Grandes Construções - SP 06/06/2025
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) manifesta preocupação com a entrada em vigor, no dia 4 de junho, da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre a importação de aço e alumínio.
A medida afeta tanto a indústria nacional como o setor produtivo norte-americano, que tanto depende da matéria-prima brasileira. O Brasil é um dos principais fornecedores dos bens de alto valor agregado ao mercado dos EUA.
O governo americano já havia anunciado, em 10 de fevereiro, a imposição de tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio a partir de 12 de março. A medida publicada ontem intensificou a escalada tarifária para esses bens, ao aumentar a alíquota para 50%.
“Dobrar a taxação sobre o aço e o alumínio é um retrocesso nas relações comerciais entre nossos países. Continuamos defendendo que o diálogo é o melhor caminho para reverter medidas desproporcionais como essa e restabelecer um ambiente de confiança e cooperação mútua, para evitar que as cadeias produtivas em ambos países sejam ainda mais prejudicadas”, afirma o presidente da CNI, Ricardo Alban.
Ele reforça que, em conjunto com as federações de indústria e associações setoriais, a CNI tem atuado junto ao governo brasileiro em busca de respostas firmes e de soluções para resolver a situação. Só em 2024, por exemplo, 60% das exportações brasileiras de aço e 16,8% de alumínio tiveram os EUA como destino, segundo dados do Instituto Aço Brasil e da Associação Brasileira de Alumínio (Abal).
Valor - SP 06/06/2025
O dumping é uma prática desleal de comércio que consiste em vender, a outros países, produtos com preço abaixo do custo de produção ou do preço no mercado de origem
O Brasil abriu na última terça-feira a maior investigação antidumping de sua história, disse nesta quinta-feira a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres. O alvo são 25 produtos siderúrgicos importados da China. As averiguações deverão demorar 18 meses.
“As pessoas me perguntam muito se isso tem a ver com os Estados Unidos”, comentou a secretária.
O governo americano levantou suspeitas de que o Brasil estaria exportando para lá produtos siderúrgicos trazidos da China, numa espécie de triangulação.
“Na verdade, o período coberto por essa análise é anterior a essas alterações tarifárias”, disse. “Mas, no contexto de mudanças importantes no cenário internacional para o setor siderúrgico, essa investigação é especialmente oportuna, eu diria.”
A decisão do governo brasileiro de coibir supostas práticas desleais de comércio por parte da China pode influenciar o diálogo com os Estados Unidos em torno da elevação das tarifas sobre o aço. A administração de Donald Trump fixou nesta semana uma taxação de 50% para importações de aço e alumínio. Antes, em março, essa tarifa havia sido estabelecida em 25%.
A taxação incide sobre produtos de todas as origens. O governo brasileiro tem investido em diálogo com o governo dos EUA. Os principais argumentos são que as indústrias dos dois países são complementares e que o comércio bilateral é superavitário para os Estados Unidos.
As investigações antidumping, explicou Prazeres, foram iniciadas porque havia indícios de dumping e de dano causado ao mercado brasileiro por essas importações. “O governo está atento à situação da indústria doméstica no setor siderúrgico”, comentou a secretária. “Assim, age a partir de parâmetros técnicos contidos nas regras internacionais e brasileiras sobre combate a práticas desleais de comércio.”
O dumping é uma prática desleal de comércio que consiste em vender, a outros países, produtos com preço abaixo do custo de produção ou do preço no mercado de origem. Quando essa situação causa dano no mercado de destino, é possível ao país prejudicado aplicar sobretaxas na importação desses produtos, de forma a equilibrar a concorrência.
Money Times - SP 06/06/2025
CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3) andam de lado na bolsa. Sem gatilhos claros, os papéis acumulam queda de 0,48% e 1,98%, respectivamente.
Enquanto as incertezas em torno do crescimento chinês continuam, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou tudo ainda mais confuso, em meio às suas tarifas.
Na avaliação do Safra, a dupla continuará pouco atrativa.
O banco revisou o preço-alvo de CSN para R$ 8,30 (antes em R$ 10,40), potencial de queda de 0,36% ante o fechamento, com recomendação de venda, e CSN Mineração a R$ 5,3 (antes em R$ 5,50), potencial de alta de 7,2%, e recomendação neutra.
Em relatório, os analistas até se dizem mais otimistas com o mercado de minério de ferro, já que o frete marítimo mais baixo compensa uma visão um pouco mais negativa sobre os preços.
Por isso, aumentaram as estimativas de Ebitda, que mede o resultado operacional, para 2025 e 2026.
No entanto, cortaram as estimativas de produção de minério de ferro em perpetuidade para incorporar a exclusão do Itabirite P4+ do pipeline de projetos.
No caso da CSN, a menor rentabilidade nas divisões de siderurgia e cimento, devido a preços realizados mais baixos, mais do que compensam a melhora nos resultados de mineração.
Vai cair mais
Apesar do otimismo no curto prazo, o Safra ainda projeta preços mais baixos para o ferro.
Do lado da demanda, os desafios na China incluem a transição para um novo modelo de crescimento, fraqueza no setor imobiliário, margens apertadas das siderúrgicas, estoques elevados e confiança econômica fragilizada.
Já para a oferta, embora o esgotamento de minas seja um tema amplamente discutido no setor, isso ainda não se reflete nas projeções de produção.
“As estimativas de consenso continuam apontando para um aumento constante na produção, não apenas entre os grandes produtores, mas também entre os médios e pequenos, com volumes projetados para crescer a uma taxa composta de 11% ao ano entre 2025 e 2030”.
CSN e CSN Mineração de lado
Considerando isso, o Safra não vê espaço para valorização da CSN Mineração, dado que os preços devem cair para US$ 90/t até o final de 2025 e a posição de caixa líquido da companhia deve encolher com o ramp-up (recuperação) dos investimentos em expansão.
“Nossa recomendação neutra para a CSN Mineração, em vez de venda, se justifica pela nossa visão de que o preço da ação pode ser sustentado por seu free float reduzido e baixo volume médio diário negociado (ADTV), além da continuidade de altos retornos ao acionista, incluindo dividendos e recompras“.
Para a CSN, são dois fatores que sustentam a recomendação de venda:
geração de caixa consistentemente negativa nos próximos anos (yield médio de FCFE ex-pré-pagamentos de -43% entre 2025–28) e prêmio de EV/Ebitda (valor da empresa sobre resultado operacional) em relação às empresas de siderurgia e mineração sob a cobertura.
“Estamos mais negativos quanto à geração de caixa da CSN nos próximos anos, já que as margens e os resultados em siderurgia e cimento devem crescer menos, e os resultados de mineração devem continuar caindo devido à queda nos preços do minério de ferro”.
Valor - SP 06/06/2025
A Nippon Steel e o governo dos Estados Unidos solicitaram na quinta-feira a um tribunal de apelações americano que estendesse a pausa em seus litígios por oito dias. O objetivo é dar às partes mais tempo para chegar a um acordo que permita à empresa japonesa comprar a siderúrgica americana U.S. Steel por US$ 14,9 bilhões.
É provável que o tribunal aprove uma extensão da pausa, concedida pela primeira vez em 7 de abril, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou uma segunda revisão de segurança nacional da fusão. Essa pausa expiraria em 5 de junho.
"Uma suspensão contínua se justifica, dados os esforços em andamento para chegar a uma resolução que resolva completamente as reivindicações dos peticionários", afirmaram as empresas e o governo em seu documento.
O pedido de uma breve pausa sinaliza que as empresas e o governo Trump´acreditam estar se aproximando de um acordo, uma boa notícia para os investidores que acompanham o negócio acidentado desde o anúncio em dezembro de 2023.
Tanto o ex-presidente Joe Biden quanto Trump afirmaram no ano passado que a U.S. Steel deveria permanecer como propriedade de empresa dos Estados Unidos, na tentativa de atrair votos para na eleição presidencial de 2024 na Pensilvânia, onde a empresa está sediada.
Biden bloqueou o acordo em janeiro por motivos de segurança nacional, o que levou as empresas a ações judiciais. Elas alegaram que a revisão de segurança nacional recebida era tendenciosa. A Casa Branca de Biden contestou a acusação.
As siderúrgicas viram uma nova oportunidade no governo Trump, que assumiu o cargo em 20 de janeiro e buscou uma pausa no litígio para abrir uma nova revisão de segurança nacional de 45 dias sobre a fusão proposta em abril.
Mas os comentários públicos de Trump, que variaram de uma simples recepção de um "investimento" da empresa japonesa na U.S. Steel até a oferta de uma participação minoritária para a Nippon Steel, criaram confusão.
Trump elogiou recentemente um "acordo" entre a Nippon Steel e a U.S. Steel durante um comício político, mas não chegou a aprovar a fusão das empresas, usando ainda o termo “parceria” para o negócio entre as companhias.
Valor Investe - SP 06/06/2025
Trump aumentou de 25% para 50% a tarifa sobre produtos importados de aço e alumínio nos Estados Unidos. Como a companhia mantém parte das operações lá, os papéis são favorecidos
Apesar de ter leve queda no ano, as ações da Gerdau (GGBR4) continuam no radar do BTG Pactual, que vê o papel com preço abaixo do que realmente vale e com potencial de bons resultados para o segundo trimestre deste ano.
Em relatório após nova mudança nas tarifas impostas por Trump sobre o aço, o BTG comentou que o sentimento cauteloso do mercado e o ambiente macroeconômico desafiador no Brasil devem pressionar a demanda e a lucratividade daqui em diante, apesar da resiliência demonstrada nas tendências recentes de demanda e da forte disciplina de custos da Gerdau. O banco também vê a empresa como subavaliada.
