Valor - SP 06/05/2025
Novo presidente para o Brasil afirma ser necessário renovar tarifas nacionais; empresa é atingida por taxas nos EUA
Oliveira, presidente da ArcelorMittal Brasil: urgência em medida contra importados — Foto: Gabriel Reis/Valor
A guerra comercial iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra vários países e em especial com foco na China terá dois efeitos sobre a siderurgia brasileira. Um deles é direto ao impor uma alíquota de 25% sobre as importações de aço e alumínio do Brasil sem nenhum tipo de isenção. E outra indireta ao fechar as portas ao produto chinês. Nesse caso, o temor é que o país asiático procure outros mercado para seu aço e o Brasil seja um desse alvos.
Para o novo presidente da ArcelorMittal Brasil, Jorge Oliveira, as medidas de Trump atingem a companhia nos dois sentidos. Com 38 anos de empresa, o executivo assumiu o cargo há um mês, após a aposentadoria de Jefferson de Paula, acumulando o posto de CEO da divisão de aços planos para a América Latina.
As taxas americanas afetam a ArcelorMittal diretamente, já que a empresa exporta aço para o país. Segundo Oliveira, são de 90 mil a 100 mil toneladas exportadas ao ano, em aços semi-acabados e um tipo de fio-máquina utilizado na trama de pneus. A falta de capacidade de produção nos Estados Unidos para o primeiro e o fato de não existir produção do segundo, de acordo com o executivo, ao menos por enquanto, devem ser os dois principais argumentos na negociação entre os dois países.
Desde 2018, no primeiro governo Trump, há a taxação da importação de aço, mas, naquele momento, um acordo foi negociado pelo governo brasileiro, o que incluiu cotas para a importação. Com isso, na prática, o produto nacional não era taxado, o que o tornava mais competitivo em relação ao aço do sudeste asiático, conta Oliveira. Agora, com o fim das cotas de isenção, o produto asiático, mais barato do que o brasileiro, pode ganhar terreno no mercado americano.
“Em 2018 foi da mesma forma, ele [Trump] colocou a tarifa [de 25%] e os governos que alcançaram a exceção tiveram meses de negociação [para conseguir as cotas]”, afirma o executivo, embora admita que o cenário hoje está “mais difícil” do que há sete anos.
A demanda americana ainda não tem apresentado uma redução significativa, afirma o presidente, e a ArcelorMittal também poderia direcionar parte dessas exportações para outras fábricas do grupo instaladas na Europa. “Não mudamos em nada, por enquanto, nossa previsão de produção para o ano”.
O segundo efeito sobre a companhia seria uma oferta ainda maior do aço chinês no mercado brasileiro. A China é a maior fabricante mundial de aço e exporta cerca de 10% da sua produção, o que já representa muito diante da capacidade produtiva de outros países. No ano passado, foram 110,7 milhões de toneladas exportadas - enquanto o Brasil produziu, ao todo, 34 milhões de toneladas.
Nesse ponto, Oliveira destaca que apesar de a China ter um papel relevante nesse cenário, não é único país a vender aço barato para o Brasil. “O Egito também manda aço para o Brasil”, afirma.
Ele lembra que quando o setor reivindica proteção contra o importado, não é para um determinado país, mas para produtos específicos. No ano passado, o governo criou um barreira à entrada de 11 tipos de aço importado impondo uma taxa de 25% sobre essa lista. Essa medida termina no fim deste mês e o setor tem se mobilizado para manter a medida.
“Não somos contra a importação”, diz. Mas pondera: “Se a gente não contém a importação, o investimento do setor do aço entra em risco, e da nossa organização também”, diz. A ArcelorMittal produz 42% do aço brasileiro. Oliveira ressalta que o país é estratégico para o grupo sediado em Luxemburgo, e representa 25% do seu Ebitda total.
A ArcelorMittal tem um plano de investimentos de R$ 25 bilhões em andamento no país, previsto para ser encerrado em 2028. Se a situação não mudar, os prazos podem ser modificados, afirma o executivo. Um exemplo é o investimento de R$ 4 bilhões em uma nova linha de laminação de tiras a frio e em uma de revestimento contínuo, na unidade de Tubarão (ES), em obra prevista para começar no próximo ano.
Procurado pela reportagem, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) afirmou que recebeu o pleito do setor e encaminhou-o para o Comitê de Alterações Tarifárias, que vai enviar, “oportunamente”, uma recomendação ao Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior, órgão que decidirá o futuro da medida.
No mercado interno, além da importação de aço, o que preocupa a companhia é a taxa de juros, que pode chegar a 14,75% ao ano nesta quarta-feira (7). Isso tende a prejudicar a venda de carros, por exemplo, que depende de financiamento bancário. A indústria automotiva é um dos principais clientes da ArcelorMittal.
“O custo do dinheiro, na ponta [do consumidor], é uma preocupação principalmente para o segundo semestre”, diz Oliveira. Enquanto isso, construção e indústria têm tido demanda “sólida” - apesar de serem as principais portas de entrada do aço importado.
Valor - SP 06/05/2025
O ministro da Economia, Marcelo Ebrard, afirmou que as autoridades revisaram a lista de siderúrgicas autorizadas a importar produtos para o México e cancelaram o registro de cerca da metade delas
O México apresentou nesta segunda-feira (5) medidas antidumping visando conter a enxurrada de importações de aço e produtos têxteis a baixo custo.
Em anúncio feito hoje, o ministro da Economia, Marcelo Ebrard, afirmou que as autoridades revisaram a lista de siderúrgicas autorizadas a importar produtos para o México e cancelaram o registro de cerca da metade delas. Segundo ele, esses importadores cometeram uma "falha grave" ao adotar práticas comerciais desleais.
O México também impôs algumas tarifas sobre importações têxteis nos últimos meses, explicou Ebrard, acrescentando que uma reunião com líderes empresariais está marcada para o fim de maio para discutir a situação.
Ebrard disse ainda que o governo está implementando um valor base para importações de produtos como móveis, brinquedos, equipamentos esportivos, papel e papelão.
Valor - SP 06/05/2025
Segundo o Instituto Aço Brasil, o país importou 1,096 milhão de toneladas de produtos siderúrgicos da China entre janeiro e março, aumento de 57,8% em relação a igual período de 2024
As siderúrgicas brasileiras voltaram a dizer, nas divulgações de resultados do primeiro trimestre, que o aumento das importações de aço da China pelo Brasil continua a pressionar o setor. Tanto Gerdau quanto Usiminas, que divulgaram balanços no fim de abril, disseram que as medidas adotadas pelo governo brasileiro para conter o avanço das importações de aço chinês têm se mostrado ineficazes.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) passou a impor, desde junho do ano passado, uma taxa de 25% sobre alguns tipos de aço importados, depois de reclamações da indústria no Brasil. A medida é válida até o dia 31 deste mês, quando o governo deve rever a política, conforme esperam as companhias.
À medida que se aproxima o fim da vigência da taxa, as críticas das siderúrgicas brasileiras aumentaram, em um cenário de crescimento da entrada do produto chinês no Brasil no primeiro trimestre deste ano.
Segundo dados do Instituto Aço Brasil, o país importou 1,096 milhão de toneladas de produtos siderúrgicos da China entre janeiro e março deste ano, um aumento de 57,8% em relação a igual período de 2024.
O país asiático lidera o ranking de origens das compras brasileiras no exterior. A segunda posição foi ocupada pela Coreia do Sul, com 117,2 mil toneladas vendidas ao Brasil nos três primeiros meses de 2025. Somente no mês de março, foram importadas 448,07 mil toneladas de produtos siderúrgicos da China, um aumento de 53,1% em relação a igual mês de 2024.
Entre as impactadas, a Gerdau estuda reduzir o nível de investimentos no país por conta do cenário de “competição desleal” com o produto chinês. O presidente da siderúrgica, Gustavo Werneck, disse, em entrevista coletiva de resultados do primeiro trimestre, que a companhia tem estudado reduzir os níveis de Capex (investimentos) a partir do próximo ano.
“Nós temos um balanço saudável, que nos permite manter o nível de Capex, mas estamos nos questionando se faz sentido manter esse volume no Brasil.”
A companhia ainda não tem estimativa de volume ou de local em que deve reduzir os investimentos. Segundo o presidente, a revisão pode passar por hibernar alguma linha ou alocar mais capital em recompra de ações. “Caso o governo não faça nada sobre a importação, por exemplo, precisaremos tomar alguma decisão”, disse. “Podemos também aumentar o foco em produtos em que o importado não compete.”
A decisão, segundo a companhia, deve vir depois de maio, quando é esperado que o governo federal faça a revisão do sistema de cota tarifa sobre o aço importado. “O que nos preocupa é como vai ficar o nível de importação no Brasil. Há uma competição desleal. Temos dúvida se vale a pena continuar investindo no país, onde não temos uma defesa comercial que traga competição isonômica”, disse Werneck.
