Clipping Diário

16 | Maio | 2025

SIDERURGIA

O Estado de S.Paulo - SP   16/05/2025

Os Estados Unidos concluíram que a indústria americana foi alvo de “dano material” devido às importações de ferrossilício provenientes do Brasil, Casaquistão e Malásia.

Segundo documento da Comissão de Comércio Internacional dos EUA (USITC, na sigla em inglês), esses produtos foram “vendidos a preços abaixo do valor justo” e “subsidiados pelos governos” dos três países. A decisão será publicada oficialmente nesta sexta-feira, 16, no Federal Register, o diário oficial americano.

Segundo o relatório, as importações brasileiras de ferrossilício, liga usada na produção de aço e alumínio, contaram com “subsídios do governo”, o que distorceu o comércio e afetou fabricantes norte-americanos como a CC Metals and Alloy e a Ferroglobe USA, citadas no documento.

A investigação, aberta em março de 2024, concluiu que as práticas comerciais do Brasil, Casaquistão e Malásia justificam a aplicação de “tarifas antidumping” e “medidas compensatórias”.

A USITC acrescentou que “importações sujeitas a determinações afirmativas de circunstâncias críticas” não devem anular os efeitos das futuras tarifas.

Na prática, isso permite aos EUA impor taxas retroativas sobre produtos que ingressaram no mercado antes da decisão final. Caso as medidas sejam confirmadas, os exportadores do Brasil deverão enfrentar aumento de custos.

Diário do Comércio - MG   16/05/2025

A Usiminas compõe, pelo terceiro ano consecutivo, o Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 (ISE B3), a bolsa de valores brasileira. A 20ª carteira, válida para o ciclo 2025/2026, reúne 82 empresas de 40 setores. A Usiminas segue sendo a única representante da indústria do aço no índice.

Criado em 2005 pela B3, o ISE é uma iniciativa pioneira na América Latina e o quarto índice de sustentabilidade lançado no mundo. Ele avalia o desempenho das companhias a partir de critérios de sustentabilidade corporativa, envolvendo aspectos como governança, capital humano, meio ambiente, modelo de negócio, mudanças climáticas e capital social.

A inclusão consecutiva da Usiminas no índice reforça o compromisso da empresa com a responsabilidade socioambiental e com a gestão transparente e sustentável dos seus negócios. “A seleção para o ISE reflete o nosso compromisso contínuo com a sustentabilidade, integrando práticas responsáveis aos nossos processos e valorizando o respeito à comunidade e ao meio ambiente”, ressalta Danielle Pinto Maia, da área de Sustentabilidade da Usiminas.

Danielle explica por que é importante a permanência no índice. “A participação no ISE B3 fortalece a reputação institucional, a atração de investidores que priorizam empresas com boas práticas ESG (Ambiental, Social e Governança) e a oportunidade de aprimoramento contínuo dos nossos processos”, destaca.

ECONOMIA

Portal Fator Brasil - RJ   16/05/2025

Indústria fluminense foi uma das principais influências positivas no país.

A produção industrial do Estado do Rio cresceu 4,5% na passagem de fevereiro para março, ficando acima da produção nacional (1,2%). Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, divulgada no dia 14 de maio (quarta-feira) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação anual – março de 2025 perante março de 2024. o Rio de Janeiro acumula ainda alta de 3,2%, patamar superior à média nacional (3,1%).

— Esse é um resultado significativo para a economia fluminense, pois consolida o Estado do Rio como um polo estratégico de crescimento industrial no país. O avanço contínuo da indústria é fundamental para a geração de empregos e renda, atração de investimentos e fortalecimento da cadeia produtiva regional, contribuindo para o desenvolvimento econômico sustentável e para o aumento da competitividade do Rio de Janeiro no cenário nacional — afirma o governador Cláudio Castro (PL).

A secretária interina estadual de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços, Fernanda Curdi, destaca que a indústria fluminense apresentou um dos principais avanços, entre os estados.

— Os dados reforçam o papel estratégico do Rio de Janeiro na retomada do crescimento industrial do país. Temos um parque produtivo diversificado, com forte presença nos setores de óleo e gás, siderurgia, automotivo e alimentos. Esse desempenho é resultado do ambiente favorável que estamos consolidando para atrair investimentos e fortalecer a competitividade da indústria fluminense — afirma Fernanda Curdi.

O Estado de S.Paulo - SP   16/05/2025

Com mais empregos e maior atividade em todos os grandes setores, a economia avançou no primeiro trimestre, mas com inflação anual em torno de 5,5% e perspectiva de contas federais ainda esburacadas, apesar do superávit primário de R$ 54,5 bilhões nos três primeiros meses ao ano. Esse resultado é mais que o dobro do obtido em igual período de um ano antes, R$ 20,2 bilhões.

Até dezembro, o governo central deverá acumular um déficit primário — sem inclusão dos juros — de 64,2 bilhões, segundo projeção da Instituição Fiscal Independente (IFI), vinculada ao Senado mas sem subordinação técnica ou política.

O rombo fiscal estimado para 2025 equivale a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) projetado para o ano. Para 2026 calcula-se um buraco de R$ 128 bilhões, próximo de 1% do valor produzido.

O ministro da Fazenda tenta conter a despesa, buscando equilibrar as finanças federais, mas para isso precisa da cooperação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na política presidencial, no entanto, o gasto público é tratado como estimulante indispensável ao crescimento e à inclusão dos grupos pobres. Além disso, a despesa federal é pressionada também pelos interesses do PT em relação às eleições de 2026.

Por enquanto, o cenário de crescimento é favorável ao governo. A produção industrial aumentou 1,9% no primeiro trimestre e 3,1% em 12 meses.

De janeiro a março o setor de serviços avançou 2,4% e em 12 meses produziu 3% mais que no período anterior.

O volume vendido pelo comércio varejista expandiu-se 1,2% nesse início de ano e 3,1% em 12 meses, sinalizando melhora nas condições de consumo de grande parte da população.

No campo, o cenário também é positivo, com novo recorde estimado para a safra de grãos, oleaginosas e leguminosas: 328,4 milhões de toneladas, volume 12,2% maior que o do ano agrícola anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses números apontam cenário positivo tanto para o consumo das famílias brasileiras quanto para o volume das exportações.

Os dados positivos estimados para todos os grandes setores são insuficientes, no entanto, para sustentar previsões de crescimento muito acima do ritmo dominante nos últimos dez ou quinze anos.

As expectativas do mercado financeiro têm melhorado nas últimas semanas, mas lentamente. No boletim Focus divulgado na segunda-feira, 12, a mediana das projeções apontou expansão de 2% para o PIB, neste ano, e de 1,7% em 2026. Para 2025 a inflação projetada ficou em 5,5%, pouco abaixo da registrada um mês antes.

As melhoras da economia parecem ainda insuficientes para motivar maior otimismo entre os investidores e operadores do mercado — ou, talvez, para mudar suas expectativas quanto à orientação do governo.

O Estado de S.Paulo - SP   16/05/2025

Hoje voltamos a falar de Trump e suas tarifas. A guerra comercial entre os EUA e o mundo teve grande retrocesso na segunda-feira passada diante do anúncio de que o país reduzirá de 145% para 30% as tarifas de importação sobre produtos chineses, enquanto a China reduzirá suas tarifas sobre produtos americanos de 125% para 10%. O problema é que a redução é temporária e vigorará por 90 dias, deixando no ar alguma incerteza quanto ao retorno de tarifas mais altas. Trump deve ter percebido que a encrenca do seu tarifaço estava causando problemas para o seu próprio país e sua própria popularidade. Mas, ainda assim, deu nova mostra de sua instabilidade.

Segundo mostrou o jornalista Assis Moreira, no jornal Valor (13/5), “(...) Trump falava em diminuir as alíquotas para algo como 80%, na sexta-feira”.

Esse assunto do tarifaço de Trump alcançou as manchetes recentes, mas são escassas as referências à origem da encrenca. A raiz dessa briga entre EUA e China está nos resultados do comércio entre os dois países.

Segundo reportagem do Estadão da mesma data (EUA e China anunciam acordo de suspensão parcial de tarifas comerciais por 90 dias, B1), “(...) o comércio entre as duas potências somou cerca de US$ 585 bilhões no ano passado. Os EUA importaram uma fatia bem maior, por volta de US$ 440 bilhões, enquanto os americanos venderam US$ 145 bilhões para Pequim. O déficit comercial dos EUA hoje em relação à China – de US$ 295 bilhões – equivale a 1% do PIB americano”, o que não é pouca coisa. Há tempos o desequilíbrio é alto, esse déficit incomoda muito o governo dos EUA e acabou gerando a reação inicialmente agressiva de Trump. A propósito, Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, assim se manifestou: “Queremos comércio. Queremos um comércio mais equilibrado”. Segundo a Folha de S.Paulo, na mesma data, a disputa tarifária paralisou quase US$ 600 bilhões em comércio bilateral, interrompendo cadeias de suprimentos, despertando temores de estagflação e provocando algumas demissões.

