Clipping Diário

29 | Outubro | 2025

SIDERURGIA

Money Times - SP   29/10/2025

Dois grandes bancos elevaram o preço-alvo para as ações da Usiminas (USIM5), poucos dias após a divulgação de resultados do terceiro trimestre e a sinalização da companhia de que pode pagar dividendos em 2025. No entanto, eles mantiveram a recomendação “neutra”.

O Citi disse que fez uma “leve” melhora na projeção dos lucros, destacando uma combinação de geração de caixa mais forte e premissas macroeconômicas atualizadas. O banco elevou o preço-alvo de R$ 4,75 para R$ 5,50.

“A administração indicou a possibilidade de pagamento de dividendos em 2025, o que vemos como um sinal construtivo, e nosso modelo sugere espaço para distribuições robustas em 2026 sem comprometer a alavancagem”, disse em relatório.

O banco estima que uma distribuição de 100% em 2026 implicaria em um dividend yield de cerca de 9,8%, com alavancagem atingindo 0,56x, “o que provavelmente apoiaria as ações no curto prazo”. “Contudo, à medida que os investimentos aumentam a partir de 2027, a pressão sobre o caixa deve crescer, dificultando a manutenção de altos níveis de distribuição”, acrescentou.

A Usiminas acumula até setembro um resultado negativo de R$ 3 bilhões, com uma margem líquida negativa em 15,1%. No terceiro trimestre, a empresa realizou testes de recuperabilidade de ativos siderúrgicos que resultaram em um impacto contábil negativo de mais de R$ 2 bilhões.

O Citi, no entanto, destacou que o fluxo de caixa livre (FCF) foi positivo e a alavancagem líquida caiu para 0,16x.
Usiminas por mercado de atuação

O Citi disse que espera uma melhora nas operações de aço em 2026, impulsionada pelo ramp-up do projeto PCI (a partir do 1T26), recuperação gradual da demanda doméstica — especialmente nos segmentos automotivo e industrial — e, principalmente, dos preços.

Ainda assim, acrescentou o banco, as medidas de defesa comercial foram adiadas, e as resoluções antidumping sobre produtos galvanizados e laminados a frio agora são esperadas apenas para o fim do 1T26, o que, na avaliação do Citi, prolonga a pressão sobre preços.

“Importante destacar que há risco de essas medidas não serem totalmente implementadas, o que poderia estender a fraqueza dos preços internos. Caso aprovadas, esperamos normalização gradual entre 2026 e 2027”, comentou.

Em mineração, o banco disse que mantém uma postura cautelosa, já que a projeção global do Citi para o minério de ferro indica uma curva de preços em queda até 2026, o que deve manter a rentabilidade contida.

“Não incorporamos nenhuma potencial expansão da frente de mineração em nosso modelo, à espera de novas orientações da administração”, afirmou.
Safra também mantém recomendação neutra

O Safra também manteve a recomendação neutra para as ações da Usiminas, mesmo após elevar o preço-alvo para o fim de 2026 de R$ 4,70 para R$ 6,20, o que implica um potencial de alta de 14% e retorno total esperado (TSR) de 16%.

Nas contas do banco, a Usiminas negocia a 4,2 vezes o EV/Ebitda de 2026 e 3,2 vezes o de 2027, múltiplos abaixo da média histórica de 4,1 vezes.

Segundo o analista Ricardo Monegaglia, o movimento recente do papel, que subiu cerca de 36% desde agosto, já incorporou boa parte dos fatores positivos. O banco avalia que não há catalisadores relevantes no curto prazo, o que limita o espaço para ganhos adicionais até o início de 2026.

O Safra revisou para cima sua projeção de Ebitda de 2026, agora em R$ 1,9 bilhão (15% abaixo do consenso), refletindo maiores preços domésticos e custos menores por tonelada, impulsionados por um real mais forte. Para 2027, a estimativa subiu para R$ 2,5 bilhões, também 15% abaixo das projeções de mercado.

Entre os principais riscos para a tese de investimento, o Safra cita variações nos preços do aço e do minério de ferro, mudanças na demanda doméstica, novas medidas de proteção comercial e alterações inesperadas nos planos de investimento da companhia.

Na semana passada, o BTG Pactual afirmou que Usiminas segue como uma aposta de curto prazo, orientada a eventos (event-driven), dadas as discussões atuais sobre a potencial agenda antidumping.

Os analistas, por sua vez, também consideram que a perspectiva da empresa continua sobrecarregada pela pressão sobre a indústria siderúrgica brasileira.

O banco tem recomendação neutra com preço-alvo de R$ 5.

Valor - SP   29/10/2025

A siderúrgica ítalo-argentina Ternium teve prejuízo líquido de US$ 270 milhões no terceiro trimestre, frente a lucro de US$ 93 milhões um ano antes, afetada pelo Imposto de Renda de US$ 405 milhões relacionado à baixa contábil (“impairment”) da Usiminas e pela perda de US$ 32 milhões decorrentes do acúmulo de juros e valorização do real em relação à provisão de litígios em andamento relacionados à aquisição de uma participação na empresa brasileira. Ao considerar o lucro atribuível aos acionistas, o resultado foi positivo em US$ 21 milhões.

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   29/10/2025

A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 1,767 bilhão na quarta semana de outubro. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta terça-feira, 28, o valor foi alcançado com exportações de US$ 6,803 bilhões e importações de US$ 5,036 bilhões.

No acumulado de janeiro a outubro de 2025, o superávit soma US$ 50,407 bilhões, resultado de US$ 282,811 bilhões em exportações e US$ 232,403 bilhões em importações.

Outubro

No mês, até a quarta semana de outubro, o superávit na balança foi de US$ 4,929 bilhões.

Até a quarta semana de outubro, comparado ao mesmo período de outubro de 2024, as exportações cresceram 4,4% e somaram US$ 25,018 bilhões. O desempenho dos setores foi o seguinte: crescimento de 20,2% em Agropecuária, que somou US$ 5,524 bilhões; crescimento de 8,1% em Indústria Extrativa, que chegou a US$ 5,586 bilhões e, por fim, queda de 2,0% em Indústria de Transformação, que alcançou US$ 13,764 bilhões.

Já as importações caíram 2,6% nas quatro semanas de outubro e totalizaram US$ 20,089 bilhões na mesma comparação, com alta de 2,2% em Agropecuária, que somou US$ 390 milhões; queda de 31,5% em Indústria Extrativa, que chegou a US$ 861 milhões e, por fim, queda de 0,8% em Indústria de Transformação, que alcançou US$ 18,709 bilhões.

O Estado de S.Paulo - SP   29/10/2025

Autoridades do governo Trump saudaram a possibilidade de um acordo comercial que poderia levar a China a comprar soja americana e suspender a introdução de seu novo sistema de licenciamento para terras raras, enquanto os Estados Unidos suspendem ou removem algumas de suas tarifas.

Ainda não se sabe o que será acertado quando o presidente Donald Trump se reunir com o líder chinês Xi Jinping na quinta-feira, 30. Mas essas e outras medidas mencionadas por autoridades americanas parecem restaurar em grande parte o status quo do início deste ano, antes de Trump iniciar sua última guerra comercial contra Pequim.

Os Estados Unidos e a China demonstraram disposição para intensificar repetidamente as tensões comerciais e prejudicar empresas que fazem negócios no Pacífico, antes de recuar nas medidas e chegar a um acordo. Mas os acordos rapidamente se desintegraram, colocando em dúvida a durabilidade de um novo acordo.

Em entrevista à ABC News neste domingo, 26, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que os negociadores dos EUA e da China, que se reuniram na Malásia no fim de semana, “chegaram a um acordo substancial” para os dois líderes discutirem quando se encontrarem na Coreia do Sul na quinta-feira.

Ele disse que um aumento de 100% nas tarifas dos EUA sobre as exportações chinesas, previsto para 1º de novembro, foi evitado e que a China concordou em adiar um sistema de licenciamento de terras raras “por um ano, enquanto o reexamina”. Os chineses também concordaram em ajudar os Estados Unidos a impedir o fluxo de ingredientes químicos usados para fabricar fentanil ilícito e fazer “compras agrícolas substanciais para os agricultores americanos”, disse Bessent.

Nas redes sociais, a secretária de Agricultura, Brooke Rollins, elogiou as compras planejadas de soja como “uma grande notícia”. Ela acrescentou: “O compromisso da China de fazer compras substanciais de soja americana traz o mercado de volta ao equilíbrio e garante anos de prosperidade para os produtores americanos”.

Mas os críticos disseram que o governo Trump parecia estar reivindicando o crédito pela solução de uma crise criada por ele mesmo. A China interrompeu as compras de soja este ano depois de impor uma tarifa sobre a soja americana em retaliação às tarifas que Trump havia imposto aos produtos chineses em abril.

