Clipping Diário

27 | Maio | 2025

SIDERURGIA

Diário do Comércio – MG 27/05/2025

Objetivo é conter as importações de aço e está em vigor desde o dia 1º de junho de 2024

O Instituto Aço Brasil enviou ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) um pedido de renovação do sistema de cota-tarifa. Com o objetivo de conter as importações de aço, o mecanismo de defesa comercial entrou em vigor no dia 1º de junho do ano passado e está previsto para ser encerrado no próximo sábado (31).

Conforme o Mdic, a solicitação foi apresentada pelo setor e será analisada pelo Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex), órgão colegiado composto por dez ministérios e responsável pelas deliberações dessa natureza. Procurado, o Aço Brasil disse que os detalhes do pleito, no momento, ainda não são ostensivos.

As importações de aço, sobretudo da China, passaram a subir exponencialmente e “assombrar” a siderurgia brasileira em 2023, levando ao governo federal a estabelecer, no ano seguinte, a atual medida de proteção. O sistema implementado prevê cotas para a importação de 11 tipos de produtos siderúrgicos e tarifa de 25% sobre o nível excedente.

Mesmo com o mecanismo vigorando em metade do ano, o volume de aço importado bateu recorde em 2024. No primeiro quadrimestre de 2025, o cenário se manteve e foi registrada uma alta anual de 27,5%. Acusados pelo setor de prática predatória, por subsidiar preços, os chineses foram responsáveis por mais da metade das importações em ambos os períodos.

Como os números não diminuíram, pelo contrário, as principais siderúrgicas do Brasil avaliaram o sistema como ineficiente. Nos últimos meses, em algumas oportunidades, elas disseram à imprensa que o mecanismo deveria passar por uma reformulação. As empresas também deixaram claro que a renovação da medida é o mínimo a ser feito pelo governo.

Siderúrgicas pressionam governo por decisão

Com a aproximação do término do prazo de duração do atual sistema de cota-tarifa, as produtoras de aço têm intensificado a pressão para que o governo federal tome uma decisão ainda em maio. As empresas afirmam que, se nada acontecer de forma urgente, é alto o risco de suspensões de investimentos, paralisações de usinas e demissões de funcionários.

Neste mês, o CEO da ArcelorMittal Aços Longos e Mineração Latam e vice-presidente da operação brasileira, Everton Negresiolo, disse que a empresa está avaliando novos investimentos no País, que passam diretamente pela definição do governo.

“Estamos discutindo um ciclo, com potencial de investir até R$ 10 bilhões no Brasil e R$ 3 bilhões em Minas Gerais. Esses investimentos podem estar em risco, dependendo daquilo que for definido do ponto de vista de defesa comercial do Brasil e de sua indústria”, disse.

O CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, foi outro a se manifestar. Em fevereiro, o executivo havia dito que se o governo federal não impuser novas medidas de defesa comercial, a empresa poderá paralisar mais usinas pelo Brasil e rever o nível de investimentos que tem colocado no País. Em abril, ele reforçou a posição da siderúrgica em torno do tema.

“Obviamente, uma redução mais ou menos significativa da nossa aprovação futura de novos investimentos vai passar pelo que vai acontecer ao longo do mês de maio”, afirmou.

Já o CEO da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), Marcelo Chara, ressaltou que o grupo pretende revisar para baixo o plano de investimentos para o segundo semestre caso o governo não tome medidas concretas e eficazes para evitar a entrada de aço subsidiado.

ECONOMIA

Jornal de Brasília - DF   27/05/2025

O decreto com as regras da lei de reciprocidade, que autoriza o Brasil a retaliar países ou blocos que impuserem barreiras comerciais ao país, ainda não saiu do papel mais de um mês após aprovação acelerada da medida no Congresso Nacional.

O texto já vinha sendo discutido por membros do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e do Itamaraty antes da sanção da lei pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no dia 11 de abril, mas ainda há indefinição quanto aos prazos máximos para deliberação das autoridades sobre as eventuais contramedidas.

A lei autoriza, em casos excepcionais, o governo a adotar medidas de retaliação de forma provisória ao longo das etapas do processo. O projeto foi aprovado após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar um tarifaço que atinge também produtos brasileiros.

A Camex (Câmara de Comércio Exterior) será o órgão responsável pela decisão sobre a aplicação do instrumento. O relatório apresentado pela senadora Tereza Cristina (PP-MS) citava o papel a ser desempenhado pelo Conselho Estratégico da Camex, mas a redação final do texto acabou alterada. Assim, a designação constará na regulamentação.

O decreto vai determinar, entre outros temas, os prazos para realização de consultas públicas para manifestação das partes interessadas e para análise de pleitos específicos.

As autoridades tentam equacionar prazos que não sejam tão curtos a ponto de serem insuficientes para uma análise mais aprofundada e também não sejam tão elásticos de forma que a função de dar uma resposta célere ao problema não seja cumprida.

Esse cálculo fica mais complicado quando se leva em consideração que o instrumento deve servir tanto em situações em que apenas um setor é afetado como em casos mais abrangentes, como a guerra comercial aberta pelos Estados Unidos.

O tarifaço imposto por Trump serviu de impulso político no Brasil para a tramitação acelerada da lei de reciprocidade. O projeto de lei foi aprovado na Câmara em 2 de abril, horas depois de o republicano ter anunciado uma alíquota linear de 10% sobre produtos comprados de outros países, inclusive do Brasil.

Antes disso, o país já tinha sido afetado pela cobrança imposta pelos americanos de tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio.

O aval da Câmara veio apenas um dia depois da aprovação do texto no Senado, com um alinhamento raro de governistas e da bancada ruralista, em votação unânime. Uma semana depois, a lei foi sancionada sem vetos por Lula.

Inicialmente, o projeto foi pensado em reação à lei antidesmatamento da União Europeia e buscava atacar aspectos ambientais. Ao longo das discussões, ganhou força a avaliação de que nem toda arbitrariedade virá apenas sob a roupagem de preocupação ambiental.

Então, o texto substitutivo do Senado passou a prever medidas para reequilibrar o jogo comercial.

Até então, o Brasil carecia de um arcabouço legal para responder a barreiras comerciais impostas por outros países ou blocos econômicos. Apesar de o país ter se armado para uma eventual retaliação contra as tarifas anunciadas por Trump, a ideia do governo brasileiro é insistir nas negociações com os Estados Unidos.

O Brasil vem atuando em duas frentes. De um lado, sinaliza que tem meios para retaliação e está disposto a adotar contramedidas se necessário. De outro, busca mapear o real impacto e possíveis oportunidades com o tarifaço e insiste nos contatos bilaterais.

O Brasil não exclui a possibilidade de recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio), mas segue apostando no fluxo de tratativas em curso. Segundo um membro do governo brasileiro, o país agora espera dos americanos uma sinalização sobre quais pontos eles estão efetivamente dispostos a negociar. O contato entre os países tem sido mantido em nível ministerial, com a liderança do vice-presidente Geraldo Alckmin, e em nível técnico.

O Estado de S.Paulo - SP   27/05/2025

A mediana do relatório Focus para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 aumentou de 2,02% para 2,14%. Considerando apenas as 62 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a mediana ficou em 2,17%.

Na ata da sua última reunião, de maio, o Comitê de Política Monetária (Copom) afirmou que a taxa de juros “significativamente contracionista” tem contribuído para moderar o crescimento da atividade. Segundo o colegiado, a tendência é que esse processo ganhe força nos próximos trimestres. O Banco Central espera alta de 1,9% para o PIB em 2025.

A estimativa intermediária do Focus para o crescimento da economia brasileira em 2026 se manteve em 1,70% pela quinta semana seguida. Considerando só as 61 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana ficou em 1,80%.

A mediana para o crescimento do PIB de 2027 permaneceu em 2,0% pela oitava semana seguida. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável, em 2,0%, pela 63ª semana seguida.

Dólar

A mediana para a cotação do dólar no fim de 2025 caiu pela quarta semana seguida, de R$ 5,82 para R$ 5,80. Um mês antes, era de R$ 5,90. A estimativa intermediária para a moeda americana no fim de 2026 continuou em R$ 5,90. Quatro semanas atrás, era de R$ 5,95.

A estimativa intermediária para o dólar ao final de 2027 permaneceu em R$ 5,80, após duas semanas de queda. Um mês antes, era de R$ 5,86. A projeção para o fim de 2028 foi de R$ 5,85 para R$ 5,82. Há um mês, era de R$ 5,85.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.
Juros

A mediana para a Selic no fim de 2025 continuou em 14,75% pela terceira semana consecutiva. Os juros estão nesse nível desde 7 de maio, quando o Copom aumentou a taxa em 0,5 ponto porcentual.

Considerando somente as 78 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a mediana para o fim de 2025 também se manteve em 14,75%.

A mediana para a Selic no fim de 2026 também ficou estável em 12,50% nesta edição do Focus. Mas, considerando apenas as 78 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa intermediária subiu de 12,25% para 12,50%.

A estimativa intermediária para o fim de 2027 continuou em 10,50%. Já a mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10,0%.
Inflação

A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 se manteve estável em 5,50%, após cinco baixas seguidas. A variação está 1,0 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Considerando apenas as 100 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a medida também ficou em 5,50%.

A projeção para o IPCA de 2026 se estabilizou em 4,50%, colada ao teto da meta. Um mês antes, era de 4,51%. Considerando apenas as 99 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana ficou em 4,52%.

O Banco Central espera que o IPCA some 4,8% em 2025 e 3,6% em 2026, conforme a trajetória divulgada no comunicado do Copom de maio. O fim do ano que vem é o horizonte relevante do colegiado.