A reunião que levou às novas tarifas recíprocas entre os dois países ocorreu em Genebra no fim de semana passado, e causou impressão a rapidez com que se chegou às novas tarifas. Reuniões desse tipo devem continuar, pois ainda há vários problemas a resolver no contexto do comércio entre os dois países. Bessent também disse que o “(...) acordo é apenas o começo de uma negociação entre as potências e que, nas próximas semanas, os países voltarão a se encontrar para firmar um acordo comercial mais amplo”. Também é bom saber que há essa disposição de discutir, o que foi assinalado por várias autoridades e analistas. O mesmo Scott Bessent afirmou: “O consenso de ambas as delegações neste fim de semana é que nenhum dos lados quer uma dissociação. (...) E o que estava ocorrendo com essas tarifas muito altas era o equivalente a um embargo”. Do lado chinês, um comunicado instou os EUA a “(...) retificar completamente o erro das tarifas unilaterais e trabalhar em conjunto para injetar mais certeza e estabilidade na economia global”. Logo após o anúncio, na segunda-feira, os mercados de ações dos países mais importantes, em particular os dos dois países mais envolvidos, reagiram positivamente, o que é um sinal de que o recuo foi bem recebido. O Ibovespa só reagiu na terça-feira, também influenciado pela boa notícia.

Vendo a coisa aqui do Brasil, a redução das tarifas, evidentemente, leva a uma redução das tensões de que estavam tomados os agentes econômicos afetados por esta questão. Mas permanecem outras que lhes causam problemas. Para as empresas importarem ou exportar mais, ou menos, é preciso definir o quê, o quanto e a que preço, a logística e os investimentos necessários, bem como seus riscos, que incluem mudanças tarifárias. Assim, esses 90 dias de prazo continuarão mantendo incertezas que prejudicarão o processo decisório. Portanto, é preciso alcançar logo decisões aceitas pelas partes envolvidas e afirmar que o processo foi concluído. Governantes costumam decidir sem se preocupar com o impacto de suas decisões sobre quem vai atuar sob o impacto delas, o que pode prejudicar a sua eficácia.

Portanto, mais 90 dias de incertezas menores, mas ainda prejudiciais.

Outra notícia boa desta semana foi que, segundo o noticiário, em sua recente viagem à China, o presidente Lula acertou a vinda de R$ 27 bilhões para investimentos no Brasil, a serem realizados por empresas chinesas, entre elas a GWM, uma das maiores montadoras chinesas, a Meituan, plataforma de delivery que anunciou um grande desembolso para atuar no mercado de entrega por meio do aplicativo Keeta.

O noticiário mencionou outras empresas chinesas nos setores de energia e tecnologia verde. Sei de acordos entre governos que não se materializaram na prática, encalhando por uma razão ou outra, como por falta de gestão e de recursos. Neste caso, entretanto, as promessas foram feitas por empresas chinesas e em público, o que me parece reduzir a probabilidade de fracassos.

O Estado de S.Paulo - SP   16/05/2025

Após elevar a taxa básica de juros ao maior nível desde 2006, o Comitê de Política Monetária (Copom) deu alguns sinais de que pode interromper o ciclo de alta iniciado no ano passado, que levou a Selic a 14,75% ao ano. A ata da reunião realizada na semana passada deixou em aberto a possibilidade de aumento dos juros em mais 0,25 ponto porcentual, mas, para a maioria dos analistas do mercado financeiro, o Banco Central (BC) parece mais inclinado a deixar os juros onde estão por bastante tempo do que a ampliar o aperto monetário.

Muita coisa mudou desde setembro de 2024, quando o BC aumentou a Selic em 0,25 ponto porcentual, de 10,50% para 10,75% ao ano. Era a primeira vez que a autoridade monetária elevava os juros no governo de Lula da Silva. À época, o Copom reconheceu que a economia crescia acima de sua capacidade, admitiu que havia mais chances de que a inflação subisse do que caísse e mencionou a política fiscal expansionista do Executivo como um dos fatores a incentivar o consumo e a demanda agregada.

Sobre os Estados Unidos, a expectativa do Copom era de uma desaceleração gradual e ordenada da economia, cenário que mudou de maneira drástica após a eleição de Donald Trump. Ninguém, à época, poderia imaginar que uma das economias mais beneficiadas pela globalização adotaria uma agressiva política comercial, sem poupar nem mesmo parceiros históricos como México e Canadá.

As idas e vindas dos Estados Unidos nessa seara ampliaram as incertezas no cenário global. Entre a reunião da quarta-feira da semana passada e a divulgação da ata da reunião na terça-feira passada, Estados Unidos e China anunciaram uma trégua. Pelos próximos 90 dias, os Estados Unidos reduzirão as taxas sobre as importações chinesas de 145% para 30%, enquanto a China cortará o imposto sobre produtos norte-americanos de 125% para 10%.

Até agora, a bagunça promovida por Trump contribuiu para desvalorizar o dólar e, consequentemente, valorizar o real, o que fez com que o câmbio voltasse a ser cotado a níveis próximos de R$ 5,60, o que não ocorria há sete meses. Um câmbio mais valorizado ajudaria a conter os preços e facilitaria o trabalho do Banco Central de conduzir a inflação à meta de 3%.

Por outro lado, o acordo entre as duas potências reduz as apostas de que os Estados Unidos enfrentarão uma estagflação, ou seja, um misto de recessão econômica com inflação elevada, e tende a valorizar o dólar ante outras moedas, inclusive a brasileira. O cenário também diminui as chances de uma redução nos preços das commodities em razão da menor demanda da China, e manteria sob pressão a inflação, em particular a de alimentos.

Como há dúvidas sobre a perenidade desse acerto, o BC está correto ao manter suas cartas na manga até a próxima reunião do Copom, nos dias 17 e 18 de junho. Internamente, a inflação e seus núcleos permanecem acima da meta. Alguns indicadores, no entanto, apontam para uma desaceleração da atividade econômica, como sondagens empresariais, balanços de empresas e mercado de trabalho.

Ainda assim, o governo de Lula da Silva continua a dar trabalho ao Banco Central. No mercado de crédito, quando os juros mais altos começavam a conter a demanda em algumas linhas direcionadas a pessoas físicas, o Executivo decidiu lançar o crédito consignado privado para trabalhadores com carteira assinada. Para o Copom, é cedo para estimar o impacto do programa na economia, mas é possível que haja uma alteração estrutural no mercado de crédito. Se esse for o caso, a medida também terá de ser incorporada nos cenários com os quais o BC trabalha para definir os juros.

Por mais que o governo negue, a política fiscal tem causado um “estímulo significativo” na economia nos últimos anos, segundo o Copom. E como não há nenhuma esperança de que o governo tire o pé do acelerador até a eleição do ano que vem, tampouco há razões para acreditar que a taxa básica de juros possa cair significativamente até lá.

Infomoney - SP   16/05/2025

A disputa comercial entre Estados Unidos e China, que voltou ao centro do debate global após a retomada das tarifas americanas impostas pelo presidente Donald Trump, pode acabar beneficiando o Brasil em um aspecto inesperado: a inflação de bens industriais. Com a imposição de barreiras tarifárias, parte dos produtos chineses que antes tinham como destino o mercado americano tende a buscar novos compradores — e o Brasil aparece como um candidato natural para absorver parte desse excedente.

Segundo estimativas do Itaú BBA, o aumento da presença de mercadorias chinesas nas importações brasileiras pode exercer uma força de contenção nos índices de preços. Hoje, os produtos que vêm da China representam cerca de 15% das importações brasileiras, contra 6% em 2017. Nos Estados Unidos, a demanda por esses mesmos itens tem perdido força, o que abre espaço para uma realocação global do comércio.

O banco estima que um avanço de 10 pontos percentuais na participação chinesa nas importações do Brasil, mesmo sem novas quedas de preços, pode levar a uma redução de até 0,20 ponto percentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O efeito seria ainda maior se os produtos vierem acompanhados de preços mais baixos, cenário observado desde o fim da pandemia de covid-19. Nesse caso, a inflação poderia ceder até 0,50 ponto percentual.
Boa parte dessa projeção, diz o BBA, está ancorada na sobreposição entre os principais itens comprados por Brasil e Estados Unidos da China. Dez grupos de produtos, como máquinas e aparelhos elétricos, instrumentos mecânicos, plásticos e fertilizantes, respondem por 80% das importações brasileiras e 65% das compras americanas. A semelhança nas cestas de consumo facilita a substituição geográfica dos destinos.

Cálculos do Itaú BBA apontam que há uma correlação inversa entre a fatia que os EUA ocupam nas exportações chinesas e a que cabe ao Brasil. Para cada ponto percentual de queda dos EUA nesse comércio, explicam os analistas, o Brasil tende a ganhar 0,12 ponto.

Se os Estados Unidos, por efeito de tarifas ou incertezas nas regras comerciais, reduzirem suas importações da China em até 70%, o equivalente a cerca de US$ 300 bilhões, a participação brasileira nesse fluxo poderia aumentar cerca de um ponto, o que significaria uma elevação de até 10 pontos nas importações brasileiras de origem chinesa.