O governo chinês vinha claramente desenvolvendo seu sistema de licenciamento para terras raras há algum tempo e introduziu suas primeiras medidas em dezembro passado, em resposta às restrições tecnológicas do governo Biden. Mas ampliou consideravelmente o sistema após as tarifas radicais do “Dia da Libertação” de Trump em abril, e depois o expandiu ainda mais este mês, depois que os Estados Unidos impuseram novas restrições ao fornecimento de tecnologia a milhares de outras empresas chinesas.

Paul Triolo, sócio da consultoria DGA-Albright Stonebridge Group, disse que o governo Trump vinha seguindo uma política de “escalada para desacelerar”, que ele chamou de “uma estratégia perdedora”. Ele destacou que esta foi a quinta reunião de negociações comerciais dominada pelas restrições da China às terras raras.

“Ambos os lados podem se prejudicar”, disse Triolo. “Tudo o que isso fez foi reduzir a participação de mercado das empresas em geral.”

As negociações de Trump são famosas por serem imprevisíveis, e sua reunião com Xi pode resultar em outros acordos. Autoridades chinesas levantaram a possibilidade de compras mais substanciais de produtos americanos, bem como de maiores investimentos chineses nos Estados Unidos. Em outra entrevista, no programa “Meet the Press” da NBC, Bessent disse que os dois lados provavelmente discutirão “um comércio mais equilibrado”, as relações geopolíticas no Oriente Médio e na Ásia e o conflito na Ucrânia.

Os mercados reagiram positivamente à notícia de um possível acordo. Mas as negociações têm sido muito menos intensas do que no primeiro mandato de Trump, quando os negociadores passaram meses discutindo para chegar a um acordo comercial de 90 páginas sobre questões que iam desde propriedade intelectual e bancos até agricultura. Na sexta-feira, 24, o governo Trump disse que estava iniciando uma investigação sobre o não cumprimento da China dos termos desse acordo.

Jonathan Czin, membro do Brookings Institution, um centro de estudos de Washington, destacou que Xi estava indo para a reunião após anunciar o próximo plano quinquenal da China, que prevê a intensificação do foco do país em manufatura e tecnologia. Esses planos vão contra as preocupações de longa data dos EUA sobre as práticas comerciais da China, que aparentemente deram início ao conflito comercial entre os dois países, disse ele. Mas esses tópicos pareciam ausentes da agenda.

“É realmente impressionante para mim que, além de nem mesmo estarem discutindo isso, estamos discutindo uma questão de cada vez”, disse Czin. “Estamos falando sobre o TikTok ou sobre a soja, esse tipo de questão setorial ou mesmo específica de empresas, em vez de falar sobre a questão grande, substancial e importante que pode ter estado no centro disso desde o início.”

Em comparação com o primeiro mandato de Trump, Washington e Pequim têm se mostrado mais dispostas a tomar medidas drásticas uma contra a outra, em detrimento das empresas que dependem da relação comercial. Na guerra comercial do primeiro mandato de Trump com a China, ele impôs tarifas de até 25% sobre apenas uma parte das exportações chinesas.

Desta vez, nos primeiros meses de mandato, Trump impôs uma tarifa de 20% sobre todas as exportações chinesas em retaliação ao papel do país no tráfico de fentanil para os Estados Unidos. Ele acrescentou outra tarifa de 125%, que mais tarde reduziu para 10%. O governo também cobrou taxas dos navios chineses que atracam nos portos dos EUA, ampliou seus controles tecnológicos e ameaçou aplicar uma tarifa adicional de 100% sobre os produtos chineses a partir de 1º de novembro.

Embora a maioria dos governos estrangeiros não tenha retaliado contra a política comercial agressiva de Trump, a China tem sido uma exceção. Pequim respondeu às medidas de Trump com suas próprias tarifas sobre as exportações americanas, incluindo a soja. Também anunciou investigações sobre empresas proeminentes sediadas nos Estados Unidos, como Nvidia e Qualcomm, e uma investigação “antidiscriminação” que pode resultar em ações contra empresas americanas, além das restrições às terras raras.

As empresas americanas ficaram presas no meio. Analistas do setor dizem que algumas fábricas estão a semanas de interromper a produção se não receberem mais remessas de metais e ímãs de terras raras da China. E algumas empresas temem que leis e diretrizes conflitantes de Pequim e Washington possam impedi-las de cumprir ambas.

Evan Medeiros, professor da Universidade de Georgetown e consultor sênior do Asia Group, disse que as autoridades chinesas acreditam que entendem Trump melhor do que no primeiro mandato e sabem como retaliar de forma mais eficaz.

A disposição dos Estados Unidos e da China de tomar medidas agressivas um contra o outro estava resultando em uma situação “inerentemente instável” que poderia prejudicar uma trégua, disse ele.

“Ambos os lados estão abordando o relacionamento com confiança. Ambos acreditam que o outro precisa mais deles do que eles precisam do outro. E, em última análise, ambos acreditam que estão em vantagem”, disse Medeiros. Segundo ele, era “uma situação muito, muito perigosa”.

O Estado de S.Paulo - SP   29/10/2025

O Federal Reserve (Fed) deve cortar novamente os juros nos Estados Unidos para conter os elevados riscos de fraqueza no mercado de trabalho. Apesar de o país enfrentar o segundo maior shutdown da história, o que deixou o mercado e a própria autoridade em completo apagão de dados, a inflação ao consumidor em setembro, que foi divulgada em caráter excepcional, veio melhor que o esperado, permitindo que o banqueiro central siga com a flexibilização da política monetária americana. O Fed também pode anunciar o fim do processo de redução do seu trilionário balanço de ativos.

A principal aposta — com quase 98% de probabilidade estimada — é de que o Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) reduza os juros dos EUA em mais 25 pontos-base (0,25 ponto porcentual) na reunião que começa nesta terça e termina quarta, conforme levantamento da plataforma americana CME Group. Se confirmada, será a segunda queda consecutiva, que deve levar a taxa básica americana para o intervalo entre 3,75% e 4,00% ao ano.

A paralisação da máquina pública nos EUA causou um apagão de dados e deixou Wall Street e o Fed sem informações sobre a saúde da economia. Mesmo assim, economistas avaliam que a situação do emprego não se alterou. Antes da divulgação do relatório de emprego de setembro (payroll) — principal termômetro do mercado de trabalho americano — ser suspensa, como todos os demais indicadores, por causa do shutdown, as leituras de agosto e julho já haviam saído bem mais fracas. Isso alimentou temores de uma desaceleração laboral mais aguda e abriu espaço para o BC dos EUA voltar a cortar os juros.

Vários alertas de Wall Street pedem que o Fed siga reduzindo as taxas. Para o Bank of America, não se deve mudar de curso quando se está “voando às cegas”. “Apesar das informações limitadas, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) não tem escolha a não ser conduzir a política monetária”, afirma Marc Giannoni, economista do Barclays para os EUA. O banco britânico espera um corte de 25 pontos-base na reunião desta semana e outro na de dezembro.

A entrevista de imprensa que o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, concede após a reunião é sempre aguardada pelo mercado. Desta vez, porém, os investidores estão ainda mais curiosos para ouvi-lo sobre o rumo das taxas. Para o Goldman Sachs, se a pergunta surgir — e não há dúvidas de que surgirá —, Powell deve remeter às projeções divulgadas em setembro, que mostraram que a maioria dos dirigentes ainda vê um terceiro corte de juros em dezembro.

“O Fomc já promoveu três cortes seguidos como uma gestão de risco no passado e duvidamos que os próximos dados do mercado de trabalho — afetados pelas demissões postergadas do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) dos EUA e pelo impacto do shutdown na coleta de informações — enviem, até lá, um sinal convincente de que foi ‘tudo resolvido’”, avalia o time de economistas do banco americano liderado por Jan Hatzius, em nota a clientes.

Mas a decisão que pode roubar a atenção nesta semana diz respeito à escolha de parar de reduzir o balanço de ativos de US$ 6,6 trilhões, processo conhecido como aperto quantitativo (QT, da sigla em inglês). Powell sinalizou, em discurso neste mês, que a redução do balanço patrimonial do Fed pode estar próxima do fim. “Podemos nos aproximar desse ponto nos próximos meses, e estamos monitorando de perto uma ampla gama de indicadores para tomar essa decisão”, disse.

O Bank of America espera que o sinal venha já — e não mais no fim do ano — e apareça, inclusive, no comunicado em que o Banco Central divulgará a decisão de política monetária. O Jefferies, também dos EUA, não vê nada no horizonte que impeça o Fed de encerrar o processo de redução de seu balanço de ativos.

