Clipping Diário

04 | Novembro | 2025

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   04/11/2025

Nesta semana o Comitê de Política Monetária (Copom) se reunirá para uma nova decisão de política monetária – e novamente o mercado, de maneira praticamente unânime, espera uma manutenção da Taxa Selic em 15%. A maior parte da expectativa fica com o quão austero – ou hawkish, no jargão do mercado – será o comunicado e até onde irá a manutenção.

Os especialistas ouvidos pela IstoÉ Dinheiro esperam que o Banco Central (BC) mantenha a sua postura e emita um comunicado ainda citando uma manutenção dos juros por ‘período bastante prolongado’ assim como nas últimas reuniões.

Flávio Serrano, economista-chefe do Banco BMG, frisa que ‘é uma possibilidade’ de o Copom adotar uma postura menos austera, todavia, acredita que o trecho seguirá igual.

“Esperamos o início do processo de cortes de juros no primeiro trimestre do ano de 2026 e queda de juros por quase todo o ano seguinte. Ao final do processo, a Selic deverá ter atingido 12%. A queda nas expectativas reflete um cenário de preços de alimentos e bens industriais bem comportados em 2025 e a perspectiva de desaceleração da atividade econômica nos próximos meses. Ainda assim, elas seguem bem acima da meta de 3%. A continuidade desse processo poderia antecipar o início dos cortes de juros”, avalia.

A avaliação é de que a a maior parte da queda da inflação está relacionada a queda dos preços dos alimentos e dos bens industriais.

“A política monetária tem pouco efeito sobre o primeiro grupo. Já o segundo grupo, podemos atribuir parcialmente os efeitos do aperto de política monetária e, principalmente, a valorização do câmbio ao longo do ano.”

Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco, destaca em relatório para clientes que a estabilização do mercado de trabalho se dá perto da mínima histórica da taxa de desemprego e que a inflação corrente segue distante do objetivo de política monetária.

“A melhora de expectativas, mesmo que expressiva, ainda deixa as projeções de mercado consistentemente acima da meta – de forma que reconhecer esse movimento de melhora, nesse momento, pode ser contraproducente”, analisa.

“Acreditamos que o Copom deve até mencionar alguma melhora na inflação corrente, mas não mudará a sua sinalização de manutenção de juros no patamar de 15% a.a. por período bastante prolongado diante da desancoragem das expectativas, da resiliência do mercado de trabalho e das projeções de inflação acima da meta”, completa Mesquita.

O Itaú projeta 15% de Selic terminal para este ano e de 12,25% para 2026.

Gustavo Sung, da mesma forma, destaca que espera também um comunicado com ‘tom firme’, reiterando que a taxa de juros deve permanecer no atual patamar “por período prolongado”, reforçando o compromisso com a convergência da inflação à meta e a preservação da credibilidade da política monetária.

“Essa estratégia mostra-se adequada às condições atuais, ainda marcadas por um mercado de trabalho resiliente, que mantém o consumo em níveis relativamente elevados e continua sustentando parte da pressão sobre os preços de serviços. Esse e outros componentes subjacentes de inflação, como os núcleos, permanecem acima da meta. Além disso, mesmo com a melhora recente, as projeções de inflação do mercado seguem distantes do centro da meta, o que reforça a necessidade de manutenção da postura cautelosa por mais tempo.”

A projeção da casa é de um início do ciclo de cortes apenas em março de 2026, com a taxa básica de juros fechando o ano de 2026 em 12,50%.
Desaceleração da economia no radar

O time de economistas do C6 Bank, liderado por Felipe Salles, aponta que o Comitê deve justificar a manutenção da taxa de juros diante do cenário marcado por desancoragem das expectativas de inflação, mas também por conta da resiliência na atividade econômica.

Isso, juntamente com pressões no mercado de trabalho, ‘exige uma política monetária contracionista’.

A visão do mercado tem sido de que desde a última reunião do Copom, o conjunto de informações evoluiu de maneira benigna – e isso inclui atividade econômica, que contemplou inclusive um dado recorde no mercado de trabalho.

O Itaú avalia que os dados de atividade vêm confirmando a tendência de desaceleração em curso e ‘sugerindo inflexão incipiente do mercado de trabalho’.

Sung, da Suno, aponta que o ambiente macroeconômico vem mostrando sinais mais favoráveis e os dados mais recentes confirmam a desaceleração da economia brasileira, a perda de tração do crédito e um cenário de desinflação em andamento, sustentado pela valorização cambial, pela estabilidade das commodities, pela queda dos preços de alimentos e pela desaceleração dos custos de produção.

“A manutenção da política monetária em patamar elevado tem sido fundamental para consolidar o processo de transição da economia brasileira. Essa estratégia deve resultar, até o fim do ano, em uma desaceleração mais acentuada da atividade econômica, favorecendo a abertura de um hiato do produto negativo, uma maior ancoragem das expectativas e a consolidação da trajetória de desinflação – pilares essenciais para que o Banco Central possa, no futuro, avaliar uma redução sustentável dos juros.”
Quadro inflacionário melhorou, mas não o suficiente

Há cinco semanas o consenso do mercado vem cortando expectativas de inflação para este ano no Boletim Focus. As projeções atuais miram para 4,56%, ante 4,81% há quatro semanas atrás.

Para o ano que vem a expectativa é de 4,20%, com queda nas expectativas pela segundo semana consecutiva.

Apesar disso, o mercado ainda enxerga que não há um cenário consistente e que permita ao BC adotar uma postura de menor austeridade.

“No front de inflação, as medidas de núcleo apresentaram alguma melhora e as surpresas vistas nas últimas divulgações de IPCA devem levar a inflação a encerrar o ano mais próxima da banda em torno da meta. Adicionalmente, houve queda relevante das expectativas de inflação para prazos mais longos”, diz Mario Mesquita, do Itaú.

“A desancoragem nos prazos mais longos continua sendo um fator de preocupação. De modo geral, parece que o Comitê está confiante na trajetória de moderação da atividade econômica, em linha com o cenário delineado anteriormente, e, por isso, considera adequada a estratégia de manter a taxa de juros no patamar atual por um período prolongado”, destaque.
Diferencial de juros maior

Na semana passada o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) anunciou o segundo corte de 0,25 ponto percentual nas sua taxa de juros de referência neste ano, diante do aumento dos riscos para o mercado de trabalho.

Com a decisão, o Fed manteve a banda dos juros básicos entre 3,75% e 4%, em um movimento já esperado pelos mercados.

Dos 12 diretores, foram dez votos a favor e dois contra.

Com a decisão, o diferencial de juros entre Brasil e EUA passou a ser maior, cenário que pode atrair capital de investidores estrangeiros e faz com que o BC tenha uma margem maior para as manobras de política monetária no futuro.

IstoÉ Dinheiro - SP   04/11/2025

A diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) Lisa Cook ponderou que manter as taxas de juros por muito tempo pode deteriorar o mercado de trabalho, mas que baixar os juros rápido demais aumenta o risco de desancorar expectativas de inflação, ao participar de evento da Brookings Institution nesta segunda-feira. Diante do cenário, ela reforçou que determina a política monetária a cada reunião e com dados de várias fontes, sendo cada reunião, incluindo a de dezembro, “uma reunião viva”.

“Há muito o que antecipar para a reunião de dezembro, muito acontecerá até lá. A reunião de dezembro acontecerá em tempo real e considerando dados atualizados”, afirmou ela, ao dizer que a política monetária não está em trajetória predeterminada.

Cook avaliou que o BC americano está “na direção certa” para cumprir o duplo mandato, que prevê pleno emprego e estabilidade de preços, e fortaleceu o compromisso de atingir a inflação em 2%. “Estou preparada para agir se houver sinais de salto nos preços por tarifas ou se expectativas de inflação ficarem persistentemente elevadas”, citou.

Do lado do emprego, a diretora disse que o relatório de empregos (payroll) não mostra um quadro preciso do arrefecimento do mercado de trabalho.

Cook disse que a paralisação do governo dos EUA pesará sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do país, já que deve afetar múltiplas áreas da economia neste trimestre, mas que, apesar do shutdown, o PIB continuará com crescimento “moderado” graças à inteligência artificial (IA). Ela espera que a IA continue a ajudar crescimento nos próximos anos.

Na ocasião, ela disse que a pausa do aperto quantitativo pelo Fed é consistente com condições de amplas reservas do balanço patrimonial.

O Estado de S.Paulo - SP   04/11/2025

Seja qual for o resultado da eleição presidencial do ano que vem, o governo vai precisar realizar um ajuste fiscal a partir de 2027 se quiser evitar uma forte piora da economia brasileira, com risco de crise em início de mandato. A missão não será fácil. O próximo presidente precisará de vontade política para avançar em pautas impopulares e de habilidade para costurar um consenso em prol das contas públicas com os poderes Legislativo e Judiciário.

Isso em ambiente de forte polarização nas redes sociais, o que tende a fazer com que os candidatos à Presidência façam promessas de mais gastos para vencer a disputa. Um dos temores dos economistas é de que a questão fiscal se torne um tema secundário na campanha, que pode ser dominada por outras pautas - também urgentes - do País como o atual debate da segurança pública.

A necessidade de ajuste não é negada pela equipe econômica, que já sinalizou um colapso das contas públicas nos próximos anos, diante do cenário de crescimento acelerado dos gastos obrigatórios, que vai comprimir o espaço das despesas "discricionárias", o que levaria a um apagão da máquina. Mas, ao mesmo tempo, esse tema não é foco de atenção por parte do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O Brasil enfrenta uma situação delicada porque se tornou altamente endividado para uma economia emergente, o que amplia a percepção de risco dos investidores. Por ora, não há expectativa de estabilização da dívida no curto prazo. Em setembro deste ano, no último dado disponível, a dívida bruta chegou a 78,1% do Produto Interno Bruto (PIB).

“Hoje, há praticamente um consenso de que nós temos um problema significativo de finanças públicas”, diz José Roberto Mendonça de Barros, ex-secretário de Política Econômica e sócio-fundador da consultoria MB Associados. “Ninguém tem coragem de dizer que nós não temos isso.”

“Nós estamos chegando a um momento em que a ampla maioria dos analistas diz que, com o peso de um grande problema fiscal, não tem jogo de crescimento, tem jogo de andar de lado”, afirma Mendonça de Barros.

Nos próximos dias, o Estadão publica uma série de entrevistas com economistas que acompanham o cenário fiscal brasileiro, ex-diretores do Banco Central e ex-secretários do Tesouro, e integrante da equipe econômica do governo Lula, para debater o diagnóstico atual das contas públicas e apontar quais são os caminhos que o País pode seguir a partir de 2027.

Sem um plano de voo claro para o próximo governo, que permita ao Brasil voltar a registrar superávits primários - o resultado positivo entre receitas e despesas, sem contar o gasto com juros - que sejam críveis e consistentes para, pelo menos, estabilizar a dívida, essa percepção de risco não vai diminuir. Ao contrário. A economia brasileira pode experimentar um aumento da desconfiança, com impactos no câmbio e, consequentemente, na inflação.

“Se não fizer nada, o ajuste (na economia) é via inflação, não tenho a menor dúvida. Esse processo vai ser um esgotamento da política monetária. Em algum momento o Banco Central vai jogar a toalha, reduzir os juros, deixar a demanda correr mais frouxa, e as expectativas vão se desancorar. Esse processo é muito rápido", afirma o economista e pesquisador do Insper Marcos Mendes.

“Você tem de criar o convencimento da sociedade que (o ajuste) é necessário. Fazer o diálogo. E nesse ambiente de querer lacrar em rede social, não tem espaço para diálogo. Esse é mais um fator que dificulta muito", completa.

Desde o início do atual governo, com o arcabouço fiscal, a equipe econômica conseguiu recompor parte das receitas, colocou o debate sobre alguns benefícios tributários na mesa, mas falhou no avanço de medidas mais concretas e estruturais pelo lado dos gastos. Em 2026, a promessa é entregar um superávit de 0,25% do PIB. Mas essa meta é vista com ceticismo pelo mercado - não apenas pelo número em si, mas porque vários gastos não têm sido contabilizados no resultado primário.

“Temos um desafio muito grande. Quando olhamos esses quatro anos de governo, o País não andou na consolidação fiscal como deveria e, agora, entramos num processo de desaceleração da economia, o que é natural do ciclo, mas sem um colchão que o governo poderia ter construído”, afirma Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter.

“Houve um trabalho muito focado e com até relativo sucesso em aumentar a arrecadação. Isso é importante. Quando a gente olha para crises passadas no Brasil, as crises fiscais sempre tiveram uma combinação de perda de receita com aumento de gastos”, acrescenta.

Como chegamos até aquiRelembre os principais eventos que marcaram a evolução da dívida brasileira

Maio de 2008
Selo de bom pagador
O Brasil conquistou o grau de investimento. À época, a agência de classificação de risco S&P destacou a solidez das contas públicas.

Dezembro de 2009
Desaceleração global
A crise dos EUA prejudicou o crescimento econômico e levou o governo a adotar uma política anticíclica ao longo do tempo, aumentando o endividamento.