O presidente da Usiminas, Marcelo Chara, também chamou a atenção para impactos na concorrência na teleconferência de resultados da companhia. “A falta de aplicação de medidas eficazes para criar condições justas de concorrência, ante a forte presença de importações subsidiadas, é a principal ameaça para a sustentabilidade do setor siderúrgico brasileiro e de sua cadeia de valor”, disse.
Infomoney - SP 06/05/2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse no domingo (4) que os EUA estão se reunindo com muitos países, incluindo a China, para tratar de acordos comerciais, e que sua principal prioridade com a China é garantir um acordo comercial justo.
Trump disse a repórteres a bordo do Air Force One que não tem planos de falar com o presidente chinês Xi Jinping esta semana, mas que as autoridades norte-americanas estão conversando com as autoridades chinesas sobre uma variedade de assuntos diferentes.
Questionado se algum acordo comercial será anunciado nesta semana, Trump disse que pode “muito bem ser”, mas não deu detalhes.
As principais autoridades de Trump entraram em reuniões com parceiros comerciais desde que o presidente impôs, em 2 de abril, uma tarifa de 10% sobre a maioria dos países, juntamente com taxas mais altas para muitos parceiros comerciais que foram suspensas por 90 dias. Ele também impôs tarifas de 25% sobre automóveis, aço e alumínio, tarifas de 25% sobre o Canadá e o México e tarifas de 145% sobre a China.
Ele sugeriu que não espera chegar a um acordo com alguns países, mas que, em vez disso, poderia “estabelecer uma determinada tarifa” para esses parceiros comerciais nas próximas duas ou três semanas. Não ficou imediatamente claro se ele estava se referindo às tarifas recíprocas anunciadas em 2 de abril, que devem entrar em vigor em 8 de julho, após uma pausa de 90 dias.
Trump repetiu sua alegação de que a China vinha “nos roubando há muitos anos” no comércio global, acrescentando que a iniciativa do ex-presidente Richard Nixon de se aproximar e estabelecer relações com a China foi “a pior coisa” que ele já fez.
Trump pareceu mais otimista em relação à China e às perspectivas de chegar a um acordo em uma entrevista à NBC News gravada na sexta-feira e transmitida no domingo.
Na entrevista, ele reconheceu que foi “muito duro com a China”, essencialmente cortando o comércio entre as duas maiores economias do mundo, mas disse que Pequim agora quer chegar a um acordo.
“Nós paramos”, disse ele. “Isso significa que não estamos perdendo um trilhão de dólares porque não estamos fazendo negócios com eles no momento. E eles querem fazer um acordo. Eles querem muito fazer um acordo. Veremos como isso vai se desenrolar, mas tem que ser um acordo justo.”
O Estado de S.Paulo - SP 06/05/2025
As projeções do relatório Focus feitas desta semana, feitas com instituições do mercado financeiro, mostram uma redução do IPCA, da taxa Selic e do dólar em 2025. Para o Produto Interno Bruto, a estimava de crescimento foi mantida em 2% em 2025.
A mediana para o IPCA deste ano passou de 5,55% para 5,53%, a terceira baixa seguida. Agora, está 1,03 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. A projeção para o IPCA de 2026 se manteve em 4,51%, ainda ultrapassando o teto da meta.
O Banco Central espera que o IPCA some 5,1% em 2025 e 3,7% em 2026, conforme a trajetória divulgada no último Relatório de Política Monetária (RPM). A autarquia trabalha com o terceiro trimestre de 2026 como horizonte relevante, mas o período deve mudar para o fim do ano que vem na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 6 e 7 de maio.
A partir deste ano, a meta de inflação é contínua, com base no IPCA acumulado em 12 meses. O centro é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o BC perdeu o alvo.
A mediana do Focus para a inflação de 2027 permaneceu em 4,0% pela 11ª semana consecutiva. A projeção para o IPCA de 2028 passou de 3,78% para 3,80%. Um mês antes, estava em 3,78%.
Selic
Na semana em que o Comitê de Política Monetária (Copom) volta a se reunir, a mediana do relatório Focus para a Selic no fim de 2025 caiu de 15,0% para 14,75%, após 16 semanas de estabilidade. A projeção sugere que os juros terão de subir 0,50 ponto porcentual acima do nível atual, de 14,25%. O Copom tem elevado a taxa e já sinalizou um novo aumento, menor do que 1 ponto porcentual, na reunião desta semana.
Diretores do Banco Central vêm destacando a incerteza que permeia o cenário externo desde o anúncio de uma série de tarifas pelo presidente americano, Donald Trump. Diante da falta de clareza sobre o futuro, eles deixaram claro que o Copom vai abandonar o forward guidance (estimativas futuras) depois de maio, buscando maior flexibilidade para lidar com o cenário.
A mediana para a Selic no fim de 2026 ficou estável em 12,50% pela 14ª semana consecutiva. A estimativa intermediária para o fim de 2027 continuou em 10,50% pela 12ª semana seguida. A mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10,0% pela 19ª semana consecutiva.
Dólar
A mediana do relatório Focus para a cotação do dólar no fim de 2025 caiu de R$ 5,90 para R$ 5,86. Um mês antes, era de R$ 5,90. A estimativa intermediária para a moeda americana no fim de 2026 passou de R$ 5,95 para R$ 5,91. Quatro semanas atrás, era de R$ 5,99.
A estimativa intermediária para o dólar no fim de 2027 passou de R$ 5,86 para R$ 5,85. Um mês antes, era de R$ 5,90. A projeção para o fim de 2028 ficou em R$ 5,85, mesmo patamar de um mês antes. A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.
PIB
A mediana para o crescimento do PIB brasileiro em 2025 se manteve em 2,0%. Um mês antes, era de 1,97%.
No mais recente Relatório de Política Monetária (RPM), o Banco Central diminuiu a sua projeção de crescimento do PIB em 2025, de 2,1% para 1,9%. Segundo a autarquia, a revisão é consistente com a perspectiva de moderação do crescimento, devido à política monetária contracionista.
A estimativa intermediária do Focus para o crescimento da economia brasileira em 2026 também se manteve em 1,70%. A mediana para o crescimento do PIB de 2027 permaneceu em 2,0% pela quinta semana seguida. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável em 2,0% pela 60ª semana seguida.
IstoÉ Dinheiro - SP 06/05/2025
O Federal Reserve deixará sem dúvida a taxa de juros inalteradas na quarta-feira, mas a reunião pode ser a última em que o resultado será tão claro e direto, com as tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lançando uma sombra de incerteza sobre as perspectivas econômicas.
A implementação errática das tarifas mais altas dos EUA em um século por parte de Trump derrubou a confiança dos consumidores e das empresas, pressionou a indústria e provocou uma corrida às importações tão grande que o Produto Interno Bruto dos EUA encolheu inesperadamente no último trimestre.
Uma debandada de empresas norte-americanas, incluindo McDonald’s, General Motors e Apple, alertou sobre grandes impactos nos balanços, uma vez que as taxas de importação mais altas aumentam os custos e impedem os gastos. Companhias aéreas, incluindo a Delta Airlines, cancelaram completamente suas previsões.
As autoridades do Fed preveem que as tarifas irão aumentar tanto a inflação quanto o desemprego, embora não se saiba ao certo em que grau e por quanto tempo. Os dados econômicos disponíveis até o momento não sugerem que a economia esteja desmoronando.
Apesar do declínio anualizado de 0,3% no PIB dos EUA do último trimestre, os gastos dos consumidores ainda cresceram em um ritmo decente de 1,8%. O relatório de empregos do Departamento do Trabalho mostrou na sexta-feira que os empregadores dos EUA criaram 177.000 vagas em abril — cerca de 40.000 a mais do que o previsto — e a taxa de desemprego permaneceu em 4,2%.
As novas previsões trimestrais dos membros do banco central dos EUA só serão divulgadas em junho, portanto, os investidores estarão atentos ao chair do Fed, Jerome Powell, na coletiva de imprensa após a reunião na quarta-feira, para obter pistas sobre a trajetória da taxa de juros.
O Fed tem mantido sua taxa básica de juros na faixa de 4,25% a 4,50% desde dezembro. As projeções de março das autoridades do Fed apontam para dois cortes nos juros este ano, mas essas projeções parecem obsoletas devido à torrente de notícias sobre comércio desde então, incluindo as tarifas do “Dia da Libertação” de Trump em 2 de abril sobre parceiros comerciais em todo o mundo, sua pausa em muitas dessas taxas uma semana depois para dar tempo de negociar novos acordos comerciais e a imposição de tarifas de 145% sobre a maioria dos produtos chineses.
No mês passado, Powell disse que queria ter “certeza” de que um aumento temporário dos preços impulsionado por tarifas “não se tornaria um problema contínuo de inflação”. Um mercado de trabalho ainda sólido libera o Fed para fazer isso.
“Quando é que as autoridades têm certeza de alguma coisa?”, disse Derek Tang, economista da empresa de previsões LHMeyer. “A certeza parece ser um limite alto, e isso indica que eles estão priorizando a inflação.”
