Clipping Diário

03 | Junho | 2025

SIDERURGIA

Exame - SP   03/06/2025

As ações da Gerdau (GGBR4) avançam mais de 6% na manhã desta segunda-feira, 2, e lideram os ganhos do Ibovespa, seguidas pelos papéis da Metalúrgica Gerdau (GOAU4), que sobem 5,5%.

O salto ocorre após o presidente Donald Trump anunciar, na sexta-feira, 30, a elevação da tarifa sobre aço importado para os Estados Unidos de 25% para 50%.

A medida, que entra em vigor em 4 de junho, foi apresentada durante um comício em Pittsburgh, sede histórica da siderurgia americana, e deve beneficiar empresas com produção local no país — caso da Gerdau.

Segundo relatório do BTG Pactual (d0 mesmo grupo de controle da Exame), a Gerdau é a principal beneficiária da nova política tarifária entre as empresas latino-americanas do setor. Isso porque cerca de 60% do EBITDA da companhia é gerado na operação norte-americana.

“A Gerdau tem uma alavancagem operacional significativa ao preço do aço nos EUA”, escrevem os analistas Leonardo Correa e Marcelo Arazi, em relatório.

O banco estima que, se os preços do aço subirem 5% nos EUA em resposta à tarifa — um cenário considerado conservador —, o EBITDA da empresa pode crescer 12% em relação ao cenário-base, elevando o fluxo de caixa livre (FCF yield) projetado para 2026 de 10% para 13%.

Tarifa como catalisador para a ação

A medida de Trump também pode atuar como gatilho de reprecificação para os papéis da Gerdau, que ainda negociam com desconto em relação aos pares americanos.

“Mesmo aplicando um múltiplo conservador de 5x EBITDA para a operação nos EUA, o modelo de soma das partes indica potencial de valorização de 30%”, diz o BTG.

A análise destaca ainda que o mercado subestima a relevância da operação americana da companhia. “A Gerdau continua sendo tratada como uma ação puramente brasileira, quando a realidade do seu EBITDA é cada vez mais internacional”, afirmam os analistas.

Historicamente, movimentos similares já trouxeram ganhos importantes para a empresa. Após a adoção das tarifas da Seção 232, em 2018, os preços do aço nos EUA subiram entre 10% e 16% em poucos meses, e a margem de EBITDA da Gerdau na região dobrou em um ano, de 6% para 13%.

Distorção global e impacto setorial

O novo patamar tarifário deve reforçar a disparidade entre os preços americanos e os do resto do mundo. Atualmente, o vergalhão nos EUA é negociado a US$ 838 por tonelada, 88% acima do preço equivalente na China (US$ 445/t). Segundo o BTG, esse diferencial pode se ampliar, levando o mercado americano a operar “em outra órbita”.

Embora a Gerdau esteja mais exposta a produtos longos — segmento que sofre menor concorrência de importados nos EUA — o efeito geral da medida tarifária deve ser positivo, dado o enfraquecimento da competição externa.

“O país importa mais de 20% de seu consumo aparente de aço, e isso agora ficará bem menos competitivo”, nota o relatório.

Já o mercado de aços planos, menos relevante para a Gerdau, tende a ser o mais impactado pela nova tarifa. Ainda assim, o movimento pode gerar uma pressão de alta generalizada nos preços, beneficiando todos os players domésticos.

Além do cenário externo mais favorável, o BTG vê valor na ação mesmo sem considerar a nova tarifa. A Gerdau negocia hoje a menos de 4x EV/EBITDA 2025 e oferece dividend yield estimado de 3,6% para o ano, nas contas do banco.

A recomendação é de compra, com preço-alvo de R$ 20 — o que implica potencial de valorização de 31% em relação à última cotação de fechamento (R$ 15,25). A ação ainda está 27% abaixo da máxima dos últimos 12 meses (R$ 20,90).

Globo Online - RJ   03/06/2025

A Secretaria de Comércio Exterior abriu uma investigação para averiguar a existência de dumping nas importações de folhas metálicas de aço carbono vindas da Alemanha, do Japão e dos Países Baixos. A informação foi divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) no Diário Oficial desta segunda-feira.

O dumping é uma prática considerada predatória, que consiste em vender produtos em outros países por um preço inferior ao praticado no próprio mercado, podendo até mesmo ser comercializado abaixo do custo de produção. A prática tende a prejudicar a competitividade da indústria local.

O documento, informou a Secretaria, tem como objetivo analisar provas colhidas entre julho de 2023 e junho de 2024, com o que chamou de “período de análise de dano” de cinco anos, entre julho de 2019 e junho de 2024.

Aumento de tarifa

Ao mesmo tempo, o Brasil deve enfrentar mais uma barreira para entrar no mercado americano: o aumento de preços do metal. Isso porque, na última sexta-feira, o presidente Donald Trump anunciou que aumentará as tarifas sobre importação de aço nos EUA de 25% para 50%, afirmando que a medida ajudará a proteger os trabalhadores da indústria siderúrgica americana.

O aumento, que deve entrar em vigor ainda esta semana, foi informado durante evento na siderúrgica US Steel, onde o presidente americano promoveu um acordo esperado entre a icônica empresa americana e a japonesa Nippon Steel.

O anúncio do aumento da taxa acontece no momento em que representantes da metalurgia brasileira tenta avaliar o impacto da sobretaxa de 25% sobre as compras americanas de aço e de alumínio, que entraram em vigor em março. Executivos dos dois setores admitem que o clima é de incerteza e apreensão e estavam buscando, por intermédio do governo brasileiro, conseguir uma flexibilização da medida por parte do governo de Donald Trump.

Os Estados Unidos são o principal destino internacional do aço brasileiro e o segundo do alumínio. Em 2024, o Brasil exportou 4,08 milhões de toneladas de aço para os EUA, o que representou 42,6% do volume exportado pelo país, e obteve na operação US$ 2,99 bilhões, 39,2% da receita das exportações siderúrgicas. O Brasil foi o segundo maior exportador, atrás apenas do Canadá.

Valor - SP   03/06/2025

Coreia do Sul, aliada próxima dos EUA, tem solicitado isenções para aço, automóveis e outros itens durante as conversas com Washington

O Ministério da Indústria da Coreia do Sul afirmou nesta segunda-feira (2) que irá responder à iminente tarifa de 50% dos Estados Unidos sobre produtos de aço como parte das negociações comerciais com Washington, com o objetivo de minimizar o impacto sobre a indústria.

Na sexta-feira (30), o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou planos de aumentar as tarifas sobre aço e alumínio importados de 25% para 50%, a partir de quarta-feira, ampliando a pressão sobre produtores globais e aprofundando sua guerra comercial.

Segundo dados do Instituto Americano de Ferro e Aço, a Coreia do Sul foi o quarto maior exportador de aço para os EUA em 2025, atrás apenas de Canadá, México e Brasil.

O Ministério da Indústria sul-coreano informou, em comunicado, que realizou uma reunião de emergência com representantes das principais siderúrgicas do país, incluindo Posco e Hyundai Steel.

As ações das siderúrgicas sul-coreanas caíram nesta segunda-feira: Posco e Hyundai Steel recuaram 3%, enquanto a SeAH Steel Corp teve queda de 6,3% durante a manhã (horário local).

As tarifas de 50% representarão um desafio adicional para os exportadores sul-coreanos, que até agora evitaram aumentar expressivamente os embarques aos EUA para não atrair atenção de Washington, mesmo com a alta nos preços do aço nos EUA, disse um executivo do setor à Reuters.

“Será um fardo para as empresas exportadoras se não houver novos aumentos nos preços do aço nos EUA”, afirmou, pedindo anonimato devido à sensibilidade do tema.

Apesar das tarifas, os embarques de aço da Coreia do Sul aos EUA cresceram 12% em abril na comparação anual, segundo dados de comércio.

As tarifas sobre aço e alumínio foram algumas das primeiras medidas adotadas por Trump após retornar à presidência em janeiro. As tarifas de 25% sobre a maioria das importações desses metais entraram em vigor em 12 de março.

Segundo representantes da indústria, essas tarifas elevaram os preços do aço nos EUA, impactando setores como eletrodomésticos, automóveis e construção civil.

Negociações comerciais

A Coreia do Sul, aliada próxima dos EUA, tem solicitado isenções para aço, automóveis e outros itens durante as conversas com Washington.

Seul concordou, no fim de abril, em elaborar um pacote comercial até o fim da pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas impostas por Trump, em julho. No entanto, a ausência de uma liderança política clara tem dificultado decisões de peso nas negociações.

No fim de março, a Hyundai Steel anunciou planos de construir uma fábrica de 5,8 bilhões de wons (cerca de US$ 4,2 bilhões) na Louisiana como resposta às tarifas dos EUA, embora a unidade só deva entrar em operação em 2029.

Em abril, a rival Posco assinou um acordo preliminar para investir nesse projeto industrial.

O Estado de S.Paulo - SP   03/06/2025

A nova ofensiva de Donald Trump contra as exportações de aço ao mercado americano, dobrando a tarifa de 25% para 50%, foi um banho de água fria no setor siderúrgico brasileiro e pegou as empresas de surpresa, afirmou ao Estadão o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Melo Lopes. A medida atinge também as exportações de produtos do setor de alumínio.

O anúncio do presidente americano na sexta-feira, 30, no início da noite, que foi reiterado nesta segunda-feira, 2, em sua rede social, entra em vigor nesta quarta-feira, 4, para todos os países que exportam produtos siderúrgicos aos EUA. O presidente americano disse que as tarifas “dariam ainda mais segurança à indústria siderúrgica”, já que os importadores não “passariam mais da barreira dos 50%”.

O aço brasileiro será afetado e, ao mesmo tempo, teria um efeito desastroso sobre a indústria americana usuária do produto importado", afirma o consultor em comércio internacional, Welber Barral. O consultor lembra que no acordo Reino Unido-EUA as duas nações se comprometeram em rever as medidas do aço. Essas medidas, com 25% de tarifa, entraram em vigor em 12 de março e todos os países do mundo que exportavam aos EUA foram atingidos.

Para Lopes, a dificuldade dobra. “Mas todos os países afetados estão no mesmo barco, com as mesmas tarifas, e talvez até o aço do Reino Unido, cujo acordo com Estados Unidos ainda não foi implementado”. Segundo ele, o Brasil continuará conduzindo negociações com as autoridades americanas, por meio dos ministérios de Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), em busca de um acordo que mantenha o regime de cotas de exportação firmado em 2018 com o próprio Trump.

O presidente do Aço Brasil reitera que a vigência desse acordo, de mais de seis anos, é bom para ambos os países. “Para os EUA, garante o abastecimento de siderúrgicas importadoras que importam placas, fazem o beneficiamento e vendem para a indústria local de transformações em bens acabados. Para o Brasil, o restabelecimento do acordo é importante, pois somos o maior exportador de aço semiacabado ao mercado americano.”

No acerto de 2018 entre os dois países, quando foi fixada uma tarifa de 25%, os exportadores do País garantiram uma cota anual para exportar sem a sobretaxa de 3,5 milhões de toneladas de material semiacabado (placas) e de 687 mil toneladas de produtos laminados.

Os dois grandes exportadores de placas do País são ArcelorMittal (usina de Tubarão, no Espírito Santo, e a de Pecém, no Ceará) e a Ternium Brasil, do Rio de Janeiro. De material siderúrgico laminado, de alto valor agregado, a empresa que é mais afetada é a CSN. Outra exportadora é a Usiminas. Procuradas, CSN, Usiminas, ArcelorMittal e Ternium não se posicionaram.

“A nova disposição de aumentar para 50% aço e alumínio pelos EUA é negativa para as empresas brasileiras, salvo a Gerdau, que têm nos EUA mais ou menos 40% de seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês)”, afirma Pedro Galdi, analista de investimento da plataforma AGF, que acompanha o setor há longo tempo.

Cenário ruim para CSN e Usiminas

O analista informou que os ADR (American Depositary Receipt) da Gerdau teve forte alta ontem a noite. ADR são recibos de ações de empresas estrangeiras negociados em bolsas americanas. A Gerdau tem operações de produção de aços longos e especiais os EUA que devem ficar de fora da questão das tarifas de importação.

“Para Usiminas e CSN é negativo. As exportações dessas empresas podem ser redirecionadas para outros mercados, mas o grande problema continuará sendo China”, destacou Galdi. Segundo ele, o governo brasileiro não atentou para o pleito das siderúrgicas em ser mais incisivo ao sobretaxar aço da China, talvez para manter um relacionamento positivo entre os dois países.

Mas o cenário só piora, afirma. “Agora, existe o risco de aço da China que ia para EUA ser direcionado para os vizinhos asiáticos e terem o Brasil como continuidade de envio”.

Para um executivo da indústria, que preferiu falar em anonimato, se ficar mesmo definida a tarifa de 50%, ele acredita que os EUA ficarão sem acesso a importações de aço de todas as partes do mundo. A menos que negociem, separadamente, país a país, afirma. Ele acredita que essa parece ser a intenção de Trump, de ir nesse caminho para evitar pressões internas: de alta na inflação, de empresas que necessitam aço semiacabado e dos consumidores.