Janeiro de 2011
Novo governo
Ao assumir o governo, a presidente Dilma Rousseff ampliou o esforço fiscal.

Janeiro de 2012
Aposta na matriz econômica
Depois de anos de bom crescimento, a economia começou a perder fôlego, e o governo Dilma apostou no que chamou de nova matriz econômica.

Dezembro de 2014
Volta do rombo
Com a nova matriz econômica posta em xeque, o Brasil voltou a registrar um déficit primário e viu o seu endividamento aumentar.

Setembro de 2015
Sem selo de bom pagador
A S&P retirou o grau de investimento do Brasil, depois que o governo Dilma apresentou um projeto de orçamento deficitário para o ano seguinte.

Dezembro de 2016
Novo regime fiscal
Proposta pelo governo Temer, a PEC do teto de gastos foi promulgada depois de aprovada pelo Congresso.

Novembro de 2019
Aposentadoria mais dura
A reforma da Previdência foi promulgada. Ela estabeleceu que os novos trabalhadores só poderão se aposentar com idades de 62 anos (mulheres) e 65 anos (homens).

Outubro de 2020
Crise sanitária
Os gastos provocados pela pandemia de covid-19 elevaram a dívida do Brasil ao maior patamar já registrado.

Dezembro de 2022
Espaço bilionário
A PEC da Transição foi aprovada pelo Congresso e ampliou um espaço bilionário para o novo governo Lula gastar fora do teto de gastos.

Agosto de 2023
Mudança na regra fiscal
Novo regime fiscal do País, o arcabouço fiscal foi aprovado pelo Senado e pela Câmara dos Deputados.

Abril de 2024
Contas no vermelho
O próprio governo Lula expôs a fragilidade do arcabouço e precisou mudar as metas para o resultado primário. O superávit passou a ser previsto apenas para 2026.

Abril de 2025
Anúncio da crise
O governo passou a prever o colapso da máquina pública a partir de 2027, diante do crescimento das despesas obrigatórias.

O cardápio de medidas que o próximo governo precisa adotar é extenso. Passa por rever gastos obrigatórios e pisos constitucionais, como os da saúde e da educação, revisar cadastros de programa de transferência de renda, reduzir os gastos tributários, mexer nos supersalários, fazer ajustes na Previdência e avançar na reforma administrativa.

Quem se debruça sobre o rumo das contas públicas avalia que essa agenda precisa ser debatida na campanha eleitoral do ano que vem. Em 2027, o plano, mesmo que envolva medidas de longo prazo, tem de estar claro para a sociedade e para os investidores e deve ser colocado rapidamente de pé, justamente para conquistar a confiança dos agentes econômicos.

Hoje, o Brasil convive com juros elevados, sobretudo por conta da incerteza fiscal. A Selic, atualmente em 15% ao ano, está no maior patamar em quase 20 anos. Juros altos inibem os investimentos das empresas e o consumo das famílias, desaquecendo a atividade econômica de forma geral.

“O que o governo que vai ser eleito em 2026 - seja de continuidade ao atual ou um novo - vai precisar endereçar? Infelizmente, não existe uma bala de prata, uma única reforma que vai resolver a situação. É uma série de reformas e muitas delas são impopulares. Por isso, é necessária uma concertação e um convencimento da sociedade de que é preciso fazer alguma coisa a respeito das contas públicas”, afirma Fernanda Guardado, chefe de pesquisa macroeconômica para a América Latina do BNP Paribas e ex-diretora do Banco Central.

“Tem de ser um projeto do País para endereçar esse tema.”

Veja - SP   04/11/2025

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta semana, nos dias 4 e 5 de novembro, em meio à expectativa do mercado por sinais de quando começará o tão aguardado ciclo de corte de juros. A taxa Selic deve ser mantida em 15% ao ano, mas especialistas avaliam que o comunicado pode trazer uma mudança importante de tom, preparando o terreno para uma redução já em dezembro.

Para Pedro Cutolo, estrategista da ONE Wealth Management, já existe “espaço técnico” para o BC reduzir os juros. “Entendemos que já há espaço técnico para um corte da Selic. No entanto, dado o compromisso do comitê com a coerência do seu discurso, nossa expectativa é pela manutenção da Selic em 15% nesta reunião”, afirma. “Ainda assim, esperamos que o comunicado seja suficientemente flexível para abrir caminho para um corte na reunião de dezembro.”

Rafael Sueishi, head de renda fixa da Manchester Investimentos, concorda que a decisão não deve surpreender, mas diz que o foco estará no tom do comunicado. “A principal dúvida não está na decisão, mas no comunicado. Nas últimas atas, o comitê vinha mantendo uma postura dura, com juros elevados por muito tempo. A expectativa agora é de uma pequena suavizada nesse discurso”, diz.

Segundo ele, o Copom pode começar a “baixar a guarda” diante de sinais de desaceleração da economia. “Muito provavelmente, o comunicado vem com um tom mais leve, mas ainda deixando o Banco Central dependente dos próximos indicadores para uma decisão mais assertiva”, diz Sueishi.

O cenário é coerente com o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 3, que manteve a previsão da Selic em 15% até o fim do ano e a inflação de 2025 em 4,55%, praticamente no teto da meta de 4,5%

CNN Brasil - SP   04/11/2025

O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (3) registrou nova queda na expectativa para a inflação de 2025, marcando a sexta semana consecutiva de reduções nas projeções. O índice atual está em 4,55%, muito próximo ao teto da meta estabelecida pelo BC (Banco Central), de 4,50%.

Rita Mundim, comentarista de Economia da CNN Brasil, afirma que apesar dos sentimentos positivos com a alta dos preços, o BC deve manter sua postura.

"O otimismo com a inflação não vai mudar em nada o posicionamento do Banco Central na minha opinião porque na semana passada, tivemos números muito fortes do emprego", explica.

A comentarista destaca que os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) surpreenderam com a criação de 213 mil novos postos de trabalho com carteira assinada, superando as expectativas mais otimistas de 185 mil vagas.

Mundim diz que a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) confirmou o cenário positivo do emprego, mantendo a taxa de desemprego em 5,6%, na mínima histórica desde 2012.

O modelo atual de crescimento econômico tem sido fomentado pelo incentivo ao crédito e pela distribuição de benefícios fiscais. A comentarista pondera que este modelo, no entanto, não é sustentável.

"Para que esse modelo não atrapalhe ainda mais no controle da inflação, o BC não tem outra alternativa a não ser manter a taxa de juros neste patamar extremamente elevado", ressalta.

Os números da dívida pública revelam preocupações, segundo Mundim: o governo central apresentou um déficit de quase R$ 15 bilhões, impactado principalmente pelo aumento das despesas e pela diminuição nos lucros das estatais.

CNN Brasil - SP   04/11/2025

O ICE (Índice de Confiança Empresarial) do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas) recuou 0,1 ponto em outubro ante setembro, para 89,5 pontos, na série com ajuste sazonal.

Na métrica de médias móveis trimestrais, o índice teve queda de 0,7 ponto.

"A leve queda da confiança sugere a continuidade da fase de desaceleração do ritmo de atividade econômica em outubro. Além do recuo no índice que mede a percepção sobre a situação atual dos negócios, observou-se uma redução mais acentuada da confiança em segmentos que até recentemente demonstravam alguma resiliência, como a Indústria de Transformação e, sobretudo, a Construção", avaliou o pesquisador, Aloisio Campelo Jr., do Ibre/FGV, em nota oficial.

"A boa notícia veio do Índice de Expectativas, que voltou a subir, após quatro quedas consecutivas", completou ele.

O ISA-E (Índice de Situação Atual Empresarial) cedeu 0,5 ponto, para 92,8 pontos.

O recuo foi puxado pela piora na satisfação com a situação atual dos negócios (-0,7 ponto, para 91,5 pontos) e pela avaliação do nível de demanda atual (-0,4 ponto, a 94,1 pontos).

Já o IE-E (Índice de Expectativas Empresariais) avançou 0,3 ponto, para 86,2 pontos, após uma sequência de quatro meses de quedas.

Dentro do IE-E, o otimismo com a demanda nos três meses seguintes subiu 1,9 ponto, para 85,3 pontos, enquanto a perspectiva para os negócios em seis meses caiu 1,3 ponto, para 87,4 pontos.

Entre os quatro grandes setores, Comércio foi o único a mostrar melhora relevante (+1,5 ponto), enquanto recuaram a Indústria (-0,7 ponto), Construção (-0,7) e Serviços (-0,1).

Em outubro, 45% dos 49 segmentos pesquisados reportaram alta da confiança.

"O destaque negativo é o setor da Construção, onde apenas 18% dos segmentos registraram alta da confiança no mês", apontou a FGV.

A coleta de dados para a edição de outubro ocorreu entre 1º e 27 do mês.

O Estado de S.Paulo - SP   04/11/2025

O Comitê de Política Monetária (Copom) deve reforçar, na comunicação de quarta-feira, 5, a mensagem de que a taxa de juros permanecerá em nível significativamente contracionista por um período prolongado. No entanto, o colegiado pode promover um leve ajuste para baixo em sua projeção de inflação no horizonte da política monetária, que agora se estende até o segundo trimestre de 2027.

A avaliação é de analistas do mercado financeiro consultados pelo Estadão/Broadcast. Eles consideram que a revisão se justificaria pela melhora registrada recentemente nas expectativas de inflação, no Boletim Focus, e por dados correntes de inflação mais benignos.

Desde a última reunião, a mediana do Focus para a inflação de 2025 caiu de 4,83% para 4,55% — ligeiramente acima do teto da meta de inflação, de 4,50% —, e de 2026, de 4,30% para 4,20% — ainda acima do centro da meta, de 3,0%. No intervalo, o IPCA-15 desacelerou a 0,18% em outubro, ante 0,48% em setembro.

“Ele deve mexer muito pouco, mas se mexer já é um bom sinal, de que ele considerou que o dado corrente está fazendo efeito no carrego estatístico para o horizonte relevante. Isso ajuda a ancorar as expectativas”, afirma a economista-chefe do PicPay, Ariane Benedito.

Ela lembra que, na reunião anterior, de setembro, o colegiado manteve a estimativa de alta de 3,4% para a inflação no 1º trimestre de 2027, então horizonte relevante, contrariando a expectativa de parte do mercado, que já esperava uma revisão para baixo. Na ocasião, o Comitê optou por somente ajustar o cenário cheio para o IPCA de 2025, de 4,9% para 4,8%. A projeção para o IPCA de 2026 também permaneceu inalterada, de alta de 3,6%.

Para Benedito, essa decisão foi entendida como uma sinalização mais dura da autarquia. “Se o BC não está ancorando a própria inflação, o mercado não vai fazer isso. Ou seja, é mais um alerta de risco”, disse.

O Santander calcula que a projeção da autarquia para o horizonte relevante deve diminuir em 0,10 ponto porcentual, para 3,3%. No entanto, o chefe de política monetária do banco, Marco Caruso, pondera, em relatório, que é possível que o comitê prefira “errar pelo lado da cautela”, a fim de evitar que uma estimativa menor seja entendida como uma sinalização de cortes.

A redução estimada é similar à da economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Natalie Victal. Ela observa, porém, que o BC ainda não incorporou eventuais efeitos da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda ao cenário. Como o assunto já está “meio mapeado”, não descarta que o comitê já incorpore o impacto às estimativas, mas diz que o mais provável é que o colegiado espere o projeto passar também pelo crivo do Senado.

A manutenção da taxa de juros em 15% na reunião de novembro é consenso no mercado, mostra pesquisa Projeções Broadcast, e é majoritária (60 de 65 instituições) a percepção de que o juro deve ficar estacionado nesse nível até o final do ano.

No período entre reuniões, a mensagem de que o juro deve permanecer em nível contracionista por tempo prolongado foi reafirmada por integrantes do colegiado, incluindo o presidente do BC, Gabriel Galípolo.

Para analistas consultados pela reportagem, o mais provável é que o Copom repita o tom adotado no encontro de setembro nesta quarta-feira. Eles ressaltam que o cenário entre reuniões se desenvolveu em linha com o desenhado pelo colegiado; com dados mais benignos de inflação corrente e sinais mistos da atividade, mas com indicação de uma ligeira desaceleração.

Enfatizam que há, no entanto, grande incerteza sobre o cenário no ano que vem. No âmbito doméstico, o destaque é o ambiente fiscal, com a proximidade do período eleitoral. Já no internacional, a grande interrogação é se haverá continuidade no ciclo de afrouxamento promovido pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), frente a dados mais fortes do que o esperado do mercado de trabalho, atividade e inflação nos Estados Unidos.

Benedito, do PicPay, projeta início dos cortes da Selic em março, com reduções de 0,50 ponto porcentual. “Faz sentido esperarmos um pouquinho mais, para ganharmos mais tração nesse dado corrente de inflação menor e importarmos menos inflação advinda do câmbio, de commodities”, detalha ao explicar a escolha por março ao invés de janeiro no cenário.

