforma foi destacado que beneficiaria algumas montadoras em especial, como a BYD, que assumiu a fábrica da Ford em Camaçari (Bahia), e a Stellantis, instalada em Pernambuco.

Esses benefícios trazem muita controvérsia e disputa, segundo o advogado Diogo Teixeira, sócio do Machado Meyer. Para ele, pelo texto era possível entender que se tratava de prorrogação e não de novo benefício. Assim, foi dada continuidade estendendo o prazo até 2032.

Se não fossem prorrogados, as empresas teriam que apresentar um novo pedido de habilitação, que estaria sujeito a análise para fim de habilitação pelo governo, segundo o advogado. “Daria muita insegurança jurídica para as empresas, especialmente considerando que estamos em um momento de crise fiscal, que o governo precisa fazer caixa. Poderia reabrir a questão política de custo benefício, se a renúncia é compatível com o investimento, dado que as plantas já estão lá”, afirma.

Na nota, a CNI destaca ainda que o entendimento da AGU assegura uma transição sem lacunas para o novo sistema decorrente da reforma tributária com previsibilidade ao setor automotivo (manutenção de planejamentos de produção e investimento).

A BYD, também por nota, diz que os benefícios fiscais foram fundamentais para a implantação da fábrica em Camaçari (BA), onde a empresa está investindo R$ 5,5 bilhões para construir o maior polo industrial fora da China. “Eles também são essenciais para manter a competitividade da região Nordeste. Sem esse tipo de incentivo, o Sudeste acabaria concentrando ainda mais a produção da indústria automotiva, comprometendo a geração de empregos industriais no Nordeste”, afirma.

Procurada pelo Valor, a Stellantis não deu retorno até o fechamento da edição.

Valor - SP   08/05/2025

Montadora japonesa interromperá a produção de seu SUV CX-50 para o mercado canadense na fábrica a partir de 12 de maio

A Mazda Motor redirecionará a capacidade reservada para veículos destinados ao Canadá em sua fábrica no Alabama para o mercado dos Estados Unidos, impulsionando a produção para o mercado doméstico em 10%, apurou o "Nikkei Asia".

A montadora japonesa interromperá a produção de seu SUV CX-50 para o mercado canadense na fábrica a partir de 12 de maio, enquanto avalia o impacto das tarifas automotivas do presidente americano Donald Trump, e das taxas retaliatórias do Canadá.

A capacidade de produção anual da Mazda na fábrica do Alabama, que opera em conjunto com a Toyota Motor, é de 150 mil veículos, dos quais cerca de 10% são destinados ao Canadá. Essa parcela destinada ao Canadá agora seguirá para o mercado dos EUA.

"A produção do CX-50 para o mercado canadense será temporariamente suspensa a partir de 12 de maio [horário dos EUA]", disse um representante da subsidiária canadense da Mazda. "No entanto, ao aumentar a produção para o mercado dos EUA, as operações [na fábrica do Alabama] permanecem inalteradas."

O governo Trump impôs uma tarifa de 25% sobre automóveis importados a partir de 3 de abril, seguida por uma taxa de 25% sobre peças automotivas importadas em 3 de maio. A Mazda importa 80% dos veículos que vende nos EUA, tornando a empresa particularmente vulnerável às tarifas.

O governo Trump anunciou em 29 de abril que as peças automotivas que antes eram importadas sem impostos sob o Acordo EUA-México-Canadá permaneceriam isentas das novas tarifas por enquanto. Mas se o impacto das tarifas se prolongar, as montadoras dependentes de importações podem precisar aumentar a produção ou aquisição nos EUA para mitigar o impacto.

Valor - SP   08/05/2025

A fabricante alemã confirmou sua projeção para o ano inteiro, afirmando que espera que os obstáculos tarifários diminuam a partir de julho

Os lucros da BMW caíram menos do que o esperado no primeiro trimestre, com o aumento nas vendas de veículos elétricos na Europa que ajudaram a compensar a fraqueza contínua na China.

A margem de lucro da BMW na produção de veículos foi de 6,9%, no limite superior da faixa de projeção e superando as expectativas dos analistas. A fabricante alemã confirmou sua projeção para o ano inteiro, afirmando que espera que os obstáculos tarifários diminuam a partir de julho.

A BMW está se saindo melhor do que as rivais Mercedes-Benz e Volkswagen na transição para carros movidos a bateria, com um aumento de 32% nas vendas do primeiro trimestre no geral e de 64% na Europa. A BMW, sediada em Munique, quer dar continuidade à estratégia enquanto se prepara para começar a entregar seus veículos elétricos Neue Klasse no próximo ano.

Os fabricantes europeus de veículos elétricos parecem estar se beneficiando da aversão dos consumidores à Tesla, depois que Elon Musk se envolveu mais com o governo Trump e apoiou movimentos políticos de extrema direita na Europa.