A situação pode mudar rapidamente se o mercado de trabalho começar a se deteriorar, disse Tang, forçando o Fed a ponderar a necessidade de atingir uma inflação baixa em relação à sua obrigação de buscar o pleno emprego. Por enquanto, porém, os economistas da LHMeyer não esperam nenhum corte nos juros este ano.
Cortes de juros
A maioria dos economistas espera que o Fed afrouxe a política monetária em 2025, embora muitos não acreditem que haja evidências suficientes de fraqueza no mercado de trabalho que justifiquem uma resposta até meados do ano.
Após a divulgação do relatório de empregos de abril, os economistas do Barclays disseram acreditar que o Fed não reduzirá os custos dos empréstimos até julho, um prazo que permite maior clareza sobre as tarifas e um projeto de lei de corte de impostos apoiado pelos republicanos.
As apostas do mercado financeiro também mudaram para um início dos cortes em julho, com dois movimentos adicionais ao longo do ano.
“O Fed está em uma situação difícil”, disse Nancy Vanden Houten, economista sênior da Oxford Economics, acrescentando que a equipe da Oxford espera uma “fraqueza real” nos próximos meses, e que o banco central pode enfrentar a perspectiva de uma inflação mais alta e que as expectativas de inflação saiam do controle.
Vanden Houten e seus colegas acreditam que será em dezembro que o Fed reduzirá os juros. “Parece que eles estão mais distantes de atingir sua meta de inflação, portanto, enquanto o mercado de trabalho se mantiver firme, acreditamos que eles ficarão quietos”, disse ela.
O diretor do Fed Christopher Waller, cujos comentários no passado já prenunciaram as ações do Fed, ofereceu um mapa para a tomada de decisões do banco central que apresentava duas opções – cortes graduais nos juros mais tarde no ano, caso as tarifas sejam reduzidas a um nível mais baixo, e cortes mais agressivos caso elas permaneçam altas.
Um fator importante será o ritmo de mudança na taxa de desemprego: se ela aumentar em mais de 0,1 ponto percentual em um determinado mês, disse Waller, isso seria um gatilho para o Fed agir mais cedo e com maior intensidade. Em sua opinião, qualquer impacto das tarifas sobre a inflação provavelmente seria apenas temporário.
É improvável que Powell seja tão específico esta semana sobre os planos do Comitê Federal de Mercado Aberto, que define os juros, disseram economistas.
“Esperamos que a principal mensagem da coletiva de imprensa do chair Powell seja a de que o Comitê está bem posicionado para aguardar maior clareza antes de fazer qualquer alteração na política monetária”, escreveu Michael Feroli, economista-chefe do J.P. Morgan para os EUA.
É improvável que essa paciência seja vista como uma virtude dentro da Casa Branca. A decisão do Fed de manter os juros não foi bem recebida por Trump, que continua a pressionar por custos de empréstimos mais baixos.
CNN Brasil - SP 06/05/2025
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,45% em abril, desacelerando frente ao avanço de 0,62% de março e repetindo a variação observada na terceira quadrissemana do mês passado, segundo dados publicados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) nesta segunda-feira (5).
O resultado de abril ficou ligeiramente abaixo do piso das estimativas de instituições de mercado consultadas pelo Projeções Broadcast, que variavam de altas de 0,46% a 0,55%, com mediana de 0,48%.
No primeiro quadrimestre, o IPC-Fipe acumulou inflação de 1,83%. Nos 12 meses até abril, a alta do índice foi de 5,01%, abaixo da mediana das projeções, de 5,03%.
No quarto mês de 2025, dois dos sete componentes do IPC-Fipe perderam força: Habitação (de 1,14% em março a 0,42% em abril) e Alimentação (de 1,44% a 0,77%).
Entre as demais categorias, duas migraram para inflação, uma caiu em ritmo mais fraco e outra subiu com mais força de março para abril: Transportes (de -0,08% a 0,61%), Despesas Pessoais (de -0,60% a -0,40%), Saúde (de 0,29% a 1,07%) e Vestuário (de -0,19% a 0,46%).
No caso de Educação, os custos ficaram estáveis pelo segundo mês consecutivo em abril.
Veja abaixo como ficaram os componentes do IPC-Fipe em abril:
Habitação: 0,42%
Alimentação: 0,77%
Transportes: 0,61%
Despesas Pessoais: -0,40%
Saúde: 1,07%
Vestuário: 0,46%
Educação: 0,00%
Índice Geral: 0,45%
CNN Brasil - SP 06/05/2025
As tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estão cada vez mais atravancando as rodas de uma economia mundial que, durante décadas, foi lubrificada por um comércio previsível e relativamente livre.
Na semana passada, grandes multinacionais cortaram as metas de vendas, alertaram sobre cortes de emprego e revisaram seus planos de negócios, enquanto as principais economias cortaram as perspectivas de crescimento em meio a dados desanimadores.
Embora os mercados financeiros estejam apostando que os EUA e a China recuarão de uma guerra comercial total e que Trump fechará acordos para evitar tarifas mais altas sobre outros países, a incerteza absoluta de onde isso vai parar se tornou um fator de entrave importante por si só.
“A política tarifária dos EUA é um sério choque negativo para o mundo no curto prazo”, disse Isabelle Mateos y Lago, economista-chefe no banco francês BNP Paribas.
“O fim do jogo das tarifas dos EUA pode estar mais distante e em um nível mais alto do que se pensava anteriormente”, disse ela sobre as tarifas básicas de 10% a diversos países, além de taxas mais altas a setores específicos como aço, alumínio e automóveis.
Pequim disse na sexta-feira que estava avaliando uma oferta de Washington para manter conversações sobre as tarifas de 145% dos EUA, às quais respondeu com taxas de 125%.
O governo Trump também sugeriu que está próximo de fechar acordos com países como Índia, Coreia do Sul e Japão para evitar mais tarifas nas próximas semanas.
Nesse meio tempo, empresas como a fabricante sueca de eletrodomésticos Electrolux reduziram suas perspectivas, enquanto a Volvo Cars, a fabricante de gadgets Logitech e a gigante de bebidas Diageo abandonaram suas metas devido à incerteza.
A remoção, na semana passada, da isenção de taxas de pacotes de comércio eletrônico com valor inferior a US$ 800 para produtos da China é um golpe duro para muitas empresas menores.
“Estamos indo de zero a 145%, o que é realmente insustentável para as empresas e insustentável para os clientes”, disse Cindy Allen, presidente-executivo da Trade Force Multiplier, uma consultoria de comércio global. “Vi muitas empresas de pequeno e médio porte optarem por sair completamente do mercado.”
Perspectivas
A perspectiva tarifária levou o Banco do Japão a cortar suas previsões de crescimento na semana passada, enquanto as tensões comerciais foram citadas por analistas em rebaixamentos de perspectivas de crescimento para a Holanda e para a região do Oriente Médio e Norte da África (MENA).
Embora as medidas oficiais de atividade nas principais economias ainda estejam se ajustando, o humor negativo está aparecendo nas pesquisas de gerentes de compras da indústria em todo o mundo.
A atividade industrial da China contraiu no ritmo mais rápido em 16 meses em abril, segundo uma dessas pesquisas na semana passada, enquanto levantamento do Reino Unido mostrou que as exportações das fábricas britânicas encolheram no mês passado no ritmo mais acentuado em quase cinco anos.
Economistas foram rápidos em alertar que uma leitura aparentemente mais forte para a Alemanha pode ser em grande parte devido ao fato de que as fábricas estavam antecipando os negócios antes que as tarifas entrassem em vigor.
“Isso significa que pode haver um retrocesso nos próximos meses”, alertou Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Hamburg Commercial Bank AG.
No entanto, embora a antecipação também possa ter ajudado o crescimento da indústria da Índia a atingir um pico de 10 meses em abril, analistas observaram que o país – que enfrenta tarifas mais baixas do que a China e para o qual a Apple transferiu parte da produção – pode acabar saindo como um vencedor.
“A Índia está bem posicionada para ser uma alternativa à China como fornecedora de produtos para os EUA no curto prazo”, disse o economista de mercados emergentes Shilan Shah, da Capital Economics, prevendo que as tarifas sobre a China “vieram para ficar”.
Por enquanto, a maioria dos economistas está chamando a estratégia tarifária de Trump de um “choque de demanda” para a economia mundial que, ao tornar as importações mais caras para as empresas e os consumidores norte-americanos, vai minar a atividade em outros lugares.
O lado positivo pode ser o fato de isso reduzir as pressões inflacionárias e, assim, dar aos bancos centrais de outros países maior margem de manobra para impulsionar a economia com cortes nas taxas de juros.
Mas o que ainda não está definido é se a tentativa de Trump de reequilibrar o sistema de comércio em favor dos EUA finalmente levará outros países a renovar suas próprias economias: por exemplo, se a China vai agir para aumentar o estímulo à sua economia doméstica ou se os países da zona do euro irão remover as barreiras que ainda restringem seu mercado único.