Na última reunião, o comitê aumentou a taxa Selic em 0,5 ponto porcentual, de 14,25% para 14,75% — o maior nível desde julho de 2006. Desde setembro, quando o ciclo de aperto teve início, os juros já subiram 4,25 pontos.

A partir deste ano, a meta de inflação é contínua, com base no IPCA acumulado em 12 meses. O centro é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o BC perdeu o alvo.

A mediana do Focus para a inflação de 2027 permaneceu em 4,0% pela 14ª semana consecutiva. A projeção para o IPCA de 2028 passou de 3,80% para 3,81%. Um mês antes, era de 3,78%.

IstoÉ Dinheiro - SP   27/05/2025

A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 2,297 bilhões na quarta semana de maio. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta segunda-feira, 26, o valor foi alcançado com exportações de US$ 7,352 bilhões e importações de US$ 5,055 bilhões.

No mês, o saldo é de US$ 6,483 bilhões e, no ano, o superávit acumulado é de US$ 24,212 bilhões.

Até a quarta semana de maio, comparado com o mesmo período do ano passado, as exportações cresceram 4,7% e somaram US$ 24,08 bilhões. O resultado se deu devido ao crescimento de 4,1% em Agropecuária, que somou US$ 5,94 bilhões; crescimento de 2,0% em Indústria Extrativa, que chegou a US$ 6,02 bilhões e, por fim, crescimento de 6,5% em Indústria de Transformação, que alcançou US$ 12,02 bilhões.

Já as importações cresceram 5,5% e totalizaram US$ 17,60 bilhões na mesma comparação, com queda de 5,4% em Agropecuária, que somou US$ 360 milhões; queda de 40,7% em Indústria Extrativa, que chegou a US$ 810 milhões e, por fim, crescimento de 10,1% em Indústria de Transformação, que alcançou US$ 16,32 bilhões.

O Estado de S.Paulo - SP   27/05/2025

A Moody’s reafirmou nesta segunda-feira, 26, o rating de longo prazo da China em A1, mantendo perspectiva negativa para a nota de crédito.

Em comunicado, a Moody’s atribuiu a manutenção do rating à “grande e dinâmica economia da China e sua capacidade de inovação”, ainda que a expectativa da agência de classificação de risco seja de que o crescimento potencial do gigante asiático diminua para uma faixa de 3,5% a 4% até 2030.

“As tendências recentes indicam uma melhora na qualidade do crescimento, reforçando a resiliência econômica”, diz a Moody’s.

A perspectiva negativa, por sua vez, se deve a riscos de que tensões comerciais entre a China e seus principais parceiros comerciais possam ter “um efeito negativo duradouro no perfil de crédito” chinês, segundo a agência.

“Mesmo com esforços recentes para diminuir as tensões comerciais entre EUA e China, a incerteza quanto às futuras restrições comerciais e aos fluxos comerciais globais permanece”, ressalta a Moody’s.

Recentemente, a Moody’s rebaixou a nota de crédito soberana dos EUA, de ‘Aaa’ para ‘Aa1’.

Boas perspectivas

Autoridades do Ministério das Finanças da China afirmaram que a reafirmação da classificação de crédito soberano do país pela Moody’s reflete positivamente as boas perspectivas da economia chinesa, em rodada de perguntas e respostas para repórteres, nesta segunda-feira.

“Desde o quarto trimestre do ano passado, o governo chinês implementou um pacote de políticas de controle macroeconômico, os indicadores econômicos se recuperaram e melhoraram, as expectativas e a confiança do mercado se estabilizaram e a sustentabilidade da dívida a médio e longo prazo aumentou”, argumentaram os representantes.

Segundo eles, apesar dos atuais desafios para o desenvolvimento econômico global e conflitos geopolíticos, a economia da China “teve um bom início”, com a produção e a demanda do consumidor estáveis, e a estabilidade e a coordenação da operação econômica aumentando, o que “demonstra plena resiliência e vigorosa vitalidade”.

“Não importa como o ambiente externo mude, a China fortalecerá sua confiança, manterá sua determinação e se concentrará em ‘fazer suas próprias coisas’”, acrescentaram.

CNN Brasil - SP   27/05/2025

A XP estima que a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) é equivalente a uma alta de 0,25 a 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros do país, a Selic.

A medida afeta três áreas principais: seguros (sobretudo na pensão privada VGBL), crédito corporativo e operações cambiais.
Leia Mais

A XP aponta que o encarecimento do crédito ocasionado pela mudança reduz a necessidade de o Banco Central (BC) seguir elevando os juros para controlar a inflação. Desse modo, os analistas da casa esperam que a Selic fique estável na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

"No entanto, o aumento do IOF não terá o mesmo impacto que o aumento da taxa básica de juros sobre as expectativas de inflação, o consumo intertemporal e a taxa de câmbio", ressalta o relatório da XP publicado no domingo (25).

"Ainda assim, parece seguro afirmar que um IOF mais alto pode substituir, no cenário base da nossa equipe macroeconômica, o aumento final de 25 pontos-base previsto para junho, encerrando o atual ciclo de alta", pontua.

Em entrevista ao CNN Money, o estrategista-chefe da XP, Fernando Ferreira, reforça que esse aumento no custo do crédito deve levar as empresas a terem de recalcular a rota para emissão de dívidas.

"Empresas que tenham mais alavancagem, empresas mais endividadas, empresas de setores mais dependentes de capital de giro e que tenham negócios mais intensivos em capital tendem a sofrer mais com esse aumento do custo do crédito por conta da alta do IOF", indica Ferreira.

Impacto por setores

Ainda assim, a expectativa é por um impacto modesto nas empresas. Segundo o relatório, a maioria dos analistas vê um impacto limitado em ganhos, mesmo para as empresas com maior exposição a capital, devido a, principalmente, linhas de financiamento alternativas (como instrumentos isentos de IOF) que podem compensar, ao menos parcialmente, os custos mais elevados.

Nos setores de Alimentos e Bebidas e no Agronegócio, a XP vê um impacto limitado exatamente pelo fato das dívidas destes setores consistir em linhas de crédito ou emissões no mercado de capitais isentas do IOF.

Já os setores de Educação e Saúde não devem ver mudanças devido sua exposição majoritariamente composta por debêntures e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), que não foram afetados pela medida.

Os setores de Bens de Capital, Imobiliário, Telecomunicações, e Celulose e Papel devem ver impactos mínimos segundo o relatório.

Por outro lado, o setor Financeiro é visto dividido. Os principais impactos destacados são o potencial repasse do encarecimento do crédito aos clientes, a diminuição do uso de cartões internacionais e um menor fluxo de contribuições em pensão privada devido ao aumento do imposto.

No caso do crédito para as empresas, porém, a XP vê um ponto que atenua o potencial impacto negativo dessas medidas.

"As emissões de dívida para empresas podem ser feitas por meio de diversos tipos de instrumentos, alguns dos quais isentos de IOF (por exemplo, Notas Comerciais e
Debêntures). Assim, vemos alguma capacidade para as instituições financeiras utilizarem outros instrumentos para mitigar os impactos do aumento de impostos."

Na área de mercado de capitais, os analistas veem até um potencial "ligeiramente positivo" devido a uma possível migração de crédito para o setor pela isenção do IOF sobre debêntures.

Para os setores de Metais e Mineração e Óleo, Gás e Petroquímicos a XP observa um risco levemente maior de encarecimento com exposição a operações de risco sacado.

No Varejo também são indicados riscos como o repasse de preços por parte dos distribuidores e maiores custos de dívida. Mas a XP aponta alternativas para o setor conseguir isenções de IOF e manter o custo da operação.

O Estado de S.Paulo - SP   27/05/2025

Representantes da indústria, agronegócio, comércio, bancos e seguradoras defendem que o Congresso Nacional barre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) anunciado pelo governo na última quinta-feira, 22.

Em manifesto, a que o Estadão teve acesso, as entidades afirmam que o aumento do imposto foi recebido com “preocupação” e representa aumento de custos para o setor privado.

“Iniciativas arrecadatórias, com aumento de impostos, impactam negativamente a construção de um ambiente econômico saudável”, afirmam. “Esperamos que o Congresso Nacional se debruce sobre o tema e avalie com responsabilidade a anulação do teor do decreto do governo federal.”

O documento é assinado pelas confederações nacionais da Indústria (CNI), do agronegócio (CNA), do comércio e serviços (CNC), das instituições financeiras (CNF), das seguradoras (CNseg), além da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) e da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o que indica que o setor privado se uniu contra o aumento do IOF.

Na quinta-feira, o governo anunciou o aumento do imposto em operações de crédito para empresas, em investimentos de pessoas físicas acima de R$ 50 mil por mês na previdência privada (VGBL), e em operações cambiais que atingem tanto empresas quanto pessoas físicas.

Horas depois, o governo recuou e poupou as aplicações financeiras de fundos de investimentos e de pessoas físicas no exterior.

Mas advogados tributaristas e empresários afirmam que ainda haverá efeitos sobre o dia a dia de multinacionais brasileiras na relação com suas filiais no exterior e também na importação de máquinas e equipamentos.

No manifesto, as entidades afirmam que a medida encarece o crédito para empreendimentos produtivos “aumentando a carga tributária do IOF sobre empréstimos para empresas em mais de 110% ao ano e, ao mesmo tempo, expõe assimetrias”.

“A tributação no câmbio impacta a importação de insumos e bens de capital necessários para o investimento privado e a modernização do parque produtivo nacional. A tributação sobre VGBL amplia distorções no mercado financeiro, uma vez que outros produtos não foram tributados e desincentiva a formação de poupança nacional de longo prazo em favor de investimentos de curto prazo”, afirmam.

Na sexta-feira, o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), apresentou uma proposta de decreto legislativo para sustar o aumento do imposto. Para avançar, a medida precisa ser aprovada pela maioria dos parlamentares da Câmara e do Senado.