Veja - SP   29/10/2025

A balança comercial brasileira acumula superávit de US$ 50,41 bilhões no acumulado do ano até outubro, uma queda de 17,4% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados nesta terça-feira, 28, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

O resultado foi influenciado principalmente pelo avanço mais forte das importações, que subiram 8%, para US$ 232,40 bilhões, em comparação ao aumento de 2,4%nas exportações, que totalizaram US$ 282,81 bilhões. O movimento indica que o consumo e o investimento internos começam a se reaquecer, mas também pressiona o saldo comercial, que havia atingido recordes históricos em 2023.

No mês de outubro, o país registrou superávit de US$ 4,93 bilhões, alta de 47,3% sobre o mesmo mês do ano anterior. A corrente de comércio mensal teve leve expansão de 1,1%, para US$ 45,11 bilhões. As exportações cresceram 4,4%, somando US$ 25,02 bilhões, enquanto as importações caíram 2,6%, totalizando US$ 20,09 bilhões.

O desempenho do mês foi novamente sustentado pelo agro e pela indústria extrativa, que compensaram o enfraquecimento da indústria de transformação. Até a quarta semana de outubro, a agropecuária registrou avanço de 20,2%, com US$ 5,52 bilhões em embarques, impulsionada pela soja, milho e carnes. A indústria extrativa cresceu 8,1%, para US$ 5,59 bilhões, refletindo o aumento das exportações de minério de ferro e petróleo. Já a indústria de transformação recuou 2%, para US$ 13,76 bilhões, impactada pela desaceleração de economias parceiras e pelas barreiras tarifárias. Especialistas avaliam que o setor industrial tem sido o mais afetado pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos desde agosto, em especial nos segmentos de aço, alumínio, calçados e café processado.

Diplomacia econômica em marcha

O tema foi um dos principais pontos da conversa entre Lula e Donald Trump durante o recente encontro entre os líderes na Malásia. Segundo interlocutores do governo, a equipe econômica brasileira tenta abrir um canal técnico de negociação com o Departamento de Comércio dos EUA para discutir a revisão de parte das tarifas.

Embora o superávit siga elevado em termos históricos, o recuo de dois dígitos no acumulado do ano acende alerta em Brasília. Analistas apontam que o resultado reflete uma combinação de fatores externos e internos: a desaceleração chinesa, o aumento das importações de combustíveis e insumos industriais e o efeito das tarifas americanas, que reduziram o apetite da indústria exportadora.

Para o governo, a prioridade é preservar o dinamismo do comércio exterior enquanto avança nas frentes diplomáticas. A expectativa é que um eventual acordo parcial com os EUA possa aliviar o impacto do tarifaço e ampliar o acesso de produtos brasileiros ao mercado norte-americano, o segundo maior destino das exportações nacionais.

O Estado de S.Paulo - SP   29/10/2025

A taxa Selic, que hoje é de 15% ao ano e deve permanecer neste nível por um “período bastante prolongado”, nas palavras do Banco Central (BC), poderia estar menor se o governo reduzisse os gastos e adotasse uma política fiscal mais restritiva, diminuindo o estímulo à economia, segundo especialistas ouvidos pela Estadão/Broadcast.

Sem os impulsos fiscais e parafiscais, a Selic poderia estar de 2 a 3 pontos porcentuais menor, calcula o ex-diretor de Política Monetária do BC e atual presidente do conselho de administração da JiveMauá, Luiz Fernando Figueiredo.

A consultoria estima que, em 2026, estão contratados R$ 96,2 bilhões em gastos ou renúncias de receitas, ante receitas adicionais de R$ 76 bilhões.

“A baixa potência da política monetária já está contratada para 2026, porque há mais medidas de estímulo vindo. A isenção do Imposto de Renda para salários até R$ 5 mil, por exemplo, vai injetar mais recursos na economia, sendo uma medida expansionista”, afirma Márcio Holland, professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV).

O economista-chefe da ARX Investimentos, Gabriel Leal de Barros, acrescenta que o governo tende a fazer uma “superexecução” do Orçamento já no segundo semestre de 2025 para compensar a subexecução do primeiro semestre, provocada pelo atraso na sanção do Orçamento. “O governo tende a acelerar os gastos para não deixar parte do Orçamento na mesa”, diz.

A estimativa de Barros é que os gastos fiscais e parafiscais alcancem 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2026, ante 1,7% em 2025.

O efeito, neste caso, é uma reaceleração da economia a partir do primeiro trimestre de 2026, segundo Barros, que também já foi diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado. Considerando os impulsos fiscais e parafiscais, o resultado deve acrescentar 1,5 ponto porcentual ao PIB no ano, o que exigiria maior cautela do BC, calcula.

O economista-chefe do Citi Brasil, Leonardo Porto, avalia que “a atividade econômica demorou para refletir uma política monetária tão apertada em 2025 porque a política fiscal mais expansionista e a maior oferta de crédito têm reduzido o efeito líquido final da política monetária”.

O economista-chefe do Banco BV, Roberto Padovani, afirma que “chama a atenção com 15% de Selic e quase 10% de juro real, espetacularmente forte, um crescimento entre 2% e 2,5%”. Ainda assim, ele diz que a defasagem da política monetária não mudou, e o que mudou foi o efeito: “A economia brasileira se mostra mais resistente a choques, incluindo de juros”.

Dentre os motivos para maior resistência, Padovani lista reformas que mudam a estrutura econômica e tornam o Brasil mais atrativo; exportações de petróleo e commodities com produtividade alta; mercado de trabalho apertado; e impulso fiscal.

“Isso tudo faz com que uma parte da economia não sinta o aperto monetário. Tem o crédito sofrendo com as defasagens tradicionais, mas uma outra parte da economia não vai reagir ao aperto do crédito. Então isso faz com que a economia desacelere, mas continue, de certo modo, crescendo”, afirma.

Figueiredo, da JiveMauá, afirma que “uma parcela importante dos consumidores está imune à política monetária”. Segundo o ex-diretor do BC, isso gera duas consequências: a política monetária precisa ficar muito mais apertada do que ficaria normalmente; e “mesmo com uma Selic muito alta — o que é o caso —, o paciente parece responder menos ao remédio”.

Para Holland, da FGV, o impulso fiscal elevado cria um efeito cascata de demanda, oferta de emprego e massa salarial mais elevada, atuando na contramão do que o BC está fazendo. “É como se o BC estivesse tentando enxugar gelo, tentando apertar a economia enquanto o governo está afrouxando a economia.”

Em relação ao mercado de trabalho, Porto, do Citi, avalia ainda que houve uma espécie de mudança de preferência, principalmente a partir da pandemia, de consumir mais serviços do que bens de capital. “Enquanto o setor de bens, industrial, é intensivo em capital, o setor de serviços é intensivo em mão de obra. Então houve uma melhora ainda maior no mercado de trabalho do que se o crescimento fosse mais disseminado em todos os setores”, pondera.

Holland considera que a reforma do Imposto de Renda é expansionista em termos de consumo, especialmente para o setor de serviços. “Mesmo que o consumidor venha a quitar dívidas antigas, a tendência é de que contrate novas. Então o impacto é expansionista sobre a demanda”, avalia.

MINERAÇÃO

Valor - SP   29/10/2025

Contratos para janeiro, os mais negociados, fecharam cotados a US$ 111,46 por tonelada

As cotações do minério de ferro subiram nesta terça-feira (28) em meio à expectativa de menor produção de aço na China.

Os contratos para janeiro, os mais negociados na Bolsa de Dalian, avançaram 1,93%, a 792,5 yuans (US$ 111,46) por tonelada.

O governo chinês divulgou um rascunho de seus planos para reduzir a capacidade de produção de aço em diversas regiões importantes, diz a ANZ Research.

Os preços mais altos do aço estão impulsionando o apetite do mercado siderúrgico por minério de ferro, acrescentam.

IstoÉ Dinheiro - SP   29/10/2025

A mineradora Vale já deve retomar a posição de maior mineradora de ferro do mundo neste ano e segue “muito construtiva” em relação à demanda pela commodity no longo prazo, disse o presidente-executivo da companhia, Gustavo Pimenta, durante sua participação no congresso Exposibram nesta terça-feira, 28.

A Vale havia perdido o posto de maior produtora global de minério de ferro para a australiana Rio Tinto, após o rompimento de sua barragem em Brumadinho (MG), em 2019, o que demandou uma profunda revisão dos projetos da companhia em busca de maior segurança.

Pimenta destacou que a companhia produziu 328 milhões de toneladas de minério de ferro em 2024 e que seu plano de negócios prevê a meta de atingir em 2025 entre 325 milhões e 335 milhões de toneladas.

“A gente tem dentro das nossas operações um enorme potencial de trazer projetos, de desenvolver projetos de intensidade de capital baixa, com minérios de alto teor. Então é algo que a gente está muito otimista”, afirmou Pimenta.