Segundo os estrategistas, esse realinhamento pode ajudar a explicar por que os modelos econômicos têm superestimado a inflação de industriais nos últimos dois anos. Uma análise conduzida pelo banco mostra que, nos períodos em que os preços de importação recuam, os erros de previsão dos modelos tendem a aumentar, indicando que a inflação real fica abaixo da projetada. Para cada ponto percentual de queda no preço de importação, a inflação de bens industriais tende a cair 0,4 ponto, segundo a análise histórica de dados entre 2017 e 2024.

O banco testou também uma versão alternativa do modelo, incorporando variáveis como salários, commodities e preços de importação, com destaque para a origem dos produtos. A elasticidade estimada para os preços de importação ficou em 0,30, reforçando o peso dessa variável na formação dos preços domésticos. A conclusão do estudo é de que o aumento da presença de produtos chineses pode gerar um alívio gradual e contínuo nos preços da indústria nacional.

Ainda que o movimento não ocorra de forma imediata, e dependa do apetite de importadores e da ausência de barreiras adicionais, o Brasil surge como rota viável para a redistribuição dos fluxos comerciais que antes eram direcionados aos EUA. Com a inflação doméstica enfrentando pressões em outras frentes, analistas projetam que a entrada de bens industriais a preços mais baixos pode se tornar um fator de alívio para o bolso do consumidor, ao menos no segmento de bens duráveis e insumos industriais.

As estimativas não consideram eventuais mudanças na política de impostos sobre importação, que poderiam alterar esse quadro. A tendência observada até aqui, contudo, sugere que a disputa entre as duas maiores economias do planeta pode, por vias indiretas, contribuir para manter a inflação brasileira sob controle.

MINERAÇÃO

Revista Mineração - SP   16/05/2025

Com um aporte de cerca de R$ 100 milhões no Projeto 3,5M, a LGA Mineração planeja a modernização da sua planta industrial, focada na flexibilidade do abastecimento de matérias-primas e processamento, aumento da qualidade do minério final e ganho em eficiência logística e ambiental.

O projeto tem previsão de entrar em operação plena no segundo semestre de 2025, com a capacidade de processar ROMs (run of mine) com menor teor de ferro, além de mais abundantes, muitos deles desprezados por outros players da região e transformá-los em concentrados com mais de 65% de ferro para atender siderúrgicas com metas de descarbonização.

A estrutura do Projeto 3,5M inclui nova britagem, um sistema de moagem inovador, melhorias no circuito de concentração e a instalação de um novo filtro prensa em parceria com a gigante chinesa JingJin.

Sem lavra própria, o modelo de negócios da LGA se consolidou ao longo de mais de 15 anos de atividade como uma rede de suprimentos com fornecedores de matérias-primas, estruturando processos industriais que agora exigem uma alta adaptabilidade técnica.

Para o CEO da LGA Mineração, Paulo Soares Toledo, o projeto 3,5M é a base que vai preparar a empresa para competir em um mercado que exige qualidade, rastreabilidade e impacto ambiental positivo.

“Nossa estratégia é pensar além do ciclo imediato. O novo sistema de produção vai além da produtividade: ele reduz emissões, reutiliza recursos e transforma passivos minerais em insumos valiosos”, afirma Soares.

“A indústria minero-siderúrgica está em um momento de transição, e é crucial que estejamos preparados para navegar por essas mudanças com agilidade”, complementa o diretor comercial da LGA, Wellington Ceciliano.

Para ele, o Projeto 3,5M transforma o que antes era visto como fragilidade, a ausência de lavra em diferencial competitivo. “Nossa localização no centro do quadrilátero ferrífero nos permite acessar diversos tipos de ROM. O que o projeto traz é justamente a tecnologia para processar qualquer tipo de minério disponível. Isso nos coloca em posição estratégica e reduz nossa exposição a riscos de suprimento”, explica.

Os resultados comerciais já estão sendo registrados pela empresa. Em 2024, mais de 60% da produção da LGA já superava os 62% de ferro, com um aumento de 15% no volume produzido em relação a 2023. A companhia também viu crescer sua fatia no mercado internacional: mais de 15% das vendas foram destinadas indiretamente à exportação.

A partir do funcionamento pleno do novo sistema em pleno, a expectativa é de que 100% da produção ultrapasse a faixa de 62% de ferro, com parte significativa acima dos 65%. Esses produtos, além de mais valorizados, geram menor consumo energético e menos emissão de CO2 nas etapas seguintes da cadeia.

A planta continua operando com empilhamento a seco sem barragens de rejeito e com reaproveitamento de até 95% da água utilizada.

Essa orientação ESG também se estende à logística. A LGA tem investido na redução da circulação de caminhões, seja pela melhoria da qualidade do ROM, que exige menos transporte para blending, seja pelo uso de circuitos logísticos fechados que evitam deslocamentos vazios. Um projeto de terminal ferroviário está em avaliação para a unidade de Lobo Leite, o que poderá reduzir ainda mais os custos operacionais e emissões.

Para Ceciliano, a inovação continuará sendo a alavanca da competitividade da LGA nos próximos anos. “Investir em pesquisa e desenvolvimento vai nos permitir não apenas melhorar nossos processos e reduzir custos, mas fortalecer nossa posição diante de um mercado cada vez mais exigente em sustentabilidade e rastreabilidade”, conclui.

AUTOMOTIVO

Auto Industria - SP   16/05/2025

O Sindipeças acaba de atualizar o seu relatório conjuntural com dados até o mês de março e as perspectivas de negócios para os próximos meses. A receita líquida nominal avançou 17,8% no trimestre e, em termos reais, 13,8%, acompanhando desempenho positivo do mercado e das montadoras.

“Até aí, desborda o lado positivo da história”, destaca a entidade. “Porém, como os resultados mostram desaceleração (as taxas de variação têm sido decrescentes), podendo se agravar nos próximos meses, afigura-se o temor. Em outras palavras, não é pequena a probabilidade de que o segundo semestre apresente desempenho pior do que o de idêntico período de 2024”, complementa o relatório.

Em função do resultado de março, as autopeças temem por resultados piores já a partir de agora. Em termos nominais, as vendas para montadoras recuaram 2% no terceiro mês do ano sobre fevereiro e houve queda de 4% no mercado de reposição. Somente as exportações lograram crescimento no mês, de 6,6%.

“Em resposta a esse cenário, a utilização de capacidade reagiu com queda de 1,5 ponto porcentual – para 74% – e o saldo de empregados encolheu 6,2% frente ao mês anterior, indicando que as empresas do setor aguardam resultados mais fracos do segundo trimestre para frente”, avalia o Sindipeças.

Além dos números de março, o temor leva em conta o aumento dos juros básicos, a expectativa de perda de dinamismo do mercado de trabalho, a forte volatilidade cambial e as incertezas sopradas pelos ventos que vêm de fora, como o tarifaço de Donald Trump nos Estados Unidos, guerra no Leste Europeu, acirramento das tensões na Faixa de Gaza e o recente episódio entre Índia e Paquistão.

A entidade até cita medidas do governo para mitigar os riscos de uma desaceleração mais forte da economia, como a liberação do saldo das contas vinculadas ao FGTS para os trabalhadores que optaram pela modalidade do saque-aniversário, a instituição do modelo de crédito consignado privado e a antecipação do 13º salário para aposentados e pensionistas do INSS .

Mas mesmo assim deixa claro o temor por dias pioores a partir deste primeiro trimestre e, em especial, na segunda metade do ano.

Veja - SP   16/05/2025

Entre 24 segmentos da indústria de transformação, o setor automotivo foi o que mais investiu em inovação em 2023. Foram 6,6 bilhões de reais em aportes, correspondentes a 20% do total investido pela indústria em geral, no período, segundo a pesquisa mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o tema. Duas a cada três empresas do setor automotivo brasileiro apresentaram iniciativas de inovação em 2023, o que representa um aumento de 13% em relação ao ano anterior. Os dados foram compilados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Valor - SP   16/05/2025

Guanajuato, a noroeste da Cidade do México, é fortemente impactado pela tarifa de 25% dos EUA sobre carros importados, já que 80% das exportações automotivas do Estado são destinadas aos EUA

Alguns fabricantes japoneses de autopeças estão aumentando seus investimentos no México, mesmo com montadoras considerando transferir a produção para fora do país, mostrando o impacto desigual das tarifas dos Estados Unidos.

Está previsto um investimento adicional de US$ 115 milhões no Estado de Guanajuato, o coração da indústria automotiva mexicana, enquanto as fabricantes japonesas constroem novas fábricas ou ampliam plantas já existentes.

A governadora Libia Dennise Garcia Munoz Ledo afirmou, em entrevista ao "Nikkei Asia", que recebeu respostas positivas de empresas “que gostariam de continuar investindo em Guanajuato e fortalecer suas relações conosco”. Os investimentos planejados incluem US$ 20 milhões da Senyo, US$ 19,8 milhões da SK Tec e US$ 11 milhões de uma joint venture entre Atecs e Nagase.

Reconhecendo que as tarifas impostas por Trump criam uma “situação difícil”, ela também pediu cooperação entre o Estado e as empresas afetadas antes das negociações comerciais. Guanajuato, a noroeste da Cidade do México, é fortemente impactado pela tarifa de 25% dos EUA sobre carros importados, já que 80% das exportações automotivas do Estado são destinadas aos EUA.