Segundo informações do American Iron and Steel Institute (AISI), entidade dos fabricantes de aço dos EUA, as importações totais de aço (laminados e semiacabados) caíram 17,1%, para 2,07 milhões de toneladas, sobre o mês anterior, em decorrência das medidas de Trump. O país importa cerca de 15% de seu consumo aparente, que é próximo de 100 milhões de toneladas por ano. A produção local é de 79,5 milhões de toneladas ao ano.

Exame - SP   03/06/2025

A União Europeia está se preparando para mais uma rodada de negociações comerciais com os Estados Unidos e alertou que pode acelerar medidas retaliatórias caso o presidente Donald Trump cumpra suas ameaças tarifárias, a mais recente das quais inclui uma tarifa de 50% sobre as importações de aço e alumínio.

A Comissão Europeia, que lida com assuntos comerciais em nome da UE, disse nesta segunda-feira que “lamenta fortemente” o aumento das tarifas — que subiram dos 25% originalmente planejados para 50% — e afirmou que a medida está minando os esforços para encontrar uma solução para o conflito comercial.

O chefe de comércio da UE, Maros Sefcovic, se reunirá com o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, nesta quarta-feira, em Paris, e uma equipe da Comissão está a caminho de Washington para dar continuidade às conversas técnicas, disse o porta-voz da Comissão, Olof Gill, a repórteres em Bruxelas nesta segunda-feira.

— Se nenhuma solução mutuamente aceitável for alcançada, tanto as medidas de retaliação já existentes quanto possíveis medidas adicionais da UE entrarão automaticamente em vigor em 14 de julho ou antes, caso as circunstâncias assim exijam — afirmou Gill. —A Comissão sempre deixou claro que está pronta para agir em defesa dos interesses da UE, protegendo nossos trabalhadores, consumidores e a indústria.

A UE está tentando acelerar as negociações com os EUA antes do prazo final de 9 de julho, quando Trump afirmou que imporá tarifas de 50% sobre praticamente todas as importações do bloco. Ele tem criticado o bloco por ser injusto no comércio e pediu à UE que reduza seu superávit comercial de bens e diminua barreiras tarifárias e não tarifárias, como o imposto sobre valor agregado (IVA).

Anteriormente, Trump concordou em adiar a implementação das tarifas sobre metais, bem como sobre carros e autopeças, na tentativa de permitir que as negociações resultem em um acordo comercial mais amplo. A UE também concordou em adiar suas próprias medidas de retaliação.

A UE já aprovou tarifas sobre € 21 bilhões (US$ 24 bilhões) em produtos dos EUA em resposta às tarifas sobre metais impostas por Trump, que podem ser implementadas rapidamente. Essas tarifas miram estados americanos politicamente sensíveis e incluem produtos como soja da Louisiana — estado natal do presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson — além de produtos agrícolas, aves e motocicletas.

O bloco também está preparando uma lista adicional de tarifas sobre € 95 bilhões (US$ 107,7 bilhões) em produtos americanos. Essas medidas, que são uma resposta às tarifas “recíprocas” e às taxas sobre automóveis de Trump, visariam bens industriais, incluindo aeronaves da Boeing, carros fabricados nos EUA e bourbon.

— No caso de nossas negociações não resultarem em um desfecho equilibrado, a UE está preparada para impor contramedidas, inclusive em resposta a este mais recente aumento tarifário — disse Gill.

Apesar de alertar sobre novas tarifas, o bloco afirmou que sua prioridade é abrir espaço para as negociações e que a redução de tarifas continua sendo o objetivo de longo prazo.

A estratégia de negociação da Comissão se concentra em setores críticos — como semicondutores e produtos farmacêuticos — além de barreiras tarifárias e não tarifárias, informou a Bloomberg anteriormente. A Comissão também vai vincular sua abordagem para enfrentar barreiras regulatórias aos seus planos de simplificar regras.

As indústrias nas quais Sefcovic vai focar já foram atingidas por tarifas dos EUA ou estão na mira para futuras taxações. A UE propôs aprofundar a cooperação com os EUA nesses setores como parte de uma proposta anterior compartilhada com os americanos na semana passada, informou a Bloomberg.

CNN Brasil - SP   03/06/2025

Os preços do aço e do alumínio nos Estados Unidos subiam nesta segunda-feira (2), enquanto as ações de siderúrgicas estrangeiras caíam depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que dobrará as tarifas sobre as importações dos dois metais para 50%.

Trump anunciou na sexta-feira (30) as novas taxas sobre aço e alumínio, que entrarão em vigor em 4 de junho, intensificando uma guerra comercial global poucas horas após acusar a China de violar um acordo com os EUA para reduzir mutuamente as tarifas e as restrições comerciais para minerais essenciais.

Os EUA são o maior importador de aço do mundo, excluindo a União Europeia, com um total de 26,2 milhões de toneladas de aço importadas em 2024, de acordo com o Departamento de Comércio.

Embora alguns especialistas do setor tenham questionado se as tarifas serão implementadas conforme declarado, à luz das reversões anteriores de Trump, eles disseram que a incerteza e o aumento dos preços dos metais prejudicarão a atividade industrial.

"É provável que os preços mais altos pesem ainda mais sobre a demanda de aço do setor industrial dos EUA, que já esperamos que se contraia neste ano", disse o analista Eoin Dinsmore, do Goldman Sachs.

O preço para os consumidores que compram alumínio no mercado físico nos EUA < AUPc1> saltava 54%, enquanto o aço em bobina laminada subia 5%.

Os EUA são responsáveis por cerca de 20% das exportações europeias de aço fora da UE, de acordo com a associação siderúrgica da Alemanha.

Analistas estavam céticos quanto ao fato de que a força total das tarifas, conforme anunciado na sexta-feira, entraria em vigor.

"Acho que o resultado final será muito menor do que o inicialmente projetado, especialmente em relação à sua duração", disse Chelsea Ye, analista sênior da empresa de pesquisa McCloskey.

Enquanto isso, a mudança nas tarifas foi comemorada por produtores de alumínio dos EUA, que disseram que a medida interromperá uma "inundação" de importações.

"Há décadas, os produtores estrangeiros subsidiados têm esvaziado a fabricação doméstica de alumínio", disse Mark Duffy, presidente da Associação de Alumínio Primário dos EUA.

As ações das siderúrgicas norte-americanas subiam nas negociações pré-abertura, com a Nucor, a Cleveland-Cliffs e a Steel Dynamics ganhando entre 14% e 26%.

ECONOMIA

Infomoney - SP   03/06/2025

O diretor do Federal Reserve Christopher Waller disse nesta segunda-feira que cortes na taxa de juros continuam possíveis ainda neste ano, mesmo com a possibilidade de as tarifas do governo Trump aumentarem temporariamente as pressões dos preços.

Considerando que um aumento nas pressões inflacionárias vinculadas aos aumentos dos impostos de importação do presidente Donald Trump não deve ser persistente, “apoio a análise de quaisquer efeitos tarifários sobre a inflação no curto prazo ao definir a taxa de juros”, disse Waller em uma reunião em Seul, Coreia do Sul.

Se as tarifas se estabelecerem no limite inferior da faixa de possibilidades e “a inflação subjacente continuar a progredir em direção à nossa meta de 2%” com um mercado de trabalho ainda “sólido”, “eu apoiaria a ‘boa notícia’ de cortes na taxas de juros ainda este ano”, disse Waller.
Ele acrescentou: “Felizmente, o mercado de trabalho forte e o progresso da inflação até abril me dão mais tempo para ver como as negociações comerciais se desenrolam e a economia evolui” antes de precisar decidir o que o banco central deve fazer com os juros.

As declarações de Waller sobre as perspectivas para a economia e a política monetária se aproximam de seus comentários recentes e ocorrem em meio a uma incerteza considerável sobre a política comercial do presidente dos EUA.

Trump fez mudanças grandes e imprevisíveis nas tarifas de importação, bem como em seu cronograma. Ao mesmo tempo, o sistema tarifário está enfrentando desafios legais que podem, em última instância, enfraquecer todo o esforço.

Em geral, os economistas e as autoridades do Fed acreditam que as tarifas aumentarão o desemprego e a inflação, além de desacelerar o crescimento. Os aumentos de impostos também colocaram em dúvida se o banco central conseguirá fazer algum corte na atual taxa de juros, que está na faixa de 4,25% a 4,5% este ano.

A abertura de Waller para cortar a taxa de juros ainda este ano, se as condições econômicas permitirem, contrasta com outros banqueiros centrais, que adotaram uma atitude cautelosa de esperar para ver.

Até o momento, a economia sofreu muito pouco impacto das tarifas, mas isso pode mudar, disse Waller.

“Vejo riscos negativos para a atividade econômica e o emprego e riscos de alta para a inflação no segundo semestre de 2025, mas a evolução desses riscos está fortemente ligada à evolução da política comercial”, disse Waller.

“Tarifas mais altas reduzirão os gastos, e as empresas responderão, em parte, reduzindo a produção e a folha de pagamento”, disse ele.

Ele disse que, embora as tarifas sejam o principal impulsionador da inflação, é provável que sejam aumentos únicos “mais aparentes no segundo semestre de 2025”. No caso de tarifas menores, na faixa de 10%, uma parte do aumento não será totalmente repassada aos consumidores.

Infomoney - SP   03/06/2025

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, defendeu nesta segunda-feira a preservação da flexibilidade da autarquia para consumir dados e seguir na calibragem de qual é a taxa de juros terminal, destacando que a instituição ainda está discutindo o ciclo de alta na Selic — e não quando começará o ciclo de cortes da taxa.

Em evento promovido pelo Centro de Debates de Políticas Públicas, em São Paulo, Galípolo afirmou esperar que as ações que a autoridade monetária vem tomando falem por si só, ao mostrar compromisso do Comitê de Política Monetária (Copom) na busca pela meta de inflação. A meta de inflação perseguida pelo BC é 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

“A gente migrou para um estágio de taxa de juros contracionista com alguma segurança. Independente de qual é sua taxa de juros neutra, podemos discutir se ela (Selic) está contracionista o suficiente ou não, por isso temos preservado a flexibilidade para poder consumir os dados e seguir nessa calibragem de qual é a taxa de juros terminal”, disse.
Em maio, o BC desacelerou o ciclo de alta de juros ao elevar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, a 14,75% ao ano, e deixou em aberto o que fará na reunião deste mês, apontando uma dependência de dados e indicando a necessidade de uma dose alta de juros por período prolongado, para controle da inflação.

No mercado financeiro, porém, os agentes precificam atualmente de forma majoritária a manutenção da Selic em 14,75% ao ano na reunião deste mês. Além disso, eles têm operado desde o último encontro do Copom tendo por base a perspectiva sobre quando o BC iniciará um novo ciclo da taxa básica, desta vez de cortes. Em sessões mais recentes, cresceram as apostas de que o primeiro corte de juros pode ocorrer apenas em 2026 — e não no fim de 2025.

Na apresentação desta segunda-feira, Galípolo disse que não iria precipitar discussões sobre nível de juros no futuro, já que o BC ainda está “num estágio ainda anterior, estamos ainda discutindo o ciclo de alta” da Selic, permanecendo aberto para o que fará na próxima reunião do Copom.

Ele destacou que neste momento do ciclo da política monetária, pesa cada vez mais a discussão sobre quanto tempo o BC vai permanecer com a Selic em nível contracionista.

“Temos de ter estômago de crocodilo e queixo de pedra para aguentar o período que você vai ter que aguentar com essa taxa de juros no patamar restritivo, para ancorar expectativas e perseguir a meta”, afirmou.

CNN Brasil - SP   03/06/2025

A atividade industrial do Brasil registrou contração em maio pela primeira vez em 17 meses, afetada pela fraqueza da demanda, embora a confiança ainda permaneça elevada, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI).

Divulgado nesta segunda-feira (2), o PMI de indústria do Brasil, compilado pela S&P Global, caiu em maio a 49,4, nível mais baixo desde dezembro de 2023 e indicando deterioração das condições operacionais. Em abril, o indicador estava em 50,3. O nível de 50 separa crescimento de contração.

O levantamento apontou que maio registrou níveis mais baixos de novas encomendas e de produção em relação a abril. A queda na produção foi a primeira em quatro meses e a mais intensa desde julho de 2023.

Os fabricantes brasileiros também notaram queda nas encomendas de exportação em maio, ainda que menos intensa do que em abril. Houve particularmente vendas menores para clientes da América do Sul e dos Estados Unidos.

Ainda assim, expectativas de que as condições adversas terão vida curta impulsionaram a confiança e sustentaram a criação de empregos no setor em maio.

Os fabricantes melhoraram suas perspectivas de crescimento em maio e o nível de sentimento positivo foi o mais forte em nove meses, depois de ter marcado o menor patamar em cinco anos em abril.

As empresas apostam que aquisições, lançamentos de novos produtos, contratações e investimentos em tecnologia darão suporte à produção ao longo dos próximos 12 meses.

Isso, aliado aos lançamentos programados de novos produtos, ajudaram na criação de empregos, que aumentaram pelo 22º mês seguido, no ritmo mais forte desde fevereiro.