A demanda de minério de ferro, segundo ele, virá de movimentos como crescimento populacional, transição energética, eletrificação, urbanização, dentre outros.

Questionado sobre a recente entrada da mega mina de Simandou, na Guiné, em operação, Pimenta reconheceu que o projeto trará um volume adicional de minério, mas que grande parte será destinada a repor capacidade que está saindo do mercado.

“Quando você olha a oferta, mesmo as plantas de alto teor estão tendo exaustão, estão perdendo capacidade, estão perdendo qualidade”, disse Pimenta.
Transição energética

Do lado da demanda advinda da transição energética, Pimenta ressaltou que a indústria vai “descomoditizar” com o tempo e a Vale terá que ser capaz de prover soluções de minério de ferro que sejam orientadas às demandas específicas de cada cliente.

“E aqui a Vale tem uma vantagem competitiva: eu falo sem medo de errar que nós somos a companhia mais sofisticada do ponto de vista de minério de ferro do mundo. A gente tem 20 pontos de ‘blendagem’ espalhados pelo mundo, a gente pode ter produtos de alto teor, de médio teor, de baixo teor”, afirmou.

Também nessa linha, a companhia tem apostado na criação de projetos de complexos industriais para a fabricação de aço com menor pegada de carbono.

Esses empreendimentos têm potencial maior para crescerem em locais onde há oferta de gás natural “barato”, o que é o caso do Oriente Médio, acrescentou.

Em seu discurso, Pimenta também falou sobre uma profunda transformação cultural pela qual a empresa passou, após o rompimento de barragens no Brasil. Ele destacou a importância de realizar a mineração com responsabilidade.

Segundo o executivo, a mineração melhora a qualidade de vida das pessoas, quando é feita de forma responsável.

IstoÉ Dinheiro - SP   29/10/2025

A Anglo American elevou a sua projeção de produção de minério de ferro premium do Sistema Minas-Rio em 2025. As estimativas passaram de 22 a 24 milhões para 23 a 25 milhões de toneladas.

O Minas-Rio produziu 5,1 milhões de toneladas no terceiro trimestre, queda de 19% em relação ao mesmo período de 2024. Isso se deve à parada de 23 dias para a manutenção e execução de projetos estruturantes na cadeia operacional do empreendimento, além da inspeção do mineroduto.

Segundo a Anglo American, a conclusão do trabalho antes do previsto favoreceu a revisão para cima da projeção de produção de minério de ferro.

Já a produção de níquel da Anglo American, presente em Goiás, aumentou 2% no período, com 10,1 mil toneladas. O número é resultado da estabilidade do processo e o benefício de teores mais elevados.

A empresa também reforçou que permanece comprometida com a venda dos ativos de níquel para a empresa MMG.

Investing - SP   29/10/2025

Acionistas da produtora de minério de ferro Bamin, do Eurasian Resources Group, do Cazaquistão, analisam atualmente o interesse de três potenciais investidores na companhia, afirmou o presidente da empresa, Eduardo Ledsham, na noite de segunda-feira.

Os interessados poderiam adquirir uma participação ou a totalidade na mineradora de ferro na Bahia, que tem projeto de expansão que demandaria cerca de US$6 bilhões em investimentos, segundo o executivo.

A expectativa é que um dos investidores seja escolhido para avançar nas negociações e que a definição sobre isso ocorra até o início de 2026, disse a jornalistas o executivo, após participar da abertura do congresso de mineração Exposibram.

Com a definição do novo investidor, Ledsham disse que a Bamin planeja propor ao Ministério dos Transportes que a ferrovia entre em operação em 2031, e não mais em 2027 conforme estava previsto.

A Bamin conta atualmente com a mina Pedra de Ferro, com capacidade de produção para até 2 milhões de toneladas por ano de alto teor (65% de Fe) --o ativo está em manutenção desde janeiro.

Mas seu projeto completo conta com a conclusão do Porto Sul, em Ilhéus (BA), e da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) para ampliar em grande escala a sua produção.

Ledsham disse que a conclusão do projeto ainda demanda investimentos de aproximadamente US$6 bilhões, considerando obras na mina, ferrovia e porto.

Segundo ele, não está ainda definido se o Eurasian Resources Group venderá a sua participação de 100% na Bamin ou se ficará com uma parte.

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O executivo evitou dar detalhes sobre quais poderiam ser esses investidores interessados, pontuando apenas que o interesse seria no projeto integrado, de mina, ferrovia e porto.

A mineradora Vale afirmou anteriormente que analisava o projeto, destacando que isso dependeria de uma solução econômica. Ledsham também preferiu não comentar o assunto.

Questionado durante o evento nesta terça-feira se teria interesse em adquirir a Bamin, o presidente da Vale respondeu que, "como companhia, está sempre olhando todos os projetos de desenvolvimento no Brasil, principalmente no minério de ferro".

Entretanto, ressaltou que atualmente "tem outras prioridades do ponto de vista de alocação de capital".

Pimenta também afirmou que vê o mercado de fusões e aquisições global atualmente como desafiador e que acredita que o potencial de criação de valor e crescimento da companhia está no desenvolvimento dos seus próprios corpos minerários.

Money Times - SP   29/10/2025

A Samarco, joint venture da Vale (VALE) com a BHP, elevou em 64% a produção de pelotas e finos de minério de ferro no terceiro trimestre ante o mesmo período de 2024, enquanto avança em sua retomada operacional, informou a companhia nesta terça-feira (28).

No total, a Samarco produziu 4,1 milhões de toneladas de produtos entre julho e setembro, maior volume desde sua retomada operacional, em dezembro de 2020. O montante foi ainda 6% maior que o produzido no segundo trimestre.

O desempenho de vendas, segundo a empresa, também registrou aumento de 108%, em comparação ao terceiro trimestre de 2024 e 3% em relação ao segundo trimestre deste ano.

“Estes resultados refletem a conclusão com ramp-up dos 60% da capacidade produtiva instalada e o ritmo consistente de embarques ao longo de período, a despeito do contexto global de pressão sobre o preço do minério de ferro”, disse a companhia.

O resultado é divulgado poucos dias depois de a Vale ter reportado que produziu 94,4 milhões de toneladas de minério de ferro entre julho e setembro de 2025, um aumento de 4% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado foi impulsionado por um novo recorde do complexo S11D e pelo avanço dos principais projetos da companhia.

As vendas de minério de ferro somaram 86 milhões de toneladas, alta de 5%, superando a projeção de 72,3 milhões, com melhora nos preços, apoiada por prêmios mais altos pelos finos de minério (US$ 1,8 por tonelada).

Por Equipe Money Times

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Valor - SP   29/10/2025

Volume de minério de ferro entre julho e setembro foi o maior num trimestre desde 2018

Com recorde de produção trimestral de minério de ferro desde 2018, a Vale deve ver um aumento na receita líquida do terceiro trimestre de 2025, segundo estimativas de analistas.

O forte desempenho operacional da mineradora no período de julho a setembro deste ano deve trazer um aumento de cerca de 9% em relação a igual período do ano passado, para US$ 10,3 bilhões, conforme média calculada pelo Valor com base em projeções de quatro bancos. Os valores utilizados são do Citi, Itaú BBA, BTG Pactual e Ativa Investimentos.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) deve aumentar cerca de 17,3% em comparação com o terceiro trimestre de 2024, para US$ 4,2 bilhões, também na média. Por outro lado, o lucro líquido deve ter queda de 7,6%, para US$ 2,2 bilhões, conforme os valores projetados.

A estimativa mais alta de receita líquida é US$ 10,5 bilhões, do BTG Pactual, e a mais baixa é do Itaú BBA, de US$ 10,2 bilhões. No Ebitda, a maior projeção é do Citi, com US$ 4,4 bilhões, e a menor, do BTG Pactual, de US$ 4,1 bilhões. Para lucro líquido, o BTG Pactual tem o valor mais alto estimado, de US$ 2,6 bilhões, e o mais baixo é do Itaú BBA, de US$ 1,9 bilhão.

Para o Itaú BBA, os níveis recordes de produção de minério de ferro do trimestre reforçam o impulso operacional da companhia. “O prêmio de finos de minério de ferro melhorou significativamente, voltando a território positivo, o que sustenta a estratégia de mercado bem sucedida da Vale de otimizar o mix de produtos e reduzir a disponibilidade dos itens de baixa qualidade, diminuindo assim o desconto de mercado para esses produtos”, disseram os analistas do banco, liderados por Daniel Sasson.

A Vale fechou o terceiro trimestre com produção de minério de ferro de 94,4 milhões de toneladas, com alta de 3,8% frente a igual período do ano anterior. A produção de pelotas caiu 22,8% na mesma base de comparação, para 7,9 milhões de toneladas.