Auto Industria - SP 06/05/2025
As montadoras ocidentais caíram em uma armadilha na China: após mais de duas décadas de lucro fácil e crescente em associações meio-a-meio com estatais do país, a partir de 2020 empresas da indústria automotiva mundial, notadamente Volkswagen e General Motors, perderam a corrida tecnológica e a folgada liderança que tinham para fabricantes 100% chineses com seus carros híbridos e elétricos. Resultado: as vendas de marcas tradicionais entraram em queda-livre e as perdas dispararam.
Para se ter ideia do tamanho do buraco em que a GM se meteu na China, considerando apenas uma das marcas da montadora no país, as vendas da Chevrolet despencaram de mais de 650 mil unidades em 2018 para menos da metade em 2020, cerca de 300 mil. A queda, que teria sido efeito da pandemia, continuou a se aprofundar de forma abissal e a marca desceu mais 50%, para apenas 150 mil emplacamentos em 2024.
Sem opção melhor para remediar a imensa ociosidade de produção e os prejuízos decorrentes, a partir de 2020 a GM adotou a tática de exportar para países onde já tem presença, a começar pelo México, volumes crescentes de carros produzidos pela joint venture SAIC-GM-Wulling na China.
O sócio chinês produz os veículos – principalmente modelos só com motor a combustão com vendas em baixa na China como Captiva, Aveo e S10 Max –, a GM coloca o emblema Chevrolet neles e os embarca para sua já estabelecida rede mexicana de concessionárias.
A manobra está longe de compensar toda a queda no mercado chinês e a ociosidade das fábricas, mas produz lucros pelo baixo custo de produção chinês, segundo dizem executivos graduados da GM.
Contudo metade dos ganhos vão direto para o sócio chinês, que além de ganhar com a GM também passou a competir no mercado mexicano com sua marca MG, junto com outros concorrentes da China que vieram logo atrás e hoje somam 21 marcas e trezentos modelos diferentes à venda, diluindo a participação da Chevrolet.
O exemplo mexicano
Olhar para o que acontece no México pode ser um prenúncio para outros mercados. A mesma tática começa a ser tentada também no Brasil com a importação, este ano, de dois modelos elétricos da mesma joint venture na China que chegarão aqui como Chevrolet Spark e Captiva, que no mercado chinês atendem respectivamente pelos nomes de Baojun Yep e Wuling Starlight S.
No ano passado foram vendidos no México 485,3 mil carros importados da China, o equivalente a quase um terço do mercado mexicano naquele ano.
Como comparação, o número é quatro vezes maior do que os 120,3 mil veículos chineses vendidos no Brasil no ano passado, em crescimento de 187% sobre 2023, mostrando o quanto as montadoras chinesas ainda podem avançar quando não são barradas.
Quem abriu o mercado mexicano aos chineses foi justamente a GM com seus Chevrolet importados de lá. No ano passado a marca da gravata fixada em modelos Wulling e Baojun liderou as importações da China no México, com 146 mil carros trazidos da joint venture com a SAIC.
Não por acaso, para dividir ainda mais o mercado, a mesma SAIC com a MG foi a segunda marca importada da China mais vendida no México em 2024, com 61 mil unidades.
Com bons produtos e preços imbatíveis, fabricantes da China estão tomando conta do mercado mexicano com voracidade. Para o México isto não é tão problemático porque o país exporta a maior parte dos veículos que produz para os vizinhos nos Estados Unidos. Mas pode virar um problema se o governo Trump aplicar a taxação que prometeu aos carros vindos de fábricas mexicanas – e pode até usar isto como moeda de troca para obrigar o México a impor tarifas aos chineses.
Problema para o Brasil
Para a balança comercial brasileira este movimento é um problema, pois aprofunda o déficit externo em mão-dupla: ao mesmo tempo em que avançam com importações no mercado brasileiro os chineses também estão tomando conta do segundo maior destino de carros exportados pelo Brasil: o México respondeu, em 2024, por 24% das exportações brasileiras de veículos, com 95,5 mil unidades embarcadas – ou cinco vezes menos do que o chineses venderam por lá.
Este problema pode ficar maior ao passo que outras montadoras instaladas no Brasil estão adotando a mesma tática da GM. No melhor estilho “se não pode com eles, junte-se a eles” a Stellantis vai começar em breve a importar carros da sócia chinesa Leapmotor, enquanto a Renault tenta fazer o mesmo com modelos da Geely.
Todas as fabricantes de veículos instaladas no Brasil têm operações na China e todas também enfrentam ociosidade em suas fábricas chinesas. Poderão, portanto, utilizar a rede de revendas já estabelecida para vender seus modelos chineses aqui, com bons lucros – mesmo que efêmeros – e às custas de redução de produção e de investimentos no País.
Globo Online - RJ 06/05/2025
A Ford Motor suspendeu sua projeção financeira para o ano inteiro e afirmou que as tarifas automotivas do presidente Donald Trump afetarão negativamente os lucros, juntando-se a outras montadoras prejudicadas por políticas comerciais globais voláteis.
A montadora espera que as tarifas reduzam os lucros ajustados antes de juros e impostos (Ebit ajustado) em cerca de US$ 1,5 bilhão em 2025, com base líquida, disse a empresa ao divulgar um lucro no primeiro trimestre que superou as expectativas.
O impacto total das tarifas para a empresa é de cerca de US$ 2,5 bilhões, sendo que US$ 1 bilhão a Ford espera compensar com medidas como o uso de transporte "bonded" (com suspensão de impostos) para proteger as peças dos impostos ao cruzarem fronteiras internacionais, disse a diretora financeira Sherry House a repórteres.
A Ford citou sete fatores ao retirar sua previsão anterior de até US$ 8,5 bilhões em lucro operacional ajustado neste ano, incluindo uma possível “disrupção na cadeia de suprimentos em toda a indústria” relacionada às tarifas de Trump e o risco de que essas tarifas aumentem no futuro.
As ações da Ford caíram 2,8% nas negociações após o fechamento do mercado nesta segunda-feira. Até o fechamento da última sexta-feira, os papéis acumulavam alta de cerca de 3,8% no ano, melhor do que a queda de 3,3% do índice S&P 500. A empresa planeja fornecer uma nova projeção ao divulgar os resultados do segundo trimestre.
A Ford é a mais recente montadora a apontar os altos custos da campanha de Trump para redesenhar as rotas comerciais globais. Trump afirmou que tarifas de 25% sobre veículos e peças importadas são necessárias para trazer mais produção e empregos para os EUA.
As montadoras alertam que tarifas amplas e duradouras aumentarão os custos, colocarão empregos em risco e poderão elevar ainda mais os preços dos carros novos, que já estão próximos de US$ 50 mil, em média.
Na semana passada, o CEO da Ford, Jim Farley, afirmou que a empresa não aumentará os preços de seus veículos até ver como os concorrentes reagirão aos custos adicionais com as tarifas.
Lista dos carros mais caros do mundo, após venda do Mercedes-Bens W 196 R
O impacto de US$ 1,5 bilhão que a Ford agora projeta ocorre apesar de um alívio concedido às montadoras na semana passada. Trump poupou as importações sujeitas às tarifas automotivas de pagarem tributos adicionais sobre outros bens, como aço e alumínio.
A Casa Branca também planeja implementar as tarifas sobre peças automotivas de forma gradual, ao longo de dois anos, para dar tempo às empresas de transferirem a produção para os EUA.
As medidas anunciadas pela Casa Branca na semana passada foram “passos realmente importantes”, disse House em uma ligação com repórteres nesta segunda-feira, observando que a política comercial continua incerta. A Ford também aguarda para ver se poderá receber crédito pelo conteúdo americano nos veículos que importa do México, acrescentou.
A exposição da Ford às tarifas é menor do que a de suas concorrentes de Detroit, pois a montadora, com sede em Dearborn, Michigan, produz internamente 80% dos veículos que vende nos EUA. Na semana passada, a General Motors reduziu sua projeção de lucro para o ano e afirmou que sua exposição às tarifas pode chegar a US$ 5 bilhões.
Em 2 de maio, a GM cortou empregos e produção em uma fábrica no Canadá que fabrica picapes Chevrolet Silverado, ao transferir a produção desses modelos para uma planta em Indiana.
A Ford tem enfrentado dificuldades com custos mais altos de garantia e outras despesas, incluindo perdas em veículos elétricos, que podem chegar a US$ 5,5 bilhões neste ano. Os custos para lançar as versões redesenhadas de seus grandes utilitários esportivos Expedition e Lincoln Navigator no primeiro trimestre também afetaram os lucros.
O lucro ajustado da Ford no primeiro trimestre foi de US$ 0,14 por ação, superando a média da perda esperada pelos analistas, de US$ 0,04 por ação.
A Ford Blue, divisão que produz veículos com motores a combustão e híbridos, viu seu lucro operacional despencar de US$ 901 milhões para US$ 96 milhões em relação ao ano anterior, devido aos custos de lançamento do Expedition e do Navigator.
