Clipping Diário

17 | Dezembro | 2025

SIDERURGIA

Valor - SP   17/12/2025

Segundo Instituto, o sistema de cota-tarifa adotado pelo governo ajuda, mas está longe de resolver o problema; vendas internas de aço caíram 0,6% entre janeiro e novembro

Apesar dos mecanismos de defesa comercial adotados pelo governo federal, a indústria siderúrgica brasileira diz que segue pressionada pelo avanço das importações, especialmente de origem chinesa. É o que apontam os dados apresentados nesta terça-feira (16) pelo Instituto Aço Brasil, durante coletiva de imprensa sobre o desempenho do setor em 2025.

De acordo com a entidade, as vendas internas de aço caíram 0,6% entre janeiro e novembro, refletindo um mercado doméstico ainda fraco e a perda de espaço da produção nacional. No mesmo período, as importações cresceram 20,2%, alcançando 5,9 milhões de toneladas. Desse total, 64% dos laminados importados tiveram origem na China.

“O mecanismo de cota-tarifa ajuda, mas não está impedindo a entrada de aço importado da China”, diz o presidente do conselho diretor do Instituto Aço Brasil, André Gerdau Johannpeter.

Ao considerar toda a cadeia metal-mecânica, o volume de aço importado sobe ainda mais, chegando a 6,2 milhões de toneladas, segundo o Instituto. Segundo o executivo, o sistema de cota-tarifa adotado pelo governo ajuda, mas está longe de resolver o problema.

O mecanismo foi renovado até maio de 2026, prevendo a aplicação de tarifa de 25% sobre o aço importado acima do limite estabelecido, além da ampliação do número de produtos abrangidos, de 19 para 23 itens. Paralelamente, o governo abriu a maior investigação antidumping da história do país, envolvendo 25 produtos siderúrgicos chineses.

Segundo ele, um dos principais entraves está nos chamados facilitadores das importações, que permitem a entrada de aço com custos menores por meio de benefícios fiscais regionais. Entre os exemplos citados estão Santa Catarina e Ceará, que oferecem incentivos de ICMS, além da Zona Franca de Manaus.

Gerdau também criticou políticas que, na avaliação do setor, distorcem a concorrência internacional.

“A política de manutenção de empregos a qualquer custo, subsídios a qualquer custo, entre outros pontos, impede frear a entrada de aço no Brasil”, disse.

Na avaliação do executivo, o cenário é agravado pelo modelo adotado pela China, onde o Estado tem papel central no setor siderúrgico. “Direta ou indiretamente, o setor de aço na China tem participação do governo”, afirmou o presidente do conselho do Instituto.

O impacto desse ambiente competitivo desigual se reflete no nível de atividade das usinas brasileiras. Segundo o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, a indústria nacional opera atualmente com apenas 68% da capacidade instalada, o que limita investimentos, geração de empregos e a competitividade do setor no médio e longo prazo.

Globo Online - RJ   17/12/2025

O Cade aprovou a compra pela Ternium da participação da Nippon Steel na Usiminas. O acordo havia sido anunciado no mês passado. O valor do negócio é de R$ 1,9 bilhão.

A Ternium, que pertence ao grupo ítalo-argentino Techint, passa a ter 92,9% da Usiminas. O restante das ações continua com a Previdência Usiminas, fundo de pensão dos funcionários da empresa.

Valor - SP   17/12/2025

Importações seguem em expansão e subiram 17,5% em novembro, para 469 mil toneladas, enquanto no ano, somam 6,017 milhões de toneladas, alta de 6,9% ante os 11 primeiros meses de 2024

A produção de aço bruto brasileira somou 2,8 milhões de toneladas em novembro, uma alta de 0,7% na comparação com novembro do ano passado. Os dados foram divulgados, nesta terça-feira (16), pelo Instituto Aço Brasil.

Nos 11 primeiros meses do ano, a produção de aço bruto foi de 30,8 milhões de toneladas, 1,5% abaixo das 31,3 milhões de toneladas fabricadas em igual período do ano passado.

As vendas internas de aço em novembro foram de 1,748 milhão de toneladas, 3,5% abaixo das 1,812 milhão de toneladas de novembro de 2024. No acumulado entre janeiro e novembro, as vendas internas somaram 19,6 milhões de toneladas, queda de 0,6% frente aos 19,7 milhões de toneladas em igual período do ano passado.

As exportações em novembro subiram 116,2% frente a novembro do ano passado, para 1,035 milhão de toneladas, enquanto no ano as exportações foram de 9,771 milhões de toneladas, alta de 10,6% frente ao período janeiro-novembro do ano passado.

As importações seguem em expansão e subiram 17,5% em novembro, para 469 mil toneladas, enquanto no ano, somam 6,017 milhões de toneladas, alta de 6,9% ante os 11 primeiros meses de 2024.

A utilização da capacidade instalada nas siderúrgicas do país em novembro foi de 65,9%, contra 65,5% em novembro do ano passado. No período janeiro-novembro deste ano, a utilização média da capacidade ficou em 65,9%, ante 67% em igual período do ano passado.

Jornal de Brasília - DF   17/12/2025

As siderúrgicas instaladas no Brasil reduziram 5.100 empregos e suspenderam R$ 2,5 bilhões em investimentos até novembro deste ano em meio às fortes pressões causadas pelas importações de aço chinês no país. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (16) a jornalistas pelo Instituto Aço Brasil, que não detalhou os valores por empresa.

Neste mesmo período, quatro alto-fornos, uma aciaria e cinco minimills (usinas semi-integradas que fundem sucatas em fornos elétricos) tiveram que ser paralisados devido a uma menor demanda pelo aço produzido internamente em comparação com o ano passado.

O instituto, que representa o setor no país, revisou para baixo a produção de aço bruto no Brasil de uma queda de 0,8% para uma queda de 2,2%. A estimativa é que, ao final de 2025, as siderúrgicas brasileiras tenham produzido 33,1 milhões de toneladas de aço e vendido 21,1 milhões no mercado interno e 10,2 milhões para o externo -nessas últimas houve aumento de 6,9% na projeção.

Quanto às importações de aço bruto, a estimativa para o fim do ano é de um aumento de 7,5% em relação a 2024 e de 20,5% em relação aos aços laminados, principal produto vendido para a construção civil, além de fabricantes de automóveis e maquinários. Houve queda na projeção do instituto, que previa aumento de 19,1% e 32,2%, respectivamente.

A queda, segundo o instituto, se dá pela redução de preços dos produtos das siderúrgicas brasileiras, que precisaram se adequar para competir com as empresas chinesas. Mas, apesar da redução, o setor ainda enxerga a entrada de aço chinês no país como o principal entrave do mercado.

Até novembro, o Brasil importou 5,4 milhões toneladas de aço laminado, contra uma média de 2,2 milhões anuais entre 2000 e 2019 -a disparada de importações começou após a pandemia de Covid-19, quando a intensidade do consumo interno de aço na China diminuiu, provocando aumento de exportações pelas empresas chinesas. Do total de importações até novembro, por exemplo, 64% vieram da China.

Além disso, outras 6,2 milhões de toneladas de aço entraram de forma indireta no país, já convertidas em produtos finais, como eletrodomésticos, automóveis e maquinários.

O Instituto Aço Brasil atribui a entrada massiva de aço chinês no Brasil ao que chama de estratégias ilegais do governo chinês.

A jornalistas, a organização apresentou dados da Platts, plataforma de monitoramento global de preços, que indicam queda exponencial no preço do aço chinês de janeiro de 2024 (quando a tonelada de bobinas a quente eram vendidas a US$ 560) para novembro de 2025 (US$ 454). A queda, no entanto, acontece no mesmo momento em que há redução das margens das usinas chinesas, o que, segundo o Instituto Aço Brasil, representa dumping comercial, quando empresas vendem produtos no exterior abaixo do custo ou preço do mercado interno para eliminar a concorrência.

Em maio, o governo brasileiro atendeu a um pleito do setor e renovou as cotas para entrada de 16 tipos de aço no país, sendo que 76% desses produtos vinham da China. A medida, no entanto, apesar de ser vista como positiva pelas siderúrgicas, não resolveu os problemas do setor.

No terceiro trimestre de 2025, por exemplo, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) das siderúrgicas com instalação no Brasil foi de R$ 2,8 bilhões, quase metade do registrado no mesmo período do ano passado. Já a margem Ebitda, que leva em conta a proporção do índice sobre a receita líquida das empresas, reduziu de 12,9% para 7,7%.

Agora, o setor tenta convencer o governo federal a aumentar as tarifas de importação de aço, hoje entre 9% e 16% sobre os produtos alvos da medida do governo federal e de 25% sobre a quantidade que ultrapassam as cotas determinadas em maio.

Outra frente dos esforços institucionais do setor diz respeito às tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a qualquer tipo de aço que entra no país, independentemente do país de origem.

De acordo com o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, o instituto espera que, em meio à melhora nas relações entre os dois países, o governo de Donald Trump anule as tarifas ao produto brasileiro e retome o sistema de cotas criado em 2018. Neste período, as siderúrgicas brasileiras podiam exportar até 3,5 milhões de toneladas aço semiacabado para os americanos sem pagar tarifas.

“Em 2018, o Trump fez rigorosamente a mesma coisa [ ] e no nosso entendimento, no exemplo de 2018, se for exitoso esse canal negocial, o acordo pode ser restabelecido e o Brasil forneceria a cota e, em vez de ser taxado em 50%, ficaria com 0%”, afirmou.

Money Times - SP   17/12/2025

As usinas siderúrgicas do Brasil, grupo que conta com nomes fortes como Gerdau (GGBR4), Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3), estimaram nesta terça-feira (16) uma segunda queda consecutiva na produção de aço em 2026 e prevendo o mesmo para as vendas no mercado interno no próximo ano. Os dados foram apresentados pela entidade que representa o setor, a Aço Brasil.

A produção de aço bruto no país deve somar 32,4 milhões de toneladas no próximo ano, uma queda de 2,2% ante o volume estimado para 2025, calculou o Aço Brasil.

Para 2025, a entidade prevê produção de 33,1 milhões de toneladas, abaixo dos 33,6 milhões estimadas anteriormente, com o novo prognóstico representando um declínio também de 2,2% ante 2024.

No acumulado do ano até novembro, a produção de aço bruto somou quase 30,8 milhões de toneladas, uma queda de 1,5% frente ao mesmo período de 2024, em meio à concorrência com material importado (principalmente o aço chinês) e dificuldades para exportações diante da guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos no início de 2025.

O Aço Brasil também previu para 2026 queda nas vendas de aço no mercado interno, da ordem de 1,7%, para 20,8 milhões de toneladas, que deve se seguir a recuo de 0,5% em 2025.

As expectativas foram divulgadas apesar dos prognósticos de queda dos juros no próximo ano, cujo nível de 15% atualmente tem sido citado por vários setores consumidores de aço, como o automotivo, como um entrave para financiamento de vendas de produtos novos.

O Aço Brasil estimou que em 2026 o consumo aparente – métrica que reúne as vendas no mercado interno de produtos feitos no país e importados – deve subir 1%, para 27 milhões de toneladas. Para este ano, a previsão é de crescimento de 2,4% no consumo aparente, a 26,74 milhões de toneladas, indicando o consumo mais intenso de material importado diante da previsão de queda na produção e vendas internas.