As entidades que assinam o manifesto têm atuação forte de lobby no Congresso, o que pode pressionar o governo.

As confederações afirmam, no manifesto, rejeitar o aumento de impostos como forma de ajustar as contas do governo.

“É preciso enfrentar os problemas crônicos do Orçamento para acabar com a contínua elevação de impostos. Construir um desenho institucional mais eficiente é a forma certa de garantir o equilíbrio fiscal, reduzir o enorme custo tributário que trava o crescimento do país e garantir previsibilidade para investidores”.
Leia o manifesto na íntegra:

Manifestação das Confederações sobre as mudanças no IOF

O setor privado brasileiro recebe com preocupação as medidas anunciadas pelo Governo Federal de aumento de alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

A decisão gera imprevisibilidade e aumenta os custos para produzir no país. Com as medidas, os custos das empresas e dos negócios com operações de crédito, câmbio e seguros serão elevados em R$ 19,5 bilhões apenas no que resta do ano de 2025. Para 2026 o aumento de custo chega a R$ 39 bilhões.

A medida encarece o crédito para empreendimentos produtivos, aumentando a carga tributária do IOF sobre empréstimos para empresas em mais de 110% ao ano e, ao mesmo tempo, expõe assimetrias.

A tributação no câmbio impacta a importação de insumos e bens de capital necessários para o investimento privado e a modernização do parque produtivo nacional. A tributação sobre VGBL amplia distorções no mercado financeiro, uma vez que outros produtos não foram tributados e desincentiva a formação de poupança nacional de longo prazo em favor de investimentos de curto prazo.

Iniciativas arrecadatórias, com aumento de impostos,impactam negativamente a construção de um ambiente econômico saudável. O IOF, aliás, é um imposto regulatório, e não arrecadatório. É preciso enfrentar os problemas crônicos do Orçamento para acabar com a contínua elevação de impostos. Construir um desenho institucional mais eficiente é a forma certa de garantir o equilíbrio fiscal, reduzir o enorme custo tributário que trava o crescimento do país e garantir previsibilidade para investidores.

Esperamos que o Congresso Nacional se debruce sobre o tema e avalie com responsabilidade a anulação do teor do decreto do Governo Federal.

O Brasil ostenta uma das maiores cargas tributárias do mundo. Precisamos de um ambiente melhor para crescer — e isso se faz com aumento de arrecadação baseado no crescimento da economia, não com mais impostos.

É hora de respeitar o contribuinte.

CNN Brasil - SP   27/05/2025

A solução encontrada pelo governo para enfrentar nossos problemas soa quase genial, não fosse equivocada e nefasta para a economia. A sequência de erros começa na premissa da decisão de aumentar o IOF para garantir a arrecadação e, de rebarba, ajudar o Banco Central com a política monetária.

Usar um imposto regulatório para cumprir meta fiscal ou para provocar contração do crédito e abrir espaço para queda dos juros contém distorções tão desnecessárias, quanto absurdas.
Leia Mais

Não à toa o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, correu para se posicionar contra a medida e, ao mesmo tempo, conter uma crise institucional entre ele e a Fazenda.

Ex-integrantes do BC ouvidos pelo Blog ficaram alarmados com a criação de uma nova lógica da equipe econômica do governo petista: aumento de imposto é bom para combater a inflação. Sim, porque no final das contas, se o Copom não precisa mais subir os juros porque o IOF vai fazer o serviço, o mínimo que se espera é que o IPCA caia e volte para meta de 3%.

Em evento nesta segunda-feira (26) no Rio de Janeiro, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, saiu em defesa de Fernando Haddad e foi direto no recado ao Banco Central, além de confirmar a teoria petista, inédita na história econômica.

"O IOF tem uma função de contração monetária, porque aumenta o custo do crédito. Mas a Selic gera dívida o IOF gera receita diminui o problema da relação dívida-PIB”, disse Mercadante.

“Seria genial se não fosse assustador”, disse um economista ouvido pelo blog. “É como se não precisasse mais do BC para combater a inflação, é só aumentar imposto”, reforçou. A equação petista padece do realismo sobre os efeitos de uma ruptura do acesso ao crédito para empresas que podem provocar desaceleração rápida e desorganizada da economia, além de alimentar crise de confiança no país.

Nada disso parece preocupar os petistas mais graduados do governo. Em seu discurso no evento nesta segunda-feira, Aloizio Mercadante traçou o que pode, ou deveria, ser a estratégia do Comitê de Política Monetária a partir de agora. Além de se aliar a Fernando Haddad no combate solitário que ele enfrenta para equilibrar as contas.

“Tem espaço para fazer [cortar a Selic] de forma gradual, segura e sustentável. Eu nunca falo disso, mas hoje como você (Haddad) está aqui eu falei para te defender, porque você não pode ficar sozinho segurando todo esse desafio gigantesco que nós temos pela frente”, disse o presidente do BNDES.

Mercadante não está sozinho nesta crença. As declarações de gente da equipe econômica, incluindo o ministro da Fazenda, de que estão ajudando o BC a não subir mais os juros, foram parte da defesa do aumento do IOF.

Com a repercussão no mercado, a taxação dos investimentos externos caiu em poucas horas porque a reação do câmbio é a mais rápida e eficiente para assustar governos. Também assustou o fato de não considerarem que a medida soava controle de capitais, coisa que a China faz sem constrangimento.

Tudo indica que a pernada do IOF sobre o crédito vai resistir mais tempo. E vamos assistir a um filme que já vimos no governo Dilma 1 e 2, com uma aposta dobrada na soberba dos economistas petistas de que suas fórmulas são corretas.

O fato do país ter entrado na crise fiscal em 2015 exatamente por conta delas não faz parte da estória contada pelo governo Lula. Ao contrário, ao identificar o problema estrutural das contas públicas, é como se a fonte dos problemas atuais não existisse e, portanto, a responsabilidade sobre eles também não.

MINERAÇÃO

Valor - SP   27/05/2025

Contratos para entrega em setembro, os mais negociados, fecharam cotados a US$ 98,05 por tonelada

Os contratos de minério de ferro para entrega em setembro, os mais negociados, fecharam em queda de 2,21% na Bolsa de Dalian, cotados a 706,5 yuans (US$ 98,05) a tonelada.

O sentimento dos investidores parece ter esmorecido recentemente, segundo relatório da Galaxy Futures, citado pelo Dow Jones Newswires, apesar da melhora de oferta com alta dos embarques das principais mineradoras.

Os analistas destacam que os preços devem ficar dentro de uma faixa limitada no curto prazo, já que os principais fatores de mudança estão fracos.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   27/05/2025

Grupo indiano Motherson atua no setor automotivo e conta com um mercado interno sólido, mas evita depender de produtos, clientes ou países específicos

O grupo indiano Motherson apresentou uma proposta para adquirir a japonesa Marelli Holdings, atualmente controlada pelo fundo norte-americano Kohlberg Kravis Roberts (KKR). A negociação faz parte da estratégia da Motherson para entrar no grupo das 10 maiores fornecedoras globais de autopeças, com foco em fusões e aquisições agressivas.

A chave para o sucesso da empresa tem sido a diversificação. Embora atue fortemente no setor automotivo e conte com um mercado interno sólido, a Motherson evita depender de produtos, clientes ou países específicos.

Entre seus principais clientes estão montadoras europeias como Mercedes-Benz e Volkswagen, além de marcas asiáticas como Suzuki (Japão) e Hyundai (Coreia do Sul). Já a Marelli tem uma base mais concentrada: Nissan e Stellantis respondem por cerca de metade de sua receita.

Com forte presença em componentes eletrônicos e soluções para veículos elétricos e definidos por software, a Marelli seria integrada à rede de clientes da Motherson caso a aquisição avance. A expectativa é também oferecer produtos de outras empresas do grupo à Nissan e a outros clientes da japonesa.

Um dos pilares de crescimento da Motherson são os chicotes elétricos. A receita do grupo no setor de autopeças atingiu US$ 11,6 bilhões no ano fiscal de 2023, alta de 25% em relação a 2018, segundo a consultoria MarkLines.

Hoje, a Motherson é a maior fornecedora de autopeças da Índia e ocupa a 25ª posição global. A Marelli está em 27º lugar, com receita anual de US$ 11,4 bilhões. Caso a fusão se concretize, o grupo alcançaria a 12ª colocação no ranking mundial, com US$ 23 bilhões em vendas.

O crescimento do mercado interno indiano também impulsiona o setor. Em 2022, a Índia ultrapassou o Japão e se tornou o terceiro maior mercado de automóveis novos do mundo, atrás apenas da China e dos EUA.

Mesmo com uma base doméstica crescente, a Motherson mantém foco na expansão internacional. Em 2023, adquiriu a divisão de espelhos da japonesa Ichikoh Industries. No ano anterior, comprou a Yachiyo Industry, fornecedora da Honda, hoje rebatizada como Motherson Yachiyo Automotive Systems.

O grupo mantém relações comerciais de longa data com o Japão, fornecendo peças à Suzuki desde os anos 1980. Também tem histórico de colaboração com a antecessora da Marelli, a Calsonic Kansei, e já havia cogitado apoiar a empresa durante suas dificuldades financeiras em 2022.

Fontes do setor apontam que a Marelli pode ter perdido profissionais-chave durante sua crise recente. A possível aquisição pela Motherson é vista como uma chance de reconstruir a confiança no mercado e fortalecer a estrutura da companhia.

O Estado de S.Paulo - SP   27/05/2025

À frente da diretoria de Sustentabilidade e de Parcerias Estratégicas e Institucionais, criada no ano passado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Henry Joseph Junior está entre os principais experts do Brasil em temas relacionados a combustíveis e emissão veicular. Ele acredita que o espaço para veículos eletrificados no Brasil tem crescido de forma consistente — já atingiram 10,1% das vendas de veículos novos em abril — e que essa participação tende a subir ainda mais.