Ainda assim, o resultado foi melhor do que a perda de US$ 288 milhões prevista por Wall Street. As vendas de veículos da Ford nos EUA caíram 1,3% no primeiro trimestre.
A Ford Pro, unidade de veículos comerciais altamente lucrativa da montadora, registrou lucro operacional de US$ 1,3 bilhão, em linha com as expectativas dos analistas.
Já a Model E, unidade de veículos elétricos da Ford, teve um prejuízo de US$ 849 milhões antes de juros e impostos no primeiro trimestre, menor que o déficit de US$ 1,4 bilhão previsto pelos analistas. As vendas de EVs da Ford aumentaram 11,5% no primeiro trimestre, mas representaram apenas 4,5% das entregas totais da empresa.
Auto Industria - SP 06/05/2025
Se a participação ativa no governo Trump e sua atuação política pode render, lá na frente, ganhos para seus negócios nos Estados Unidos, desde já Elon Musk está vendo o outro lado da moeda fora das fronteiras estadunidenses. As vendas da Tesla no mercado europeu estão “derretendo” como poucas vezes visto na história de grandes montadoras globais.
Em meio a crescimento das vendas de veículos elétricos — chineses em particular —, os licenciamentos de modelos da Tesla caíram novamente em abril e pelo quarto mês consecutivo. O balanço só do primeiro trimestre mostra as dificuldades que Musk terá de reverter na Europa: ante o avanço de 28% das vendas de elétricos, a Tesla registrou queda de nada menos do que 37%.
Em alguns mercados o tombo da Tesla, que já conta com o reforço do Modelo Y atualizado e produzido na Alemanha, foi muito maior em abril. De 81% na Suécia — somente 203 unidades, pior resultado desde outubro de 2022 —, 74% na Holanda, 67% na Dinamarca e de 59% na França. Já não são poucos os descontos e incentivos nesses e outros mercados para evitar números ainda piores.
A participação de mercado de carros elétricos a bateria atingiu 15,2% no primeiro trimestre de 2025, segundo a Acea, a associação das montadoras europeias. Embora ainda abaixo do desejado, está bem acima dos 12% registrados em igual período de 2024.
Valor - SP 06/05/2025
Já no acumulado do quadrimestre, o mercado de veículos novos manteve-se em alta, com crescimento de 3,41% em relação ao mesmo período do ano passado
A venda de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus somou 208,6 mil unidades em abril, uma queda de 5,48% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Já no acumulado do quadrimestre, o mercado de veículos novos manteve-se em alta, com crescimento de 3,41% em relação ao mesmo período do ano passado e um total de 760,2 mil unidades. Os dados, apurados com base nos emplacamentos registrados pelos órgãos de trânsito, foram divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave), que representa as concessionárias.
Por meio de nota, Arcelio Junior, presidente da Fenabrave, explicou que a queda é um reflexo da menor quantidade de dias úteis em abril deste ano em relação a 2024. Segundo o dirigente, apesar da retração no volume total, o segmento de carros e comerciais leves registrou alta de 1,7% na média diária de vendas. “Isso é um bom indicativo do mercado”, destacou.
Segundo a Fenabrave, esse foi o melhor mês de abril desde 2014, incluindo motos e implementos.
Os veículos híbridos (com motores a gasolina e elétrico) somaram 52,7 mil emplacamentos no acumulado de janeiro a abril, num aumento de 73,29% sobre igual período de 2024. Já os 100% elétricos registraram queda de 15,03% no quadrimestre, num total de 17,6 mil unidades. Para Junior, o interesse pelos híbridos é maior do que pelos puramente elétricos em razão dos “gargalos ne infraestrutura de recarga”.
Já o mercado de caminhões tem sido impactado pelo aumento das taxas de juros, pela maior seletividade na oferta de crédito para financiamentos e pelas incertezas sobre o preço do diesel, segundo a Fenabrave. “O segmento tem apresentado demanda, mas há cautela por parte dos transportadores”, destaca o presidente da entidade.
O mercado de ônibus, que registrou expansão de 24,56% no quadrimestre, superou as expectativas dos concessionários e reflete, sobretudo, as vendas do programa federal Caminho da Escola, voltado ao transporte de crianças nas áreas rurais. Junior aponta, ainda, a recuperação do setor de turismo.
InfraRoi - SP 06/05/2025
A Yanmar South America, subsidiária da fabricante japonesa de máquinas, fez uma parceria com a Âncora Consórcios para se inserir no mercado de consórcio. A companhia vai se apoiar no modelo white label para trazer ofertas que sejam aderentes aos seus clientes, apresentando o consórcio com a marca da fabricante. A expectativa é de que a estratégia aumente em até 12% o volume de vendas ainda em 2025.
De acordo com Márcio Massani, diretor executivo comercial da Âncora Consórcios, a colaboração chega em um momento de expansão do mercado de consórcios, que vem se consolidando como alternativa viável e estratégica para aquisição de equipamentos de forma programada. “Queremos contribuir com o crescimento no setor como mais uma alternativa de linha de crédito”, ressalta o executivo.
Com sede brasileira localizada em Indaiatuba (SP), a Yanmar atua em áreas como agricultura, construção civil, energia, náutica e produtos de força, com foco no fornecimento de máquinas e equipamentos como miniescavadeiras, minicarregadeiras, tratores, grupos geradores, entre outros.
Yanmar buscou parceiro com expertise em consórcio
A parceria com a Âncora surge como uma resposta estratégica às necessidades crescentes de modernização de frota e maquinário nesses setores, ampliando a capacidade de produção e a competitividade dos clientes finais. A Yanmar aponta a experiência de 35 anos da empresa no mercado de consórcios, tendo comercializado R$ 4,6 bilhões em créditos somente em 2024, representando um crescimento de 115% em relação ao ano anterior.
A Âncora é reconhecida por sua rede nacional de mais de 3.200 parceiros e atendimento humanizado e, somente no último ano, aumentou em 137% o número de alianças estratégicas, com destaque para empresas de peso como São Pedro e Pastre, do segmento de implementos rodoviários, e Bajaj, Shineray e Dafra, de motocicletas.
Diário do Comércio - MG 06/05/2025
As famílias com renda mensal de até R$ 12 mil podem, a partir desta segunda-feira (5), contratar a nova modalidade do Minha Casa, Minha Vida voltada à classe média. A Caixa Econômica Federal começou a oferecer os empréstimos da nova categoria do programa habitacional.
Líder no financiamento imobiliário no país, concentrando cerca de 70% das operações de crédito no setor, a Caixa pôde começar a operar a nova categoria após o Conselho Monetário Nacional (CMN) regulamentar, na última quarta-feira (30), as mudanças no Minha Casa, Minha Vida. Isso porque era necessário definir o uso de fontes alternativas de recursos no programa habitacional, além do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Apelidada de Faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida, a nova modalidade oferece financiamentos com juros nominais de 10% ao ano e prazo de até 420 meses (35 anos) e permite financiamento de imóveis de até R$ 500 mil. Até 80% do valor de imóveis novos poderão ser financiados. Para imóveis usados, o percentual financiado cai para 60% nas regiões Sul e Sudeste e mantém-se em 80% para as demais localidades.
A nova modalidade do programa habitacional oferecerá crédito com recursos dos lucros e dos rendimentos do FGTS e dinheiro próprio dos bancos, como depósitos na caderneta de poupança e investimentos em Letras de Crédito Imobiliário (LCI).
Faixa 3
A Caixa também reajustou o valor das demais faixas do Minha Casa, Minha Vida, aprovadas no último dia 15 pelo Conselho Curador do FGTS e no último dia 25 pelo Ministério das Cidades.
Os novos valores são os seguintes:
Faixa 1: renda familiar de até R$ 2.850,00 por mês, com subsídio de até 95% do valor do imóvel;
Faixa 2: renda familiar de R$ 2.850,01 a R$ 4,7 mil por mês, com subsídio de até R$ 55 mil e juros reduzidos;
Faixa 3: renda familiar de R$ 4.700,01 a R$ 8,6 mil por mês, sem subsídios, mas com condições de financiamento facilitadas.
No caso da Faixa 3, o CMN autorizou o uso de recursos do Fundo Social do Pré-Sal para ampliar a oferta de crédito. Essa categoria financia imóveis de até R$ 350 mil, com juros nominais de 8,16% ao ano, mais Taxa Referencial (TR). Cotistas do FGTS têm desconto de 0,5 ponto percentual, pagando 7,66% ao ano.
Famílias enquadradas nas faixas 1 e 2 também estão autorizadas pelo Conselho Curador do FGTS a financiar imóveis pela Faixa 3. No entanto, os mutuários que optarem pela elevação de categoria terão as mesmas condições da Faixa 3, sem acesso aos subsídios do governo.
Grandes Construções - SP 06/05/2025
A indústria da construção abriu 21.946 empregos em março no país, registrando um crescimento de 0,75% em relação ao número de trabalhadores do setor em fevereiro.