“Nos EUA, a principal questão agora gira em torno do impacto total das tarifas sobre o aço recentemente anunciadas, mas sentimos que o momento de lucros no curto prazo é positivo e mal precificado”, diz o relatório do banco.
Trump aumentou de 25% para 50% a tarifa sobre produtos importados de aço e alumínio nos Estados Unidos. Como a companhia mantém metade das operações lá, os papéis são diretamente favorecidos pelo anúncio feito pelo presidente norte-americano.
O BTG explica que a América do Norte representa agora uma parte significativa da geração de resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (ebitda, na sigla em inglês) da Gerdau, mas a empresa continua sendo “negociada como se fosse uma operação puramente brasileira”.
Na visão da instituição, há um risco de queda limitado para a ação nos níveis atuais e os resultados do segundo trimestre deste ano podem ser um motivo para “alguns revisarem seu pessimismo”.
O BTG tem recomendação de compra para Gerdau, com preço-alvo de R$ 20.
IstoÉ Dinheiro - SP 06/06/2025
A queda no preço de diversas commodities (bens primários com cotação internacional) e o crescimento econômico fizeram a balança comercial registrar o superávit mais baixo para meses de maio em três anos. No mês passado, o país exportou US$ 7,238 bilhões a mais do que importou, queda de 12,8% em relação ao registrado no mesmo mês de 2024.
Os números foram divulgados nesta quinta-feira (5) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. O superávit em maio é o menor desde 2022, quando o resultado positivo ficou em US$ 4,958 bilhões.
A balança comercial acumula superávit de US$ 24,432 bilhões nos cinco primeiros meses de 2025. O valor representa queda de 30,6% em relação aos mesmos meses do ano passado. O recuo no valor acumulado ocorreu porque a balança comercial teve déficit de US$ 471,6 milhões em fevereiro, motivado pela importação de uma plataforma de petróleo.
As exportações ficaram estáveis, mas as importações cresceram. Em maio, o país exportou US$ 30,156 bilhões, com queda de 0,1% em relação ao registrado no mesmo mês do ano passado. Este é o terceiro maior valor da história, só perdendo para maio de 2023 e de 2024.
As importações somaram US$ 22,918 bilhões, com alta de 4,7% na mesma comparação. O valor é o segundo maior da série histórica para o mês, só perdendo para maio de 2022.
Do lado das exportações, as vendas externas de soja, principal produto da agropecuária, caíram 3,9% em relação a maio do ano passado, por causa da queda de 8,4% dos preços médios. O volume vendido subiu 4,9%. Além disso, o milho e o algodão, dois dos principais produtos de exportação do agronegócio, tiveram queda de preço e de quantidade em maio.
As vendas de petróleo recuaram 9,7%, também motivadas pela redução de 15,2% nos preços, com o volume exportado subindo 6,5%. As exportações de minério de ferro recuaram 4,7%. Apesar de a quantidade ter subido 7,4%, os preços caíram 11,3%.
No entanto, a alta no preço do café e da carne bovina ajudou a sustentar a balança. As vendas de alguns produtos, como carne bovina, celulose, veículos e ferro-gusa, subiram no mês passado, compensando a diminuição na exportação dos demais produtos.
Do lado das importações, as aquisições de adubos e fertilizantes, veículos de passageiros, motores, máquinas, compostos químicos e componentes de veículos subiram. A maior alta ocorreu com os fertilizantes, cujo valor comprado aumentou US$ 257,9 milhões (+25,9%) em maio na comparação com maio do ano passado.
No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu 2,5%. Os preços, no entanto, recuaram 2,5% em média na comparação com o mesmo mês do ano passado. Nas importações, a quantidade comprada subiu 7,7%, impulsionada pelo crescimento econômico, mas os preços médios recuaram 3,3%, refletindo a queda no valor das commodities (bens primários com cotação internacional).
Setores
No setor agropecuário, a queda na quantidade vendida pesou mais para o recuo de 0,6% nas exportações do segmento. O volume de mercadorias embarcadas caiu 5,4% em abril na comparação com o mesmo mês de 2024, enquanto o preço médio subiu 6,4%.
Na indústria de transformação, a quantidade subiu 5,2% e o preço médio caiu 1,9%, refletindo uma certa recuperação econômica na Argentina, o maior comprador de bens industrializados do Brasil.
Na indústria extrativa, que engloba a exportação de minérios e de petróleo, a quantidade exportada subiu 7,1%, enquanto os preços médios recuaram 12,8%, fruto da desaceleração econômica na China e do acirramento da guerra comercial por parte do governo de Donald Trump.
Estimativa
Segundo as estimativas mais recentes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, divulgadas em abril, o superávit deverá ficar em US$ 70,2 bilhões, queda de 5,4% em relação a 2024. A próxima projeção será divulgada em julho.
De acordo com o ministério, as exportações subirão 4,8% em 2025, na comparação com 2024, encerrando o ano em US$ 353,1 bilhões. As importações subirão 7,6% e fecharão o ano em US$ 282,9 bilhões. As estimativas, no entanto, devem ser revistas na próxima projeção, em julho, porque não consideram os efeitos do tarifaço de Donald Trump nem da retaliação comercial da China.
As previsões estão mais pessimistas que as do mercado financeiro. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 75 bilhões neste ano.
O Estado de S.Paulo - SP 06/06/2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira, 5, ter tido uma “conversa telefônica muito boa” com o presidente da China, Xi Jinping, sobre um possível acordo comercial entre os dois países, após a imposição de tarifas mútuas que resultou em uma escalada de tensões bilaterais. O republicano destacou que a conversa teve foco “quase total no comércio” e que “nada foi discutido sobre Rússia-Ucrânia ou Irã”.
Segundo Trump, o diálogo durou cerca de “uma hora e meia” e teve “uma conclusão muito positiva para ambos os países”, escreveu o republicano em publicação na Truth Social. Ele acrescentou que não devem mais existir “dúvidas quanto à complexidade dos produtos de terras raras”, um dos pontos sensíveis da relação comercial entre Washington e Pequim.
O republicano informou que equipes técnicas de ambos os governos se reunirão em breve, em um local a ser determinado, e que os Estados Unidos serão representados pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, o secretário de Comércio, Howard Lutnick, e o representante de Comércio (USTR, na sigla em inglês), Jamieson Greer.
Durante a conversa, ainda de acordo com Trump, Xi convidou “gentilmente” o presidente e a primeira-dama, Melania Trump, para visitar a China. “Eu retribuí”, disse Trump, acrescentando que, “como presidentes de duas grandes nações, isso é algo que ambos aguardamos com expectativa”.
Trump afirmou que as relações com a China estão se encaminhando positivamente após uma fase de leve instabilidade, na visão do republicano. Mais tarde, em entrevista à imprensa na Casa Branca ao lado do chanceler alemão, Friedrich Merz, ele voltou a dizer que a “ligação com Xi Jinping foi muito boa”.
Apesar de reconhecer que “a situação com a China é muito complexa”, Trump minimizou tensões recentes. “A relação com a China estava só um pouco fora do eixo na semana passada”, afirmou. Quando questionado por jornalistas, fez questão de enfatizar que “nunca disse que a relação estava fora do eixo. Estava só um pouco, nada demais”.
Trump afirmou que Washington está em “ótima posição com a China para um acordo comercial” e disse que há um entendimento em vigor. “Temos um acordo com a China e queremos garantir que todos o compreendam”, disse. Ele acrescentou que pretende visitar o país asiático em algum momento, e que “Xi Jinping virá para cá em algum momento também”.
O presidente americano mencionou ainda esforços para resolver questões ligadas aos minerais terras raras, um grupo de insumos estratégicos na disputa tecnológica entre os dois países: “Estamos resolvendo a questão”, declarou. Trump também destacou temas que devem integrar futuras negociações comerciais, mas não apenas com a China. “Quero que petróleo e gás natural também façam parte de acordos comerciais”, afirmou.
China cobra retirada de ‘medidas negativas’
A China instou os Estados Unidos a “avaliar de forma objetiva os avanços alcançados” nas relações bilaterais e a remover “as medidas negativas impostas à China”, durante ligação entre Xi Jinping e Trump. Segundo comunicado do Ministério das Relações Exteriores da China, Pequim vem implementando “com seriedade” os termos do recente acordo comercial firmado em Genebra, e espera reciprocidade por parte de Washington.
O governo chinês também advertiu os EUA quanto à sensibilidade da questão de Taiwan. Xi afirmou que Washington deve “lidar com cautela com a questão de Taiwan”, de modo a evitar que “uma minoria de separatistas defensores da independência de Taiwan” conduza os dois países a um “cenário perigoso de confronto”. O comunicado acrescenta que a China considera essencial “eliminar interferências e até sabotagens” na relação bilateral.
O ministério chinês ainda ressaltou que, durante a ligação, Trump reiterou que os EUA continuarão a seguir a política de “Uma Só China”, e que os americanos “ficam felizes em ver a economia chinesa manter um crescimento forte” e que “a cooperação entre China e EUA pode alcançar muitas realizações”. O país asiático confirmou que a conversa foi realizada a pedido do americano e abordou principalmente temas comerciais.
Xi declarou que a reunião em Genebra representou “um passo importante rumo à resolução das questões por meio do diálogo e da negociação”. “A China tem sinceridade, mas também princípios. Os chineses sempre cumprem o que prometem.”
O comunicado ainda confirma a informação divulgada por Trump de que houve um convite mútuo para visitas de Estado. Ambos os lados, segundo o texto, concordaram em realizar “o quanto antes” uma nova rodada de negociações.
CNN Brasil - SP 06/06/2025
A percepção de risco no sistema financeiro brasileiro passou a ser dominada pelo cenário internacional, superando, pela primeira vez desde 2023, as preocupações com a política fiscal.