Ela estima que a Selic será reduzida até 12%, mas, pondera, que uma taxa de 11,75% pode vir a se tornar o cenário. Para isso, seria necessária uma continuidade na evolução vista atualmente nos dados de inflação e uma desaceleração um pouco mais acentuada da atividade econômica no mês a mês, diz.

Um primeiro corte de 0,50 ponto em março também é o cenário da SulAmérica, mas a casa prevê Selic terminal de 11,50%, com viés para cima. Segundo Victal, a possibilidade de um juro maior no fim do ciclo está associada à atividade econômica ainda bastante resiliente e à incerteza em relação ao fiscal em âmbito doméstico. A interrogação em torno de como será a postura do Fed ao longo do ano que vem também a embasa. “Podemos ter um cenário internacional um pouco mais turbulento”, diz.

Barros, da ARX, por sua vez, prevê um corte de 0,25 ponto em janeiro, seguido por cortes de 0,50 ponto a partir de março, levando a Selic a 12%, mas pondera que as eleições podem impactar esse cenário. “A escolha de um candidato de direita pode ter uma influência grande na taxa de câmbio e curva de juros, com efeitos sobre a inflação. Acredito que em março, mais tardar, essa dúvida será sanada e o BC terá espaço aberto ou limitado para continuar o ciclo de corte”, diz.

MINERAÇÃO

Investing - SP   04/11/2025

Os preços futuros do minério de ferro caíram nesta segunda-feira, pressionados pelo declínio da produção de aço na China, pelo aumento dos estoques nos portos e por preocupações com o enfraquecimento da demanda downstream.

O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China recuou 1,82%, para 782,5 iuanes (US$109,86) a tonelada.

O minério de ferro de referência de dezembro na Bolsa de Cingapura registrava perdas de 1,59%, a US$104,45 a tonelada.

A produção dos produtores chineses de aço de alto-forno diminuiu pela quinta semana consecutiva, de 24 a 30 de outubro, com a taxa média de utilização da capacidade caindo 1,3 ponto percentual, para 88,6%, de acordo com a consultoria Mysteel.

A produção diária de metal quente, um indicador da demanda de minério de ferro, caiu 1,5% em relação à semana anterior, para 2,36 milhões de toneladas, segundo dados da Mysteel.

A expectativa é de que a oferta no exterior se recupere ainda mais em novembro, com provável aumento dos embarques e chegadas, disse a corretora chinesa Everbright Futures.

Os estoques totais de minério de ferro nos portos da China subiram 1,53% em relação à semana anterior, para cerca de 135,6 milhões de toneladas, em 31 de outubro, de acordo com dados da SteelHome.

AUTOMOTIVO

CNN Brasil - SP   04/11/2025

Quando o presidente Donald Trump introduziu sua política tarifária no início deste ano, parecia um desastre para as montadoras.

No entanto, mesmo com as tarifas americanas sobre carros e peças importadas, o momento acabou se mostrando bastante favorável para as empresas automobilísticas.

A maioria das montadoras, inclusive as americanas, importa alguns carros e grande parte das peças. Porém, as estimativas de custos alarmantes das empresas diminuíram à medida que as tarifas foram sendo gradualmente reduzidas.

Mais importante para o resultado financeiro das montadoras é que as penalidades por não cumprir as regras de eficiência de combustível praticamente desapareceram. Essas economias regulatórias podem eventualmente compensar o custo das tarifas.

No geral, pode-se argumentar que os lucros da indústria automobilística podem acabar maiores do que eram antes de Trump assumir o cargo em janeiro.

Um resultado surpreendente, já que os enormes investimentos das montadoras em veículos elétricos nos últimos anos também estavam sendo prejudicados pela decisão de Trump de cancelar o apoio federal a esse tipo de veículo com o qual elas contavam ao fazer essa aposta massiva.

"É definitivamente favorável", disse Jeff Schuster, um analista automotivo independente, sobre as mudanças desde que as tarifas automotivas foram anunciadas em março.

"Há tantos elementos em movimento que é difícil isolar. Mas as coisas estão certamente melhores do que qualquer um esperava", disse.
Custos tarifários não são tão ruins quanto se temia

As montadoras estavam próximas ao pânico quando Trump anunciou planos para uma tarifa de 25% sobre todos os veículos importados, incluindo aqueles do México e Canadá, já que todas as empresas dependem de peças importadas para construir em fábricas americanas e quase todas importam desses países vizinhos.

O CEO da Ford, Jim Farley, disse que as tarifas "abririam um buraco na indústria americana como nunca vimos."

Mas não foi tão ruim quanto temiam, já que Trump continuou a reduzir o pior impacto das tarifas quase imediatamente.

General Motors e Ford, que haviam previsto bilhões em custos anuais, reduziram suas avaliações.

Enquanto a GM cortou sua estimativa de US$ 5 bilhões em US$ 500 milhões no mês passado, a Ford reduziu pela metade seu custo tarifário estimado para 2025, de US$ 2 bilhões para US$ 1 bilhão.

A montadora Volkswagen reportou prejuízo de 1 bilhão de euros (US$ 1,3 bilhão) no terceiro trimestre e disse que as tarifas custariam até US$ 5,8 bilhões este ano.

Parte das perdas, no entanto, foi devido a outros problemas com seus veículos elétricos europeus e uma reorganização na Porsche.

Embora os custos tarifários tenham reduzido os lucros das montadoras, as empresas conseguiram superar as expectativas.

Por exemplo, previa-se uma queda de 23% nos lucros por ação ajustados da GM no terceiro trimestre. Em vez disso, caiu apenas 5%.

Até mesmo o prejuízo da Volkswagen foi menos de um quarto do previsto.

Mesmo as montadoras da Ásia e Europa conseguiram enfrentar a turbulência, já que fabricam uma parcela significativa de seus veículos vendidos nos EUA em território americano.

O CEO da Hyundai, José Muñoz, disse a jornalistas em Nova York em setembro que, mesmo com as tarifas americanas, os Estados Unidos, e não a Coreia do Sul, é o mercado mais lucrativo da Hyundai.

Ele espera que isso continue.

"As tarifas ainda são um obstáculo", afirmou Dan Ives, analista da Wedbush Securities. "Mas até agora foram bem absorvidas."

E novas reduções tarifárias são prováveis se a administração alcançar um novo acordo comercial com Canadá e México — duas das maiores fontes de carros importados e autopeças.

Trump recentemente interrompeu as negociações comerciais com o Canadá após um anúncio financiado pela província de Ontário apresentar um discurso anti-tarifário de 1987 do ex-presidente Ronald Reagan.

Mas especialistas acreditam que haverá algum tipo de acordo comercial no futuro.

Um acordo de livre comércio com a Coreia do Sul, outra fonte de veículos importados, também ajudaria a reduzir os custos tarifários não apenas para Hyundai e Kia, mas também para a General Motors, que fabrica alguns dos carros mais econômicos vendidos em suas concessionárias americanas na Coreia do Sul.

O impacto atenuado das tarifas também beneficiou os compradores de carros.

As empresas não repassaram os aumentos dos custos tarifários aos consumidores, pelo menos não diretamente.

No entanto, as montadoras têm feito algumas movimentações discretas para recuperar parte dos custos das tarifas, como cobrar por equipamentos que antes estavam incluídos no preço ou encerrar a produção de modelos menos lucrativos.

Como resultado, o preço médio de um carro novo está em torno de US$ 50.000, de acordo com estimativas da Edmunds e Kelley Blue Book, um aumento de cerca de 4% em relação ao ano anterior.
Grandes economias com mudanças regulatórias

Enquanto as tarifas dominam as manchetes sobre ações governamentais, existe um benefício menos divulgado para as montadoras: o fim das penalidades financeiras por violação dos padrões de emissões.

Anteriormente, as montadoras evitavam multas por vender muitos veículos a gasolina comprando os chamados créditos regulatórios de empresas que ficavam abaixo dos padrões de emissão, como a fabricante de veículos elétricos Tesla.

Mas essas penalidades foram eliminadas na lei de impostos e gastos de julho, economizando bilhões para as montadoras.

A diretora financeira da Ford, Sherry House, disse a jornalistas no mês passado que a empresa não comprará mais os US$ 2,5 bilhões em créditos regulatórios que havia planejado adquirir no futuro.

Ives afirmou que não ter mais que comprar créditos deve reduzir o custo de fabricação de um veículo em 3% a 5%.

As montadoras também podem aumentar as vendas de caminhões grandes e SUVs mais lucrativos, que antes eram limitados pelos níveis de emissões.

De fato, a Ford anunciou que aumentará a produção de suas F-150 e F-Series Super Duty em 2026 em mais de 50.000 caminhões para atender à demanda.

A GM também revelou planos para mudar a produção de uma de suas fábricas em Michigan de veículos elétricos, que estavam dando prejuízo, para veículos a gasolina lucrativos.

"À medida que os custos regulatórios desaparecem, isso apresenta um cenário muito melhor para a saúde da indústria do que qualquer um pensava que seria aprovado", disse Schuster.

"As perspectivas de curto prazo são muito mais favoráveis do que em abril", complementou.

Veja - SP   04/11/2025

Stellantis – dona de marcas como Fiat, Peugeot, Citroën, Jeep e Ram – inicia uma nova fase no Brasil e na América do Sul. A companhia, que hoje lidera o mercado automotivo sul-americano, apresentou duas novidades estratégicas: a nomeação do executivo brasileiro Herlander Zola como novo CEO regional e a parceria com a chinesa Leapmotor, que marcará a estreia da marca de elétricos no país.

Zola, que assumiu o posto há menos de uma semana, não escondeu o simbolismo da nomeação. “Não é algo tão comum ver um brasileiro chegar à posição de chefe da América do Sul em uma montadora global. Isso me enche de orgulho”, afirmou.

A Stellantis vendeu 815 mil veículos na América do Sul no acumuladodeste ano até outubro, alcançando uma participação de mercado de 29,5%. Apesar do avanço meteórico das marcas chinesas – que saltaram de menos de 1%, em 2019, para cerca de 10% do mercado neste ano – a Stellantis, segundo o presidente, conseguiu crescer. Com a entrada da marca chinesa no portfólio do grupo, a expectativa é de ganhar ainda mais mercado.

Virar a chave até 2030

Embora a Leapmotor não produza no Brasil em um primeiro momento, Zola afirmou que a Stellantis trabalha para viabilizar a fabricação local, reforçando uma tendência global daquilo que o cliente quer. “Nos próximos cinco anos acredito que mais da metade das vendas serão de veículos elétricos e híbridos do que carros a combustão”, disse.

O executivo reconhece que a transição é mais rápida do que as montadoras imaginavam. “O comportamento do consumidor está mudando muito mais rápido do que o previsto. Quem conseguir se adaptar com eficiência é quem vai sobreviver”, disse.

A China domina o mercado global de veículos elétricos, respondendo por mais de 60% da produção mundial, e suas montadoras, como BYD e GWM, avançam de forma agressiva no Brasil, inclusive com fábricas instaladas no país. Até aqui, a Stellantis vinha apostando principalmente em híbridos flex produzidos localmente, como Fiat Fastback e Jeep Commander, mas ainda carecia de uma linha 100% elétrica capaz de competir em preço e escala com os chineses. A parceria com a Leapmotor altera esse cenário: ao incorporar plataformas elétricas já prontas e testadas, o grupo reduz custos de desenvolvimento, acelera o tempo de lançamento e passa a disputar um segmento em que estava atrasado

O primeiro modelo da marca chinesa no Brasil será o Leapmotor C10, equipado com tecnologia Ultra-Híbrida REEV (Range Extended Electric Vehicle).

Diferente de híbridos convencionais, o motor a combustão não move as rodas: ele funciona apenas como gerador para a bateria. A tração é 100% elétrica o tempo todo. O cliente pode abastecer de duas formas: carregando na tomada ou no posto, com gasolina.

A Stellantis aposta que o formato pode ser o “meio-termo ideal” para um país em transição, com infraestrutura de recarga ainda limitada.

Além dos desafios estruturais da eletrificação, a Stellantis monitora com cautela o ambiente macroeconômico. A taxa de juros permanece elevada no Brasil e a expectativa de cortes mais acelerados, antes considerada provável, hoje é vista com ceticismo pelo setor.

“Não trabalhamos com um cenário agressivo de redução de juros. Nossa projeção é de que o mercado brasileiro cresça entre 3% e 4% este ano, e desacelere para algo entre 2% e 3% em 2025”, afirmou Zola.

O próximo ano adiciona um segundo fator de incerteza: as eleições municipais, tradicionalmente marcadas por volatilidade no consumo e no crédito. A montadora, diz ele, tem montado cenários de defesa para múltiplas hipóteses.

“Ano eleitoral sempre traz oscilações maiores. Estamos estruturando planos que nos permitam seguir competitivos independentemente do cenário que se concretize”, disse.

No plano internacional, o executivo citou ainda três variáveis de risco: a disputa comercial entre EUA e China, a instabilidade gerada por conflitos armados e a sensibilidade da cadeia global a decisões políticas externas.