"Embora as empresas estivessem mais otimistas, o setor industrial segue em uma posição delicada. Se a tendência de demanda fraca persistir, corremos o risco de ver o setor cada vez mais pesando sobre o desempenho econômico", alertou a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima.

Em relação à inflação, os aumentos foram mais fracos tanto dos custos de insumos quanto dos preços de produção.

A taxa de inflação dos preços dos insumos foi a mais fraca em 14 meses, com os entrevistados citando apreciação do real contra o dólar e maior oferta de produtos chineses. Houve relatos de preços mais baixos de alumínio, alguns alimentos, petróleo, resinas e zinco.

A competição forte e o encolhimento do mercado, aliados à redução das pressões de custos, ajudaram a conter a inflação de produtos industriais em maio, com a taxa de inflação marcando o ritmo mais lento desde março de 2024.

IstoÉ Dinheiro - SP   03/06/2025

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – passou de 5,5% para 5,46% este ano. A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (2), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para 2026, a projeção da inflação permaneceu em 4,5%. Para 2027 e 2028, as previsões são de 4% e 3,85%, respectivamente.

A estimativa para 2025 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.

Em abril, a inflação oficial fechou em 0,43%, pressionada principalmente pelos preços dos alimentos e de produtos farmacêuticos. O resultado mostra desaceleração pelo segundo mês seguido, após o IPCA ter marcado 1,31% em fevereiro e 0,56% em março. No acumulado em 12 meses, o índice divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) soma 5,53%.

Juros básicos

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 14,75% ao ano. A alta do preço dos alimentos e da energia e as incertezas em torno da economia global fizeram o BC aumentar mais uma vez os juros em 0,5 ponto percentual na última reunião, no início do mês, o sexto aumento seguido da Selic em um ciclo de contração na política monetária.

Em comunicado, o Copom não deu pistas sobre o que deve ocorrer na próxima reunião, na metade de junho. Afirmou apenas que o clima de incerteza permanece alto e exigirá prudência da autoridade monetária, tanto em eventuais aumentos futuros como no período em que a Selic deve ficar em 14,75% ao ano.

A estimativa do mercado financeiro é que a taxa básica encerre 2025 neste patamar. Para o fim de 2026, a estimativa é de que a taxa básica caia para 12,5% ao ano. Para 2027 e 2028, a previsão é que ela seja reduzida novamente, para 10,5% ao ano e 10% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando a taxa Selic é reduzida a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB e câmbio

A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira este ano variou de 2,14% para 2,13%. Para 2026, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB – a soma dos bens e serviços produzidos no país) passou de 1,7% para 1,8%. Para 2027 e 2028, o mercado financeiro estima expansão do PIB em 2%, para os dois anos.

Puxada pela agropecuária, no primeiro trimestre de 2025, a economia brasileira cresceu 1,4%, de acordo com o IBGE.

Em 2024, o PIB fechou com alta de 3,4%. O resultado representa o quarto ano seguido de crescimento, sendo a maior expansão desde 2021 quando o PIB alcançou 4,8%.

A previsão da cotação do dólar está em R$ 5,80 para o fim deste ano. No fim de 2026, estima-se que a moeda norte-americana fique em R$ 5,90.

Infomoney - SP   03/06/2025

O ciclo de alta da taxa básica de juros (a Selic, que atingiu 14,75% ao ano, após sucessivas altas desde setembro) está atrasando alguns investimentos em infraestrutura e, por isso, o total de aprovações de novas operações do BNDES para o setor poderá não passar de R$ 80 bilhões este ano, disse nesta segunda-feira Luciana Costa, diretora de Infraestrutura e Mudança Climática do banco de fomento.

“Rodovias estão muito fortes (nas aprovações). Também temos projetos de saneamento e energia, mas não sei se dá para mais de R$ 80 bilhões”, afirmou Luciana, após participar de um evento de debates sobre transição energética, promovido pelo Fórum Econômico Mundial e pelo Ministério de Minas e Energia (MME), no Rio.

Segundo a diretora, os juros elevados são o principal motivo para não ter certeza se dá para aprovar mais de R$ 80 bilhões em financiamentos para a infraestrutura este ano:
“Alguns projetos, se podem atrasar um pouquinho o capex (os investimentos para a construção ou ampliação de ativos), vão atrasar.”

Nesse quadro, o BNDES tem lançado mão de novos instrumentos, que oferecem flexibilidade aos financiamentos, para mitigar os efeitos dos juros mais altos, disse a executiva.

Luciana citou a aquisição de títulos de dívida — as debêntures de infraestrutura, incentivadas por isenção de Imposto de Renda — das empresas que apoia, inclusive com ofertas “em fases”, como forma de dar segurança aos operadores de concessões de que poderão se beneficiar de condições melhores caso os juros baixem no futuro.

Brasil está estável para investir, em contraste com os EUA

Mitigar o cenário de juros elevados é importante, segundo a diretora, porque o momento está positivo para o Brasil atrair investimentos estrangeiros em infraestrutura:

“Os investidores internacionais estão olhando o Brasil para investir.”

Mesmo com seus problemas, a regulação, a segurança jurídica e o mercado brasileiros são relativamente estáveis, na comparação com outros países. E essa comparação melhorou recentemente, já que esses itens parecem ter piorado nos EUA.

“O Brasil conseguiu construir ao longo dos anos arcabouços regulatórios sólidos. Também é um lugar onde existe a percepção de que se respeita o Estado de direito. Nos Estados Unidos, o Trump está dando canetada toda hora”, completou Luciana.
Secretário do MME defende reforma do setor elétrico

Durante o evento, o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME, Pietro Mendes, aproveitou seu discurso de abertura para defender a reforma do setor elétrico, proposta pelo governo em uma medida provisória editada há duas semanas.

“Estamos chamando a reforma de Luz do Povo, porque vai garantir a 60 milhões de brasileiros mais segurança energética ainda”, afirmou Mendes, que representou o ministro Alexandre Silveira. “Famílias com renda até meio salário mínimo por pessoa e que consomem até 80 kW/h por mês podem ter a sua conta zerada. Tudo isso com a ideia de aumentar a inclusão energética.”

O secretário lembrou ainda que a reforma permitirá a abertura do mercado livre a consumidores de baixa tensão, como famílias e pequenos negócios. E demonstrou convicção de que isso levará a preços mais baixos.

Antonio Scala, presidente para o Brasil da italiana Enel, dona da concessão da distribuição de eletricidade em cidades como São Paulo e Niterói, elogiou a medida, ressalvando que ainda é preciso ver como ficará o formato final da reforma, após a conversão da MP em lei, no Congresso.

“Acho que é bastante importante o que a MP aponta. Vivemos na Europa a experiência da liberalização do mercado já 20 anos atrás. Leva seu tempo para chegar e ter um sistema equilibrado. É algo muito técnico, difícil para fazer de forma perfeita, mas o esforço feito por parte do governo federal e do MME é algo que pode chegar a ótimos resultados para o país”, afirmou Scala, que também participou do evento no Rio.

Grandes Construções - SP   03/06/2025

O PIB cresceu 1,4% no 1º trimestre de 2025, próximo da projeção da Fiesp e da expectativa do mercado, ambas de +1,5%. Dados com ajuste sazonal.

Pelo lado da oferta, o principal destaque foi o setor agropecuário, que cresceu 12,2% no período, beneficiado pela forte safra de grãos. Os serviços, por sua vez, registraram crescimento de 0,3%. Por outro lado, a indústria geral apresentou leve queda de 0,1%, puxada principalmente pela indústria de transformação (-1,0%).

Pelo lado da demanda, foi observado avanço da absorção doméstica. O consumo das famílias (+1,0%) foi favorecido pela continuidade do mercado de trabalho aquecido e pelo aumento da renda. A formação bruta de capital fixo (+3,1%), por sua vez, continuou resiliente. Já o setor externo teve contribuição negativa, com alta mais forte das importações (+5,9%) vis-à-vis o crescimento das exportações (+2,9%).

Visão - Conforme esperado, a atividade econômica brasileira apresentou forte crescimento no 1º trimestre de 2025, influenciada sobretudo pelo desempenho da agropecuária, em virtude da forte safra de grãos no início do ano.

Por outro lado, foi observada uma desaceleração da indústria, com destaque para a indústria de transformação, que caiu no 1º trimestre de 2025, após quatro trimestres consecutivos de crescimento. Os próximos trimestres deverão ser marcados por uma desaceleração mais clara, em virtude dos efeitos defasados da política monetária fortemente contracionista. No entanto, medidas adotadas pelo governo federal de estímulo à demanda tendem a atuar como vetores altistas.

Além disso, o cenário esperado é de continuidade de crescimento dos investimentos (FBCF), em grande medida devido ao comportamento do investimento público. Por conta do bom desempenho da atividade nos primeiros meses do ano, a Fiesp revisou a projeção de crescimento de 2,0% para 2,4% em 2025.

Resultado do 1º trimestre de 2025 - O PIB brasileiro cresceu 1,4% no 1º trimestre de 2025 em relação ao 4º trimestre de 2024, considerando dados com ajuste sazonal. Este desempenho veio próximo da projeção da Fiesp e da expectativa do mercado, ambas de +1,5%. Em relação ao 1º trimestre de 2024, foi registrado crescimento de 2,9%. Com esse resultado, o carregamento estatístico[1] para 2025 é de 2,2%.

Pela ótica da oferta, a principal variação positiva foi da agropecuária, que cresceu 12,2%, refletindo o bom desempenho da safra de grãos do início do ano. O setor de serviços, por sua vez, registrou crescimento moderado, de 0,3% no 1º trimestre, com destaque para o avanço de informação e comunicação (+3,0%). A indústria geral, por sua vez, caiu 0,1% no período, puxada pela indústria de transformação (-1,0%) e pela construção civil (-0,8%). Os demais segmentos da indústria exibiram alta no 1º trimestre: indústria extrativa (+2,1%) e eletricidade, gás, água e esgoto (+1,5%).
No que se refere à ótica da demanda, o consumo das famílias voltou a crescer, ao avançar 1,0% na passagem trimestral.

O consumo do governo, por sua vez, aumentou 0,1%. Já a formação bruta de capital fixo (investimentos) avançou 3,1% no 1º trimestre de 2025. Por fim, a contribuição do setor externo foi negativa, com crescimento de 2,9% das exportações no trimestre e aumento de 5,9% das importações no mesmo período.

Análise de cenário
Oferta - forte crescimento da agropecuária, resiliência dos serviços e fraqueza da indústria de transformação

Após cair 3,2% em 2024, a agropecuária foi o destaque do 1º trimestre, com crescimento de 12,2% impulsionado por uma nova safra recorde de grãos, especialmente da soja.

Devido ao comportamento típico da sazonalidade da safra de grãos, concentrada majoritariamente no início do ano, a supersafra contribuiu, principalmente, para o crescimento do setor no 1º trimestre[2], embora certamente influencie também o resultado do ano. Projetamos crescimento de 6,4% do PIB da agropecuária em 2025, com forte contribuição do bom desempenho esperado para a soja (+13,3%) e para o milho (+11,8%) no ano.

O setor de serviços apresentou aumento moderado no 1º trimestre de 2025 (+0,3%), após ter ficado praticamente estável no 4º trimestre de 2024. Foram observadas variações positivas em todos os segmentos do setor, com exceção de transporte, armazenagem e correio (-0,6%). O principal destaque positivo foi informação e comunicação (+3,0%).

Já a indústria geral caiu 0,1% na abertura do ano, puxada principalmente pela queda da indústria de transformação (-1,0%). Cabe destacar que a indústria de transformação participa com cerca de 58% do PIB da indústria geral. O setor, altamente sensível aos juros, tem sido impactado pelo forte aperto monetário e pela permanência das condições financeiras restritivas.

Além da política monetária contracionista, o cenário externo mais adverso impõe desafios adicionais à atividade industrial. O setor pode ser impactado não apenas pela imposição de tarifas, mas também pela redução da demanda externa decorrente da desaceleração do crescimento global e pelos efeitos negativos sobre os investimentos — tanto financeiros quanto produtivos — em razão do elevado grau de incerteza internacional.

Demanda aquecida: bom desempenho do consumo e dos investimentos
O desempenho da economia brasileira no 1º trimestre de 2025 foi favorecido, dentre outros fatores, pelo crescimento da absorção doméstica.

O consumo do governo apresentou o terceiro aumento trimestral consecutivo, embora tenha desacelerado. Já o consumo das famílias voltou a crescer no trimestre (+1,0%), após recuo de 0,9% observado no último trimestre de 2024, depois de uma longa sequência de altas, e continua sendo favorecido pela resiliência do mercado de trabalho. A taxa de desemprego encerrou o 1º trimestre em 7,0%, menor patamar observado para esse período do ano desde o início da série histórica[4].

Esse forte dinamismo do mercado de trabalho tem contribuído para a elevação dos salários. Segundo dados da PNAD Contínua, o rendimento médio do trabalho cresceu cerca de 4,0% em termos reais no 1º trimestre de 2025 na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.

A massa salarial, que corresponde à multiplicação do rendimento médio do trabalho pela população ocupada, avançou 6,6% na mesma métrica (Gráficos 2a e 2b). Além dos salários, a renda das famílias também foi impulsionada pela liberação excepcional de aproximadamente R$ 6 bilhões do saldo do FGTS em março.