No entanto, a intensa concorrência na China por parte de fabricantes locais, liderada pela BYD, continua a pesar no desempenho da BMW no maior mercado de veículos elétricos do mundo. As vendas da fabricante na China caíram 17% nos primeiros três meses do ano, seu pior desempenho no primeiro trimestre desde 2020.

O lucro geral da empresa antes de juros e impostos foi de 3,14 bilhões de euros (US$ 3,6 bilhões), uma queda de 23% em relação ao ano passado.

Enquanto isso, as tarifas do presidente Donald Trump estão adicionando outra ameaça aos lucros. Embora a BMW tenha mantido sua projeção financeira inalterada para o ano, reconheceu que as tensões comerciais aumentaram a incerteza. A Mercedes e a Stellantis descartaram suas projeções devido ao caos causado pelas rápidas mudanças nas políticas tarifárias, enquanto a Volkswagen alertou que ainda não estava considerando o impacto das novas taxas.

A margem de lucro da BMW na produção de automóveis "estabelece um tom sólido para 2025, apesar dos múltiplos obstáculos", disse Michael Dean, chefe global de automóveis da Bloomberg Intelligence. Ele espera que a BMW atinja o limite inferior de sua projeção de margem de 5% a 7% para o ano, levando em consideração o impacto das tarifas.

O CEO, Oliver Zipse, afirmou em março que as tarifas americanas sobre importações do México, Canadá e China custarão à montadora cerca de 1 bilhão de euros este ano. Para ajudar a reduzir o impacto, a BMW está avaliando a possibilidade de aumentar o número de turnos em sua fábrica americana em Spartanburg, Carolina do Sul.

Zipse disse na quarta-feira que prevê uma estabilização das vendas na China no segundo semestre deste ano, enquanto a BMW trabalha para reduzir sua rede de concessionárias chinesa e recua das guerras de preços.

Infomoney - SP   08/05/2025

A Tesla vendeu pouco mais de 58 mil veículos na China em abril, uma queda de 6,0% em relação ao ano anterior e 26% a menos que em março, o que marca o quarto mês seguido de queda na comparação anual e mensal, de acordo com dados da China Passenger Car Association (CPCA) divulgados nesta quarta-feira, 7.

A montadora norte-americana tem enfrentando uma concorrência cada vez maior de suas rivais chinesas, o que faz a fabricante de automóveis do CEO Elon Musk perder participação de mercado.

A BYD liderou as vendas com um recorde de 372.615 unidades entregues, seguida pela Geely Automobile com 125.563 entregas.
A CPCA estimou que as vendas de carros elétricos e híbridos de passageiros aumentaram 42% em relação ao ano anterior, para cerca de 1,14 milhão de unidades em abril.

CONSTRUÇÃO CIVIL

CNN Brasil - SP   08/05/2025

O setor da construção civil registrou crescimento de 17% nas vendas de apartamentos no primeiro bimestre de 2025, enquanto os lançamentos recuaram 7% no mesmo período, segundo relatório Desempenho da Construção Civil no 1º trimestre de 2025 e perspectivas, divulgado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) nesta quarta-feira (7).

Segundo a análise, o panorama mostra a cautela dos empresários diante do cenário da taxa básica de juros, a Selic, em 14,25% ao ano, a maior taxa desde 2016 – e que pode aumentar 0,5 ponto percentual ao fim do dia após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que também ocorre nesta quarta.

A instituição ainda pontua que o Índice de Confiança do Empresário da Construção encerrou abril em 47,2 pontos, o menor nível desde julho de 2020.

“As dificuldades de crédito que a alta taxa de juros impõe e a elevação dos custos comprometem a viabilidade de projetos, afetam o equilíbrio econômico-financeiro das obras e dificultam o planejamento de novos empreendimentos, sobretudo na habitação de interesse social”, destaca o presidente da CBIC, Renato Correia.

De acordo com a entidade, esse custo do crédito não só encarece os financiamentos para empreendimentos, como também drena recursos da caderneta de poupança (SBPE), que registrou uma fuga líquida de R$ 34,6 bilhões apenas no primeiro trimestre, superando toda a perda de 2024.

“O recuo na captação da poupança compromete uma das principais fontes de financiamento do crédito imobiliário. É essencial termos taxas de juros mais baixas para que esse público possa aumentar a sua demanda e o ritmo de lançamentos crescer”, afirma a economista-chefe da CBIC, Ieda Vasconcelos.

A aposta é o lançamento do programa Minha Casa, Minha Vida Classe Média, que permite famílias com renda entre R$ 8 mil e R$ 12 mil financiarem imóveis com subsídio e juros mais baixos. Para Ieda, se trata de “um sopro de esperança diante de um cenário tão desgastante com a taxa de juros num patamar tão alto”.