Segundo ele, a estratégia é combinar flexibilidade operacional com diversificação de fornecedores e rotas de importação, para reduzir dependências em momentos críticos

Crise dos semicondutores

Durante o anúncio, Zola também tratou da nova ameaça de desabastecimento de chips automotivos, um déjà-vu da crise global de 2021–2022.

Jornal de Brasília - DF   04/11/2025

A Renault fechou um acordo que permitirá ao grupo chinês Geely adquirir 26,4% da operação da montadora francesa no Brasil. A Geely Holding e a Geely Auto terão acesso aos recursos da Renault no País e poderão produzir veículos da marca Geely Auto, lado a lado com modelos Renault, na fábrica Ayrton Senna.

Paralelamente, a Renault usará a plataforma da Geely para trens de força elétricos e híbridos para ampliar sua linha de veículos de baixa ou zero emissão no mercado brasileiro. A Renault do Brasil ficará responsável por distribuir o portfólio elétrico e híbrido da Geely no País, abrindo novas oportunidades em vendas, financiamento e serviços.

O SUV elétrico Geely EX5 já é vendido no Brasil em concessionárias da rede Renault. Renault e Geely mantêm outras parcerias globais, como o investimento conjunto na Renault Korea e a criação da desenvolvedora de tecnologia Horse Powertrain.

Os termos financeiros do acordo não foram divulgados.

O Estado de S.Paulo - SP   04/11/2025

Por muito tempo, as montadoras tradicionais do Ocidente pareciam alheias à revolução silenciosa que se desenhava na China. Enquanto novas fabricantes chinesas surgiam e se fortaleciam, muitas companhias estabelecidas agiam como se a disrupção que transformou a indústria de tecnologia jamais atingisse o setor automotivo. Essa complacência, porém, chegou ao fim. Hoje, as gigantes globais reconhecem a profundidade da mudança em curso, e uma das vozes mais enfáticas nesse alerta é a de Jim Farley, CEO da Ford.

Nos últimos meses, Farley tem sido direto ao afirmar que as marcas chinesas conquistaram uma vantagem expressiva na transição para os modelos elétricos. Ele mesmo passou um período dirigindo diariamente um Xiaomi SU7, não por curiosidade, mas por verdadeira admiração pela tecnologia e pelo produto. Para ele, o avanço chinês representa um desafio até maior do que o enfrentado pela indústria americana diante da ascensão japonesa nos anos 1980.

“É o mesmo fenômeno, mas em escala muito mais ampla”, disse Farley ao Business Insider. “A China já possui capacidade industrial suficiente para abastecer todo o mercado norte-americano e nos tirar do jogo. O Japão, naquela época, nunca teve isso. O risco agora é de outro nível.”

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Revolução automotiva chinesa é muito maior que a imposta pelo Japão nos anos 80

Na década de 1980, o Japão produzia mais de 11 milhões de veículos anualmente, o que levou o governo Reagan a impor limites às exportações japonesas. A situação atual é diferente, mas o desconforto das montadoras ocidentais soa familiar.

Por enquanto, os veículos elétricos chineses não podem ser vendidos nos Estados Unidos, dando às marcas locais uma proteção temporária. Porém, para uma empresa global como a Ford, essa barreira geográfica não é suficiente. “Os chineses têm uma tecnologia automotiva muito mais avançada. Huawei e Xiaomi estão em praticamente todos os veículos. Quando você entra, o carro reconhece automaticamente seu perfil e integra toda a sua vida digital, sem necessidade de pareamento”, destacou Farley.

Segundo ele, a disputa vai muito além dos veículos elétricos: “Estamos em uma competição global com a China. Se perdermos essa batalha, a Ford não terá futuro. Os chineses são hoje o verdadeiro colosso do setor, dominando completamente o mercado global e expandindo cada vez mais além de suas fronteiras.”

Nos Estados Unidos, medidas da era Trump como a exclusão de incentivos fiscais de até US$ 7.500 (cerca de R$ 42 mil, na cotação atual) para elétricos frearam temporariamente o crescimento da demanda. Ainda assim, Farley vê essa retração como passageira. Ele prevê que os elétricos representarão cerca de 5% do mercado americano no curto prazo, mas acredita que a participação aumentará conforme os preços caiam e o público se acostume às novas tecnologias.

Valor - SP   04/11/2025

A Ford vendeu 4.709 veículos elétricos (EVs), uma queda de 25% em relação ao ano anterior, reflexo do fim do crédito fiscal federal de US$ 7.500 para a compra de veículos elétricos

As vendas de veículos elétricos devem encerrar o ano de forma desastrosa, se os resultados de outubro da Ford forem um indicativo.

Nesta segunda-feira (3), a Ford divulgou as vendas mensais totais nos Estados Unidos, informando que vendeu 175.584 veículos, um aumento de cerca de 2% em relação ao ano anterior. Qualquer crescimento é positivo, mas o crescimento desacelerou. Até outubro, as vendas da Ford nos EUA acumulavam alta de cerca de 7% no ano.

As vendas da linha F-Series subiram cerca de 1% ano a ano. Isso não é ruim, mas, até outubro, as vendas desses caminhões haviam crescido cerca de 13% em relação ao mesmo período do ano anterior. A Ford também enfrenta uma interrupção significativa na produção após um incêndio em uma fábrica da Novelis, fornecedora de alumínio da montadora, no Estado de Nova York.

Mas a questão que incomoda no balanço da montadora americana em outubro não são os caminhões ou os carros a gasolina. A Ford vendeu 4.709 veículos elétricos (EVs), uma queda de 25% em relação ao ano anterior, mostrando o impacto do fim do crédito fiscal federal de US$ 7.500 para a compra de veículos elétricos. Outubro foi o primeiro mês sem o crédito.

Em setembro, a Ford havia vendido 11.712 veículos elétricos, um aumento de 85% em relação ao ano anterior. No geral, as vendas de EVs representaram um recorde de 12% das novas vendas de automóveis nos EUA, embora ninguém acreditasse que isso fosse sustentável. Os investidores já esperavam uma queda no quarto trimestre.

Ações caem

As ações da Ford caíam 0,96%, no início da tarde desta segunda, para US$ 13,00, enquanto o S&P 500 e o Dow Jones Industrial Average permaneciam estáveis. Ainda assim, as ações da Ford acumulam alta de cerca de 30% no ano.

A Ford não obtém lucro com a venda de veículos elétricos, portanto, a queda nas vendas desses modelos não é tão ruim para as ações quanto seria uma queda nas vendas de veículos tradicionais. Além disso, o impacto das tarifas sobre a empresa foi menor do que o temido; as ações da Ford chegaram a ser negociadas abaixo de US$ 9 em abril, após o presidente americano, Donald Trump, anunciar uma série de tarifas sobre parceiros comerciais dos EUA.

As notícias sobre as vendas de veículos elétricos têm impacto nas ações da Tesla, que subiam 2,6%. Atualmente, os investidores da Tesla estão mais focados nas oportunidades relacionadas à inteligência artificial, como robo-táxis e robôs, do que na demanda por carros.

As ações das montadoras de veículos elétricos Rivian Automotive e Lucid, que dependem mais das vendas de veículos do que a Tesla, perdiam 2,06% e 5,5%, respectivamente.

CNN Brasil - SP   04/11/2025

A China concordou em permitir a exportação de chips essenciais para a produção automotiva, evitando paralisações generalizadas que haviam sido previstas pelo setor.

Os chips são fornecidos pela Nexperia, uma fabricante de semicondutores de propriedade chinesa sediada nos Países Baixos. A empresa é uma fornecedora crucial para a indústria automotiva global, sendo responsável por 40% dos chips automotivos no segmento que inclui transistores e diodos, segundo a empresa de pesquisa TechInsights.

Após o governo holandês assumir o controle da Nexperia há algumas semanas e remover seu CEO chinês, citando preocupações com a segurança nacional, Pequim suspendeu as remessas da China.

Grupos comerciais do setor automotivo nos Estados Unidos e na Europa temiam que a disputa comercial os levasse a ficar sem os chips necessários. Isso poderia aumentar os preços dos carros, como aconteceu nos anos seguintes à pandemia.

O Ministério do Comércio da China declarou em comunicado que "a interferência inadequada do governo holandês nos assuntos internos da empresa levou ao caos atual na cadeia global de suprimentos."

No entanto, após o encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder chinês Xi Jinping na semana passada, Pequim anunciou que permitiria que os clientes solicitassem isenções do controle de exportação recentemente imposto e obtivessem os chips necessários.

"Como um país importante e responsável, a China considera plenamente a segurança e a estabilidade das cadeias de suprimentos domésticas e internacionais", segundo um comunicado divulgado no sábado pelo Ministério do Comércio da China.

"Vamos considerar de forma abrangente a situação real das empresas e conceder isenções para exportações elegíveis."

O governo holandês assumiu o controle da Nexperia no mês passado sob pressão do governo dos EUA, que havia colocado sua empresa controladora chinesa, Wingtech, em uma lista negra de empresas consideradas como ameaças à segurança nacional.

Em resposta à ação holandesa, o governo chinês ordenou os controles de exportação que interromperam os envios de chips da Nexperia por semanas.

Um grupo comercial do setor automotivo com sede nos EUA celebrou a última ação e agradeceu a Trump pelo acordo com a China que, segundo eles, evitou a crise.

O acordo foi chamado de "claramente, uma resolução positiva para uma situação potencialmente disruptiva que deve manter a produção automotiva dos EUA e global nos trilhos."

"Créditos ao presidente Trump e sua equipe por insistir que a Nexperia estivesse na pauta durante as conversas desta semana com a China e por tratar a cadeia global de fornecimento de semicondutores como a questão de segurança econômica e nacional que claramente é", afirmou John Bozzella, CEO da Alliance for Automotive Innovation, grupo comercial que representa a maioria das montadoras que operam na América do Norte.

Porém, um grupo comercial europeu afirmou que, embora o anúncio chinês seja uma boa notícia para a indústria, ainda existem preocupações de que a crise não tenha passado completamente.

"Várias questões práticas permanecem sobre como será concedida a isenção para os controles de exportação", disse um comunicado da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis. "Até que o fluxo seguro de mercadorias seja retomado, a situação continuará crítica."

O Estado de S.Paulo - SP   04/11/2025

“É um cenário que eu não quero nem pensar”, diz o CEO e presidente da Volkswagen do Brasil, Ciro Possobom, sobre o risco de paralisação da produção de veículos por falta de semicondutores. Seja como for, ele afirma que não gostaria de ter de “tirar itens dos carros”. O executivo se refere à estratégia adotada por várias marcas em 2021 para manter as fábricas operando em meio à primeira crise global de fornecimento de chips.

A atual falta de chips está relacionada a uma disputa geopolítica entre Holanda e China. A queda de braço começou há cerca de um mês, quando o governo holandês assumiu o controle da Nexperia. A fabricante holandesa de semicondutores havia sido comprada em 2017 por US$ 2,75 bilhões por um consórcio formado por companhias estatais chinesas.

O governo holandês, no entanto, assumiu o controle da Nexperia, o que levou a China a impor restrições às exportações de determinados chips. O “confisco” holandês foi justificado como forma de proteger “capacidades intelectuais cruciais” do país e da Europa.

A disputa envolve a suspensão do fornecimento de wafers da Nexperia para sua fábrica na China, de acordo com a agência Reuters, que teve acesso a uma carta enviada pela companhia a seus clientes. Wafers são peças de semicondutores feitas de silício utilizadas para a produção de chips de processamento de dados. Esses componentes têm desenho bastante parecido com o das conhecidas bolachas recheadas. Daí o nome.

Conforme a Reuters, o documento, datado de 29 de outubro, é assinada pelo CEO interino da Nexperia, Stefan Tilger. De acordo com o comunicado divulgado pela empresa, a suspensão iniciada no dia 26 afeta a planta de Guangdong, no sul da China.

Para justificar a suspensão do envio de wafers, a Nexperia informa que houve “falha da administração local em cumprir os termos de pagamentos contratuais.”

Setor vê risco e apela ao governo

Segundo a Anfavea, que representa as fabricantes de veículos, modelos mais modernos têm, em média, de mil a 3 mil chips cada. “Sem esses componentes, as fabricantes não conseguem manter a linha de produção em andamento”, informa a associação por meio de nota.

“Com 1,3 milhão de empregos em jogo em toda a cadeia automotiva, é fundamental que se busque uma solução em um momento já desafiador, marcado por altos juros e desaquecimento da demanda”, diz o presidente da Anfavea, Igor Calvet.

No mesmo sentido, na terça-feira, 28, representantes da Anfavea, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e do Sindipeças, que reúne as fabricantes de autopeças, participaram de uma reunião, em Brasília, com o vice-presidente e titular do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. De acordo com os metalúrgicos, o encontro “marcou o início das tratativas diplomáticas entre Brasil e China em busca de uma solução que evite a paralisação das montadoras e a perda de empregos no País.”