A mudança foi apontada pelas instituições financeiras que participaram da Pesquisa de Estabilidade Financeira (PEF) do Banco Central, referente ao segundo trimestre de 2025, divulgada pela autoridade monetária nesta quinta-feira (5).
Segundo o levantamento, “os riscos do cenário internacional passaram a ser os mais importantes, em função da guerra tarifária” promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desde os primeiros dias do ano, quando assumiu o mandato.
O tema foi citado como o risco mais relevante por 39% das instituições financeiras (IFs) entrevistadas, contra 30% que indicaram os riscos fiscais. Na pesquisa anterior, de fevereiro, os percentuais eram 16% para o cenário externo e 52% para o fiscal.
A frequência média de menções ao risco internacional subiu de 0,86 para 0,88 por instituição, consolidando uma tendência de alta desde o fim de 2023.
Já os riscos fiscais registraram leve queda nessa métrica, de 0,74 para 0,69. Apesar disso, o Banco Central enfatiza que “os riscos fiscais seguem sendo relevantes, com preocupações com a sustentabilidade da dívida pública e a evolução da política fiscal”.
A percepção de impacto e probabilidade dos riscos internacionais também aumentou: 100% das instituições classificaram o impacto como “alto” e a probabilidade como “médio-alta”, reforçando o peso dessas incertezas no horizonte de três anos.
Cenário econômico mais pessimista
A leitura sobre o ciclo econômico piorou em relação à pesquisa anterior. A maioria das instituições migrou sua avaliação de “recuperação” e “boom” para “contração”. Segundo o Banco Central, “cresce a percepção da tendência de alta na alavancagem das famílias”, embora a maioria ainda veja a situação como estável.
Esse movimento, segundo o BC, indica maior cautela quanto à atividade econômica nos próximos trimestres, especialmente diante do aperto das condições financeiras globais e das incertezas internas relacionadas à condução da política fiscal.
Além disso, cresceu a percepção de que há uma tendência de alta na alavancagem das famílias, o que pode indicar um esgotamento da capacidade de consumo por meio de crédito, especialmente se combinado a um cenário de inflação resiliente e juros elevados.
O Estado de S.Paulo - SP 06/06/2025
O atual governo optou por uma política fiscal do tipo “feijão com arroz”, como temos chamado. De modo geral, essa tendência deve persistir até as eleições presidenciais.
Mas a necessidade de cobrir a reversão total ou parcial das recentes elevações do IOF pode ensejar um debate sobre medidas estruturais, deixado de lado após a decepção com o pacote de dezembro.
É assim que propomos um programa realista, caso não haja disposição para algo mais ousado. Seria um expressivo avanço em relação à política atual do “feijão com arroz”, que já mostra claros sinais de esgotamento.
Pelo lado da despesa, sugerimos seis medidas para o período 2027-2030, a saber:
1) o fim da correção real do salário mínimo ou desindexação da Previdência e gastos sociais;
2) a não correção das remunerações dos servidores;
3) a extinção do abono salarial;
4) a mudança da regra de correção do gasto mínimo da saúde e da educação;
5) o corte pela metade das emendas parlamentares; e
6) a redução do porcentual de complementação da União ao Fundeb, de 23% para 19%.
À exceção dos itens 1 e 2, os demais seriam executados gradualmente no período referido.
A substituição da regra atual de aumento real do salário mínimo pela regra da correção via inflação ou, simplesmente, o fim da indexação dos benefícios previdenciários e sociais ao salário mínimo produziria uma economia de 0,19% do PIB, já em 2027. Esse ganho chegaria a 0,73% do PIB até 2030.
A não correção da remuneração dos servidores federais, de 2027 a 2030, por sua vez, geraria economia de 0,13% do PIB, em 2027, atingindo 0,43% do PIB depois de quatro anos.
O fim do abono salarial resultaria em ganho inicial de 0,06% do PIB, em 2027, atingindo 0,22% do PIB até 2030. A mudança na correção do mínimo da saúde e da educação, por sua vez, geraria um ajuste inicial de 0,07% para chegar a quase 0,32% do PIB em 2030. Após um ganho pequeno, em 2027, as emendas parlamentares e a redução da complementação do Fundeb trariam contribuição crescente até quase 0,2% e 0,1% do PIB, respectivamente, em 2030.
Pelo lado da receita, consideramos um corte de 24% dos gastos tributários em vigor, porcentual calibrado para garantir um aumento de cerca de 1% do PIB da receita líquida da União. Também de modo gradual, o ganho parte de 0,26% do PIB em 2027 e alcança 1,04%, em 2030.
Vale dizer, o aumento da arrecadação por meio desses cortes pouparia os contribuintes que arcam com uma carga mais elevada, ao não serem contemplados com benefícios tributários. Um processo sofisticado de avaliação dessas políticas poderia subsidiar a proposta de corte linear acima apresentada.
Considerando as seis medidas pelo lado da despesa e a relativa à receita listadas acima, o impacto fiscal seria de 0,79 ponto porcentual do PIB, em 2027, sendo 0,26 ponto de aumento de receita e 0,53 de corte de despesa. O efeito aumenta até chegar a 2,9 pontos porcentuais do PIB, em 2030, sendo 1,9 de corte de despesa e 1 ponto de PIB de ganho de receita.
Essa proposta permitiria praticamente zerar o déficit primário em 2027. No segundo ano do próximo mandato presidencial, o superávit já teria retornado, na casa de 0,6% do PIB, para aumentar a 1,2% e a quase 2% do PIB, respectivamente, em 2029 e 2030.
A dívida pública bruta ainda aumentaria até 2028, atingindo 87% do PIB, ante os 83,5% de 2026. Mas ela provavelmente estabilizaria, entre 2028 e 2029, para então iniciar uma trajetória de queda em proporção do PIB. No cenário da inércia, as regras fiscais serão inviáveis, o déficit e a dívida subirão continuamente até 1,15% e 94,5% do PIB em 2030.
Essas previsões para o cenário com o ajuste proposto não indicam um quadro tranquilo, mas certamente representariam ganho gigantesco em relação à situação atual, de desancoragem das expectativas para as contas públicas. Sendo crível e havendo o apoio necessário do Congresso, o mercado anteciparia os ganhos derivados dessas medidas e os juros reais poderiam ser menores, facilitando a tarefa de reconquistar as condições de equilíbrio fiscal.
As medidas para a partir de 2027 não excluem providências já para 2026, se houver espaço político. A limitação dos salários públicos ao teto remuneratório constitucional, a contenção das emendas parlamentares, o corte de subsídios e subvenções e outras ações seriam bem-vindos.
A respeito de 2026, importante dizer, nem com a ajuda da receita extra com o IOF será possível cumprir a meta fiscal, mesmo em seu limite inferior e com a exclusão dos precatórios excedentes. Projetamos déficit de 0,75% do PIB para esse ano. Seria necessário um corte de cerca de R$ 50 bilhões para cumprir a meta, mas as despesas discricionárias já estarão num nível próximo do comprometimento do funcionamento da máquina pública.
É assim que o ministro Fernando Haddad tem, neste momento, uma oportunidade única de, mesmo estando já na segunda metade do mandato presidencial, avançar com um programa de ajuste fiscal capaz de propiciar ao País um horizonte menos opaco.
IstoÉ Dinheiro - SP 06/06/2025
A diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Adriana Kugler, afirmou que o processo de desinflação desacelerou e que já é possível ver efeitos das tarifas mais altas, em discurso preparado para evento no Clube Econômico de Nova York, nesta quinta-feira, 5. Segundo ela, as tarifas devem continuar a elevar a inflação ao longo de 2025 e, neste momento, há maiores riscos de alta para a inflação e potenciais riscos de baixa para o emprego e o crescimento da produção no futuro.
“Isso me leva a continuar apoiando a manutenção da taxa básica de juros do FOMC [Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês] em sua configuração atual, caso os riscos de alta para a inflação persistam. Considero nossa postura atual de política monetária bem posicionada para quaisquer mudanças no ambiente macroeconômico”, defendeu a diretora, ao mencionar que considera a atual postura “modestamente restritiva” e apropriada para atingir e sustentar uma inflação de 2% no longo prazo.
Ela citou ainda que o mercado de trabalho está atualmente próximo da meta de emprego máximo do FOMC, mas que existe a perspectiva de que mudanças nas políticas comerciais e outras políticas possam elevar a taxa de desemprego e afastar o emprego da meta do Fed. “Essas políticas, especialmente tarifas de importação mais altas, também podem elevar a inflação no restante deste ano”, afirmou.
Kugler adicionou que é observada uma escalada na inflação de bens e serviços, e dados de pesquisas apontam também para “algumas pressões inflacionárias”.
Ela ressaltou que dados não tradicionais sobre a atividade econômica são consistentes com a avaliação geral de que pode estar acontecendo “alguma moderação” no crescimento da atividade econômica americana, mas ainda não uma desaceleração significativa. “À medida que as políticas sobre questões fiscais e imigração tomam forma, considero importante também levar em conta suas implicações para as perspectivas econômicas dos EUA”, acrescentou.
Para a diretora do Fed, é difícil avaliar a força atual da atividade econômica, com base em dados dos primeiros quatro meses de 2025, principalmente devido à antecipação das importações antes da implementação de tarifas. “Embora o Produto Interno Bruto (PIB) real tenha diminuído ligeiramente no primeiro trimestre, isso se deveu em grande parte a um aumento nas importações antes dos aumentos tarifários previstos, um aumento que provavelmente será revertido”, disse.
Jornal de Brasília - DF 06/06/2025
Após um forte aumento nos últimos meses, o déficit comercial dos Estados Unidos caiu drasticamente em abril, quando as tarifas impostas pelo presidente Donald Trump entraram em vigor para combater o que ele considera um desequilíbrio comercial.