Apesar disso, o setor segue gerando emprego e renda: 100 mil novas vagas formais foram criadas no primeiro trimestre, com salário médio de admissão de R$ 2.420,97, o maior do país, segundo a entidade.

A produção de insumos (+4,9%) e as vendas no varejo de materiais de construção (+6,7%) também mostraram resiliência.

Mesmo assim, os custos da construção civil continuam acima da inflação oficial, com o INCC acumulando alta de 7,54% nos últimos 12 meses. Os principais componentes apresentaram os seguintes aumentos:

Mão de obra: +9,96%

Materiais e equipamentos: +6,09%
E, apesar do ambiente macroeconômico desafiador, a CBIC mantém a projeção de crescimento de 2,3% para o setor em 2025, com expectativa de que a nova faixa do programa Minha Casa, Minha Vida possa contribuir para esse desempenho.

Infomoney - SP   08/05/2025

A captação líquida da caderneta de poupança registrada entre janeiro e março deste ano já é menor do que a observada em todo o ano passado. No primeiro trimestre de 2025, os saques na poupança superaram os depósitos em R$ 34,6 bilhões, ante captação negativa de R$ 21,7 bilhões em 2024, segundo cálculos divulgados nesta quarta-feira (7) pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

A entidade destaca que a fuga de capital freia a expansão da construção civil, que tem parte dos custos financiada por recursos da poupança. Mas, desde 2021, a poupança vem perdendo depósitos depois de atingir o ápice em 2020, primeiro ano de pandemia, quando os depósitos superaram os saques em R$ 125,3 bilhões. Desde então, as perdas ano a ano já somam R$ 244,12 bilhões.
Alta da Selic é principal entrave

A alta da Selic, a taxa básica de juros que hoje está em 14,25%, é apontada como o principal entrave do setor. Desde o fim do ano passado, a Selic já subiu dois pontos percentuais, em janeiro e março, e segundo estimativas do mercado deve avançar mais meio ponto percentual nesta quarta-feira, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciar a nova taxa.
Isso faz com que menos pessoas mantenham o dinheiro na poupança – seja porque o custo de vida está alto, ou porque preferem aplicar em outros investimentos que dão maior retorno. Além disso, o crédito para financiar fica mais caro, impedindo a aquisição de novos imóveis.

O cenário é de queda nos pedidos de financiamento e no número de lançamentos, segundo a CBIC. O setor pressiona junto à autoridade monetária uma política de redução de juros para fomentar a área, e o estímulo a novas fontes de financiamento, o chamado funding imobiliário.

Segundo a CBIC, o número de lançamentos de novos imóveis caiu 7% no primeiro bimestre deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado.

Além disso, o custo do setor está acima da inflação. O índice que mede os custos da construção civil, o INCC da Fundação Getúlio Vargas (FGV), registrou alta de 7,54% entre os meses de março de 2024 e de 2025. No mesmo período, a inflação oficial do país medida pelo IPCA teve alta de 5,48%.

“As dificuldades de crédito que a alta taxa de juros impõem e a elevação dos custos comprometem a viabilidade de projetos, afetam o equilíbrio econômico-financeiro das obras e dificultam o planejamento de novos empreendimentos, sobretudo na habitação de interesse social”, avalia o presidente da CBIC, Renato Correia.
Mais recursos para a construção civil

Entidades da construção civil buscam novas alternativas para aumentar o crédito disponível para financiamento. A ideia principal é reduzir a dependência dos depósitos da poupança, trazendo mais recursos das captações de mercado.

Até fevereiro deste ano, o funding estava composto em 31% por recursos da poupança e mostrando uma queda constante. Em fevereiro de 2024, a poupança captava 33% dos recursos e, em fevereiro de 2023, eram 38%. Mas essa proporção já chegou a ser de 70%, lembra Sandro Gama, presidente da Associação Brasileira de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

Valor - SP   08/05/2025

Para Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), dados indicam que o preço dos imóveis deve crescer acima da inflação

As vendas de imóveis novos subiram 17% no primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com levantamento feito pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). Foram vendidas 63.911 unidades no trimestre.

Já os lançamentos recuaram 7%, para 40.790 unidades, o que contribuiu para uma queda de 8% na oferta final de imóveis novos no país.

Para Renato Correia, presidente da entidade, esses dados indicam que o preço dos imóveis deve crescer acima da inflação. Além da demanda em alta, há crescimento do custo para se construir, que neste ano sobe acima da inflação.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) tem alta acumulada de 7,54% até março, ante 5,48% do IPCA. “O [preço] dos materiais continua subindo, não em pico, mas consistentemente acima da inflação”, disse Correia em coletiva de imprensa da entidade, nesta quarta-feira (7).