Após reuniões com executivos da Toyota, Honda e Mazda, que possuem fábricas no Estado, a governadora declarou: “Estou transmitindo ao governo os pedidos das empresas estrangeiras, com a esperança de que negocie [com os EUA] para manter a situação anterior à imposição das tarifas”.

Peças automotivas também são taxadas em 25%. Porém, em 30 de abril, o presidente Donald Trump amenizou a situação ao conceder créditos para montadoras por veículos montados nos EUA, que podem ser usados para compensar o custo das peças importadas, dando mais tempo para ajustar as cadeias de suprimentos.

A Honda considera aumentar a produção nos EUA realocando parte da produção do México e do Canadá. A empresa, assim como outras montadoras japonesas, prevê queda significativa nos lucros este ano devido às tarifas e à valorização do iene.

No entanto, Garcia se mostrou confiante de que a produção não será transferida. “Há falta de mão de obra na manufatura nos EUA, e muitas empresas enfrentam esse problema”, disse ela. “Em comparação, o emprego não é problema no México.”

A governadora espera que um acordo seja alcançado nas negociações. “Acho que o impacto sobre os consumidores pode ser uma moeda de troca para o México.”

A Ford afirmou ter aumentado os preços nos EUA de veículos fabricados no México, o que seria a primeira vez que uma marca americana eleva preços após a imposição das tarifas.

Em uma mensagem dirigida a Trump, ela declarou: “As Américas são uma região onde países com grande potencial estão concentrados. Esse potencial só pode ser realizado trabalhando juntos.”

“Gostaria de dizer [a Trump] que seria benéfico colaborar e trabalhar juntos como parceiros.”

Desde 2012, o investimento direto anual do Japão no México varia entre US$ 1,6 bilhão e US$ 2,5 bilhões, tendo sido US$ 1,8 bilhão em 2022, segundo o Banco de Cooperação Internacional do Japão.

Infomoney - SP   16/05/2025

Com liderança consolidada nas trocas automotivas com o Brasil, a Argentina foi o principal destino e origem dos veículos comercializados no primeiro trimestre de 2025. A Análise Setorial do Data OLX Autos mostra que os argentinos concentraram 69% das exportações brasileiras no setor, à frente do México (7%) e da Colômbia (6,9%).

Do lado das importações, os “hermanos” também lideram, com 33% de participação, enquanto a China aparece em segundo lugar, com 22%, seguida pelo México, com 15%.

O relatório, que usou como base dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), indica também uma dinâmica positiva nas relações comerciais do segmento automotivo brasileiro. Entre março do ano passado e março de 2025, as exportações cresceram 15,3%, e as importações, 23,4%.
No primeiro trimestre, as vendas de automóveis leves ao exterior avançaram 38,7%, ritmo superior ao das importações, que subiram 25,4% no mesmo período.

“A recuperação econômica da Argentina acabou impulsionando esses resultados e posicionou o país como parceiro relevante do Brasil, tanto como destino quanto origem desses veículos”, explica Flávio Passos, VP de Autos do Grupo OLX.

Inclusive, no que diz respeito às importações de carros deste ano, os hermanos estão passando na frente da China. Isso porque, no acumulado entre janeiro e novembro de 2024, os carros chineses respondiam por 40% das origens, frente a 27% dos argentinos.

Segundo Passos, os dados apontam para um cenário positivo para o setor automotivo, com estabilidade tanto na concessão real de crédito quanto no volume de financiamentos para a aquisição de veículos — isso tudo, apesar do aumento dos juros e da inadimplência. “Entre janeiro e março, observamos um crescimento na produção e nas vendas de veículos novos, além de um desempenho sólido no mercado de seminovos e usados.”
Produção e vendas automotivas

A produção de veículos novos registrou alta de 10,2% no acumulado de 12 meses até março de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Já no primeiro trimestre, o crescimento foi de 8,3% em relação ao mesmo intervalo de 2024.

As vendas de automóveis e comerciais leves zero quilômetro aumentaram 10,9%, no comparativo de março de 2025 com o mesmo mês de 2024. No trimestre, a venda de novos cresceu 7,6%. Os dados são da Anfavea.

Já as comercializações de automóveis seminovos e usados aumentaram 9% no acumulado de 12 meses, a contar de março. Ao avaliar o trimestre, o indicador também é positivo, com aumento de 3,9%.
Macroeconomia e guerra comercial

No final de 2024, as previsões já indicavam que um dos principais desafios para o setor estava relacionado ao aumento da Selic, que impactaria o custo do financiamento de veículos, especialmente os mais novos, e a inadimplência.

Na conjuntura atual, somam-se a esse desafio as incertezas causadas pela guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos. Entre os impactos mais relevantes estão o enfraquecimento das relações comerciais com a China, o risco aumentado de recessão global, a alta volatilidade nos preços das commodities e os entraves na logística global de transporte.

No segmento automotivo, mediante o anúncio e suspensão de tarifas, observa-se que o Brasil e a Argentina enfrentam o risco de perder investimentos planejados por montadoras.

A previsão de crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 2025 é de 2%, segundo o boletim Focus do Banco Central, o que é abaixo da alta de 3,4% observada em 2024. Essa estimativa é reflexo de fatores como a alta da Selic, que em março registrou 14,25%.

Em março, o IPCA atingiu 5,48%, no acumulado em 12 meses. No setor automotivo, a inflação para veículos novos segue a tendência decrescente observada em 2024, chegando a 4,70% para os carros novos, e com cenário de deflação, atingindo -0,97%, de acordo com dados do IBGE e Banco Central.

Os juros para financiamento de veículos também aumentaram até janeiro. Em fevereiro, a taxa para pessoas físicas apresentou leve queda, de -0,3 pontos percentuais, atingindo 29,1%. Para pessoas jurídicas, a taxa é de 20%.

CNN Brasil - SP   16/05/2025

A produção manufatureira nos Estados Unidos caiu em abril mais do que o esperado, pressionada pelo setor automobilístico.

A produção na indústria recuou 0,4% no mês passado, após um ganho revisado para cima de 0,4% em março, informou o Federal Reserve nesta quinta-feira (15).

Economistas consultados pela Reuters previam que a produção cairia 0,2%, depois de um aumento de 0,3% relatado anteriormente em março.

Na comparação anual, houve aumentou de 1,2% em abril. A mudança na política tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump, representa um obstáculo significativo para a manufatura, que responde por 10,2% da economia e depende fortemente de matérias-primas importadas.

Trump defendeu as tarifas como necessárias para reavivar a base industrial dos EUA, mas economistas dizem que é impossível levar de volta ao país as fábricas que se mudaram para o exterior, citando os altos custos de produção e de mão de obra como um dos desafios.

A produção de veículos automotores e peças teve queda de 1,9% no mês passado, após ter aumentado nos dois meses anteriores, provavelmente porque as montadoras tentaram se antecipar às tarifas. Os fabricantes de veículos automotores alertaram que as tarifas reduzirão significativamente os lucros este ano.

A produção de bens duráveis caiu 0,2% e a de bens não duráveis diminuiu 0,6%, com a maioria dos setores registrando quedas.

A produção de mineração caiu 0,3%, após registrar fortes ganhos nos dois meses anteriores. A produção de serviços públicos avançou 3,3%, depois de duas quedas mensais consecutivas.

A produção industrial geral ficou inalterada depois de ter diminuído 0,3% em março. Em abril, ela aumentou 1,5% na comparação anual.

Valor - SP   16/05/2025

A FAW carrega o pioneirismo no nome. A sigla, que em português significa “primeiros trabalhos automotivos”, antecipa que estamos falando da montadora que inaugurou a produção de veículos da China, em 1953. Agora, em expansão global, o grupo está a caminho do Brasil.

“Autoesporte” apurou, em conjunto com o Automotive Business, que a FAW estuda lançar duas de suas marcas no Brasil nos próximos anos. Uma delas é a Bestune, já especulada para nosso mercado mais de uma vez. A outra é a Hongqi, a empresa responsável por fazer os veículos oficiais dos presidentes chineses há mais de 60 anos, entre eles o atual mandatário, Xi Jinping.

A diferença é que, em vez de limusines, chegariam SUVs híbridos. Um porta-voz da empresa ouvido pela reportagem afirmou que “há intenção de iniciar as operações quando a tecnologia flex estiver pronta”. Ou seja, com motorização mais adaptada aos gostos e necessidades dos brasileiros, no caso, pronta para receber tanto etanol quanto gasolina.

Além da informação fornecida pelo porta-voz, os colegas da Mobiauto avistaram funcionários da FAW no estande da brasileira Comexport no Salão do Automóvel de Xangai, no mês passado. A empresa é a responsável pela logística e desembaraço na importação de veículos. Além disso, também comprou a fábrica que era da Ford/Troller em Horizonte (CE). A visita ao espaço pode não ser nada. Mas também pode ser um sinal de que conversas iniciais podem ter existido para viabilizar a operação no Brasil.