A entidade citou dados mostrando que o volume de laminados de aço que entra no país, atualmente, é 168% superior à média das importações entre 2000 e 2019, de 2,2 milhões de toneladas. Esse crescimento levou a participação de importados no mercado interno para 21%, ante o patamar histórico de 9,7%, segundo o Aço Brasil.

A entidade destacou que os níveis elevados de importações de aço têm se mantido a despeito do mecanismo Cota-Tarifa, que abrange 16 produtos siderúrgicos em um universo de 273.

Sobre as tarifas dos EUA contra o Brasil, a entidade reconhece o avanço das negociações e abertura do diálogo com o país.

“O que se pretende até o momento é a renovação do acordo de cotas, que foi fundamental para o Brasil e para os EUA”, disse o presidente-executivo do Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes.

“Nosso trabalho junto com o Ministério de Relações Exteriores é que com a melhoria das relações (entre EUA e Brasil) a gente volte a tratar do que seria a renovação do acordo”, disse Lopes.

Por Reuters

A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.

ECONOMIA

Infomoney - SP   17/12/2025

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, discute nos bastidores a possibilidade de antecipar sua saída do governo Lula, antes do prazo final de desincompatibilização exigido pela legislação eleitoral. A informação havia sido adiantada pelo jornal O Globo.

A avaliação interna, segundo apuração da Folha de S. Paulo, é de que o movimento pode ocorrer já no início de 2026, abrindo caminho para uma transição planejada no comando da área econômica.

Auxiliares do presidente relatam ao jornal que Haddad trabalha com o mês de fevereiro como referência. O ministro quer acompanhar a implementação efetiva da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, uma das principais apostas de sua gestão.

Ata do Copom, emprego e varejo nos EUA: os destaques desta terça-feira

InfoMoney reúne as principais informações que devem movimentar os mercados nesta terça-feira (16)

Embora a medida passe a valer em janeiro, o impacto prático deve aparecer nos salários a partir de fevereiro, o que reforça a ideia de encerrar o ciclo após a materialização do benefício.

Haddad confirmou publicamente que deixará o cargo, sem cravar uma data exata. Disse apenas que a saída deve ocorrer “um pouco antes de março”. No entorno do ministro, a leitura é de que ele considera cumprida a missão à frente da Fazenda, após conduzir a agenda fiscal e tributária do governo ao longo de quase três anos.

Segundo a apuração, para o lugar, o nome mais citado é o do secretário-executivo Dario Durigan. Braço direito de Haddad, ele se consolidou como principal articulador político da Fazenda no Congresso e manteve interlocução direta com o Planalto em negociações sensíveis da pauta econômica. Durigan assumiu o posto em 2023, após a saída de Gabriel Galípolo, hoje presidente do Banco Central.

No campo eleitoral, Haddad tem descartado disputar cargos em 2026, como o governo de São Paulo ou o Senado, apesar das pressões internas do PT. Dirigentes do partido defendem um palanque robusto para Lula no estado, mas o ministro sinaliza preferência por outro papel no próximo ciclo.

Haddad tem manifestado disposição para atuar na coordenação da campanha de reeleição de Lula, especialmente na elaboração do programa de governo. Há também quem veja espaço para que ele assuma a Casa Civil em um eventual rearranjo ministerial, hoje sob o comando de Rui Costa.

O Estado de S.Paulo - SP   17/12/2025

O Banco Central manteve o tom duro na Ata do Copom e evitou, mais uma vez, dar sinais de início dos cortes de juros na próxima reunião de janeiro. Na equipe econômica e em parte do mercado financeiro, havia a expectativa de que a Ata pudesse dar um tom mais brando em relação ao comunicado da semana passada, mas isso não aconteceu. Os dois textos mantiveram a coerência. Com isso, o mercado deve levar suas apostas para cortes nas reuniões de março ou até de abril, como já vêm apontando alguns economistas.

O BC lista vários fatores para manter a Selic em 15%. Ele usa a expressão “vetores inflacionários”, que se mantêm adversos, cita a inflação de serviços, que tem caído lentamente por causa do mercado de trabalho aquecido, e também fala das expectativas de inflação acima da meta e de riscos de repasses da alta do dólar para produtos aqui no Brasil.

“Diante das condições observadas e prospectivas, o cenário prescreve uma política monetária significativamente contracionista por período bastante prolongado”, diz o Banco Central.

Um dos trechos da Ata que chamaram a atenção foi o parágrafo 14, no qual o BC descreve a sua estratégia de comunicação, em relação “ao estágio da política monetária”. Segundo o BC, houve ganho de confiança “que vem se acumulando com o processo de desinflação”. Depois, o BC descreve como foi o processo de alta e de manutenção dos juros, para concluir que a Selic de 15% é o nível adequado neste momento.

“O Comitê reforçou que a estratégia seria de manutenção da taxa de juros por período bastante prolongado. Num primeiro momento, debatendo se tal taxa era suficiente, depois julgando que tal taxa era suficiente, e, nesta reunião, concluindo que a estratégia em curso, de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado, é adequada para assegurar a convergência da inflação à meta”, disse o BC.

O BC tem conseguido vitórias no combate a inflação. A taxa em 12 meses divulgada pelo IBGE caiu para 4,46%, abaixo do teto de 4,5%, mas ainda distante da meta de 3%. No Boletim Focus, também está havendo redução, ainda que lenta nas expectativas. A projeção está em 4,36% para 2025, em 4,10% para 2026 e em 3,8% em 2027.

Ao “concluir” que a estratégia atual é adequada para levar a inflação à meta, o BC dá pequenos passos para indicar um fim de ciclo da Selic em 15%. Mas esse sinal ainda não é suficiente para indicar o início dos cortes em janeiro, como queria o governo. Na próxima quinta-feira, o BC divulgará o Relatório de Política Monetária, quando passará novas mensagens sobre a política de juros.

O Estado de S.Paulo - SP   17/12/2025

Os investimentos na China diminuíram drasticamente em novembro, aproximando o país de sua primeira queda anual em mais de três décadas.

O investimento em habitação, infraestrutura pública e indústria caiu 2,6% de janeiro a novembro, marcando mais um mês de forte declínio no chamado investimento em ativos fixos, anunciou na segunda-feira, 15, o Departamento Nacional de Estatísticas da China. A empresa de pesquisa Capital Economics estimou que o investimento caiu 11,1% em novembro em relação ao ano anterior, o segundo mês consecutivo de quedas de dois dígitos até 2024.

A queda em novembro coloca a China à beira de uma desaceleração histórica nos investimentos. À medida que a economia chinesa crescia a passos largos, o investimento em edifícios, obras públicas e fábricas aumentava todos os anos desde o final da década de 1980.

A retração, que começou no segundo semestre deste ano, sinaliza uma crescente cautela em relação à economia chinesa.

O investimento imobiliário, antes considerado um pilar do crescimento da China, continuou a cair drasticamente no mês passado. O investimento em infraestrutura pública e no setor manufatureiro também diminuiu, acompanhando a queda dos três principais componentes do investimento em ativos fixos.

É incomum que o investimento diminua nos três segmentos, o que indica a convergência de problemas que afetam a economia chinesa. A China enfrenta uma crise imobiliária arraigada que abalou a confiança. Devido à queda no mercado imobiliário, os governos locais não têm recursos para investir em obras públicas. Além disso, os esforços de Pequim para conter a concorrência excessiva, que prejudica até mesmo os setores de rápido crescimento na China, têm desacelerado o investimento em novas fábricas.

Em uma coletiva de imprensa na segunda-feira, Fu Linghui, porta-voz e economista-chefe do Departamento Nacional de Estatísticas da China, afirmou que, embora o número total tenha diminuído, o investimento em áreas-chave, como tecnologia de energia limpa, continuou a crescer, lançando as bases para o crescimento a médio e longo prazo.

Autoridades chinesas sinalizaram que estabilizar o investimento e reverter a recessão são prioridades políticas para o próximo ano.

“O apoio político deverá ajudar a impulsionar uma recuperação parcial nos próximos meses, mas isso provavelmente não impedirá que o crescimento da China permaneça fraco ao longo de 2026 como um todo”, escreveu Zichun Huang, economista para a China da Capital Economics, em uma nota divulgada na segunda-feira.

Além do investimento, a China divulgou outros indicadores que apontam para uma contínua lentidão econômica. As vendas no varejo, um indicador do consumo, subiram 1,3%, o ritmo mais lento em quase três anos.

O setor imobiliário continuou a receber notícias preocupantes, reforçando a visão de que o colapso do mercado imobiliário não mostra sinais de arrefecimento. A China Vanke, uma das maiores incorporadoras do país, não conseguiu aprovar um plano para adiar o pagamento de títulos com vencimento na segunda-feira, aproximando a empresa ainda mais da inadimplência.

Em um comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong na segunda-feira, a Vanke afirmou ter um “período de carência” de cinco dias úteis após o não pagamento de uma obrigação dentro do prazo. A empresa disse que planeja convocar outra assembleia de detentores de títulos durante esse período.

IstoÉ Dinheiro - SP   17/12/2025

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou, em entrevista para a Fox Business nesta terça-feira, 16, que, por enquanto, a China cumpriu tudo o que foi negociado com Washington e que os presidentes norte-americano, Donald Trump, e chinês, Xi Jinping, compartilham respeito mútuo.

“Gostaríamos de ver a China reequilibrando sua balança comercial. O mundo não pode ver a China manter um superávit comercial de US$ 1 trilhão”, ponderou Bessent.

Para ele, Pequim precisa aumentar o consumo interno.

Na ocasião, o secretário destacou que é possível que ocorram restituições de impostos entre US$ 100 bilhões e US$ 150 bilhões no primeiro trimestre do próximo ano, variando de US$ 1.000 a US$ 2.000 por família.

Na avaliação de Bessent, a economia dos EUA deve começar a “decolar” no primeiro e segundo trimestre de 2026, diante das iniciativas da administração republicana.

“O corte de impostos permite que corporações e famílias trabalhadoras mantenham mais do que eles arrecadam da desregulamentação, que nos permite crescimento substancial sem inflação”, explicou ele, ao pressionar por uma grande reforma desregulamentar para desbloquear trilhões em crédito que, segundo avaliação dele, é “muito restritivo”.

O Estado de S.Paulo - SP   17/12/2025

Trabalhar no Federal Reserve é uma péssima maneira de virar notícia. O presidente — neste caso, Jerome Powell, cujo mandato termina em maio — é considerado digno de destaque, mas os outros 11 membros do comitê de votação ficam em segundo plano. Ultimamente, porém, eles têm demonstrado certa inquietação. Quando o Fed decidiu, na semana passada, cortar as taxas de juros, a votação teve três votos contrários, o maior número desde 2019.

Em muitos aspectos, este é um desenvolvimento positivo, mas implicará uma reformulação de como a o Banco Central americano opera e como influencia a economia.

O Federal Reserve possui vasta experiência em análise técnica e exerce suas responsabilidades com muito menos politização do que qualquer outra instituição de formulação de políticas econômicas em Washington. Diferentemente, por exemplo, dos juízes da Suprema Corte, os membros do Fed tendem a atualizar suas opiniões com frequência, baseando-se mais no ciclo econômico do que no ciclo eleitoral.