No Estado de São Paulo, foram gerados 5.939 empregos no mesmo mês, informou na última quarta-feira, 30/04, o Ministério do Trabalho e do Emprego. No primeiro trimestre, o setor empregou mais 100.371 trabalhadores (+3,51%). No acumulado de 12 meses até março, o setor gerou 100.059 vagas com carteira assinada (+3,50%).
Já o saldo entre admissões e demissões em todos os setores da atividade econômica no país resultou na abertura de 71.156 empregos em março. Portanto, a indústria da construção respondeu por 30,8% das vagas com carteira assinada no mês. Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), e foram divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego em 30 de abril.
Yorki Estefan, presidente do SindusCon-SP, comenta que o setor praticamente recuperou todas as vagas que haviam sido fechadas no último trimestre do ano passado, majoritariamente por trabalhadores que se desligaram para passar o final do ano em suas cidades de origem.
“A expectativa é de que novos empregos sejam gerados nos próximos meses, em parte como resultado de contratos firmados no ano passado. O setor de obras de infraestrutura poderá elevar suas contratações de mão de obra, assim como, mais adiante no ano, o segmento de classe média abrangido pela nova faixa do programa Minha Casa, Minha Vida. Porém, os juros elevados e a incerteza em relação à economia e aos efeitos do ‘tarifaço’ dos EUA tem postergado decisões de investimento, especialmente no setor de edificações de médio padrão”, observa o presidente do SindusCon-SP.
A construção foi o segundo setor da economia que mais gerou empregos em março, atrás de serviços (+52.459), e na frente da indústria (+13.131), da agropecuária (-5.644) e do comércio (-10.310)
Nas atividades imobiliárias do setor de serviços (incorporação imobiliária), foram abertos 525 empregos em março – variação de 0,36% em relação a fevereiro. No primeiro trimestre, foram criados 3.226 empregos (+1,61%). No acumulado de 12 meses até fevereiro, o segmento gerou 7.415 vagas com carteira assinada (+3,78%).
Ao final de março, a construção empregava 2.958.223 trabalhadores com carteira assinada no país, de acordo com o Novo Caged.
Por Estados - Além de São Paulo, os estados que mais abriram empregos no setor no mês foram Minas Gerais (3.455), Mato Grosso (1.914), Bahia (1.359), Santa Catarina (1.288), Goiás (1.222), e Distrito Federal (1.055).
IstoÉ Dinheiro - SP 06/05/2025
Salvador (BA) e João Pessoa (PB) registraram a maior alta no preço de venda de imóveis em 2025, de acordo com o índice FipeZAP.
No acumulado do ano, a capital paraibana lidera a lista, com 7,55%, enquanto a cidade baiana vem na segunda colocação, com alta de 7,17%. A inflação registrada pelo IPCA é de 2,48%. Vitória (ES) completa o pódio com 6,79%.
Já no acumulado de 12 meses, a capital baiana registra um aumento quase quatro vezes maior do que a inflação oficial registrada pelo IBGE: 20,63% contra 5,53%. A segunda colocação é de João Pessoa, com 18,25% e a terceira também é de Vitória, com alta de 17,09%.
Confira a tabela completa
Índice subiu menos em Abril
Com base no comportamento dos preços de venda de imóveis residenciais em 56 cidades, o Índice registrou um aumento de 0,51% em abril de 2025, ante uma elevação de 0,60% no mês anterior. O incremento médio nos preços foi mais intenso entre imóveis de um dormitório (+0,65%), enquanto unidades com dois dormitórios apresentaram, na média, a menor valorização mensal (+0,41%). O preço médio foi de R$ 9.233/m².
Portos e Navios - SP 06/05/2025
A nova estrutura do Porto de Cabedelo, na Paraíba, foi inaugurada nesta segunda-feira (5), com investimentos que ultrapassam R$ 300 milhões. Localizado na cidade de João Pessoa, o porto ocupa posição estratégica na costa mais oriental do Brasil e tem papel central no comércio exterior do estado. A cerimônia contou com a presença do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, do governador João Azevêdo e do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta.
Mais de R$ 200 milhões foram destinados à requalificação do molhe e à dragagem, que aprofundou o canal para 11 metros, permitindo a recepção de navios com até 55 mil toneladas e ampliando a capacidade para até 25 embarcações por mês. Também foram entregues as obras de requalificação dos armazéns, a reconstrução da sede administrativa, a implantação de um sistema de energia fotovoltaica — tornando Cabedelo o primeiro porto público do país a operar com energia solar — e melhorias em saneamento básico, incluindo drenagem profunda e tratamento de resíduos.
O ministro Silvio Costa Filho destacou o impacto transformador dos investimentos, que tornam o porto mais eficiente e elevam a Paraíba ao circuito internacional de exportações. O governador João Azevêdo reforçou que o novo projeto abre caminho para o desenvolvimento do estado, com potencial para integrar a comunidade de Cabedelo às atividades portuárias e dinamizar a economia local.
Com mais R$ 130 milhões em investimentos previstos, o porto seguirá expandindo sua infraestrutura e capacidade operacional. Cabedelo também se destaca pelas ações sociais, como o programa Porto Cidade, que oferece serviços de saúde gratuitos à população local. Em março deste ano, o porto bateu recorde histórico com 172 mil toneladas movimentadas. Em 2025, já ultrapassou 285 mil toneladas, consolidando sua relevância para o comércio internacional.
Monitor Digital - RJ 06/05/2025
O primeiro leilão portuário de 2025, realizado na última quarta-feira, atraiu forte concorrência e resultou na arrematação de quatro áreas estratégicas, reforçando a atratividade da infraestrutura portuária brasileira e o interesse crescente de grandes players do setor logístico.
A advogada Natasha Lage de Oliveira França, especialista em regulação e controle do escritório Piquet, Magaldi e Guedes Advogados, analisou os resultados com destaque para o dinamismo da concorrência no Porto de Paranaguá:
“Para as áreas no Porto de Paranaguá, verificou-se acirrada disputa nos lances à viva voz. Dentre as empresas interessadas nos ativos portuários leiloados, observou-se a presença de fortes nomes com tradição no setor portuário, como a ICTSI Américas, Rocha Granéis, Cargill, Interalli Grãos, Louis Dreyfus e Amaggi, além de fundos de investimentos e bancos privados, como o BTG Pactual e a Infra II Investment”, destacou.
Segundo a especialista, o aumento na demanda por terminais portuários está diretamente ligado à perspectiva de recordes na produção de grãos, especialmente soja, em 2025.
“Para o escoamento do granel vegetal e sua comercialização no mercado internacional, cada vez mais empresas incorporam as soluções logísticas como um elo em suas cadeias produtivas, fenômeno chamado de verticalização”, explica.
A infraestrutura do Porto de Paranaguá foi outro fator de destaque. De acordo com Natasha, a gestão descentralizada do porto, realizada por meio de convênio de delegação com o Governo Federal, tem sido fundamental para atrair investimentos:
“A descentralização da gestão portuária se reflete no desenvolvimento de projetos mais convidativos à iniciativa privada, permitindo o direcionamento eficiente dos valores angariados nos leilões portuários.”
Entre os destaques do leilão, a área PAR14 foi arrematada pelo BTG Pactual Commodities, com outorga de R$ 225 milhões e previsão de R$ 529 milhões em investimentos. A área PAR15 foi conquistada pela Cargill, com R$ 411 milhões em outorga e R$ 293 milhões de investimentos. Já a PAR25 ficou com o Consórcio ALDC (Amaggi e Louis Dreyfus), com lance de R$ 219 milhões.
No Porto do Rio, a área RDJ11 foi arrematada pelo Consórcio Porto do Rio de Janeiro, que conta com a Triunfo Logística. Apesar de ter tido apenas uma proposta, o arrendamento prevê ampliação da capacidade operacional e modernização da infraestrutura, fortalecendo a rede logística fluminense no escoamento de granéis e produtos siderúrgicos.
Valor - SP 06/05/2025
Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, o país produziu 3,621 milhões de barris por dia (barris/dia) no mês; produção no pré-sal é recorde
A produção de petróleo do Brasil em março foi de 3,621 milhões de barris por dia (barris/dia), uma alta de 7,9% na comparação com o mesmo mês em 2024, segundo dados do boletim mensal de produção da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), divulgado nesta segunda-feira (5). Na comparação com fevereiro, a produção avançou 3,8%, segundo a agência.
A extração de gás natural em março foi de 165,53 milhões de metros cúbicos por dia (m³/dia), o que corresponde a um salto de 15% frente a igual mês do ano passado e crescimento de 4,3% em relação a fevereiro deste ano.
Produção recorde no pré-sal
A produção total, que soma petróleo e gás natural, foi de 4,66 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/dia). Desse total, o pré-sal correspondeu a 79,8%, com 3,716 milhões de boe/dia em janeiro. Segundo a ANP, a produção registrada no pré-sal é recorde.