Para ele, porém, a questão da infraestrutura ainda é um ponto que preocupa, principalmente no caso dos carros 100% elétricos. “Não vemos uma expansão dos pontos de recarga na mesma velocidade do aumento das vendas”, diz. Ele cita como exemplo dessa dificuldade a situação das frotas de ônibus elétricos adquiridos na capital paulista e que estão parados nas garagens dos operadores por falta de condições de recarga. Para ele, porém, essa será uma grande oportunidade de negócios.

Henry atuou por 36 anos na engenharia da Volkswagen e foi um dos responsáveis pela criação da tecnologia flexfuel, hoje dominante na frota brasileira. Ele é engenheiro químico e bacharel em Química pela Universidade Mackenzie, com especialização pela Universidade de Tsukuba, no Japão. É a voz da entidade que representa 26 fabricantes de veículos na discussão sobre o desenvolvimento de tecnologias que reduzam as emissões veiculares.

O executivo será um dos participantes do Summit Mobilidade, promovido pelo Estadão. O evento deste ano será realizado na próxima quarta-feira, 28, no Teatro Bravos, em Pinheiros, zona oeste da capital paulista.

Veja a seguir os principais trechos da entrevista.
Como está hoje o mercado de carros elétricos e híbridos no Brasil?

Apesar dos poucos incentivos tributários, a participação de eletrificados nas vendas brasileiras de veículos novos já atingiu 10,1% no último mês de abril e continua crescendo mês a mês. Nos primeiros quatro meses de 2025 está em 9,8%. Em todo o ano de 2024 esta participação foi de 7,2%.

Boa parte desses veículos é composta por carros 100% elétricos, todos importados, e que precisam ser carregados em tomadas. Como está a infraestrutura de abastecimento?

Certamente, a situação da infraestrutura preocupa, pois não vemos uma expansão dos pontos de recarga na mesma velocidade do aumento das vendas. Um exemplo é a situação das frotas de ônibus elétricos adquiridos na capital paulista e que estão parados nas garagens dos operadores por falta de condições de recarga. Mas, acreditamos que este quadro possa se modificar rapidamente, na medida em que investimentos privados aumentem, pois será uma excelente oportunidade de negócio.
A Anfavea defende que, no Brasil, a melhor opção são os híbridos flex que podem usar etanol. Diante do que vem ocorrendo em vários países, em especial na Europa e nos EUA, onde as vendas de elétricos estão caindo ou pararam de crescer, o sr. diria que a opção do Brasil é mais viável e que o País pode ser líder na descarbonização veicular quando for feito um balanço global dos resultados das políticas e estratégias adotadas por cada país?

A Anfavea não defende nenhuma rota tecnológica específica. Defendemos a necessidade da descarbonização, seja por via da eletrificação ou dos biocombustíveis. Estudos nossos de 2021 e de 2024 mostraram claramente que ambas as rotas podem ser seguidas e são complementares. A decisão de qual rota seguir é dos fabricantes, que avaliam as condições locais de fornecedores, infraestrutura, interesse do consumidor, regulamentações a serem cumpridas, know-how etc. Obviamente, dada a experiência que temos com o uso de biocombustíveis, a associação destes com a eletrificação nos veículos híbridos flex torna-se uma solução muito adequada para o mercado local e poderá ser replicada em outros mercados que também vão se inclinando para o uso de biocombustíveis.

Praticamente todas as montadoras instaladas no País anunciaram investimentos para produção local de carros híbridos e híbridos plug-in(que podem ser recarregados na tomada). Já é possível projetar qual será a participação desses modelos nas vendas totais até 2030?

Sim. O nosso último estudo mostrou que as vendas de veículos leves híbridos e plug-in serão de 29% a 38% em 2030. O quanto deste total será flex é difícil dizer, mas certamente será a maioria.
Por enquanto, nenhuma das fabricantes tradicionais anunciou investimento na produção de carros 100% elétricos. Por outro lado, projetos com essa tecnologia estão nos planos das novatas chinesas. As montadoras que estão no País há muito mais tempo correm o risco de ficar para trás nessa tecnologia?

Certamente que não. Nossas associadas, através de suas matrizes, têm total acesso às tecnologias mais modernas e a decisão de produzi-las localmente se limita à disponibilidade de fornecedores locais, principalmente das baterias. Vamos lembrar que temos fabricantes de veículos pesados que já oferecem hoje caminhões e ônibus 100% elétricos produzidos no Brasil, visto se tratar de um volume ainda pequeno.

Há uma reivindicação da Anfavea para que o governo federal antecipe a cobrança integral do Imposto de Importação de carros elétricos e híbridos, cuja alíquota cheia de 35% está prevista para meados de 2026. Há alguma sinalização por parte do governo sobre esse tema?

O governo tem se mostrado bastante sensível a esta reivindicação e acreditamos que o aumento da alíquota é somente uma questão de tempo. Certamente toda esta discussão internacional sobre tarifas de importação é um dos principais motivos do porquê esta decisão ainda não foi adotada.
O sr. pode explicar por que essa antecipação é necessária para o setor, já que, no caso dos elétricos, especificamente, é uma nova tecnologia e não há produção local desse tipo de veículo?

A explicação é simples: não temos produção local porque não temos fornecedores locais dos principais componentes. E, não temos estes fornecedores porque a importação dos veículos completos é mais barata do que investir para produzir os componentes localmente. Sem uma proteção tarifária, não há segurança para o investimento no desenvolvimento e produção dessas tecnologias.

Exame - SP   27/05/2025

O anúncio de descontos de até 35% da BYD no final da última semana derrubou as ações das montadoras de veículos elétricosem Hong Kong, nesta segunda-feira, 26.

A BYD ofereceu descontos em 22 modelos elétricos e híbridos, que devem valer até o final de junho. O modelo Seagull, conhecido por ser o mais barato da marca, teve o preço reduzido em 20%, chegando a 55.800 yuans (US$7.780).

Já o Seal Híbrido teve o maior corte, com uma queda de 34% no valor. O anúncio gerou uma forte reação do mercado, alimentando temores de uma nova guerra de preços no setor.

Analistas do Morgan Stanley, incluindo Tim Hsiao, divulgaram uma nota informando que "embora alguns desses descontos estejam em vigor desde abril, o anúncio oficial envia um forte sinal de quão difícil está o mercado final".

A nota da BYD desencadeou uma queda de 8,3% nas ações da marca, acompanhando concorrentes como a Li Auto Inc., Great Wall Motor Co. e Geely Automobile Holdings Ltd., que caíram mais de 5%.

Embora a venda de carros elétricos esteja em uma alta histórica, o crescimento passou a desacelerar nos últimos meses.

Os estoques das concessionárias atingiram a marca de 3.5 milhões de carros em abril, sendo o maior nível desde dezembro de 2023. Os descontos foram aplicados para estimular a demanda dos consumidores chineses, que enfrentam uma crise econômica no país.

Analistas esperam que outras montadoras sigam a BYD com os próprios cortes de preço, pressionando as margens de lucro. A Changan Auto, por exemplo, ofereceu um desconto de 25.000 yuans- cerca de US$ 3.470,15 - do modelo Deepal S07.

Estimativas indicam um aumento de 30% a 40% no tráfego das lojas da BYD após o anúncio dos descontos. Em abril, a empresa calculou seu melhor mês de vendas em 2025 e deve alcançar a meta de 5,5 milhões de vendas no ano.

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

Porto Gente - SP   27/05/2025

O mercado de locação de máquinas sentirá os efeitos da reforma tributária, uma vez a carga de tributos pagos pode triplicar até 2033, prazo final para a implementação da reforma no país. A informação foi trazida pelo CEO da Audit Consult, Paulo Henrique, durante o Conexões e Negócios, promovido no dia 22 de maio, em São Paulo, pela Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema).

“Nossa previsão é que o IVA (Imposto de Valor Agregado) pode chegar a 28% no segmento. Atualmente, uma empresa que está no regime de Lucro Real paga 9,5% de impostos. Mas, esse percentual não será aplicado de uma vez. É um processo gradual”, avaliou Henrique.

Outros pontos trazidos por ele foram que os locadores terão que emitir nota fiscal e destacar o IVA, e que eles terão que pagar o imposto na venda do bem imobilizado. “Outra novidade é que o locador precisar acertar o IVA no pagamento e/ou no recebimento, a situação que vier primeiro”, explicou.

Henrique alertou ainda sobre a formação de preço em contratos de longo prazo que englobarão o período de transição do IVA. “É importante estar em contrato o realinhamento de preço, pois, por conta da reforma tributária, ainda há pontos a serem esclarecidos, que podem impactar o preço dos equipamentos locados”, finalizou.

Equipamentos compactos em crescimento

O Conexões e Negócios reuniu mais de 150 empresários e profissionais de locadores, usuários de máquinas, fabricantes e parceiros estratégicos, com o objetivo de realizar negócios, ampliar conexões qualificadas e disseminar conhecimento sobre o mercado de equipamentos compactos.

“Em um mercado cada vez mais dinâmico, competitivo e digital, o encontro ofereceu um espaço ideal e de alta qualidade para conteúdo, relacionamento, fortalecimento de parcerias, geração de oportunidades entre os players mais relevantes desse setor, contribuindo para o avanço do mercado de equipamentos compactos no país”, afirmou o engenheiro Afonso Mamede, presidente da Sobratema.

O setor de miniequipamentos tem crescido fortemente nos últimos cinco anos. De acordo com o Estudo Sobratema do Mercado de Equipamentos para Construção e Mineração, no período 2020 a 2024, as vendas de miniescavadeiras triplicaram, enquanto a comercialização de minicarregadeiras mais do que quadruplicaram. Esse salto decorre de sua aplicação versátil em diversos segmentos, como mobilidade urbana, infraestrutura, construção civil, habitação de interesse social e saneamento.