Graus diferentes de impacto

O risco de falta de chips é visto de forma diferente por outras empresas. Em nota, a GM América do Sul informa que “acompanha o cenário global atentamente”. Porém, segundo o comunicado, “apesar das oscilações no mercado, a companhia não prevê impactos relevantes em suas operações no curto prazo. A GM segue monitorando o tema de forma contínua e coordenada com sua cadeia de suprimentos, reforçando o compromisso da empresa com a estabilidade operacional e a continuidade dos negócios”, diz a nota.

Nesta segunda-feira, 3, o presidente da Stellantis para a América do Sul, Herlander Zola, diz que uma das fábricas do Grupo no País pode estar prestes a parar a produção. Porém, ele não informou qual. A empresa tem plantas em Betim (MG), onde produz carros da Fiat, em Porto Real (RJ), onde faz modelos da Citroën, e em Goiana (PE), com linhas da Fiat e Jeep. “É um cenário que estamos acompanhando ‘hora a hora”, diz o executivo, que acaba de assumir o posto.

Marcas chinesas de veículos já bem conhecidas no Brasil, BYD e Great Wall, também informam que não serão afetadas. Isso porque, embora tenham plantas ativas no País, não contam com todas as fases de produção em suas unidades locais. Assim, os veículos são montados com conjuntos de peças importadas da China. Ou seja, por meio de regimes conhecidos como CKD (totalmente desmontados) e SKD (parcialmente montados).

CONSTRUÇÃO CIVIL

O Estado de S.Paulo - SP   04/11/2025

Quando o presidente Donald Trump disse que implementaria tarifas abrangentes e intensificaria a repressão à imigração, alertas ecoaram na indústria da construção.

As políticas ameaçavam aumentar os custos de construção e privar o setor de uma importante fonte de mão de obra, num momento em que as altas taxas de juros já estavam deprimindo a atividade da construção civil.

Essas forças estão convergindo para as construtoras, sobrecarregando-as e representando um potencial entrave para a economia. O aumento dos impostos de importação sobre aço, cobre, madeira e outros materiais está elevando os preços da construção e interrompendo alguns projetos. A fiscalização da imigração está agravando a escassez de mão de obra e atrasando obras.

“Muitas coisas são jogadas contras nós na indústria da construção”, diz Tony Rader, chefe de relacionamento da National Roofing Partners, uma empresa especializada em telhados localizada na cidade de Copell, Texas. “Parece que toda vez que nós nos viramos, temos uma outra batalha para lutar.”

O aumento dos custos e a falta de pessoal podem prejudicar o impulso que o setor espera obter com a queda das taxas de juros, dizem os economistas. Os efeitos podem ser mais acentuados no setor imobiliário, onde as altas taxas de hipoteca têm desestimulado os compradores a se mudarem e reduzido as vendas.

Rader diz que as tarifas contra produtos da China elevaram o preço de parafusos, placas e outros suprimentos. Na quinta-feira ,30, Trump afirmou que ele e o presidente da China, Xi Jinping, chegaram a um acordo de um ano para reduzir em 10 pontos porcentuais a tarifa na maioria dos produtos chineses. A tarifa atual fica fixada em 47%.

Os efeitos das políticas do governo podem se tornar mais visíveis nos próximos meses. Muitas das tarifas mais severas estão em vigor apenas desde agosto, portanto, não tiveram tempo de se propagar pela economia. Exportadores e fornecedores também podem hesitar em repassar os aumentos de preços se acreditarem que os Estados Unidos negociarão acordos comerciais ou que as tarifas serão derrubadas na Justiça.

As taxas elevadas e a consequente retração na demanda por construção civil podem estar atenuando o impacto do aumento dos custos e da escassez de mão de obra.

Gastos com construção estão diminuindo desde a primavera de 2024, mesmo que se tenha um aumento com os data centers. A construção de novas casas caiu 6% em agosto se comparado com o ano passado, e está abaixo de seu pico durante a pandemia.

Se as taxas de juros continuarem a cair, os fornecedores terão mais poder de negociação para repassar os custos aos clientes. Com a fiscalização da imigração reduzindo a oferta de trabalhadores imigrantes disponíveis, as empresas que competem para contratar pessoal para seus projetos enfrentarão uma concorrência mais acirrada por funcionários, o que aumentará os salários.

“Já observamos alguns desafios, tanto em termos do aumento do custo dos materiais quanto, agora, da escassez de mão de obra agravada pelas políticas de deportação”, disse Selma Hepp, economista-chefe da Cotality, uma empresa fornecedora de dados imobiliários.

“Acredito que nós ainda não vimos o pior”, acrescentou.

Steve Martinez, presidente da Tradewinds General Contracting, uma construtora de casas em Boise, Idaho, tem adicionado uma margem de contingência maior aos orçamentos de seus clientes para mitigar possíveis aumentos de preços relacionados a tarifas.

Por ora, suas despesas não aumentaram tanto quanto ele previa, o que atribuiu principalmente ao ritmo lento da construção de novas casas. Ele disse que espera construir apenas sete das casas de alto padrão personalizadas que são a especialidade de sua empresa este ano, em vez das 10 a 12 habituais.

“A demanda não existe, e por isso não vimos a escalada de preços que todos previmos ou presumimos que veríamos da noite para o dia”, disse Martinez.

Ele espera que a queda das taxas de juros reverta a deterioração do setor imobiliário. Mas também teme que uma demanda mais forte acabe amplificando o impacto das políticas do governo.

“Se tivéssemos estado muito ocupados, acho que teríamos sentido isso muito mais rapidamente”, disse ele.

Agência Brasil - DF   04/11/2025

A Caixa Econômica Federal anunciou, nesta segunda-feira (3), em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), o lançamento de uma plataforma que vai mensurar a geração de carbono incorporado em empreendimentos habitacionais financiados pela instituição. O objetivo é promover a melhoria nos projetos estruturais e reduzir o consumo de materiais para a redução direta de CO2 e dos custos de produção.

O anúncio foi feito no evento “Habitação de baixo carbono: experiências globais e soluções locais”, realizado na capital paulista. Chamada de Benchmark Iterativo para Projetos de Baixo Carbono (BIPC), a ferramenta terá como foco inicial os projetos estruturais de empreendimentos imobiliários, em especial os vinculados ao Minha Casa, Minha Vida.

De acordo com a Caixa, o programa habitacional do governo federal, que tem a padronização como uma de suas características, oferece uma oportunidade relevante de reduzir as emissões de CO2, aumentar a qualidade das habitações e estimular a inovação tecnológica no setor da construção civil.

“A ferramenta está toda orientada para ajudar os projetistas, ajudar as construtoras, a reduzirem a quantidade de materiais para fazer o edifício. E, ao reduzir a quantidade de materiais, duas coisas acontecem: primeiro, a pegada de CO2 cai; segundo, o custo fica mais baixo. Esse é o segredo da ferramenta”, explicou Vanderley Moacyr John, coordenador do projeto e professor da Escola Politécnica da USP.

A plataforma permite análise do impacto dos empreendimentos por tipologia construtiva, número de pavimentos, elementos construtivos - como vigas e pilares - e materiais utilizados, além de possibilitar a comparação de diferentes projetos. As comparações serão realizadas em relação às melhores práticas de mercado.

“A caixa é 80% do mercado imobiliário. Então, quase todas as habitações vão passar por essa ferramenta. Nós estamos fazendo uma ferramenta única que vai baixar a pegada de CO2, deixando o mundo mais seguro, a um custo negativo, baixando o custo”, disse John.

Ele ressalta que quase todas as estratégias de redução de CO2 têm um custo agregado. A BIPC, por sua vez, reduz a chamada pegada de carbono, reduzindo o custo da habitação. “Isso é muito importante em um país onde uma parcela grande da população ainda não tem a sua casa.”

A iniciativa pretende subsidiar as políticas habitacionais do banco com informações relacionadas à sustentabilidade de empreendimentos, além de estimular o mercado a adotar métodos sustentáveis. Na plataforma, há também uma área aberta para que o público em geral possa consultar a linha de base de carbono de diferentes tipos de construção.

“A construção civil é um setor relevante da economia, que hoje responde por 10% do PIB nacional. A construção civil responde por 20 a 25% de todo o emprego gerado nesse país”, destacou o presidente da Caixa, Carlos Vieira, sobre a importância do setor. “Com essa ferramenta, nós iremos democratizar o acesso à mensuração do impacto ambiental”, acrescentou.
Sustentabilidade

O banco anunciou ainda novos compromissos para o desenvolvimento sustentável, como a ampliação das linhas de crédito verde, priorizando investimentos que gerem impactos positivos no meio ambiente e na sociedade. Até 2030, a previsão do banco é que sua carteira de crédito verde aumente em 50%, chegando a um saldo de R$ 1,25 trilhão.

Outro compromisso é promover a igualdade de oportunidades, com aumento para 36%, ao menos, dos cargos de chefia de unidade - funções gerenciais - ocupados por mulheres até 2030. Já nas posições de alta gestão, como diretores e vice-presidentes, atualmente o estatuto da Caixa prevê que ao menos um terço das posições da sejam ocupadas por mulheres.

Até 2050, a Caixa pretende obter saldo de zero emissões líquidas de carbono emissões até 2050, para as emissões diretas e as indiretas, considerando as emissões geradas em operações financiadas pelo banco. Nos próximos 25 anos, a instituição também deve implementar um modelo baseado na economia circular, minimizando a destinação de resíduos a aterros sanitários e zerar envio de resíduos para incineração.

FERROVIÁRIO

Revista Ferroviaria - RJ   04/11/2025

O governo federal lançou, nesta sexta-feira (31), o primeiro edital de licitação para a retomada das obras do trecho da ferrovia Transnordestina em Pernambuco (veja vídeo acima).

O documento publicado no Diário Oficial da União (DOU) contempla um trecho de 73 quilômetros entre os municípios de Custódia, onde o serviço foi paralisado, e Arcoverde, no Sertão do estado, com investimento total de R$ 415 milhões.

Projetada para ser a principal linha ferroviária da região Nordeste, a Transnordestina vai interligar os portos de Suape (PE) e Pecém (CE) ao porto seco de Eliseu Martins (PI) como um canal de escoamento de grãos, minério de ferro e outros produtos. O ramal de Pernambuco parte de Salgueiro, no Sertão, e vai até Suape.

O trecho pernambucano chegou a ser retirado do projeto durante o governo Bolsonaro e, nos últimos meses, foi o centro de uma crise que culminou na saída do ex-deputado federal Danilo Cabral do comando da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), após pressão de políticos e empresários, especialmente do Ceará.

“Como [é] que você vai trabalhar o desenvolvimento do Nordeste e você deixa Pernambuco de fora? [Um estado] que tem uma população grande, tem um dos principais portos da região. Isso não tinha qualquer sentido econômico. Era quase como uma punição a Pernambuco”, declarou o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), em entrevista à TV Globo.
Segundo o ministro, o processo licitatório, com a escolha da empresa responsável, será concluído entre dois e três meses. A ordem de serviço deve ser assinada no início de 2026. A previsão é que o trajeto até Suape fique pronto em 2030, três anos após a conclusão dos trechos do Piauí e do Ceará.

Ainda de acordo com o ministro, o trajeto pernambucano da Transnordestina compreende quatro trechos, incluindo o percurso Custódia–Arcoverde, com cerca de 300 quilômetros. Por isso, mais três editais de licitação devem ser publicados no próximo ano.

“Os trechos do Piauí e do Ceará ficarão prontos 100% em 2027. Se a gente levar quatro anos a partir de 2026, o trecho de Pernambuco ficará pronto em 2030. Acho que esse deve ser um limite para gente não se atrasar tanto com relação aos outros estados. E esse atraso de Pernambuco ocorreu justamente pela retirada do estado da estratégia de desenvolvimento do Nordeste, que o presidente Lula agora resolveu [ao] reinserir Pernambuco”, afirmou Renan Filho.

A governadora Raquel Lyra (PSD) disse que foi “surpreendida” quando soube que o trecho pernambucano da ferrovia tinha sido suprimido do projeto pouco depois de assumir o governo.

“A Transnordestina foi retirada do contrato da empresa privada que fazia a obra no finalzinho de 2022 e, quando eu chego no governo de Pernambuco, fui surpreendida [ ]. Trabalhamos muito junto ao presidente [Lula], ao ministro Renan [Filho], todas as lideranças políticas, a sociedade pernambucana, exigindo de volta algo que não se trata de uma decisão empresarial, mas de uma estratégia de desenvolvimento integrado do Nordeste”, afirmou.

A governadora disse, ainda, que concluiu o projeto de continuidade do traçado da ferrovia dentro da área do Porto de Suape.

“A gente tem tido reuniões semanais com o time do governo federal, para que a gente pudesse ajustar o projeto para que pudesse ser licitado como obra pública, como está sendo, e fazer a própria parte nossa, no que diz respeito ao trajeto interno da ferrovia dentro do Porto de Suape. Não existe o projeto executivo. Ele está pronto para licitar e, quando chegar o momento certo, a gente vai poder tocar essa obra”, informou.