Ieda Vasconcelos, economista-chefe da Cbic, afirmou que a incerteza dada pelo cenário de aumento de juros pode ser uma das explicações da queda dos lançamentos. Já o aumento das vendas pode ser fruto de um mercado de trabalho ainda aquecido e do crescimento do rendimento dos trabalhadores.

Impactos da taxa de juros

A taxa de juros é apontada por empresários do setor da construção como o principal problema do setor no momento, assinalada como tal por 35% dos empresários que participaram de sondagem feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A criação de uma faixa do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) voltada à classe média, para famílias com renda de R$ 8,6 mil a R$ 12 mil, deve evitar uma queda maior de demanda por parte desses consumidores, que são os mais afetados pelo aumento do juros do financiamento imobiliário.

Correia analisou que os R$ 30 bilhões adicionais direcionados para a nova faixa quase cobrem a perda estimada de R$ 34 bilhões na caderneta de poupança neste ano. A poupança é a principal fonte de recursos para o crédito imobiliário. “É um antídoto”, afirmou.

A entidade espera que esse recurso, dos quais R$ 15 bilhões vêm do Fundo Social do Pré-Sal, seja recorrente.

Guerra tarifária dos EUA

Questionada sobre o impacto para a construção da guerra tarifária imposta pelo governo americano, Vasconcelos afirmou que o risco é o efeito que a política pode ter sobre o crescimento da economia mundial e a brasileira. Não são esperados impactos direcionados ao setor de construção.

A Cbic prevê para 2025 um crescimento de 2,3% para o setor, mesmo patamar já anunciado no final do ano passado.

FERROVIÁRIO

BOL - SP   08/05/2025

O Aeromóvel —sistema de transporte que conectará os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) ao Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP)— tem previsão para começar a operar em agosto de 2025. A princípio, o início das operações estava previsto para 18 de fevereiro.

O que aconteceu

Aeromóvel que ligará o Aeroporto de Guarulhos à estação Aeroporto-Guarulhos, da Linha 13-Jade da CPTM, tem previsão de início em agosto de 2025. A informação foi confirmada pelo Ministério de Portos e Aeroporto ao UOL. A pasta, porém, não especificou o dia.

Operações deveriam ter iniciado em 18 de fevereiro de 2024. Também segundo o ministério, com informações da GRU Airport (concessionária que administra o aeroporto), "o término da implantação e início da operação registraram atrasos devido a questões construtivas, de implantação da tecnologia e internas do consórcio construtor".

Como será o serviço

Nova rede de transporte vai substituir ônibus que fazem trajeto entre os terminais 1, 2 e 3 do Aeroporto de Guarulhos e a estação da CPTM. O trajeto tem 2.700 metros de extensão. Assim como os ônibus, o Aeromóvel será gratuito.

Percurso total será de seis minutos. A Aerom (empresa responsável pela tecnologia) disse ao UOL que o tempo de espera entre os trens será o mesmo, de seis minutos.

Composições levarão até duas mil pessoas por hora, por sentido. Os Aeromóveis contarão com ar-condicionado, wi-fi e painéis de informações.

Operação e controle do Aeromóvel são 100% automatizados. O sistema funcionará em via elevada exclusiva, com uma tecnologia que move o veículo a partir de uma pressão controlada.

NAVAL

Portal Fator Brasil - RJ   08/05/2025

O mês de maio marca o terceiro ano de atuação da Portos RS como empresa pública, consolidando um ciclo de transformações voltadas à modernização, eficiência e sustentabilidade dos portos gaúchos. Desde a mudança de natureza jurídica em 2022, a empresa tem conduzido projetos estruturantes que fortalecem a logística e a competitividade do Rio Grande do Sul.

Entre os principais investimentos realizados, destaca-se a modernização de 1.125 metros do cais do Porto Novo, no Porto do Rio Grande, com recursos de aproximadamente R$ 50 milhões. A obra amplia a capacidade operacional e atende às demandas do setor pelos próximos 50 anos. Em paralelo, a dragagem de manutenção do canal de acesso ao porto assegura profundidade adequada para navegação e escoamento da produção estadual.

A Portos RS também enfrentou desafios sem precedentes. Em 2024, o estado foi atingido pelo maior desastre climático de sua história. A empresa respondeu com agilidade: o Porto do Rio Grande manteve suas operações durante o período crítico, garantindo o abastecimento de insumos e o suporte logístico. Já o Porto de Porto Alegre teve suas atividades suspensas por dois meses e, desde então, passa por obras de recuperação.

Como resposta estrutural, o Governo do Estado lançou o Programa Estratégico de Reconstrução, viabilizado pelo Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs), com R$ 731,3 milhões em investimentos — R$ 690 milhões destinados à dragagem e R$ 40 milhões à recuperação da estrutura física do Porto de Porto Alegre.