As palestras técnicas, ministradas por Mario Neves (Avant), Geraldo Buzo (Mason), Rodrigo Sampaio (Caterpillar), José Ferreira e Rogeiro Pereira (LiuGong), Anderson Oliveira (Yanmar) e Paulo Henrique Andreotta (Zoomlion), reforçaram o potencial de crescimento dos equipamentos compactos no país.

Valor - SP   27/05/2025

Empresa prevê que, após junho, os preços devem começar a se acomodar nos patamares mais altos ao consumidor

Uma das maiores fabricantes de eletrodomésticos do mundo, a sueca Electrolux tem dificuldades para crescer no Brasil neste ano, com o desaquecimento das vendas, o aumento dos custos, pela alta do dólar e pelo cenário de maior incerteza econômica. Já se projeta provável piora do desempenho do grupo na segunda metade do ano.

Há algumas medidas definidas, parte delas implementadas, para acelerar a demanda por meio de lançamentos de produtos mais competitivos em termos de design e preço — 70 itens estão sendo lançados de janeiro a junho. São as linhas “premium” que estão conseguindo manter vendas mais elevadas que a média do portfólio.

“Para o segundo trimestre, não vemos queda de demanda forte, mas algo mais parecido com 2024, que foi um bom ano. Só que teremos um segundo semestre com desaceleração muito provavelmente, e talvez até algumas taxas negativas de crescimento de mercado [de junho a dezembro]”, disse o CEO da Electrolux na América Latina, Leandro Jasiocha, em entrevista na última quinta-feira (22).

No fim de abril, o presidente global da companhia, o francês Yannick Fierling, foi questionado por um analista, em teleconferência sobre o balanço do primeiro trimestre, a respeito do risco de a venda “virar” para uma taxa negativa no resto do ano, especificamente no Brasil.

“Sim, quero dizer, estamos [com viés] neutro para a região. Mas isso não significa que estamos ganhando”, respondeu o executivo. Segundo ele, 2024 foi “excepcional” para a América Latina, pela onda de calor sem precedentes, o que sustentou a venda de ar-condicionado e refrigeradores. Mas ele entende que não haverá um grande crescimento na América Latina no ano, e o câmbio ainda deve trazer instabilidades no Brasil.

“Temos que reagir”, completou ele, ao citar a melhora na venda de itens de alto valor no país. O Brasil é mais da metade da receita nos países latinos, que atingiu US$ 730 milhões de janeiro a março, com base no câmbio atual. A América Latina é 25% das vendas globais, centradas em itens como refrigeradores, micro-ondas, fogões e portáteis.

Ao sentir que a disparada do dólar, em dezembro, iria pesar nos resultados neste ano, o comando decidiu subir os preços no país imediatamente, já no início de 2025, numa reação rápida, disse Fierling.

Houve novos aumentos nos últimos meses porque ainda não havia sido possível compensar todo o efeito do câmbio no mercado.

O Valor havia antecipado, na edição de quinta, a maior limitação das empresas hoje em reajustar seus preços. Fontes do varejo citaram à reportagem, em janeiro, pedidos de repasses de 5% a 7% em eletrodomésticos no começo de 2025, a depender da categoria.

De acordo com Claudio Felisoni de Angelo, economista e idealizador do Provar/FIA (Programa de Administração de Varejo), se as empresas passam a ter queda em volume, e sentem dificuldades maiores de repassar preços, projetos futuros ficarão inevitavelmente paralisados.

“Planos de investimento dependem de um mínimo de visibilidade e de confiança na economia no médio prazo, e o grau de instabilidade hoje é alto”, diz Angelo.

Apesar das pressões, Jasiocha descarta risco de demissões de pessoal — são cerca de 7 mil empregados no Brasil e quatro fábricas.

“Vimos esse processo de desvalorização pesado do real, e com a moeda agora a R$ 5,70, você pensa, ‘ah que bom, porque bateu em R$ 6,30 em dezembro’. Só que era R$ 4,90 no começo de 2024. Ainda temos 17%, 18% de desvalorização.”

Para o executivo, num aumento dessa magnitude, só parte se consegue gerenciar por ganho de produtividade e eficiência, e o grupo decidiu proteger lucratividade. “Neste momento, os preços finais de venda ao consumidor ainda não refletem todos os aumentos de custos que tivemos. Isso é um processo que ainda está em curso.”

A empresa prevê que, após junho, os preços devem começar a se acomodar nos patamares mais altos ao consumidor, caso o dólar não descole de novo.

A cadeia de produção de bens duráveis envolve um planejamento de 9 a 12 meses, com boa parte dos insumos oriundos da Ásia, e altamente dependente de itens como aço, alumínio e plástico, todos dolarizados. Um fogão tem cerca de 65% dos insumos atrelados ao dólar.

Somado a isso, o mercado local ficou mais competitivo com o avanço de marcas chinesas de 2 a 3 anos para cá, como Midea, Hisense e TCL, com condições comerciais mais agressivas. E num setor que já foi bem mais concentrado no passado (com Brastemp e Consul, do grupo americano Whirlpool, a Electrolux e marcas nacionais).

Isso ampliou a disputa no segmento de itens de entrada no Brasil, apesar de esta não ser a área prioritária da Electrolux hoje. Para Jasiocha, nesse ambiente mais difícil, o aumento de lançamentos e “um mix forte” pode ter protegido margens da empresa, mesmo com mais concorrentes.

Além dos 70 produtos lançados no primeiro semestre, haverá outros lançamentos até dezembro, em quantidade acima desses 70 apresentados, e que não serão só “troca de botãozinho ou mudança de cor”, diz ele, mas itens como mudança em design e tecnologia.

Normalmente esse tipo de investimento eleva despesas inicialmente, mas pode ser uma forma de a empresa buscar resultado lá na frente.

Nesse sentido, Jasiocha cita algumas ações tomadas, como o lançamento, em 2024, de um refrigerador com três portas, desejo de consumo das famílias, segundo pesquisas internas, e que normalmente tem 80 cm de largura, mas a empresa lançou com 70 cm. Acabaram usando menos insumos, e o item ficou até um-terço mais barato que o de 80 cm, segundo a tabela de varejistas.

O balanço global publicado em abril mostra que a demanda subiu “marginalmente” de janeiro a março nos países latinos, por causa do cenário no Brasil (a empresa não informa a taxa), segundo o CEO global.

Em valor vendido, já incluindo os reajustes, a expansão foi de 16,3% (em reais) na região, abaixo dos 22,3% de 2024 — já incluindo nisso o reajuste de preços que ajuda a puxar o índice para cima. Não há dados isolados de Brasil. A margem operacional na América Latina passou de 6% para 6,2%, em coroas suecas, mesmo com efeito contrário do câmbio, indicando que a estratégia adotada de novos itens pode ter funcionado. Mas a expectativa para acumulado de 2025 é de um desempenho “neutro”, porque há o componente da alta dos juros e da competição, que deve continuar dura no período.

A escalada da taxa Selic após setembro, por parte do comitê de política monetária do Banco Central (BC), foi reação ao cenário de aquecimento da economia, após diversos estímulos de gastos públicos pelo governo Lula, que elevaram a inflação. E pela falta de um compromisso claro da equipe econômica com controle fiscal no fim de 2024, que elevou percepção de risco do país.

Neste momento, a fabricante ainda finaliza a construção de uma fábrica de itens portáteis, anunciada em 2023, em São José dos Pinhais (PR), com investimentos de cerca de R$ 700 milhões. Hoje, são duas fábricas em Curitiba, outra em São Carlos (SP), e em Manaus (AM).

A companhia não diz que portáteis sairão de lá, mas seriam itens importados, e pouco relevantes no portfólio, exatamente para tentar ampliar participação de mercado.

Pela presença da Electrolux em 120 países, o “tarifaço” de Donald Trump impactou a empresa, que compra insumos da Ásia. A medida foi parecida com aquela relacionada com o dólar: a empresa tratou de repassar a alta nos impostos para os preços nos EUA, disse o grupo a analistas no mês passado. Só que a America Latina fica mais protegida disso, porque importa diretamente da Ásia.

O efeito que existe, contudo, tem a ver com o aumento da concorrência de outras marcas na América do Sul, com a guerra tarifária de Trump, o que exige que a empresa se movimente, como a direção já vem afirmando.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Monitor Digital - RJ   27/05/2025

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) apresentou dados atualizados do mercado imobiliário nacional referentes ao primeiro trimestre de 2025. Com um crescimento acima de 15% nas vendas e nos lançamentos, o setor segue resiliente, com resultados alavancados pelo programa Minha Casa, Minha Vida, apesar do cenário de juros elevados.

Entre janeiro e março deste ano, foram vendidas 102.485 unidades residenciais numa amostragem de 221 cidades em todo o país, o que representa um crescimento de 15,7% em relação ao mesmo período de. Já os lançamentos totalizaram 84.924 unidades, com alta de 15,1% na comparação anual.

O desempenho é ainda mais significativo considerando a tradicional desaceleração do mercado no início do ano em relação ao último trimestre do ano anterior e à manutenção em patamares elevados da taxa Selic.

“Mesmo em um cenário de crédito caro, o brasileiro segue acreditando no investimento em moradia. A força do Minha Casa, Minha Vida, aliada ao crescimento da renda e à estabilidade no emprego, sustenta esse desempenho positivo”, afirmou Renato Correia, presidente da CBIC. “Como nosso déficit habitacional é majoritariamente de habitações econômicas, o Minha Casa, Minha Vida traz justiça social. É fundamental que esse mercado seja valorizado e continue crescendo”, complementou Correia.