Além do consumo, os investimentos também têm apresentado resiliência. A formação bruta de capital fixo (FBCF) avançou 3,1% nos três primeiros meses do ano, o que correspondeu ao sexto trimestre consecutivo de crescimento. Dentre outros fatores, os investimentos no 1º trimestre foram favorecidos pelo aumento da produção de bens de capital (+0,9%) e pela importação de plataformas de petróleo.

O cenário esperado é de continuidade de crescimento dos investimentos (FBCF), embora com menor ritmo à frente. Apesar do cenário esperado de desaceleração do investimento privado devido ao aperto monetário, os investimentos públicos devem seguir em expansão, e esse movimento deverá continuar sendo liderado pelos entes subnacionais (estados e municípios).

Estimamos que a parcela dos investimentos municipais no investimento público passou de 37,6% na média de 2010-2020 para 52,8% em 2024. Já a parcela dos investimentos do governo central, por sua vez, caiu de 27,4% para 14,0% no mesmo intervalo[6]. Dentre os fatores que explicam o aumento do peso dos municípios no investimento privado estão o crescimento das transferências constitucionais de recursos aos entes subnacionais e do volume das transferências das emendas parlamentares nos últimos anos.

Diante desse cenário, projetamos alta de 4,5% em 2025 e de 2,6% em 2026 dos investimentos (FBCF), após alta de 7,3% observada em 2024. Para a FBCF privada, esperamos aumento de 3,1% em 2025 e de 0,7% em 2026.

Cenário Prospectivo
Conforme esperado, a atividade econômica apresentou forte aumento no 1º trimestre de 2025, após leve alta de 0,1% observada no 4º trimestre de 2024.

Para os próximos trimestres, no entanto, esperamos moderação da atividade, com desaceleração do PIB mais evidente no segundo semestre do ano devido, sobretudo, à política monetária contracionista e às condições financeiras restritivas, o que deverá impactar, principalmente, os setores mais cíclicos.

Como discutido, esse aperto monetário deve impactar sobretudo os setores mais cíclicos, como é o caso da indústria de transformação. O Gráfico 4 apresenta o Indicador Antecedente da Indústria de Transformação (IAT), elaborado pela Fiesp, que tem como objetivo antecipar os ciclos de expansão e desaceleração da produção da indústria de transformação brasileira.

Historicamente, o índice antecipou a trajetória futura da produção do setor com ao menos 6 meses de antecedência, em média. Como é possível observar, o IAT corrobora o cenário esperado de arrefecimento da atividade industrial no ano.

Por outro lado, o forte crescimento no 1º trimestre deixou um carregamento estatístico positivo para 2025, de 2,2%. Ademais, os investimentos deverão apresentar resiliência no ano, em grande medida devido ao comportamento do investimento público.

Por fim, medidas do governo para estimular a atividade econômica, como a liberação de recursos do FGTS e a criação do crédito consignado privado constituem vetores altistas para o crescimento do PIB em 2025.

Infomoney - SP   03/06/2025

A China disse nesta segunda-feira (2) que as acusações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que Pequim violou o consenso alcançado nas negociações comerciais de Genebra são “infundadas” e prometeu tomar medidas enérgicas para proteger seus interesses.

O comentário do Ministério do Comércio foi em resposta às declarações de Trump na sexta-feira de que a China violou um acordo bilateral para reduzir as tarifas.

O ministério disse que a China implementou e manteve ativamente o acordo alcançado no mês passado em Genebra, enquanto os EUA introduziram várias medidas “restritivas discriminatórias” contra a China.
Essas medidas incluíram a emissão de orientações sobre controles de exportação de chips de IA, a suspensão das vendas de software de design de chips para a China e a revogação de vistos para estudantes chineses, acrescentou o ministério.

“O governo dos EUA provocou unilateral e repetidamente novos atritos econômicos e comerciais, exacerbando a incerteza e a instabilidade nas relações econômicas e comerciais bilaterais”, disse o ministério em um comunicado.

Ele não entrou em detalhes sobre as medidas enérgicas que podem ser tomadas em resposta.

Pequim e Washington concordaram em meados de maio, em Genebra, em suspender as tarifas de três dígitos por 90 dias. A China também prometeu suspender as contramedidas comerciais que restringiam suas exportações de metais essenciais necessários para a produção de semicondutores, eletrônicos e defesa dos EUA.

Na sexta-feira, Trump também anunciou a duplicação das tarifas de importação de aço e alumínio para 50%.

Embora a China seja o maior produtor e exportador de aço do mundo, ela envia muito pouco para os Estados Unidos depois que uma tarifa de 25% imposta em 2018 tirou a maior parte do aço chinês do mercado. A China ocupa o terceiro lugar entre os fornecedores de alumínio.

AUTOMOTIVO

Auto Industria - SP   03/06/2025

As vendas de veículos no mercado interno estabeleceram em maio o melhor resultado mensal de 2025. Os emplacamentos de 213,5 mil unidades no mês passado representaram crescimento de 8,6% sobre as 196,6 mil unidades de abril e expressivo avanço de  16,6% sobre maio de 2024, quando foram negociados 183 mil veículos.

Os brasileiros já compraram 926,8 mil automóveis e comerciais leves nos primeiros cinco meses do ano, 6,1% a mais do que em igual período do ano passado.

Mais uma vez a Fiat sustentou a ponta das vendas, com 21,6% dos emplacamentos de maio, ainda que com ligeiro decréscimo de 0,2 ponto porcentual. Foi seguida pela Volkswagen, que deteve 17,4% de participação e a maior variação positiva — 1 ponto porcentual.

A Chevrolet fechou o mês com 10,2% dos emplacamentos, à frente da Hyundai (8,7%) e da Toyota (7,3%). A marca japonesa teve maior recuo de participação, 1 ponto porcentual.

As  cinco primeiras marcas de maio

Fiat – 21,57%

Volkswagen – 17,39%

Chevrolet – 10,12%

Hyundai – 8,74%

Toyota – 7,32%

Os número são da Bright, consultoria que vê no aumento da participação das vendas diretas um dos principais fatores para o crescimento de maio, que teve 21 dias úteis ante 20 dias de abril.

Os negócios feitos diretamente entre montadoras e clientes finais, 106,6 mil unidades, representaram exatos 50,1% do total de veículos negociados no mês passado. Em igual período de 2024 a participação da modalidade limitou-se a 42,5% dos emplacamentos. Em abril último, a 47,5%.

“O movimento reforça a força das operações com frotistas, locadoras e empresas, que seguem ganhando participação no mix total”, pondera a consultoria.

Os licenciamentos de veículos eletrificados cresceram substancialmente frente há um ano. Foram vendidas 21,4 mil unidades, 59% a mais do que em maio de 2024 e 10% do mercado total.

Automotive Business - SP   03/06/2025

Antonio Filosa, nomeado CEO global da Stellantis, assume o comando de uma das maiores montadoras do mundo em um momento de transformação profunda da indústria automotiva. Sua gestão já começa com grandes expectativas e também com desafios complexos.

Abaixo, listamos aqueles que podem ser considerados os principais desafios do executivo à frente da empresa que se denomina uma house of brands.
1. Aceleração do processo de eletrificação

A Stellantis tem metas ambiciosas de eletrificação, com planos de lançar mais de 75 modelos eletrificados até 2030 e tornar-se uma empresa livre de carbono até 2038. Filosa precisa liderar essa transição em meio à pressão regulatória e à concorrência intensa com empresas como Tesla e BYD, por exemplo.

O executivo também enfrenta a necessidade de acelerar a nacionalização da produção de veículos elétricos em mercados estratégicos, como América do Sul, Europa e América do Norte, e reduzir a dependência da Ásia em componentes essenciais, como baterias.
2. Reorganizar as estruturar internas

Após a fusão entre FCA e PSA, a Stellantis herdou 14 marcas e fábricas em vários continentes, o que exige um esforço contínuo de integração e otimização.

Filosa terá que equilibrar essa estrutura gigantesca, cortar custos sem prejudicar empregos ou a imagem das marcas. Além disso, enfrenta o desafio de manter a rentabilidade enquanto investe pesadamente em P&D, software automotivo e eletrificação.

A padronização de plataformas e tecnologias é vista como essencial para garantir agilidade na produção e lançamentos aderentes ao mercado.
3. Fortalecimento das marcas nos EUA e na China

Apesar de forte presença na Europa e América Latina, a Stellantis tem desempenho abaixo do esperado na China maior mercado automotivo do mundo.

Filosa precisará redefinir estratégias para reverter essa tendência, seja por meio de parcerias locais, reposicionamento de marcas ou reestruturação operacional.

Nos EUA, mercado que já conhece bem, o desafio está em manter a liderança da marca Ram e recuperar espaço com as demais marcas do grupo, enfrentando concorrentes como Ford e GM, que têm avançado mais rápido na eletrificação de picapes e SUVs.
4. Gestão de múltiplas marcas e identidades

Com marcas tão diversas como Jeep, Fiat, Peugeot, Citroën, entre outras, o novo CEO terá que preservar as identidades de cada uma enquanto garante sinergia tecnológica e comercial.

Isso exige uma comunicação de marca muito clara, inovação constante e estratégias personalizadas para diferentes regiões algo que já fez aqui na América do Sul.

Além disso, Filosa terá que tomar decisões difíceis sobre possíveis enxugamentos ou fusões internas de marcas que não apresentam desempenho satisfatório.
5. Liderança em software automotivo

A Stellantis quer se posicionar como líder em software automotivo, inclusive com veículos conectados, direção autônoma e serviços de mobilidade. A parceria com a Amazon para o desenvolvimento da plataforma STLA SmartCockpit é um passo importante, mas Filosa precisa garantir escala.

Ele também enfrentará a competição com empresas de tecnologia e startups que já nasceram digitais, como a Rivian e a Lucid Motors, além da pressão para criar ecossistemas integrados de mobilidade urbana e eletrificação.
6. Relações sindicais e políticas públicas

Como CEO global, Filosa também enfrentará negociações trabalhistas delicadas, principalmente nos Estados Unidos, onde greves e pressões sindicais já afetaram a Stellantis em 2023.

Além disso, ele terá que lidar com políticas industriais e ambientais diferentes em cada continente, o que inclui subsídios, tarifas de importação e exigências locais de conteúdo nacional. A habilidade diplomática será fundamental para preservar competitividade e reputação institucional.

No Brasil, o executivo mostrou habilidade neste expediente à época das negociações que envolviam a prorrogação do Regime Automotivo do Nordeste.
7. Saúde financeira em meio à transformação

Por fim, um dos maiores desafios será garantir que a empresa mantenha sua sustentabilidade financeira enquanto atravessa o processo de transformação tecnológica e energética. O equilíbrio entre investimentos pesados em eletrificação, digitalização e sustentabilidade com a necessidade de lucratividade no curto prazo será um teste crítico à sua gestão.

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

O Estado de S.Paulo - SP   03/06/2025

Grandes empresas do setor de eletroeletrônico da China desembarcaram no Brasil com o objetivo de ampliar sua presença no mercado nacional e conquistar parte da clientela de seus concorrentes. Exemplos disso são as marcas de celulares Oppo e Jovi, que chegaram ao mercado com opções de aparelhos premium para competir com nomes como Samsung, Motorola e Apple.

Já a Midea tem ampliado sua presença no mercado, entrando em novas categorias de produtos e criando uma nova fábrica, enquanto a Hisense aposta em televisores de 100 polegadas e na marca Toshiba.

O movimento das fabricantes chinesas segue a rota feita por japonesas e sul-coreanas nas décadas passadas. Nos anos 1990 foram as japonesas que dominaram o mercado. Na décadas seguinte, foi a vez das sul-coreanas, que hoje lideram diversos segmentos de produtos no mercado nacional. E, a partir de 2020, são as chinesas que começaram a ganhar força no mercado doméstico.

Nesse movimento, a Oppo fez o que muitas empresas de eletrônicos fazem ao entrar no Brasil: primeiro, testou a temperatura da água antes de mergulhar de cabeça. A marca chegou ao País em 2022 com produtos importados e só dois anos mais tarde firmou uma parceria com a Multi (antiga Multilaser) para ter fabricação local, acelerando sua estratégia de expansão.

A marca trouxe ao Brasil neste ano dois novos aparelhos chamados Reno 13 e Reno 13F, vendidos a partir de R$ 3 mil. De acordo com o gerente sênior de vendas da Oppo Brasil, André Alves, a estratégia da empresa está na venda de smartphones do segmento chamado intermediário-avançado, embora também tenha alguns produtos de entrada, que são mais baratos.

Para se diferenciar no mercado, a companhia aposta em design diferente dos aparelhos e em recursos de inteligência artificial para fotografia, além de oferecer uma configuração de hardware avançada, como a bateria de alta capacidade (5.800 mAh).

“Esses celulares têm recursos de retrato com inteligência artificial, como melhoria de nitidez nas fotos. Às vezes, você tira uma foto de um grupo e uma pessoa se mexeu. A IA corrige isso. Temos também um removedor de pessoas das fotos”, afirma.