No campo da inovação tecnológica, a Portos RS tem avançado com a implantação do sistema VTS (Vessel Traffic Service), que trará mais controle e segurança ao tráfego aquaviário. Também houve adoção de plataformas como Doctec e Rightship, além da automação do monitoramento ambiental e da sinalização náutica. Esses avanços compõem uma estratégia mais ampla de digitalização da gestão portuária.

No cenário internacional, a empresa reforçou sua atuação por meio do programa Green Ports Partnership (GPP), que promove projetos em energias renováveis. Em 2025, representantes da Portos RS participaram de missões técnicas na Europa, aprofundando estudos para implementação do Projeto Porto Verde, previsto para o Porto do Rio Grande até 2026.

Nos últimos três anos, os portos públicos administrados pela Portos RS registraram crescimento na movimentação de cargas. Em 2024, foram movimentadas 45.098.185 toneladas, representando aumento de 14,5% em relação a 2022. O resultado reflete a eficácia dos investimentos em infraestrutura e a capacidade de adaptação da empresa diante de cenários adversos.

Para o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger, o período foi marcado por transformações profundas. —Ao longo desses três anos, enfrentamos desafios significativos, desde a transição para empresa pública até eventos climáticos extremos. No entanto, conseguimos implementar investimentos aguardados pela comunidade portuária, modernizar nossa infraestrutura e estabelecer parcerias estratégicas que posicionam os portos gaúchos como referências em inovação e sustentabilidade. Seguiremos comprometidos com o desenvolvimento do setor portuário e com a resiliência diante dos desafios futuros— afirma.

Com três anos de trajetória, a Portos RS reafirma seu papel como vetor de desenvolvimento regional. O período é resultado da superação de marcos institucionais, técnicos e operacionais que reposicionaram a empresa diante do setor logístico brasileiro. Olhando para o futuro, a Portos RS segue empenhada em ampliar sua capacidade de operação, incorporar inovações e consolidar os portos gaúchos como hubs sustentáveis, resilientes e conectados às cadeias globais de valor.

TN Petróleo - RJ   08/05/2025

A Petrobras, em parceria com o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), o Sinaval e a ApexBrasil, promoveram nesta terça-feira (06/05), em Houston (EUA), um encontro estratégico entre fornecedores brasileiros e investidores internacionais para fomentar novas parcerias e negócios voltados ao setor naval e offshore, um marco relevante para fortalecimento da estratégia de execução do Plano de Negócios da Petrobras. O evento aconteceu paralelamente à Offshore Technology Conference (OTC), um dos principais fóruns globais do setor.

E é a quarta edição do “Roundtable de Negócios”, iniciativa que já se consolidou como um espaço relevante para conectar empresas brasileiras com grandes players da cadeia global de óleo, gás e energia. Estiveram reunidos cerca de 200 representantes de estaleiros, fabricantes de equipamentos, empresas de engenharia e operadores interessados em explorar as oportunidades geradas pelo robusto plano de investimentos da Petrobras.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard (foto), reforçou a importância da iniciativa: “O fortalecimento da indústria naval nacional é parte essencial da nossa estratégia para garantir segurança operacional, geração de empregos qualificados e desenvolvimento regional. O Brasil tem todas as condições para ser um polo competitivo de engenharia e construção offshore.”

“O crescimento da indústria naval brasileira é estratégico para garantir a competitividade dos nossos projetos. Estamos comprometidos em ampliar a previsibilidade de demanda, fortalecer a base de fornecedores locais e estimular parcerias com empresas estrangeiras, sempre com foco em excelência, inovação e responsabilidade socioambiental”, afirmou Renata Baruzzi, diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras.

“Esta ação objetiva apoiar a indústria nacional para ampliar sua competitividade e oportunidades de negócios. Trata-se de uma oportunidade para empresas brasileiras reforçarem seu compromisso com entregas de qualidade e excelência dentro de um mercado segmentado, aquecido e com demanda cada vez mais direcionada para soluções de baixo carbono”, comentou o presidente do IBP, Roberto Ardenghy.

“O fortalecimento da indústria naval nacional é extremamente relevante para o sistema Petrobras e também para o país. A Petrobras e a Transpetro estão comprometidas em gerar demandas perenes para a indústria naval e offshore nacional, buscando atender suas demandas, através do Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras. Estamos no caminho certo para reacender essa indústria”, afirmou Sérgio Bacci, presidente da Transpetro.

O encontro com fornecedores foi organizado pelo IBP, Sinaval e ApexBrasil e foi apresentado pela Petrobras. O evento teve patrocínio da SLB e apoio da Abimaq, Abeemar e Onip. Outras associações e empresas também estiveram presentes no evento, como Abemi, Abespetro, ABCE e Transpetro.

