Clipping Diário

03 | Novembro | 2025

SIDERURGIA

Investing - SP   03/11/2025

O presidente-executivo da Gerdau, Gustavo Werneck, afirmou nesta sexta-feira que "boa parte" das operações de produção de aço da empresa no Brasil estão mostrando prejuízo, pressionadas por importações elevadas.

Mas, diferente de comentários feitos meses atrás, o executivo se mostrou mais otimista durante entrevista a jornalistas nesta manhã, com as perspectivas de ações mais concretas do governo federal para conter o fluxo de material que tem chegado ao país, principalmente da China.

"Demora demais a aplicar medidas antidumping, mas temos visto progresso e é uma das possibilidades que enxergamos como mais concretas", disse o executivo.

Segundo o vice-presidente financeiro da Gerdau, Rafael Japur, a empresa tem visto "de forma concreta" trabalho de técnicos do governo buscando as empresas siderúrgicas do país para avaliar os dados do setor.

"Efetivamente está havendo um avanço do corpo técnico", disse Japur, acrescentando que as duas principais investigações para a Gerdau - envolvendo fio máquina e bobinas a quente - devem ter decisões de aplicação de antidumping "em meados do final" do segundo trimestre de 2026.

Segundo Werneck, a empresa ainda não conseguiu operar a plena capacidade o novo laminador de bobinas a quente instalado na usina de Ouro Branco (MG) por causa de importações elevadas do produto no Brasil.

A Gerdau inaugurou o equipamento com capacidade de 250 mil toneladas por ano em março deste ano, após investimento de R$1,5 bilhão.

Werneck afirmou que a previsão de importações de aço no Brasil este ano atinge um volume de 6 milhões de toneladas, suficiente para quase 30% da demanda brasileira pela liga.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios.

E SE NÃO VIER?

O executivo comentou a analistas que caso as expectativas de medidas mais duras de defesa comercial pelo governo brasileiro não sejam cumpridas, a Gerdau precisará "acelerar as medidas de transformação e rever nossas rotas de produção" no país.

Atualmente, a Gerdau produz aço no Brasil a partir de sucata, que utiliza fornos elétricos; a partir de minério de ferro e carvão em usina integrada, e utilizando carvão vegetal. A eventual revisão dos negócios do grupo no Brasil também envolverá a área de mineração, para determinar "se faz sentido continuar crescendo", afirmou.

"Vamos ter que acelerar as mudanças", disse o executivo se referindo à possibilidade de importações de aço pelo Brasil continuarem elevadas, tirando mercado nacional de produtores instalados no país.

A área de negócios Brasil da Gerdau teve margem de lucro operacional medida pelo Ebitda de 9,9% no terceiro trimestre, ante 19,8% das operações na América do Norte, que estão se beneficiando da guerra tarifária de Donald Trump. A margem brasileira ficou abaixo até das operações da empresa no restante da América do Sul, que foi 17% de julho a setembro.

Na América do Norte, as medidas de proteção comercial de Trump nos Estados Unidos devem seguir incentivando a indústria local a consumir aço produzido no país com boa rentabilidade. Werneck citou como exemplo o setor de centrais de processamento de dados, que apenas este ano está construindo instalações que ocupam uma área do tamanho de 800 campos de futebol, nas contas do executivo.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios.

No México, onde a empresa resolveu em fevereiro congelar planos para a construção de uma usina de aços especiais de US$600 milhões voltada ao setor automotivo, Werneck afirmou que a empresa não vai "tirar da gaveta" o projeto logo após a revisão do acordo comercial entre EUA, México e Canadá, o USMCA, em 2026.

Segundo ele, "temos que ser cautelosos numa decisão dessas de colocar um valor relevante que depois pode nos criar lentidão em outras alocações de capital que acharmos mais relevantes".

Voltando ao Brasil, Japur afirmou que os resultados da empresa não "atingiram um piso" após a fraqueza do terceiro trimestre, diante da sazonalidade dos três últimos meses do ano. A empresa também deve realizar algumas paradas de manutenção de instalações no período no país, disse o executivo.

Para o ano que vem, Werneck afirmou que as operações brasileiras devem apresentar desempenho melhor que este ano, por meio de "alguns ganhos adicionais de performance" e pela entrada em operação do projeto de mineração da empresa em Minas Gerais, cujo minério de alta concentração de ferro (65%) ajudará em redução de custos de carvão e produzirá excedente para venda a terceiros. O projeto está em fase pré-operacional com início de operação previsto para o atual trimestre. "Vai trazer benefício importante para nosso Ebitda", afirmou. Atualmente, a produção de minério da Gerdau é para consumo próprio na usina de Ouro Branco (MG).

O Estado de S.Paulo - SP   03/11/2025

Um possível acordo comercial entre Brasil e Estados Unidos sobre as tarifas comerciais é visto como benéfico pelo diretor-presidente da Gerdau, Gustavo Werneck, e com potencial para beneficiar alguns de seus clientes locais que exportam produtos para o mercado norte-americano.

Durante teleconferência com jornalistas, nesta sexta-feira, 31, o executivo explicou que o benefício não é direto para a empresa, que já tem uma operação nos Estados Unidos. Segundo ele, além do impacto econômico para o País, o acordo pode levar a uma maior compra de aço por clientes que vendem produtos no exterior, especialmente máquinas e equipamentos.

“Se o mercado se tornar um pouco mais adequado para que esses clientes exportem, isso possibilitaria que a Gerdau vendesse mais aço para eles aqui no Brasil.” Werneck também afirmou que outro benefício seria a normalização de relações entre os dois países.

Protecionismo de Trump

Werneck atribuiu resultado mais forte nos Estados Unidos no terceiro trimestre deste ano à política protecionista do presidente Donald Trump.

Segundo ele, o governo dos EUA tem adotado medidas robustas para reduzir a entrada desleal de aço importado, o que tem impactado positivamente os negócios da empresa naquele país.

De julho a setembro, a operação norte-americana da Gerdau teve uma participação de 65% no Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda, da sigla em inglês) do período. No segundo trimestre, esse indicador já havia sido de 61%.

O diretor-presidente da Gerdau disse que o nível de importação de aço no Brasil está em 25% aproximadamente, nível considerado insustentável para a indústria nacional, e defendeu a adoção pelo governo de medidas mais restritivas à entrada desses produtos no mercado interno.

Segundo ele, já existem discussões com o governo para a adoção de medidas mais robustas para dar competitividade para o produto brasileiro, para equilibrar melhor a concorrência. Ele afirmou que o principal concorrente do aço nacional é o importado, principalmente da China. “As medidas existentes não têm sido eficazes e está entrando um grande volume”, afirmou.

Werneck disse, ainda, que em vista desse cenário as conversas com o governo aceleraram nas últimas semanas, e que existe uma sensibilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação à situação da indústria siderúrgica nacional. Ele ainda mencionou que o cenário para 2026 é incerto, mas que as demandas do setor têm sido bem recebidas pelo governo, e que uma medida pode ser adotada nos próximos meses.

“O governo entendeu que é impossível a indústria de aço sobreviver se continuar desse jeito, eles entenderam que não tem fôlego mais para setor trabalhar no vermelho”, disse.
Minério sustentável

A Gerdau está se preparando para produzir minério sustentável em Miguel Burnier, em Minas Gerais, e o projeto já tem 90% de avanço físico, disse Werneck.

Durante a teleconferência, ele afirmou que alguns equipamentos do complexo já iniciaram o comissionamento e testes a quente, e que o início da operação integrada do projeto está previsto para ocorrer no início de 2026.

Ele também afirmou que o projeto fica perto de Ouro Preto, e que será usado um mineroduto até a usina de Ouro Branco. Esta solução deve retirar 400 caminhões por dia da estrada, o que na visão do executivo é um exemplo da preocupação da empresa com a sustentabilidade, reduzindo emissões de CO2 e dificuldades para os usuários das rodovias.

Quanto aos planos futuros de comercialização, Werneck destacou que o projeto visa primordialmente atender a demanda da usina de Ouro Branco, mas que há uma capacidade produtiva um pouco acima do que o empreendimento exige, o que abre espaço para comercialização a terceiros. “A empresa terá um pouco mais de minério para poder vender e comercializar. Este minério é de “altíssima qualidade”, enriquecido a 65% de ferro.”

Apesar disso, a estratégia de venda no mercado é limitada e a empresa não tem planos de se tornar uma grande mineradora e competir com outros grandes players desse mercado, como a Vale.

Valor - SP   03/11/2025

A medida ocorre semanas após sua controladora receber uma oferta pelo negócio da Jindal Steel

A Thyssenkrupp Steel nomeou Marie Jaroni como sua nova presidente e reformulou sua equipe executiva, semanas após sua controladora receber uma oferta pelo negócio da Jindal Steel.

O conglomerado alemão disse que estendeu o contrato de Jaroni por mais cinco anos, bem como o contrato do diretor financeiro, Philipp Conze.

O diretor de operações, Dennis Grimm, está deixando seu cargo em comum acordo, acrescentou a empresa.

Wilfried von Rath foi nomeado diretor de trabalho e diretor de recursos humanos a partir de 1º de novembro, disse a empresa.

A indiana Jindal Steel fez uma oferta não vinculante pelas operações europeias de aço da Thyssenkrupp em meados de setembro.

No início deste mês, a Thyssenkrupp encerrou as negociações com o EP Group, abrindo caminho para o pretendente rival.

Valor - SP   03/11/2025

Redução de 22% na projeção para 2026 reflete disciplina de capital, afirma Gustavo Werneck

O presidente da Gerdau, Gustavo Werneck, destacou, nesta sexta-feira (31), a redução de 22% na projeção de investimentos para 2026, para R$ 4,7 bilhões, em comparação ao previsto para 2025. “Seguimos focados em projetos de competitividade e na disciplina de capital, especialmente diante do cenário desafiador no Brasil”, afirmou ele, em teleconferência com analistas, um dia após a divulgação do balanço.

O executivo também disse que, no trimestre, o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) atingiu R$ 2,7 bilhões, alta de 7% ante o período anterior, e o fluxo de caixa livre foi de R$ 1 bilhão. Já o lucro líquido no período caiu 24%, para R$ 1,1 bilhão, ou R$ 0,54 por ação.

Segundo Werneck, a companhia encerrou o terceiro trimestre de 2025 com resultados sólidos, e a estratégia de internacionalização tem sido decisiva para compensar a fraqueza do mercado brasileiro.

Medidas “antidumping” sobre vergalhão nos EUA

A Gerdau acompanha com boas perspectivas a possível implementação de medidas “antidumping” sobre o vergalhão nos Estados Unidos, cuja decisão preliminar pode sair em 12 de novembro, afirmou o diretor financeiro da Gerdau, Rafael Japur. O executivo disse que a perspectiva da decisão traz também uma expectativa melhor para os resultados e margens à frente.

Segundo o Japur, embora o vergalhão represente uma fatia menor do portfólio americano (entre 10% e 15% do “mix” de produtos, atualmente mais próxima de 10%), a medida pode ter efeitos positivos tanto sobre os volumes vendidos pela empresa quanto sobre a dinâmica competitiva do mercado. Quanto ao cenário de preços, o executivo destacou que, como o quarto trimestre tende a ser sazonalmente mais fraco no hemisfério norte, isso reduz a probabilidade de movimentos expressivos nos preços de imediato.

“Ainda que dentro do nosso ‘mix’ de produtos o vergalhão seja uma parte menor, a medida tende a ter um impacto positivo no nosso volume e na dinâmica de competidores”, disse Japur. Segundo ele, caso o vergalhão se torne mais rentável, parte das usinas concorrentes pode redirecionar sua produção, o que tende a melhorar a rentabilidade dos segmentos em que a Gerdau tem maior presença, como o de “merchants” (aço laminado para aplicações estruturais e industriais).