Tímida globalmente, a FAW é uma gigante na China. Além das marcas próprias, Bestune, Hongqi e Jiefang (de caminhões), é a parceira mais longeva na produção chinesa de montadoras estrangeiras como Volkswagen, Audi e Toyota. Em 2024, suas marcas próprias venderam mais de 800 mil unidades China. O número pode parecer pequeno, mas é preciso lembrar que a Hongqi é uma divisão de luxo. Como comparação, a Volvo conseguiu, em todo o mundo, volume similar.

Recentemente, a FAW anunciou planos de expansão global. No ano passado, a Hongqi esteve no Festival de Goodwood (Reino Unido) e no Salão de Bruxelas (Bélgica). Também estão previstas incursões em mercados europeus e outros continentes.

Em Xangai, a Hongqi apresentou um SUV aventureiro com estilo inspirado no Defender que pode acelerar de 0 a 100 km/h em cerca de 4 segundos. Uma curiosidade é que o nome será definido pelo público (mais ou menos como a Fiat fez para escolher o nome do Pulse).

Além dele, a linha é composta de uma série de sedãs e SUVs com motores a combustão ou híbridos. No topo da gama, está a divisão Golden Sunflower, voltada para a criação de limusines de alto luxo com preços que chegam a US$ 1 milhão. Para o Brasil, a estratégia pode ser outra, com a marca Bestune e seus SUVs mais acessíveis. No estande em Xangai, pudemos ver modelos como o SUV médio 03 e o SUV grande 07.

O 03 é elétrico e tem o porte de um BYD Yuan Plus. São 4,45 metros de comprimento, 2,75 m de entre-eixos, 1,86 m de largura e 1,64 m de altura. Com motor elétrico de 166 cv e baterias de até 61,5 kWh, tem alcance (no padrão chinês) de 545 km.

O Bestune 07, por sua vez, é maior e híbrido. Tem porte de BYD Song Plus ou GWM Haval H6, com 4,71 m de comprimento e entre-eixos perto de 2,80. Combinando um motor 1.5 a outro elétrico (dados de potência não foram revelados), promete autonomia perto de 2.000 km. Por enquanto, não há qualquer indício de quais modelos serão vendidos no Brasil, caso a decisão de vir seja concretizada.

FERROVIÁRIO

Valor - SP   16/05/2025

Leilão do setor está estimado em mais de R$ 9 bilhões em investimentos

O ministro dos Transportes, Renan Filho: roadshow para investidores estrangeiros, em Nova York — Foto: Michael Nagle/Bloomberg

Mesmo sem lançar oficialmente o plano nacional de ferrovias de R$ 100 bilhões em investimentos, o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), anunciou nesta quinta-feira (15) em roadshow para investidores estrangeiros, em Nova York (EUA), os três primeiros leilões do setor na gestão Lula 3, que, juntos, somam US$ 9,443 bilhões - ou R$ 53,6 bilhões, no câmbio de R$ 5,68 registado no fim do dia.

O projeto da Ferrogrão, que promete escoar a safra de um dos maiores centros de produção agrícola do mundo, em Sinop (MT) até o porto de Miritituba, em Itaituba (PA), teve o leilão reprogramado para julho de 2026. O edital está previsto para abril.

O certame da ferrovia, com extensão de 933 quilômetros, foi anunciado para 2025, mas a liberação do projeto ainda é discutida em ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a revisão da demarcação do Parque Nacional Jamanxim para acomodar o traçado; os estudos de viabilidade precisam ser enviados e analisados pelo Tribunal de Contas da União (TCU); e licenciamento ambiental, aprovado.

Quem defende o projeto dentro do governo e no setor do agronegócio destaca que a Ferrogrão derrubará o preço do frete de grãos na região em mais de 20%, reduzindo a dependência do transporte pela BR-163 e outras rotas mais distantes que levam a carga até os portos do Sul e do Sudeste. A apresentação, obtida pelo Valor, indica que o projeto demanda investimento de US$ 3,54 bilhões (R$ 20,1 bilhões), com contrato de 69 anos.

Outra ferrovia apresentada foi o Anel Ferroviário Sudeste, com 170 quilômetros de extensão e acesso ao Porto do Açu (ES). O empreendimento, orçado em US$ 803 milhões (R$ 4,56 bilhões), tem leilão agendado para dezembro deste ano e publicação do edital em setembro. O prazo contratual tem duração de 50 anos.

Sendo o único dos três projetos com leilão em 2025, o anel ferroviário compreende trecho da EF-118 e foi planejado para ter duas fases. A primeira é a conexão São João da Barra (RJ) a Anchieta (ES), que é de implementação obrigatória, com exatos 169,95 quilômetros. A segunda etapa, opcional, fará a conexão do primeiro trecho até Nova Iguaçu (RJ), com mais 325 quilômetros de rede ferroviária.

Este projeto tende a ganhar atratividade com o reforço de investimento no ramal Anchieta (ES) a Santa Leopoldina (ES), que será realizado pela Vale. A mineradora firmou acordo com o Ministério dos Transportes, no qual garante que será concedido o “direito de passagem”.

O terceiro projeto apresentado foi o corredor Fico-Fiol, em referência à junção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste e Ferrovia de Integração Oeste-Leste. O projeto, batizado de Corredor Leste-Oeste, corta o país ao meio em 1,7 mil quilômetros de estrada de ferro, de Caetité (BA) a Água Boa (MT). A linha, se viabilizada, cruzará a Ferrovia Norte-Sul (FNS).

O corredor Fico-Fiol tem o maior investimento previsto: US$ 5,1 bilhões (R$ 28,93 bilhões). O leilão está previsto para junho de 2026, com divulgação do edital em março.

Aos investidores Renan Filho explicou que a demanda por transportes de carga, que antes estava no litoral, migrou nas últimas décadas para o chamado Brasil Central. “A carga não esteve sempre lá. Isso aconteceu apenas há 30 anos, 40 anos. Ou seja, a infraestrutura brasileira está precisando ser deslocada, porque a carga migrou”, destacou.

Durante o roadshow, o ministro dos Transportes sinalizou a entrega dos estudos de mais cinco projetos em 2026. A estratégia é conduzida pela Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário.

Um deles é a extensão da FNS, no trecho de Açailândia (MA) a Barcarena (PA), com extensão de 447 quilômetros. Segundo a apresentação, o trabalho técnico desse projeto será divulgado em março do próximo ano.

Outro trecho da FNS, entre Estrela D’Oeste (SP) a Chapecó (SC), percorre 1.214 quilômetros. O estudo de viabilidade, com indicação de investimento e prazo de contrato, será lançado em dezembro de 2026.

O terceiro projeto conecta a Transnordestina Logística S/A (TLSA) à FNS, entre Eliseu Martins (PI) e Estreito (TO), com 620 quilômetros. O estudo deve ser concluído em julho de 2026.

Mais uma aposta, relacionado à ferrovia Transnordestina, envolve o trecho pernambucano de Salgueiro (PE) a Suape (PE), com 548 quilômetros. Neste caso, o edital para a construção, como obra pública, deve sair em agosto deste ano, mas os estudos de concessão devem ficar prontos em dezembro do ano que vem.

O quinto projeto de ferrovia é a continuação do trecho sul da FNS, de Chapecó (SC) até Rio Grande (RS). Esta ferrovia conta com 833 quilômetros de extensão, com estudo para ser divulgado em dezembro de 2026.

Valor - SP   16/05/2025

Solicitação ocorre no momento em que ferrovia é apresentada oficialmente a investidores estrangeiros

Geraldo Alckmin: Ferrogrão “é importantíssima para a logística” — Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo

Entidades contrárias ao projeto da Ferrogrão protocolaram uma nova petição junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender qualquer tentativa do governo de avançar com o projeto enquanto o ministro Alexandre de Moraes não levar a julgamento a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) sobre o caso. O documento foi submetido pelo Psol e pelo Instituto Kabu ao tribunal no momento em que a ferrovia é apresentada oficialmente a investidores estrangeiros como uma das apostas de novos projetos estruturantes no setor.

O partido e a entidade alegam que órgãos envolvidos na preparação dos estudos incorrem em desobediência à decisão vigente de Moraes, que é relator do processo. Em 2023, o ministro autorizou a retomada dos trâmites administrativos e estudos sobre a ferrovia. Na petição, o governo é acusado de ir além, avançando nas etapas de preparação do leilão. Integrantes do Ministério dos Transportes e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) já sinalizaram que pretendem lançar o edital de licitação em 2025.

Conforme informou o Valor em janeiro, a unidade jurídica do ministério, a Conjur, emitiu parecer sobre a possibilidade de evoluir com os estudos desde que não seja aberta qualquer frente de obras.

A nova petição surge no momento em que o setor aguarda o envio dos estudos econômicos ao Tribunal de Contas da União (TCU) e o julgamento final da ADI pelo plenário do Supremo. O governo esperava minimizar a resistência ao projeto ao definir contrapartidas de quase R$ 1 bilhão em compensações socioambientais e repasse anual de cerca de R$ 15 milhões em mitigações ao longo do contrato.

Melillo Dinis, advogado do Instituto Kabu, afirma que, mesmo com a atualização, os estudos da Ferrogrão deixam de abordar impactos importantes do empreendimento na região. “Eles não oferecem, por exemplo, nenhum tipo de enfrentamento sobre os temas da grilagem de terras públicas e a especulação fundiária; os direitos territoriais dos povos e comunidades tradicionais de outras áreas protegidas”, disse ao Valor.