Retomada das obras

A retomada das obras da Transnordestina em Pernambuco foi anunciada em setembro deste ano pelos ministros Renan Filho (MDB), e Silvio Costa Filho (Republicanos), de Portos e Aeroportos, após uma reunião com mais de 20 prefeitos do estado em Brasília.

A construção da ferrovia começou em 2006 e deveria ter ficado pronta em 2010, mas as obras sofreram com paralisações e atrasos ao longo do tempo. A Transnordestina tem como ponto de partida o município de Salgueiro, no Sertão de Pernambuco, seguindo para o Piauí e para o Ceará (veja vídeo acima).

Em agosto, Danilo Cabral anunciou que foi desligado do comando da Sudene “por questões de caráter regional” em torno das obras da Transnordestina.

Na ocasião, o político contou que a saída ocorreu em meio a pressões de lideranças políticas de outros estados, especialmente do Ceará, em torno da obra da Transnordestina.

Um dos motivos para a pressão seria uma eventual insistência do então superintendente para a retomada da obra no trecho entre Suape e Salgueiro. Em abril, a Sudene realizou um evento para discutir a execução da obra no estado e discutiu soluções para os impasses atuais.

Na época, lideranças políticas cearenses, como o governador Elmano de Freitas (PT), criticaram a gestão de Danilo Cabral à frente da Sudene, e teriam articulado a saída do pernambucano com o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT).

Um dos maiores entraves apontados para o avanço das obras em Pernambuco era a necessidade de desapropriações. De acordo com o ministro Jader Filho, isso não poderia ser usado como justificativa para “abandonar” o ramal pernambucano da Transnordestina.

“Nós vamos promover essas apropriações — obviamente, para fazer uma ferrovia, é preciso fazer desapropriações. [ ] A parte mais difícil é a parte mais próxima da Região Metropolitana, porque tem vários mananciais, rios, áreas de proteção ambiental, alguns conjuntos habitacionais que foram construídos, o avanço do polo industrial [ ]. Entretanto, todas essas questões certamente podem ser resolvidas, têm solução no campo da engenharia e precisam ser implantadas”, afirmou.

Revista Ferroviaria - RJ   04/11/2025

Com atuação em uma das regiões mais estratégicas do Brasil, a MRS Logística movimentou, em 2024, mais de 202 milhões de toneladas — o maior volume de sua história. A empresa opera uma malha ferroviária de mais de 1 600 quilômetros nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, responsáveis por cerca de metade do produto interno bruto do país. Por sua rede passam aproximadamente um quinto das exportações brasileiras e um terço da carga transportada por trens no território nacional.

Esse desempenho operacional se traduziu em resultados financeiros igualmente expressivos. Em 2024, a MRS atingiu níveis recordes de receita (7 bilhões de reais) e lucro líquido (1,4 bilhão). Segundo Guilherme Segalla de Mello, presidente da empresa, os dados refletem um processo contínuo de modernização da frota e da infraestrutura ferroviária. “Encerramos recentemente o terceiro ano da concessão renovada por mais trinta anos e, nesse período, já foi investido 1,5 bilhão de reais em 155 obras ferroviárias, com a geração de mais de 1 500 empregos diretos e benefícios para 28 municípios, que somam cerca de 4,4 milhões de pessoas.”

Os aportes em infraestrutura têm um propósito fundamental: fortalecer o transporte ferroviário como alternativa mais eficiente, segura e sustentável em comparação ao modal rodoviário. Entre as vantagens estão a maior capacidade de carga por composição, o menor consumo de energia e a redução nas emissões por tonelada transportada, além do menor custo de frete e do baixo índice de acidentes — fator que também contribui para a redução do valor do seguro de carga.

A competitividade do modal ferroviário fica evidente nos números apresentados pela empresa. No transporte de contêineres, segundo Mello, o custo ao cliente representa apenas 0,03% do valor da mercadoria. Ele também aponta como tendências para o setor o uso de tecnologias aplicadas ao controle de tráfego, rastreamento de cargas e manutenção preditiva dos trens. “Trabalhamos em parceria com grandes embarcadores e contamos com uma equipe técnica especializada”, afirma.

Os bons resultados da MRS ocorrem em um contexto particularmente desafiador para o setor. A empresa ocupa posição de destaque em um momento em que o transporte ferroviário enfrenta novas necessidades, como a de adoção de tecnologias para ganho de eficiência e a de implementação de práticas sustentáveis em conformidade com a legislação internacional.

“Desafios estruturais, como a alta carga tributária e a baixa integração entre os modais, ainda persistem”, diz Isis Boostel, pesquisadora do Centro Universitário Newton Paiva e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais. “A esses fatores somam-se novas exigências, especialmente relacionadas à redução de emissões, demandadas por consumidores tanto no mercado interno quanto no exterior.”

Apesar dos obstáculos, para o presidente da MRS, o setor ferroviário tem potencial para ampliar sua participação no sistema logístico nacional. “O país avança na percepção de que a ferrovia é um componente essencial para um modelo mais sustentável, competitivo e integrado”, afirma Mello. Os números da companhia sugerem que esse movimento já está em curso.

Revista Ferroviaria - RJ   04/11/2025

A Companhia Brasileira de Ferro e Aço (CBFA) inaugurou uma nova linha de montagem de truques ferroviários em sua matriz, em Osasco (SP). A iniciativa faz parte do plano de expansão da empresa, que busca ampliar a capacidade produtiva e consolidar sua presença como fornecedora de soluções para o setor ferroviário.

A nova linha recebeu investimentos em sistemas de içamento, dispositivos de montagem e bancadas projetadas para componentes de grande porte. O objetivo é atender à demanda crescente por truques ferroviários completos, com padrão técnico elevado e confiabilidade assegurada.

“Entregamos uma solução integrada, desenvolvida com base em nossa expertise consolidada na produção de eixos, molas e rodeiros ferroviários. Toda a estrutura foi projetada para garantir eficiência operacional, rastreabilidade e conformidade com as exigências nacionais e internacionais do setor”, afirmou Dennis Ramos, presidente da CBFA.

Segundo a empresa, a linha conta com profissionais especializados e processos validados, mantendo padrões de qualidade que permitiram à CBFA se tornar a primeira companhia do Hemisfério Sul a obter a certificação AAR-M1003, concedida pela Association of American Railroads (EUA) na categoria de manutenção de rodeiros ferroviários.

Com atuação nos segmentos ferroviário, automotivo, agrícola, siderúrgico e de mineração, a CBFA combina processos automatizados, planta industrial moderna e expertise técnica para desenvolver soluções industriais de alto valor agregado.

“O investimento na nova linha de montagem de truques reforça esse posicionamento, traduzindo o compromisso da companhia com a excelência operacional e o desenvolvimento da indústria ferroviária no Brasil, com expansão para a América Latina, além de reforçar nosso crescimento sustentável, que inclui inovação tecnológica, melhoria contínua, abertura de novos mercados e aumento da capacidade de entrega”, concluiu Ramos.

NAVAL

Revista Ferroviaria - RJ   04/11/2025

A MRS Logística anunciou a criação da MRS Hidrovias, nova frente operacional voltada à integração do modal ferroviário com o hidroviário. O projeto marca a expansão da atuação da empresa no mercado multimodal e prevê investimento total de R$ 1,5 bilhão, aplicado de forma faseada nos próximos anos. O objetivo é consolidar o crescimento no transporte de Carga Geral e oferecer soluções logísticas integradas e sustentáveis, conectando o Centro-Oeste à ferrovia em Pederneiras (SP), com destino aos portos.

O investimento contempla a aquisição e operação de comboios — formados por empurradores e barcaças —, além de locomotivas, vagões e outros equipamentos de suporte. O plano inclui ainda a construção de dois terminais multimodais: um Terminal Hidro Rodoviário em São Simão (GO) e um Terminal Multimodal em Pederneiras (SP), preparado para movimentar cargas via hidrovia, ferrovia e rodovia. A nova operação está associada à Hidrovia Tietê-Paraná, considerada estratégica para o escoamento de soja, farelo de soja, milho, celulose e outras commodities produzidas no interior do país, especialmente em Goiás e Mato Grosso do Sul.

Segundo a MRS, a integração entre ferrovia e hidrovia fortalecerá a competitividade do agronegócio brasileiro e contribuirá para a redução do Custo Brasil, combinando a experiência de 30 anos da companhia em transporte ferroviário com a eficiência da navegação interior.

Eficiência operacional e ganhos ambientais

A operação multimodal permitirá redução de até 71% nas emissões de CO2 por tonelada transportada, em comparação ao modal rodoviário. Os novos terminais terão capacidade inicial de 2,3 milhões de toneladas por ano, com possibilidade de expansão para 4 milhões de toneladas por ano.

O empreendimento contará com equipamentos de alta performance operacional, como píeres de carga e descarga, armazéns, silos, sistemas automatizados de carregamento e descarga, linhas férreas interligadas à malha existente e comboios de empurradores e barcaças.

O terminal goiano de São Simão, adquirido recentemente pela MRS, passará por adequações estruturais e operacionais para integração ao modal hidroviário, com foco em maior eficiência no transbordo e na formação dos comboios. A previsão é que os dois terminais iniciem suas operações no primeiro trimestre de 2027.
Desenvolvimento regional e geração de empregos

O novo corredor São Simão (GO) – Pederneiras (SP) ampliará a conectividade logística entre o interior do país e o Porto de Santos, promovendo ganhos de produtividade, redução de custos e desenvolvimento econômico regional.

Durante a fase de obras, o projeto deve gerar 3.700 empregos diretos e indiretos, e outros 1.200 postos permanentes na fase operacional, totalizando 4.900 novas oportunidades de trabalho. A MRS também prevê o uso de sistemas automatizados de controle, monitoramento ambiental e supervisão remota, para reforçar a segurança e confiabilidade das operações.

“Mais do que apenas ampliar nossa capacidade de transporte, estamos contribuindo para a eficiência da logística nacional. Abrimos fronteiras para levar a excelência da MRS para outros modais de transporte, integrando o Brasil por estradas, trilhos e águas, permitindo que nossos clientes usufruam do melhor que os três modais têm a oferecer por meio de um único fornecedor logístico: a MRS. Esta é a primeira fase do projeto, mas já temos planos de expansão em análise”, afirmou Guilherme Segalla de Mello, presidente da MRS Logística.

Com quase 30 anos de experiência e 1.643 km de malha ferroviária nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, a MRS reforça, com esse investimento, sua estratégia de expansão e seu compromisso com a inovação, eficiência e sustentabilidade no desenvolvimento da infraestrutura de transportes do país.

Valor - SP   04/11/2025

Os recursos serão destinados à ampliação do pátio de armazenagem, compra de novos equipamentos e obras de infraestrutura e modernização tecnológica, segundo comunicado fo banco de fomento

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 848 milhões para a Tecon Salvador, subsidiária da Wilson Sons, visando a expansão e modernização de terminal de contêineres do Porto de Salvador, informou o banco nesta segunda-feira (3).

Os recursos serão destinados à ampliação do pátio de armazenagem, compra de novos equipamentos e obras de infraestrutura e modernização tecnológica, segundo comunicado.

Com o projeto, o Tecon Salvador deve dobrar sua capacidade anual de movimentação, passando dos atuais 553 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner) para mais de 1 milhão de TEUs. O número de movimentos de carga no cais também deve subir de 70 para mais de 100 contêineres por hora.

“A expansão do terminal de Salvador contribuirá para reduzir gargalos logísticos, fortalecer a integração comercial entre Estados das Regiões Nordeste, Centro-Oeste e parte do Sudeste e do Norte — sobretudo Bahia, Minas Gerais, Goiás e Tocantins — e os mercados externos, além de ampliar a competitividade das exportações nacionais”, disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, em nota.

Segundo ele, a localização estratégica do terminal, equidistante do Canal do Panamá e do Cabo Horn, permite conexões eficientes com rotas marítimas para Europa, África, Ásia e América do Norte. “Essa iniciativa está alinhada à política comercial do governo federal e do presidente Lula, que busca estimular a exportação de produtos com maior valor agregado”, acrescentou.

O diretor financeiro da Wilson Sons, Michael Connell, afirmou que os investimentos vão gerar emprego e renda na Bahia e reforçar o compromisso da companhia com o desenvolvimento da região.

Portos e Navios - SP   04/11/2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, entregaram no último sábado (1º) as obras de requalificação do Terminal Portuário de Outeiro, no Pará, após as obras que permitiram que seja usado para receber navios de passageiros com participantes da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30). Nas obras, foram investidos R$ 260 milhões, e as embarcações poderão ser usadas também como hospedagem.Os trabalhos, patrocinados pela Itaipu Binacional e coordenados pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) e pela Secretaria Extraordinária para a COP30 (Secop), além da modernização do complexo portuário, reforçaram a área de cais e a prancha de carga do porto, com geração de 450 empregos.

Ao comentar a obra, Lula classificou a modernização do porto como símbolo da bioeconomia do Brasil e disse que o país vai poder mostrar à parte do mundo que está preocupado com a manutenção do clima. Ele afirmou ainda que o Pará pode ser a porta de entrada desse novo modelo de desenvolvimento. “Esse porto significa isso. Quem imaginaria que um transatlântico, que carrega 6.000 pessoas, poderia parar aqui? E a gente está mostrando que isso é possível”, ressaltou.