O volume total lançado nos últimos 12 meses, nas mesmas 221 cidades, chegou a 407.949 unidades, e as vendas acumuladas no período atingiram 418.136 unidades – um aumento de 22,5% em relação ao ano anterior.

Já a oferta final de imóveis caiu para 287.980 unidades, o que corresponde a uma redução de 4,6%, sinalizando forte absorção pelo mercado.

“Estamos atravessando um momento de turbulência na economia em relação à taxa de juros. Ainda assim, as estimativas de crescimento do PIB variam entre 2,3% e 2,5% para este ano”, avaliou na coletiva o economista Celso Petrucci, conselheiro da CBIC. “Mesmo diante desse cenário, as 221 cidades pesquisadas mostram um mercado bastante aderente, principalmente ao programa Minha Casa, Minha Vida”, acrescentou Petrucci.

O Minha Casa, Minha Vida foi o grande protagonista do trimestre. O programa respondeu por 53% dos lançamentos e 47% das vendas no período, com crescimento de 40,9% nas vendas e de 31,7% nos lançamentos em relação ao primeiro trimestre de 2024.

A maior presença do programa é explicada pelas condições de crédito mais acessíveis, com juros reais a partir de 4%, e pelo aumento da participação de estados e municípios com subsídios adicionais.

“O crescimento do programa é significativo. Isso mostra que os aprimoramentos feitos no segundo semestre de 2023 no programa do governo estão funcionando plenamente”, afirma Petrucci.

Segundo a CBIC, os bons resultados se concentram em regiões onde o Minha Casa, Minha Vida é dominante, como o Norte e o Nordeste. No Sudeste, especialmente em São Paulo, também houve destaque nos lançamentos do programa. Ao todo, o tempo médio de escoamento da oferta no Minha Casa, Minha Vida caiu para 6,5 meses, sinal de forte procura.

O fortalecimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) também ajuda a explicar o bom momento. Em dois anos, o orçamento do fundo dobrou: passou de R$ 80 bilhões para R$ 160 bilhões, com o reforço da Faixa 4 do programa feito neste ano pelo governo federal.

A queda na oferta geral – que reduziu 5,5% em relação ao trimestre anterior – reflete uma combinação entre aumento nas vendas e redução no ritmo de lançamentos fora do programa social.

Já os preços médios dos imóveis tiveram leve alta de 1,9% no trimestre, acompanhando a variação do INCC no período, o que indica estabilidade nos valores praticados, mesmo com a pressão inflacionária do setor de materiais.

A projeção da CBIC é de que o mercado imobiliário se mantenha em patamar elevado ao longo de 2025, especialmente com a consolidação da Faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida, que iniciou as contratações neste mês, e a continuidade dos financiamentos via FGTS e poupança. O desafio está na capacidade de manter a oferta na mesma velocidade da demanda, especialmente no segmento popular.

O levantamento faz parte dos Indicadores Imobiliários Nacionais, desenvolvido em parceria com a Brain Inteligência Estratégica e integra o projeto “Segurança Habitacional como Garantia Básica para a Qualidade de Vida e Integridade Física do Trabalhador”, realizado pela CII/CBIC em correalização com o Serviço Social da Indústria (Sesi).

Já de acordo com levantamento realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o mercado imobiliário brasileiro manteve sua trajetória positiva no período de 12 meses encerrado em fevereiro de 2025, impulsionado por um forte desempenho nos lançamentos e nas vendas de imóveis residenciais novos.

Segundo o estudo, houve um crescimento de 27,8% nos lançamentos em relação ao mesmo período do ano anterior. Em relação ao valor total dos lançamentos, a alta foi ainda maior, de 28,4%.

As vendas de imóveis novos também registraram resultados sólidos no acumulado dos últimos 12 meses encerrados em fevereiro, com um aumento de 12,3% no valor vendido e de 8,8% no número de unidades comercializadas.

Os estoques do segmento Médio e Alto Padrão continuam estáveis e atingiram, em fevereiro de 2025, o patamar de 14 meses para o escoamento da oferta. Esse número representa uma convergência para o nível considerado saudável – entre 11 e 14 meses – refletindo um maior equilíbrio entre oferta e demanda no setor. A trajetória de queda contínua observada entre 2023 e 2024 demonstra o amadurecimento do mercado e maior assertividade nos lançamentos.

Já o Minha Casa, Minha Vida manteve-se dentro da média histórica e apresentou, em fevereiro de 2025, uma duração média da oferta de 11,6 meses – dentro da faixa considerada ideal, entre 8 e 12 meses. O resultado mostra que o segmento popular continua com um ritmo de vendas consistente e um estoque ajustado à demanda, o que é essencial para garantir o acesso à moradia da população de menor renda e manter o dinamismo do programa habitacional.

FERROVIÁRIO

O Estado de S.Paulo - SP   27/05/2025

O Trem Intercidades (TIC) que vai ligar Campinas, no interior de São Paulo, à capital, pode ter a Estação Água Branca como ponto final. O projeto previa que a chegada fosse na Estação Barra Funda. As duas estações levam os nomes dos bairros onde estão localizadas, na zona oeste de São Paulo. A distância entre elas é de 3,7 km.

De acordo com a Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI), o projeto original que previa a chegada do TIC Campinas na Estação Barra Funda foi alterado para chegar à nova Estação Água Branca. Esta mudança já foi aprovada e está definida. Ainda está em estudos se a nova Estação Água Branca será o ponto final ou se a chegada será na Barra Funda.

O projeto inicial previa que o trem, partindo de Campinas a uma velocidade de até 140 km/h, cobriria o percurso de 101 km em 64 minutos até a Barra Funda. Com a alteração, pode haver uma pequena mudança no tempo de viagem.

De acordo com a SPI, a alteração vai facilitar e ampliar a integração dos trens com outros modais. O Trem Intercidades Oeste, que ligará Sorocaba a São Paulo, também pode ter como ponto final a Água Branca. O TIC Sorocaba terá a primeira audiência pública presencial para debater o projeto nesta segunda-feira, 26, na Câmara Municipal da cidade do interior paulista.

O plano do governo estadual, já definido com a concessionária TIC Trens, responsável pela linha Campinas – São Paulo, é transformar a Estação Água Branca em um novo hub de mobilidade. A “superestação” vai integrar as linhas 6-Laranja, 7-Rubi, 8-Diamante, 9-Esmeralda, Linha 3-Vermelha e as duas linhas de trens TIC Norte (Campinas) e TIC Oeste (Sorocaba). Atualmente, a estação pertence à Linha 7-Rubi, ramal privatizado da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

O cronograma de obras a cargo da nova concessionária prevê, na primeira fase – até o segundo semestre de 2026 – a integração com a Linha 6-Laranja. Numa segunda fase, ainda sem data definida, será feita a integração com as linhas 8-Diamante, 9-Esmeralda e o TIC Campinas. Já na terceira fase, ainda com definições pendentes, haverá a integração com a Linha 3-Vermelha e o TIC Sorocaba.

A ampliação da Estação Água Branca deve custar cerca de R$ 1,3 bilhão e as obras, divididas em fases, incluem ampliação das plataformas de embarque, construção de acessos em nível, mezanino, novas bilheterias, nova sala de embarque e toda estrutura em um edifício mais amplo. Atualmente a concessionária está na fase de pré-construção, que compreende a elaboração dos projetos executivos, obtenção de licenças ambientais e o processo de desapropriação. O projeto foi aprovado em março deste ano pelo governo estadual.

Já as obras do TIC Campinas começam em maio de 2026, com previsão de que os trens operem no primeiro semestre de 2031. Um dos desafios será a segregação do transporte de cargas nos trechos com estações, o que deve implicar em desapropriações.

Além do serviço expresso, ligando diretamente o Pátio Ferroviário de Campinas à Estação Água Branca, vai correr pelos mesmos trilhos o Trem Intermetropolitano, com paradas em Louveira, Vinhedo e Valinhos, cidades do interior que ficam ao longo do percurso. Atualmente são elaborados os projetos executivos das obras, incluindo as estações, para a obtenção das licenças ambientais. As obras do Intermetropolitano começam em 2026 e ficam prontas em 2029.

O Trem Intercidades São Paulo-Campinas vai fazer o trajeto em 1 hora e 4 minutos, à velocidade de até 140 km/h, transportando até 860 passageiros por viagem. O preço da passagem está previsto em R$ 64. Já o Trem Intermetropolitano (Jundiaí – Campinas) fará o percurso em 33 minutos o percurso de 44 km com velocidade de até 80 km, levando até 2.048 passageiros por viagem, com preço da passagem previsto em R$ 14.

Planejado desde 2013, o Trem Intercidades Eixo Norte foi incluído no Programa de Parceria e Investimentos do governo estadual em 2023. O leilão foi realizado em fevereiro de 2024. A concessionária TIC Trens é uma empresa do Grupo Comporte, holding brasileira formada por empresas de transporte rodoviário e urbano, e da CRRC, empresa chinesa fabricante de materiais e suprimentos para o setor ferroviário.

Trem intercidades Sorocaba

O projeto do TIC Sorocaba está recebendo sugestões de pessoas físicas e jurídicas interessadas em contribuir com a proposta até o dia 2 de junho. Das três audiências públicas previstas, a primeira será realizada na segunda-feira, em Sorocaba. Haverá também sessões em São Roque, cidade da região, no dia 28 deste mês, e em São Paulo, no dia 29.

Com investimento de cerca de R$ 12 bilhões, o TIC Sorocaba vai percorrer os 100 quilômetros entre a cidade do interior e a capital em cerca de 60 minutos. Haverá ainda um trem parador, que terá pontos de embarque e desembarque nas estações de Sorocaba, Brigadeiro Tobias (bairro de Sorocaba), São Roque, Amador Bueno (bairro de Itapevi), Carapicuíba e Estação Água Branca, na capital.