Na petição, os advogados pedem a suspensão do licenciamento ambiental e da preparação do leilão, o envio dos documentos à análise do Núcleo de Processos Estruturais e Complexos (Nupec) do STF, o inclusão de análises realizadas por universidades e órgãos técnicos da sociedade civil no processo e a realização de audiência pública como ocorre em casos de maior repercussão.

O trecho ferroviário de cerca de 900 km, entre Sinop (MT) e o porto de Miritituba (PA), promete derrubar o preço do frete de grãos em mais de 20%. Ontem, o presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que vai defender no Supremo a liberação da ferrovia. “Ela é importantíssima para a logística, para integrar modais.” Em recente declaração, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), também defendeu a ferrovia, embora não encontre apoio das pastas do Meio Ambiente e Mudança do Clima e dos Povos Indígenas.

Em passagem por Nova York, o ministro dos Transportes, Renan Filho, falará com investidores sobre três novos projetos de ferrovias do Brasil: a Ferrogrão, o Anel de Integração Sudeste (EF-118) e o Corredor Fico-Fiol, de Caetité (BA) a Lucas do Rio Verdes (MT).

A ADI discutida no Supremo contesta a maneira como foi feita a mudança dos limites do Parque Nacional do Jamanxim para receber a Ferrogrão. Em 2016, o então presidente Michel Temer usou de medida provisória (MP) para alterar a demarcação do parque.

O argumento de descumprimento da decisão do relator já havia sido rejeitado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em petição anterior. Agora, o novo documento reúne críticas ainda mais duras à forma como o projeto tem sido conduzido.

Uma das alegações para superar o impasse jurídico passa pelo uso da faixa de domínio da BR-163 para instalar os trilhos da ferrovia. A estrada federal já atravessa o Jamanxim e, segundo o governo, o novo empreendimento não causaria impacto expressivo. A petição busca demonstrar, por meio de imagens, que o traçado da ferrovia extrapola os limites de ocupação da área que margeia a estrada federal.

Questionado, o Ministério dos Transportes informou que tem sido “extremamente cuidadoso em seguir estritamente as decisões do Supremo”. Defendeu que a Ferrogrão “permitirá o aumento da eficiência logística, reduzindo as emissões de CO2 em 3,4 milhões de toneladas por ano, sendo o maior projeto de descarbonização de transportes do país”.

A ANTT informou que o projeto “segue em fase de atualização e aprofundamento de estudos técnicos e regulatórios” para, em seguida, serem enviados ao TCU.

Procurada, a Infra SA não quis se manifestar.

Valor - SP   16/05/2025

Ferrogrão – com 933 quilômetros entre Sinop (PA) até o porto de Miritituba, em Itaituba (PA) – teve o leilão reprogramado para julho de 2026, com publicação do edital em abril do mesmo ano

O ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou, em um roadshow em Nova York, os primeiros leilões de ferrovias, com investimento de US$ 9,443 bilhões (ou R$ 53,5 bilhões com o câmbio de R$ 5,67 registado no início da tarde de hoje).

O projeto da Ferrogrão, com 933 quilômetros entre Sinop (PA) até o porto de Miritituba, em Itaituba (PA), teve o leilão reprogramado para julho de 2026, com publicação do edital em abril do mesmo ano. Antes, o certame estava previsto para 2025, mas a liberação do projeto ainda está sendo discutida em ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF), e os estudos de viabilidade ainda serão enviados para análise do Tribunal de Contas da União (TCU).

Defensores do projeto no governo e no setor do agronegócio afirmam que a Ferrogrão derrubará o preço do frete de grãos que saem do centro de produção de soja e milho no Mato Grosso em mais de 20%, reduzindo a dependência do transporte pela BR-163 e por outras rotas mais distantes que levam aos portos das regiões Sul e Sudeste. O projeto foi apresentado aos investidores com a previsão de investimento de US$ 3,54 bilhões (R$ 20,07 bilhões).

Outro projeto ferroviário apresentado foi o Anel Ferroviário Sudeste, com 170 quilômetros e acesso ao Porto do Açu. O projeto, orçado em US$ 803 milhões (R$ 4,55 bilhões) tem leilão agendado para dezembro/2025.

O Anel Ferroviário Sudeste, que compreende trecho da EF-118, está dividido em duas fases. A primeira é a conexão São João da Barra (RJ) a Anchieta (ES), que é obrigatória e possui 169,95 quilômetros de extensão. O empreendimento inclui a segunda etapa, com conexão Nova Iguaçu (RJ) a São João da Barra (RJ), com mais 325 quilômetros de extensão, que será implementada como um investimento adicional caso o governo federal o ative.

Este projeto será reforçado com o investimento no ramal Anchieta (ES) a Santa Leopoldina (ES), que será realizado pela Vale. A mineradora firmou acordo com o Ministério dos Transportes, por meio do qual garante que será concedido o “direito de passagem”.

O terceiro projeto apresentado foi o corredor Fico-Fiol, que recebeu o nome de “Corredor Leste-Oeste", com 1,7 mil quilômetros. O projeto tem o maior investimento: US$ 5,1 bilhões (R$ 28,92 bilhões). O leilão está previsto para junho de 26.

NAVAL

Monitor Digital - RJ   16/05/2025

Nacionalmente reconhecido por ter uma indústria naval e portuária forte e competitiva, o estado do Rio de Janeiro terá a infraestrutura desses modais ampliadas após aprovação de 14 projetos pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM), administrado pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor). Na primeira reunião do ano, ocorrida neste mês de maio, o conselho do FMM validou os pedidos para modernização e ampliação de empreendimentos ligados à extração de petróleo e gás, cujo valor de investimento é superior a R$ 6,6 bilhões.

Entre os projetos aprovados está a construção de quatro navios Handy para transporte de derivados claros de petróleo pela Petrobras, no valor de R$1,5 bilhão, com previsão de durar quatro anos e gerar 640 empregos diretos.

O objetivo é ampliar a frota própria da Petrobrás e mitigar o risco de aumento de preço por afretamento.

“Esses projetos representam uma nova fase da indústria naval do Rio de Janeiro. O estado é beneficiado não apenas pelos empreendimentos aprovados para execução em seu território, mas pelas diversas embarcações para a indústria de petróleo que serão construídas em outros locais e que vão operar no Rio e em outros estados da região Sudeste. Tudo isso representa geração de emprego e renda para a população, dinamizando a economia e fortalecendo todo o país”, ressaltou o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.

Outro investimento relevante vem da Green Port, que está construindo um novo dique flutuante e modernizando o estaleiro localizado na Ilha da Conceição (RJ). Avaliado em R$ 242,2 milhões, a obra vai alavancar a capacidade de atendimento técnico da unidade e reduz o tempo de espera para manutenção naval, reforçando a vocação da região para serviços de reparo e modernização de embarcações offshore de médio e grande porte. Estão previstos também 492 empregos diretos durante a execução do projeto.

“Esse é também um plano regional de revitalização econômica, de trabalhar a economia do mar no Rio de Janeiro. São muitos empregos de qualidade nos estaleiros da região e que, depois, vão resultar também em diversas embarcações que vão precisar de marítimos, que vão precisar de outros serviços de apoio para que essas embarcações funcionem”, acrescentou o secretário Nacional de Hidrovias e Navegação, Dino Antunes.

Ainda no Rio de Janeiro, a Cedro Participações desenvolve o projeto ITG 02, um terminal portuário greenfield voltado à movimentação de minério de ferro. Com um investimento robusto e o foco na eficiência logística, o terminal contará com infraestrutura completa de cais, pátios, armazéns e sistemas modernos de carga e descarga. A iniciativa terá investimento de R$3,5 bilhões e deve gerar 2.847 empregos diretos e se destaca pela ênfase em sustentabilidade, excelência técnica e viabilidade econômica, o que reafirma o papel do Sudeste como vetor estratégico para o desenvolvimento da infraestrutura portuária e naval brasileira.

O investimento total aprovado pelo Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante na última reunião, em maio, foi de R$ 22 bilhões, divididos em 26 projetos ligados à construção de embarcações, reparos, docagens, modernização de unidades existentes, ampliação de estaleiros e novas infraestruturas portuárias. Esse foi o maior volume de recursos aprovados pelo FMM em uma única reunião do conselho.

O FMM é um fundo destinado a prover recursos para o desenvolvimento da Marinha Mercante e da indústria de construção e reparação naval brasileiras.

Ele é administrado pelo Ministério de Portos e Aeroportos, por intermédio do Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM), e tem como agentes financeiros o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Banco da Amazônia e a Caixa Econômica Federal.

PETROLÍFERO

TN Petróleo - RJ   16/05/2025

A Diretoria da ANP aprovou hoje (15/5) acordo de cooperação com a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul (AGEMS). A parceria atende à Nova Lei do Gás (Lei nº 14.134/2021), que determinou que a União, por meio do Ministério de Minas e Energia e da ANP, deve articular-se com os estados para a harmonização e o aperfeiçoamento das normas vigentes na indústria de gás natural.