No quarto mês do ano, a balança comercial de bens e serviços dos EUA registrou um déficit de US$ 61,6 bilhões (R$ 344,73 bilhões), em comparação com US$ 138,3 bilhões (R$ 773,96 bilhões) em março, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (5) pelo Departamento do Comércio.
Foi um mês em que as empresas americanas realizaram importações substanciais para acumular estoques antes do impacto das tarifas.
O déficit comercial em abril foi muito menor do que o esperado pelos analistas, em cerca de US$ 117,2 bilhões (R$ 655,88 bilhões), segundo o consenso publicado pelo briefing.com. É o menor déficit registrado desde agosto de 2023.
O saldo comercial negativo americano aumentou significativamente após as eleições de novembro e a vitória de Trump, que prometeu durante a campanha elevar as tarifas, especialmente para financiar as reduções de impostos atualmente discutidas no Congresso.
O déficit comercial subiu de US$ 73,7 bilhões (R$ 412,44 bilhões) em dezembro para US$ 138,3 bilhões (R$ 773,96 bilhões) em março.
“Não há nenhuma grande surpresa neste relatório; o déficit nominal reduziu drasticamente porque as importações caíram após os picos atingidos no primeiro trimestre, quando as empresas buscavam importar produtos antes da implementação de tarifas”, observou em nota o economista-chefe da HFE, Carl Weinberg.
A queda acentuada nas importações, para US$ 351 bilhões (R$ 1,96 trilhão), ou seja, -16,3% em um mês, é o principal fator que explica a redução do déficit.
– Reorganização de fluxos comerciais –
Enquanto isso, as exportações dos Estados Unidos aumentaram mais modestamente, 3%, para US$ 289,4 bilhões (R$1,61 trilhão).
No acumulado de um ano, porém, o déficit comercial subiu US$ 179,3 bilhões (R$ 1,03 trilhão), um aumento de 65,7% em relação ao mesmo período de 2024.
A queda nas importações concentrou-se principalmente em determinados setores, como peças metálicas e veículos pessoais, mas também em preparações farmacêuticas, um setor que pode ser afetado em breve.
Além de setores específicos, os dados de importação mais recentes destacam uma evolução nos fluxos de fornecimento das empresas americanas, com fortes variações observadas de um país para outro.
O Canadá, maior parceiro comercial dos Estados Unidos, mas também um dos principais alvos das tarifas de Trump, viu seu superávit comercial com o vizinho em seu menor nível desde abril de 2021, com as importações mais baixas desde maio de 2021.
O comércio com a China foi gravemente afetado pela guerra comercial, na qual as tarifas entre os dois países atingiram 125% e 145%, respectivamente, antes de uma trégua de 90 dias em meados de maio para negociações.
As exportações e importações entre EUA e China em abril foram as menores desde o início de 2020, durante a pandemia de covid-19, segundo o Departamento do Comércio.
CNN Brasil - SP 06/06/2025
O próximo passo do Plano Mais Produção é a redução das taxas de juros praticadas em suas linhas, informou o secretário de Desenvolvimento Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Uallace Moreira, à CNN.
Ao longo do mandato, uma das prioridades do Ministério foi concentrar neste plano volume de recursos para financiar a indústria. Com sete instituições financeiras envolvidas, o plano disponibilizará nos quatro anos de governo Lula R$ 617 bilhões para o segmento.
Quando comparados os planos da indústria e aquele voltado à agropecuária, ainda há um gap no que diz respeito ao custo do crédito, contudo. A maior parte do recurso do Plano Mais Produção é emprestado a TLP (inflação medida pelo IPCA + 7,61% ao ano), cujo juro é considerado elevado.
"Esse é o principal [gargalo do plano]. Dos R$ 472 bilhões já emprestados até agora, temos R$ 80 bilhões a TR, mais uns R$ 20 bilhões do Fundo Clima. O resto é TLP [...] então o grande desafio agora é a gente buscar um processo de redução dessa taxa de juros", disse.
O secretário indica que é necessário encontrar mecanismos como a Letra de Crédito do Desenvolvimento (LCD) para contornar a taxa de juros do país. Mas — na sua percepção — estas soluções precisam estar acompanhadas da queda da Selic para que o plano e o setor possam deslanchar.
No começo de maio, o Banco Central (BC) voltou a subir a taxa básica de juros do país, elevando-a a 14,75% ao ano, o maior patamar em quase 20 anos.
O Estado de S.Paulo - SP 06/06/2025
A economia brasileira cresceu e surpreendeu positivamente, nos últimos três anos, mas o governo precisa eliminar renúncias tributárias dispendiosas e ineficientes, cuidar mais da administração da receita e enfrentar a rigidez orçamentária, segundo avaliação de um grupo técnico do Fundo Monetário Internacional (FMI), depois de uma visita de rotina ao País.
O grupo elogiou também a atuação do Banco Central (BC) e o aperto monetário iniciado em setembro do ano passado, importante, em sua avaliação, para levar a inflação à meta de 3%. A instituição representada pela equipe tem sido desde 2019 comandada por Kristalina Georgieva, mencionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, depois de um encontro em Hiroshima, no Japão, como “mulherzinha”.
Apesar da avaliação positiva do cenário brasileiro, o grupo recomenda um esforço fiscal “sustentado e mais ambicioso” para “posicionar a dívida pública em trajetória firmemente descendente, criar espaço para investimentos prioritários e facilitar uma trajetória de juros mais baixos”. Com esse esforço, a inflação deve chegar a 5,2% no fim deste ano e diminuir gradualmente para 3% até o fim de 2027, segundo projeção da equipe.
Desde a virada do milênio, os técnicos do FMI têm-se manifestado, de forma predominante, com razoável otimismo sobre as condições e perspectivas da economia brasileira, mas projetando as taxas anuais de crescimento, quase sempre, na faixa de 2% a 3%. De modo geral, essa limitação é explicável pelas taxas modestas de investimento produtivo, raramente superiores a 18% do Produto Interno Bruto (PIB).
A nota recém-distribuída pela equipe visitante do País volta a mencionar, como recomendação, um empenho maior na destinação de recursos ao fortalecimento do potencial produtivo, indicando também algumas das condições necessárias — uma política tributária mais eficiente, uma administração melhor das verbas arrecadadas, a criação de condições para a redução dos juros e a eliminação da rigidez orçamentária.
Todos esses itens têm sido mencionados quando se defende a expansão dos investimentos no Brasil. Mas a lista pode incluir — e tem muitas vezes incluído — mais segurança jurídica, mais previsibilidade e mais confiança como condições para a maior aplicação de capitais em obras públicas, em máquinas, equipamentos e em capital humano para expansão do potencial de crescimento econômico.
Diário do Comércio - MG 06/06/2025
O PIB brasileiro cresceu 1,4% na transição do 4º trimestre de 2024 para o 1º trimestre de 2025, segundo dados do IBGE. Esse crescimento reflete, em boa parte, choques positivos de oferta, especialmente no setor agropecuário. Embora o resultado trimestral seja favorável, é importante avaliar se esse desempenho pode gerar pressões inflacionárias ou se, ao contrário, a expansão da oferta ajudará a conter os preços.
Pela ótica da produção, a agropecuária se destacou, impulsionada por condições climáticas favoráveis e por uma base de comparação fraca. A safra de soja, nosso principal produto agrícola, deve atingir nível recorde, enquanto outras culturas como milho, arroz e fumo também apresentaram considerável aumento de produtividade. Esses ganhos tendem a ter efeito deflacionário sobre os alimentos, pois ampliam a oferta doméstica de grãos e reduzem a necessidade de importações.
O setor de serviços, responsável por cerca de 70% da geração de riqueza, avançou no trimestre. O segmento de informação e comunicação foi o mais dinâmico, beneficiado pelo crescimento contínuo da demanda por internet e pelo desenvolvimento de sistemas. Atividades imobiliárias e comércio também cresceram, enquanto o segmento de transportes recuou. A pressão de custos permanece em áreas dependentes de logística, enquanto os segmentos tecnológicos ajudam a conter preços internamente.
Já a indústria teve leve queda. As indústrias de transformação e construção recuaram, pressionadas pela política monetária restritiva. Por outro lado, as indústrias extrativas e o setor de eletricidade e gás avançaram. Embora ainda haja capacidade ociosa em alguns segmentos, o avanço em insumos básicos pode ajudar a segurar os preços industriais.
Pela ótica da demanda, o consumo das famílias e o investimento produtivo avançaram. O consumo do governo ficou praticamente estável e, no comércio exterior, as exportações e importações aumentaram, com maior intensidade neste último.
Do ponto de vista inflacionário, o choque de oferta no setor agropecuário exerce um efeito moderador, especialmente sobre os preços dos alimentos. Já o segmento de serviços ligados à tecnologia tende a reduzir custos internos e ajudar a conter a inflação setorial. No entanto, a expansão do consumo das famílias e o aumento dos investimentos podem gerar pressões em cadeias ainda restritas, além de elevar a necessidade de importação de bens intermediários. Se a demanda avançar justamente nos setores que enfrentam gargalos, há risco de repasse de custos para o consumidor, especialmente em caso de oscilações cambiais em resposta ao crescimento das importações.
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Nesse contexto, o Banco Central deve manter uma postura disciplinadora, especialmente diante de uma política fiscal e parafiscal de estímulo à demanda. As pressões inflacionárias devem seguir no cenário, ainda que compensadas por ganhos de produtividade.
Exame - SP 06/06/2025
A agência de classificação de risco Moody’s manteve o rating da Vale (VALE3) em 'Baa2 estável', após uma revisão que resultou na mudança da perspectiva do rating soberano do Brasil de "positiva" para "estável" em 30 de maio de 2025.