A maior fraqueza do Fed tem sido a tendência ao pensamento de grupo, fruto de toda a sua expertise e análise técnica. Foi isso que levou o Fed a ignorar a gravidade da crise financeira de 2008.

Após o desastre, o Fed adotou algumas reformas internas, incluindo a introdução de quadros de argumentação no formato de “advogado do diabo” no relatório, chamado Tealbook, que os funcionários preparam para auxiliar nas decisões sobre as taxas de juros. Mas o pensamento de grupo persistiu no Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), responsável pelas votações sobre a meta da taxa básica de juros.

Em 2021, com a inflação ultrapassando os 6%, houve um enorme debate público sobre política monetária, mas isso não transpareceu nos votos unânimes do comitê, em oito reuniões consecutivas naquele ano, a favor da manutenção das taxas em zero.

A decisão tomada pelo Fed na semana passada de cortar as taxas de juros, a fim de apoiar o mercado de trabalho, não foi fácil. Eu não teria cortado as taxas, porque a inflação está bem acima da meta do Federal Reserve e a economia já está recebendo muito apoio do forte mercado de ações, das condições financeiras frouxas e do crescente déficit orçamentário. Mas não tenho certeza se estou certo! E pessoas que respeito apoiaram o corte das taxas.

Um processo deliberativo saudável não mascara essas divergências com consenso forçado. Ele dá liberdade às pessoas para expressarem suas opiniões, argumentarem sobre elas e, por fim, votarem.

Foi exatamente isso que aconteceu quando três membros do Comitê de Mercado Aberto discordaram da decisão do comitê na semana passada. Nos últimos seis meses, houve uma média de dois votos dissidentes por reunião — quatro vezes a média desde 1990.

Surpreendentemente, muitas das dissidências vieram do conselho de administração, composto por sete membros, um grupo que não registrou um único voto dissidente de 2005 a 2024.

Embora esse tipo de tomada de decisão controversa seja praticamente desconhecido no Federal Reserve desde o início da década de 1980, tem sido a norma em outros bancos centrais. O Banco da Inglaterra, por exemplo, costuma ter votações apertadas sobre decisões difíceis de política monetária.

As dissidências também podem ajudar a reforçar a independência do Federal Reserve. A Lei Bancária de 1935 estabeleceu mandatos de 14 anos para os governadores e determinou que os mandatos seriam escalonados para evitar que um único presidente exercesse influência excessiva sobre os rumos da política monetária.

Essa salvaguarda não se mostrou necessária nos últimos anos, visto que os líderes, desde Paul Volcker na década de 1980 até Powell atualmente, atuaram de forma apolítica. Se o presidente Trump escolher alguém fora desse perfil, que busque apenas promover sua agenda de cortes drásticos nas taxas de juros, independentemente da conjuntura econômica do país, podemos esperar ainda mais dissidências.

A atuação do Fed mais como um comitê é uma maneira saudável de virar a página da era em que o presidente era tratado como uma espécie de maestro, oráculo ou mago com uma compreensão onisciente da economia e poderes onipotentes para guiá-la.

Essa visão atingiu seu ápice com Alan Greenspan, que liderou o Fed de 1987 a 2006 e que — em parte com habilidade, mas também com uma boa dose de sorte — conduziu a economia ao que era então seu período mais longo sem recessão.

Mesmo após a crise financeira de 2008 ter abalado a credibilidade do Federal Reserve, seus pronunciamentos continuam sendo tratados com extraordinária reverência. Anúncios de ações futuras têm efeitos instantâneos nos mercados, como se o grande e poderoso Oz tivesse falado.

Talvez, em vez de anunciar cortes de 25 pontos-base (0,25 ponto porcentual) nas taxas de juros em cada uma das próximas três reuniões, o Fed devesse simplesmente cortar a taxa em 75 pontos (0,75 ponto porcentual) e pronto. O efeito seria desmistificar esses pronunciamentos tão importantes. E não tenho certeza se isso mudaria alguma coisa para os mercados, que já reagem como se cada previsão fosse um fato consumado.

A economia americana é um universo vasto, complexo e dinâmico, repleto de energia e contradições. Raramente haverá uma única resposta óbvia. Portanto, embora eu espere decisões sábias do Federal Reserve como um todo, estou torcendo principalmente pelos dissidentes que estão ajudando a levar o comitê a se aproximar da resposta correta. E fico feliz por não estar no lugar deles.

IstoÉ Dinheiro - SP   17/12/2025

A economia brasileira recuou 0,3% em outubro na comparação com setembro. O resultado é o segundo mês consecutivo com queda na atividade econômica. Em setembro, o recuo havia sido de 0,6%.

A explicação da perda de fôlego está no patamar elevado da taxa de juros, que serve como um freio na economia.

Já na comparação com outubro de 2024, houve expansão de 1% no Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país).

No trimestre móvel terminado em outubro, houve crescimento de 1,5% em comparação com o mesmo trimestre de 2024. No acumulado de 12 meses, o PIB brasileiro avança 2,3%.

Os dados fazem parte do Monitor do PIB, estudo mensal elaborado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgado nesta terça-feira (16).

Juro alto

De acordo com a economista Juliana Trece, responsável pelo levantamento, a perda de fôlego na economia é “muito influenciada pelo patamar elevado da taxa de juros”.

A taxa básica de juros no país, a Selic, está em 15% ao ano, maior patamar desde julho de 2006, quando estava em 15,25%.

A Selic é fixada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que defende o nível elevado como forma de combater inflação, que só voltou ao limite da meta do governo em novembro, depois de ter ficado 13 meses fora do espaço de tolerância.

A taxa de juros alta encarece toda a cadeia de crédito e desestimula o investimento, o que tende a diminuir a procura por bens e serviços, de forma a frear a alta de preços. O efeito colateral é o esfriamento da atividade econômica, com menos força para geração de emprego e renda.
Comportamentos

O comportamento do PIB pode ser medido pela ótica da demanda (quem está gastando) ou da produção (quem produziu).

“Pela ótica da produção, o desempenho da agropecuária e da indústria ajuda a explicar a queda na atividade econômica”, explica Juliana Trece.

“Pela ótica da demanda, os investimentos [formação bruta de capital fixo] e o consumo do governo contribuíram negativamente para o resultado”, completa.

Na comparação do trimestre móvel terminado em outubro com o mesmo período do ano passado, o consumo das famílias cresceu 0,5%.

O consumo de bens não duráveis e o de duráveis contribuíram negativamente para o desempenho, enquanto o de serviços e o de bens semiduráveis compensaram as quedas e sustentaram o componente no campo positivo.

As exportações, que também ajudaram a empurrar para cima a economia, cresceram 8,9% no trimestre móvel, empurradas por produtos agropecuários e da indústria extrativa mineral. O comportamento das vendas exteriores apresenta trajetória crescente em todos os trimestres móveis desde março de 2025.

Em termos monetários, a FGV estima o PIB brasileiro no acumulado até outubro em R$ 10,530 trilhões.
Resultado oficial

O Monitor do PIB é um dos estudos que servem como termômetro da economia brasileira.

Outro levantamento é o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado na segunda-feira (15), que indicou recuo de 0,2% na passagem de setembro para outubro e crescimento de 2,5% no acumulado de 12 meses.

O resultado oficial do PIB é apresentado trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No dia 4 de dezembro, o instituto informou que a economia cresceu 0,1% no terceiro trimestre e 2,7% em 12 meses.

O IBGE divulgará o PIB do quarto trimestre de 2025 em 3 de março de 2026.

O Estado de S.Paulo - SP   17/12/2025

O setor de infraestrutura e logística criticou nesta terça-feira, 16, o projeto de lei do governo Lula que prevê a redução de 10% dos incentivos fiscais em todos os setores. Segundo o Instituto Brasil Logística (IBL) e a frente parlamentar desse ramo, o corte de benefícios tributários vai impactar grandes obras e a compra de máquinas no País. O governo calcula arrecadar R$ 20 bilhões com a proposta.

O IBL e a bancada apontam que o projeto impacta principalmente dois programas tributários: o Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária (Reporto) e o Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (Reidi).

“Programas como Reporto e Reidi não são simples renúncias fiscais ou privilégios, são ferramentas de investimento. Eles viabilizam a compra de máquinas, a modernização de portos e grandes obras que levam anos para ficarem prontas. Aplicar um corte repentino a esses regimes é mudar a regra no meio do jogo”, afirmou o comunicado da entidade, acrescentando que a eventual aprovação da proposta trará “insegurança jurídica e paralisação de projetos”.

Nessa segunda-feira, 15, o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), alertou que a rejeição da proposta pode afetar o Orçamento de 2026, inclusive a execução de emendas parlamentares, tema mais caro aos deputados e senadores durante o ano eleitoral.

MINERAÇÃO

Valor - SP   17/12/2025

Contratos para maio, os mais negociados, fecharam com alta de 1,06%, cotados a US$ 107,98 por tonelada

Os futuros do minério voltaram a subir, refletindo mais os fundamentos, ao invés dos fatores macroeconômicos que estão melhores precificados, diz a Nanhua Futures, segundo o Dow Jones Newswires.

Os contratos do minério para maio, os mais negociados, fecharam com alta de 1,06% na Bolsa de Dalian, cotados a 761 yuans (US$ 107,98) a tonelada.

AUTOMOTIVO

IstoÉ Online - SP   17/12/2025

A União Europeia (UE) flexibilizou, nesta terça-feira (16), a proibição da venda de carros novos a gasolina e diesel a partir de 2035, em uma tentativa de apoiar os fabricantes europeus em dificuldades.

Após essa data, os fabricantes poderão continuar vendendo um número limitado de veículos novos com motores a combustão ou híbridos, desde que cumpram uma série de condições, como compensar as emissões de CO?, indicou a Comissão Europeia.

Segundo o comissário Stéphane Séjourné, a UE não abdica de suas ambições climáticas, mas adota uma abordagem “pragmática” diante das dificuldades pelas quais passa a indústria automobilística.

“O objetivo continua sendo o mesmo; a flexibilidade é uma realidade pragmática que leva em conta a aceitação dos consumidores e a dificuldade dos fabricantes em oferecer ao mercado veículos 100% elétricos até 2035”, afirmou em entrevista à AFP.

A proibição era uma medida emblemática do Pacto Verde Europeu e foi adotada durante o primeiro mandato de Ursula von der Leyen como presidente da Comissão Europeia, como parte do compromisso da UE de alcançar a neutralidade em emissões de carbono até 2050.

No entanto, diante da concorrência da China e das tensões comerciais com os Estados Unidos, a UE adiou ou reduziu várias medidas ambientalistas nos últimos meses, em uma guinada a favor das empresas.

Em vez da proibição inicial, os fabricantes terão de reduzir, a partir de 2035, 90% das emissões de CO? das suas vendas face aos níveis de 2021 e compensar os 10% restantes. Bruxelas assegura assim que o setor estará completamente descarbonizado nessa data.

Os fabricantes europeus vinham há meses exigindo “flexibilidade” em um contexto de queda de vendas, enquanto seus rivais chineses, entre eles a BYD, aumentam rapidamente a sua participação de mercado com modelos elétricos a preços competitivos.