A meta da companhia é ousada: tornar-se a segunda maior vendedora de smartphones com sistema operacional Android.

Na prática, isso significa tomar o lugar da Motorola no mercado nacional, e não comprar briga nem com a Apple nem com a Samsung, que domina o setor com folga. Globalmente, a empresa almeja que o Brasil seja um dos cinco principais mercados do mundo.

Já a Midea ampliou a presença no mercado nacional ao entrar em 24 categorias de produtos neste começo de ano, incluindo desde torradeiras, ar condicionado, ventiladores e até aspirador-robô e Air Fryer. Os produtos chegarão gradativamente ao mercado ao longo de 2025.

Além disso, a Midea fez uma aposta grande no País. A empresa inaugurou no fim do ano passado uma fábrica em Pouso Alegre, em Minas Gerais. A unidade foi criada com investimento de R$ 600 milhões e atualmente se dedica a fabricar refrigeradores e alguns modelos de máquinas de lavar. Desse modo, a companhia busca ser competitiva no mercado, que tem marcas como Whirlpool, Electrolux, Samsung e LG.

O vice-presidente de vendas e marketing da Midea, Mario Sousa, afirma que o momento, apesar de adverso para o consumo com o juro em 14,75%, apresenta uma oportunidade de conquistar novos clientes e aumentar o reconhecimento entre os brasileiros.

“Como marca, temos um espaço grande para crescer. Os mercados podem até ficar mais instáveis, mas a gente tende a ganhar participação no mercado. É uma força que a Midea tem globalmente. Então, existe essa oportunidade de roubar espaço dos outros”, diz.

Apesar de a empresa ter três fábricas no País, os novos produtos anunciados para o mercado brasileiro serão importados. Com isso, um dos desafios que a Midea enfrentará é a oscilação do câmbio.

“O mercado brasileiro sempre tem uma possível instabilidade econômica e política, que a gente tem de saber ler e se antecipar. O dólar subiu para 6, houve receio de subir mais e agora está reduzindo. Por isso, a gente tem de ser muito hábil para a empresa continuar mantendo a rentabilidade”, afirma Sousa.

Segundo as empresas, o planejamento não foi impactado pela guerra comercial, pois faz parte de uma estratégia de longo prazo. Além disso, o Brasil é considerado um mercado estratégico por diversas marcas do setor de eletrônicos, e as companhias chinesas estão determinadas a conquistar uma fatia significativa desse segmento.

Para o sócio-diretor da Gouvêa Consulting, Jean Paul Rebetez, a estratégia da Midea de importar produtos é comum no mercado para empresas que desejam diversificar rapidamente o portfólio e antecedem uma avaliação de fabricação local de algumas categorias.

“A Midea tem consolidado sua presença no mercado brasileiro, especialmente no segmento de climatização, onde é reconhecida. Além disso, a Midea tem investido em patrocínios e campanhas publicitárias para aumentar sua visibilidade. Não podemos esquecer que a marca é uma das líderes de mercado no mundo e fará o possível para alcançar essa liderança aqui no Brasil também”, afirma Rebetez.

O especialista lembra ainda que a companhia é reconhecida no mercado de ar condicionado, que teve aumento de fabricação e demanda no País no ano passado.

“Em 2024, o Brasil registrou um aumento significativo na produção e venda de aparelhos de ar-condicionado. A produção cresceu 38%, atingindo 5,8 milhões de unidades fabricadas. Tudo isso impulsionada por ondas de calor intensas e condições econômicas favoráveis, principalmente no que tange desemprego em baixa e ganhos reais de salários”, diz.

Hisense e a TV de 100 polegadas

A Hisense tem se posicionado no mercado brasileiro como uma marca de televisores, apesar de também atuar nos segmentos de lavadoras, refrigeradores e ar condicionado.

Nas TVs, a marca vende modelos de 32 a 75 polegadas, produzidos localmente pela Multi, enquanto os modelos de 100 polegadas são importados atualmente, com planos de nacionalização na próxima linha. Essa telona é vendida na casa dos R$ 20 mil.

O vice-presidente de vendas e marketing da Hisense no Brasil, Erico Traldi, afirma que a estratégia da marca em ter um televisor voltado ao segmento premium do mercado é um movimento estratégico que ajuda a marca a se destacar.

“O consumidor que faz um investimento num produto como esse é mais crítico. Ele estuda mais, realmente pesquisa e não quer errar nessa compra. A gente está tendo um resultado muito bom nesse segmento”, diz.

A empresa é dona ainda da marca Toshiba, que voltou ao mercado após anos. Os produtos também são fabricados no País pela Multi.

Segundo o executivo, a marca também atua no segmento de projetores que, na prática, funcionam como uma espécie de TV sem tela. O principal produto é um projetor a laser que tem resolução 4K (4x mais do que o padrão HD) e imagem de até 300 polegadas. Na prática, o tamanho da imagem projetada é como a de um cinema de bairro.

A empresa também considera a expansão para novas categorias de produtos no País, como fornos, cooktops e aparelhos de áudio, como soundbars para televisores.
Realme e Jovi

Sem revelar dados de investimento, a empresa chinesa de smartphones chamada Realme anunciou em abril a abertura da sua primeira fábrica no País, localizada na Zona Franca de Manaus (AM), que terá capacidade para fabricar 20 mil celulares por dia.

A companhia estima que a unidade irá gerar cerca de 500 novos empregos. A Realme atua no mercado brasileiro desde 2021 e, agora, quer brigar por uma fatia maior de um mercado, hoje dominado por Samsung, Apple e Motorola, fora a ascensão das rivais chinesas, como a Xiaomi, a Oppo e a novata Jovi.

A Vivo, como é chamada na China, precisou mudar de nome devido à operadora de telefonia e sua marca por aqui virou Jovi. A empresa desembarcou por aqui no começo deste ano e terá fabricação local em Manaus em parceria com a GBR Componentes, especializada na produção de máquinas e aparelhos eletrônicos.
Xiaomi

A Xiaomi, uma das principais fabricantes de eletrônicos da China, teve uma entrada marcada por altos e baixos no mercado brasileiro. Em 2015, estreou com grande alarde, contando inclusive com o brasileiro Hugo Barra na equipe de expansão global - executivo que ganhou destaque ao ter uma ascensão meteórica no Google no início da década passada.

A estratégia era vender celulares e outros dispositivos apenas online. Pouco depois, começaram as vendas também por meio da operadora Vivo. No entanto, cerca de um ano depois, a companhia deixaria o País para voltar somente em 2019.

Na segunda vinda, a empresa firmou parceria com a fabricante mineira DL Eletrônicos, abriu lojas físicas e começou a vender no varejo geral. Com a estratégia, a empresa segue um ritmo de lançamentos estável no País nos últimos anos.

De acordo com a própria companhia, a marca continua consolidando sua presença na América Latina. No último ano, a Xiaomi cresceu 10% na região, e ocupa atualmente o segundo lugar no segmento de celulares.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Jornal de Brasília - DF   03/06/2025

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), publicou decreto que endurece as regras para oferta de moradia popular por construtoras e incorporadoras e limita os valores de venda de unidades desse tipo.

As mudanças ocorrem após anos de denúncias de que unidades de habitação social, construídas com incentivo fiscal, são vendidas a compradores que não se enquadram na faixa de renda do público-alvo dos programas municipais.

Publicado no Diário Oficial na última sexta-feira (30), o decreto diz que as vendas no mercado de moradia popular na cidade devem respeitar o limite máximo de R$ 518 mil por unidade habitacional. Esse valor se refere aos imóveis destinados à faixa de renda familiar de seis a dez salários mínimos (R$ 9.108 a R$ 15.180), a mais alta entre aquelas atendidas pelos incentivos da prefeitura.

Para famílias que ganham até três salários mínimos, o limite é de R$ 266 mil, e na faixa até seis salário mínimos, R$ 369. Esses valores devem ser corrigidos anualmente para se equiparar à inflação.

Categoria Faixa de renda Preço máximo por unidade Habitação de interesse social – 1 Até R$ 4.554 R$ 266 mil Habitação de interesse social – 2 De R$ 4.554 a R$ 9.108 R$ 369 mil Habitação de Mercado Popular De R$ 9.108 a R$ 15.180 R$ 518 mil O decreto de Nunes também cria uma série de novas regras para a oferta de moradia popular e endurece a punição para irregularidades. O texto diz, por exemplo, que “todos os contratos de locação deverão conter cláusula que demonstre o enquadramento familiar na faixa de renda correspondente à unidade habitacional” e que os responsáveis podem responder por falsidade documental caso não cumpram o requisito.

Além disso, o decreto proíbe explicitamente o aluguel de curta duração de unidades de moradia popular, como Airbnb. Isso ocorre após pesquisas e reportagens mostrarem que apartamentos ofertados por meio de programas de habitação popular acabam vendidos para investidores que alugam os apartamentos em sites e aplicativos de hospedagem.

Quem alugar o imóvel a um locatário que não se enquadra no público-alvo pode ser obrigado a pagar o valor equivalente ao incentivo fiscal recebido para a construção do imóvel, impostos e outros encargos, além de uma multa no dobro desse valor. A empresa responsável pelo empreendimento também está sujeita às mesmas punições.

O decreto também obriga empresas interessadas em vender unidades de HIS-1 (habitação de interesse social para famílias que ganham até R$ 4.554) a comunicar a Secretaria Municipal de Habitação com 30 dias de antecedência. Famílias interessadas que tenham cadastro em programas habitacionais da prefeitura devem ter preferência na venda dos imóveis nessa categoria.

A prefeitura determina que empresas responsáveis pelas vendas dos empreendimentos deixem claro, nos materiais de publicidade e nos estandes de venda, que se trata de moradia popular. As subprefeituras devem fiscalizar as regras de publicidade dos empreendimentos.

Há também uma série de regulações do aluguel desses empreendimentos, mesmo por proprietários que se enquadram nas faixas de renda dos programas habitacionais. O imóvel só pode ser locado a famílias que também se enquadrem no público-alvo dos programas, e o valor cobrado deve ser de, no máximo, 30% de cada faixa de renda.

A política de construção privada de unidades de Habitação de Interesse Social (HIS) e de Habitação de Mercado Popular (HMP) da Prefeitura de São Paulo entrou na mira do Ministério Público estadual neste ano. Em janeiro, promotores entraram com uma ação civil pública pedindo que a Justiça suspenda os efeitos da política habitacional até que a administração municipal comprove a readequação do destino dos imóveis.

Reportagens já mostraram a venda de unidades HIS por quase R$ 1,5 milhão, mesmo construídas pelo setor privado com incentivos públicos, como parte de uma política de habitação popular.

Infomoney - SP   03/06/2025

Os juros altos já começam a impactar o mercado imobiliário. Pela terceira vez consecutiva os preços de venda de imóveis residenciais desaceleraram no acumulado de 12 meses. Mesmo ficando acima da inflação, as cotações perderam a força, como mostra o Índice FipeZAP de maio. A alta mensal dos preços dos imóveis residenciais no último mês foi de 0,46%, abaixo da variação registrada em abril (0,51%), mas ainda superior ao IPCA-15 do período, que subiu 0,36%, e ao IGP-M, que apresentou deflação de 0,49%.

No acumulado do ano, o índice registra avanço de 2,89%, levemente acima da inflação oficial estimada até maio (2,85%). Já nos últimos 12 meses, o FipeZAP acumula alta de 7,66%, frente a 5,42% do IPCA e 7,02% do IGP-M. O movimento indica que, mesmo em ritmo mais lento, o preço dos imóveis segue em trajetória de valorização.

“Essa é a terceira desaceleração seguida do índice e indica uma mudança na tendência dos reajustes, fruto do aumento da taxa Selic e do esgotamento dos recursos da poupança habitacional, que aumentaram o custo do crédito imobiliário”, explica Paula Reis, economista do DataZAP.

Neste segundo trimestre, a variação do preço de venda deve prosseguir positiva, porém decrescente ou estável, segundo a especialista, porque o acesso mais restrito ao financiamento deve reduzir a demanda por imóveis, reduzindo a pressão sobre os preços.
Valorização

De acordo com o levantamento, a valorização foi mais expressiva em imóveis de um dormitório, com alta de 8,89% em 12 meses e preço médio nacional de R$ 11.176 por metro quadrado, acima da média geral de R$ 9.276 o metro. Por outro lado, unidades com quatro ou mais dormitórios apresentaram valorização menor de 6,08%.

As capitais do Nordeste concentram as maiores altas no acumulado de 12 meses, segundo a FipeZap. Salvador lidera com valorização de 20,85%, seguida por Vitória (+18,33%), João Pessoa (+18%), Belo Horizonte (+14,29%) e Curitiba (+13,29%). Todas as 56 cidades monitoradas pelo índice apresentaram elevação de preços no período.

Entre os valores médios por metro quadrado, Vitória (ES) segue como a capital mais cara do país, com R$ 13.349 por metro quadrado, à frente de Florianópolis (R$ 12.320/m²), São Paulo (R$ 11.560/m²), Curitiba (R$ 11.164/m²) e Rio de Janeiro (R$ 10.558/m²).
Variação entre as capitais

Entre as capitais, Vitória, com alta de 2,01%, Salvador (+1,36%) e Belo Horizonte (+1,28%) lideraram os aumentos mensais. Na outra ponta, Goiânia e Brasília foram as únicas a registrar queda nos preços em maio, com quedas de 0,39%  e 0,43% respectivamente.