PETROLÍFERO

TN Petróleo - RJ   08/05/2025

O mês de abril marcou um passo importante para o setor de óleo e gás em Sergipe, com o início das operações de descomissionamento de plataformas fixas localizadas em águas rasas. A chegada da plataforma autoelevatória PA-38 à Bacia de Sergipe, contratada pela Petrobras, deu início às atividades no campo de Guaricema, situado a aproximadamente 9 km da costa sergipana.

A atividade envolve a remoção de instalações, a destinação adequada de materiais e a recuperação ambiental de áreas após a interrupção definitiva de operações de petróleo em plataformas e poços. Essa etapa faz parte do Programa de Descomissionamento de Instalações da Petrobras no estado, que prevê investimentos de cerca de US$ 1,7 bilhão até 2029, dentro do Plano Estratégico e de Negócios da companhia para 2025-2029.

A Bacia Sergipe-Alagoas é a segunda maior em volume de investimento para descomissionamento no Brasil por parte da Petrobras. O valor chega a R$ 8,9 bilhões, atrás apenas da Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, com mais de R$ 30 bilhões. A expectativa é de que a Petrobras descomissione 26 unidades de produção em Sergipe, abrindo novas oportunidades para a indústria regional e impulsionando a cadeia de fornecedores locais.

Para o gestor da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), Valmor Barbosa, essa atividade é um grande desafio para o estado. “É um cenário novo, mas que trará bons frutos para Sergipe, com a atração de oportunidades e geração de ativos. Historicamente, nosso estado tem papel fundamental dentro da cadeia produtiva do petróleo e do gás no Brasil, e o descomissionamento representa mais uma etapa desse ciclo”, afirmou.

Histórico

A atuação da Petrobras no setor offshore em Sergipe iniciou em 1989, com a chegada da primeira plataforma móvel de perfuração construída no Brasil. A primeira perfuração bem-sucedida na plataforma continental brasileira foi no campo de Guaricema, dando início à produção de petróleo e gás na região.

Ao longo dos anos, a Petrobras ampliou significativamente sua presença em águas rasas no litoral sergipano, com a instalação de 27 plataformas nos campos de Guaricema, Caioba, Camorim, Dourado e Robalo. Em 2020, a estatal anunciou o encerramento das atividades exploratórias nas unidades, finalizando as operações em águas rasas no estado.

Seap

O projeto Sergipe Águas Profundas (Seap), da Petrobras, deverá transformar o mercado sergipano e brasileiro. Atualmente em fase de contratação das plataformas FPSO (Floating Production Storage and Offloading), a estatal estima o início das operações para 2030. A data final para recebimento de propostas é 16 de junho de 2025. As unidades terão capacidade para processar até 120 mil barris de petróleo por dia cada uma, e 18 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia.

Valor - SP   08/05/2025

O Valor teve acesso ao vídeo com as declarações; procurada, a Petrobras confirmou a veracidade do material; o mote “drill, baby, drill” era proferido com frequência por Donald Trump desde a campanha

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, defendeu, nesta terça-feira (6), a perfuração para prospecção de petróleo na Foz do Amazonas, na Margem Equatorial, em evento realizado na cidade de Houston, nos Estados Unidos.

Magda está nos Estados Unidos onde participa da Offshore Technology Conference (OTC), uma conferência mundial do setor. O Valor teve acesso ao vídeo com as declarações feitas pela presidente da Petrobras. Procurada, a empresa confirmou a veracidade do material.

Ao lado do governador do Amapá, Clécio Luís (Solidariedade), Magda defendeu a exploração na foz do Amazonas e disse que a possibilidade de extrair petróleo na região representa uma grande oportunidade para o estado e para o país.

“Celebro a presença do governador Clécio porque ele representa a oportunidade que temos na margem equatorial e no estado do Amapá, onde nós realmente acreditamos que teremos boas surpresas no momento em que tivermos a licença para perfurar”, afirmou em sua fala em um painel do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) no evento.

Em seguida, Magda, falando em inglês, emendou: “let’s drill, baby!”. Algo como, “vamos perfurar, bebê!”. O mote “drill, baby, drill” era proferido com frequência por Donald Trump desde a campanha presidencial nos EUA – a expressão denota um incentivo do republicano ao aumento da exploração de petróleo, mas também sintetiza sua visão sobre a política energética e ambiental.

Ao lado do governador, Magda destacou a importância de falar sobre a possibilidade de uma nova reserva de petróleo no país no que definiu como “a maior conferência mundial de exploração e produção de petróleo”. Ela disse ainda que as perfurações serão feitas de forma segura e não oferecem riscos à população.