A Comissão Europeia e os Estados-membros vinham negociado intensamente nas últimas semanas as medidas anunciadas nesta terça-feira.

Após o anúncio, Friedrich Merz, chefe do governo alemão, o país europeu com a maior indústria de automóveis, afirmou que a mudança vai “pelo caminho certo”.

Por outro lado, a França lamentou as medidas. A ministra da Transição Ecológica, Monique Barbut, declarou à AFP que Paris fará “todo o possível” para revertê-las.

O Greenpeace, por sua vez, criticou a “mudança de rumo” europeia. “Esta política industrial regressiva é uma má notícia para o emprego, a qualidade do ar e o clima, e atrasaria a oferta de carros elétricos acessíveis”, disse Martin Kaiser, diretor executivo do Greenpeace Alemanha.

– Veículos profissionais mais verdes –

Países como Alemanha, Itália e Polônia defendiam a “neutralidade tecnológica”, ou seja, manter os motores de combustão para além de 2035, e sugeriam tecnologias que emitem menos CO?, como os híbridos plug-in, e o uso de combustíveis alternativos.

Por outro lado, França e Espanha instaram a UE a desviar-se o mínimo possível da meta de 2035.

Na sua opinião, recuar na proibição dos veículos com motor térmico prejudicaria os investimentos substanciais dos fabricantes para a transição para veículos 100% elétricos. Poderia também sufocar o setor europeu de baterias para veículos elétricos, em plena expansão.

Nesse sentido, a Comissão anunciou nesta terça-feira, além da revisão da meta de 2035, novas medidas de apoio a este setor emergente e um plano para tornar as frotas profissionais mais “ecológicas”.

O comissário Séjourné também confirmou a instauração da “preferência europeia” no setor automobilístico, ou seja, a obrigação de que os fabricantes que recebam financiamento público se abasteçam de componentes feitos na Europa.

Pretende também incentivar o desenvolvimento de pequenos veículos elétricos com preços “acessíveis”, um projeto anunciado em setembro por Ursula von der Leyen “para impedir que a China e outros dominem este mercado”.

O Estado de S.Paulo - SP   17/12/2025

O último veículo sairá da linha de montagem da fábrica da Volkswagen em Dresden, na Alemanha, nesta terça-feira, 16, marcando a primeira vez nos 88 anos de história da montadora que ela fecha uma fábrica em seu país de origem.

No ano passado, a Volkswagen alertou para possíveis cortes na produção, devido à demanda instável na Europa e na China, seu maior mercado, bem como às tarifas mais altas que prejudicaram as vendas nos Estados Unidos.

Após 24 anos de produção de veículos, a fábrica de Dresden será transformada em um centro de pesquisa focado em tecnologias como inteligência artificial, robótica e design de chips. A Volkswagen trabalhará em parceria com o governo do Estado da Saxônia e a Universidade Técnica de Dresden nesse projeto na fábrica, conhecida como Fábrica Transparente devido às suas paredes de vidro.

“Não tomamos a decisão de encerrar a produção de veículos na Fábrica Transparente após mais de 20 anos de forma leviana”, disse Thomas Schäfer, CEO da marca Volkswagen, em um comunicado . “Do ponto de vista econômico, no entanto, era absolutamente necessário.”

Em um acordo com o conselho de trabalhadores que representa os funcionários da empresa na Alemanha, a Volkswagen afirmou que os 230 trabalhadores restantes na fábrica de Dresden receberão indenização, pacotes de aposentadoria ou a opção de transferência para outra localidade.

A Volkswagen inaugurou a fábrica de Dresden em 2001, produzindo o sedã Phaeton antes de mudar para o hatchback e-Golf e, mais recentemente, o carro elétrico ID.3. O último carro a ser produzido na terça-feira, um ID.3 GTX vermelho, será autografado pelos funcionários e permanecerá nas instalações, que estão abertas para visitas.

Entre o efeito Trump e recessão chinesa

A empresa, que tem enfrentado dificuldades com os altos custos de energia e mão de obra na Alemanha, foi duramente atingida pelas tarifas do presidente americano, Donald Trump, às quais a Volkswagen atribuiu, em parte, um prejuízo de US$ 1,5 bilhão no último trimestre. A empresa afirmou que espera que os custos relacionados às tarifas ultrapassem US$ 5 bilhões este ano.

A recessão econômica da China também afetou as vendas de carros de luxo naquele país, o que prejudicou a Porsche, que tem a Volkswagen como acionista majoritária.

Para agravar seus problemas, a Volkswagen se viu recentemente envolvida em um impasse geopolítico sobre os chips fabricados pela Nexperia, sediada na Holanda, mas pertencente à empresa chinesa Wingtech.

Montadoras do mundo todo manifestaram preocupação com a possível escassez de chips após a empresa ter sido assumida pelo governo holandês, antes que o controle da Nexperia fosse devolvido à Wingtech.

Os problemas da Volkswagen refletem os da economia alemã, que encolheu em 2023 e 2024 e está estagnada este ano. Mas Carsten Brzeski, economista do banco ING, escreveu em um relatório que a produção industrial na Alemanha mostrou recentemente “indícios de recuperação”.

Auto Industria - SP   17/12/2025

O ano termina para a indústria automotiva no Brasil com uma certeza: as projeções de vendas e produção de veículos não serão atingidas, ficarão abaixo das estimativas feitas no início de 2025, que já não eram muito boas, e também aquém das revisões para baixo feitas nos últimos meses.

Contudo, diante dos juros altos que o Banco Central impôs ao País, os resultados estão longe de ser um desastre, pois são os melhores desta década.

Em 2026, ante forças contrárias e favoráveis que tendem a se anular, as apostas até o momento convergem para um ano igual ou até um pouco melhor do que este, mas obviamente longe das ambições dos fabricantes e importadores que sempre querem situação muito melhor do que o mercado brasileiro pode dar levando-se em conta o preço alto dos veículos e a renda média baixa da população.

Justamente por causa desse desnível, de bens muito mais caros do que a maioria das pessoas pode pagar, os resultados vistos até agora, mesmo com crescimentos insignificantes, são melhores do que sugerem as estatísticas sociais.

No cenário atual a conclusão é de que o tamanho da indústria automotiva no Brasil, ao menos por enquanto, é este mesmo: gira na casa de produção e vendas de 2,6 milhões a 2,7 milhões de veículos por ano, o que não é exatamente um número ruim, mas abaixo do propalado potencial do País.

Os volumes só estão neste nível porque muita coisa mudou para melhor na economia brasileira nos últimos três anos, especialmente o nível de emprego e renda que vem garantindo crescimentos do PIB sempre maiores do que alguns azedos economistas gostariam, fãs que são da vassalagem dos governos ao mercado financeiro.

Mas para puxar para cima os volumes de vendas e produção de veículos no País muita coisa mais teria de mudar, o que não parece ser o caso no horizonte visível dos próximos anos.

Projeções vencidas

Este ano as projeções das entidades que reúnem fabricantes e concessionários de veículos foram vencidas pela realidade do juro alto, com a Selic em 15%, o maior patamar em quase vinte anos, que puxou as taxas dos financiamentos para impagáveis 29% a 27% ao ano, de acordo com as médias monitoradas pelo BC ao longo de 2025.

A Anfavea, que fez apenas uma revisão de suas projeções, no meio do ano, ainda sustentava pró-forma em dezembro crescimento de 5% nas vendas de veículos este ano, o que seria um mercado anual de 2,76 milhões, incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.

Mas a realidade de 2,41 milhões de unidades emplacadas em onze meses já jogou por terra a previsão, pois seria necessário emplacar 355 mil veículos em dezembro só para atingir a estimativa, volume que nunca foi atingido nesta década.

A própria Anfavea já admitiu esta impossibilidade, na voz de seu presidente executivo, Igor Calvet, na recente divulgação de resultados da indústria, no início de dezembro: “Não vamos refazer agora nossas projeções mas parece certo que não vamos atingir a previsão que fizemos, pois em dezembro as vendas precisam crescer 38% [sobre o mesmo mês de 2024] para chegar ao volume projetado”.

Dezembro tem sido o melhor mês em volume de emplacamentos nos últimos três anos e o de 2024 foi o melhor, com 257,4 mil registros, quando a Selic ainda estava em 12,25% mas os bancos já cobravam taxa média de 29,5% ao ano.

Portanto, levando-se em conta promoções e esforços e vendas na reta final de 2025, seria uma aposta razoável a repetição próxima do número de emplacamentos de dezembro de 2024. Esta seria a melhor das hipóteses e levaria o total do ano para perto de 2,67 milhões de unidades vendidas, cerca de 100 mil abaixo da estimativa da Anfavea, anotando pífio crescimento de 1,3% sobre 2024.

Claro que pode ser um pouco melhor do que isto, mas a tendência é que pode ser um pouco pior. Na média o cenário é de estabilidade, o que não é ruim diante de preços e juros estabilizados em patamar muito elevado.

Pior para uns, melhor para outros

Os resultados de vendas em 2025 não são homogêneos. Neste quadro o grande perdedor foi a indústria fabricante de veículos instalada no Brasil, com crescimento anual, até novembro, de apenas 0,5% nos emplacamentos de veículos leves, e queda de 0,3% considerando só automóveis.

O Programa Carro Sustentável, que isentou de IPI os modelos mais baratos e econômicos produzidos no País, serviu para segurar o desempenho, que seria ainda pior sem eles. Com 47 mil emplacamentos estes veículos representaram 31% das vendas de automóveis nacionais em novembro, mas este porcentual cai a 21% quando se considera o total vendido, incluindo importados.

E os grandes vencedores foram justamente os importados, especialmente os vindos da China. As vendas de veículos leves produzidos fora do Brasil avançaram 7,6% nos volumes contabilizados de janeiro a novembro, e para automóveis isoladamente o salto foi ainda maior, de 11,5%.

Com mais de uma dúzia de marcas já à venda os automóveis chineses invadiram o mercado brasileiro e continuam chegando aos montes, com oferta de modelos elétricos e híbridos a preços inferiores de concorrentes similares nacionais ou importados de outras procedências.

Segundo números contabilizados pela Anfavea os emplacamentos de carros importados da China, este ano até novembro, somaram quase 162 mil unidades, e havia mais 212,4 mil em estoque nos portos e concessionárias à espera da conclusão das vendas.

Forças opostas em 2026

O próximo ano que se aproxima, na visão da Anfavea e de analistas, tende a ser parecido com 2025, pois será influenciado por forças opostas que podem se anular.

O vento favorável virá da esperada redução das taxas de juros: com a inflação comportada na casa dos 4% as projeções do relatório de mercado Focus, do BC, apontam para cortes graduais da Selic de 0,25 a 0,5 nas oito reuniões do Copom ao longo do ano, totalizando 3 pontos porcentuais, para fechar dezembro em 12%.

Embora o ritmo de redução dos juros seja muito lento e a taxa prevista para o fim de 2026 ainda seja muito alta, com efeito prático na economia que demora meses à frente para acontecer, os cortes têm efeito psicológico imediato positivo, pois indicam futuro mais otimista, o que pode se transmitir para o consumo de veículos financiados a partir do meio do ano.