O levantamento do FipeZAP leva em conta os preços anunciados de imóveis residenciais em 56 cidades brasileiras e é um dos principais termômetros do comportamento do mercado imobiliário no país.

Infomoney - SP   03/06/2025

Os gastos com construção nos Estados Unidos caíram de forma inesperada em abril, prejudicados por um declínio nos gastos com projetos de moradias unifamiliares em meio a custos de empréstimos mais altos e um aumento na oferta de casas.

O Departamento de Comércio informou nesta segunda-feira que os gastos com construção caíram 0,4%, depois de uma queda revisada para baixo de 0,8% em março.

Economistas consultados pela Reuters previam que os gastos subiriam 0,3%, depois de um declínio de 0,5% relatado anteriormente em março.

Em abril, os gastos diminuíram 0,5% em relação ao ano anterior.

Os gastos com projetos de construção privada recuaram 0,7%. O investimento em construção residencial caiu 0,9%, com os gastos em novos projetos de moradias unifamiliares diminuindo 1,1%.

A construção de moradias também está sendo restringida por uma perspectiva econômica instável em meio à política comercial do presidente Donald Trump, incluindo a recente duplicação das tarifas sobre aço e alumínio de 25% para 50%.

O estoque de novas moradias está em níveis vistos pela última vez em 2007, enquanto a oferta de casas usadas é a mais alta em mais de quatro anos, deixando os construtores com espaço limitado para iniciar novos projetos.

Os gastos com unidades habitacionais multifamiliares caíram 0,1% em abril. O investimento em estruturas privadas não residenciais, como escritórios e fábricas, diminuiu 0,5%.

FERROVIÁRIO

A Tribuna - SP   03/06/2025

O Trem Intercidades (TIC) – Eixo Sul, que vai ligar a cidade de São Paulo à Baixada Santista e ao restante do litoral paulista por meio de uma linha ferroviária, já está na fase de estudos. O trajeto terá entre 80 e 130 quilômetros, e a viagem está prevista para durar aproximadamente 1h30. O projeto deve receber um investimento estimado em R$ 15 bilhões.

A Secretaria de Parcerias em Investimentos do Estado de São Paulo (SPI) informou que os estudos de viabilidade do Trem Intercidades (TIC) – Eixo Sul estão em andamento. A previsão é que essa etapa seja concluída até o primeiro semestre de 2027.

O projeto faz parte do programa SP nos Trilhos, que, de acordo com o Governo de São Paulo, reúne mais de 40 iniciativas voltadas à expansão das redes de metrôs e trens metropolitanos, além da implantação dos Trens Intercidades (TICs) e de Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs).

O Trem Intercidades (TIC) – Eixo Sul prevê a criação de 13 mil empregos e deve contribuir para a redução do tráfego no Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI). “Ao todo, as iniciativas estão estimadas em mais de R$ 190 bilhões, somando mais de mil quilômetros de extensão de trilhos na Grande São Paulo, interior e litoral”, afirmou a SPI em nota.

Estações
Entre as opções estudadas para a chegada do Trem Intercidades à capital, estão três possíveis rotas. A primeira prevê a Estação Brás como destino, utilizando a Via ABC e o trecho de Paranapiacaba, que corresponde à faixa de domínio da cremalheira. No entanto, esse trajeto enfrenta hoje a concorrência com o transporte de cargas, o que torna sua implementação mais complexa.

A segunda alternativa é a Estação Pinheiros, por meio da Linha 9 e do trecho de Parelheiros. Esse caminho seguiria o traçado usado pelos trens até 1970. Já a terceira opção considera a Estação Santos-Imigrantes, utilizando a faixa de domínio da Rodovia dos Imigrantes até a área de interligação, onde se conecta à Ferrovia Santos-Cajati. Nesse caso, seria possível que os trens chegassem diretamente à cidade de Santos.

Trem Intercidades
O TIC, que fará a ligação entre São Paulo (SP) e a Baixada Santista, prevê um investimento de até R$ 15 bilhões, com previsão de percurso de até 1h30. As informações foram divulgadas pela Secretaria de Parcerias e Investimentos (SPI).

De acordo com a secretaria, o projeto foi aprovado em junho de 2024, mas ainda precisa cumprir várias etapas, como estudos complementares, consultas públicas, elaboração do edital, realização do leilão e assinatura do contrato, antes de sair efetivamente do papel.

O percurso poderá ter entre 80 e 130 quilômetros de extensão, com tempo estimado de viagem de 90 minutos. A expectativa é beneficiar diretamente nove municípios e impactar positivamente a vida de aproximadamente 1,8 milhão de pessoas, além de colaborar para a redução da sobrecarga no Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI).

NAVAL

Jornal de Brasília - DF   03/06/2025

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, afirmou nesta segunda-feira (2) que o país tem atualmente muito mais experiência e maturidade para desenvolver a indústria naval com responsabilidade, após “erros graves” no passado.

A declaração ocorreu durante evento da iniciativa BNDES Azul, na ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. A agenda foi realizada em conjunto com a Marinha do Brasil.

O programa BNDES Azul promete ações com foco na preservação da biodiversidade marinha e no desenvolvimento sustentável da economia do mar.

“Quero dizer que nossa carteira do Fundo da Marinha Mercante hoje já está em R$ 21 bilhões no acumulado historicamente. É uma força grande que nós temos”, disse Mercadante.

“Foram cometidos erros graves no passado. Acho que hoje nós temos muito mais experiência, muito mais maturidade, para poder desenvolver a indústria naval com responsabilidade, como está sendo feito”, completou.

Mercadante não chegou a detalhar quais teriam sido os erros cometidos anteriormente. A plateia do evento era composta em grande parte por integrantes da Marinha. O presidente do BNDES saiu da agenda sem dar entrevistas à imprensa.

O comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, também era aguardado na cerimônia no Rio, mas não compareceu. Conforme a assessoria da instituição, o motivo da ausência foi a agenda dele em Brasília.

Esta não é a primeira vez que Mercadante defende o fortalecimento da indústria naval. Na cerimônia de lançamento da iniciativa BNDES Azul, em janeiro de 2024, ele declarou que o país precisava retomar a construção de navios, sem esquecer erros cometidos no passado.

“Como um país que é um dos três no mundo que constroem e certificam avião não vai fazer, não pode fazer ou não deve fazer navio?”, questionou o presidente do BNDES na ocasião.

Medidas de estímulo à indústria naval em gestões anteriores do PT foram alvos de críticas de uma ala de economistas que apontava falta de competitividade do Brasil.

A reativação das atividades é uma promessa de campanha do presidente Lula (PT). O ciclo de investimentos no setor foi interrompido após a descoberta de esquemas de corrupção investigados pela Operação Lava Jato.

Nesta segunda, Mercadante disse existir uma “forte demanda” pela reativação da navegação fluvial, com barcos de apoio, e afirmou que agora também há “encomendas mais fortes e promissoras”.

Em seu discurso, o presidente do BNDES também destacou a importância dos oceanos para a economia mundial, além da busca por descarbonização da frota de navios.

“Estamos numa curva de aprendizado e agora temos um desafio gigantesco que é a descarbonização da frota. Ao que ele [Mercadante] está se referindo, pelo menos no que a gente vem discutindo no banco, é como o Brasil pode estar à frente desse processo e não perder mais uma janela de oportunidade”, afirmou a diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, em entrevista a jornalistas após o evento da iniciativa BNDES Azul.

“Quem no mundo tem oportunidade de liderar essa agenda? O Brasil, não só pelo tamanho de sua costa, mas pela experiência em biocombustíveis”, acrescentou.

O programa BNDES Azul teve o anúncio de novas ações nesta segunda. O destaque, segundo o banco, foi o lançamento de uma chamada de projetos voltados à proteção de ilhas oceânicas brasileiras, com orçamento total de R$ 80 milhões.

Entre os objetivos estão o controle de espécies invasoras, o monitoramento ambiental e o desenvolvimento de bases para créditos de biodiversidade.

De acordo com o banco, podem se inscrever instituições sem fins lucrativos que apresentem projetos com valor mínimo de R$ 5 milhões.

O BNDES diz que poderá financiar até 50% de cada proposta aprovada. As inscrições estarão abertas no site do banco até 17 de outubro de 2025.

Mercadante ainda declarou nesta segunda que mantém conversas com autoridades para o lançamento de “blue bonds” (títulos azuis) na COP30, a conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, marcada para novembro em Belém.

A ideia é criar opções de financiamento para projetos de preservação de oceanos. Seria uma iniciativa similar aos títulos verdes, os green bonds, que buscam apoiar iniciativas na área ambiental.

“Temos de avançar na economia circular e precisamos preservar a biodiversidade dos oceanos”, afirmou Mercadante.

Valor - SP   03/06/2025

Com a entrada de construtoras navais sul-coreanas na competição, as empresas japonesas buscam manter sua liderança, ao mesmo tempo em que promovem o uso do hidrogênio

A Kawasaki Heavy Industries e outras duas grandes construtoras navais japonesas vão colaborar para a produção em massa de transportadores de hidrogênio líquido, utilizando a tecnologia da Kawasaki, que produziu o primeiro navio desse tipo no mundo, conforme apurado pelo "Nikkei Asia".

A Imabari Shipbuilding e a Japan Marine United (JMU), as maiores e segundas maiores construtoras navais do Japão, respectivamente, serão responsáveis pela produção em massa. Os detalhes específicos da parceria ainda estão sendo discutidos, mas a Kawasaki provavelmente fabricará o tanque de hidrogênio líquido — a parte central do navio — e o fornecerá à Imabari e à JMU.

Com o hidrogênio ganhando atenção global como fonte de energia limpa, a demanda por navios de transporte deve aumentar. Com a entrada de construtoras navais sul-coreanas na competição, as empresas japonesas buscam manter sua liderança, ao mesmo tempo em que promovem o uso do hidrogênio.

O hidrogênio se liquefaz a -253 °C, permitindo um transporte mais eficiente. Em 2020, a Kawasaki concluiu a construção do primeiro navio do mundo capaz de transportar hidrogênio em seu estado líquido. A empresa agora está trabalhando para criar uma versão comercial da embarcação com um tanque de 40 mil metros cúbicos — aproximadamente 30 vezes maior que o do primeiro navio.

O hidrogênio, que não emite dióxido de carbono quando queimado, está chamando a atenção à medida que o mundo se afasta do carbono. Na Coreia do Sul, a HD Korean Shipbuilding & Offshore Engineering está trabalhando com a transportadora marítima japonesa Mitsui O.S.K. Lines e uma empresa australiana para desenvolver uma embarcação com um tanque de 80 mil metros cúbicos.

A indústria naval japonesa detinha cerca de metade da participação global de produção durante as décadas de 1970 e 1980, mas foi superada por concorrentes na Coreia do Sul e na China. O setor agora busca um retorno com navios de próxima geração, como transportadores de hidrogênio líquido e embarcações movidas a amônia. A aliança tripartida entre as construtoras navais japonesas é um passo nessa direção.

A Kawasaki Heavy Industries tem um longo histórico em tecnologia de hidrogênio. Ela adaptou a tecnologia de tanques usada para armazenar gás propano líquido em baixas temperaturas para o armazenamento de hidrogênio. Na década de 1980, a empresa construiu tanques de hidrogênio líquido para foguetes de fabricação japonesa.

O hidrogênio foi posicionado como um pilar de crescimento na estratégia de negócios de médio prazo em 2010.

A Kawasaki opera empresas de construção naval no Japão e na China. Ela planeja construir transportadores de hidrogênio no Japão, mas tem buscado parceiros devido às limitações de capacidade.

A indústria naval japonesa está agora vislumbrando uma chance de ressurgimento graças à demanda dos EUA por mais investimentos japoneses em construção naval. O governo japonês também está considerando usar sua assistência tecnológica em construção naval como moeda de troca em negociações tarifárias.

PETROLÍFERO

O Estado de S.Paulo - SP   03/06/2025

Diante da pressão do Congresso por alternativas ao aumento do IOF, voltou a ganhar força a proposta de alterar a metodologia de cálculo Preço de Referência do Petróleo (PRP), medida que poderia garantir ao governo uma arrecadação adicional de R$ 10 bilhões, a depender do novo desenho, apurou o Estadão/Broadcast.

Na prática, o PRP é adotado para o cálculo das compensações financeiras devidas pelas empresas com direito de exploração e produção de petróleo e gás natural. A União recebe pelo bônus de assinatura, royalties, participação especial e pelo pagamento com a ocupação ou retenção de área. Essas são chamadas de “participações governamentais”. Há o entendimento dentro do governo de que os cálculos estão defasados.

A demanda não é nova e se arrasta desde 2023, mas ainda não avançou na agenda regulatória da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Além disso, se a nova metodologia for aprovada este ano, há possibilidade de um período de transição e de os recursos só entrarem no ano que vem.

A revisão seria na resolução nº 874 da ANP, de 2022, que estabelece os critérios para fixação do Preço de Referência do Petróleo. O tema está na agenda regulatória da Agência para este ano.