“O povo do Amapá pode ficar tranquilo que a Petrobras atua com responsabilidade, empregando a mais alta tecnologia em benefício da população brasileira e da sociedade do Amapá”, disse Magda.

Na mesma linha, Clécio Luís agradeceu o convite para acompanhar a presidente da Petrobras na conferência e destacou o impacto que a exploração pode ter na economia do estado.

“É muito importante dizer que para nós do Amapá isso é uma virada de chave na nossa economia. Nós queremos muito e precisamos muito dos recursos oriundos desse petróleo. E acreditamos que nós podemos fazer isso de uma forma muito segura”, declarou o governador.

A fala acontece em meio à pressão de autoridades do governo e parlamentares da região Norte para que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) conceda a licença ambiental para a prospecção.

O principal defensor da proposta em Brasília é o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

Alcolumbre, aliado de primeira hora do governador Clécio Luís, conseguiu o apoio inclusive do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que chegou a dizer que o Ibama “não pode ficar nessa lenga-lenga”, em uma clara manifestação contra a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A ministra defende que a decisão do órgão é técnica. O Ibama defende que a região da Foz do Amazonas é sensível e por isso precisa ser rigoroso no licenciamento.

Em março, o Ibama emitiu um parecer técnico em que aprova o plano apresentado pela Petrobras para limpeza da sonda designada para a perfuração na Margem Equatorial. A autorização é uma etapa que aproxima a companhia de obter a licença ambiental para a atividade exploratória na região.

Além do Amapá, a Margem Equatorial compreende os estados do Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte.

Magda defendeu a exploração na foz do Amazonas e disse que a possibilidade de extrair petróleo na região representa uma grande oportunidade para o Amapá e para o país — Foto: Foto: Gabriel de Paiva/ Agência O Globo

AGRÍCOLA

Money Times - SP   08/05/2025

Além dos lançamentos anunciados pela John Deere, Massey Ferguson e Fendt, outras empresas do setor de máquinas agrícolas como a Komatsu, Valtra, JCB, Baldan e Catterpillar apresentaram novos produtos durante a Agrishow.

A feira movimentou R$ 14,6 bilhões em intenções de negócios para máquinas agrícolas, um avanço de 7% contra 2024.

A JCB apresentou sua carregadeira 437ZX AGRI, dedicada ao setor de cana-de-açúcar. Fora isso, a empresa levou o telemaster, carregadeira com braço telescópico TM320. A empresa projetou um aumento de 10% em negócios frente a edição anterior.

“A 437ZX chega para atender produtores que precisam de uma máquina multifuncional, robusta e eficiente. É uma solução ideal para o agro brasileiro, que cada vez mais busca produtividade com tecnologia. Já o telemaster é um conceito que não existe no Brasil”, destaca Adriano Merigli, CEO da JCB América Latina.
Komatsu

Paulo Torres, vice-presidente da divisão de construção da Komatsu, conta que a empresa lançou a pá-carregadeira WA150-6, além da versão nacional da carregadeira WA380-6 na Agrishow — o modelo mais popular da companhia, que agora é produzido no Brasil.

“A classe A, dessa carregadeira de pequeno porte de 8 toneladas, se diferencia pelo fato de ela ter a mesma configuração mecânica de uma carregadeira de porte maior, ou seja, um motor e duas bombas. É uma máquina que gera uma eficiência maior com um menor consumo de combustível”.
Valtra

A Valtra, da AGCO (NYSE: AGCO), lançou sua linha serie S6 de tratores na Agrishow, projetada e fabricada na Finlândia, que conta com os modelos S346, S376 e S416, com potências máximas de 345 cv, 375 cv e podendo chegar até 425 cv e torque de até 1.750 Nm.

O motor de 8,4L possui grande volume e novo sistema de admissão de ar com turbo único, o que significa maior economia de combustível e confiabilidade, atingindo potências máximas a 1.850 rpm do motor. Ou seja, 7% menos rotações e entre 10% a 15% menos consumo de combustível.

“Temos uma redução de 20% – 30% para o combustível devido por conta da transmissão contínua e variável que independe do operador. Ou seja, ele não precisa trocar a marcha, com o trator se adaptando a melhor marcha para operação”, diz Cláudio Esteves, diretor de vendas.

Fora isso, a Valtra também anunciou nova barra de 42 metros para os pulverizadores da Série R, modelos R530 e R535. Enquanto as versões de 24, 30 e 32 metros são totalmente fabricadas em aço carbono, e a de 36 metros combina aço carbono com alumínio em parte da estrutura, a nova barra se destaca por unir três materiais distintos. Ela conta com trechos em aço carbono, uma treliça estrutural em alumínio e a parte central feita em fibra de carbono.