A redução dos juros é combinada com o menor nível de desemprego da história, que faz crescer a renda disponível, aumentada ainda por algumas medidas tomadas este ano que beneficiam o consumo em 2026.

A principal destas medidas é a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e a redução da alíquota para ganhos até R$ 7,3 mil. Somente isto poderá injetar R$ 28 bilhões na economia.

Mas os bancos calculam que muito mais dinheiro será injetado no consumo dos brasileiros em 2026, algo no intervalo de R$ 160 bilhões a R$ 180 bilhões, considerando, além de gastos menores com juros e o imposto de renda, reduções esperadas nas contas básicas de luz, água e gás, bem como linhas de credito mais baratas.

Até aqui tudo bem, mas também sopram ventos contrários. Os juros, como se viu, devem continuar muito altos e a tendência vislumbrada de queda lenta pode fazer o consumidor mais bem informado esperar mais por taxas aceitáveis.

Sinais recentes apontam que os juros estratosféricos já fizeram seu serviço sujo e por isto as apostas são de economia mais contida, com expansão menor do PIB: as projeções do Focus convergem para crescimento de 1,8% em 2026, contra esperados 2,25% este ano.

Aqui fica o desejo para que os economistas que confundem torcida com projeções errem mais uma vez e que o crescimento seja maior do que o projetado, como ocorreu nos últimos três anos.

Outro ponto é a Copa do Mundo no meio de 2026: analistas dizem que o evento ludopédico costuma atrasar decisões de compras dos brasileiros – a não ser o da compra de televisores para assistir aos jogos.

Também é ano de eleições, com debates polarizados e escândalos que costumam envenenar a economia e turbinar a volatilidade do mercado financeiro, com altas do dólar e quedas de bolsa que mexem com as expectativas e afetam os humores dos compradores mais endinheirados, justamente aqueles que ainda compram carros atualmente e torcem para que Lula não seja reeleito.

A questão será, portanto, saber quais forças serão mais fortes em 2026: as que favorecem o crescimento ou as que são contrárias a ele. Até o momento a indicação é que uma anula a outra e fica tudo parecido com 2025. Não será ruim, tampouco bom.

Até 2026

Este Observatório Automotivo, o de número 103 desde janeiro de 2022, quando passou ser publicado por diversos sites do setor automotivo, é o último de 2025. Mas logo estará de volta: este colunista retoma os trabalhos na segunda quinzena de janeiro, não sem antes agradecer a generosidade dos leitores que vêm impulsionando recordes de acesso a este conteúdo, sempre escrito com o intuito de informar e interpretar os movimentos da indústria automotiva. A todos que acompanharam até aqui, contra ou a favor, meu muito obrigado pela leitura.

Que em 2026 tenhamos todos um ano bom, com mais boas do que más notícias.

Jornal de Brasília - DF   17/12/2025

O Tesouro Nacional vai injetar R$ 6 bilhões no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para financiar uma nova linha de crédito para aquisição de caminhões.

O empréstimo será subsidiado, e a taxa final deve ficar ao redor de 14% ao ano, pouco abaixo da Selic (taxa básica de juros), hoje em 15% ao ano.

A ação consta numa MP (medida provisória) publicada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na noite desta terça-feira (16). O texto terá vigência imediata e vai fixar o limite de repasse do Tesouro ao BNDES.

O valor total disponibilizado para as operações, no entanto, será maior, uma vez que o banco estatal também entrará com recursos próprios.

A composição dessas duas fontes de financiamento resultará no que os técnicos chamam de “blend”, uma mistura de recursos subsidiados e de mercado.

Após a publicação da MP, o governo vai encaminhar uma mensagem modificativa ao Congresso Nacional para alterar um projeto de lei e criar uma ação no Orçamento para liberar os recursos.

O repasse representa uma despesa financeira do Tesouro Nacional, ou seja, não tem impacto nas regras fiscais, mas vai contribuir para o aumento da dívida pública do país.

O argumento dos defensores da medida é que o setor de caminhões enfrenta uma desaceleração abrupta, com risco de impacto nos postos de trabalho.

Críticos, porém, veem na iniciativa o embrião de um novo PSI (Programa de Sustentação do Investimento), criado no governo Lula 2 para impulsionar o crescimento econômico. A iniciativa, no entanto, acabou consumindo grande volume de recursos públicos por meio de subsídios, o que provocou um desajuste nas contas do governo e foi um embrião para a recessão de 2016.

Na visão de técnicos do governo, no entanto, o fato de a MP prever o limite de R$ 6 bilhões já serve de vacina contra o risco de um novo PSI.

Medidas de estímulo para o setor de caminhões eram uma reivindicação da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). No início do mês, o presidente da entidade, Igor Calvet, disse que uma linha de crédito mais barata seria positivo para o setor diante da desaceleração observada.

“Diante desse cenário de taxas de juros elevadas, eu entendo que as medidas mais imediatas seriam justamente um programa de renovação de frota ou alguma forma de barateamento das linhas de crédito.

Um crédito mais barato seria extremamente positivo neste momento do mercado, porque sinalizaria muito bem com linhas de crédito maqis atrativas e o consumidor na ponta poderia dar essa motivação ao mercado”, afirmou na semana passada, ao divulgar o balanço do setor.

FERROVIÁRIO

IstoÉ Dinheiro - SP   17/12/2025

Um leilão judicial para a escolha do novo operador dos trens urbanos do Rio de Janeiro foi marcado para 27 de janeiro de 2026. O certame dará, ao futuro operador, permissão para gerenciar o sistema pelo prazo de cinco anos. O contrato, em modelo de permissão, é para substituir a companhia SuperVia.

A Procuradoria Geral do Estado e a Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana (Setram) divulgaram nesta terça-feira (16) que concluíram o edital, que será divulgado pela Justiça, dentro da ação de recuperação judicial da SuperVia.

A remuneração da empresa passará a ser por quilômetro rodado e não mais pela quantidade de passageiros. Conforme o edital, o contrato poderá ser renovado por mais cinco anos e o novo operador poderá assumir o sistema sem ter que administrar as dívidas e processos judiciais da SuperVia. A chamada Unidade Produtiva Isolada Ferroviária (U.P.I Ferroviária) faz parte do aditivo ao plano de recuperação judicial da SuperVia, homologado pelo juízo da 6ª Vara Empresarial da Capital. O aditivo também estabelece a criação de um fundo – que será gerido pelo administrador judicial.

Em nota, o governo do Estado disse que o novo modelo de operação é focado na qualidade do serviço e o pagamento por quilômetro rodado e as metas claras de desempenho dão maior previsibilidade no controle das tarifas, reduzindo os pedidos de reequilíbrio contratual por queda de demanda.

CNN Brasil - SP   17/12/2025

O governo de São Paulo contratou, de 2023 a 2025, R$ 28,5 bilhões em investimentos para ferrovias no estado e prevê três novos leilões de trilhos para 2026. As informações são da SPI (Secretaria de Parcerias em Investimentos).

A cifra bilionária considera os investimentos contratados no TIC (Trem Intercidades) para Campinas e no chamado Lote Alto Tietê.

Para o ano que vem, a expectativa é leiloar o Lote ABC Guarulhos, com a linha 10-Turquesa e a futura linha 14-Ônix de trens urbanos; o TIC que ligará a capital a Sorocaba; e a linha 16-Violeta de metrô.

Segundo pessoas próximas ao assunto, o primeiro dos três projetos a ter edital publicado deve ser o TIC. O trem de São Paulo a Sorocaba prevê a extensão de 100 km e R$ 10 bilhões em investimentos.

Com quatro estações novas, o trem sai da região metropolitana da capital e passa por Osasco, Barueri, Itapevi, São Roque, Mairinque e Alumínio, todos municípios a Oeste de São Paulo, antes de chegar em Sorocaba. O trajeto será feito em 60 minutos, sendo que hoje é feito em 110 minutos de carro e 130 minutos de ônibus.

Também deve ter edital publicado no começo do ano o Lote ABC Guarulhos. O pacote contém a operação e expansão de uma linha já existente, a 10-Turquesa, que liga Rio Grande da Serra à estação Luz; e uma nova, ligando as cidades de Santo André e Guarulhos. Elas seriam concedidas por 30 anos com previsão de R$ 19 bilhões em investimentos e ampliação de 80 km de trilhos.

Há previsão de construção de quatro novas estações na linha 10: ABC, entre Capuava e Prefeito Celso Daniel; São Carlos-Parque da Mooca, entre Ipiranga e Mooca; Pari, entre Brás e Luz; e Bom Retiro, após a Luz

A futura linha 14 prevê 23 estações: nove em Santo André, de Jardim Irene a Parque Oratório; onze na capital, de Sapopemba a Hospital Jardim Helena; e mais três em Guarulhos, de Sacramento a Bonsucesso. Haverá ligações com as linhas 11-Coral, 12-Safira e 15-Prata.

Já a Linha 16-Violeta deve ser a última leiloada e contará com 32 km e teria R$ 38,4 bilhões em investimentos. O projeto ligará a estação Oscar Freire à futura estação Cidade Tiradentes. Haverá ao todo 25 estações, com ligações nas linhas Linha 1-Azul, 2-Verde, 4-Amarela, 10-Turquesa, e 15-Prata. Conhecida também como a “Linha dos Parques”, o ramal terá estações próximas aos parques do Ibirapuera, Aclimação e Independência.
Contratos firmados

O primeiro dos projetos contratados prevê a modernização da Linha 7–Rubi, além da implantação do serviço expresso São Paulo–Campinas e do TIM (Trem Intermetropolitano), que vai atender passageiros em Jundiaí, Louveira, Vinhedo, Valinhos e Campinas. Serão 101 km de trilhos que devem reduzir o tempo de viagem entre as duas maiores cidades paulistas para 64 minutos.

Já o Lote Alto Tietê terá ampliação e melhorias das Linhas 11–Coral, 12–Safira e 13–Jade. O programa abrange a construção de oito novas estações, a modernização de 27 unidades existentes e a implantação de 22,6 km de novos trilhos. A Linha 11 irá até César de Souza; a Linha 12, até Suzana; e a Linha 13, até Gabriela Mistral e Bonsucesso.

Agência Brasil - DF   17/12/2025

O governo federal vai disponibilizar R$ 4 bilhões em cinco anos para obras e também aquisição de 18 novos trens e quatro novos veículos leves sobre trilhos (VLTs). O acordo foi celebrado nesta terça-feira (16), no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). A concessão terá prazo de 30 anos.

Para o ano que vem, estão previstos recursos da ordem de R$ 57 milhões para obras civis, recuperação de coberturas e contratação de serviços para melhorar as condições de conforto e segurança nas estações de trens e metrôs.

A cooperação técnica entre a União e o estado de Pernambuco foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, em Brasília.

“A gente quer garantir o direito do povo de levantar de manhã e encontrar um transporte bom para ir trabalhar. O direito de sair de uma empresa à tarde e voltar para casa para cuidar da família num transporte de qualidade é sagrado”, disse Lula, conforme divulgado em nota pelo Palácio do Planalto.

Segundo o acordo, o objetivo é estruturar o projeto de transferência de ativos da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) para o governo estadual, com base em estudo elaborado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O processo licitatório será acompanhado pelo Ministério das Cidades e pela Casa Civil.