A decisão reflete a alta exposição da mineradora às operações no país, onde estão concentrados cerca de 73% dos ativos fixos da companhia, especialmente no segmento de minério de ferro.
Segundo a agência, devido à significativa dependência das operações brasileiras, o rating da Vale não pode ser superior ao do soberano, o que limita eventuais upgrades, mesmo com fundamentos sólidos e avanço em outras frentes de negócios.
Menos minério, mais diversificação
Embora o minério de ferro ainda represente mais de 82% da receita líquida da Vale, a companhia tem acelerado sua estratégia de diversificação.
O foco está na expansão da produção de metais básicos, como níquel e cobre, cuja participação deve crescer no fluxo de caixa nos próximos anos. A expectativa do mercado é que essa mudança leve a uma composição mais equilibrada dos resultados da mineradora.
Para 2025, a Vale projeta produzir entre 325 e 335 milhões de toneladas de minério de ferro, com foco em produtos de maior qualidade, alinhados à demanda de mercados mais exigentes como a China e a Europa. Também estão no radar novos projetos em níquel e cobre, que devem reforçar a estratégia de diversificação de receitas.
Com a estabilidade do rating, a Moody’s sinaliza confiança na resiliência financeira da companhia, mesmo diante da maior cautela em relação ao cenário macroeconômico do Brasil.
Fator ESG
No que diz respeito a critérios ambientais, sociais e de governança (ESG), a Moody’s classificou a Vale como “neutra-baixa” (CIS-2).
O histórico de desastres com barragens de rejeitos, como o rompimento de Brumadinho, ainda pesa sobre a avaliação. No entanto, a agência reconhece avanços importantes da companhia em segurança operacional e gestão de riscos, o que tem contribuído para melhorar a percepção do mercado.
IstoÉ Dinheiro - SP 06/06/2025
A Vale, em parceria com a Cummins e a Komatsu, iniciou o comissionamento de uma célula de testes de etanol para desenvolver um caminhão do tipo off-road movido a etanol e diesel. O projeto visa reduzir as emissões de gases de efeito estufa e faz parte do programa Dual Fuel para adaptar os motores a diesel já instalados nos caminhões da Komatsu para poder operar com uma mistura dos dois combustíveis.
Os caminhões serão os primeiros veículos de tal porte, capazes de transportar de 230 a 290 toneladas de minério, a funcionar com etanol.
O objetivo é que os veículos possam utilizar até 70% de etanol na mistura, o que diminuiria em 70% as emissões de CO2.
Os testes no motor QSK60 devem seguir no laboratório até 2026, quando se iniciam os testes de campo. Dentre os equipamentos de mineração, os caminhões são os que mais consomem diesel.
“As mineradoras que utilizam combustíveis alternativos podem usar sua infraestrutura existente e aproveitar sua frota, instalações e equipe atuais”, destaca Luke Mosier, líder do programa de inovação da Cummins.
Valor - SP 06/06/2025
Produção e vendas avançam, mas varejo encolhe e financiamento mais caro afeta pesados
Produção, mercado interno e exportação de veículos continuam em expansão. Mas a indústria se preocupa com a queda de demanda no varejo, aumento da presença de importados, chineses sobretudo, e o impacto da elevação dos juros no segmento de caminhões pesados.
Nas fábricas, o ritmo de produção aumentou 28,8% em maio na comparação com o mesmo mês do ano passado (214,7 mil veículos) e 10,7% (1,02 milhão) no acumulado do ano.
Mas se há alguns meses era o mercado interno que puxava o ritmo de produção, agora são as exportações, principalmente para a Argentina, onde o mercado cresce acima das expectativas.
Em maio, as vendas externas somaram 51,5 mil veículos, um crescimento de 92,6% em comparação com um ano atrás. Foi o melhor resultado em exportação desde agosto de 2018.
Nos cinco primeiros meses, o embarque de 213,5 mil veículos representou avanço de 56,6% em relação ao mesmo período de 2024 e o total de divisas com a venda externa das montadoras no período alcançou US$ 1,3 bilhão.
O crescimento da produção e das vendas internas também é elevado porque a base de comparação é fraca. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Igor Calvet, lembra que nesta mesma época, em 2024, as fábricas de veículos e de autopeças do Sul do país - e também as vendas na região - foram fortemente impactadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Na comparação com abril, por exemplo, o volume de produção em maio ficou 5,8% menor.
No mercado interno, Calvet chama a atenção para a queda da participação do varejo. A fatia das vendas diretas, para locadoras principalmente, aumentou de 48,5% em abril para 56,5% em maio. Segundo o dirigente, isoladamente, o varejo registrou queda de 2,9% no acumulado do ano.
Ao divulgar os resultados do setor na quinta-feira (5), o presidente da Anfavea voltou a destacar a preocupação da entidade com o aumento da fatia dos modelo importados, principalmente chineses, que chega a 19%.
Segundo ele, enquanto no varejo o volume total caiu 2,9% no acumulado do ano, no caso dos modelos nacionais a retração chegou a 8%. “O mercado está sendo captado pelos importados”, afirma Calvet.
O mercado está sendo captado pelos carros importados”
— Igor Calvet
A Anfavea tem se mobilizado intensamente para evitar que o governo atenda ao pedido encaminhado pela BYD para redução de Imposto de Importação de veículos semimontados.
Calvet diz que a Anfavea concorda que, para iniciar a produção no país, é normal que uma montadora traga os veículos semimontados, como planeja a BYD e outras chinesas. “Mas é preciso pagar imposto por isso”, diz. Segundo ele, o volume total de importados vendidos de janeiro a maio, 189,8 mil unidades, equivale à produção de uma fábrica grande.
Outra preocupação apontada pela Anfavea é com a alta dos juros. Segundo Calvet, isso tem se refletido nos crescentes percentuais de inadimplência no financiamento, que chegam hoje a 5% para pessoa física e 3% para pessoa jurídica.
As taxas de juros mais altas têm provocado impacto também no segmento de caminhões pesados, cujos volumes de vendas caíram 14,1% de janeiro a maio. Segundo Marco Saltini, vice-presidente da Anfavea que acompanha esse segmento, em um ano, a participação dos pesados nas vendas totais de caminhões caiu de 50% para 41%. Para a Anfavea, o aumento dos juros tem levado os frotistas a adiar a renovação da frota.
Já em relação ao IOF, os fabricantes de veículos se mostram menos preocupados, segundo Calvet, porque estão contando com a revisão dos aumentos “ainda nesta semana”. Outro dado positivo no setor é o aumento do nível de emprego. As montadoras encerraram maio com 109,3 mil funcionários, 5,8% mais do que há um ano.
Segundo Calvet, a produção de veículos no Brasil ainda não foi afetada pela escassez de terras raras. Mas a Anfavea acompanha os primeiros impactos das restrições chinesas às exportações de minerais críticos. A decisão desorganizou as cadeias de abastecimento e já afetou fábricas da Europa.
Globo Online - RJ 06/06/2025
As exportações de veículos chegaram a 51,5 mil unidades embarcadas em maio, quase o dobro do volume registrado em igual período do ano passado. No ano, elas ultrapassaram 200 mil unidades, uma alta de 56,6%. Os dados são do balanço mensal da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
“Tivemos bons resultados de exportações em função do aquecimento do mercado argentino, e uma boa média diária de vendas domésticas em maio, de 10,7 mil unidades. O recuo na produção, porém, indica perda de participação de vendas para os importados, além de certa cautela dos fabricantes em relação à expectativa de vendas nas próximas semanas”, avaliou o presidente da Anfavea, Igor Calvet.
No sentido contrário da balança comercial, as importações continuam ganhando terreno, alcançando a marca de 190 mil no acumulado do ano, 39,7 mil unidades apenas em maio.
Já a venda de veículos automotores atingiu a marca de 986,1 mil unidades de janeiro a maio de 2025, o que representa uma elevação de 6,1%, com relação ao mesmo período do ano passado.
No mês de maio, o emplacamento de veículos registrou crescimento de 8,1%, com 225,7 mil unidades comercializadas no mercado interno.
Produção em queda
Segundo o balanço, a produção registrou queda de 5,9% em relação a abril, com 214,7 mil unidades. Na comparação com maio de 2024 houve crescimento de 28,8%, entretanto a entidade destaca que a base do ano passado é comprometida pelos impactos das enchentes no Rio Grande do Sul.
No acumulado do ano, a produção ainda é 10,6% superior em relação ao mesmo período do ano passado, somando 1.025,2 mil unidades.
Segundo o apurado pela Anfavea, os modelos estrangeiros representaram 54% do crescimento do mercado brasileiro, sendo que no segmento de automóveis eles responderam por 65% dessa elevação.
“Há um saudável aumento do fluxo comercial com a Argentina, mas no caso dos modelos vindos da China, verificamos um ingresso atípico, beneficiados por uma taxação bem inferior à que vemos em outros países produtores, o que gera uma perigosa distorção em nosso mercado”, afirmou Calvet.
Valor - SP 06/06/2025
Segundo a Anfavea, a produção aumentou 28,8% em maio, com 214,7 mil veículos, e no acumulado do ano avançou 10,7%, com 1,02 milhão de unidades
A produção e a venda interna de veículos continuam a registar altos percentuais de crescimento. Mas os dirigentes do setor alertam para um cenário que pode não ser tão positivo quanto parece.
Em maio foram licenciados 225,7 mil veículos no pais, o que representou um aumento de 16,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado. E no acumulado do ano, num total de 986,2 mil unidades, houve um avanço de 6,1%. A produção aumentou 28,8% em maio, com 214,7 mil veículos, e no acumulado do ano avançou 10,7%, com 1,02 milhão de unidades.