A investigação “antidumping” nos EUA sobre o vergalhão busca apurar se o produto importado é vendido abaixo do valor justo, prejudicando a indústria local. O processo, conduzido pelo Departamento de Comércio (Commerce) e pela Comissão de Comércio Internacional (USITC), foi iniciado em junho de 2025 após petições de produtores domésticos e pode resultar na aplicação de tarifas adicionais.

Valor - SP   03/11/2025

Gustavo Werneck contextualizou a conjuntura ao mencionar que 65% do Ebitda da Gerdau no trimestre vieram dos EUA, o que classificou como “chocante, muito preocupante”

O diretor-presidente da Gerdau, Gustavo Werneck, voltou a alertar sobre o futuro da indústria do aço no Brasil, que estaria sendo “estrangulada” pelo que chama de “concorrência desleal” do aço importado. Executivo afirma que o cenário já causa prejuízos operacionais à companhia.

“É impossível a indústria de aço sobreviver no Brasil se continuar desse jeito", afirmou ele, em coletiva nesta sexta-feira (31), após a divulgação de resultados trimestrais da companhia, na véspera .

“Se continuar entrando 30% de aço importado no Brasil, do jeito que está, a indústria não vai sobreviver", afirmou o executivo. Ele citou o exemplo do alumínio, cuja indústria nacional “desapareceu”, e manifestou preocupação de que o mesmo ocorra com o aço.

Segundo Werneck, o cenário já causa prejuízos operacionais à companhia. “Várias usinas nossas no Brasil estão com resultados negativos, operando no vermelho”, disse.

O executivo contextualizou a conjuntura ao mencionar que 65% do Ebitda da Gerdau no trimestre vieram da América do Norte (Estados Unidos), o que classificou como “chocante, muito preocupante”.

O executivo afirmou ainda que Gerdau tem intensificado o diálogo com o governo federal e acredita que o governo entendeu a dimensão da situação.

Aço pode definir plano de transformação no Brasil

Werneck disse que a companhia poderá acelerar seu plano de transformação no Brasil caso o país não adote novos mecanismos de defesa comercial contra a “concorrência desleal”, especialmente do aço chinês subsidiado.

“Caso o Brasil não implemente mecanismos adicionais de defesa comercial, nós vamos precisar acelerar os nossos planos de transformação da Gerdau no médio prazo”, disse o executivo, durante teleconferência com analistas.

Werneck destacou que a empresa deve revisar com profundidade suas rotas de produção e seu “footprint” (presença industrial) no país, avaliando se faz sentido manter o atual modelo com três rotas: sucata, aço integrado em Ouro Branco e carvão vegetal. Segundo ele, também está em análise o futuro da operação de mineração e o ritmo de expansão da produção de minério.

Planos para próximos 10 a 15 anos já estão definidos

O executivo completou que os planos estratégicos da companhia para os próximos 10 a 15 anos já estão definidos, mas que a velocidade de execução dependerá do ambiente competitivo e das condições do mercado global. “A grande questão é até que ponto nós vamos precisar acelerar os planos de transformação da Gerdau no Brasil para ela ter condição de competir com o aço chinês subsidiado”, afirmou.

Werneck ressaltou ainda que o desempenho consistente das operações na América do Norte dá fôlego para a empresa acelerar investimentos, caso necessário. Ele acrescentou que o volume de capital a ser alocado ao longo dos próximos cinco a dez anos dependerá da geração de resultados e das prioridades estratégicas entre Brasil e Estados Unidos.

Demanda para 4º tri nos EUA deve seguir estável

O mercado americano manteve-se em patamares elevados de demanda no terceiro trimestre de 2025, disse Werneck. Para o quarto trimestre, a expectativa é de estabilidade, com eventual desaceleração pontual devido à sazonalidade típica do período.

Segundo o executivo, a região respondeu por 65% do resultado consolidado da Gerdau no trimestre, sustentando o crescimento de volumes e margens.

“Nos Estados Unidos, vemos uma demanda sólida e sustentável, com as nossas usinas operando próximas da capacidade máxima”, disse ele.

Já no Brasil, o cenário continua pressionado pela entrada excessiva de aço importado, que neste ano alcançou cerca de 6 milhões de toneladas, o equivalente a 29% das vendas internas, segundo o executivo.

“Chegamos ao limite das iniciativas internas de redução de custos. Sem uma reação estrutural, a indústria brasileira corre o risco de desaparecer”, afirmou.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   03/11/2025

O mundo suspirou de alívio. Em Busan, os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, anunciaram uma “trégua comercial”. Por um ano, Washington suspenderá parte das tarifas e Pequim adiará restrições às exportações de terras raras. Mas a pausa é volátil. Nada de essencial mudou. A rivalidade sino-americana deixou de ser uma disputa de tarifas para se tornar o eixo de uma nova era – a da interdependência armada.

Trump apresenta o acordo como vitória pessoal, e Xi, como demonstração de força paciente. Ambos fingem moderação, mas nenhum recua. Trump precisa de uma foto de estabilidade para o eleitorado que ele mesmo desestabilizou. Xi precisa mostrar que o Ocidente, dividido e errático, já não dita as regras do comércio global. O resultado é um armistício temporário entre contendores que se alimentam mutuamente: quanto mais autoritária e autárquica se torna a China, mais nacionalista e protecionista se tornam os EUA. E vice-versa.

Essa guerra de tarifas, controles e sanções já não é um jogo de soma zero, mas de saldo negativo. Cada retaliação encarece insumos, fragmenta cadeias e desacelera o crescimento global. A inflação pressiona, a produtividade cai e a incerteza reina. O comércio, que já foi instrumento de integração e prosperidade, converteu-se em arma geopolítica – em vez de unir, passou a dividir.

No curto prazo, Pequim parece administrar melhor o conflito. Ao transformar a interdependência em poder, Xi criou uma rede de coerção sutil: quem quiser semicondutores, baterias ou ímãs raros precisa da China. Trump usa o mesmo argumento para expandir tarifas e subsídios que distorcem seu próprio mercado. O efeito é perverso: ao emular a China, os EUA começam a se parecer com ela – menos abertos e inovadores, mais arbitrários. O país que venceu a guerra fria em nome da liberdade econômica experimenta agora o autoritarismo (mas sem o planejamento da China), o controle (sem a eficiência), o nacionalismo (sem a coesão).

A tentativa de Trump de redesenhar o comércio mundial a golpes de bravata, como se o século 21 fosse um tabuleiro de cassino, é contraproducente: aliados humilhados, empresas desnorteadas e um sistema internacional cada vez mais descrente das instituições criadas pelos próprios EUA. A era do livre comércio – motor da prosperidade e da democracia nas últimas sete décadas – cede lugar a um mundo de licenças, proibições e chantagens cruzadas.

Pequim, por sua vez, colhe dividendos do caos americano. Com a retórica inflamada de Trump, Xi Jinping pode apresentar-se como o guardião da estabilidade e da previsibilidade. Mas se o Consenso de Washington está moribundo, o “consenso de Pequim” não inspira confiança. O crescimento chinês enfraquece, a repressão se intensifica e a inovação definha sob o peso do controle estatal. A trégua de Busan é, portanto, o retrato de dois gigantes que perderam o rumo: um tenta reconstruir muros que ele mesmo derrubou; o outro ergue muralhas para esconder suas fragilidades.

Entre essas muralhas, o mundo se estreita. As instituições multilaterais já não arbitram tensões; alianças se convertem em transações. O comércio se reconfigura em blocos que competem mais para sobreviver do que crescer. A fragmentação torna todos mais pobres.

Para países intermediários, o desafio é resistir à lógica da divisão. A América Latina, e especialmente o Brasil, tem algo a ganhar e muito a perder. Num cenário de tarifas e escassez, o Brasil lucra com a demanda chinesa por soja, carne e minerais críticos. Mas a vantagem é passageira. A longo prazo, o País arrisca-se a tornar-se fornecedor cativo de commodities num mundo de cadeias encurtadas, em que o poder se mede não pela abundância de recursos, mas pela capacidade de inovar e negociar com autonomia.

A trégua de Busan é menos o fim de uma guerra que o intervalo entre dois atos. Sob a superfície de cordialidade, subsiste a mesma lógica de desconfiança e competição existencial. Trump e Xi não fizeram as pazes, só adiaram o duelo. O perigo é que, na próxima rodada, o gatilho dispare sozinho – e o mundo descubra que, em tempos de interdependência armada, ninguém ganha.

Money Times - SP   03/11/2025

A atividade industrial da China encolheu pelo sétimo mês consecutivo em outubro, afetada por uma queda nos novos pedidos de exportação, à medida que o impulso obtido após meses de antecipação de embarques para escapar das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, finalmente se esgotou.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI) oficial caiu para 49,0 em outubro, ante 49,8 em setembro, atingindo o menor nível em seis meses, segundo a pesquisa do Birô Nacional de Estatísticas divulgada nesta sexta-feira (31). O índice permaneceu abaixo da marca de 50, que separa crescimento de contração, e ficou abaixo da previsão de 49,6 em pesquisa da Reuters.

Os formuladores de políticas chineses haviam apostado que os produtores acelerariam os embarques para os EUA, a maior economia consumidora do mundo, ao longo dos três primeiros trimestres de 2025, antecipando possíveis tarifas de três dígitos sobre produtos chineses, como forma de compensar a fraca demanda doméstica.

Mas analistas já alertavam que a estratégia era insustentável, representando, na prática, um empréstimo de crescimento futuro para manter a aparência de estabilidade na segunda maior economia do mundo.

Fabricantes chineses intensificaram esforços para alcançar novos clientes na Europa, América Latina, Oriente Médio e África, mas estão cada vez mais vendendo com prejuízo, sem encontrar outros mercados capazes de absorver os cerca de US$ 400 bilhões em produtos que antes eram adquiridos pelos EUA.

“Considerando que estamos buscando um pouco mais de estímulo no quarto trimestre, com investimentos impulsionados por instrumentos de financiamento político e novos títulos do governo, fiquei um pouco surpreso com a queda do PMI neste mês”, disse Xu Tianchen, economista sênior da Economist Intelligence Unit.

“As exportações parecem ter sido o principal fator negativo neste mês. Isso pode indicar um reflexo da antecipação anterior dos pedidos de exportação”, acrescentou.

Guerra comercial

Economistas estimam que a perda do mercado norte-americano reduziu o crescimento das exportações em cerca de 2 pontos percentuais, o equivalente a aproximadamente 0,3% do PIB da China.

Os formuladores de políticas agora observam se a economia chinesa, de US$ 19 trilhões, está no caminho certo para atingir a meta oficial de crescimento de cerca de 5% em 2025, sem necessidade de novos estímulos.

O PMI não manufatureiro subiu levemente para 50,1, ante 50,0 em setembro. O aumento foi sustentado por uma alta no setor de serviços, cujo índice avançou para 50,2 (de 50,1), enquanto o componente de construção recuou para 49,1, de 49,3 no mês anterior.

“Parte dessa fraqueza pode se reverter no curto prazo, mas qualquer impulso às exportações decorrente do recente ‘acordo’ comercial entre EUA e China provavelmente será modesto e os ventos contrários ao crescimento devem persistir”, afirmou Zichun Huang, economista da Capital Economics.

Nesta semana, Trump e o presidente chinês Xi Jinping concordaram em reduzir as tensões comerciais, incluindo um adiamento de um ano das tarifas recíprocas, mas o acordo pouco faz para resolver as divisões mais profundas entre as duas potências.

Isso mantém pressão sobre os formuladores de políticas chineses para encontrar formas de impulsionar uma recuperação industrial sustentável, conter a queda dos preços dos imóveis e fortalecer os laços comerciais com o restante do mundo.

Estímulo ou reforma?