No começo de 2024, a Secretaria de Reformas Econômicas, chefiada por Marcos Pinto, cobrou, via ofício, atualização nesses critérios para melhor aderência às práticas internacionais. O documento menciona que a falta de aprimoramento da metodologia “vem trazendo reflexos negativos sobre a arrecadação da receita pública pela União, pelos Estados e pelos municípios”.

No ofício, a secretaria menciona um relatório da própria ANP que indicou perda de arrecadação da ordem de R$ 6 bilhões por ano. “E como até então não houve o encerramento do processo de revisão da referida Resolução, o Erário já deixou de arrecadar, irreparavelmente, quase R$ 10 bilhões, o que certamente prejudica o financiamento de importantes políticas públicas pelo Estado brasileiro”, diz o ofício.

Um problema já identificado, do ponto de vista da Fazenda, é um possível período de transição para a entrada em vigor da atualização que será feita pela ANP, com a nova fórmula de cálculo adotada para a fixação do Preço de Referência do Petróleo. A pasta é contrária a esse intervalo para a vigência.

“Esta Secretaria é absolutamente contrária à imposição de um período de transição para que a norma passe a produzir efeitos quanto à nova fórmula de cálculo adotado para a fixação do Preço de Referência do Petróleo”, enfatiza o ofício.

Projeto do pré-sal

Além desta medida, o governo também conta com as receitas previstas no projeto de lei enviado ao Congresso na semana passada, que autoriza a venda da parcela da União no óleo de áreas adjacentes ao pré-sal. A proposta poderia gerar algo em torno de R$ 15 bilhões, nas estimativas mais “razoáveis” da equipe econômica.

O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, admitiu, no entanto, que há dúvidas de que essas receitas venham a se materializar ainda neste ano, contribuindo para o cumprimento das metas fiscais, por questões operacionais. Ele admitiu que não é trivial imaginar a viabilidade da medida no curto prazo.

“Sou super favorável ao projeto do óleo e das participações, mas ele não é estrutural. Ele tem ciclo de execução, precisa ser aprovado pelo Congresso, sancionado, para aí se dar início ao trabalho operacional de alienação desse ativo. Então, para 2025, eu tenho dúvidas se ele é viável de ser materializado nesse exercício. Não creio que ele seja solução para discussões que estão postas por uma questão mais operacional”, afirmou na semana passada.

O secretário explicou que as receitas oriundas dessa proposta só poderão constar no Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas após a sanção do projeto de lei e da estimativa oficial, por parte da área técnica responsável, do quanto desses recursos têm chances concretas de se materializar ainda neste exercício.

Globo Online - RJ   03/06/2025

O governo de Donald Trump disse nesta segunda-feira que planeja eliminar as proteções federais em milhões de hectares de áreas selvagens do Alasca, uma medida que permitiria a perfuração e a mineração em algumas das últimas áreas selvagens intocadas do país. Segundo o secretário do Interior, Doug Burgum, o governo de Joe Biden excedeu sua autoridade no ano passado quando proibiu a perfuração de petróleo e gás em mais da metade da área de 9,3 milhões de hectares, conhecida como Reserva Nacional de Petróleo do Alasca.

A revogação proposta faz parte da agenda agressiva do presidente Trump de "perfurar, perfurar, perfurar", que exige maior extração de petróleo e gás em terras públicas e a revogação de praticamente todas as proteções climáticas e ambientais.

"Estamos restaurando o equilíbrio e colocando nosso futuro energético de volta nos trilhos", disse Burgum em um comunicado.

A Reserva Nacional de Petróleo do Alasca é uma área ecologicamente sensível a cerca de 960 quilômetros ao norte de Anchorage, delimitada pelo Mar de Chukchi a oeste e pelo Mar de Beaufort ao norte. É a maior área de terras públicas dos Estados Unidos. Abrange um habitat crucial para ursos-cinzentos, ursos-polares, renas, milhares de aves migratórias e outros animais selvagens.

Criadas no início dos anos 1900, as reservas foram originalmente concebidas como um suprimento de combustível para a Marinha em tempos de emergência. Mas, em 1976, o Congresso autorizou o desenvolvimento comercial completo das terras federais e ordenou que o governo equilibrasse a perfuração de petróleo com a conservação e a proteção da vida selvagem.

Burgum acusou o governo Biden de priorizar "a obstrução em detrimento da produção e minar nossa capacidade de aproveitar os recursos nacionais em um momento em que a independência energética americana nunca foi tão crítica".

O anúncio foi feito durante a viagem de Burgum ao Alasca, acompanhado por Lee Zeldin, administrador da Agência de Proteção Ambiental (EPA), e Chris Wright, secretário do Departamento de Energia. A expectativa era que os três incentivassem empresas a perfurar em áreas sensíveis, como o Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Ártico, e apoiassem a construção de um gasoduto de gás natural liquefeito no estado.

O plano para permitir a perfuração na reserva de petróleo recebeu elogios da indústria petrolífera.

As emissões da queima de combustíveis fósseis são o principal fator das mudanças climáticas, que estão aquecendo o planeta e criando novos padrões climáticos perigosos. O Alasca está aquecendo a uma taxa de duas a três vezes mais rápida que a média global, resultando no degelo do permafrost e no derretimento do gelo marinho. Isso também está interrompendo as práticas de caça, pesca e coleta de alimentos das comunidades indígenas.

Grupos nativos do Alasca estão divididos sobre os planos do governo Trump para a região.

— Muitas vezes, decisões federais que afetam nossas terras são tomadas sem o envolvimento dos Inupiat da Encosta Norte, as pessoas mais afetadas por essas decisões — disse Nagruk Harcharek, presidente da Voice of the Arctic Inupiat, que representa organizações de liderança Inupiat na Encosta Norte e apoia projetos de petróleo e gás.

O grupo apoia a autorização de projetos de petróleo e gás na região, e Harcharek disse que a visita de Burgum e outros "mostra que o governo federal vê nossas comunidades e pessoas como parceiros, não como um exercício de cumprimento de obrigações".

Outros disseram que a abertura da reserva ameaçava destruir o habitat das renas e de milhares de aves migratórias, além de colocar em risco as comunidades que dependem da caça de subsistência.

— Isso é muito preocupante para nós — disse Rosemary Ahtuangaruak, ex-prefeita da cidade de Nuiqsut, predominantemente Inupiaq.

Matt Jackson, gerente sênior da Alaska State na The Wilderness Society, um grupo ambientalista, chamou a revogação das proteções ambientais de um ultraje.

— Essa medida vai acelerar a crise climática em um momento em que o solo sob as comunidades do Alasca está literalmente derretendo e os alimentos de subsistência estão em declínio — disse Jackson.

Grupos ambientalistas e a indústria de combustíveis fósseis lutam há décadas pelos lugares mais remotos e intocados do Alasca, que muitas vezes ficam sobre depósitos significativos de petróleo, gás e minerais.

Em seu primeiro dia de mandato, o presidente Trump assinou um decreto abrindo o Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Ártico — lar de renas migratórias, ursos-polares, bois-almiscarados, milhões de pássaros e outros animais selvagens — para perfuração. Mas uma venda de arrendamento realizada no local em janeiro fracassou, terminando sem um único licitante.

Petro Notícias - SP   03/06/2025

A Petrobrás está de olho no potencial do pré-sal da Bacia de Campos. A companhia deve iniciar ainda neste mês de junho a perfuração do poço pioneiro no bloco de Água Marinha, arrematado em 2022. A estatal é operadora da área, com 30% de participação, em parceria com a TotalEnergies (30%), Petronas (20%) e QatarEnergy (20%).

Como já noticiamos, a Petrobrás pretende dobrar sua produção de petróleo e gás natural na Bacia de Campos nos próximos dez anos — passando dos atuais 500 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) para 1 milhão de boed até 2035.

Em fevereiro deste ano, a empresa perfurou o poço 3-BRSA-1398-RJS, no bloco Alto de Cabo Frio Central, também localizado no pré-sal da Bacia de Campos, em lâmina d’água de 2.276 metros.

Valor - SP   03/06/2025

Duas usinas consideradas obsoletas terão que continuar funcionando porque governo vê risco de apagão com alta demanda no verão do hemisfério norte

O Departamento de Energia dos EUA ordenou que uma usina de geração de energia elétrica movida a petróleo e gás continue funcionando durante os meses mais quentes do verão. A justificativa é evitar escassez de energia na rede elétrica no período de maior demanda. Esta é a segunda usina obsoleta que o governo de Donald Trump exige que mantenha as operações para evitar um apagão. As informações são da “Associated Press”.

A usina de Eddystone fica na Pensilvânia e a ordem do governo americano é que ela continue operando pelo menos até 28 de agosto.

O departamento tomou medida semelhante na semana passada, ordenando à Consumers Energy que mantivesse a usina termelétrica a carvão J.H. Campbell aberta em Michigan após sua aposentadoria, que seria no sábado.

A Constellation Energy planejava desligar as unidades 3 e 4 de Eddystone neste final de semana. Mas o governo citou preocupações com a escassez de energia em meio ao desligamento de usinas antigas e à crescente demanda por eletricidade.

A operadora da rede elétrica local afirmou que a ordem é desnecessária porque não há emergência energética na região.

Um grupo de defesa ambiental, a Delaware Riverkeeper Network, criticou a decisão de manter Eddystone em operação como uma "injustiça ambiental". O desligamento reduziria a poluição e as emissões de carbono e ajudaria a região a atender aos padrões federais de ar limpo para poluição atmosférica, afirmou o grupo.

Valor - SP   03/06/2025

Produção do Azerbaijão depende de campos maduros no mar Cáspio, e o país pretende manter sua produção em cerca de 582 mil barris por dia pelos próximos cinco anos com investimentos de empresas ocidentais de energia

A Exxon Mobil e a empresa estatal de energia do Azerbaijão, a Socar, anunciaram nesta segunda-feira (2) a assinatura de um acordo para explorar a produção “onshore” de petróleo e gás no Azerbaijão, enquanto a BP deve adquirir participação em novos campos “offshore” azeris, segundo três fontes.

A produção do Azerbaijão depende principalmente de campos de petróleo maduros no mar Cáspio, e o país pretende manter sua produção de petróleo em cerca de 582 mil barris por dia pelos próximos cinco anos, com investimentos de empresas ocidentais de energia.

Durante a conferência Baku Energy Week, a Socar e a Exxon assinaram um memorando de entendimento para a exploração, desenvolvimento e produção de reservas de petróleo “onshore” não convencionais no Azerbaijão.

A experiência da Exxon no desenvolvimento de petróleo não convencional pode ajudar o Azerbaijão a aumentar sua produção terrestre, que atualmente representa apenas 5% da produção total de petróleo do país, e abrir um novo capítulo em sua indústria petrolífera.

Recursos não convencionais de petróleo e gás geralmente se referem a hidrocarbonetos presos em rochas porosas, que exigem tecnologias especializadas de extração, como o fraturamento hidráulico (fracking).

“Nos próximos anos, poderemos falar sobre o tamanho potencial do recurso e como a economia disso pode se apresentar”, disse John Ardill, vice-presidente de exploração global da Exxon.

Arzu Javadova, vice-presidente de geologia da Socar, afirmou que o acordo está focado em avaliar as opções para o projeto, e que as empresas não planejam perfurar poços de exploração neste estágio.

A Exxon já detém participações no maior projeto de desenvolvimento petrolífero do Azerbaijão, o Azeri-Chirag-Gunashli, e no oleoduto Baku-Tbilisi-Ceyhan, que transporta petróleo do mar Cáspio até a Turquia e, posteriormente, para a Europa.

Separadamente, espera-se que a Socar anuncie nesta terça-feira (03) a venda de participações nos campos “offshore” de petróleo e gás Karabakh e Ashrafi-Dan Ulduzu-Aypara para a BP, que deve se tornar a operadora do projeto de desenvolvimento de Karabakh, segundo três fontes familiarizadas com o assunto.

No ano passado, a BP assinou um memorando de entendimento com a Socar sobre a possível participação nesses dois projetos.

Anteriormente, a Socar tinha um contrato com a norueguesa Equinor para os campos Karabakh e Ashrafi-Dan Ulduzu-Aypara, mas a Equinor decidiu se retirar do projeto em 2017 ao redirecionar seu foco para ativos principais.

O Azerbaijão planeja aumentar as exportações de gás natural em 8 bilhões de metros cúbicos até 2030, disse o presidente Ilham Aliyev na conferência desta segunda-feira. O país exportou 25 bilhões de metros cúbicos de gás natural em 2024.

A BP também anunciou nesta segunda-feira que tomou a decisão final de investimento em seu projeto de usina solar Shafag, de 240 megawatts, no distrito de Jabrayil, no Azerbaijão.

A subsidiária solar da empresa, Lightsource bp, está construindo o projeto em parceria com a Socar e o Fundo de Desenvolvimento Empresarial do Azerbaijão. A construção custará US$ 200 milhões e será concluída até meados de 2027, informou a BP.