A mineradora informou que o S11D, em Carajás, registrou a maior produção de minério de ferro para um terceiro trimestre, com 32,6 milhões de toneladas, 6,7% a mais que em igual período do ano passado. Segundo a Vale, o crescimento foi fruto de melhorias contínuas de desempenho dos ativos. O aumento compensou a produção menor na Serra Norte, que caiu 5,3%, para 26,1 milhões de toneladas, afetada pela disponibilidade de “run-of-mine” (minério bruto sem processamento).

As vendas de minério de ferro da Vale no terceiro trimestre somaram 75 milhões de toneladas, alta de 8,2% ante igual período do ano anterior. As vendas de pelotas caíram 13,5% na mesma comparação, para 8,7 milhões de toneladas.

Para Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, os volumes de embarque e preços realizados de minério de ferro da Vale vieram acima do esperado e devem se traduzir em um ajuste positivo de receita líquida, Ebitda e lucro líquido do terceiro trimestre. “Apesar da boa performance no trimestre, mantemos uma postura cautelosa para o setor, diante da racionalização da demanda chinesa, do ambiente incerto em relação a tarifas comerciais e da perspectiva de oferta incremental com o avanço de Simandou [projeto mineral na Guiné]”, ponderou Arbetman em relatório.

Outro ponto reforçado pelos analistas quanto às divulgações operacionais da Vale no terceiro trimestre foi a proximidade em relação às metas de produção. Segundo a mineradora, os três principais produtos - níquel, cobre e minério de ferro - caminham para o topo do “guidance” de produção em 2025. Para o Citi, os dados do terceiro trimestre deixam a companhia próxima pelo menos no centro da meta.

Money Times - SP   29/10/2025

A Vale (VALE3) vê o mercado atual de fusões e aquisições na mineração “desafiador” e acredita que o potencial de criação de valor e crescimento da companhia está no desenvolvimento dos próprios corpos minerários, disse o presidente Gustavo Pimenta nesta terça-feira.

“A gente não precisa, a gente tem um potencial minerário muito grande, e é ele que a gente vem trabalhando para poder crescer”, afirmou Pimenta, a jornalistas, nos bastidores do congresso de mineração Exposibram.

Questionado se poderia ter avaliado uma eventual oferta pela canadense Teck Resources, que anunciou um acordo de fusão com a Anglo American, Pimenta disse que não.

“A gente não analisa, não está na nossa pauta hoje. Principalmente porque, no caso da Vale, eu acho que o nosso grande diferencial é o desenvolvimento dos nossos próprios corpos minerários”, afirmou.

O executivo também foi questionado sobre o interesse em adquirir a Bamin, na Bahia, e respondeu que a companhia “está sempre olhando todos os projetos de desenvolvimento no Brasil, principalmente no minério de ferro”, um comentário padrão para falar sobre o assunto.

Entretanto, ressaltou que atualmente “tem outras prioridades do ponto de vista de alocação de capital”.
Vale deve retomar posição de maior mineradora de ferro neste ano, diz CEO

O CEO acrescentou que a empresa deve retomar a posição de maior mineradora de ferro do mundo neste ano e segue “muito construtiva” em relação à demanda pela commodity no longo prazo.

A Vale havia perdido o posto de maior produtora global de minério de ferro para a australiana Rio Tinto, após o rompimento de sua barragem em Brumadinho (MG), em 2019, o que demandou uma profunda revisão dos projetos da companhia em busca de maior segurança.

“A gente tem dentro das nossas operações um enorme potencial de trazer projetos, de desenvolver projetos de intensidade de capital baixa, com minérios de alto teor. Então é algo que a gente está muito otimista”, afirmou Pimenta.

A demanda de minério de ferro, segundo ele, virá de movimentos como crescimento populacional, transição energética, eletrificação, urbanização, dentre outros.

Do lado da demanda advinda da transição energética, Pimenta ressaltou que a indústria vai “descomoditizar” com o tempo e a Vale terá que ser capaz de prover soluções de minério de ferro que sejam orientadas às demandas específicas de cada cliente.

“E aqui a Vale tem uma vantagem competitiva: eu falo sem medo de errar que nós somos a companhia mais sofisticada do ponto de vista de minério de ferro do mundo. A gente tem 20 pontos de ‘blendagem’ espalhados pelo mundo, a gente pode ter produtos de alto teor, de médio teor, de baixo teor”, afirmou.

Também nessa linha, a companhia tem apostado na criação de projetos de complexos industriais para a fabricação de aço com menor pegada de carbono.

Esses empreendimentos têm potencial maior para crescerem em locais onde há oferta de gás natural “barato”, o que é o caso do Oriente Médio, acrescentou.

AUTOMOTIVO

Investing - SP   29/10/2025

O secretário do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços Uallace Moreira afirmou nesta terça-feira que algumas montadoras de automóveis no país podem paralisar suas produções dentro de duas a três semanas se uma crise internacional na oferta de chips persistir.

"Se não houver uma solução nesse espaço de tempo curto, em duas ou três semanas, pode haver um processo de paralisação de algumas montadoras, disse o secretário.

O secretário e o presidente em exercício, e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, se reuniram mais cedo com o presidente da associação de montadoras, Anfavea, Igor Calvet.

A crise de oferta foi provocada por uma disputa entre a Holanda e China sobre o controle da fabricante de microprocessadores Nexperia.

Moreira não identificou quais montadoras instaladas no Brasil podem ser as primeiras a serem afetadas por problemas na oferta de chips. A Anfavea já havia manifestado preocupação com a situação na semana passada, quando citou riscos gerados por uma escassez de chips semelhante à ocorrida na época da pandemia.

"O pedido do setor produtivo é uma tentativa de diálogo por parte do governo brasileiro com o governo chinês para deixar bem claro que o Brasil está fora desse conflito de natureza geopolítica e que, portanto, o Brasil não pode e não deve participar ou sofrer as consequências desse embargo", disse o secretário.

Moreira disse também que Alckmin já entrou em contato com o embaixador brasileiro na China e também com o embaixador chinês no Brasil para que ele dê início de negociações entre os países. Segundo ele, o representante chinês se comprometeu a falar com autoridades chinesas enquanto o embaixador brasileiro deve fazer a interlocução entre as embaixadas e a Nexperia.

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Moreira destacou ainda que, pela forma como os setores de semicondutores operam e o espaço que a Nexperia ocupa no mercado, cerca de 40%, não é possível mudar o fornecimento das peças para outro fornecedor.

Pequim anunciou as restrições depois que o governo holandês assumiu o controle da Nexperia devido a questões de propriedade intelectual relacionadas à controladora chinesa Wingtech, que foi colocada em uma lista de sanções do governo dos Estados Unidos no ano passado, sinalizando-a como um possível risco à segurança nacional norte-americana.

A Nexperia fabrica chips que não são considerados sofisticados, mas são necessários em grandes volumes e amplamente utilizados nas indústrias automotiva e de eletrônicos de consumo. A maioria dos chips da empresa é produzida na Europa e finalizada na China e não está claro quanto tempo os estoques vão durar.

Segundo a Anfavea, um veículo moderno usa, em média, de 1.000 a 3.000 chips.

Fontes do setor afirmaram à Reuters na semana passada que a troca de fornecedores é possível, com a Infineon, NXP e Texas Instruments sendo citadas como possíveis alternativas, mas isso demanda tempo devido aos processos de aprovação necessários pelas montadoras.

Agência Senado - DF   29/10/2025

O Congresso Nacional celebrou os 100 anos da empresa automobilística General Motors (GM) no Brasil nesta terça-feira (28). A empresa detém marcas como Chevrolet e Cadillac. Os convidados da sessão solene apontaram o potencial do Brasil para a industrialização sustentável e o papel dos parlamentares em assegurar um ambiente adequado para os negócios.

O poder público deve “abrir caminho” para a indústria crescer de modo saudável diante de desafios como a reforma tributária sobre o consumo e a transição energética, segundo o senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP). Para o senador, o financiamento consistente em ciência, tecnologia e inovação é um dos pilares que tornam um país rico.

— Nós temos pela frente muitas inovações importantes nesse setor, por exemplo, o hidrogênio de baixo carbono [como fonte de energia limpa]. Essa evolução exige uma formação cada vez mais rápida e flexível, para se tornar cada vez mais competitiva.

O senador foi um dos responsáveis por solicitar a sessão solene (REQ 17/2025 - Mesa).
Exportação

O Brasil possui uma “vocação natural” para a exportação de produtos industrializados, na avaliação do presidente da GM na América do Sul, Santiago Chamorro. Ele afirmou que fabricantes de automóveis, setor de autopeças, mineradoras e agências reguladoras devem agir em conjunto para desenvolver plenamente a produção brasileira.