A previsão é de trens a cada 30 minutos no horário de pico para o serviço expresso e de 20 minutos para o serviço com paradas. O projeto inclui a reforma da estações Sorocaba, São Roque e Carapicuíba, a construção de uma plataforma em Amador Bueno e de uma nova estação em Brigadeiro Tobias. A expectativa é de transportar 50 mil passageiros por dia.

NAVAL

Monitor Digital - RJ   27/05/2025

O esgotamento da infraestrutura portuária brasileira tem se tornado um entrave cada vez mais crítico para o setor do agronegócio, afetando diretamente cadeias produtivas como a do café. Segundo Mario Veraldo, CEO da empresa de logística MTM Logix, os problemas não são mais pontuais, e tornaram-se estruturais. “Os portos operam hoje no limite. Equipamentos obsoletos, falta de manutenção e investimentos abaixo do necessário criam um cenário insustentável”, alerta o especialista.

De acordo com Veraldo, o Brasil investiu apenas 2,2% do PIB em infraestrutura em 2024, quando seria necessário quase o dobro (4,3%) para suprir a demanda projetada para as próximas três décadas. Essa defasagem ocorre justamente em um momento de forte expansão das exportações do agronegócio, que alcançaram US$ 164,4 bilhões no último ano — quase metade (48,9%) das exportações totais do país.
Custo logístico

Em março de 2025, o Brasil deixou de embarcar 637.767 sacas de café, equivalentes a cerca de 1.932 contêineres, devido aos gargalos logísticos, o que gerou um prejuízo de R$ 8,901 milhões, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Desde junho de 2024, houve um prejuízo de R$ 66,576 milhões com custos extras em função da estrutura defasada nos principais portos de escoamento de café do Brasil. O não embarque desse volume de café também fez com que o país deixasse de receber R$ 1,510 bilhão, como receita cambial em suas transações comerciais no mês de março deste ano.

Conforme o Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela startup ElloX Digital, 55% dos navios, ou 179 de um total de 325 embarcações, tiveram atrasos ou alteração de escalas nos principais portos do Brasil em março de 2025. O tempo médio de espera de um contêiner nos portos pode ultrapassar 40 horas e, em alguns casos, chega a dez dias, especialmente em Santos. Veraldo explica que a capacidade instalada atual, de 234 milhões de toneladas, não dará conta da demanda projetada para 2028, que é estimada em 238,9 milhões de toneladas.

“É preciso ampliar e modernizar os portos urgentemente, desburocratizar processos e investir em tecnologia e alternativas logísticas, como os portos do Arco Norte, que vêm se consolidando como uma rota estratégica para o escoamento da produção agrícola brasileira”, defende o CEO.
Café

Na outra ponta da cadeia, os reflexos chegam diretamente ao produtor. Rodrigo Reis, gerente de logística da Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocacer), relata que os gargalos afetam desde o planejamento operacional até a receita dos cooperados. “Os custos operacionais extras poderiam ser usados na valorização do café. Ao invés disso, são canalizados para contornar falhas estruturais”, afirma.

Segundo Reis, a Expocacer adota uma gestão preventiva, com planejamento logístico antecipado e escolha criteriosa de armadores. Ainda assim, enfrenta problemas recorrentes como indisponibilidade de contêineres, alteração de deadlines dos navios e altos custos com pedágios em rodovias de pista simples.

“A falta de previsibilidade afeta toda a cadeia. Quando o navio atrasa ou antecipa, precisamos reposicionar contêineres, pagar taxas de detention e arcar com prazos estourados. Isso gera um efeito cascata de ineficiência e custo”, explica Reis.

Para mitigar os prejuízos, a cooperativa intensificou sua atuação institucional. A Expocacer é ativa nos Comitês Logísticos do Cecafé e acompanha as diretrizes da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), buscando representatividade junto aos órgãos reguladores. Internamente, criou um setor dedicado à auditoria das cobranças portuárias, o que tem permitido a reversão de tarifas indevidas e a redução do impacto financeiro sobre os produtores.

“O Brasil precisa repensar sua logística com urgência. Não adianta promover comercialmente o nosso café no exterior se não conseguimos embarcá-lo com previsibilidade e custo competitivo. Seguimos operando com uma infraestrutura que parou no tempo. Enquanto isso, o volume exportado cresce ano após ano. Essa conta não fecha”, conclui Reis.
Soluções

De acordo com a MTM Logix, o cenário exige ação coordenada entre governo, setor privado e produtores. Sem isso, o Brasil corre o risco de ver sua competitividade escorrer pelos vãos de uma logística que já não acompanha seu próprio potencial.

“A digitalização e a automação despontam como ferramentas estratégicas para transformar a logística portuária brasileira, hoje marcada por ineficiências e altos custos. A adoção de tecnologias inteligentes permite acelerar processos, reduzir erros operacionais e melhorar a gestão das informações ao longo de toda a cadeia logística. Sistemas automatizados agilizam desde a liberação de cargas até o gerenciamento de estoques, diminuindo o tempo de espera e aumentando a produtividade nos terminais”, afirma Veraldo.

Além disso, a integração digital entre transportadoras, armadores, operadores portuários e órgãos reguladores viabiliza uma comunicação mais fluida e decisões mais assertivas.

“Para que essa modernização ocorra em escala, no entanto, é indispensável o engajamento do poder público. Políticas voltadas à ampliação dos investimentos em infraestrutura, incentivo à iniciativa privada, desburocratização regulatória, integração entre modais de transporte e qualificação da mão de obra são medidas urgentes para destravar o sistema e preparar os portos brasileiros para os desafios logísticos do futuro”, finaliza o CEO.

Jornal de Brasília - DF   27/05/2025

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse nesta segunda-feira, 26, que, até o fim do ano que vem, a estatal tem a intenção de contratar 48 embarcações com pelo menos 40% de conteúdo nacional. Durante evento com empresários do setor, ela ressaltou que a Petrobras se preocupa com a capacidade da indústria em atender essas encomendas.

“Precisamos que a indústria nacional esteja atenta, esteja preparada para nos atender. Esse é um foco de preocupação nossa, e é um foco de atenção nossa”, comentou Magda, ao apontar a necessidade da Petrobras de apoiar a indústria nacional. “Todo o nosso apoio é pouco para que ela a indústria possa chegar junto e nos atender, seja na ampliação da nossa capacidade de refino, seja no nosso retorno aos fertilizantes, seja na nossa ampliação de fornecimento de gás”, acrescentou a presidente da Petrobras.

A executiva reforçou que, para ampliar a produção de petróleo em 300 ou 400 mil barris por dia até 2030, a indústria nacional precisará de apoio

Magda participou nesta segunda-feira do evento Nova Indústria Brasil, em comemoração ao Dia da Indústria, no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro A conferência é promovida por Brasil 247, TV 247 e Agenda do Poder.

PETROLÍFERO

TN Petróleo - RJ   27/05/2025

A Shell Brasil, subsidiária da Shell plc, anunciou o início de produção do FPSO Alexandre de Gusmão, no campo de Mero, na Bacia de Santos, na costa do Brasil.

Como parte do projeto de Mero-4, o FPSO será conectado a 12 poços, com capacidade operacional de 180 mil barris de produção de óleo e 12 milhões de metros cúbicos de compressão de gás por dia (participação da Shell de 19,3%). O FPSO está localizado a 180 quilômetros da costa do Rio de Janeiro, em uma lâmina d'água de aproximadamente 2 mil metros.

"Mero-4 é o exemplo mais recente de como estamos trabalhando com nossos parceiros para desbloquear valor de reservatórios de classe mundial, sustentando a produção de líquidos materiais e atendendo às necessidades atuais de energia do mundo", disse Peter Costello, presidente de Upstream da Shell. "Nosso portfólio no Brasil apresenta ativos de longa vida útil com altas taxas de produção, resultando em alguns de nossos barris mais competitivos tanto em custo operacional quanto em pegada de carbono."

O campo unitizado de Mero é operado pela Petrobras (38,6%), em parceria com a Shell Brasil (19,3%), TotalEnergies (19,3%), CNPC (9,65%), CNOOC (9,65%) e Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA) (3,5%) representando o Governo na área não contratada.

Petro Notícias - SP   27/05/2025

A Petrobrás está ampliando seus esforços exploratórios no promissor bloco de Aram, localizado no pré-sal da Bacia de Santos. Nos últimos dias, a companhia iniciou a perfuração de um novo poço na área, batizado de 3-BRSA-1399-SPS, em lâmina d’água de 1.866 metros. A operação está sendo conduzida pelo navio-sonda Valaris DS-4.

Além deste, a estatal deve perfurar mais um poço e realizar um teste de formação como parte do Plano de Avaliação de Descoberta (PAD) de Aram. O bloco foi adquirido em março de 2020, durante a 6ª rodada de licitações da ANP, sob o regime de partilha de produção, com a Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) como gestora do contrato. A Petrobrás é a operadora da área, com 80% de participação, em parceria com a CNPC (20%).

Vale lembrar que, no início deste mês, a Petrobrás já havia anunciado a descoberta de óleo em outro poço do bloco, o 3-BRSA-1396D-SPS — a segunda descoberta registrada na área. O consórcio dará início às análises laboratoriais para caracterizar as condições dos reservatórios e dos fluidos encontrados, o que permitirá avaliar o potencial produtivo da região.

Valor - SP   27/05/2025

Presidente da Petrobras reforçou ainda que a empresa continua com planos de ampliar a produção de gás natural e reduzir preços

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse nesta segunda-feira (26) que os planos da estatal para o quinquênio 2025-2029 contam com o apoio da indústria nacional.

Ao participar do evento Nova Indústria Brasil, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a executiva disse que a Petrobras deve ocupar espaço estratégico na reflexão sobre o tema.