Em relação à produção, o dado positivo é que o ritmo das linhas de montagem aumentou, em parte, pelo crescimento nas exportações, puxado, sobretudo, pela demanda da Argentina. Somente em maio, os embarques somaram 51,5 mil veículos, um crescimento de 92,6% em comparação com um ano atrás e de janeiro a maio, o volume cresceu 56,6%, com 213,5 mil veículos.
Igor Calvet, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), alertou, no entanto, ao divulgar os resultados do setor na manhã desta quinta-feira (05), que a base de comparação é fraca porque nesta época, em 2024, as fábricas de veículos e de autopeças e os mercados do Sul do país foram fortemente impactados pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
No mercado interno, chama a atenção a queda da participação do varejo. A participação das vendas diretas, para locadoras, principalmente, aumentou de 48,5% em abril para 56,5% em maio. Segundo Calvet, isoladamente, o varejo registrou queda de 2,9% no ano, segundo a Anfavea.
Outro dado que continua a ser apontado pela direção da Anfavea como preocupação para os fabricantes é o aumento da fatia dos importados, principalmente chineses, que chega a 19%. O dirigente destacou que enquanto, no varejo, o volume total caiu 2,9% no acumulado do ano, no caso dos modelos nacionais a retração chegou a 8%.
A Anfavea tem se mobilizado intensamente para evitar que o governo atenda ao pedido encaminhado pela BYD para redução de Imposto de Importação de veículos semi montados.
Outra preocupação apontada pela Anfavea é com a alta dos juros. Segundo Calvet, isso tem se refletido nos crescentes percentuais de inadimplência nos financiamento, que chegam hoje a 5% para pessoa física e 3% para pessoa jurídica.
As taxas de juros mais altas têm provocado impacto também no segmento de caminhões pesados, cujos volumes de vendas caíram 14,1% de janeiro a maio. Segundo Marco Saltini, vice-presidente da Anfavea que acompanha esse segmento, em um ano, a participação dos pesados nas vendas totais de caminhões caiu de 50% para 41%. Para a Anfavea, o aumento dos juros tem levado os frotistas a adiar a renovação da frota.
Já em relação ao IOF, os fabricantes de veículos se mostram menos preocupados, segundo Calvet, porque estão contando com a revisão dos aumentos “ainda nesta semana”. Outro dado positivo no setor é o aumento do nível de emprego. As montadoras encerraram maio com 109,3 mil funcionários, 5,8% mais do que há um ano.
Exame - SP 06/06/2025
Em meio a uma guerra de preços que ameaça a estabilidade da indústria automotiva, o governo chinês convocou os principais executivos de montadoras, como BYD, Geely e Xiaomi, para uma reunião em Pequim nesta semana.
O encontro, promovido pelo Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação, pela agência de regulação de mercado e pelo órgão de planejamento econômico, teve como objetivo principal cobrar autorregulação do setor.
De acordo com fontes ouvidas pela Bloomberg, as autoridades alertaram as empresas para evitarem vender veículos abaixo do custo e parem com os cortes de preços considerados "irracionais".
A pressão do governo surgiu após a BYD iniciar uma nova rodada de descontos no fim de maio, com reduções de até 34%, medida que gerou críticas de entidades do setor e da mídia estatal.
Além disso, as autoridades abordaram práticas como a comercialização dos chamados carros "zero-quilômetro" — veículos novos que são repassados a revendedores ou plataformas de financiamento sem terem sido entregues ao consumidor final, mas contabilizados como vendas. Essa estratégia é vista como uma forma de maquiar resultados, o que tem atraído crescente atenção por parte do governo.
Outro ponto de preocupação são as dívidas crescentes com fornecedores, causadas pela tentativa das montadoras de repassar os custos da guerra de preços à cadeia produtiva. As empresas têm adiado pagamentos por meses, comprometendo o fluxo de caixa dos fornecedores e, na prática, transformando dívidas comerciais em instrumentos de financiamento.
Um levantamento da GMT Research estima que a dívida líquida real da BYD possa chegar a 323 bilhões de yuans (US$ 45 bilhões), bem acima dos 27,7 bilhões registrados oficialmente no fim de junho de 2024.
A ofensiva regulatória, embora não tenha resultado em novas diretrizes, sinaliza um aumento na vigilância das autoridades sobre o setor. Em declarações recentes, o Ministério do Comércio afirmou que continuará trabalhando com outros órgãos para fortalecer a orientação à indústria, garantir competição justa e promover o desenvolvimento saudável do mercado automotivo.
A Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis também se posicionou, alertando que a atual competição desordenada coloca em risco a segurança da cadeia de suprimentos e pode comprometer a imagem internacional dos veículos "Made in China".
CNN Brasil - SP 06/06/2025
O Secovi-SP divulgou nesta quinta-feira (5) que houve crescimento de 32,9% nas vendas de imóveis no Estado de São Paulo no 1º trimestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Já em relação ao lançamento de novas unidades, foi registrada queda de 18,6%.
A pesquisa divulgada contempla 41 cidades do interior, da Baixada Santista e da Região Metropolitana de São Paulo, situadas nos principais polos econômicos do Estado.
"Tivemos um bom primeiro trimestre ao longo desse início de ano praticamente todas as regiões. Só houve queda expressiva em Marília, Jundiaí, Presidente Prudente, Franca e Barretos", explicou Guilherme Werner, sócio consultor da Brain Inteligência Estratégica.
As habitações do Minha Casa, Minha Vida representaram 48% das vendas e 52% dos lançamentos no 1º trimestre. A região de Piracicaba foi a que mais vendeu locações do MCMV no período, enquanto a Baixada Santista a que menos teve vendas a partir do programa social do governo.
Financiamento
Durante a apresentação dos resultados, os representantes do Secovi ressaltaram a dificuldade de financiamento no mercado imobiliário atualmente. Também abordaram as adaptações que as empresas têm que fazer por conta da reforma tributária, que entra em fase de transição a partir do próximo ano.
"O Secovi está fazendo trabalho com o financiamento imobiliário, pois hoje as empresas têm dificuldade de acessar dinheiro para uma obra", declarou Ely Wertheim, presidente-executivo do Secovi- SP.
O uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) segue essencial para impulsionar o mercado imobiliário, segundo os representantes do Sindicato, mas novas soluções estão sendo pensadas.
Entre as alternativas estão o uso de crédito do pré-sal, cujo remanejamento para a habitação é avaliado pela Caixa Econômica Federal, e a criação de uma nova letra de crédito imobiliário.
"Estamos trabalhando para possibilitar a emissão de um título, tal e qual foram feitas as debêntures incentivadas", disse Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP. "Não podemos colocar tudo a perder por uma taxa de juros que estamos pagando no país", acrescentou.
Valor - SP 06/06/2025
IPMC da Sienge, que usa metodologia da Cica Rev Consultoria e tem apoio da Cbic, também analisa os valores praticados na venda de vergalhão de aço, cimento, argamassa e tinta
A empresa de software para construção Sienge lança nesta quinta-feira (5) o Índice de Preços de Materiais de Construção (IPMC), novo indicador para medir a variação do custo das obras no país. A primeira divulgação do projeto, que captura a variação de preço nos últimos 12 meses, até abril, mostra que a maior parte dos insumos subiu menos do que a inflação ou até teve queda no preço.
O IPMC analisa os valores praticados na venda de cinco materiais: aço (vergalhão), cimento, argamassa, fio de cobre e tinta. Desses, apenas o fio de cobre teve incremento do preço acima do IPCA acumulado no mesmo período, que foi de 5,53%. O material subiu 8,64% no país, chegando a 16,94% de alta na região Norte.
Segundo Gabriela Torres, gerente de inteligência estratégica da Sienge, é a correlação do preço do cobre com o dólar que explica esse crescimento no intervalo analisado.
No país, o preço do aço subiu 2,52% e o do cimento, 1,79%. Já a tinta acrílica teve queda de 2,32% e a argamassa, de 4,51%.
O indicador mostra a variação por região do país, mas Torres destaca que não foi constatada uma área com mais aumentos ou quedas de preço. Houve variações em todas as regiões, sem um padrão de comportamento.
O IPMC vai ser divulgado todos os meses. O indicador de abril analisou 2 milhões de notas fiscais eletrônicas. Um sistema com inteligência artificial faz a seleção dos dados.
A ideia da Sienge é acrescentar mais materiais na cesta do índice nos próximos meses, conforme o treinamento da IA avance, para atingir ao menos os 10 principais insumos do setor, que respondem por 50% do custo da obra.
Torres lembra que os materiais de construção representam, em geral, de 35% a 55% do custo de uma obra, a depender do padrão do empreendimento — quanto mais “econômico”, maior o peso dos materiais e menor o da mão de obra.
A construção civil já conta com alguns índices que medem seu custo, e a gerente afirma que o IPMC será um complemento a eles. O principal é o Índice Nacional do Custo da Construção (INCC), calculado pela FGV, que leva em conta uma cesta maior de materiais, além de equipamentos, serviços e mão de obra. Nos 12 meses até abril, o índice registrou alta de 7,52%. Em maio, desacelerou para 7,17%.
A FGV também calculava o Índice Abramat, da Associação Brasileira da Indústria de Material de Construção, que mede o faturamento das empresas do setor, agora conduzido pela consultoria Ecconit. De janeiro a abril deste ano, o indicador acumula alta de 2,1%.
O indicador da Sienge usa metodologia da Cica Rev Consultoria e tem apoio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic).