— Que o [automóvel] produzido localmente seja mais significativo do que o simples adesivo “fabricado no Brasil” que vemos colado em carros ditos fabricados no Brasil, que tem pouca ou nenhuma industrialização — disse.

O país exportou 313,3 mil veículos entre janeiro e agosto de 2025, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Isso corresponde a um aumento de 12,1% com relação ao exportado no mesmo período de 2024.

O vice-presidente de relações governamentais da GM na América do Sul, Fabio Rua, elogiou leis e programas governamentais que promovem a indústria brasileira, como:
Rota 2030, programa que busca inserir a indústria automotiva brasileira na cadeia global; Lei do Bem, que estimula pesquisa e inovação nas empresas brasileiras; e RenovaBio, que é a política nacional para promover biocombustíveis. História

A industrialização brasileira se confunde com a chegada da GM no Ipiranga, em São Paulo, em 1925, disse o deputado Alex Manente (Cidadania-SP). O empresário William Durant a fundou nos Estados Unidos 17 anos antes, nos primórdios da fabricação de veículos movidos a combustão.

No Brasil, a GM também fortaleceu a indústria em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, disse o deputado. A marca ajudou a consolidar São Paulo como o maior polo industrial do país e se posicionou na cultura brasileira, em sua avaliação.

— [Seus produtos] passaram a integrar memórias afetivas, como o primeiro carro, viagens em família, saídas com os amigos. Modelos icônicos como Opala, Chevette, Corsa, Blazer, Astra e Vectra tomaram um lugar especial nas garagens.

O presidente da Federação Nacional dos Concessionários e Distribuidores de Veículos (Feaciduv), Arcélio Júnior, afirmou que as concessionárias e revendedoras de veículos empregam 8.225 funcionários e geram mais de 370 mil empregos indiretos. Na GM são 14 mil funcionários no país, segundo o presidente na América do Sul, Chamorro.
Selo postal

Durante a sessão, os Correios lançaram um selo postal especial em comemoração ao centenário da General Motors. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, Pontes e Manente fizeram os primeiros carimbos oficiais do selo.

O diretor de negócios dos Correios, Hilton Rogério Maia Cardoso, explicou que os selos comemorativos buscam “eternizar momentos, personalidades e realizações que marcaram épocas”.

Valor - SP   29/10/2025

A Nissan Motor planeja encerrar em breve a produção de veículos em uma fábrica mexicana operada em conjunto com a Mercedes-Benz. A decisão está dentro do plano de reestruturação da Nissan, que eliminará sete de suas unidades de produção globais.

A Nissan fabrica seus utilitários esportivos de luxo Infiniti QX50 e QX55 na joint venture em Aguascalientes, no centro do México. A produção de ambos os modelos terminará em novembro, após o qual os veículos Nissan não serão mais fabricados lá. Hoje, a parceria é operada com 50% para cada empresa.

A Nissan afirmou que está "considerando várias possibilidades" em relação ao futuro da fábrica.

A planta tem uma capacidade de produção anual total de 230 mil veículos, de acordo com a MarkLines. Mas sua produção em 2024 chegou a aproximadamente 70 mil, uma queda de 24% em relação ao ano anterior, para uma taxa de utilização da capacidade de cerca de 30%. Uma taxa em torno de 80% é considerada o ponto de equilíbrio para fábricas de automóveis.

A Nissan sofreu com vendas fracas em todo o mundo, o que levou a um prejuízo líquido consolidado de 670,8 bilhões de ienes (US$ 4,4 bilhões) no ano fiscal encerrado em março. Este foi o primeiro prejuízo líquido em quatro anos e marcou uma reversão em relação ao lucro de 426,6 bilhões de ienes registrado no ano anterior.

Como parte de seus esforços de reestruturação, a empresa está cortando 20 mil empregos globalmente e fechando sete fábricas.

Em julho, a Nissan anunciou o fechamento de sua unidade em Civac no México. Com o fim da parceria com a Mercedes-Benz, as operações da Nissan no México serão consolidadas em sua própria unidade em Aguascalientes.

Incluindo a fábrica da joint venture mexicana, um total de seis fechamentos já foram confirmados pela Nissan. Uma instalação na África do Sul é vista como uma das principais candidatas para a última meta de reestruturação.

No Japão, a Nissan encerrará a produção de veículos em Oppama e numa planta operada pela subsidiária Shatai. Por meio dos esforços de reestruturação, a empresa reduzirá sua capacidade global de produção fora da China de 3,5 milhões de unidades para 2,5 milhões.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Valor - SP   29/10/2025

Na média móvel trimestral, o índice cedeu 0,4 ponto

O Índice de Confiança da Construção (ICST) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) caiu 0,7 ponto em outubro, para 91,6 pontos. Na média móvel trimestral, o índice cedeu 0,4 ponto.

“O Índice de confiança retornou ao patamar de agosto, puxado pelas expectativas que não sustentaram o crescimento do mês anterior”, avaliou a Coordenadora de Projetos da Construção do FGV Ibre, Ana Maria Castelo.

Segundo ela, na comparação com setembro, o sinal positivo veio do indicador de evolução recente da atividade, que engatou duas melhoras consecutivas, sugerindo retomada. Mas, em relação ao início do ano, houve redução do ritmo de crescimento. Na comparação interanual, há uma piora expressiva do cenário setorial, com as expectativas sofrendo maior revés. Um movimento observado nos três segmentos setoriais.

“Assim, o ano caminha para fechar com menor crescimento, mas com um mercado de trabalho que permanece bastante aquecido”, observou.

A queda do ICST de outubro refletiu a piora das expectativas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) ficou estável ao manter-se em 91,9 pontos, e o Índice de Expectativas (IE-CST) recuou 1,4 ponto, atingindo 91,5 pontos.

Entre os componentes do ISA-CST, o indicador de situação atual dos negócios diminuiu 0,5 ponto, para 91,4 pontos, e indicador de volume de carteira de contratos avançou 0,5 ponto, chegando aos 92,3 pontos. Por sua vez, os dois componentes o IE-CST caíram: o indicador de demanda prevista nos próximos três meses retraiu 0,9 ponto, para 93,1 pontos, e o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses recuou 1,8 ponto, para 89,9 pontos.

O Nuci da Construção registrou avanço de 1,2 ponto percentual (p.p.), atingindo 80,0%. Os Nucis de Mão de Obra e de Máquinas e Equipamentos aumentaram 1,3 e 0,5 p.p., para 81,7% e 74,2%, respectivamente.

NAVAL

Valor - SP   29/10/2025

Problemas em portos e em estradas comprometem crescimento da região, segundo o Ministério dos Transportes

A infraestrutura deficitária em portos e rodovias do Nordeste é uma trava ao desenvolvimento da região, segundo Gabriela Avelino, subsecretária de fomento e planejamento do Ministério dos Transportes. Parte dos produtos nordestinos não é vendida para outras regiões pois a Bahia e outros Estados não estão conectados de forma eficiente ao restante do Brasil, disse. Isso prejudica a geração de emprego e renda nesses locais.

“Há gargalos relevantes na BR-101 e muito relevantes na BR-116 [que cruzam o Nordeste de norte a sul]”, afirmou ela. “E também enfrentamos problemas para a cabotagem, que poderia ser mais utilizada para abastecimento do mercado doméstico, mas que enfrenta gargalos nos portos da região.”

Avelino participou, nesta terça-feira (28), em Salvador, de mais um debate da série “Logística no Brasil”, promovida pelo Valor, em parceria com a Infra S.A. e Ministério dos Transportes. Ela ressaltou ainda a necessidade de maior integração dos modais de transporte no Nordeste. Hoje, 65% das cargas são transportadas por caminhões. Reduzir esse percentual é um dos objetivos do Plano Nacional de Logística 2050 (PNL 2050), coordenado pelo Ministério dos Transportes e que traz um diagnóstico extenso dos problemas de transporte do país para embasar projetos.

De acordo com Pedro Paulo Magalhães, diretor de operações da Bahiainveste, empresa de capital misto voltada a promover ações para o desenvolvimento baiano, o Nordeste precisa de mais ferrovias interligadas com rodovias. Segundo ele, só com visão sistêmica a Bahia se tornará um hub logístico nacional, conectando o Centro-Oeste e o Sudeste. “A Bahia está vocacionada a isso, sendo o Estado brasileiro com mais divisas [oito]. Mas precisamos de infraestrutura”, afirmou, nos debates mediados pela repórter Marina Falcão, do Valor.