TN Petróleo - RJ   03/06/2025

A Diretoria da ANP aprovou no dia 29/5 a Agenda Regulatória da Agência para o período 2025-2026. A Agenda será composta por 56 ações, das quais 28 (50%) foram migradas da Agenda anterior (por não terem sido concluídas), organizadas de acordo com os eixos temáticos adotados pela ANP.

Foi publicada, no site da ANP, a Agenda Regulatória simplificada: https://www.gov.br/anp/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/agenda-regulatoria.

O documento completo, incluindo detalhamentos das ações, será publicado em até 15 dias úteis, conforme determinado pela Diretoria Colegiada.

Os eixos temáticos presentes na Agenda são: Exploração e Produção (18 ações, das quais 9 são novas); Movimentação de Petróleo, Derivados, Gás Natural e Biocombustíveis (10 ações, das quais 1 é nova); Produção de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (3 ações migradas); Abastecimento, Fiscalização do Abastecimento e Qualidade de Produtos (23 ações, das quais 16 são novas); e Transversal (2 ações novas).

A Diretoria Colegiada também aprovou um conjunto de ações, não contempladas na Agenda neste momento, mas que poderão ser incluídas à medida que as ações iniciais forem sendo concluídas ou mediante revisão da priorização, por determinação da Diretoria.

A nova Agenda Regulatória da ANP foi submetida, pela primeira vez, ao processo de participação social, por meio da Consulta Prévia nº 2/2024. Na página da Consulta, estão disponíveis as contribuições recebidas.

Valor - SP   03/06/2025

Os preços de referência do petróleo são utilizados para o cálculo de participações governamentais, que são os recursos que União, Estados e municípios recebem das petroleiras

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) pretende concluir o processo de revisão dos preços de referência do petróleo em julho, de acordo com a agenda regulatória 2025-2026, aprovada recentemente pelo órgão. A agenda foi divulgada pela ANP na semana passada e está disponível para consulta.

Os preços de referência do petróleo são utilizados para o cálculo de participações governamentais, que são os recursos que União, Estados e municípios recebem das petroleiras (royalties e participações especiais).

Os preços de referência são calculados com base em fórmulas que têm como principais parâmetros a cotação do petróleo do tipo Brent, referência internacional, a taxa de câmbio e a quantidade de petróleo produzido por empresa.

A abertura do processo de revisão, em 2022, foi motivada, entre outros fatores, pelos efeitos da conjuntura geopolítica sobre o mercado internacional de petróleo. A guerra entre Ucrânia e Rússia teve início em fevereiro de 2022 e segue até hoje.

Os preços de referência são divulgados mensalmente na página da ANP na internet.

Há uma expectativa de que a revisão eleve o preço de referência, o que refletiria diretamente na arrecadação de royalties e participações especiais.

Essa revisão está em vias de ser concluída no momento que o governo busca alternativas para compensar eventual derrubada, pelo Congresso, da elevação de alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

A revisão valerá, quando aprovada pela diretoria da ANP, para empresas de grande porte. Para petroleiras de pequeno e médio porte, a agência estima concluir o tema em abril de 2027.

Os preços de referência são regidos pela Resolução 874/2022 da ANP, sob revisão. A relatora do processo é a diretora Symone Araújo.

Infomoney - SP   03/06/2025

Os preços do petróleo fecharam em alta de quase 3% nesta segunda-feira, apesar de o grupo produtor Opep+ ter mantido seus planos de aumento da produção, após incêndios florestais em província produtora de petróleo do Canadá ameaçarem a oferta e novas ameaças tarifárias do presidente Donald Trump pesarem sobre o dólar norte-americano.

Os contratos futuros do petróleo Brent fecharam em alta de US$1,85, ou 2,95%, a US$64,63 por barril. O petróleo West Texas Intermediate dos EUA subiu US$1,73, ou 2,85%, a US$62,52.

Os incêndios florestais na província canadense de Alberta, produtora de petróleo, afetaram cerca de 7% da produção total de petróleo do país até segunda-feira, de acordo com cálculos da Reuters.
Pelo menos duas operadoras ao sul do centro industrial de Fort McMurray evacuaram os trabalhadores de suas instalações no fim de semana e interromperam a produção por precaução.

“Os incêndios florestais em Alberta estão agora começando a se infiltrar”, disse John Kilduff, sócio da Again Capital, em Nova York.

Também apoiando os preços, o dólar dos EUA caiu nesta segunda-feira, devido a preocupações de que as novas ameaças tarifárias de Trump possam prejudicar o crescimento e estimular a inflação.

Uma moeda norte-americana mais fraca torna as commodities cotadas em dólar, como o petróleo, menos caras para os compradores que usam outras moedas.

AGRÍCOLA

SEGS.com.br - SP   03/06/2025

Primeiros dados da pesquisa “Decifrando o cenário de máquinas agrícolas no Brasil” referem-se, por enquanto, à região Sudeste, que já mostram uma tendência de rejuvenescimento da liderança rural, percepção de marcas de fabricantes e fatores decisórios de compra de maquinários.

Em fase de coleta de dados, a pesquisa “Decifrando o cenário de máquinas agrícolas no Brasil”, conduzida pela consultoria [BIM]³ – Boschi Inteligência de Mercado, já aponta importantes tendências sobre o uso e a renovação de máquinas agrícolas no país. Com lançamento oficial previsto para setembro de 2025, o estudo trará uma radiografia inédita da frota nacional de tratores, colheitadeiras e pulverizadores autopropelidos, com foco em comportamento de compra, perfil do produtor, idade dos equipamentos e adoção de tecnologia.

Dados preliminares da região Sudeste, uma das mais relevantes para o agronegócio brasileiro, já evidenciam aspectos significativos do mercado, abrindo espaço para ajustes estratégicos por parte dos diversos players desse ecossistema.

Perfil do produtor: nova geração assume o comando
De acordo com os dados parciais, a faixa etária predominante entre os entrevistados, em sua maioria sócios-proprietários, está entre 29 e 44 anos. Além disso, cerca de 20% desses líderes têm entre 18 de 28 anos, revelando um novo perfil de liderança no campo.

O rejuvenescimento da gestão rural indica uma mudança geracional em curso, com impactos diretos na forma como decisões são tomadas, tecnologias são adotadas e relacionamentos comerciais são estabelecidos.

A presença crescente de jovens líderes, mais conectados e com maior familiaridade com ferramentas digitais, tende a acelerar a transformação digital no agronegócio, impulsionando a demanda por soluções mais integradas, como agricultura de precisão, plataformas de gestão e maquinário inteligente.

Esse movimento reforça a importância do planejamento sucessório, um tema cada vez mais estratégico no setor agrícola. Apesar de sua relevância, o campo ainda enfrenta desafios quando o assunto é sucessão estruturada. Segundo o Censo Agropecuário do IBGE de 2017, mais de 70% das propriedades rurais brasileiras não possuíam um plano formal de sucessão. A entrada de lideranças mais jovens, como evidenciam os dados da pesquisa da [BIM]³, representa uma janela de oportunidade para modernizar a gestão e promover uma transição planejada entre gerações.

Esse novo perfil de liderança, mais jovem, tende a ser mais conectado e tecnicamente preparado, costuma demandar novas abordagens por parte de fabricantes, concessionárias, instituições financeiras e agentes públicos. Estratégias de marketing e relacionamento, por exemplo, precisam considerar outros fatores além da tradição no campo. O discurso tradicional pode já não ser, por si só, suficiente para engajar esse novo tomador de decisão.

Marcas mais presentes e critérios decisivos na compra de maquinário
John Deere, Massey Ferguson e Case surgem, segundo dados preliminares, como as três marcas com maior penetração e satisfação dos clientes na frota de tratores do Sudeste, consolidando a força das marcas tradicionais no setor agrícola.

No entanto, a decisão de compra vai além da reputação da marca. Os produtores destacaram critérios práticos e operacionais como os mais influentes na escolha de máquinas:
- Assistência técnica;
- Custo operacional;
- Condições de financiamento.

Esses fatores refletem um comportamento mais racional e orientado ao desempenho no campo, indicando que as marcas precisam oferecer soluções completas, não apenas bons produtos, mas também condições e serviços eficientes.

Embora as 3 marcas com maior penetração sejam as mesmas que carregam os melhores níveis de satisfação, outras como Agrale e New Holland também entregam competitividade, mostrando-se opções muito atraentes para o agricultor.

Dados confiáveis importam para todo o ecossistema do Agro
O agronegócio brasileiro está se tornando cada vez mais técnico, internacionalizado, regulado e competitivo. Nesse cenário, informações confiáveis são um ativo estratégico, com impactos diretos em diversas frentes:
- Fabricantes: podem calibrar o mix de produtos, prever demanda por peças
- Concessionárias e locadoras: podem ajustar estoques, definem pacotes de serviços e tornar a experiência do cliente ainda melhor.
- Instituições financeiras: passam a estruturar linhas de crédito mais adequadas ao perfil do produtor e ao ciclo real de renovação da frota, podendo segmentar produtos financeiros por tipo de cultura/commodity e região.
- Associações e governo: devem desenvolver políticas públicas baseadas em evidências, promovem práticas sustentáveis e direcionam corretamente incentivos e subsídios para as regiões que mais necessitam, tornando a agricultura nacional mais eficiente e mecanizada.

Em um setor cada vez mais técnico, regulado e competitivo, dados confiáveis são ativos estratégicos. Eles orientam decisões mais precisas e sustentáveis em toda a cadeia do agronegócio, da indústria ao governo.

(*) Luís Vinha é advogado, consultor empresarial e sócio-diretor da [BIM]3 - Boschi Inteligência de Mercado.

Sobre a [BIM]³ – Boschi Inteligência de Mercado eÌ uma empresa especializada em fornecer soluções customizadas para conectar estratégia e execução de negócios em crescimento. Com mais de 20 anos de experiência dos seus sócios em setores industriais e B2B, a empresa destaca-se por sua expertise em Inteligência Competitiva, Market Insight, S&OP e Product Planning. Entre os serviços oferecidos estão Consultoria AD HOC (planejamento, estratégia, inteligência e regulações), produtos de assinatura (BI e Relatórios) e Panoramas Setoriais. A empresa atua em nichos específicos, como caminhões, ônibus, máquinas agrícolas e de construção, agronegócio, além de temas correlatos, como mobilidade e transição energética, distribuição de peças e acessórios, garantindo alta especialização.

O Estado de S.Paulo - SP   03/06/2025

A SKF, companhia sueca que atua no mercado de peças, espera crescer entre 10% e 15% nas vendas para o agronegócio este ano. A expansão virá da demanda por peças de reposição e serviços de manutenção para máquinas agrícolas, conta Alex Pereira, diretor executivo para o Mercado Industrial da SKF no Brasil. “O mercado de máquinas agrícolas deve crescer 8% este ano”, diz, citando números da Abimaq, associação do setor de máquinas. Este avanço demandará mais peças e serviços da SKF nas fazendas, avalia. O bom ano deve fazer também com que o agro avance de 10% de participação em 2024 para até 15% no faturamento da SKF aqui. Globalmente, a empresa faturou US$ 10 bilhões em 2024 - 70% no setor industrial e 5% no agro.
Equipamento em ordem

Mesmo com um 2024 de “vacas magras” para o agronegócio, quando, por causa dos juros altos e preços baixos de grãos, o produtor freou a aquisição de máquinas agrícolas novas, a SKF cresceu em peças de reposição. “Houve maior necessidade de manutenção”, diz Pereira.
Ampliando horizontes

Com vendas crescentes e foco no Brasil, a SKF espera “seguir firme” no agronegócio, diz Pereira. Hoje, a maior parte da comercialização de peças e serviços de manutenção atende sobretudo tratores, além de plantadeiras. “Estamos de olho, agora, na agroindústria de processamento de grãos, com atuação no cliente final.”

De olho lá fora

A Masterboi, um dos maiores frigoríficos do Nordeste, fechou 2024 com crescimento de 42% nos abates de bovinos, para 500 mil cabeças, e de 100% no volume exportado. Para 2025, a projeção é ampliar as vendas externas em 28%, para 50 mil toneladas de carne. No foco está depender menos da China, o que já está ocorrendo: em 2024, 46% do total exportado pela empresa foi para lá, ante 90% em 2023.
Maior capacidade

O frigorífico de Canhotinho (PE) é um dos motores da expansão: saltou de 580 para 650 cabeças abatidas/dia neste mês, com meta de chegar a 1 mil. Somadas às plantas de São Geraldo do Araguaia (PA) e Nova Olinda (TO), a capacidade total da Masterboi deve atingir 3.500 bovinos/dia até 2026. Apesar do foco em exportações, 70% das vendas ainda são domésticas, com crescimento de 30% em 2024. O Nordeste representa 80% desse volume, liderado por Pernambuco, Ceará e Paraíba.

Mercado crescente

Líder em alimentos à base de amendoim no País, a Santa Helena projeta crescimento de dois dígitos em produção e vendas para 2025. A companhia, que integra um grupo com faturamento anual superior a R$ 1 bilhão, contratou mais 350 colaboradores nos últimos meses e intensificou investimentos em modernização industrial. “Temos um grande potencial de desenvolvimento interno”, afirma Gino di Domenico, o CEO. Em 2024, a margem de lucro já foi expressiva, embora a empresa não abra números.

TOP