A CBTU vai promover o reforço da frota com a incorporação de 11 trens, adquiridos ou transferidos de outras praças de operação da empresa.

Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho, as medidas iniciais já estão autorizadas a começar.

“Este é um momento crítico, mas estamos avançando com soluções concretas. Já estão garantidos R$ 57 milhões em investimentos iniciais para melhorias nas estações, com ações autorizadas a começar imediatamente”, destacou.

Uma melhoria proposta pelo sistema é o sistema de integração, que consiste em o passageiro pagar uma tarifa única e integrada em toda a rede de transporte público durante um determinado período de tempo.

“Se uma pessoa entrar no metrô e quiser ir de uma ponta a outra da cidade, durante duas horas, ela só paga apenas uma passagem”, ressaltou o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Costa ainda assumiu o compromisso de viabilizar com o governo do estado a aquisição de pelo menos 100 ônibus elétricos para modernizar e dar qualidade e conforto à população durante o período de obras do metrô.

A Rede Metroferroviária da Região Metropolitana do Recife possui 71,4 km de trilhos, cinco linhas e 37 estações, que transportam entre 160 mil e 180 mil passageiros por dia.

O Estado de S.Paulo - SP   17/12/2025

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) promulgou na segunda-feira, 15, lei que autoriza o Estado a contrair empréstimos de até US$ 425 milhões para a expansão das Linhas 2-Verde e 6-Laranja de metrô. Essa ampliação contempla bairros do centro expandido e da zona leste da cidade de São Paulo, como Aclimação, Mooca e Penha, assim como a extensão da operação até Guarulhos.

Esse montante equivale a cerca de R$ 2,2 bilhões em operações de crédito junto a instituições financeiras, agências multilaterais, bancos privados, organismos multilaterais e agências de fomento nacionais e estrangeiros. A lei indica os seguintes aportes para a área de mobilidade e transporte:
Obras Civis da Expansão da Linha 2-Verde: US$ 100 milhões (equivalente a R$ 539,2 milhões);Implantação e Expansão da PPP Linha 6 - Laranja do Metrô de São Paulo: € 312.680.392 ou US$ 325 milhões (equivalente a R$ 1,9 bilhão);PPP dos Sistemas de Travessias Hídricas do Estado de São Paulo: US$ 175 milhões (equivale a R$ 943,6 milhões).

A lei ainda autoriza empréstimos de R$ 750 milhões (o valor é diretamente indicado em reais) para o Programa de Apoio à Gestão e Integração dos Fiscos no Brasil (Profisco). O programa é promovido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) a Estados para melhoria da eficiência e transparência da gestão fiscal.

Por fim, também permite operação de crédito de até US$ 160 milhões (equivalente a R$ 862,7 milhões) para o Agro Paulista Mais Verde. Trata-se de um projeto de desenvolvimento rural sustentável. A lei foi publicada no Diário Oficial desta terça-feira, 16.

Expansão da Linha 6-Laranja

A autorização envolve a expansão da Linha 6-Laranja, a qual ainda está com a primeira etapa em implantação na cidade de São Paulo. Hoje, a concessionária responsável realiza as obras do trecho de Brasilândia, na zona norte, até São Joaquim, no centro expandido, o que representa 15,3 quilômetros de extensão.

As primeiras estações devem ser inauguradas no 2º semestre de 2026. As obras e futura operação são de responsabilidade do consórcio Linha Uni, liderada pela multinacional espanhola Acciona, que também deve ser responsável pela expansão contemplada na nova lei. Por isso, o valor indicado na lei está primeiramente em euros, não em dólares.

Em novembro, a concessionária obteve licença ambiental de instalação para a extensão da linha. Esse aval é da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), com validade de seis anos.

A nova lei promulgada permite a obtenção de empréstimo para a expansão. Essa ampliação contempla sete novos quilômetros, distribuídos nas duas “pontas”, nas direções norte e leste. As seis novas estações previstas são:
Velha Campinas (distrito Pirituba - zona norte);Morro Grande (divisa dos distritos Pirituba, Brasilândia e Freguesia do Ó - zona norte);Aclimação (distrito Liberdade - centro expandido);Cambuci (distrito Cambuci - centro expandido);Vila Monumento (distrito Cambuci - centro expandido);São Carlos (divisa dos distritos Ipiranga e Mooca - zona leste).

Com a expansão, a Linha 6-Laranja passaria a ter conexão direta também com a Linha 10-Turquesa, da CPTM. Além disso, as estações São Carlos e Aclimação estão igualmente nos estudos da Linha 16-Violeta, desenvolvidos pela Acciona.

No sentido leste, a obra de expansão deve utilizar tuneladora (o “tatuzão”). Já as duas estações na zona norte têm previsão de implantação com método de escavação sem maquinário desse porte (por causa do solo rochoso).

Os estudos de viabilidade e vantajosidade da expansão foram incluídos no contrato do governo do Estado com o consórcio responsável pela construção da linha em julho. O aditivo também estabelece regras para a “liberação de imóveis públicos e privados necessários à implantação” da mesma expansão, dentre outros procedimentos.

A Acciona está, ainda, envolvida com a Linha 16-Violeta, pela qual recentemente entregou os estudos que irão embasar a licitação — cujo contrato deve ser assinado no ano que vem. A ideia é englobar áreas movimentadas da cidade, como o Parque do Ibirapuera, Moema, Anália Franco e Jardins.

A concessionária já está realizando estudos para a expansão da Linha 6, como análises de demanda, viabilidade técnica e integração com outros modos de transporte. Esse momento abrange ainda atividades de campo na “área de influência”, o que inclui vistoria cautelar de imóveis e estruturas, cadastro de árvores, avaliação de impacto a bens tombados e mapeamento socioeconômico.

Os locais de possível desapropriação para essa fase ainda estão em definição. Desse modo, ainda não ocorreu publicação de Declaração de Utilidade Pública (DUP).

Expansão da Linha 2-Verde

A ampliação da linha envolvem diferentes fases. As obras hoje em andamento contemplam oito novas estações na zona leste, o que deve representar 320 mil novos passageiros, segundo o Metrô.

Isso representará acréscimo de 8 quilômetros, chegando à extensão de 23 quilômetros. A previsão é de entregas em 2027 e 2028. São elas:
Orfanato - distrito Vila Prudente;Santa Clara - distrito Água Rasa;Anália Franco - distrito Vila Formosa;Vila Formosa - distrito Vila Formosa;Santa Isabel - distrito Carrão;Guilherme Giorgi - distrito Carrão;Aricanduva - distrito Vila Matilde;Penha - distrito Penha.

Já a fase seguinte de expansão envolverá cinco estações, distribuídas entre os distritos Penha e Vila Maria, na zonas leste e norte, e com paradas também em Guarulhos, na região metropolitana. Esse montante representa mais 5,8 quilômetros de trajeto.

Hoje, a Linha 2–Verde se estende da Vila Madalena, zona oeste, até a Vila Prudente, na leste, e tem 14,7 quilômetros.

NAVAL

Valor - SP   17/12/2025

A participação na primeira fase do certame terá restrições a empresas que possuem ou operam navios ou que já atuam no porto

O Ministério de Portos e Aeroportos irá acolher todas as recomendações e determinações do Tribunal de Contas da União (TCU) no modelo do leilão do megaterminal de contêineres do Porto de Santos (SP), o Tecon Santos 10. A participação na primeira fase do certame terá restrições a empresas que possuem ou operam navios, os "armadores". Também há limitação para participação de empresas que já atuam no porto, que só poderão entrar na disputa em eventual segunda etapa.

As informações foram divulgadas pela pasta nesta terça-feira (16), em nota. A Secretaria Nacional de Portos do Ministério encaminhou à estatal Infra SA o projeto remodelado do edital de arrendamento do terminal para ajustes. O governo pediu prioridade à empresa, para que seja possível realizar o certame no novo prazo previsto, em março do próximo ano.

O novo formato é ainda mais restrito do que a proposta aprovada originalmente pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que gerou divergências e judicialização no setor. A princípio, a agência definiu veto somente para as empresas que já atuam no Porto de Santos, enquanto os ministros do TCU decidiram por ampliar a restrição aos armadores.

A modelagem ajustada pela Infra SA, seguindo as diretrizes do Ministério, prevê ainda, como recomendou o TCU, um valor mínimo de outorga, cujo valor e premissas serão definidos em conjunto pela equipe do Ministério e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

O Tribunal de Contas da União também determinou como investimento obrigatório a construção de pátio ferroviário interno com capacidade mínima de escoamento de 900 TEU por dia. Segundo o governo, a obra essencial é para a conectividade logística não somente do Tecon Santos 10, mas também para a integração multimodal futura do Porto de Santos.

Segundo o Ministério, a expectativa no governo federal é que o edital do leilão do Tecon Santos 10 seja publicado até o final de janeiro, após roadshow com embaixadas e empresas interessadas que será realizado no início do ano. Ainda, de acordo com as informações do governo, o novo terminal de contêineres de Santos exigirá investimentos de R$ 6,4 bilhões e vai ampliar em 50% a capacidade de movimentação de contêineres do Porto de Santos.

Portos e Navios - SP   17/12/2025

A Portos do Paraná, empresa que administra terminais portuários paranaenses, anunciou, nesta terça-feira (16), que movimentou 70 milhões de toneladas desde janeiro de 2025, o maior volume de sua história e 5% a mais do que o total do ano passado, mesmo a 15 dias do fim do ano. Segundo a autoridade portuária, há expectativa de que a movimentação total fique entre 72 e 73 milhões de toneladas até 31 de dezembro, acima da previsão inicial, de 70 milhões de toneladas somente a partir de 2035.

A empresa informou que, com os resultados deste ano, o aumento da movimentação desde 2018 chega a 32%. Esses resultados foram impulsionados pela exportação pelo Porto de Paranaguá, com destaque para grãos e farelos, além de carne de frango congelada, com movimentação de mais de 48% de toda a produção nacional destinada ao mercado externo.

Quando somada a carne suína à de frango, a participação do terminal paranaense respondeu em 2025 por 40% de tudo o que o Brasil exportou. Paranaguá é também, segundo a Portos do Paraná, o principal polo de embarque de óleo de soja e registra o segundo maior fluxo de carregamento de soja e de farelo de soja do país. No caso dos fertilizantes, foram exportadas desde janeiro, por Paranaguá e Antonina, mais de 11 milhões de toneladas.

A Portos do Paraná credita os bons resultados e o aumento da movimentação à ampliação, em setembro, do calado operacional nos berços de granéis sólidos, de 13,1 metros para 13,3 metros, o que permitiu carregar, em média, mais 1,5 mil toneladas por navio. A empresa ressaltou ainda o aumento, de 12,8 metros para 13,3 metros, do calado operacional do terminal de contêineres. “Com o aumento de 50 centímetros, houve crescimento de aproximadamente 400 TEUs por navio”, explicou o diretor de operações da Portos do Paraná, Gabriel Vieira.

PETROLÍFERO

O Estado de S.Paulo - SP   17/12/2025

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira, 16, o bloqueio de todos os “petroleiros sancionados” que entram e saem da Venezuela, intensificando a pressão sobre o ditador venezuelano Nicolás Maduro, em uma medida que parece ter como objetivo estrangular ainda mais a economia do país sul-americano.