Costa Filho explicou que as melhorias no terminal de Outeiro, além de serem reforço para receber navios de cruzeiros durante a COP30, incluíram a instalação de equipamentos, como estações de raio X para controle de entrada e saída de quem passa pelo porto. Segundo o ministro, esses investimentos darão mais conforto e segurança às delegações que participarão da Conferência. “Isso dialoga com a agenda ambiental, com a sustentabilidade, com a transição energética. A pauta de sustentabilidade dialoga com o crescimento econômico do Brasil”, disse.

De acordo com o MPor, o terminal pode receber dois navios como hotéis flutuantes durante a COP30, adicionando seis mil leitos à rede hoteleira de Belém e desafogando a demanda por hospedagem. No futuro, será parte de rotas regulares de turismo marítimo, com expectativa de ganhos para os setores de hotelaria, gastronomia e transporte. De acordo com a pasta, Outeiro vai favorecer ainda as exportações do estado e atrair novas rotas marítimas e ser uma nova alternativa no Arco Norte.

O projeto do novo Terminal de Outeiro foi iniciado em 17 de abril. Durante seis meses, as obras mobilizaram frentes de trabalho simultâneas, 24 horas por dia, em três turnos de trabalho com equipes diferentes. Foram construídos 11 dolphins, instaladas 10 pontes metálicas, e o píer, ampliado de 261 metros para 716 metros, com capacidade de deslocamento de 80 mil toneladas, o dobro da anterior.

Jota - DF   04/11/2025

Uma das principais etapas até que o maior terminal de carga do Porto de Santos possa ser leiloado pode ser concluída em breve. O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU) emitiu parecer pedindo que o leilão do Tecon Santos 10, antigo STS-10, seja realizado em fase única, sem restrições a operadores que já atuam no local o que alteraria o desenho proposto até então. O documento foi juntado ao processo na última quinta-feira (30/10).

A manifestação do MPTCU é considerada o último passo legalmente necessário para que o ministro relator, Antonio Anastasia, possa, enfim, apresentar seu voto ao plenário da corte de contas. Isso, no entanto, não tem uma data para ocorrer o que poderá arrastar para o ano que vem o leilão daquele que deverá ser o terminal com maior capacidade de movimentação de contêineres do país.

A principal questão do processo é se a concorrência será livre ou em duas fases. Neste último caso, empresas que já operam terminais em Santos não poderão participar da primeira rodada o que tiraria da disputa algumas das principais empresas marítimas do mundo, mas evitaria que alguma delas concentrasse a maior parte do mercado. Assim, elas entrariam no certame na eventualidade de um fracasso na tentativa inicial.

O parecer, assinado pela procuradora-geral do MPTCU, Cristina Machado da Costa e Silva, vai na linha do que já foi considerado pela unidade técnica da corte, a AudPortoFerrovia, no começo de outubro. Ou seja, que o formato em duas fases, na prática, impediria a verdadeira participação dos operadores atuais.

Não foram demonstrados efeitos anticoncorrenciais concretos no mercado pós-leilão que justificassem a exclusão de players relevantes, especialmente porque, no caso dos incumbentes armadores, a obrigação de desinvestimento cogitada pela área técnica da Antaq [Agência Nacional de Transportes Aquaviários] gera efeitos estruturais suficientes para fomentar a futura rivalidade entre os grupos verticalizados no mercado, escreveu a procuradora-geral.

O posicionamento do MPTCU se contrapõe às posições oficializadas pelo Ministérios e Portos e Aeroportos (MPor) e pela Antaq, que querem o leilão em duas fases.

O argumento é de que haveria risco de concentração de mercado caso Maersk, MSC ou CMA-CGM levassem o megaterminal. Essa é a mesma posição de outras empresas marítimas que também desejam participar da disputa e não atuam em Santos.

A CMA-CGM é responsável por 42% da movimentação total do porto (2,3 milhões de TEUs, medida de contêiner), seguida da BTP/Maersk-MSC (34% do manejo de cargas ou 1,8 milhões de TEUs) e DP World (24% ou 1,2 milhões de TEUs). Os dados são de 2024, do estatístico aquaviário da Antaq.

No ano passado, as três empresas movimentaram, juntas, 5,3 milhões de TEUs. E o novo terminal, quando completamente instalado, irá acrescentar 3,25 milhões de TEUs à capacidade de Santos. Dessa maneira, se qualquer uma delas levar o novo terminal, controlará mais da metade da capacidade de Santos.

Enquanto isso, de agosto para cá, se manifestaram contra o faseamento a Subsecretaria de Acompanhamento Econômico e Regulação (Seae) vinculada ao Ministério da Fazenda; o gabinete do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC); o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE); além dos órgãos técnicos do TCU e o MPTCU.

Nenhum dos pareceres apresentados pelos órgãos que opinaram a respeito do leilão é vinculante. Ou seja, o relator do caso não precisa seguir o posicionamento de nenhum deles. Da mesma forma, o ministério de Portos e Aeroportos pode apresentar um edital distinto do que aquele que o TCU recomendar. A palavra final, nesse caso, cabe ao Poder Concedente.

A empresa vencedora do leilão arrendará o terminal por 25 anos, podendo prorrogar o prazo para 70 anos, a critério do governo. A projeção é atingir a movimentação mínima anual de 3,25 milhões de TEUs até o fim do prazo de arrendamento. O investimento previsto é de R$ 6,4 bilhões em obras como a construção do cais de atracação e a infraestrutura geral do terminal.

Atrasos constantes

Nenhuma promessa de prazo relativa ao leilão do Tecon Santos 10 foi cumprida desde que a Antaq alterou o formato da concorrência, em maio, sugerindo uma disputa em duas fases, sendo a primeira sem a participação de empresas que já operam terminais em Santos.

Pelo cronograma do governo federal, apresentado no começo do ano na Audiência Pública 02/2025-Antaq, a avaliação do TCU deveria ocorrer entre maio e agosto, com a publicação do edital em setembro e a realização do certame em dezembro.

Contudo, diante dos debates, divergências e pressões em torno da restrição da disputa em duas fases, o relator do caso, Antonio Anastasia, decidiu ouvir todo o setor envolvido antes de se posicionar.

No final de julho, a corte de contas realizou um painel de referência que contou com a participação de dezenas de interessados. Após isso, o ministro pediu manifestação no processo de todas as autarquias, ministérios envolvidos e o Ministério Público. Diversas entidades interessadas, como associações, sindicatos e prováveis concorrentes no leilão, também enviaram documentos.

Como resultado, chegou-se ao início de novembro e Anastasia ainda não apresentou seu voto. Isso ainda não tem data para ocorrer, conforme afirma o TCU. É válido lembrar que, quando o voto sair, ainda precisará ser apreciado pelo plenário. Se existir algum pedido de vista de outro ministro, por exemplo, a data do leilão poderá ficar ainda mais distante.

Uma vez finalizada a etapa no TCU, o processo voltará para a Antaq e para o MPor para a definição final das regras do edital e publicação no Diário Oficial. De acordo com especialistas consultados pela reportagem, o leilão só poderá se realizar pelo menos 30 dias úteis após isso.

Novo prazo?

O governo federal reafirmou recentemente a promessa de realizar o leilão do Tecon Santos 10 ainda neste ano, em dezembro. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), disse, em 22 de outubro, que trabalhava com a expectativa de leilão entre 15 e 18 de dezembro.

Costa Filho já disse que respeitará a recomendação de Anastasia sobre o formato da competição, o que, na teoria, deve acelerar o trâmite da publicação do edital nos órgãos do executivo. Na prática, contudo, armadores internacionais já se preparam para um provável leilão somente no final de janeiro de 2026, visto que o TCU já está realizando as últimas sessões do ano e que o plenário reúne-se somente uma vez por semana.

E há ainda uma questão política envolvida: há a possibilidade que Costa Filho deixe o ministério para se lançar candidato ao Senado em 2026. Uma vez que o Tecon Santos 10 é a joia da coroa de sua gestão, certamente não seria de seu agrado que o leilão fosse realizado na gestão de um novo ministro.

O prazo para deixar o cargo é de seis meses antes das eleições, marcadas para 4 de outubro de 2026.

PETROLÍFERO

CNN Brasil - SP   04/11/2025

A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) confirmou que a produção de petróleo e gás natural no Brasil superou os 5 milhões de boed (barris de óleo equivalente por dia) em setembro, conforme antecipou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), atingindo 5,114 milhões de boed.

A marca foi impulsionada pela produção do pré-sal, que bateu novo recorde ao alcançar 4,143 milhões de boed.

No caso do petróleo, foram extraídos em território nacional em setembro, 3,915 milhões de bpd (barris por dia), um aumento de 0,5% na comparação com agosto e de 12,7% em relação ao mesmo mês de 2024.

Já a produção de gás natural foi de 190,60 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d). Isso representou um aumento de 0,9% em comparação ao mês anterior e de 12,1% com relação a setembro de 2024, informou a ANP.

No pré-sal, a produção de petróleo somou 3,209 milhões de bpd e a de gás natural, 148,3 milhões de m3/d, representando 81,1% do total nacional.

Segundo a ANP, em setembro o aproveitamento de gás natural foi de 97,9%. Foram disponibilizados ao mercado 66,24 milhões de m³/d e a queima foi de 4,10 milhões de m³/d. A queima reduziu em 16,1% se comparada ao mês anterior e cresceu 12,8% na comparação com setembro de 2024.

O campo de Tupi, no pré-sal da bacia de Santos, foi o maior produtor, registrando 818,08 bpd de petróleo e 40,48 milhões de m³/d de gás natural.

A instalação com a maior produção de petróleo foi o FPSO Almirante Tamandaré, operando nos campos de Búzios e de Tambuatá, com 222.160 bbl/d.

Já a maior produção de gás natural foi do FPSO Guanabara, na jazida compartilhada de Mero, com 12,13 milhões de m³/d de gás natural.

TN Petróleo - RJ   04/11/2025

O campo de Búzios, operado pela Petrobras na Bacia de Santos, atingiu, na última quarta-feira (29/10), a média diária de produção recorde de 1 milhão de barris por dia, superando a marca anterior, de 900 mil, alcançada em agosto. Maior do país em reservas, Búzios é o segundo campo da Petrobras a superar a marca de produção de 1 milhão de barris por dia. O primeiro foi Tupi, também no pré-sal da Bacia de Santos.

“A trajetória da Petrobras é marcada pela superação de desafios, desbravamento de novas fronteiras geológicas e desenvolvimento de tecnologias. Todas as vezes que disseram que não seria possível, nosso corpo técnico foi lá e fez. Hoje 80% da nossa produção vem do pré-sal, onde temos dois campos gigantes, Búzios e Tupi. Cada conquista é um estímulo para seguirmos ultrapassando as barreiras do conhecimento e gerar, com responsabilidade e segurança, a energia que o Brasil precisa", afirma a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.

O campo de Búzios obteve sucessivos recordes de produção e possui os poços mais produtivos do país, localizados a mais de 2 mil metros de profundidade no leito marinho. A espessura de seu reservatório tem a altura do Pão de Açúcar – e sua extensão corresponde a mais que o dobro da Baía de Guanabara. O campo tem seis unidades produtoras em operação: as plataformas P-74, P-75, P-76, P-77 e os FPSOs Almirante Barroso e Almirante Tamandaré, a maior em capacidade de produção do país com 225 mil barris/dia. Uma nova unidade, o FPSO P-78, chegou ao campo no mês passado e passa pela fase de interligação dos poços para, em breve, iniciar a produção.

Inovador e excelente em práticas de gerenciamento, o projeto Búzios 7, que além da plataforma Almirante Tamandaré, inclui toda a infraestrutura submarina, como dutos e poços, recebeu hoje (30/10) o Prêmio OTC Brasil Distinguished Achievement Award for Companies, da Offshore Technology Conference, um dos mais importantes eventos mundiais de tecnologia voltado para o setor de petróleo e gás offshore.

“Atingir 1 milhão de barris/dia é um resultado que mostra o acerto de nossas estratégias, adequadas a um campo da magnitude excepcional e que, além do volume gigantesco, dispõe de reservas substanciais de petróleo leve. A entrada de novos projetos como Búzios 7 e a gestão eficiente dos reservatórios contribuíram para esse resultado", afirma a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos.

As tecnologias premiadas pela OTC incluem o flare fechado, que contribui para redução das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera e de aproveitamento de calor, que reduz a demanda de energia adicional para a unidade.

O campo de Búzios está localizado em águas ultra profundas, no pré-sal da Bacia de Santos (profundidade de até 2.100 metros), a 180 km da costa do estado do Rio de Janeiro. Búzios foi descoberto pela Petrobras em 2010 e entrou em operação em 2018. Ele é operado pela Petrobras e tem como parceiras as empresas CNOOC e CNPC, além da PPSA.