A extração do pré-sal representa, segundo a ANP, uma alta de 10,9% na comparação anual e de 5,2% em relação a fevereiro.
Ao todo, a produção da camada pré-sal em março foi de 2,883 milhões de barris/dia de petróleo e 132,33 milhões de m³/dia de gás natural.
O maior campo produtor no mês foi Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos, com uma extração de 780,05 mil barris/dia de petróleo e 39,15 milhões de m³/dia.
Os campos operados pela Petrobras, sozinha ou em consórcio com outras empresas, foram responsáveis por 90,19% do total produzido no Brasil. A produção teve origem em 6.466 poços, sendo 528 marítimos e 5.938 terrestres, ainda de acordo com a ANP.
Petro Notícias - SP 06/05/2025
O segundo módulo da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do Complexo de Energias Boaventura, o antigo Comperj, localizado em Itaboraí (RJ), entrou em operação comercial neste domingo (4). Somando-se ao primeiro módulo, inaugurado no ano passado, a capacidade total de processamento da unidade atinge 21 milhões de m³/dia. A UPGN do Boaventura faz parte do Projeto Integrado Rota 3 da Petrobrás, por onde é escoado gás natural de campos de produção como Tupi, Búzios, Sapinhoá, entre outros. Trata-se de um gás rico que, após processado, gera três produtos importantes para o mercado: Gás Natural (GN); Gás Liquefeito de Petróleo (GLP ou gás de cozinha); e C5+ (matéria-prima na indústria petroquímica e produção de combustíveis).
O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade, Maurício Tolmasquim, disse que “A Petrobrás está empenhada em oferecer ainda mais confiabilidade de fornecimento aos clientes da indústria e das distribuidoras comprometidos em soluções sustentáveis e competitivas. A operação comercial do módulo 2 da UPGN é fundamental também para aumentar a competitividade da empresa no novo ambiente dinâmico e competitivo do mercado de gás nacional.”
Para o diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobrás, William França, “a entrada em operação comercial dos dois módulos da UPGN é mais uma demonstração de uma empresa que está comprometida com o país. A Petrobras está reafirmando sua estratégia para o mercado de gás e preservando a sustentabilidade financeira de um projeto integrado com alta complexidade operacional”.
Desde novembro de 2024, a Petrobrás opera comercialmente na UPGN do Complexo de Energias Boaventura, contribuindo para a oferta de gás natural para o mercado nacional, reduzindo a dependência de importações. Além do gasoduto implantado para o escoamento de gás natural e da UPGN, a Petrobrás está trabalhando em projetos no Complexo que incluem duas termelétricas a gás para participação no leilão agendado para o final do próximo mês pelo setor elétrico, e unidades de refino para produção de combustíveis e lubrificantes, as quais estão com processos de contratações das obras em curso.
O Estado de S.Paulo - SP 06/05/2025
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que a queda dos preços do petróleo diante das incertezas geradas pelas tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, são um “verdadeiro problema” para a petroleira.
“O que realmente nos impacta é a queda do preço do petróleo. Esse é um problema real, e temos que cobrar dos nossos fornecedores para nos ajudar e nos apoiar, fornecendo projetos simples e de menor custo”, disse ela, na abertura da Offshore Technology Conference (OTC), maior conferência mundial da indústria de petróleo e gás em águas profundas, que acontece em Houston, no Texas (EUA), nesta semana.
As ações da Petrobras amargavam perdas de 2,26%, a ON, e 2,60%, a PN, por volta das 12h15, no horário do Brasil. A estatal anunciou nesta segunda redução de R$ 0,16 no preço do diesel no País a partir de terça-feira, 6.
Magda defendeu a necessidade de explorar novas áreas na indústria de petróleo. Sem isso, não há futuro para empresas do setor de águas profundas (offshore), avaliou ela, sem mencionar diretamente a Margem Equatorial, região costeira entre o Rio Grande do Norte e o Amapá e que é considerada uma espécie de ‘novo pré-sal’ no País. Depois de ter seu pedido de testes exploratórios negado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em 2023, a estatal aguarda nova decisão a respeito.
“O que realmente importa para nós é demanda. É a grande questão”, disse a presidente da Petrobras, em debate de abertura da OTC.
Enquanto outros porta-vozes enfatizavam a gestão do presidente dos EUA, Donald Trump, ela defendeu a importância de o setor de óleo e gás continuar investindo para desenvolver energias renováveis ainda que não esteja prevista uma reviravolta à frente, com a maioria da energia primária vindo de combustíveis fósseis.
“A transição energética é uma realidade para nós, mas temos que perceber que tudo isso é possível porque lucramos com a indústria do petróleo”, ponderou Magda.
Na sua visão, “não existe caminho” na indústria de petróleo em águas profundas sem o suporte de novas tecnologias, e a inteligência artificial (IA) ajuda a reduzir custos no setor.
“Não há caminho para a indústria de petróleo offshore sem tecnologia. A tecnologia nos ajuda não apenas a descobrir e enfrentar novas fronteiras, mas também a aumentar a produção em bases maduras”, avaliou ela, ressaltando também a importância da cadeia de suprimentos do setor energético, em especial, considerando a inflação dos últimos anos.
Valor - SP 06/05/2025
A organização dos países exportadores de petróleo surpreendeu o mercado ao decidir que irá implementar um novo aumento na oferta da commodity em junho
Os contratos futuros do petróleo fecharam em queda nesta segunda-feira (5), após a Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) surpreender o mercado e decidir, neste fim de semana, que irá implementar outro aumento na oferta da commodity em junho. O novo acréscimo será de mais de 400 mil barris por dia, repetindo a alta do mês de maio. Diante disso, grandes bancos como o Goldman Sachs e o Morgan Stanley diminuíram suas projeções para os preços do petróleo em 2025.
No fechamento, o petróleo tipo Brent (referência mundial) com vencimento em julho teve queda de 1,72%, cotado a US$ 60,23 por barril, e o WTI (referência americana) com entrega prevista para junho recuou 1,99%, a US$ 57,13 por barril.
Após o anúncio da Opep+, o Goldman Sachs aumentou sua previsão para o acréscimo a ser anunciado em julho, de 140 mil barris por dia para 410 mil. Por conta disso, o banco também reduziu sua projeção para o preço do Brent para a faixa de US$ 60 a US$ 56 no restante de 2025 e para US$ 56 a US$ 52 em 2026.
Na mesma linha, o Morgan Stanley reduziu suas estimativas para o preço do Brent no segundo trimestre de US$ 65 para US$ 60 e de US$ 62,50 para US$ 57,50 no segundo semestre de 2025. Já na primeira metade do ano que vem, o banco vê o preço do barril a US$ 55, ante previsão de US$ 65 anteriormente.
"A revisão da cota da Opep veio maior do que esperávamos e, provavelmente, é um precursor de novos aumentos de oferta para os próximos meses", disseram os analistas, em relatório. "Ela aponta para uma trajetória de produção significativamente mais alta do que a assumida anteriormente em nossos modelos e pesa negativamente sobre nossa perspectiva para os preços do petróleo."
Money Times - SP 06/05/2025
Apesar de incentivar e apoiar a indústria do petróleo durante toda sua campanha presencial, a volta de Donald Trump ao comando dos EUA reduziu os preços da commodity.
Desde sua posse em 20 de janeiro, os preços do barril brent, que é referência internacional, saíram de US$ 78,40 para US$ 60,05 — queda de 23,41%. Enquanto isso, o WTI, referência no mercado norte-americano, recuou 25,21%, de US$ 75,89 para US$ 56,76.
De acordo com Pedro Rodrigues, sócio-diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), do ponto de vista das tarifas, não houve um impacto objetivo na indústria de petróleo.
“O que mexe com os preços é toda essa volatilidade e insegurança no mercado. Uma volatilidade que vem de uma incerteza de como essas tarifas serão impostas, e que também diminuiu a expectativa de crescimento das economias. Esse cenário causou a redução do preço do barril, porque havia essa expectativa de que tivesse uma queda da demanda. Fora isso, a OPEP anunciou aumentos da produção de forma perspicaz, o que fez os preços ficarem abaixo de US$ 60, abaixo do breakeven [ponto de equilíbrio] para uma série de bacias de shale [óleo de xisto] nos EUA”.
Outro fator de baixa para o petróleo nesta semana fica pela decisão da Opep+ de acelerar ainda mais os aumentos na produção e desfazer seus cortes voluntários de 2,2 milhões de barris por dia até o final de outubro, caso os membros não melhorem os cumprimentos de suas metas de produção.
Os paradoxos para o petróleo
Rodrigues explica que, no final das contas, Trump criou um paradoxo para indústria que ele quer incentivar. “Quando ele causa essa volatilidade no mercado, o preço cai tanto que ele inviabiliza a própria indústria de shale”, afirma.
Segundo o especialista, há impactos negativos para o Brasil. “Quando o preço do petróleo cai, há uma diminuição de receitas que o Estado brasileiro recebe razão do petróleo, royalties e participações especiais”, completa.