O crescimento econômico da China desacelerou para 4,8% no terceiro trimestre, o ritmo mais fraco em um ano. Embora isso mantenha o país no caminho para atingir a meta anual de 5%, levanta dúvidas sobre a dependência de Pequim da demanda externa.

O Partido Comunista prometeu estimular o consumo doméstico após uma importante reunião de política na semana passada, ao mesmo tempo em que destacou esforços para reforçar o vasto sistema industrial do país.

Contudo, analistas questionam se Pequim tem algo novo a oferecer ou se está apenas recorrendo novamente ao manual tradicional, canalizando recursos para grandes empresas estatais enquanto ignora produtores privados e famílias.

Alguns economistas acreditam que não há necessidade de mais estímulos neste ano, enquanto outros veem maiores investimentos em infraestrutura como forma de garantir que a economia permaneça dentro da meta no quarto trimestre.

Isso, porém, não resolve as preocupações de longo prazo sobre a capacidade de Pequim de reorientar a economia, em que o consumo das famílias ainda fica cerca de 20 pontos percentuais abaixo da média global em relação ao PIB.

“O estímulo será apenas suficiente para atingir a meta anual e evitar que quaisquer indicadores pareçam ruins antes do início do 15º Plano Quinquenal”, disse Dan Wang, diretora para a China no Eurasia Group.

Analistas consultados pela Reuters preveem que o PMI do setor privado da RatingDog será divulgado na segunda-feira, com leitura de 50,9, abaixo dos 51,2 registrados no mês anterior.

O Estado de S.Paulo - SP   03/11/2025

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, disse nesta sexta-feira, 31, que o governo federal segue trabalhando pela suspensão temporária da tarifa extra de 40% aplicada pelos Estados Unidos a produtos brasileiros além dos 10% que já haviam sido estabelecidos.

“Todo o trabalho está sendo feito para suspender esses 40% [de tarifa] enquanto negocia”, afirmou Alckmin após participar de cerimônia de entrega de casas do Minha Casa, Minha Vida em Bauru, no interior de São Paulo.

“Eu diria que avançou muito [a negociação]. O presidente Lula esteve com o presidente Trump em Nova York lá no encontro da ONU e esteve agora na Malásia no encontro da Asean eu acho que nós vamos ter bons desdobramentos para poder avançar mais”, completou o vice-presidente.

Questionado se há previsão para nova conversa entre autoridades brasileiras e americanas, ele respondeu: “Não tem data marcada, mas eu acho que nós vamos avançar rápido”.

Alckmin também repetiu que o Brasil não é problema para os EUA. “Do G-20, das 20 maiores economias do mundo, só com três os Estados Unidos têm superávit na balança comercial: Reino Unido, Austrália e Brasil”, destacou.

Ele reforçou que, enquanto não se resolve a questão, o governo fez um conjunto de medidas para ajudar as empresas a preservar o emprego. E citou como exemplos os R$ 40 bilhões de créditos com juros de 6% a 9,5% a postergação de pagamento de tributos até dezembro, a prorrogação do regime de drawback e a criação do Reintegra a empresas que perderam exportação para os EUA.

Infomoney - SP   03/11/2025

Cresceu a aposta no mercado de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) pode encerrar o ano no teto da meta de inflação – de 4,5% – ou muito próximo dela, conforme o último boletim Focus, que indica mediana de 4,56%, e a última pesquisa Projeções Broadcast, que já aponta uma inflação de 4,51%. A perspectiva de moderação no IPCA no encerramento do ano reforça a aposta pelo início do ciclo de flexibilização monetária já em janeiro, segundo economistas, embora esse não seja o cenário-base da maioria.

O mercado de trabalho resiliente e a inflação de serviços em níveis altos – ainda que esteja em desaceleração e apresentando uma melhora qualitativa – podem ser um freio para o Banco Central na decisão de reduzir ou não a taxa Selic em janeiro.

A economista Andréa Angelo, da Warren Investimentos, considera que a desaceleração dos serviços aumenta a aposta por uma queda de juros em janeiro, de 0,25 ponto porcentual. Segundo ela, o qualitativo do IPCA mostrou melhora em setembro e na leitura do IPCA-15 de outubro. Contudo, a parte de serviços intensivos no trabalho, ligado ao mercado de trabalho, foi a única que voltou a acelerar neste mês.
Para o head de macroeconomia da Kínitro Capital, João Savignon, o cenário atual para a inflação aumenta a probabilidade de uma eventual antecipação do ciclo de cortes da taxa Selic, mas avalia que ainda é cedo para o Copom baixar a guarda e antecipar o ciclo de redução da taxa Selic. “É preciso aguardar o efeito positivo da dinâmica para gerar uma expectativa inflacionária menor, especialmente para 2027, que é o horizonte do BC. A autarquia precisa consolidar o ganho de credibilidade”, observa. A Kínitro prevê o primeiro corte na Selic entre março e abril, mas não descarta um início em janeiro.

O economista Fabio Romão, da 4intelligence, considera que a projeção do IPCA a 4,5% em 2025 será a mais frequente no mercado, visto que o cenário para ela se concretizar ficou mais provável. “Certamente as apostas de o primeiro corte na Selic ser em janeiro vão crescer, mas ainda não veremos uma moderação no mercado de trabalho neste ano”, observa.

Para ele, o IPCA deve fechar abaixo da meta – a projeção da 4intelligence é de alta de 4,52% – mas os serviços devem continuar em níveis incômodos para o BC, rodando em 6% no fim deste ano. Para 2026, o economista projeta IPCA de 4,2% e inflação de serviços de 5,4%. “É mais difícil ver uma descompressão em serviços como vimos em alimentação”, diz. A 4intelligence projeta o primeiro corte na Selic em março de 2026, de 0,25 ponto porcentual.

O economista Alexandre Maluf, da XP Investimentos, também avalia que o cumprimento do teto da meta da inflação aumenta a aposta de corte no juro básico em janeiro. “O cenário ainda está aberto, contudo, com as incertezas fiscais e o ciclo de cortes do Federal Reserve”, pontua. A corretora mantém o call de início do afrouxamento monetário em março, com uma redução de 0,50 ponto.

Ele também aponta que a melhora qualitativa da inflação de serviços traz certo alívio para o Banco Central. “Existia uma desancoragem, essa inflação de serviços rodou perto de 8%”, diz. “Mas será difícil ver uma inflação consistentemente na meta com tantos estímulos fiscais e de crédito contratados para 2026”, pondera.

IstoÉ Dinheiro - SP   03/11/2025

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, rebateu comentários de que a economia chinesa tem se mostrado mais resiliente do que as autoridade do governo Donald Trump previam. Em entrevista ao canal de televisão Fox News, ele elencou que a produção industrial da China caiu nos últimos sete meses. O recuo é visto desde que os EUA anunciaram, no chamado “Liberation Day”, tarifas contra o gigante asiático e dezenas de outros países.

Ele observou ainda que os negócios chineses com a Europa tiveram alta de 10% recentemente, mas com base em descontos. “Eles estão tentando sair dessa situação exportando. E eu acho que o que veremos é o resto do mundo se juntando a nós na construção da barreira tarifária contra a China”, afirmou.

Sobre o recente encontro entre Trump e o presidente da China, Xi Jinping, Bessent disse que espera que os chineses sejam parceiros econômicos “mais confiáveis” daqui em diante. Ele citou a negociação sobre terras raras e a questão da venda de fentanil. Enquanto a China se comprometeu a interromper o transporte de insumos para Canadá e México, Bessent apontou que o governo americano vai acompanhar o cumprimento do acordo estritamente.

CNN Brasil - SP   03/11/2025

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, disse que o país está "em forma" na economia, mas que setores já enfrentam recessão graças às políticas de juros do Fed (Federal Reserve).

Durante entrevista à CNN Internacional neste domingo (2), Bessent afirmou que outros setores "podem entrar em recessão sem novos cortes nas taxas de juros", e que o mercado imobiliário, por exemplo, pode ser um exemplo de extinção desse tipo de problema caso o Fed reduza as taxas de hipoteca.

Bessent argumentou que um dos motivos de alta de juros pelo Fed são os gastos excessivos do governo, algo que Trump, segundo o secretário, está mitigando.

"Algo que passou despercebido pelo shutdown é que para o ano fiscal, em 30 de setembro, o governo gastou menos do que o ano anterior. E porque o PIB cresceu, cujo déficit [orçamentário] foi 6,4 [%] ou 6,5, o mais alto quando nós não estávamos em guerra, nem em uma recessão, nós conseguimos trazê-lo para 5,9%", argumentou o secretário.

A autoridade citou dados do MIT (Massachusetts Institute of Technology), que aponta que 42% da inflação de 2022 vieram de excessos em gastos do governo.

"Então só nós estamos reduzindo os gastos, então eu acho que a inflação cairia. Se a inflação cai, o Fed deveria estar cortando taxas", disse Bessent.

O Estado de S.Paulo - SP   03/11/2025

A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 77,5% em agosto para 78,1% em setembro, informou o Banco Central. Em valores nominais, passou de R$ 9,620 trilhões para R$ 9,748 trilhões.

Pelo conceito do Fundo Monetário Internacional (FMI), a DBGG passou de 91% do PIB em agosto para 90,5% no mês passado. O BC começou a divulgar a estatística este ano.

O pico da série da dívida bruta no critério do BC foi alcançado em dezembro de 2020 (87,6%), devido às medidas fiscais adotadas no início da pandemia de covid-19. No melhor momento, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,5% do PIB.

A DBGG — que abrange o governo federal, os governos estaduais e municipais, excluindo o BC e as empresas estatais — é uma das referências para avaliação, por parte das agências globais de classificação de risco, da capacidade de solvência do País. Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do Brasil.

O setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais, à exceção de Petrobras e Eletrobras) teve déficit primário de R$ 17,452 bilhões em setembro, após um saldo negativo de R$ 17,255 bilhões em agosto.

O rombo foi levemente maior do que indicava a mediana da pesquisa Projeções Broadcast, negativa em R$ 17,30 bilhões. Todas as estimativas do mercado apontavam para um rombo, de R$ 19,660 bilhões a R$ 15,50 bilhões.

O déficit primário nas contas do setor público em setembro foi o maior para o mês desde 2023, quando o resultado havia sido negativo em R$ 18,071 bilhões, em valores nominais. No mesmo mês do ano passado, o setor público teve déficit de R$ 7,340 bilhões.

O governo central (Tesouro Nacional, BC e INSS) teve déficit primário de R$ 14,944 bilhões no mês passado. Estados e municípios tiveram déficit de R$ 3,504 bilhões. As empresas estatais tiveram superávit de R$ 996 milhões.

Isoladamente, os Estados tiveram déficit de R$ 5,269 bilhões, e os municípios, superávit de R$ 1,765 bilhão.

Money Times - SP   03/11/2025

O Federal Reserve não deveria ter cortado as taxas de juros esta semana e não deveria fazer isso novamente em dezembro, disse nesta sexta-feira a presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan, citando um mercado de trabalho “equilibrado” que não precisa de apoio imediato e uma inflação que permanecerá acima da meta de 2% por muito tempo.

“Essa perspectiva econômica não justificava um corte nas taxas de juros”, disse Logan em um discurso preparado para uma conferência bancária do Fed em Dallas. “Não vi necessidade de cortar as taxas esta semana. E seria difícil cortá-las novamente em dezembro, a menos que haja evidências claras de que a inflação cairá mais rápido do que o esperado ou que o mercado de trabalho esfriará mais rapidamente.”

As declarações de Logan seguem a decisão do Fed, na quarta-feira, de reduzir sua taxa básica de juros pela segunda vez neste ano em 0,25 ponto percentual, para uma faixa de 3,75% a 4%. O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a medida visa impedir uma desaceleração ainda maior do mercado de trabalho.