A escalada de Trump ocorre após as forças americanas terem apreendido um petroleiro na costa da Venezuela na semana passada, uma ação incomum que se seguiu a um aumento da presença militar dos EUA na região.

Em uma publicação nas redes sociais anunciando o bloqueio, Trump alegou que a Venezuela está usando o petróleo para financiar o narcotráfico e outros crimes e prometeu continuar o fortalecimento militar até que o país entregue petróleo, território e ativos aos EUA, embora não esteja claro por que ele considera que os EUA têm direito a isso.

“A Venezuela está completamente cercada pela maior armada já reunida na história da América do Sul”, escreveu Trump em uma publicação em sua plataforma de mídia social. “Só vai aumentar, e o choque para eles será algo que nunca viram antes — até que devolvam aos Estados Unidos da América todo o petróleo, terras e outros bens que nos roubaram.”

Procuradas pela Associated Press, autoridades do Pentágono encaminharam todas as perguntas sobre a publicação de Trump à Casa Branca.

O aumento da presença militar dos EUA na região foi acompanhado por uma série de ataques contra embarcações no Caribe e no Pacífico, que o governo americano alega que estariam ligadas ao tráfico de drogas. A campanha militar, que atraiu críticas bipartidárias entre os legisladores americanos, matou pelo menos 95 pessoas em 25 ataques conhecidos a barcos.

O governo Trump defendeu a campanha como um sucesso, afirmando que ela impediu que drogas chegassem à costa americana, e rebateu as preocupações de que estaria extrapolando os limites da guerra legítima.

Enquanto os EUA defendem que a campanha visa a impedir a entrada de drogas no país, Maduro afirma que na verdade o objetivo é derrubá-lo para obter o petróleo venezuelano - a chefe de gabinete de Trump, Susie Wiles, pareceu confirmar em uma entrevista à Vanity Fair publicada nesta terça que a campanha faria parte de uma estratégia para derrubar Maduro. Wiles disse que Trump “quer continuar afundando navios até que Maduro se renda”.

A publicação de Trump desta terça-feira pareceu ter um objetivo semelhante. A Venezuela, que possui as maiores reservas comprovadas de petróleo do mundo e produz cerca de 1 milhão de barris por dia, há muito tempo depende da receita do petróleo como a principal fonte de renda de sua economia.

Desde que o governo Trump começou a impor sanções ao petróleo venezuelano em 2017, o governo de Maduro tem se apoiado em uma frota clandestina de petroleiros sem bandeira para contrabandear petróleo bruto para as cadeias de suprimentos globais.

A estatal Petróleos de Venezuela S.A., comumente conhecida como PDVSA, está excluída dos mercados globais de petróleo pelas sanções dos EUA. Ela vende a maior parte de suas exportações com um grande desconto no mercado negro da China.

Francisco Monaldi, especialista em petróleo venezuelano da Universidade Rice, em Houston, disse que cerca de 850 mil barris da produção diária de 1 milhão são exportados. Desse total, ele afirmou que 80% vai para a China, de 15% a 17% para os EUA através da Chevron Corp., e o restante para Cuba.

Não ficou imediatamente claro como os EUA planejavam implementar o que Trump chamou de “BLOQUEIO TOTAL E COMPLETO DE TODOS OS PETROLEIROS SANCIONADOS que entram e saem da Venezuela”.

Mas a Marinha dos EUA possui 11 navios na região, incluindo o maior porta-aviões do mundo e vários navios de assalto anfíbio. Esses navios transportam uma ampla variedade de aeronaves.

Além disso, a Marinha opera algumas aeronaves de patrulha marítima P-8 Poseidon na região. Em resumo, esses recursos proporcionam às forças armadas uma capacidade significativa de monitorar o tráfego marítimo que entra e sai do país.

Diário do Comércio - MG   17/12/2025

A greve nacional dos trabalhadores da Petrobras ganhou adesões no segundo dia do movimento, nesta terça-feira (16), atingindo 24 plataformas de petróleo e oito refinarias, entre outras unidades, de acordo com uma nota da Federação Única dos Petroleiros (FUP).

No Norte Fluminense, onde a greve está mais forte, o número de plataformas offshore envolvidas na Bacia de Campos subiu de 15 para 22 unidades, com trabalhadores solicitando desembarque, “o que aprofundou o impacto operacional”, disse a FUP.

Na segunda-feira, a greve atingia 16 plataformas de petróleo no litoral do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, além de seis refinarias, segundo a FUP. Geralmente, durante greves, trabalhadores passam operações para equipes de contingência da estatal, de modo a evitar ou reduzir impactos operacionais em refinarias e plataformas de petróleo.

“A Petrobras afirma que não há impacto na produção de petróleo e derivados. A empresa adotou medidas de contingência para assegurar a continuidade das operações e reforça que o abastecimento ao mercado está garantido”, disse, em nota, a estatal.

Não há notícia de adesão das plataformas da Bacia de Santos, onde estão os maiores campos produtores do pré-sal, geralmente com unidades afretadas.

O coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, disse que “o avanço da greve é resultado da insatisfação generalizada da categoria, em razão da postura da Petrobras nas negociações do acordo coletivo de trabalho, que não trouxe respostas concretas às reivindicações históricas dos trabalhadores”.

A empresa afirmou que está em processo de negociação do acordo coletivo de trabalho desde o final de agosto deste ano, tendo apresentado sua mais recente proposta na última terça-feira. “A Petrobras segue empenhada em concluir a negociação do acordo na mesa de negociações com as entidades sindicais”, acrescentou.
Adesões

A FUP afirmou que, entre as novas adesões, destacam-se a refinaria no Ceará (Lubnor) e o corte de rendição na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul, “ampliando o alcance territorial da greve”.

Na segunda-feira, o movimento atingia as refinarias Regap (Betim/MG), Reduc (Duque de Caxias/RJ), Replan (Paulínia/SP), Recap (Mauá/SP), Revap (São José dos Campos/SP) e Repar (Araucária/PR), reforçando o caráter nacional e unitário da greve, segundo a FUP.

A federação citou ainda a adesão da termelétrica Termoceará. No Rio Grande do Norte, houve a adesão da Usina Termelétrica do Vale do Açu e, na Bahia, a entrada da Usina de Biodiesel de Cadeias.
A FUP acrescentou que, além das plataformas de petróleo e das refinarias, estão envolvidos no movimento trabalhadores de nove unidades da Transpetro, a subsidiária de logística e transporte da empresa.

O sindicato indicou que estão envolvidos funcionários de três termelétricas, duas usinas de biodiesel, cinco campos terrestres, três bases administrativas, além da Unidade de Tratamento de Gás de Cabiúnas (UTGCAB) e da Estação de Compressão de Paulínia (TBG).

O Estado de S.Paulo - SP   17/12/2025

E se os Estados Unidos invadirem a Venezuela?

A vencedora do Prêmio Nobel da Paz fez sua apresentação por vídeo ao vivo em uma conferência de negócios em Miami, da qual participaram executivos e políticos americanos, incluindo o presidente Trump.

“Estou falando de uma oportunidade de US$ 1,7 trilhão”, disse María Corina Machado, principal líder da oposição da Venezuela, no mês passado, semanas depois de ganhar o prêmio da paz por desafiar Nicolás Maduro, o líder autocrático do país.

Ela destacou as enormes reservas de petróleo e gás da Venezuela — “Vamos abrir tudo, upstream, midstream, downstream, para todas as empresas” —, bem como seus minerais e infraestrutura de energia. Sua mensagem tem sido inabalável desde o início deste ano, quando ela se gabou do “potencial infinito” de seu país para as empresas americanas em um podcast apresentado pelo filho mais velho do presidente, Donald Trump Jr.

Ela teve uma audiência receptiva.

O presidente e seus assessores insistiram publicamente que suas operações militares letais em torno da Venezuela e a campanha de pressão contra Maduro têm como objetivo principal proteger os americanos do tráfico de drogas. Mas a Venezuela não é produtora de drogas, e os narcóticos contrabandeados pelo país vão principalmente para a Europa.

Nos bastidores, os funcionários do governo também se concentraram intensamente nas reservas de petróleo da Venezuela, as maiores do mundo.

Sua importância é evidente nas negociações secretas entre autoridades americanas e Maduro sobre petróleo e nas conversas que os assessores e aliados de Trump tiveram com Machado e outras figuras da oposição venezuelana.

Trump deixou claro publicamente seu interesse em controlar as reservas da Venezuela. Em um discurso para republicanos na Carolina do Norte em 2023, quatro anos depois de apoiar esforços durante seu primeiro mandato para derrubar Maduro, Trump disse: “Quando eu saí, a Venezuela estava pronta para entrar em colapso. Nós teríamos assumido o controle, teríamos obtido todo aquele petróleo, que ficava bem ao lado”.

O papel do petróleo nas tensões crescentes entre Maduro e Trump foi ressaltado pela dramática apreensão pelos EUA, na quarta-feira, de um petroleiro que cruzava o Mar do Caribe transportando petróleo bruto para Cuba e China. Trump disse que ficaria com a carga, embora sua autoridade legal para fazê-lo seja questionável.

A ação foi uma escalada acentuada na campanha de meses de Trump contra Maduro, que incluiu 25 ataques a barcos que mataram pelo menos 95 pessoas, atos que muitos especialistas jurídicos consideram ilegais.

A Venezuela e seu petróleo estão no centro de duas das prioridades de segurança nacional declaradas por Trump: o domínio dos recursos energéticos e o controle do Hemisfério Ocidental. A Venezuela possui cerca de 17% das reservas conhecidas de petróleo do mundo, ou mais de 300 bilhões de barris, quase quatro vezes a quantidade dos Estados Unidos. E nenhuma nação tem uma presença maior na indústria petrolífera da Venezuela do que a China, a superpotência cuja imensa presença comercial no hemisfério ocidental o governo Trump pretende reduzir.

“Quando o presidente Trump fala sobre a Venezuela e outros países semelhantes, ele sempre enfatiza a importância de os EUA terem acesso a esses recursos petrolíferos”, disse Francisco R. Rodríguez, professor da Universidade de Denver que estuda a economia política da Venezuela.

Petróleo sob pressão

Nos últimos meses, os assessores de Trump debateram como obter maior acesso ao petróleo da Venezuela para as empresas americanas, dada a hostilidade de Maduro e a presença da China, afirmam autoridades atuais e ex-autoridades.

Richard Grenell, enviado especial para a Venezuela e presidente do Kennedy Center, liderou as negociações com o objetivo de chegar a um grande acordo com Maduro. O líder venezuelano fez uma oferta a Trump que incluía a abertura da indústria petrolífera do país aos americanos, além do acesso limitado concedido à Chevron, que opera lá com uma licença confidencial recém-prorrogada pelo governo dos EUA.

Trump rejeitou a oferta, porque outros assessores importantes argumentaram com sucesso que Maduro não é confiável e está ganhando tempo. Esse grupo, liderado por Marco Rubio, secretário de Estado e conselheiro de segurança nacional, tem pressionado pela destituição forçada de Maduro. Eles argumentam que um líder conservador e orientado para o livre mercado — ou seja, Machado — favoreceria as empresas americanas e limitaria os investimentos chineses.