Valor - SP 06/06/2025
A proposta para o leilão de arrendamento do Tecon Santos 10 impõe restrição aos operadores desse tipo de carga que já atuam no complexo portuário
A diretoria da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) aprovou, por unanimidade, o modelo do leilão de arrendamento do Tecon Santos 10, megaterminal de contêineres localizado no Porto de Santos (SP). A proposta impõe restrição aos operadores desse tipo de carga que já atuam no complexo portuário. Os estudos da licitação seguiram para o Tribunal de Contas da União (TCU).
A diretriz para realização do certame foi estabelecida pelo Ministério de Portos e Aeroportos e sua incorporação ao edital foi sinalizada em nota técnica produzida após audiência pública, que debateu os estudos com o setor, e também com base na decisão do diretor-geral substituto da agência reguladora, Caio Farias. Tal decisão foi tomada em caráter “ad referendum”, o que demandou a confirmação pelos demais integrantes da diretoria em reunião nesta quinta-feira (5).
A restrição imposta aos atuais donos de terminais foi justificada para que não haja maior concentração na movimentação de contêineres nas mãos dos atuais operadores de terminais instalados no Porto de Santos. A maior parte desses terminais é controlada ou coligada às maiores empresas do mundo do ramo de navegação — os donos de navios, chamados de “armadores”.
Conforme sinalizado em documentos anteriores, a barreira aos atuais donos de terminais de contêineres deve ser colocada na primeira fase da disputa, mas, se não aparecer interessado, a restrição cai na segunda rodada.
“Essa preocupação sobre a concorrência no mercado e a concorrência no certame foi por mim trazida quando eu falei, ‘temos que colocar regras de participação’, porque temos precedentes, justificativas, o racional técnico que está tudo muito bem-embasado”, disse a diretora, Flávia Takafashi.
Farias confirmou que os estudos já seguiram para a análise do TCU.
Maior leilão em porto público
O Tecon Santos 10 foi classificado como o maior terminal de contêineres do complexo portuário, com investimento de R$ 5,6 bilhões.
O investimento na ampliação da capacidade de movimentação de contêineres no Portos de Santos é aguardado pelo setor. A licitação é discutida há mais de dez anos. Projeções do mercado apontam para saturação da capacidade máxima na movimentação de contêineres no complexo portuário de Santos já em 2028.
O leilão do megaterminal, se confirmado, será o maior já realizado no país para arrendamento de área em portos públicos. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, é um dos entusiastas do projeto e tem conversado com investidores no exterior.
Durante a reunião da diretoria, Takafashi afirmou que os integrantes do colegiado tem notado o “interesse de vários players nacionais e internacionais” no projeto. Segundo ela, tal manifestação deve ser confirmada durante o “roadshow” que será realizado pelo governo no exterior.
“Nos últimos 90 dias, todos nós recebemos, aqui, diversos interessados. O que ficou muito claro é o grande apetite dos players internacionais e nacionais em participar neste certame. Então, acho que isso está muito claro”, reforçou Farias. O diretor da agência, Alber Vasconcelos, disse que fundos de investimento também estão interessados no terminal.
Vasconcelos comentou as críticas endereçadas à Antaq que, de um lado, foi elogiada por estabelecer um “remédio concorrencial”, e, por outro, foi acusada de restringir a participação dos grandes grupos da operação dos terminais de contêineres em Santos.
“Estamos acostumados a enfrentar esse tipo de pressão, senão a gente não se sentava nesta cadeira. A gente está acostumado a receber, a escutar o mercado, isso faz parte, inclusive, da evolução dessa agência”, afirmou Vasconcelos.
Tecon 10, megaterminal de contêiners do Porto de Santos (SP) — Foto: Divulgação/Ministério dos Portos e Aeroportos
Portal Fator Brasil - RJ 06/06/2025
Navios da classe Guaiabamax, que utilizam biocombustíveis terão entregas e operação entre 2027 e 2029.
A mineradora Vale participa do evento Nor-Shipping, a principal feira do setor marítimo da Europa, que ocorre em Oslo e Lillestrøm, na Noruega, de 04 a 06 de junho de 2025 (quarta a sexta-feira). E no espaço dedicado ao mercado do Brasil: “Brazil at Nor-Shipping”, o executivo da Vale, Rodrigo Bermelho, diretor de navegação, apresentou a nova geração de navios multicombustível que a empresa irá operar. O evento também teve um espaço dedicado ao mercado brasileiro, chamado “Brazil at Nor-Shipping”.
De acordo com o diretor da Vale, a mineradora brasileira contratou dez navios da classe Guaiabamax, que utilizam biocombustíveis, cujas entregas e operação devem acontecer entre 2027 e 2029.
O mix das duas tecnologias dos novos navios tem potencial para reduzir cerca de 23% das emissões de gases do efeito estufa em comparação com a atual geração do Guaibamax. Além disso, a embarcação será projetada com flexibilidade para, no futuro, receber um tanque e sistemas para utilização de gás natural liquefeito e/ou amônia, caso esses combustíveis sejam melhores alternativas em termos de custos e emissões.
Estão sendo incorporados os melhores resultados de tecnologia de ponta em avaliação no programa Ecoshipping, iniciativa de P&D criada pela área de navegação da Vale para atender ao desafio da empresa de reduzir suas emissões de carbono, em linha com o que vem sendo discutido Organização Marítima Internacional (IMO).
Os navios tipo Guiabamax tem capacidade de até 325 mil toneladas (capaz de levar 325 carros populares de mil cilindradas; 340 metros de comprimento (equivalente a quase nove vezes o comprimento da estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, ou 3,5 vezes as de um campo oficial de futebol); 62 metros de largura (extensão um pouco maior que a de 12 carros populares de mil cilindradas enfileirados); 29,5 metros de altura do casco(equivalente a um prédio de quase 10 andares;24 metros de altura da vela (equivalente a um prédio de oito andares), e Diâmetro da vela 4 metros.
Veja - SP 06/06/2025
A certificação que o Brasil recebe sexta-feira, 6, em Paris de país livre da febre aftosa sem vacinação deve intensificar o ritmo de arrendamentos portuários. A previsão do Ministério de Portos e Aeroportos é que o segundo semestre registre recordes de leilões e investimentos.
O país exportou neste primeiro trimestre, somente de carne bovina, 18% a mais do que o mesmo período do ano passado e 40% do que foi registrado em 2023. Os quatro principais portos de exportação foram Paranaguá (PR), Santos (SP), Itapoá (SC) e Rio Grande (RS).
Paranaguá teve leilão este ano que irá dobrar a capacidade de movimentação de carga e está prestes a ser o primeiro porto do país a ter concessão do canal de navegação. Santos também terá concessão de seu canal e fará em 2025 o maior leilão de um terminal portuário, que aumentará em 50% sua capacidade de movimentação de contêineres.
Itapoá inaugurou em 2024 o novo terminal de contêineres, que dobra sua capacidade de movimentação de carga. E o porto de Rio Grande terá em 2026 três novos leilões para granel líquido.
Valor - SP 06/06/2025
Representantes de empresas com sede nas Américas, Europa e Ásia manifestaram preocupação a respeito dos impactos das políticas tarifárias da Casa Branca
A indústria marítima global e a cadeia de suprimentos ligada a ela enfrentam os efeitos das tensões geopolíticas internacionais e das tarifas impostas ao comércio pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os temas estiveram no centro dos debates de uma das principais feiras do setor na Europa, a Nor-Shipping, realizada a cada dois anos em Oslo e Lillestrøm, na Noruega, e que termina nesta sexta-feira (6).
Representantes de empresas com sede nas Américas, Europa e Ásia manifestaram preocupação a respeito dos impactos das políticas tarifárias da Casa Branca sobre o desenvolvimento das atividades e destacaram a importância de expandir as parcerias comerciais nesse contexto. O setor marítimo movimenta 80% do comércio mundial e as medidas protecionistas do governo americano podem impactar o transporte transoceânico, reduzindo preços do comércio e pressionando o frete.
Na Noruega, país com apoio histórico à indústria offshore do Brasil, os armadores começaram a rever as previsões para os próximos anos devido ao aumento da incerteza com as tarifas anunciadas pelos Estados Unidos desde que Trump tomou posse. “Ainda não vimos grandes efeitos da situação geopolítica, mas a incerteza tomou conta da nossa indústria”, disse ao Valor o diretor-executivo da Associação de Armadores Noruegueses (NSA, na sigla em inglês), Knut Arild Hareide.
Em abril, o governo Trump decidiu reduzir as taxas portuárias que seriam aplicadas a navios construídos na China, após forte reação da indústria marítima. Cerca de 45% dos navios operados por empresas norueguesas são construídos na China, segundo Hareide. Mesmo com a suavização da proposta original de Trump, que previa tarifas de até US$ 1,5 milhão por escala de navio, o cenário permanece desafiador para os armadores.
“Em janeiro, nós perguntamos aos nossos membros quantos navios eles estavam planejando construir nos próximos cinco anos, e eles haviam dito 250. Se eu perguntar a eles hoje, esse número será menor devido às incertezas nos mercados”, disse o executivo, que anteriormente era diretor geral de transporte marítimo e navegação da Autoridade Marítima Norueguesa (NMA).
No Brasil, cerca de 95% das transações comerciais são feitas por via marítima, segundo a secretaria nacional de hidrovias e navegação. As mensagens da Casa Branca são acompanhadas com atenção, principalmente por companhias que atuam na navegação de longo curso. No apoio offshore, que representa parte relevante do mercado brasileiro, os efeitos do tarifaço americano se somam aos impactos das guerras, na medida em que influenciam o preço do petróleo.
“Ainda que a gente não veja impactos para as empresas que atuam no Brasil no curto e médio prazo, os efeitos de longo prazo estão no nosso radar”, afirmou o secretário nacional de hidrovias e navegação, Dino Batista, que representou o ministério de Portos e Aeroportos na Noruega. “Essas idas e vindas dificultam muito as decisões para as empresas. A gente percebe uma preocupação sobre essas decisões que, no fim, vão impactar novas rotas e novos investimentos.”