Para atingir seus objetivos, o acordo prevê a execução de estudos sobre a regulação das atividades da indústria do gás natural nos âmbitos estadual e federal, além do aprofundamento dos debates sobre o Programa do Novo Mercado de Gás, instituído pelo governo federal. Adicionalmente, as instituições também tratarão da regulação do aproveitamento do biogás de distintas origens.

A AGEMS tem como atribuições a regulação e a fiscalização dos serviços de interesse público de natureza econômica, de competência do Estado do Mato Grosso do Sul, atuando para que os serviços prestados pelas operadoras delegadas, públicas ou privadas, sejam adequados para o atendimento de seus mercados, assegurando a qualidade desses serviços a preços justos e os direitos dos usuários. Exerce, também, a função de mediação de conflitos entre as operadoras delegadas (concessionárias, permissionárias ou autorizatárias) e os usuários, e entre as próprias empresas dos setores regulados.

O acordo com a AGEMS se soma a outros já firmados pela ANP com agências reguladoras estaduais, como Agenersa (RJ), Agrese (SE) e, mais recentemente, Arsepam (AM).

Valor - SP   16/05/2025

O crescimento da demanda global por petróleo deve ser mais forte do que o previsto anteriormente, devido aos preços mais baixos do petróleo e ao impacto menos severo das tarifas americanas sobre a economia, afirmou a Agência Internacional de Energia (AIE).

A agência, sediada em Paris, elevou sua previsão econômica, projetando um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global de 2,8% para este e o próximo ano. As estimativas permanecem cerca de meio ponto percentual abaixo dos níveis do início do ano, já que a alta incerteza política continua a pesar sobre o sentimento do consumidor e das empresas.

Como resultado, o crescimento da demanda global agora é estimado em 741 mil barris por dia este ano, ante 726 mil barris por dia anteriormente, atingindo uma média de 103,9 milhões de barris por dia. No próximo ano, a demanda deve aumentar em 760 mil barris por dia.

As projeções permanecem substancialmente inferiores às da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), já que o cartel prevê atualmente um crescimento da demanda de cerca de 1,3 milhão de barris por dia em ambos os períodos.

Os preços do petróleo caíram mais de US$ 1 o barril no início do pregão de quinta-feira, em meio ao otimismo renovado em relação a um potencial acordo nuclear entre os Estados Unidos e o Irã e ao recente aumento nos estoques de petróleo dos Estados Unidos.

No início desta semana, os preços de referência se recuperaram das mínimas recentes, depois que os Estados Unidos e a China concordaram em suspender as tarifas sobre os produtos um do outro por 90 dias, aliviando os temores de uma recessão. No entanto, a incerteza persistente sobre a direção futura das negociações comerciais está limitando novas altas.

A AIE também reiterou seus apelos por um excedente significativo de oferta no próximo ano, afirmando que espera que a oferta global de petróleo aumente em 1,6 milhão de barris por dia em 2025 e 970 mil barris por dia em 2026. No relatório do mês passado, a agência havia projetado um crescimento de 1,2 milhão e 960 mil barris por dia nos períodos.

Produtores não pertencentes à Opep e aliados (Opep +) devem adicionar 1,3 milhão de barris por dia este ano, apoiados pela forte produção da China, Canadá e Brasil. As projeções para o próximo ano foram reduzidas para 820 mil barris por dia devido ao impacto dos preços mais baixos sobre o petróleo não convencional dos Estados Unidos.

“Os preços mais baixos do petróleo levaram alguns produtores de petróleo não convencional a reduzir gastos e níveis de atividade”, afirmou a AIE.

A Opep+ — que produz mais da metade do petróleo bruto mundial — deve aumentar a produção em 310 mil barris por dia em 2025 e em mais 150 mil barris por dia em 2026. O grupo concordou em acelerar os aumentos de produção pelo segundo mês consecutivo em junho, alimentando preocupações sobre um grande excesso de oferta nos próximos meses.

No entanto, a AIE afirmou que apenas a Arábia Saudita teria capacidade para aumentar significativamente a produção. Ao mesmo tempo, sanções mais rígidas dos Estados Unidos à Venezuela e ao Irã poderiam reduzir a escala do excesso de oferta.

Em abril, a produção iraniana permaneceu robusta apesar do aumento da pressão, enquanto a produção venezuelana foi a mais afetada, caindo 130 mil barris por dia em relação ao mês anterior, disse a agência.

Valor - SP   16/05/2025

Uma pesquisa da “Bloomberg” estimou a produção do país em 3,35 milhões de barris por dia em abril

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump; e o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã — Foto: AP Foto/Ben Curtis

A perspectiva de um acordo sobre o programa nuclear do Irã fez os preços do petróleo caírem de maneira drástica nesta quinta-feira (15). A verdade é que Teerã tem relativamente pouco petróleo a mais para vender –, mas esse pouco pode chegar a um mercado que está se preparando para um excedente.

Os preços do petróleo despencaram até 4% em Londres – e reverteram vários dias de ganhos – depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, falou sobre o programa nuclear do Irã: “Acho que estamos perto de talvez fechar um acordo”, afirmou ele no Catar.

O impacto de um avanço na questão do programa nuclear iraniano pode ter ramificações geopolíticas abrangentes na região, mas o que os operadores vão acompanhar com mais atenção é a questão do petróleo, para tentar entender quantos barris a mais podem entrar no mercado mundial. É importante ressaltar que um acordo pode impedir que os barris iranianos de petróleo sejam retirados do mercado – algo que tem preocupado os operadores o ano todo.

Hoje o país do Golfo Pérsico tem cerca de 300 mil a 400 mil barris por dia de capacidade ociosa que poderia voltar ao mercado, segundo avaliou nesta quinta-feira (15) o chefe da divisão de mercados de petróleo da Agência Internacional de Energia (AIE), Toril Bosoni – número consistente com outras estimativas. Isso representa em torno de 0,3% a 0,4% do consumo mundial.

“Vamos supor simplesmente que todas as sanções sejam suspensas; o volume real que voltaria ao mercado não seria tão grande assim”, disse Amrita Sen, cofundadora e chefe de pesquisa da Energy Aspects. “Ele ficaria em torno da marca de 200 mil a 300 mil barris por dia.”

Em entrevista à “Bloomberg TV”, o chefe da divisão de mercados de petróleo da AIE disse que o Irã produziu cerca de 3,4 milhões de barris de petróleo por dia em abril e sua capacidade está entre 3,7 milhões e 3,8 milhões de barris por dia. O reestabelecimento de toda essa oferta dependerá da natureza do acordo que for fechado, mas algo permanece incerto.

“Pode haver uma oferta adicional de algumas centenas de milhares de barris por dia”, afirmou Bosoni. “Existe muita incerteza quanto a isso, pois depende dos acordos que estão sendo fechados e negociados neste momento.”

Remessas clandestinas

O Irã tem mantido o fluxo de suas exportações de petróleo principalmente com o uso de sua frota de petroleiros, assim como de navios clandestinos que operam fora do âmbito de controle das autoridades ocidentais.

Essas práticas tornam mais difícil monitorar de forma exata a quantidade de remessas que o Irã vende por mês e, por extensão, o quanto produz.

Uma pesquisa da “Bloomberg” estimou a produção do país em 3,35 milhões de barris por dia em abril. Segundo a provedora de dados OilX, que faz parte da Energy Aspects, a produção de petróleo bruto no Irã ficou entre 3,1 milhões e 3,4 milhões de barris nos primeiros meses deste ano.

A expectativa de observadores do mercado é de que haja um excesso de oferta este ano. A Agência Internacional de Energia informou nesta quinta-feira (15) que espera que neste ano os estoques mundiais de petróleo cresçam em mais de 700 mil barris por dia, em média, enquanto a Energy Information Administration (EIA) dos EUA tem previsões menores, mas ainda assim espera aumentos.

Os EUA também têm reforçado as sanções de maneira contínua, na tentativa de obstruir as redes que ajudam a enviar barris iranianos para a China – e as sanções se estendem a unidades de processamento de petróleo no maior importador do mundo. Nesta quinta-feira, o Bank of America informou que considera um acordo como um resultado provável.

Mas Sen, da Energy Aspects, ressaltou que se as sanções endurecerem antes que isso aconteça, as exportações podem cair de cerca de 1,5 milhão de barris por dia para menos de 1 milhão de barris por dia.

“Embora manchetes como essa sejam claramente negativas para o sentimento do mercado, a mudança nos balanços não será tão grande, porque a maior parte do petróleo iraniano já está no mercado”, disse ela.

Valor - SP   16/05/2025

O projeto, com três unidades de liquefação e capacidade anual de 16,5 milhões de toneladas, deve começar a produzir GNL em 2029

A Woodside Energy, da Austrália, anunciou na quarta-feira (14) que firmou um acordo para explorar oportunidades de colaboração com a Saudi Aramco, que poderá adquirir uma participação em seu projeto de gás natural liquefeito (GNL) na Louisiana (EUA), avaliado em US$ 17,5 bilhões.

As ações da maior produtora de gás da Austrália subiram quase 4% após o anúncio.