Trump sugeriu a Maduro, em uma ligação telefônica no mês passado, que ele deixasse o cargo. Maduro se recusou a abrir mão do poder tão cedo, apesar do aumento das forças militares dos EUA no Caribe e das repetidas ameaças de Trump de ir além dos ataques a barcos e atingir alvos dentro da Venezuela.

A apreensão do petroleiro e as novas sanções ao setor petrolífero da Venezuela têm como objetivo abalar a teimosia de Maduro, demonstrando que os Estados Unidos estão dispostos a sufocar a maior fonte de renda do país, disseram autoridades atuais e ex-autoridades.

Os Estados Unidos provavelmente apreenderão mais petroleiros que transportam petróleo venezuelano em breve, disseram autoridades americanas. Assim como fez na semana passada, o governo dos EUA poderia justificar quaisquer apreensões futuras citando o histórico dos petroleiros que transportam petróleo do Irã, que está sob um conjunto de sanções mais rigorosas do que a Venezuela.

Os Estados Unidos apreenderam apenas alguns petroleiros nos últimos anos. Todas essas ações foram baseadas na suspeita de que o petróleo iraniano estava sendo usado para financiar a Guarda Revolucionária Islâmica, um braço das forças armadas iranianas que o primeiro governo Trump designou como organização terrorista estrangeira, disse Edward Fishman, ex-especialista em sanções do Departamento de Estado.

Mais algumas apreensões de petroleiros que transportam petróleo venezuelano pelos EUA podem levar as empresas a decidirem evitar o país e a uma consequente perda de receitas do petróleo, disse Tom Warrick, ex-funcionário do Departamento de Estado que também trabalhou como advogado da indústria petrolífera.

“A estratégia do governo Trump agora se revela como claramente voltada para esse fluxo de caixa”, disse ele. “A Venezuela tem uma quantidade relativamente pequena de dinheiro em caixa, então a perda desse petroleiro começará a causar danos rapidamente.”

Trump não falou publicamente sobre ajudar as empresas americanas a obter uma fatia maior do petróleo da Venezuela como objetivo dessa campanha. Mas ele frequentemente mencionou isso em particular, disseram pessoas familiarizadas com as conversas.

Maduro também vê o petróleo da Venezuela como uma importante ferramenta geopolítica.

Os líderes do país dependem das compras de petróleo da China como um baluarte contra as sanções econômicas impostas pelo primeiro governo Trump e mantidas pelo presidente Joseph R. Biden Jr. Em abril, Delcy Rodríguez, vice-presidente da Venezuela, pediu aos líderes chineses durante uma visita a Pequim que fizessem maiores investimentos na indústria petrolífera de seu país e comprassem mais petróleo bruto. A China já é responsável por 80% das compras de petróleo venezuelano.

Em negociações este ano, autoridades americanas negociaram com Maduro possíveis acordos para expulsar as empresas petrolíferas chinesas e russas da Venezuela e abrir um papel maior para as empresas americanas.

A China reduziu seus investimentos diretos na indústria venezuelana nos últimos anos. Maduro parecia interessado em atrair mais investimentos americanos, disseram autoridades americanas. Mas ele permaneceu inflexível em manter o poder, então as negociações ficaram paralisadas.
Perfuração em tempo de guerra

Trump autorizou a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela e pode decidir destituir Maduro violentamente, usando a agência como ponta de lança, as Forças Armadas dos EUA ou ambos.

No entanto, muitos especialistas em Venezuela esperam que as consequências de tal ação sejam caóticas. Autoridades americanas de várias agências do primeiro governo Trump chegaram a essa conclusão em jogos de guerra em 2019.

A turbulência em uma Venezuela pós-Maduro poderia complicar o desejo e a capacidade das empresas americanas de expandir sua presença no país.

Nenhuma grande empresa petrolífera ocidental entrou imediatamente no Iraque ou na Líbia após as intervenções militares dos EUA que derrubaram os governos e desencadearam guerras civis. Levou anos para que as empresas maiores começassem a operar nesses países. Em contrapartida, as empresas petrolíferas chinesas assinaram contratos para operar nos campos do sul do Iraque durante a guerra civil e, em geral, têm uma tolerância muito maior ao risco de estar em zonas de conflito.

O apetite das grandes empresas americanas por entrar na indústria venezuelana pode muito bem depender se a campanha de pressão dos EUA e quaisquer operações militares resultarão em caos ou estabilidade.

“As empresas petrolíferas americanas trabalham em algumas regiões bastante perigosas, mas o que lhes interessa é o resultado financeiro”, disse Oliver B. John, que trabalhou como diplomata americano em questões econômicas nos países árabes do Golfo.

A Chevron opera na Venezuela há um século e é a única empresa americana que permaneceu no país quando o governo venezuelano obrigou as empresas ocidentais, décadas atrás, a se tornarem sócias minoritárias em joint ventures com a empresa estatal de petróleo Petróleos de Venezuela, S.A., ou PDVSA.

A maior empresa estrangeira com investimentos e operações na indústria venezuelana é a China National Petroleum Corporation, ou CNPC, uma empresa estatal que faz joint ventures com a PDVSA. Mas, desde 2019, ela tem assumido um papel mais passivo na Venezuela para evitar violar as sanções dos EUA. No ano passado, uma empresa privada chinesa, a China Concord Resources Corporation, assinou um contrato de 20 anos com a PDVSA para investir mais de US$ 1 bilhão no desenvolvimento de campos petrolíferos venezuelanos.

Atualmente, o petróleo venezuelano que vai para a China é resultado de compras feitas por empresas privadas chinesas, disse Rodríguez.

As empresas energéticas nacionais chinesas estavam recebendo petróleo venezuelano como resultado da aceitação de petróleo por bancos estatais chineses como pagamento de empréstimos ao governo venezuelano. Mas a Venezuela deixou de fazer os pagamentos há anos — a dívida era de US$ 19 bilhões em 2020 — e a China parou de conceder empréstimos ao país.

Valor - SP   17/12/2025

Movimento negativo dos papéis da empresa ajuda a ampliar as perdas do Ibovespa

As ações da Petrobras registram um dia mais negativo nesta terça-feira. O movimento é provocado pela divulgação de pesquisas eleitorais no Brasil e pela queda mais intensa dos preços dos contratos futuros de petróleo.

Por volta das 12h55, as ações PN da petroleira cediam 2,74%, a R$ 30,83, sendo que chegaram a recuar até R$ 30,61, na mínima do dia. Da mesma forma, os papéis ordinários da empresa registravam perdas de 2,92%, a R$ 32,25, após tocar os R$ 31,98, na mínima intradiária.

O movimento negativo nas ações da Petrobras ajuda a ampliar as perdas do Ibovespa, que tinha baixa de 1,78%, aos 159.594 pontos, no horário acima.

Já os contratos futuros de petróleo do tipo Brent tinham queda de 2,76%, a US$ 58,87, no mesmo horário.

Infomoney - SP   17/12/2025

O petróleo fechou em queda nesta terça-feira, 16, com o Brent tocando menor valor desde maio deste ano (US$ 54,89) e o WTI desde fevereiro de 2021 (US$ 58,72), em meio a expectativa de um acordo em breve para o conflito entre Rússia e Ucrânia. Investidores também ponderam dados divergentes de varejo, atividade e emprego dos EUA.

Nesta terça, o petróleo WTI para fevereiro, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), fechou com queda de 2,72% (US$ 1,54), a US$ 55,13 o barril. Já o Brent para mesmo mês, negociado na Intercontinental Exchange de Londres (ICE), caiu 2 71% (US$ 1,64), a US$ 58,92 o barril.

O petróleo começou a sessão em queda modesta, mas aprofundou perdas e chegou a cair mais de 3% diante do conjunto de pressões geopolíticas e macroeconômicas. Nesta terça, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov, disse acreditar que as partes em conflito estão “à beira” de uma solução diplomática para pôr fim à guerra. Do lado ucraniano, autoridades europeias ressaltaram progresso nas garantias de segurança para Kiev, segundo a Axios.
Um potencial cessar-fogo na região pode levar à suspensão das sanções dos EUA sobre o petróleo russo de forma relativamente rápida, embora a remoção das sanções europeias provavelmente possa ser mais gradual, diz a Rystad Energy. No entanto, ainda é necessário cautela, pois no último ano “os mercados chegaram perto de precificar um acordo de paz várias vezes, apenas para as negociações estagnarem”, acrescenta.

Na América Latina, a estatal venezuelana PDVSA enfrenta cargas de petróleo paradas, descontos maiores nos preços e pressão de clientes para rever contratos à vista após os EUA apreenderem um navio que transportava óleo do país, segundo a Reuters.

A Spartan Capital chama atenção ainda para o excesso de oferta e um prêmio de risco geopolítico mais baixo em 2026, alegando que uma quebra do nível de suporte pode colocar a commodity a US$ 50 à prova.

AGRÍCOLA

Agrolink - RS   17/12/2025

Em Mato Grosso, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, realizou a entrega de mais 310 máquinas do Programa Nacional de Modernização e Apoio à Produção Agrícola (Promaq), iniciativa do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) que contemplou as 142 prefeituras do estado. A entrega ocorreu nesta terça-feira (16) em Cuiabá e, com este novo repasse, Mato Grosso já totaliza mais de 500 máquinas e equipamentos disponibilizados pelo governo federal aos municípios.

Durante a cerimônia, o ministro Carlos Fávaro destacou que o Promaq integra o conjunto de políticas públicas retomadas no governo do presidente Lula, com foco em aumento de produtividade, modernização da infraestrutura municipal e redução das desigualdades regionais. “Este ano vamos chegar a 5 mil equipamentos entregues aos municípios brasileiros. É uma política estruturante, desenvolvida com o apoio de parlamentares, senadores e deputados federais. Só no estado de Mato Grosso já estamos nos aproximando de 500 equipamentos entregues nas mais diversas parcerias, incluindo emendas parlamentares,” afirmou.

O ministro ressaltou ainda que o Estado conta com o apoio direto de instituições parceiras. “Com a parceria da Universidade Federal de Mato Grosso, são aproximadamente 100 equipamentos, incluindo tratores. No total, são cerca de 500 equipamentos - tratores, máquinas da linha amarela, caminhões e implementos - entregues para Mato Grosso. Tudo isso para ampliarmos a capacidade de prestação de serviços à população mato-grossense e brasileira,” completou.

Nesta nova fase do programa, as prefeituras do estado receberam 310 máquinas, resultado de um investimento superior a R$ 157 milhões. Entre os equipamentos entregues estão tratores, motoniveladoras, pás-carregadeiras, retroescavadeiras, rolos compactadores e caminhões, que irão reforçar as ações de recuperação, manutenção e melhoria da infraestrutura municipal, essencial para a circulação da produção agropecuária e para o atendimento às comunidades rurais.

Em Mato Grosso, estado de grande extensão territorial e com centenas de comunidades rurais que dependem diretamente de estradas vicinais, o Promaq desempenha papel estratégico no fortalecimento das cadeias produtivas, na garantia da mobilidade e na ampliação do acesso da população a serviços públicos essenciais.

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