Segundo ele, um novo corte na taxa de juros em dezembro não é inevitável, principalmente devido à falta de dados econômicos oficiais, incluindo indicadores de inflação e desemprego, enquanto a paralisação do governo federal continua.

Logan, que este ano não tem direito a voto no comitê de política monetária do Fed, afirmou que os dados do setor privado, os pedidos de seguro-desemprego em nível estadual e a própria rede de contatos empresariais e comunitários da instituição oferecem ao banco central visibilidade da economia. Segundo ela, o panorama está longe de ser preocupante.

Logan disse que o consumo diminuiu, mas ainda supera a tendência de longo prazo; os ganhos do mercado de ações estão impulsionando a demanda das famílias mais ricas; grandes empresas estão investindo ‘entusiasticamente’ em inteligência artificial e centros de dados; e as famílias de baixa renda e empresas menores estão em situação pior, mas ainda se mantêm estáveis.

“Os riscos para o mercado de trabalho são principalmente negativos”, disse Logan, acrescentando que está acompanhando de perto os recentes anúncios de demissões e observando que uma queda repentina no mercado de ações e uma paralisação do governo mais longa do que o esperado podem representar riscos para os gastos e a atividade econômica.

“Os riscos restantes para o emprego são aqueles que podemos monitorar de perto e aos quais podemos responder caso se tornem mais prováveis de se concretizar, e não aqueles que, no momento, justifiquem medidas preventivas adicionais.”

Entretanto, ela afirmou que a inflação — embora não esteja em um nível de emergência — ainda está muito alta e lenta para retornar à meta de 2% do Fed. “Nossa obrigação com o público é cumprir esse compromisso”, disse.

Logan disse ainda que apoia a decisão do Fed desta semana de interromper a redução do seu balanço patrimonial, afirmando que as elevadas taxas do mercado monetário demonstram que o balanço está muito mais próximo do seu tamanho normal.

MINERAÇÃO

Valor - SP   03/11/2025

“Historicamente, o foco tem sido a produção de minério para consumo próprio, mas agora avançamos com planos de comercializar excedentes”, afirma Gustavo Werneck

O diretor-presidente da Gerdau, Gustavo Werneck, confirmou, nesta sexta-feira (31), os planos da empresa para a mineração. O projeto, segundo ele, é colocar em operação uma plataforma de mineração sustentável no distrito de Miguel Burnier, Ouro Preto (MG).

“Historicamente, o foco tem sido a produção de minério para consumo próprio, mas agora avançamos com planos de comercializar excedentes”, disse Werneck, em coletiva de imprensa após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2025, na noite anterior.

A projeção é que, a partir do próximo ano, a capacidade produtiva do novo projeto resulte em um excedente de cerca de 2 milhões de toneladas de minério de ferro “de alta qualidade” para venda.

Werneck reiterou que os negócios de mineração têm sido “muito importantes” para a Gerdau por mais de duas décadas, especialmente para garantir a competitividade da usina de Ouro Branco.

Entrada no mercado de forma “criteriosa e calma”

Mas o diretor-presidente ressaltou o escopo limitado do plano. “Não temos planos de virar um grande minerador. Competir com outras grandes mineradoras brasileiras como a Vale está longe do nosso plano”, disse. O objetivo, segundo ele, é aproveitar a alta qualidade dos ativos minerais e introduzir volume no mercado de forma “criteriosa e calma”.

O executivo enfatizou ainda que a empresa não tem planos de produzir minério se não for por meio de projetos “muito sustentáveis e robustos”, do ponto de vista técnico e tecnológico.

Segundo Werneck, a escolha e o desenvolvimento deste ativo seguem um “rigoroso compromisso”. Um exemplo dessa prioridade é o uso de um mineroduto para o transporte do minério até Ouro Branco, o que removerá 400 caminhões por dia da estrada.

Direitos minerários em MG

Gustavo Werneck, afirmou ainda, na teleconferência, que o direito minerário de Miguel Burnier, em Minas Gerais, é apenas um entre os vários ativos minerais da companhia no Estado. Segundo ele, trata-se de um ativo de alta qualidade e grande volume, com potencial de exploração por mais de 40 anos.

“A quantidade de minério nesse ativo específico é muito grande, e ainda temos a possibilidade, no futuro, de lavrar mais minério”, afirmou o executivo durante teleconferência com analistas.

Ele acrescentou que a Gerdau detém outros direitos minerários relevantes no Estado, o que dá flexibilidade para ampliar a produção sem necessidade de novos investimentos de capital. “Se entendermos que isso é uma oportunidade, nós não dependeríamos de desembolso de ‘capex’ para comprar direitos minerários”, disse.

O projeto de mineração de Miguel Burnier já atingiu 90% de progresso físico e deve iniciar sua operação integrada no início de 2026, segundo o presidente.

De acordo com o diretor financeiro, Rafael Japur, o projeto deve gerar ganhos crescentes de eficiência a partir do início da operação. A expectativa é de redução de R$ 400 milhões em custos já no primeiro ano e de até R$ 1,1 bilhão anuais a partir de 2027, considerando o preço do minério em torno de US$ 100 por tonelada.

Esses resultados, afirmou Japur, reforçam o posicionamento da Gerdau como uma produtora de aço integrada e com base sólida em recursos próprios.

Investing - SP   03/11/2025

Os contratos futuros do minério de ferro caíram nesta sexta-feira, prejudicados pela diminuição da demanda e pelo aumento dos estoques na China, mas as esperanças de um acordo comercial entre as duas maiores economias do mundo mantiveram os preços no caminho certo para ganhos semanais e mensais.

O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou a sessão do dia com queda de 0,56%, a 800 iuanes (US$112,31) a tonelada. O contrato registrou um ganho semanal de 3,7%.

O minério de ferro de referência de dezembro na Bolsa de Cingapura recuava 0,19%, para US$106,25 a tonelada, mas na semana subiu 2,4% até o momento.

Ambos os índices de referência registraram um ganho mensal próximo de 2% com o otimismo associado a um acordo comercial após reunião entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, na quinta-feira.

Após a reunião, Trump disse que havia concordado com Xi em reduzir as tarifas sobre a China em troca de Pequim reprimir o comércio ilícito de fentanil, retomar as compras de soja dos EUA e manter o fluxo de exportações de terras raras.

Os fatores de impulso macroeconômico perderam força após a reunião entre Trump e Xi, disseram analistas da corretora First Futures. Porém, como isso já havia sido totalmente precificado, os investidores voltaram a se concentrar nos fundamentos de mercado enfraquecidos do principal ingrediente da fabricação de aço.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios.

A produção média diária de metal quente, um indicador da demanda de minério de ferro, caiu 1,5% em relação à semana anterior, para 2,36 milhões de toneladas em 30 de outubro, enquanto os estoques portuários aumentaram 0,8% no mesmo período, segundo dados da consultoria Mysteel.

Os dados pessimistas pressionaram ainda mais os preços, com a atividade fabril da China encolhendo pelo sétimo mês em outubro, segundo uma pesquisa oficial divulgada na sexta-feira.

Valor - SP   03/11/2025

Gustavo Pimenta reitera ainda que a construção do projeto de cobre de Bacaba, em Canaã dos Carajás (PA), deve começar nos próximos meses

O presidente da Vale, Gustavo Pimenta, afirmou, nesta sexta-feira (31), que a missão da empresa de ter um portfólio mais resiliente continua “sólida”. Em teleconferência com analistas sobre o resultado do terceiro trimestre, Pimenta destacou que a empresa está no caminho para entregar todas as metas de produção (“guidances”) este ano.

“Esses resultados me dão muita confiança no futuro da Vale e no valor que estamos criando, não apenas para os nossos acionistas, mas para a sociedade”, disse Pimenta na teleconferência.

O executivo frisou ainda que a construção do projeto de cobre de Bacaba, em Canaã dos Carajás (PA), deve começar nos próximos meses, após a emissão para a licença de construção. Em junho, a empresa obteve a licença prévia para o projeto.

Estoques de minério de ferro

O vice-presidente executivo de finanças da Vale, Marcelo Bacci, ressaltou, que a empresa espera que os estoques de minério de ferro existentes se convertam em venda nos próximos trimestres para maximizar valor.

O executivo acrescentou que o custo C1 da empresa — que considera o custo da mina ao porto, sem frete — deve aumentar no quarto trimestre, considerando fatores como a taxa de câmbio.

“O custo de produção a partir desse trimestre, juntamente com taxas de câmbio menos favoráveis comparadas ao ano passado, são fatores importantes a se considerar quando estimamos nosso custo C1 no quarto trimestre, cuja expectativa é de aumento na comparação anual”, disse Bacci.

Produto de médio teor de minério de ferro de Carajás

Já o vice-presidente executivo comercial e de desenvolvimento da Vale, Rogério Nogueira, afirmou que as vendas do produto de médio teor de minério de ferro de Carajás atingiram o volume de 30 milhões de toneladas. Segundo ele, a empresa enxerga potencial para aumentar as vendas de minério.

“Vamos continuar flexibilizando portfólio com base na demanda”, afirmou Nogueira.

Vale Base Metals (VBM)

O presidente da Vale Base Metals (VBM), Shaun Usmar, ressaltou que a companhia caminha para produção recorde nas minas de cobres de Salobo e Sossego, no Pará. O executivo afirmou que os ativos têm em 2025 as melhores operações em cinco anos.

Usmar também destacou a obtenção da licença prévia no projeto de cobre de Bacaba, no Pará. “Conseguimos com o governo acelerar os trabalhos em Bacaba”, disse, acrescentando que a companhia trabalha para acelerar os projetos com baixa intensidade de capital.

Segundo ele, a ideia é trabalhar com os governos para reduzir o tempo para a obtenção das licenças.

Demanda por pelotas

Rogério Nogueira afirmou, ainda, que a demanda por pelotas deve aumentar no fim do ano que vem, com a adoção de mais fornos elétricos pelas siderúrgicas.

Segundo ele, a empresa precisa passar pelo atual momento de alta exportação de aço por parte da China. Esse aumento vem afetando o mercado siderúrgico em várias partes do mundo, com a adoção de barreiras protecionistas por parte de diversos países, inclusive o Brasil.

"Vamos conseguir chegar lá com o que temos”

Ainda na teleconferência, Gustavo Pimenta afirmou que a empresa vai recuperar a posição de maior mineradora de minério de ferro do mundo se mantiver o atual desempenho operacional. Ele disse que ainda há oportunidades para que a empresa destrave valor para os acionistas e frisou que os principais concorrentes da empresa brasileira têm intensidade de capital maior que a da Vale.

O executivo reiterou, ainda, que a companhia não precisa recorrer a fusões ou aquisições para conseguir cumprir as metas previstas. “Vamos conseguir chegar lá com o que temos”, afirmou.

Em rumo de fechar 2025 como maior mineradora de ferro do mundo

Marcelo Bacci também voltou a dizer que a companhia deve fechar o ano como maior mineradora de ferro do mundo. Conforme o executivo, a Vale tem melhorado a posição em relação às pares: “Volume não é tudo, mas a escala é muito importante”.

Bacci também disse que a companhia tem percebido uma menor demanda por pelotas a curto prazo, o que levou a mineradora a reduzir a produção. No entanto, o executivo reforçou que, a médio e longo prazos, o cenário é de melhora, dada a perspectiva de descarbonização.

“Demanda a curto prazo por pelotas está pressionada pela baixa rentabilidade da cadeia. Reduzimos a produção para atender a essa demanda menor, que não remunera o capital. Esperamos recuperação gradual de demanda por pelotas em 2026 e 2027”.

Valor - SP   03/11/2025

Gustavo Pimenta também espera uma solução para “logo” do caso que tramita na Justiça do Reino Unido sobre o rompimento da barragem da Samarco

O presidente da Vale, Gustavo Pimenta, afirmou, em teleconferência com analistas sobre os resultados do terceiro trimestre, que a empresa está “feliz” com o progresso sobre a Samarco.