Para a feira, a Valtra projetou um crescimento entre 5% e 10% na comparação com a edição de 2024.
Baldan

A Baldan, uma das empresas fundadoras da Agrishow, destacou a ampliação da sua linha de pulverizadores, com a versão canavieira do AVOLA, com capacidade de 2.500 litros e desenvolvida especialmente para atender às demandas do cultivo de cana-de-açúcar. Além da versão canavieira, a Baldan também destaca o novo modelo de 3.500 litros, voltado para grandes propriedades.

“O maior desafio das empresas de máquinas deste ano ficou para a viabilização de crédito para o produtor. Com isso, criamos uma ilha de soluções financeiras Baldan, buscando oferecer a melhor solução para o produtor, além do nosso Consórcio Baldan”, comenta o CEO, Fernando Capra.

Além disso, a Baldan firmou uma parceria com a Desenvolve SP, a agência de fomento do Governo do Estado de São Paulo. A iniciativa faz parte da nova linha de crédito lançada oficialmente com objetivo de facilitar a aquisição de máquinas e implementos agrícolas.

A linha Agro Máquinas possui uma condição de até 60 meses e taxas pré-fixadas a partir de 12,81 a.a., o que significa uma boa oportunidade visto que a Selic está 14,25% ao ano e com projeções de alta.
Catterpillar

A Cattepillar, por sua vez, apresentou as recém-lançadas Cat 250 e Cat 260, uma nova geração de minicarregadeiras.

A empresa também apresentou a recém-lançada motoniveladora 915F da marca SEM, para o mercado brasileiro, equipada com motor SDEC e sistema hidráulico com válvula PPPC e detector de carga para movimento consistente e preciso da lâmina e consumo de combustível reduzido.

“Essas máquinas servem tanto para pequenos ou grandes produtores, sendo muito versáteis. A motoniveladora é muito boa para manutenção de estradas”, disse Dennis Ventura, vice-presidente de vendas e marketing.

SEGS.com.br - SP   08/05/2025

A Crucianelli, por meio da joint venture com o Grupo Piccin, ACP, e que está há dois anos fabricando equipamentos em território brasileiro, comemora resultados positivos na Agrishow deste ano

Com pouco mais de dois anos de presença no mercado nacional, a argentina Crucianelli, empresa sediada na cidade de Armstrong, Santa Fé, pelo segundo ano consecutivo, marcou presença na Agrishow em Ribeirão Preto-SP, maior feira do setor na América Latina, com estande próprio, fortalecendo sua estratégia de crescimento no mercado brasileiro. A participação foi realizada em parceria com a ACP – Aliança Crucianelli Piccin, uma união que tem sido essencial para a expansão da marca.

Durante o evento, a empresa apresentou a Plantor, sua plantadora fabricada 100% no Brasil, na unidade industrial de São Carlos-SP. O equipamento é “autotransportável”, oferecido em duas versões: uma com 3,9 metros de largura de transporte e outra com 3,2 metros e sistema de duplo dobramento, sendo a 3,9 metros com até 18 metros na largura de trabalho e a 3,2 com 15 metros na largura de trabalho. “A Plantor representa uma solução robusta e tecnologicamente avançada, pensada para as exigências do produtor brasileiro”, explica, Maximiliano Cassalha, Head Comercial da ACP.

Estratégias para se consolidar

A meta de crescimento da empresa no Brasil é de 30% ao ano, com um plano estruturado de expansão comercial e demonstrações em campo em diferentes regiões no País em conjunto com concessionárias locais. “Estas ações têm como objetivo aproximar a marca dos produtores e mostrar, na prática, a performance e eficiência das plantadeiras. A ambição é que o mercado brasileiro represente, em médio prazo, entre 20% e 25% do faturamento total do grupo”, revela o profissional.

Gigante na Argentina

Na vizinha Argentina, a Crucianelli é uma das líderes no segmento, com um market share estimado de 34%, especialmente forte no mercado de plantio de precisão e de grande porte. O faturamento anual lá é de US$ 80 a 100 milhões, dependendo do ciclo agrícola e do contexto econômico nacional. Podendo variar com o volume de exportações e a demanda local.

Nos últimos cinco anos, a empresa apresentou um crescimento acumulado estimado de 50% a 60%, impulsionado por inovação de produto, expansão internacional (como a entrada no Brasil) e fortalecimento da rede comercial. Por lá, a companhia comercializa cerca de 800 a 1.000 plantadoras por ano.

O portfólio argentino é composto por mais de sete modelos principais de plantadoras, com diversas configurações de largura de trabalho, tipo de dosificador e chassi (convencional, articulado, de arrasto ou montado). Já no Brasil, está em processo de expansão, com dois modelos. “A nossa previsão é de incorporarmos novas variantes nos próximos anos conforme a demanda do mercado”, finaliza Cassalha.

TOP