Jorge Bastos, presidente da Infra S.A., disse que os projetos ferroviários para o Nordeste estão em andamento. Ele lembrou que a Transnordestina está pronta para iniciar testes operacionais e prometeu lançar o edital de retomada da ferrovia em Pernambuco ainda esta semana. Destacou também que o governo federal tem feito esforços para concluir a Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol) e reestruturar a Centro-Atlântica (FCA). “A FCA é uma ferrovia de dois séculos atrás. Tem curvas horríveis, passa por dentro de cidades”, afirmou.

Ana Josephina, representante da Federação das Empresas de Transportes dos Estados da Bahia e Sergipe (Fetrabase) e sócia-diretora da 3A Log, disse que a produtividade de sua empresa poderia ser até três vezes maior não fossem os problemas logísticos da região. A 3A Log se dedica, principalmente, a transportar algodão para exportação. Hoje, segundo ela, 99% das cargas são levadas por caminhões e só 10% são exportadas por portos baianos. A maior parte sai do país via porto de Santos (SP), a 1.600 km de onde o algodão é colhido.

Carlos Henrique de Oliveira Passos, presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), disse que, com a exportação via Santos, a economia baiana perde oportunidades. Marcus Alban, professor da Universidade Federal da Bahia, acrescentou que perdas como essa explicam por que a economia baiana, que há 15 anos era a quinta maior no Brasil no ranking estadual, hoje é a sétima do país.

Waldeck Ornelas, especialista em planejamento urbano-regional, disse que a economia do Estado está sendo sustentada por incentivos fiscais para setores estratégicos, como o automotivo, mas lembrou que a reforma tributária vai extinguir esses benefícios. Com isso, Ornelas vê a Bahia perdendo competitividade por conta de seus problemas logísticos. “Temos a segunda maior malha rodoviária do país, mas a condição dela é precária”, apontou o especialista. “Para sobreviver à reforma tributária, a Bahia precisa de infraestrutura.”

PETROLÍFERO

O Estado de S.Paulo - SP   29/10/2025

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou nesta terça-feira, 28, que o avanço do projeto da estatal envolvendo a Margem Equatorial brasileira não freia a busca da companhia pela recomposição de reservas, o que inclui a atividade fora do Brasil.

Segundo a executiva, “de jeito nenhum” o avanço da Margem freia o interesse pelo continente africano. A Petrobras tem voltado seus olhos para o mercado internacional em busca de reservas, como África do Sul, Angola, Namíbia e São Tomé e Príncipe.

Questionada se os planos incluem a Namíbia, uma parceria com a Galp, declarou: “Estamos estudando, eu não vou antecipar nada. É muito esforço, muito trabalho, muito estudo para a gente entrar lá, tem que ser uma coisa muito boa e uma construção conjunta”, afirmou.

Ao reforçar a mensagem que “não existe futuro para empresas de petróleo sem exploração”, Magda voltou a afirmar que o petróleo da estatal é produzido de forma “mais que econômica” e que a Petrobras vai seguir todas as suas metas do Acordo de Paris.

Magda afirmou que o mercado e a sociedade podem esperar a mesma responsabilidade apresentada em projetos como o pré-sal em relação à transição energética.

“Há 15 anos, falavam que não seria possível atuar no pré-sal. Fomos lá e mostramos o que somos capazes de fazer. Hoje, dizem que é impossível fazer a transição energética justa. Nós vamos manter a nossa relevância e chegar em 2050 entregando todas as promessas”, afirmou.

Isso será feito, segundo a executiva, com o compromisso de desenvolvimento sustentável também nas novas fronteiras “para que o Brasil tenha segurança energética”. Ela participou da OTC Brasil 2025, um dos principais eventos de tecnologia offshore do mundo, realizado no Rio de Janeiro pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP).

Ela ressaltou que, nos próximos 72 anos, a Petrobras deve ser capaz de inovar para enfrentar um mundo novo em que será necessário atuar pela transição energética justa somada à produção de petróleo com menos emissões de gases.

Em sua avaliação, a Petrobras tem feito a sua parte de crescer com competência e responsabilidade, o que inclui a avaliação constante do portfólio e a gestão responsável em busca de ganhos de produtividade.

“Estamos perto de atingir a produção de 1 milhão de barris por dia (bpd) no campo de Búzios. O FPSO (navio plataforma) Almirante Tamandaré chegou a 270 mil bpd. Já chegou a produzir 282 mil bpd, isso é mais do que alguns países. Vamos entrar pro Guinness nesse ritmo”, afirmou de forma descontraída.

Licença na Margem Equatorial

A presidente da Petrobras disse que os três poços contingentes ao poço de Morpho, no bloco FZA-M-59, na bacia da Foz do Amazonas, só serão abertos se houver sucesso no primeiro poço que está sendo perfurado no momento. Segundo a executiva, os três poços contingentes já estão contemplados na licença de operação concedida pelo Ibama no último dia 20.

Ela reafirmou que a perfuração do poço pioneiro, que poderá revelar se há petróleo na região, levará cerca de cinco meses e está só no começo.

“Nossa licença para Margem Equatorial já inclui o pedido dos três poços contingentes”, informou Magda ao lado do governador do Amapá, Clesio Vieira, após abertura da OTC 2025, feira de petróleo que está sendo realizada no Rio de Janeiro. “À medida que vamos avançando (na exploração de Morpho), vamos ver a necessidade (de abrir os poços contingentes)”, explicou.

Segundo a executiva, já existem conversas com empresas do Amapá para futuras contratações, mas Magda não forneceu detalhes.

A presidente da Petrobras reafirmou que o cenário do preço de petróleo é desafiador para a indústria, mas que a competitividade é uma construção coletiva. Ela ainda se disse confiante sobre os próximos passos em relação à Margem Equatorial.

“Vemos a queda da commodity que nos sustenta e isso exige de todos nós (do setor) que sejamos cada dia mais eficientes, (...) o que inclui o arcabouço regulatório brasileiro e parceiros que atuem em busca de preços competitivos e eficiência operacional”.

Magda ainda exaltou a posição do governo do Amapá, que tem “estado junto” à Petrobras na direção de novas fronteiras exploratórias. “Temos tido grande apoio da comunidade do Amapá. (...) Nossa reposição de reservas é vital para a indústria e a licença que obtivemos é um marco para o Amapá, para a Petrobras e para todo Brasil. Estamos confiantes que vamos seguir em frente nesse desafio”.

Plano de negócios

A presidente da Petrobras confirmou que o Plano Estratégico da Petrobras para o período 2026-2030 será divulgado no próximo dia 27 de novembro, segunda-feira.

Pessoas próximas ao assunto indicam que o corte nos investimentos vai superar os US$ 8 bilhões diante da queda do preço do barril de petróleo. A executiva, no entanto, não fez comentários adicionais sobre o tema.

Ao ser questionada sobre o cenário de produção, ela esclareceu que os números do FPSO Almirante Tamandaré são “uma conquista enorme” e resultado do trabalho da Petrobras e dos seus fornecedores.

“Estamos considerando Almirante Tamandaré com 270 mil barris por dia (bpd). Estamos falando de uma plataforma que tinha capacidade de 225 mil barris por dia e que está passando para 270 sem novos investimentos”, pontuou. “Num momento de redução, do preço de petróleo, nós estamos enfrentando essa queda com muito esforço, com muito trabalho, com muita tecnologia e com muita resiliência”, enfatizou.

Em outubro, o campo de Búzios ultrapassou, pela primeira vez, a produção de Tupi (780,4 milhões de bpd), com 821,8 milhões de barris de bpd. Ainda assim, a executiva afirmou que, para a produção se aproximar de 2 milhões bpd, é necessário um conjunto de fatores.

“Vamos ter que esperar a P-78 a plena carga que estamos em ramp up (evolução), a P-79 que já está chegando, a P-82, a P-84, a P-85”, listou.

Valor - SP   29/10/2025

Estatal deve divulgar dia 27 de novembro o novo planejamento 2026-2030 com manutenção dos investimentos em exploração e produção

A recente queda nas cotações do petróleo vão exigir mais austeridade da Petrobras nos seus investimentos, mas a estatal não deixará de incluir novos aportes no plano estratégico 2026-2030, segundo o diretor de processos industriais, William França. Conforme o executivo, o novo planejamento está em fase de finalização. A companhia deve divulgar o documento no dia 27 de novembro.

“Com petróleo mais baixo, temos que ter mais austeridade, mas mantendo exploração e mantendo produção”, disse França a jornalistas, depois de participar de evento em Salvador. “Ainda não fechamos o plano, mas não deve variar muito [em relação ao atual]. Não vamos deixar de fazer investimentos.”

No plano estratégico atual, de 2025 a 2029, a Petrobras prevê investir US$ 111 bilhões. Segundo o diretor, a cotação de petróleo mais baixa aumenta a margem do refino e pode levar a companhia a adiar algumas paradas de manutenção de refinarias para otimizar a gestão. “Na área de refino, transporte, comercialização, petroquímica e fertilizantes (RTC), os investimentos estão mantidos, seja em ampliação de refinaria ou em transição energética. Complexo Boaventura, também. Na Rnest [Refinaria Abreu e Lima], também.”