A Samarco — joint venture entre Vale e BHP Billiton para a produção de pelotas — deixou a recuperação judicial este ano e, segundo Pimenta, pode chegar a uma produção de 28 milhões de toneladas de pelotas em alguns anos.

“A Samarco é um ativo que gostamos muito, é estratégico”, disse Pimenta.

O executivo também comentou que espera uma solução “logo” do caso que tramita na Justiça do Reino Unido sobre o rompimento da barragem da Samarco. Segundo Pimenta, 300 mil pessoas já desistiram do processo na Justiça britânica e retornaram para o processo no Brasil.

Pimenta ressaltou que o processo no Reino Unido pode ter algum impacto nos números, mas destacou que parte dele já foi resolvida.

AUTOMOTIVO

IstoÉ Dinheiro - SP   03/11/2025

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) comemorou a abertura de diálogo com a China para liberar as exportações de semicondutores ao Brasil. O governo chinês concordou em analisar a concessão de autorização especial às empresas brasileiras que estiverem com dificuldades para importar os chips.

A medida abre caminho para o fim do embargo às importações de semicondutores da Nexperia, que pode levar ao desabastecimento dos fornecedores de autopeças no país e a consequente paralisação da indústria automotiva.

Segundo informe feito neste sábado, 1º de novembro, à Anfavea pelo Embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, as empresas brasileiras poderão solicitar exceção ao embargo por meio da Embaixada ou diretamente com o Ministério do Comércio da China. A China concederá a licença para importação a partir da análise de cada caso.

A Anfavea agradece o empenho do vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, que prontamente se dispôs a buscar uma solução diante do quadro exposto pela Anfavea de riscos concretos ao setor automotivo.

“A rápida resposta do governo brasileiro frente ao alerta feito pela Anfavea permitiu a abertura de canais de diálogo antes de o pior cenário se concretizar, que é o de paralisação de fábricas no país. Vamos acompanhar os desdobramentos nos próximos dias e dar suporte às empresas da cadeia de suprimentos para que possam restabelecer as compras dos semicondutores o mais rápido possível e normalizar o envio de peças às fabricantes”, afirmou Igor Calvet, presidente da Anfavea.

Entenda o caso

Em outubro, o governo holandês tomou o controle da Nexperia, subsidiária da fabricante de semicondutores chinesa Wingtech. Como resposta, a China bloqueou as exportações dos chips vendidos pela empresa. O efeito colateral desta medida foi a interrupção do fornecimento de semicondutores da Nexperia às empresas da cadeia de autopeças no Brasil.

Os chips da Nexperia são usados em peças que compõem os veículos de todas as fabricantes e, como há poucas fornecedoras globais de semicondutores, não há outras opções desses componentes no mercado.

As fabricantes notificaram as empresas brasileiras de que, se nada fosse feito, a produção de peças teria de ser interrompida em poucas semanas, levando à consequente paralisação das fábricas de veículos no país.

Em audiência na terça-feira passada, a Anfavea solicitou ao governo brasileiro que buscasse com a China uma forma de deixar o Brasil de fora do embargo.

Valor - SP   03/11/2025

Os compradores de carros americanos acabaram de perder os benefícios fiscais federais para veículos elétricos. Os incentivos chineses também estão diminuindo. Isso deve pressionar as vendas de carros elétricos em outro mercado-chave para a Tesla.

Até agora, em 2025, as vendas de veículos elétricos têm sido consistentes. Em outubro, a NIO entregou um recorde de 40.397 carros, um aumento de 93% em relação aos 20.976 entregues em outubro de 2024.

A XPeng entregou um recorde de 42.013 veículos, um aumento de 76% em relação aos 23.917 entregues em outubro de 2024.

A Li Auto entregou 31.767 veículos, uma queda de 38% em relação aos 51.443 entregues em outubro do ano anterior.

Wall Street tem recompensado o crescimento ultimamente. No início do pregão de segunda-feira, as ações da NIO e da XPeng estavam em alta de 66% e 99%, respectivamente, no acumulado do ano. As ações da Li caíram 13%.

A líder chinesa em veículos elétricos, BYD, entregou 222.559 carros totalmente elétricos em outubro, um aumento de 17% em relação ao mesmo período do ano anterior. Juntas, as quatro montadoras venderam 336.736 carros totalmente elétricos, um aumento de 18% em relação ao ano anterior.

As vendas de veículos elétricos estão boas, mas a BYD entregou um total de 441.706 veículos, incluindo híbridos plug-in, uma queda de 11% em relação ao ano passado. Além disso, exportou 83.542 veículos, um aumento de 188% em relação ao ano anterior, o que significa que as vendas domésticas foram de 358.164 veículos, uma queda de 24% em relação ao ano passado.

O mercado chinês de carros novos parece estar desacelerando. Isso não é bom para as montadoras chinesas, nem para a Tesla. Esta última tem muitos negócios no país: as vendas na China representaram mais de 20% da receita da Tesla em 2024.

A Tesla não divulga vendas mensais nem por região, obrigando os investidores a depender de fontes do setor. Até setembro, a Tesla vendeu cerca de 438.000 veículos na China, uma queda de 5% em relação ao ano anterior, o que coloca a empresa a caminho de sua primeira queda anual de vendas na China.

A China representou cerca de 36% das vendas de veículos da Tesla em 2025, um nível semelhante ao registrado nos três primeiros trimestres de 2024.

A concorrência de outros fabricantes de veículos elétricos e a desaceleração do mercado dificultarão a recuperação dessa diferença no quarto trimestre. A situação também não deve melhorar em 2026.

“De acordo com políticas previamente divulgadas por autoridades chinesas, a isenção do imposto sobre a compra de [Veículos de Nova Energia] será reduzida pela metade em 2026", escreveu o analista do Citi, Jeff Chung, em um relatório recente. O resultado potencial é a queda nas vendas no primeiro semestre de 2026, acrescentou ele.

Os cortes nos subsídios chineses ocorrem em um momento em que o governo federal eliminou o crédito tributário de US$ 7.500 para a compra de veículos elétricos em setembro. A corrida dos compradores para aproveitar o prazo de validade fez com que os veículos elétricos representassem um recorde de 12% das vendas de carros novos nos EUA em setembro. A Tesla vendeu um recorde de 497.099 veículos no terceiro trimestre, um aumento de 7% em relação ao ano anterior, incluindo 179.525 carros nos EUA, um aumento de 8% em relação ao ano anterior.

O que acontecerá no quarto trimestre e nos trimestres seguintes é algo que preocupa os investidores agora.

Antes do início do pregão de segunda-feira, as ações da BYD e da Tesla estavam em alta de cerca de 13% no acumulado do ano.

Globo Online - RJ   03/11/2025

A Volkswagen anunciou nesta sexta-feira (31) que todos os modelos de veículos produzidos na América Latina a partir de 2026 terão versões híbridas. Os portfólios terão versões de carros híbridos leves (MHEV), híbridos plenos (HEV) e híbridos plug-in (PEV).

– Teremos uma solução completa, democratizando a eletrificação e o acesso a tecnologias avançadas de segurança, conectividade e inteligência artificial. O aporte de R$ 2,3 bilhões, viabilizado pelo BNDES, acelera a transição energética e tecnológica da Volkswagen do Brasil e fortalece ainda mais a nossa engenharia. Estamos atuando para impulsionar a indústria nacional, que desenvolve e produz carros aqui, gerando empregos e acelerando a economia — declarou o presidente da Volkswagen do Brasil, Ciro Possobom, nesta sexta-feira, durante evento na fábrica em São Bernardo do Campo (SP).

Segundo o CEO da empresa, a produção de carros elétricos não está nos planos da Volks no momento.

Para colocar em prática a empreitada híbrida da empresa, a fábrica Anchieta, localizada em São Bernardo do Campo, será responsável pela produção do primeiro carro baseado em uma nova plataforma, a MQB37, que permite a adoção de sistemas eletrificados, ao contrário da plataforma anterior, a MQB27, responsável pela produção de veículos como T-Cross e Polo, cujos modelos não puderam receber versões híbridas.

– Essas operações reafirmam o compromisso da Volkswagen com o desenvolvimento sustentável e tecnológico do Brasil. Ao viabilizar investimentos em eletrificação, digitalização e conectividade, reforçamos nossa parceria com o BNDES e contribuímos para a consolidação de uma nova indústria nacional, mais inovadora, verde e preparada para ampliar sua presença nas exportações e na integração global da cadeia automotiva – afirmou o diretor financeiro da marca, Rafael Teixeira.

A cerimônia de apresentação contou com a presença do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloisio Mercadante. A instituição foi responsável pela liberação de uma linha de crédito de R$ 2,3 bilhões. Ao todo, a Volks diz investir, até 2028, R$ 20 bilhões na América do Sul, sendo R$ 16 bilhões no Brasil.

– Essa é uma indústria inovadora. É engenharia brasileira indo para o mundo – disse Alckmin.

O Estado de S.Paulo - SP   03/11/2025

O governo chinês abrirá canais de diálogo com o setor automotivo brasileiro para evitar o desabastecimento de chips, essenciais à produção de carros flex no Brasil. Segundo nota do governo federal divulgada neste sábado, 1º, o embaixador da China no Brasil, Zhu Quingqiao, informou o vice-presidente Geraldo Alckmin sobre a decisão. Na conversa com o embaixador, Alckmin pediu prioridade no fornecimento dos chips às companhias brasileiras.

Na última terça-feira, 28, Alckmin reuniu-se com entidades do setor que pediram apoio ao governo brasileiro para dialogar com Pequim e evitar que o País fosse prejudicado. Participaram do encontro a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a Associação Brasileira da Indústria de Autopeças (Abipeças) e o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).

“A cadeia automotiva emprega 1,3 milhão de pessoas e tem impacto direto em outros setores, como siderúrgico, químico, plástico e borracha. Ainda temos de ver como isso se dará na prática, mas hoje demos um passo importante para que indústria automotiva brasileira continue crescendo e gerando empregos de qualidade”, afirmou o vice-presidente.

O setor sentiu-se ameaçado após a decisão da China de restringir as exportações de minerais raros, semicondutores e chips, em retaliação às medidas protecionistas dos Estados Unidos e da Europa no segmento tecnológico. A Holanda interveio em uma empresa chinesa que opera no país e detém 40% do mercado mundial de chips usados pela indústria automotiva. Em seguida, o governo chinês impôs as novas restrições.

A Anfavea comemorou a abertura de diálogo com a China para liberar as exportações de semicondutores ao Brasil. Segundo informe feito neste sábado à Anfavea pelo Embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, as empresas brasileiras poderão solicitar exceção ao embargo por meio da Embaixada ou diretamente com o Ministério do Comércio da China. A China concederá a licença para importação a partir da análise de cada caso.

A Anfavea agradeceu o empenho de Alckmin, por se dispor a buscar uma solução diante de riscos concretos ao setor automotivo.

“A rápida resposta do governo brasileiro frente ao alerta feito pela Anfavea permitiu a abertura de canais de diálogo antes de o pior cenário se concretizar, que é o de paralisação de fábricas no país. Vamos acompanhar os desdobramentos nos próximos dias e dar suporte às empresas da cadeia de suprimentos para que possam restabelecer as compras dos semicondutores o mais rápido possível e normalizar o envio de peças às fabricantes”, afirmou Igor Calvet, presidente da Anfavea.

Entenda o caso

Em outubro, o governo holandês tomou o controle da Nexperia, subsidiária da fabricante de semicondutores chinesa Wingtech. Como resposta, a China bloqueou as exportações dos chips vendidos pela empresa. O efeito colateral desta medida foi a interrupção do fornecimento de semicondutores da Nexperia às empresas da cadeia de autopeças no Brasil.