Isso também provoca a redução de lucro da Petrobras (PETR4) e outras empresas de petróleo do Brasil.
Por outro lado, há um reflexo positivo: quando há uma diminuição do preço do barril, a pressão nos preços internos dos combustíveis também diminui.
“Tivemos o anúncio de redução de R$ 0,12 para o diesel em abril e agora uma nova redução prevista para amanhã (6) de R$ 0,16. Apesar da política de ‘abrasileiramento’ que ninguém entende, abre espaço para a companhia reduzir preços, diminuindo a pressão inflacionária para o consumidor”, diz.
Rodrigues reforça que quando a Petrobras começa a vender combustível mais barato do que no mercado internacional, a estatal acaba “deixando dinheiro na mesa”.
Valor - SP 06/05/2025
Projeto é parceria do governo do Mato Grosso do Sul com o federal; concessão, num total de 870 km, prevê R$ 6,9 bilhões de investimentos, com obras como a duplicação de 146 km
O leilão da concessão rodoviária da Rota da Celulose, no Mato Grosso do Sul, deverá ser disputado por quatro grupos. Entre os presentes na entrega de propostas, realizada nesta segunda (5), estavam o consórcio da Way com a Kinea; a XP; o BTG; e a K-Infra, segundo fontes. A concorrência está marcada para esta quinta-feira (8), na sede da B3, em São Paulo.
A concessão, que inclui um total de 870 km, prevê R$ 6,9 bilhões de investimentos, com obras como a duplicação de 146 km. Também foram estimados outros R$ 3,2 bilhões em custos operacionais para os 30 anos de contrato.
Trata-se da segunda tentativa de licitar o contrato. Na primeira, em dezembro do ano passado, não houve interessados.
Naquele momento, um dos principais problemas apontados pelo mercado foi o subdimensionamento do valor das obras, o que vinha levando a um retorno apertado ao projeto. Além disso, fontes observaram riscos associados ao modelo de cobrança de pedágio “free flow” no contrato. Adicionalmente, como o setor de rodovias vive uma onda de licitações de novas concessões, a avaliação de analistas é que o nível de exigência dos investidores em relação aos projetos se tornou maior.
Agora, com as reformulações e o aumento do retorno previsto do contrato, a licitação superou as expectativas ao atrair quatro empresas.
O projeto é uma parceria do governo do Mato Grosso do Sul com o federal, e o trecho inclui estradas dos dois entes. Porém, a regulação da concessão ficou a cargo da agência reguladora estadual.
"Estamos otimistas com o resultado do leilão, que evidenciou o forte interesse do mercado após os aprimoramentos no projeto. As revisões trouxeram um equilíbrio entre a qualidade dos serviços oferecidos ao usuário e a atratividade para o investidor. A entrega das propostas já demonstrou uma elevada competitividade, o que aumenta nossa confiança no sucesso da concessão e nos resultados positivos que ela deve gerar para a atração de investimentos para os próximos 30 anos e avanços importantes na infraestrutura rodoviária de Mato Grosso do Sul", afirmou, em nota, a secretária de Parcerias Estratégicas de Mato Grosso do Sul, Eliane Detoni, após a entrega das propostas.
Concorrentes
O grupo Way já opera uma concessão rodoviária no Mato Grosso do Sul, a Way-306, por isso vinha sendo apontada como uma das prováveis proponentes no leilão. Além disso, no ano passado a empresa firmou uma parceria com a gestora de investimentos Kinea para expandir sua atuação no setor. Desde então, o grupo já conquistou a concessão rodoviária da Rota do Zebu, em Minas Gerais.
A XP e o BTG já vêm disputando leilões de concessões rodoviárias. A XP concorreu no leilão da Rota Verde, em Goiás, em dezembro do ano passado, e o BTG já participou de diversas licitações do segmento — como a Rota dos Cristas entre Minas Gerais e Goiás, a Rota do Zebu, e a Rota Verde — além de analistas oportunidades no mercado secundário, segundo fontes.
Já a K-Infra, que segundo fontes seria a quarta proponente, opera a Rodovia do Aço, no Rio de Janeiro, mas enfrenta um processo de caducidade da concessão. O grupo recentemente chegou a disputar o leilão de um dos lotes de rodovias do Mato Grosso, mas perdeu a disputa.
Agrolink - RS 06/05/2025
O setor de máquinas agrícolas no Brasil vem enfrentando desafios significativos nos últimos anos, mas há sinais concretos de recuperação. Depois de uma retração expressiva, as projeções para 2025 indicam um crescimento de 8,2%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Além disso, em janeiro deste ano, o setor registrou uma receita líquida de R$ 4,2 bilhões, um crescimento de 23,3% em relação ao mesmo período de 2024. Esses números mostram que, apesar das dificuldades, há espaço para otimismo e um caminho para a retomada do crescimento.
O mercado enfrentou um período de queda devido a uma combinação de fatores, como condições climáticas adversas, redução nos preços das commodities agrícolas e dificuldades no acesso ao crédito. A concorrência internacional também se intensificou, especialmente com a entrada de máquinas importadas da China e da Índia, que juntas responderam por mais de 80% das importações em 2024. Mas, diante desse cenário desafiador, há alternativas viáveis para fortalecer a indústria nacional e garantir um futuro mais promissor para o setor.
Uma das chaves para essa retomada passa pelo acesso ao crédito. Precisamos de políticas de financiamento mais atrativas, como aprimoramentos no Plano Safra e no BNDES, que garantam melhores condições para os agricultores investirem em novas máquinas. Também é essencial reavaliar a porcentagem do Imposto de Importação, que pode chegar em até 60% a depender do valor do produto, para equilibrar a competitividade da indústria nacional frente aos produtos estrangeiros.
Além disso, a reindustrialização do setor pode trazer ganhos significativos, fortalecendo a cadeia de fornecedores e incentivando a inovação tecnológica. Um programa de renovação da frota, estimulando a substituição de equipamentos antigos por modelos mais modernos e eficientes, também contribuiria para um mercado mais dinâmico. E não podemos esquecer o papel das exportações: políticas de garantia e financiamento podem ampliar a presença das fabricantes brasileiras no exterior, diversificando os mercados e reduzindo a dependência do consumo interno.
Outro ponto que merece destaque é a política de compras públicas. Ao priorizar a indústria nacional em licitações governamentais, garantimos não apenas a demanda interna, mas também o fortalecimento da geração de empregos no setor. Esse tipo de estratégia tem um impacto direto no crescimento da economia e na competitividade das empresas brasileiras.
A recuperação do setor de máquinas agrícolas está em curso, e o momento exige ação coordenada entre governo, indústria e produtores. Com as políticas certas, podemos consolidar essa retomada e garantir que o Brasil continue sendo um dos principais mercados de máquinas agrícolas do mundo. O otimismo é real, e os números começam a refletir isso. Agora, é hora de transformar essa tendência positiva em um crescimento sustentável de longo prazo.
*Antonio Semmler é diretor da Motocana, uma das maiores fabricantes de equipamentos personalizados para movimentação de carga pesada no país e referência em maquinário agrícola, atuando nos setores canavieiro, florestal, sucata, guindaste e diversos.
IstoÉ Dinheiro - SP 06/05/2025
As vendas de tratores tiveram queda de 11% em março, frente a igual mês de 2024, somando 3,3 mil unidades. Frente a fevereiro, o número representa uma queda de 12,8%, segundo levantamento divulgado nesta segunda-feira, 5, pela Fenabrave, associação que, além das concessionárias de carros, representa revendedores de equipamentos usados no campo.
Apesar do resultado mensal negativo, as vendas de tratores tiveram crescimento de 21,6% no primeiro trimestre, totalizando 10,1 mil unidades no acumulado dos três meses. O presidente da Fenabrave, Arcelio Junior, pondera que o resultado se dá sobre uma base comparativa baixa. “É importante lembrar que o crescimento acontece sobre resultados negativos, obtidos em 2024, quando as vendas tiveram queda.”
Algumas culturas agrícolas, observa o executivo, têm registrado maior rentabilidade, como café, citrus, cana e arroz, o que tem reflexo no apetite do produtor em investir em máquinas. “O Sul e o Sudeste impulsionaram as vendas de tratores”, comenta Arcelio Junior.
O balanço da Fenabrave mostra também que 251 colheitadeiras de grãos foram vendidas em março, uma queda de 34,3% no comparativo interanual. Em relação a fevereiro, a queda no segmento foi de 10,4%. No primeiro trimestre, as vendas de colheitadeiras, de 793 unidades, recuaram 14,3%.
Enquanto as vendas de carros podem ser atualizadas diariamente com base nos licenciamentos de veículos, os números de máquinas agrícolas precisam ser levantados com os fabricantes. Por isso, as estatísticas têm defasagem de um mês em relação ao balanço das vendas de automóveis, divulgado hoje pela Fenabrave com dados já relativos a abril.