O acordo, que também pode permitir à Aramco garantir fornecimento de GNL, é uma "demonstração do interesse contínuo que o projeto Louisiana LNG vem gerando entre investidores de alta qualidade", disse a CEO da Woodside, Meg O'Neill, em comunicado.

A Woodside deu aprovação final ao projeto em abril, apostando que um governo americano favorável aos combustíveis fósseis e a forte demanda global garantirão retornos competitivos.

O projeto, com três unidades de liquefação e capacidade anual de 16,5 milhões de toneladas, deve começar a produzir GNL em 2029.

A Woodside também já vendeu 40% de participação na empresa que detém os ativos de infraestrutura do projeto para a investidora americana Stonepeak, por US$ 5,7 bilhões.

O analista sênior de energia da MST Marquee, Saul Kavonic, disse que um investimento de um "parceiro de qualidade" como a Aramco validaria o valor do projeto para o mercado.

"A Aramco não entra só para pegar alguns por cento de um milhão de toneladas... quando eles entram em algo, entram pra valer", afirmou.

A Aramco e a Woodside também estão avaliando uma colaboração em amônia de baixo carbono.

Kavonic acrescentou que espera que a Woodside traga novos parceiros acionistas da Ásia. A empresa já realizou negociações com compradores como Tokyo Gas e Jera, do Japão.

Supremo Tribunal Federal - DF   16/05/2025

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para o dia 23 de junho, às 14h, a nova data para a audiência de conciliação referente à Ação Cível Originária (ACO) 3688, que discute a competência regulatória quanto ao Gasoduto Subida da Serra, em São Paulo.

Após manifestações sobre os pontos em debate, apresentadas durante audiência realizada nesta quarta-feira (14), a nova data foi definida a pedido das partes, que solicitaram mais tempo para aprofundar discussões internas.

A reunião foi conduzida pela juíza auxiliar da Presidência, Trícia Navarro, supervisora do Núcleo de Solução Consensual de Conflitos (Nusol), com a participação do assessor do gabinete do ministro Edson Fachin, Lucas Bevilacqua.

RODOVIÁRIO

O Estado de S.Paulo - SP   16/05/2025

O leilão de concessão do Túnel Santos-Guarujá, o primeiro submerso do País, já tem dois interessados confirmados para a disputa. A construtora brasileira Marquise Infraestrutura se uniu à italiana WeBuild para formar um consórcio que disputará o certame previsto para 1º de agosto, com estimativa de R$ 6 bilhões em investimentos.

A multinacional China Communications Construction Company (CCCC) também afirmou ao governo brasileiro que vai entrar na briga, conforme confirmou à Coluna o ministro de Portos e Aeroportos (MPor), Silvio Costa Filho. “A CCCC manifestou lá [na China] oficialmente que vai participar do processo de concessão do túnel de Santos”, afirmou o ministro.

A Marquise Infraestrutura, que será a líder do consórcio, tem no portfólio obras como a ferrovia Transnordestina, a maior obra em andamento no País. A companhia é responsável ainda por três projetos de grande porte no Ceará: ampliação do Porto de Pecém, Eixão das Águas e a Usina de Dessalinização (Dessal). No Sudeste, atua em obras da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), e nos empreendimentos Barragens de Duas Pontes e Pedreiras, do governo do Estado de São Paulo.
Há mais interessados

Os dois grupos são os primeiros a se colocarem oficialmente na disputa. A Coluna apurou que ao menos outros seis demonstraram interesse: a espanhola Acciona, o grupo Concremat, a EcoRodovias, a EGTC Infra, o grupo português Mota Engil e a Odebrecht.

A Marquise aposta na experiência com obras relacionadas a meios aquáticos para atuar no túnel. Da extensão total de 1,5 quilômetro, 870 metros serão submersos. A italiana, por sua vez, opera projetos em países como Estados Unidos, Chile, Canadá, Malásia, Emirados Árabes, Catar, entre outros. A presença da empresa reforça também o retorno do interesse de estrangeiros em obras de infraestrutura no Brasil.

Se ganhar a concessão, o consórcio será responsável pela construção, operação e manutenção do túnel por 30 anos. “Temos muita segurança na nossa capacidade para executar uma obra tão emblemática não só para São Paulo, como para todo o País”, afirma Renan Carvalho, diretor-presidente da Marquise Infraestrutura.

Projeto é discutido há um século

Em discussão há um século, o Túnel Santos-Guarujá é uma demanda histórica de moradores das duas cidades do litoral paulista. A expectativa é que o empreendimento reduza a travessia para poucos minutos e otimize o fluxo logístico do Porto de Santos. Atualmente, mais de 21 mil veículos cruzam diariamente as duas margens utilizando balsas e catraias, além de 7,7 mil ciclistas e 7,6 mil pedestres.

AGRÍCOLA

O Estado de S.Paulo - SP   16/05/2025

A safra agrícola brasileira deve totalizar um recorde de 328,4 milhões de toneladas neste ano, 35,7 milhões de toneladas a mais que o desempenho de 2024, um aumento de 12,2%. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de abril, divulgado nesta quinta-feira, 15, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao levantamento de março, houve uma alta de 0,2% na estimativa, 732,7 mil toneladas a mais.

“Em 2024, tivemos uma série de problemas climáticos afetando as principais lavouras do Brasil. Em 2025, temos uma safra de recuperação, com o clima muito melhor para o desenvolvimento das lavouras. Os problemas observados no ano passado afetaram, principalmente, a Região Centro-Oeste, enquanto neste ano os Estados da região estão atingindo altas produções, com crescimento na safra de grão de 10,3% em Mato Grosso, 18,9% em Goiás e 26,7% no Mato Grosso do Sul”, explicou Carlos Alfredo Guedes, gerente de agricultura do IBGE, em nota oficial.

O País deve colher neste ano mais soja, milho, algodão, sorgo, trigo, arroz e feijão. Se confirmadas as projeções, o volume será recorde para a soja e para o algodão. A produção de soja terá alta de 13,3%, para um ápice de 164,2 milhões de toneladas, e a do algodão, 2,8%, para um novo pico histórico de 9,1 milhões de toneladas.

O volume de milho subirá 11,8%, para 128,2 milhões de toneladas: o milho 1ª safra terá alta de 12,5%, para 25,8 milhões de toneladas, e o milho 2ª safra terá aumento de 11,6%, totalizando 102,5 milhões de toneladas. As projeções são de expansão também para o arroz (12,2%, para 11,9 milhões de toneladas), feijão (4,3%, para 3,2 milhões de toneladas), sorgo (3,2%, para 4,1 milhões de toneladas) e trigo (7,0%, para 8,1 milhões de toneladas).

O Brasil deve colher ainda 3,3 milhões de toneladas de café em 2025, ou 55 milhões de sacas de 60 kg, considerando-se as espécies arábica e canéfora. O montante representa um acréscimo de 2,3% em relação ao previsto no levantamento de março, mas a produção ainda será 3,6% menor que a de 2024, em decorrência das reduções de 1,3% na área a ser colhida e de 2,3% no rendimento médio.

“No caso do café arábica, para a safra de 2025, existe uma bienalidade negativa, ou seja, uma queda natural da produção em função das características da espécie, em que nos anos pares tende a produzir mais, sacrificando a produção do ano seguinte. Nesse contexto, a queda de 7,5% em relação a 2024 é considerada relativamente baixa, com o clima nos primeiros meses de 2025 contribuindo para uma boa produção”, ponderou Carlos Barradas, gerente do levantamento do IBGE, em nota.

Na passagem de março para abril, a expectativa de uma safra melhor de milho ajudou a aumentar a projeção para a produção agrícola brasileira de 2025. Em relação ao levantamento de março, houve aumento nas estimativas para o milho 1ª safra (alta de 1,0% ou 257,304 mil toneladas), milho 2ª safra (0,7% ou 692,631 mil toneladas), castanha-de-caju (0,6% ou 809 toneladas), cevada (0,3% ou 1,422 mil toneladas), café canephora (0,0% ou 75 toneladas), aveia (4,2% ou 47,832 mil toneladas), café arábica (3,5% ou 74,781 mil toneladas) e uva (1,9% ou 37,814 mil toneladas).

Na direção oposta, as estimativas foram revistas para baixo para o feijão 2ª safra (-4,3% ou -56,562 mil toneladas), feijão 1ª safra (-3,9% ou -47,063 mil toneladas), cacau (-2,5% ou -7,349 mil toneladas), trigo (-1,0% ou -84,292 mil toneladas), sorgo (-0,6% ou -22,749 mil toneladas) e soja (-0,0% ou -69,649 mil toneladas).

Segundo Carlos Alfredo Guedes, a produção de milho em 2025 se aproxima do recorde registrado em 2023.

“A estimativa da produção de milho está muito boa, em 128,2 milhões de toneladas, próximo do recorde de 132 milhões de toneladas registrado em 2023. As lavouras de milho 2ª safra, que é responsável pelo maior volume do milho produzido no Brasil, já estão em desenvolvimento e irão ser colhidas em junho. Isso significa que é possível uma pequena variação nas estimativas até o final do ano, diferentemente da soja que já está praticamente toda colhida”, frisou Guedes.

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