Durante a semana, executivos também chamaram atenção para os possíveis impactos das decisões americanas sobre o ritmo da descarbonização da frota marítima. Trump é crítico do multilateralismo e pretende retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris, assim como fez no primeiro mandato (2017-2021). O tema é especialmente crítico neste momento em que o setor discute como acelerar investimentos na descarbonização para atender às exigências da Organização Marítima Internacional (IMO, em inglês).
A IMO aprovou, em abril, a precificação de emissões para a navegação. As regras devem ser formalmente adotadas em outubro deste ano para entrarem em vigor a partir de 2027.
O presidente da americana Cargill Ocean Transportation, Jan Dieleman, foi quem demonstrou mais preocupação sobre os rumos dos investimentos em transição energética. “O que há de diferente dessa vez não são apenas as rupturas, é a base da ruptura e o tamanho dela. A indústria está com dificuldades e há um pouco de paralisação na tomada de decisão neste momento”, disse Dieleman na conferência de abertura da Nor-Shipping, terça-feira (3).
O vice-presidente do DNB, maior instituição financeira da Noruega, Harald Serck-Hanssen, concordou que há uma lentidão e disse que há mais gargalos do que se esperava nesse processo. O DNB é um dos principais bancos do mundo em termos de estruturação de financiamentos para a indústria de navegação. Entre os clientes, estão empresas de navegação, petroleiras e fabricantes de equipamentos para a indústria de petróleo e gás.
Serck-Hanssen ponderou que os problemas devem ser pontuais: “A digitalização e a internet não pararam com a crise do pontocom em 1999”, argumentou. O executivo do DNB também disse que financiamentos para projetos de energia renovável têm crescido no mundo todo e devem seguir em alta devido ao fator econômico. “Antigamente esses projetos eram impulsionados pelo que vocês chamam de ‘greenwashing’. Hoje, eles são potencializados pela energia solar e eólica terem se tornado mais baratas que o carvão na maioria dos países e em Estados dos EUA. Então, faz sentido do ponto de vista comercial”, disse.
Ex-secretário de Estado americano e enviado especial dos EUA para o clima no governo Joe Biden, John Kerry disse que a lógica econômica por trás da transição energética não mudou. Ele encerrou a conferência de abertura da Nor-Shipping, na terça-feira, assim como na edição de 2023. “Quero enfatizar com a maior firmeza possível que a presidência dos Estados Unidos mudou, mas a lógica econômica por trás da transição, não”, disse.
Kerry também pediu que a indústria marítima veja a transição energética como uma oportunidade. “O transporte marítimo tem a oportunidade de liderar, de ajudar o mundo a abraçar todas as possibilidades dessa transição e pode servir de exemplo para o resto do mundo.”
A repórter viajou a convite do Consulado da Noruega no Rio de Janeiro
Petro Notícias - SP 06/06/2025
A Petrobrás notificou a Agência Nacional do Petróleo (ANP) sobre a descoberta de indícios de petróleo no poço 3-BRSA-1398-RJS, localizado no bloco de Alto de Cabo Frio Central, na área do pré-sal da Bacia de Campos. O poço está situado em lâmina d’água de 2.276 metros.
A perfuração do poço foi iniciada no final de fevereiro deste ano, com o uso do navio-sonda West Polaris. O bloco de Alto de Cabo Frio Central foi adquirido pela Petrobrás em outubro de 2017, durante a 3ª rodada de licitações da ANP. A estatal é a operadora da área, com 50% de participação, em parceria com a bp, que detém os outros 50%.
Em julho de 2022, a Petrobras concluiu o teste de formação do poço pioneiro do bloco (1-BRSA-1383A-RJS), no qual foi avaliado um espesso intervalo de reservatórios carbonáticos do pré-sal, com confirmação de boa produtividade. Durante o teste, também foram coletadas amostras de óleo para caracterização em laboratório.
Infomoney - SP 06/06/2025
A PRIO (PRIO3) divulgou nesta quarta-feira (4) uma produção diária de 99,8 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) no mês de maio, um aumento 10% em relação ao mês anterior.
A produção de Peregrino permaneceu estável em relação ao mês anterior, em 39,6 mil boed. As vendas em maio caíram 25% em relação ao mês anterior, para 2,3 milhões e óleo equivalente por dia.
Petróleo recua após notícias de que Arábia Saudita pretende acelerar oferta
Contratos futuros do WTI e Brent caem com preocupações sobre excesso de oferta e dados mistos dos estoques nos EUA
Apesar do aumento em relação ao mês anterior, a produção de Frade permanece abaixo da produção recorrente esperada pela XP – ambas amplamente antecipadas com base nos dados de produção diária da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Segundo a XP, o nível de produção mais baixo é explicado por uma parada programada em abril e uma falha subsequente no sistema de compressão de gás durante o ramp up do campo. A PRIO espera uma resolução em breve.
No cluster Polvo + TBMT, a produção continua afetada pela parada de dois poços (TBMT-10H e TBMT-4H) após uma falha em uma bomba. O processo de workover já começou no cluster.
Brava Energia (BRAV3) sobe 3% após atingir recorde de produção em maio
O Itaú BBA avalia que os números operacionais consolidados de maio foram afetados negativamente por uma falha nos sistemas de compressão de gás do campo de Frade, que deverá ser resolvida nos próximos dias.
Apesar do nível de produção do campo ainda não estar “normalizado”, o BBA acredita que isso poderia ter sido antecipado pelos investidores, visto que os números diários de produção estão disponíveis no site da ANP.
O BBA reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 56.
Segundo o Bradesco BBI, o crescimento da produção da PRIO em maio foi impulsionado principalmente pela recuperação do poço Frade, após interrupções operacionais em abril.
O BBI espera que a produção continue aumentando nos próximos meses, com a resolução da falha no sistema de compressão em Frade e a retomada da produção no poço TBMT 10H após a conclusão do workover.
CADE aprova aquisição de 40% de participação da PRIO no Campo de Peregrino
O CADE aprovou a aquisição pela PRIO da participação de 40% da Equinor no campo de Peregrino, localizado na Bacia de Campos. Essa aprovação é uma das etapas do processo para adquirir 60% de participação no campo de Peregrino, já que o acordo entre a PRIO e a Equinor foi estruturado em duas partes: uma para a aquisição da participação de 40% e da operação do campo, e a outra para a aquisição dos 20% restantes.
Após a aprovação do CADE, a transação também precisa ser autorizada pela ANP. A PRIO pagará à Equinor US$ 3,35 bilhões, mais até US$ 150 milhões em juros, pela aquisição, que deverá ser concluída entre o final deste ano e meados de 2026.
O BBI disse que não esperava ressalvas para as aprovações regulatórias, dada a falta de concentração de mercado após a fusão e aquisição.
Money Times - SP 06/06/2025
A Brava Energia (BRAV3) anunciou ao mercado nesta quinta-feira (5) a venda de 50% de sua infraestrutura de gás natural no Rio Grande do Norte para a PetroReconcavo (RECV3), em uma transação avaliada em US$ 65 milhões.
Segundo fato relevante divulgado pela empresa, o acordo envolve ativos do segmento midstream — a etapa intermediária da cadeia do gás, responsável pelo transporte, processamento e armazenamento do produto até que ele chegue à fase final de distribuição.
Na prática, a operação inclui participação em duas Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGNs), no gasoduto Livramento/Guamaré e nas esferas de armazenamento de Gás Natural Liquefeito (GNL), todas localizadas no Ativo Industrial de Guamaré, na Bacia Potiguar.
Segundo a companhia, a estrutura de pagamento será dividida em:
A Brava também informou que continuará como operadora do consórcio formado com a PetroReconcavo e firmou ainda um compromisso de compra de gás por cinco anos, com volume médio de 150 mil metros cúbicos por dia, a partir do segundo semestre de 2025.
De acordo com a empresa, a parceria busca aumentar a eficiência, otimizar o uso da infraestrutura e reduzir custos operacionais.
Porto Gente - SP 06/06/2025
O Governo de São Paulo, através da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, está subsidiando 50% da taxa Selic em financiamentos para tratores com o objetivo de modernizar o setor agrícola, aumentar a produtividade e fomentar a indústria nacional de máquinas, gerando um ciclo de desenvolvimento econômico e tecnológico.
O programa Pró-Trator define o teto de 8% para as transações e R$ 50 mil por produtor rural. São elegíveis tratores novos, de fabricação nacional, com potência máxima de motor de até 125 cv. Para ampliar a oferta da da linha de crédito, foi aberto um Chamamento Público para credenciar bancos cooperativos como operadores financeiros do Projeto FEAP SP – Pró Trator e Implementos.
Os bancos cooperativos interessados têm até o dia 9 de junho para enviar os documentos necessários e se habilitar junto ao governo do Estado.
Estado mantém liderança nacional em vendas de tratores
O agro paulista é um dos principais mercados que impulsionam o crescimento do setor de máquinas agrícolas do Brasil. Em 2024, o estado manteve sua posição de líder em vendas de tratores no país, segundo o último balanço realizado, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), com mais de 7 mil unidades comercializadas no Estado de São Paulo, o que representa uma participação de 21% do comércio nacional.
Paraná e Rio Grande do Sul ocupam a segunda e a terceira colocação, com 4,9 mil e 4,3 mil veículos, respectivamente.
Acesse aqui a publicação do edital de Chamamento Público para a habilitação de Bancos Cooperativos interessados em funcionar como operadores financeiros do Projeto FEAP SP – Pró-Trator e Implementos, no âmbito do Programa Coopercrédito Agrofácil – Crédito Via Cooperativas.