Investing - SP   04/11/2025

Ataques ucranianos à infraestrutura energética russa também ajudaram os preços do petróleo com a perspectiva de mais interrupções no fornecimento.

Os futuros do petróleo Brent para janeiro subiram 0,6% para US$ 65,18 por barril, enquanto os futuros do petróleo West Texas Intermediate subiram 0,7% para US$ 61,01 por barril às 00:00.

O maior ponto de apoio do petróleo foi a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, ou Opep+, concordando em aumentar a produção por uma pequena margem em dezembro e pausar planos para mais aumentos no início de 2026.

O cartel aumentou sua meta de produção para dezembro em 137.000 barris por dia, o mesmo que para outubro e novembro.

Mas o grupo que já aumentou sua cota de produção em cerca de 2,9 milhões de bpd até agora em 2025 disse que pausará seus recentes aumentos de produção nos primeiros três meses de 2026.

A Opep+ citou preocupações com um excesso de oferta e demanda lenta, com janeiro-março também sendo visto como o trimestre mais fraco para a demanda de petróleo.

Os aumentos de produção da OPEC este ano são em grande parte uma redução de dois anos de cortes de fornecimento, à medida que o cartel buscou ganhar uma maior participação de mercado para compensar o impacto dos preços baixos do petróleo. Os preços do petróleo bruto caíram para uma máxima de cinco meses em outubro.

Investing - SP   04/11/2025

O CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanne, afirmou na segunda-feira que o crescimento da demanda chinesa por petróleo desacelerou desde 2020, à medida que o país se move em direção a fontes de energia mais verdes.

"A demanda chinesa era realmente forte, mas o motor desacelerou", declarou Pouyanne, observando que a economia chinesa está "caminhando para necessitar de menos petróleo".

Apesar da desaceleração na China, Pouyanne expressou otimismo sobre os preços do petróleo a longo prazo, citando a crescente demanda em outros mercados como a Índia.

O CEO enfatizou que investimentos em petróleo continuam necessários no médio prazo, afirmando: "No médio prazo, precisamos continuar investindo em petróleo".

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Infomoney - SP   04/11/2025

O petróleo fechou em alta marginal na primeira sessão do mês de novembro, após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) afirmar que pretende manter os níveis de produção no início de 2026 depois de anunciar um pequeno novo aumento em dezembro.

O petróleo WTI para dezembro, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), fechou em alta de 0,11% (US$ 0,07), a US$ 61 05 o barril. Já o Brent para janeiro, negociado na Intercontinental Exchange de Londres (ICE), avançou 0,19% (US$ 0 12), a US$ 64,89 o barril.

Após fechar novembro com queda acumulada, os contratos respondem de forma limitada ao sinal da Opep+ de que pretende interromper a entrega adicional de barris entre janeiro e março, após anunciar o aumento de 137 mil barris em dezembro.
“A decisão ajudou o petróleo bruto dos EUA a começar a semana em alta, embora os compradores ainda pareçam hesitantes em romper níveis técnicos importantes”, escreveu a analista do Swissquote, Ipek Ozkardeskaya. “A faixa de US$ 62 a US$ 62,15 por barril – que inclui a pequena retração de Fibonacci de 23,6% da queda de junho a outubro e a média móvel de 50 dias – provavelmente continuará sendo um teto difícil por enquanto”, completou.

Segundo a analista do BofA, Jean Salisbury, embora a Opep tenha atribuído a pausa de três meses à sazonalidade (normalmente menor demanda no primeiro trimestre), “isso certamente sugere que a Opep+ reconhece o excesso de oferta e provavelmente indica que não deseja que os preços do petróleo recuem muito (ou seja, abaixo de US$ 50)”. Para a analista, esse possível “piso” deve ser visto de forma positiva pelos investidores.

Paralelamente, o mercado assimilava declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que disse, em entrevista, não acreditar que os EUA se envolverão em uma guerra contra a Venezuela. O dirigente, contudo, avaliou que os dias de Nicolás Maduro como presidente venezuelano estão contados.

Globo Online - RJ   04/11/2025

A SM Energy concordou em comprar a rival Civitas Resources e vai protagonizar o maior negócio de produção de petróleo de xisto (shale gas) dos Estados Unidos neste ano, reforçando os sinais de uma nova fase de consolidação do setor no país.

A aquisição, avaliada em cerca de US$ 2,8 bilhões em ações, une duas empresas de porte médio com capital aberto na região, mas o valor total do acordo é de US$ 12,8 bilhões (R$ 68,6 bilhões) incluindo dívida. Essa cifra torna o anúncio o maior do ano entre exploradoras independentes de petróleo em terra nos EUA.

A Civitas produz petróleo em cerca de 140 mil acres líquidos ao longo da Bacia do Permiano, no sudoeste do país, segundo apresentação a investidores em agosto. Já a SM possui cerca de 109 mil acres em uma área bem desenvolvida do Permiano conhecida como Bacia de Midland.

Pelos termos do acordo, cada ação da Civitas será trocada por 1,45 ação da SM Energy. Os acionistas da Civitas ficarão com cerca de 52% da companhia combinada, que manterá o nome SM Energy e será liderada pelo presidente-executivo da SM, Herb Vogel.

Em dificuldades, Civitas estava à venda

A Civitas era considerada à venda e, dado seu portfólio multibacias e nível de endividamento, acreditava-se que os ativos não seriam de fácil encaixe para potenciais compradores, escreveu o analista Kevin MacCurdy, da Pickering Energy Partners, em nota. Como há pouca sobreposição de áreas, a empresa combinada precisará provar as sinergias.

A agência Bloomberg informou no mês passado que as duas empresas avaliavam uma fusão entre iguais. A Bacia do Permiano, no oeste do Texas e no Novo México, o maior e mais produtivo campo petrolífero dos EUA, tem visto intensa onda de fusões nos últimos anos, com empresas menores se unindo para ganhar escala e grandes operadores buscando entrada.

Consolidação à vista

O acordo entre duas companhias abertas pode ser um sinal do que vem pela frente no setor de xisto, disse Andrew Dittmar, analista da Enverus Intelligence Research.

As fusões corporativas podem parecer mais atraentes para compradores diante da escassez de ativos privados disponíveis e dos preços mais altos pedidos em transações de ativos, em comparação com a forma como o mercado de ações avalia as empresas listadas, afirmou Dittmar.

As ações da SM Energy caíram até 10% nesta segunda-feira, maior queda intradiária em mais de seis meses, enquanto as da Civitas recuaram 4%. O acordo representa um prêmio de 5% para os acionistas da Civitas, com base nos preços de sexta-feira.

Ganhos de até US$ 300 milhões

A empresa combinada espera economias de custos entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões por ano. Terá cerca de 823 mil acres líquidos em diversas bacias de xisto, tornando-se um dos dez maiores produtores independentes focados em petróleo dos EUA. Manterá um dividendo trimestral fixo de US$ 0,20 por ação.

A Civitas vinha vendendo ativos para reduzir dívida, incluindo um pacote de áreas de menor margem na bacia Denver-Jules. Em agosto, o presidente-interino Wouter van Kempen assumiu o comando no lugar de Chris Doyle.

A Evercore foi assessora financeira da SM, enquanto Gibson, Dunn & Crutcher LLP foi assessora jurídica. Para a Civitas, o JPMorgan atuou como assessor financeiro e a Kirkland & Ellis LLP foi assessora jurídica.

RODOVIÁRIO

Grandes Construções - SP   04/11/2025

A rodovia Fernão Dias (BR-381), principal ligação entre São Paulo e Belo Horizonte, será leiloada no dia 11 de dezembro, na B3, em São Paulo.

O novo contrato de concessão prevê R$ 15,3 bilhões em investimentos e vigência de 15 anos, com término estimado em 2040.

A licitação representa uma nova etapa na gestão da estrada, considerada uma das mais perigosas do país por órgãos de trânsito e especialistas em transporte rodoviário.

O trecho, que corta 33 municípios e soma 569 quilômetros, voltará a ser administrado por um operador privado sob supervisão da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e do Ministério dos Transportes.

O processo foi aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) após análise técnica do edital.

A disputa marca o encerramento de um período de divergências contratuais com a atual concessionária, Autopista Fernão Dias S.A., do grupo Arteris, responsável pela via desde 2008.

Segundo o Ministério dos Transportes, o novo contrato busca corrigir distorções identificadas no modelo anterior e garantir maior eficiência na execução das obras.

Pelo menos quatro grupos empresariais devem disputar o leilão: Arteris Fernão Dias, Motiva Infraestrutura, EPR e Via Appia.

O vencedor assumirá a administração da via e a execução das obras previstas, com R$ 9,5 bilhões destinados a melhorias estruturais e R$ 5,4 bilhões a serviços operacionais, como atendimento a emergências, conservação e sinalização.

Principais obras e intervenções previstas - O edital define 108 quilômetros de faixas adicionais, 14 quilômetros de vias marginais, nove quilômetros de correções de traçado e a construção de novos túneis.

Também estão programadas 29 passarelas, 17 interseções otimizadas, 62 melhorias de acesso, seis passagens de fauna e duas áreas de escape para caminhões.

De acordo com a ANTT, as intervenções têm o objetivo de aumentar a fluidez e reduzir os índices de acidentes, especialmente nos trechos de serra.

A previsão é de que as obras mais urgentes comecem nos dois primeiros anos de contrato.

Um dos eixos mais movimentados do Sudeste - Inaugurada em 1959, durante o governo de Juscelino Kubitschek, a BR-381 é um dos principais corredores logísticos entre Minas Gerais e São Paulo, conectando polos industriais e centros de distribuição.

Segundo dados da atual concessionária, a rodovia tem fluxo médio diário de mais de 61 mil veículos por praça de pedágio, sendo 37% de veículos de carga.

Órgãos de segurança e especialistas em trânsito apontam que o alto movimento de caminhões e a presença de curvas acentuadas, principalmente entre Belo Horizonte e Governador Valadares, aumentam o risco de acidentes.

Por esse motivo, a via ficou conhecida popularmente como “Rodovia da Morte”.

Valor - SP   04/11/2025

Vinci, consórcio da Construcap e da espanhola Copasa, XP e Way Concessões devem disputar ativo nesta quinta

O leilão da concessão rodoviária Rota Sertaneja atraiu o interesse de ao menos quatro grupos. O projeto, que prevê R$ 5,3 bilhões em investimentos, deverá ser licitado nesta quinta-feira (6), na sede da B3, em São Paulo. Na entrega das propostas, realizada nesta segunda (3), estiverem presentes representantes da francesa Vinci, do consórcio da Construcap e da espanhola Copasa, da XP e da Way Concessões, segundo fontes.

O corredor tem 530,6 km de estradas, que conectam Goiânia (GO) a Uberaba (MG) e a Fronteira (MG), na divisa com São Paulo. A concessão prevê 42 km de duplicação, 4 km de contornos e 31,8 km de faixas adicionais.

Além das obras, o contrato deverá demandar R$ 4,9 bilhões de custos operacionais ao longo de seus 30 anos.

O critério da concorrência será o mesmo dos últimos leilões do governo federal: vencerá quem oferecer o maior desconto sobre a tarifa de pedágio e, caso a oferta ultrapasse os 18%, o vencedor também precisa fazer um aporte de recursos adicional, que fica vinculado ao projeto. No caso da Rota Sertaneja, a tarifa básica de pedágio máxima foi fixada em R$ 0,13482 por km.

AGRÍCOLA

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   04/11/2025

O Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA-SP), já apoiou a aquisição de 850 tratores e implementos para produtores rurais paulistas desde 2023, e a meta é alcançar mil máquinas até o final de 2025.

Em três anos de gestão, o Programa Pró-Trator consolidou-se como uma das principais políticas de modernização da frota agrícola e de incentivo à produtividade no campo.

Com a subvenção dos juros pelo Estado, os produtores têm acesso a financiamentos com taxas muito abaixo das praticadas no mercado, o que torna o crédito mais acessível e acelera o desenvolvimento das propriedades rurais.

“O Pró-Trator é mais do que um programa de crédito, é uma política de fortalecimento da agricultura familiar e do apoio à produção de alimentos, em quantidade e qualidade. Com o apoio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP), estamos levando dignidade para o trabalho no campo, garantindo que o produtor tenha condições reais de crescer, gerar renda e melhorar sua qualidade de vida. Cada trator entregue representa mais autonomia, mais eficiência e mais futuro para o agro paulista.” comenta o secretário Guilherme Piai.

A parceria conta com a operacionalização junto às cooperativas de crédito conveniadas, o que ampliou o alcance da política de crédito, permitindo que mais produtores invistam em tecnologia e mecanização com juros mais baixos e condições adequadas à sua realidade produtiva.

Podem ser beneficiados produtores rurais do Estado de São Paulo, pessoas físicas enquadradas como beneficiárias do FEAP/BANAGRO. Informações no link.

O programa financia a aquisição de tratores novos de até 125 cv, de fabricação nacional, e implementos compatíveis, com limite de uma unidade por beneficiário. Os prazos, garantias e condições seguem as normas de cada cooperativa de crédito parceira.

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