O diretor disse ainda que a estatal está próxima de conseguir um acordo com a Novonor e bancos credores para reestruturação da Braskem e novo acordo de acionistas. “A Petrobras pode ter participação mais forte.”

A Petrobras informou ainda que o navio-plataforma (FPSO, na sigla em inglês) Almirante Tamandaré, atingiu produção média de 270 mil barris por dia de petróleo, valor considerado recorde pela estatal. O montante é 20% superior à capacidade declarada pela empresa, de 225 mil barris por dia. Almirante Tamandaré está localizada no Campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, e é a maior plataforma em capacidade de processamento de petróleo em operação no país.

Com petróleo (com preço) mais baixo, temos que ter mais austeridade”

— William França

A unidade, que entrou em operação em fevereiro, recebeu aprimoramentos que viabilizaram o maior processamento de petróleo, sem a necessidade de investimentos adicionais, afirmou a presidente da Petrobras, Magda Chambriard. Em participação da OTC Brasil, evento da cadeia de óleo e gás voltado para atividades marinhas (offshore), no Rio, Chambriard contou que recebeu ontem informação do gerente-executivo de programas estratégicos da Petrobras, Wagner Victer, segundo a qual a FPSO “beliscou” uma produção de 282 mil barris por dia.

A executiva disse que o Campo de Búzios está próximo de processar 1 milhão de barris por dia. Afirmou também que embora não prometa chegar a 2 milhões de barris diários produzidos, Búzios deve se aproximar dessa marca. Para isso, porém, será necessário esperar pela chegada de novas plataformas para o campo, já contratadas. As projeções da empresa são de que o campo de Búzios deve superar, até 2030, o marco de 1,5 milhão de barris por dia.

A presidente da Petrobras disse também que a estatal ainda não está discutindo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobre uma eventual perfuração de três poços contingentes no bloco FZA-M-59, na Margem Equatorial. A empresa recebeu a licença para perfurar o poço do Ibama na semana passada e iniciou as atividades de perfuração logo após o aval do órgão ambiental.

Segundo ela, a empresa projeta um período de cinco meses para a perfuração do poço “pioneiro”. Quando o processo de licenciamento foi solicitado, ressaltou, o pedido envolveu o poço exploratório, autorizado pelo Ibama, e três contingentes, cuja perfuração depende do sucesso do poço atual.

A exploração na Bacia da Foz do Amazonas está sendo realizada “com grande apoio da comunidade do Amapá e seguimos confiantes na superação desse desafio” segundo a presidente da Petrobras. “Vamos ser líderes na transição energética e entregar tudo conforme nosso compromisso com Acordo de Paris”, afirmou a executiva.

Presente ao evento, o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Artur Watt, disse esperar que, ainda em seu mandato, possa anunciar descobertas no Amapá, Estado no qual a Petrobras realiza perfuração de um poço exploratório de petróleo.

O governador do Amapá (AP), Clécio Luís, disse que o Estado não abre mão dos recursos que virão da exploração do petróleo, na Bacia da Foz do Amazonas, para elevar indicadores econômicos e sociais. O presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy, salientou a importância de se prosseguir com a atividade de exploração de petróleo, diante do fato de que as bacias de Campos e Santos caminham rumo ao declínio da produção.

IstoÉ Dinheiro - SP   29/10/2025

A Justiça do Rio de Janeiro determinou na segunda-feira, 27, a liberação integral das atividades empresariais da Refit. A decisão é do desembargador Guaraci de Campos Vianna, da 6ª Câmara de Direito Privado do TJRJ. Na liminar, o magistrado afirmou que a medida resguarda a atividade econômica e a preservação dos empregos, além de atender aos interesses dos credores.

O desembargador afirma que não pretende analisar o mérito do ato administrativo da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). “O que se submete por via deste recurso é o efeito concreto sobre o patrimônio e a atividade empresarial”, escreveu.

A ANP desinterditou parcialmente, no último sábado, as instalações da Refit, após a empresa comprovar que atendeu a 10 dos 11 condicionantes apontados na fiscalização realizada pela agência em 25 e 26 de setembro. Na ocasião, houve a interdição cautelar de toda a instalação produtora de derivados da Refit.

A decisão determina ainda que terá de ser realizada com urgência uma perícia técnica multidisciplinar, que avalie as condições de operação, segurança, e o cumprimento das exigências fiscais e regulatórias. O laudo deverá ser entregue em cinco dias, sob pena de interrupção das operações.

Após a medida, a Refit divulgou nota na qual afirmava que a decisão da ANP de desinterditar parte de suas instalações estava ligada ao fato de a companhia ter esclarecido, “com a máxima transparência, que segue todas as normas da agência”.

A Refit foi alvo da Operação Carbono Oculto, da Receita Federal, e teve quatro navios com carga apreendida, tendo sido interditada pela ANP no dia 26 de setembro, por suposta importação irregular de gasolina e por não refinar petróleo, apesar de acessar benefícios tributários específicos para a atividade de refino.

Na nota, a companhia reafirma que “não é sonegadora de impostos, ao contrário, declara suas receitas e paga os tributos, contestando, judicialmente e de forma legítima, os valores cobrados indevidamente, como fazem várias empresas de diversos setores”.

A decisão da ANP não englobou a torre de destilação, que seguia interditada até que fosse comprovada a “necessidade do uso das colunas de destilação para compor a produção de gasolina”. A liberação parcial das atividades foi criticada pelo Instituto Combustível Legal (ICL), que se disse preocupado com a integridade do mercado de combustíveis.

Em sua defesa, a Refit diz ainda que “sempre atuou como denunciante de postos ligados ao crime organizado e que comercializam combustíveis adulterados”.

Money Times - SP   29/10/2025

A Petrobras (PETR4) está em fase final de elaboração de seu novo plano estratégico para o período de 2026 a 2030 e deverá manter grandes investimentos para a ampliação de refinarias, em eficiência energética e retomada do setor de fertilizantes, afirmou o diretor executivo de Processos Industriais e Produtos, William França.

“A gente não vai deixar de fazer investimento na minha área de RTC (refino, transporte e comercialização), os investimentos estão mantidos”, disse o executivo a jornalistas nos bastidores do congresso de mineração Exposibram.

Em contrapartida, França afirmou ser necessária uma “visão de otimização”, considerando que os preços do petróleo caíram ante os valores considerados no planejamento estratégico anterior, de 2025 a 2029.

Como exemplo, França afirmou que poderá “passar um pouquinho mais para frente” paradas programadas de refinarias, assim como conversar com fornecedores para conseguir preços mais adequados.

“Eu posso otimizar a gestão de custos das refinarias para que eu possa então ter um custo de operação mais baixo, um investimento nas paradas programadas também mais baixo, mais adequado”, afirmou.

O diretor também disse estar otimista com uma solução para a petroquímica Braskem. Segundo ele, a Petrobras tem a expectativa que haja um acordo com a Novonor e bancos, que permita que a estatal tenha maior participação nas tomadas de decisão da petroquímica.

França negou, no entanto, que esteja em discussão neste momento uma maior participação da Petrobras no capital da Braskem.

“A gente sabe que nós estamos no ciclo petroquímico difícil A gente acha que nos próximos três, quatro anos isso vai mudar, a gente tem certeza que a gente vai partir do ciclo petroquímico aí de bonança, de coisa boa”, completou.

A Petrobras tem 47% do capital votante da Braskem e a Novonor, antiga Odebrecht, 50,1%, segundo dados do final do primeiro semestre disponibilizados pela petroquímica.

Infomoney - SP   29/10/2025

A Petrobras (PETR4) deve registrar em breve uma produção de 1 milhão de barris de petróleo por dia no campo de Búzios, e o volume poderia dobrar nos próximos anos, apontou nesta terça-feira a CEO da companhia, Magda Chambriard, durante a conferência do setor OTC, no Rio de Janeiro.

“Estamos prestes a produzir 1 milhão de barris por dia no campo de Búzios Acreditamos que Búzios pode chegar a 2 milhões de barris”, disse a executiva.

Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, produziu 821,88 mil bpd em agosto, ultrapassando pela primeira vez Tupi, segundo dados da agência reguladora ANP.
A Petrobras é operadora do campo, que tem como sócias as chinesas CNOOC e CNODC.

No início de outubro, a diretora-executiva de Engenharia, Tecnologia e Inovação da empresa, Renata Baruzzi, disse que Búzios deverá atingir um pico de produção de 1,8 milhão de barris por dia em 2033, à medida que novas unidades estão previstas para os próximos anos.

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