Os chips da Nexperia são usados em peças que compõem os veículos de todas as fabricantes e, como há poucas fornecedoras globais de semicondutores, não há outras opções desses componentes no mercado.

As fabricantes notificaram as empresas brasileiras de que, se nada fosse feito, a produção de peças teria de ser interrompida em poucas semanas, levando à consequente paralisação das fábricas de veículos no país.

Em audiência na terça-feira passada, a Anfavea solicitou ao governo brasileiro que buscasse com a China uma forma de deixar o Brasil de fora do embargo.

CONSTRUÇÃO CIVIL

O Estado de S.Paulo - SP   03/11/2025

Localizado às margens do km 18,5 da Rodovia Raposo Tavares, na Zona Oeste da capital paulista, a RZK Empreendimentos, braço imobiliário do Grupo Rezek, é o maior conjunto habitacional de uso misto da América Latina, com previsão de 22 mil moradias até 2030, capacidade para receber 80 mil pessoas. Ainda em desenvolvimento, o projeto é voltado à moradia popular e já entregou mais de 4.490 unidades, com outras 7.332 em construção.

Os prédios contam com áreas comuns com itens como playgrounds, salões de festas, brinquedotecas e academias. Já os apartamentos têm cerca de 40 metros quadrados (m²) e dois quartos. Hoje, cerca de 10 mil pessoas já moram no Reserva Raposo. Quando ficar pronto, o projeto terá 124 prédios e Valor Geral de Vendas de mais de R$ 5 bilhões.

Ao contrário do que é praxe no mercado imobiliário, em que a maioria dos apartamentos são entregues no contrapiso e sem acabamentos, as unidades do empreendimento são entregues com 100% do piso, área molhada revestida, e itens instalados, como chuveiro, box de vidro, espelho, ventilador de teto na sala, assento sanitário e luminárias. De acordo com Verena Balas, diretora de incorporação no Grupo Rezek, o objetivo é que a família possa se mudar imediatamente.

“O Raposo sempre foi sobre um projeto de transformação social e a ferramenta utilizada foi a incorporação imobiliária”, afirma Verena.

A diretora conta que o terreno do empreendimento, que tem 450 mil m², era antes ocupado por uma gráfica, que se mudou para outra unidade construída pela própria RZK Empreendimentos, liberando o espaço para erguer os edifícios de moradia popular.

Como se trata de um empreendimento de moradia social, grande parte via Prefeitura de São Paulo e CDHU (além do financiamento por meio do programa Minha Casa, Minha Vida no caso das unidades vendidas ao mercado), os preços ficam limitados a cerca de R$ 210 mil.

Como contrapartida da obra, o bairro tem mais de 65 mil m² de área verde preservada, e está em andamento a construção de um Parque Linear, com o plantio de 900 árvores. Além disso, o empreendimento também terá comércios, creches e UBS. Por meio de uma associação de moradores, há videomonitoramento e seguranças em todo o condomínio.

Segundo Verena, com a conclusão do projeto em SP, o próximo será no bairro de Santa Maria, em Brasília, em um terreno com 2 milhões de metros quadrados.

Para o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Valter Caldana, a cidade de São Paulo enfrenta o problema de déficit habitacional e projetos como o Reserva Raposo são bem-vindos. Entretanto, o tamanho do empreendimento tem um risco e requer a sincronia da construção com a implantação das políticas e serviços públicos.

“Qualquer vacilo, qualquer hesitação nessa implantação, teremos uma situação muito próxima do colapso. Não do colapso do empreendimento, mas do colapso sistêmico na região”, diz.

Caldana avalia como positiva a abordagem do empreendimento em ser aberto, ou seja, não ser um condomínio fechado, como é comum em projetos para classe média alta.

Procurado, o Governo de São Paulo informou que já entregou três mil moradias financiadas pela CDHU no conjunto Reserva Raposo, na Zona Oeste da capital, com investimento total de R$ 540 milhões. Somente em 14 de outubro deste ano, foram entregues 350 unidades, enquanto outras 1.046 seguem em construção, somando mais R$ 188 milhões em recursos — o que eleva o aporte total para R$ 728 milhões.

As moradias são viabilizadas por meio da modalidade Carta de Crédito Associativo (CCA), que permite maior agilidade na produção habitacional ao envolver o setor privado. Nesse modelo, o poder público realiza chamamentos de empreendimentos prontos, em andamento ou com licenciamento aprovado, acelerando o atendimento à demanda por habitação.

“No caso do Reserva Raposo, a concepção do empreendimento prevê, além das moradias projetadas pela iniciativa privada, a instalação de serviços públicos, como equipamentos de saúde, educação, lazer e mobilidade, além de espaços para comércio que transformem o território em uma nova centralidade, não apenas servindo como uma cidade dormitório”, informou o governo, em nota.
Trânsito

Uma reclamação comum dos moradores do entorno da Raposo Tavares é o trânsito. Além dos engarrafamentos diários, a rodovia também tem oferta restrita de transporte coletivo, limitada aos ônibus, que também ficam presos no trânsito.

A chegada de mais 80 mil pessoas tende a agravar a situação, apesar de o poder público informar que tem planos de expandir a quantidade de ônibus na região. O maior impacto deve ser no trecho da rodovia entre a capital e a Granja Viana.

Prevendo isso, o próprio empreendimento construiu um terminal rodoviário como contrapartida das obras, mas as linhas de ônibus que passarão por ali ainda não foram definidas. Acima do terminal, a empresa está construindo também um shopping e 1,5 mil apartamentos residenciais.

O entrave enfrentado pela RZK agora é o trânsito da Raposo. Recentemente, o governador Tarcísio de Freitas anunciou a implementação de pedágios na rodovia, que devem impactar os moradores no acesso à Cotia.

Procurada, a prefeitura da capital paulista disse que prepara um planejamento para a mobilidade urbana do empreendimento, mas ainda não tem linhas de ônibus definidas para o novo terminal que fará parte do Reserva Raposo.

“A Secretaria Municipal de Mobilidade e Transporte (SMT) e a SPTrans informam que as linhas de ônibus que atenderão o novo terminal serão definidas com base na demanda identificada no início das atividades. A SPTrans realiza monitoramento contínuo da operação de transporte na região, considerando a dinâmica urbana e os principais pontos de interesse dos futuros moradores do empreendimento. Esses dados são essenciais para subsidiar os estudos técnicos e orientar as decisões relacionadas à operação do transporte público no local”, informou a prefeitura.

Para Caldana, problemas de infraestrutura na região (água, energia, esgoto) podem ser ainda mais sérios do que o trânsito. A interface entre o novo empreendimento e a rede existente é motivo de grande preocupação. Ele critica a ideia de empreendimentos fechados, clausurados em si mesmos, que criam falsas ilhas de tranquilidade.

“Agora, por outro lado, a questão da segurança privada é uma discussão que efetivamente extrapola este empreendimento. Hoje no Brasil, em São Paulo particularmente, nós temos a privatização da segurança já há décadas, e é uma privatização crescente”, diz o professor.

O Reserva Raposo foi inicialmente concebido em 2014, seguindo as diretrizes do então recém-aprovado plano diretor de São Paulo. Porém, o desenvolvimento do projeto passou por diversos entraves.

Em 2018, o empreendimento virou alvo de uma batalha judicial sobre licenciamentos ambientais. A Justiça chegou a paralisar as obras, mas o Grupo Rezeke conseguiu reverter a decisão.

Em 2022, o fundo de investimento imobiliário NVRP11, criado para financiar o desenvolvimento do Reserva Raposo, registrou uma queda superior a 60% no valor de suas cotas. O desempenho refletiu as dificuldades enfrentadas pela construtora na execução das obras, em um contexto marcado pela alta dos juros, pelos efeitos remanescentes da pandemia e pela escassez de linhas de financiamento.

De acordo com o site da gestora Tivio Capital, responsável pelo fundo, o valor da cota era de R$ 1,2 mil em novembro de 2020 e atualmente vale R$ 150. Procurada, a Tivio não respondeu ao contato da reportagem.

Em maio deste ano, vídeos publicados nas redes sociais mostraram vazamentos de água em apartamentos e áreas comuns do Reserva Raposo, causando estragos nos imóveis. Segundo a RZK, os casos foram pontuais, ocorreram em dezembro de 2024 e foram resolvidos com os proprietários.

“A unidade foi totalmente recuperada — a construtora solucionou 100% dos itens danificados, incluindo a troca integral das paredes — em apenas cinco dias. Desde então, não houve novo registro de ocorrência", informou a empresa.

Jornal de Brasília - DF   03/11/2025

O Governo do Distrito Federal (GDF) vai investir mais de R$ 6,1 milhões na construção da rodoviária do Jardim Botânico, que promete trazer mais qualidade e eficiência ao transporte público coletivo da região. As empresas interessadas em participar da concorrência para elaboração do projeto e execução da obra poderão apresentar propostas até 3 de fevereiro de 2026.

As condições do processo estão descritas no edital de licitação publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) desta sexta-feira (31). O documento também está disponível na página da Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob-DF) e no Portal de Compras do GDF.

De acordo com o secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno Gonçalves, o projeto é estratégico para o sistema de transporte do DF.

“É uma obra importante, que vai beneficiar mais de 40 mil passageiros por dia e gerar cerca de 50 empregos. Estamos lançando este edital agora e esperamos concluir a fase burocrática ainda no primeiro semestre de 2026 para iniciar a obra logo em seguida”, destacou.
Estrutura moderna e segura

O terminal será construído no Setor Habitacional Mangueiral, próximo à Avenida Pau-Brasil, em um terreno de 4.983,69 m². O projeto arquitetônico foi concebido com foco em segurança, acessibilidade e funcionalidade, separando os fluxos de pedestres, carros e ônibus para evitar cruzamentos e reduzir riscos de acidentes.

A rodoviária será composta por três módulos principais, distribuídos em uma plataforma de 1.025,20 m²:
Módulo A: atendimento ao público, com bilheteria, sanitários, área de limpeza e sala de resíduos sólidos; Módulo B: sanitários acessíveis para pessoas com deficiência (PcDs), lanchonete, copa, sala técnica e áreas de apoio operacional; Módulo C: sala de segurança, bicicletário e espaço para serviços do GDF, além de infraestrutura para captação de água da chuva e sistemas de abastecimento. Embarque, desembarque e estacionamento

A nova rodoviária contará com oito baias de embarque e desembarque do tipo “espinha de peixe”, dispostas em ângulo de 30 graus, com corredor de acesso de 1,50 metro para facilitar o fluxo de passageiros.

A área de estocagem terá nove baias destinadas ao estacionamento de ônibus em marcha a ré, otimizando as operações. O estacionamento para usuários contará com 15 vagas para carros, sendo duas para idosos e duas para pessoas com deficiência, além de seis vagas exclusivas para motos.

Com o investimento, o GDF reforça seu compromisso com a modernização do transporte público, priorizando acessibilidade, conforto e segurança para os passageiros do Jardim Botânico e regiões próximas.

FERROVIÁRIO

Exame - SP   03/11/2025

As obras do Trem Intercidades entre São Paulo e Campinas começarão em maio do próximo ano, segundo Pedro Moro, CEO da TIC Trens, concessionária responsável pela construção e operação do primeiro ramal entre cidades do estado de São Paulo, além da gestão da Linha 7-Rubi.

"Vamos protocolar o pedido de licença ambiental para esse trecho em breve", afirma Moro, o 21º entrevistado do EXAME Infra, podcast realizado pela EXAME em parceria com a empresa Suporte.

A construção será iniciada pelo trecho entre Jundiaí e Campinas, considerado greenfield — ou seja, uma obra feita do zero.

O maior desafio da construção está no trecho entre Jundiaí e São Paulo, cuja execução está prevista para começar em abril de 2027. Essa parte da linha impactará diretamente a Linha 7-Rubi, exigindo intervenções em estações já existentes.

"Começamos com algumas intervenções em estações que já conseguimos executar sem impacto do TIC. Para a passagem do TIC e das cargas, será preciso mudar ou ampliar os acessos da estação para outros lados", afirma.

Moro detalha ainda que o projeto tem longa data. Versões anteriores, discutidas por gestões passadas do governo de São Paulo, chegaram a prever que o traçado passaria próximo a rodovias estaduais.

"É um projeto que vem sendo rediscutido desde os anos 1990. Tinha uma proposta superinteressante que era fazer no leito da rodovia dos Bandeirantes", diz.

TIC Trens tem interesse no leilão das linhas 10-Turquesa e 14, diz CEO
Tempo será o diferencial, diz CEO

Com início de operação previsto para 2031, Moro acredita que o serviço terá alta demanda, principalmente pela previsibilidade de horários. O preço médio da passagem deve variar entre R$ 50 e R$ 64.

"Acreditamos que essa tarifa é extremamente competitiva em relação aos ônibus regulares, fretados e o transporte individual. O grande ponto do uso do TIC é o ganho de tempo. O passageiro terá previsibilidade do horário de saída e chegada. Isso é um fator muito importante", afirma.

Segundo o CEO da TIC Trens, hoje uma pessoa que sai de Campinas rumo ao centro de São Paulo de carro gasta pelo menos duas horas no horário de pico. A viagem de trem entre as duas cidades levará cerca de uma hora, com estação final na Água Branca, que contará com integração ao metrô.

"Fazer esse trajeto em uma hora, que é o tempo estimado e definido no edital, sabendo que pode comprar a passagem com antecedência e viajar com conforto", diz.

A expectativa é que até 45 mil passageiros utilizem o serviço por dia. Moro afirma que todo o sistema foi projetado para atender os horários de maior demanda, mas destaca que o conceito de um trem com horário marcado é diferente da rotina atual de transporte coletivo.

"Ao passo que 80% dos passageiros de metrô, trem e ônibus têm como destino o trabalho, no trem entre São Paulo e Campinas imaginamos que haverá, sim, um percentual muito alto voltado ao trabalho, mas também outros N fatores — de shows a compromissos médicos", afirma.

O Estado de S.Paulo - SP   03/11/2025

O governo federal lançou, nesta sexta-feira, 31, o edital para a retomada das obras da Ferrovia Transnordestina, em Pernambuco. A licitação prevê um investimento de R$ 200 milhões para a execução das obras em um trecho de 73 quilômetros entre os municípios de Custódia e Arcoverde.

O trecho, identificado como Lote SPS 04, faz parte do traçado estratégico que liga Salgueiro ao Porto de Suape e abrange também os municípios de Sertânia e Buíque. A retomada do ramal pernambucano foi incluída no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A expectativa é de que as obras deste lote gerem aproximadamente 6 mil empregos diretos e indiretos, com um prazo de contrato estipulado em 57 meses.

Em Pernambuco, 179 quilômetros da ferrovia já estão concluídos, o que representa 38% do total da obra no Estado. Os editais dos trechos SPS 05 e SPS 07 serão lançados no próximo ano, segundo o ministro dos Transportes, Renan Filho, que participou do lançamento nesta sexta-feira, 31. Também estiveram presentes os ministros Silvio Costa Filho (de Portos e Aeroportos) e Frederico Siqueira (das Comunicações).

A Transnordestina é considerada o principal projeto estruturante do governo federal na Região Nordeste, com um investimento total estimado em R$ 14,9 bilhões.

A ferrovia completa terá mais de 1,2 mil quilômetros de extensão, de Eliseu Martins (PI) ao Porto do Pecém (CE), com o ramal pernambucano se estendendo até o Porto de Suape, atravessando um total de 53 municípios.

O objetivo do projeto é reduzir os custos logísticos, ampliar a capacidade de escoamento de mercadorias, como grãos e minérios, e estimular o desenvolvimento econômico de toda a região.

NAVAL

A Tribuna - SP   03/11/2025

Segurança jurídica nos contratos e simplificação regulatória para quem investe ou quer investir nos portos do Brasil, que são as premissas do Projeto de Lei (PL) 733/2025, de revisão do Marco Legal portuário, nortearam as explanações no painel “Portos inteligentes, concessões e compliance regulatória. A importância do PL 733/2005 para o setor portuário brasileiro”, nesta sexta-feira (31), no segundo e último dia do 3º Simpósio de Direito Marítimo, realizado em Santos.

A gerente de Jurídico & Compliance da Brasil Terminal Portuário (BTP), Gabriela Heckler, destacou que qualquer investimento complementar fora do contrato deve ser feito “por conta e risco do investidor”, exemplificando que até a aquisição de equipamentos mais modernos, capazes de aumentar a produtividade, enfrenta barreiras contratuais.

“Se nós queremos ser ainda mais competitivos e trazer um equipamento que, ao invés de fazer 115 movimentos por hora, vai fazer 140, é muito difícil”, afirmou. Segundo ela, a cláusula que trata desse tipo de investimento limita a capacidade de inovação e modernização das operações.

A gerente também reforçou que as rubricas previstas nos contratos de concessão precisam ser respeitadas, pois foram “contratualmente compromissadas com o Governo Federal”. Porém, Gabriela ressaltou que o setor segue avançando, mesmo com entraves regulatórios.

“Apesar de todos os percalços do investimento portuário, seguimos investindo, crescendo, e ao final quem ganha é o Porto de Santos, é o Brasil, é a competitividade, é a produtividade”. Para ela, discutir e encerrar essas pendências é essencial “para que a gente possa investir e, também, atrair investimentos para os novos arrendamentos”.

A diretora jurídica do Grupo Wilson Sons, Roberta Carvalhal, disse que o PL 733 representa uma oportunidade de estímulo aos investimentos privados, mas exige um debate técnico e sem preconceitos. “Precisamos impulsionar investimentos, simplificar o modelo de aprovação e adequar os prazos de vigência dos contratos de arrendamento”.

Roberta defende uma das propostas do PL sobre contratos de arrendamento prorrogáveis até 70 anos. “Muitos contratos firmados no fim dos anos 1990 e início dos 2000 vencerão simultaneamente, o que pode gerar um ‘apagão dos portos’ se não houver planejamento. É importante explicar que investimentos de longo prazo são bons e que precisam ser remunerados. O setor portuário precisa deixar de ter o estigma de ser uma barreira ao crescimento do País”, concluiu.

Sócio do Escritório Salomão Advogados, Pedro Neiva, que foi o moderador do painel, pontuou que o setor portuário enfrenta desafios recorrentes a cada novo marco legal (Lei 8.630/1993, Lei 12.815/2013 e PL 733/2025), com alterações que afetam a segurança jurídica e a capacidade de investimento das empresas.

Segundo ele, o debate atual sobre o novo marco legal portuário deve considerar as dificuldades já vivenciadas em legislações anteriores e buscar soluções que garantam estabilidade e previsibilidade.

Diferenças
O advogado Pedro Neiva, que foi o moderador do painel, chamou a atenção para a falta de isonomia entre terminais públicos e privados (TUPs), apontando que o setor é o único em que atividades idênticas recebem tratamentos regulatórios distintos. “Tirar uma foto ou fazer um filme de uma atividade portuária em porto público é exatamente igual a fazer em um TUP, mas os caminhos regulatório e legal são completamente diferentes”, observou. Para o especialista, essa disparidade gera incerteza ao ambiente de negócios.

Rio de Janeiro busca ações sustentáveis
O subsecretário-técnico da Secretaria Energia e Economia do Mar (Senemar) do Governo do Rio de Janeiro, vice-almirante Sergio Chaves Junior, comentou que a pasta vem estruturando sua atuação portuária em três pilares principais: regulação institucional, incentivo à inovação tecnológica e sustentabilidade ambiental.

“A nossa ideia é promover o desenvolvimento sustentável do setor com políticas públicas que incentivam a descarbonização, a eletrificação e a utilização de tecnologia de ponta”, afirmou.

Ele citou projetos apoiados pela secretaria que envolvem uso de robôs, drones, inteligência artificial e sensores ambientais, em parceria com iniciativas como o Cluster Tecnológico Naval e o Cubo Maritime & Port, financiado por empresas como Porto do Açu e Wilson Sons. Segundo o subsecretário, essas ações têm fomentado startups voltadas à captura de CO2 e à produção de combustíveis sintéticos renováveis, ampliando o papel do Rio de Janeiro como polo de inovação marítima.

Em relação à descarbonização e eletrificação dos portos fluminenses, ele revelou que o objetivo é transformá-los em um “hub de energia limpa”. “Nós temos trabalhado com os terminais e concessionárias para viabilizar a eletrificação da infraestrutura, o aumento da carga e o uso de energia mais barata e de melhor qualidade”, explicou.

Avanços
O subsecretário da Secretaria Energia e Economia do Mar (Senemar) do Governo do Rio de Janeiro, Sergio Chaves Junior, falou sobre avanços concretos no Rio, como terminais 100% eletrificados, uso de células fotovoltaicas, aquisição de portêineres elétricos e adoção de sistemas de Onshore Power Supply (OPS), que permitem aos navios se conectarem à rede elétrica terrestre durante a atracação.

“Se o porto quer continuar sendo atrativo, precisa pensar na questão do OPS e da redução de emissões”, concluiu.

Portos e Navios - SP   03/11/2025

A movimentação do Porto de Itajaí (SC) cresceu, de janeiro a agosto de 2025, 127% e já é maior do que a registrada em todo o ano passado. De acordo com dados divulgados na última quinta-feira (30) pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), foram movimentadas nos oito primeiros meses deste ano 2,5 milhões de toneladas, mais que o dobro das 1,1 milhão de toneladas de 2024.

Esta semana, o Ministério de Portos e Aeroportos apresentou o cronograma de arrendamento definitivo do porto, cuja modelagem técnica está em processo acelerado para ser enviada em novembro à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e ao Tribunal de Contas da União (TCU). Além disso, o MPor previu para o início de 2026 a concessão do canal de acesso.

A pasta anunciou também o início do processo de criação da Companhia Docas de Santa Catarina. Segundo o ministro de portos e aeroportos, Silvio Costa Filho, o objetivo de ter a nova autoridade portuária é a modernização do terminal para aumentar sua eficiência logística e capacidade de movimentação de cargas.

O diretor-geral da Antaq, Frederico Dias, lembrou que em 2023, por causa da paralisação das atividades do porto, a agência reguladora optou por um contrato transitório para retomar os serviços. “Agora, é o momento de darmos o próximo passo: realizar o leilão do contrato definitivo, garantindo novos investimentos”, afirmou Dias.

Portos e Navios - SP   03/11/2025

Os portos da região Nordeste movimentaram, nos primeiros oito meses de 2025, 213,9 milhões de toneladas de cargas, superando em 1,14% o volume do mesmo período do ano passado e registrando a maior movimentação desde 2021, segundo dados divulgados na última quarta-feira (29) pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). De acordo com a Agência, na movimentação de contêineres, foi registrado no período aumento de 10,68%, com 14 milhões de toneladas, e na de carga geral, de 2%.

O maior crescimento percentual na região foi o do Porto de Itaqui, no Maranhão, de 8,45%, com 24,8 milhões de toneladas movimentadas, principalmente de combustíveis e de grãos. No mesmo estado, o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, principal porta de saída de minério de ferro, foi o líder do Nordeste em volume, com 110,4 milhões de toneladas, o que representou alta de 1,55% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A Antaq explicou que a movimentação de soja cresceu 17% de janeiro a agosto nos portos do nordestinos com 16,1 milhões de toneladas, das quais 12,5 milhões passaram por Itaqui e 6,63 milhões de toneladas pelo Terminal Portuário Cotegipe, na Bahia. No terminal baiano, o crescimento foi de 75% em relação ao mesmo intervalo de 2024.

O ministro de portos e aeroportos, Silvio Costa Filho, creditou os resultados a investimentos na infraestrutura portuária da região. “O desempenho do Nordeste, com crescimento superior à média nacional, mostra que os investimentos estão gerando resultados concretos”, afirmou.

PETROLÍFERO

Petro Notícias - SP   03/11/2025

A Vallourec, líder mundial em soluções tubulares premium sem costura, anuncia a assinatura de um contrato com a TechnipFMC para o fornecimento de dutos de condução para o projeto Orca (anteriormente conhecido como Gato do Mato), uma operação de óleo e gás em águas profundas localizada na Bacia de Santos, operada pela Shell Brasil. Esse contrato integrado contempla mais de 20 mil toneladas de dutos de condução submarinos de aço carbono premium sem costura, destinados a risers e flowlines, além de serviços de revestimento anticorrosivo e isolamento térmico.

Philippe Guillemot, presidente do Conselho Administrativo e CEO do Grupo Vallourec disse que “O projeto Orca é uma ilustração perfeita da capacidade da Vallourec de enfrentar os desafios técnicos mais complexos dos ambientes offshore. Esse contrato, que inclui isolamento térmico, é o primeiro desde a aquisição da Thermotite do Brasil, demonstrando o valor de uma oferta integrada para nossos clientes locais. Com produção totalmente local e uma estratégia contínua de investimentos nos últimos anos, ele fortalece nossa presença no Brasil, um mercado estratégico para nossas atividades, e reflete a confiança dos nossos parceiros na nossa expertise industrial.”

CNN Brasil - SP   03/11/2025

Os oito países da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados) concordaram em aumentar a produção de petróleo em dezembro em 137 mil barris por dia.

O acordo veio em reunião realizada virtualmente neste domingo (2) para analisar as condições e perspectivas do mercado global.

Além de dezembro, devido à sazonalidade, os oito países também decidiram suspender os aumentos de produção em janeiro, fevereiro e março de 2026.

Os mebros reiteraram seu compromisso coletivo de alcançar a plena conformidade com a Declaração de Cooperação, incluindo os ajustes voluntários adicionais de produção que serão monitorados pelo Comitê Ministerial Conjunto de Monitoramento (JMMC).

Eles também confirmaram sua intenção de compensar integralmente qualquer excesso de produção desde janeiro de 2024.

Os oito países da Opep+ realizarão reuniões mensais para analisar as condições de mercado, a conformidade e a compensação, além de uma reunião marcada já para 30 de novembro de 2025.

TN Petróleo - RJ   03/11/2025

Após o anúncio da descoberta em agosto, análises laboratoriais iniciais e de gradiente de pressão confirmaram a presença de uma coluna bruta de hidrocarbonetos de aproximadamente 1.000 metros, incluindo uma coluna de óleo de cerca de 100 metros e uma coluna de gás-condensado rico em líquidos de aproximadamente 900 metros. Devido à presença de líquidos em toda a coluna de hidrocarbonetos, as propriedades de rocha de alta qualidade observadas e a ampla experiência da bp em tecnologia e desenvolvimento em águas profundas, a empresa acredita que o dióxido de carbono presente no reservatório pode ser gerenciado.

A bp continua realizando testes laboratoriais e outras análises para determinar as características dos fluidos, as proporções gás/óleo e condensado/gás, além de uma estimativa dos volumes e fará uma atualização oportunamente. O planejamento das atividades de avaliação está em andamento, com início das atividades de poço previsto para o início de 2027, sujeito à aprovação regulatória.

Gordon Birrell (foto), vice-presidente executivo de upstream da bp, declarou: "2025 tem sido um ano de avanços estratégicos significativos no upstream da bp, com recorde de confiabilidade das plantas, seis grandes projetos iniciados, cinco adicionais sancionados e uma série de descobertas exploratórias, incluindo Bumerangue. Ainda estamos na fase de exploração de Bumerangue, porém os resultados e análises iniciais são extremamente animadores, pois indicam uma coluna de hidrocarbonetos muito extensa e um volume significativo de líquidos no reservatório. Estamos satisfeitos com o que vimos até agora e nossa confiança no potencial deste campo aumentou. Temos uma equipe dedicada e estamos acelerando o trabalho nas atividades de avaliação propostas e nos conceitos potenciais de desenvolvimento, que incluirão a possibilidade de um sistema de produção antecipada."

Bumerangue é uma das 12 descobertas exploratórias que a bp realizou este ano em diversas bacias, incluindo o Golfo da América e a Namíbia, por meio da Azule Energy, sua joint venture independente 50-50 com a Eni.

Notas para editores:
A bp perfurou o poço exploratório 1-BP-13-SPS no bloco Bumerangue, localizado na Bacia de Santos, a 404 quilômetros (218 milhas náuticas) da costa do Brasil, a uma profundidade de água de 2.372 metros. O poço foi perfurado a uma profundidade total de 5.855 metros. O poço encontrou o reservatório de carbonato pré-sal de alta qualidade, com uma extensão areal superior a 300 quilômetros quadrados. A bp detém 100% de participação no bloco, com a Pré-Sal Petróleo S.A. como gestora do Contrato de Partilha de Produção. A bp garantiu o bloco em dezembro de 2022, durante o 1º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha de Produção da ANP. A descoberta representa a maior da bp em 25 anos, reforçando o compromisso da empresa em expandir seu portfólio de upstream e estabelecer um polo de produção relevante no Brasil. A bp atua no Brasil há mais de 50 anos e atualmente possui participação em seis blocos offshore, sendo a operadora em dois deles.

Sobre a bp no Brasil - A bp está presente no Brasil há mais de 50 anos e atua nos segmentos de exploração de petróleo e gás natural, no fornecimento de gás, produção de biocombustíveis e bioenergia, por meio da bp bioenergy, fornecimento de combustível para aviação e marítimo, lubrificantes por meio da Castrol, comercialização de energia e combustíveis, energia solar (Lightsource bp), além de atuar via joint-ventures em geração termoelétrica (GNA), tancagem e logística de combustíveis (Opla), e distribuição de combustíveis marítimo (Efen).

AGRÍCOLA

Agrolink - RS   03/11/2025

Com clima tropical, ampla diversidade de solos, grandes extensões produtivas e foco crescente em sustentabilidade, o Brasil é terreno fértil para tecnologias que aumentem a eficiência e, com isso reduzam custos na agricultura. Esse tema e muitos outros que abordam o setor do agronegócio, será abordado na Agritechnica 2025, a maior feira mundial de máquinas e tecnologias agrícolas, que será realizada em novembro, em Hannover, na Alemanha.

Já estão confirmados para o evento mais de 2.700 expositores de 52 países, ocupando 23 pavilhões totalmente lotados, e ainda 37 estandes coletivos oficiais de 23 países trazendo empresas de pequeno e médio porte para a feira. A previsão é do evento receber 430 mil visitantes profissionais. Segundo Timo Zipf, gerente de projetos da Agritechnica, a feira se caracteriza por ser um amplo espaço de demonstração de novas tecnologias e tendências.

“A edição 2025 da feira mostra que o futuro da mecanização agrícola passa pela automação inteligente, pela aplicação precisa de insumos e pelo uso de dados em tempo real”, exemplifica ele.

Mas e de todas as inovações e tendências que serão apresentadas, quais delas são diretamente aplicáveis no Brasil? Confira abaixo a seleção de quatro destaques por sua aplicabilidade direta às condições do agronegócio brasileiro:

1. Aplicação de fertilizantes e chorume com precisão

O uso de adubação líquida (chorume) está evoluindo para aplicações mais precisas e com menor perda, por meio de máquinas mais leves e eficientes, distribuidores aprimorados e sistemas automatizados. A aplicação de taxa variável, aliada ao controle por seções, garante que os nutrientes sejam aplicados apenas onde e na quantidade necessária, reduzindo desperdícios e impactos ambientais.

“No Brasil, o fertilizante representa um dos maiores custos da produção. A automação na aplicação é um avanço fundamental para melhorar o aproveitamento dos nutrientes e reduzir despesas”, explica Brena Baumle, representante da DLG – organizadora do evento – no Brasil.

2. Semeadura e plantio com apoio de IA e sensores

A Agritechnica irá mostrar as novas máquinas de plantio que combinam diversas etapas de trabalho em uma única passada, como semear e capinar simultaneamente, e incluem guiamento preciso e adubação localizada.

Sensores e sistemas baseados em inteligência artificial (IA) ajustam em tempo real a profundidade, o espaçamento e a densidade das sementes conforme a textura, umidade e fertilidade do solo. O resultado é maior uniformidade, produtividade e economia.

“O agricultor brasileiro já está habituado à agricultura de precisão. O próximo passo é a integração de dados e inteligência artificial, que traz ganhos diretos em eficiência e sustentabilidade”, afirma Brena Baumle.

3. Irrigação automatizada e de precisão

A irrigação de precisão também é uma tendência que está ganhando força com sensores de umidade do solo e modelos climáticos que calculam automaticamente o momento e o volume ideais para irrigar. A automação permite economizar água, energia e tempo, garantindo maior resiliência das lavouras diante de períodos de seca.

A irrigação por gotejamento inteligente segue como tendência mundial, impulsionando práticas mais sustentáveis e produtivas, e isso será mostrado na Agritechnica.

“Com o déficit hídrico em várias regiões do país, irrigar de forma eficiente é questão de sobrevivência econômica. As novas tecnologias tornam esse processo previsível e sob controle do produtor”, reforça Brena Baumle.

4. Sistemas autônomos de capina e controle de ervas

A automação no controle de plantas daninhas é uma das áreas mais promissoras da mecanização agrícola e será destaque na Agritechnica. Os fabricantes estão apresentando robôs de capina autônomos, pulverização seletiva e sistemas de controle a laser, capazes de substituir o uso intensivo de herbicidas. A tecnologia de bicos inteligentes e a aplicação pontual (spot spraying) também ganharam destaque.

“A falta de mão de obra e o alto custo dos defensivos químicos tornam a automação uma aliada estratégica. Além de reduzir custos, ela atende às exigências ambientais dos mercados mais exigentes”, comenta Brena Baumle.

Inovação, tecnologia e sustentabilidade em um só lugar

Reconhecida como a maior feira de máquinas agrícolas do mundo, a Agritechnica tem como tema central “Touch Smart Efficiency”, e ressalta o papel das tecnologias digitais na construção de uma agricultura mais inteligente, sustentável e competitiva.

A programação inclui o Digital Farm Center, área dedicada à agricultura inteligente, além de cinco palcos técnicos da DLG Expert Stages, três DLG Spotlights, mais de 400 palestrantes e uma vitrine exclusiva para startups do agronegócio.

A área dedicada a startups do agronegócio atua como incubadora e impulsionadora de inovação para o setor de máquinas agrícolas. Para os distribuidores internacionais, a Agritechnica oferece agora uma plataforma de matchmaking para promover conexões comerciais. O Dia Internacional do Agricultor destacará Canadá, República Tcheca e França, enquanto o Dia dos Jovens Profissionais busca atrair a nova geração de agricultores.

A feira conta ainda com o Systems & Components, um mercado B2B voltado à indústria global de fornecedores agrícolas e off-road. Segundo Timo Zipf, gerente do projeto, a Agritechnica “estimula o pensamento integrado e impulsiona uma agricultura mais sustentável e produtiva.”

“A Agritechnica é mais do que uma feira — é um espaço de conexão entre tecnologia, ciência e campo, onde se define o futuro da agricultura mundial”, conclui Zipf.

Mais Informações: Agritechnica Hanover 2025
Data: 9 a 15 de novembro de 2025
Local: Pavilhão de exposições de Hanover, Messegelände (Alemanha)
www.agritechnica.com

TOP