“Não podemos deixar a indústria nacional para trás”, disse Chambriard.

A presidente da estatal reforçou ainda os planos da companhia em ampliar a produção de gás natural e reduzir preços: “Não esquecemos do gás. Estamos empenhados em entregar mais e reduzir os preços, de olho na petroquímica.”

Ao abordar os planos para a transição energética, a presidente da Petrobras voltou a dizer que a companhia está empenhada no tema, acompanhando a necessidade brasileira, citando os combustíveis com conteúdo renovável. “Trabalhamos para que a companhia chegue a 2050 no ‘net’ zero”, afirmou.

Vale

O diretor de cadeia integrada da Vale, Vagner Loyola, ao participar do mesmo painel que Chambriard, afirmou que a companhia também está empenhada em medidas voltadas à transição energética, incluindo parcerias com a própria Petrobras.

“A transição energética é uma grande oportunidade para o Brasil, que tem condições de liderar o planeta no tema. Temos minerais críticos essenciais para a transição energética”, disse.

“A Vale pode e deve ter papel importante na transição. Temos o minério de mais alto teor de ferro do mundo, fundamental para descarbonização da siderurgia”, disse Loyola.

O executivo citou como exemplo a fábrica de briquete da companhia, um aglomerado que reduz emissões para produção de aço. A unidade foi inaugurada no ano passado em Vitória (ES).

Loyola afirmou ainda que a Vale tem ampliado investimentos em produção de cobre: “O cobre é fundamental para a transição energética, e o Brasil tem potencial enorme nesse mineral”.

Money Times - SP   27/05/2025

O vice-primeiro-ministro russo Alexander Novak disse nesta segunda-feira que o grupo Opep+ de grandes produtores de petróleo ainda não discutiu o aumento da produção em mais 411.000 barris por dia antes de sua reunião, informou a agência de notícias RIA.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, liderados pela Rússia, realizarão uma reunião ministerial online em 28 de maio.

Novak disse que espera que eles discutam a situação atual do mercado, previsões e alguns “ajustes”, de acordo com a RIA.

Haverá também uma reunião separada de oito países da Opep+, que prometeram cortes voluntários adicionais na produção de petróleo. Eles se reunirão em 31 de maio, um dia antes do planejado, disseram três fontes da Opep+ à Reuters nesta segunda-feira.

A reunião provavelmente decidirá sobre a produção de julho, que fontes disseram anteriormente à Reuters que representará outro aumento de produção de 411.000 barris por dia.

Novak também disse que os planos do G7 e da União Europeia de reduzir o teto de preço do petróleo russo de US$60 para US$50 por barril eram inaceitáveis e que as restrições não conseguiram conter as exportações de petróleo da Rússia.

Portos e Navios - SP   27/05/2025

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgou a sequência das licitações do 5º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão (OPC), que está prevista para ocorrer no próximo dia 17 de junho. A rodada inclui blocos terrestres e marítimos, com destaque para áreas localizadas nas Bacias da Foz do Amazonas e de Santos, regiões de grande interesse estratégico para a expansão da exploração de petróleo e gás no país.

A ANP informou que, no total, 12 empresas demonstraram interesse e apresentaram garantias de oferta para os 16 setores incluídos na rodada. Entre os blocos marítimos, estão áreas nos setores SFZA-AP1 a AP4, na Bacia da Foz do Amazonas, e SS-AUP4, SS-AUP5, SS-AP1, SS-AP4 e SS-AR3, na Bacia de Santos. Também serão ofertados blocos nas Bacias do Potiguar e de Pelotas.

A oferta permanente possibilita a licitação contínua de blocos exploratórios e áreas com acumulações marginais, permitindo maior flexibilidade às empresas interessadas. Para a ANP, esse modelo tem se consolidado como ferramenta central na política de expansão da atividade exploratória no Brasil.

Valor - SP   27/05/2025

As superpetrolíferas americanas lutam pelo direito de adquirir uma participação de 30% no campo petrolífero Stabroek, na Guiana, que pertence à Hess

A audiência sobre uma amarga disputa entre a ExxonMobil e a Chevron pela propriedade de um projeto petrolífero gigantesco, com reservas de mais de US$ 1 trilhão, se inicia em um tribunal de arbitragem em Londres nesta segunda-feira (26), em um caso que terá grandes implicações tanto para as empresas quanto para o setor como um todo.

As superpetrolíferas americanas lutam pelo direito de adquirir uma participação de 30% no campo petrolífero Stabroek, na Guiana, que pertence à Hess, outra empresa americana do setor que aceitou uma proposta para ser comprada pela Chevron em setembro de 2023 por US$ 53 bilhões.

A Exxon, dona de 45% de Stabroek, diz ter “direito de preferência” para comprar a participação da Hess no campo, conforme os termos de um “acordo de operação conjunta” (JOA, na sigla em inglês) assinado com a Hess e outro parceiro, a Cnooc, empresa chinesa de petróleo e gás. A Cnooc, dona de 25% do campo, também entrou com uma ação para ter o mesmo direito de preferência.

Advogados acompanham com atenção os andamentos da arbitragem na Câmara de Comércio Internacional para avaliar se a forma como são redigidos os termos de acordos operacionais conjuntos precisará ser atualizada no futuro com base no desfecho do caso da Exxon, que envolve cláusulas de direito de preferência — dispositivos contratuais que dão a uma parte o direito de adquirir um ativo antes que ele seja oferecido a terceiros.

Descoberta lucrativa

O Stabroek é uma das descobertas de petróleo mais lucrativas das últimas décadas. Tem cerca de 11 bilhões de barris em reservas e novas explorações deverão aumentar esse número. O projeto mudou a sorte da Exxon, permitindo-lhe recuperar a posição como a empresa de petróleo de maior valor de mercado dos Estados Unidos, após ter sido brevemente superada pela Chevron em outubro de 2020.

Estima-se que ao longo dos próximos 15 anos a Exxon e seus parceiros conseguirão US$ 182 bilhões em lucros com a venda de petróleo e gás dos campos da Guiana, segundo a firma consultoria energética Wood Mackenzie. Por sua vez, o governo da Guiana deve receber mais de US$ 190 bilhões, uma quantia colossal para um país que era um dos mais pobres da América do Sul até a descoberta de petróleo pela Exxon em 2015.

“A Guiana é um dos projetos de petróleo e gás mais cobiçados do planeta. Foi desenvolvido em tempo recorde, fornece petróleo de, relativamente, baixas emissões, a um custo de equilíbrio inferior a US$ 30 por barril, o que o torna extremamente lucrativo”, disse Luiz Hayum, analista da Wood Mackenzie.

A Chevron, que não é parte direta na arbitragem, está desesperada para concluir a aquisição da Hess e, assim, ganhar acesso aos ativos da empresa na Guiana. Em 2024, as reservas de petróleo e gás da Chevron caíram para 9,8 bilhões de barris, em comparação às 11,1 bilhões de 2023, o nível mais baixo em mais de dez anos.

O executivo-chefe (CEO) da Chevron, Mike Wirth, disse estar confiante de que a empresa prevalecerá sobre a Exxon. “Isso foi estudado extensivamente e sentimos que, claramente, temos razão nessa disputa”, disse em conferência do Goldman Sachs em janeiro.

Em março, a Chevron revelou ter comprado quase 5% das ações da Hess no mercado aberto, uma jogada incomum que analistas interpretaram como um sinal de que a empresa está confiante de que a transação, há tanto sofrendo com atrasos, será, de fato, concluída.

No entanto, o CEO da Exxon, Darren Woods, também se mostra confiante nas chances de sua empresa e disse em 2024 estar “defendendo aquilo que” acreditam “ser um direito fundamental”.

Audiência a portas fechadas

A audiência será realizada a portas fechadas por uma comissão de três juízes. Fontes próximas ao processo disseram ao “Financial Times” que o caso, provavelmente, gira em torno da interpretação de poucas palavras ligadas ao direito de preferência no JOA, cujo texto não foi divulgado por nenhuma das partes.

Advogados da Hess devem argumentar que a cláusula de direito de preferência contida no JOA se aplica apenas quando um dos parceiros decide vender os ativos da Guiana, e não no caso de aquisição da empresa. A Exxon, por sua vez, deve argumentar que a cláusula se aplica à compra da Hess pela Chevron, pois os ativos na Guiana representam cerca de 70% do valor total da empresa.

“A Exxon vai argumentar que a Hess é basicamente um enorme ativo na Guiana e um monte de outros peixes pequenos. Em outras palavras, todo o resto é insignificante”, disse um experiente executivo do setor de petróleo com experiência em JOAs.

David Hoffman, professor de direito da Universidade da Pensilvânia, disse que o desfecho pode influenciar a forma como futuros JOAs serão redigidos.

“Como há tanto dinheiro em jogo aqui, tenho certeza de que os advogados relevantes entenderão sobre o que se trata a disputa e vão saber quem saiu vencedor e ajustar sua prática de forma correspondente”, disse.

Analistas dizem que o resultado é mais importante para a Chevron do que para a Exxon, dada a necessidade da companhia de encontrar oportunidades de crescimento e ampliar suas reservas de petróleo.

“Se Mike Wirth concluir a aquisição da Hess, ele estará em boas condições para se aposentar e encerrar sua era na gestão como um herói. Mas, se a Chevron perder, talvez ele precise de outro grande negócio, como a Oxy [Occidental Petroleum], para consolidar seu legado”, disse Paul Sankey, analista especializado no setor de petróleo.

Infomoney - SP   27/05/2025

Os preços do petróleo fecharam estáveis nesta segunda-feira com a notícia de que oito países da Opep+, que haviam prometido cortes voluntários adicionais na produção de petróleo, agora se reunirão em 31 de maio, um dia antes do planejado anteriormente.

Os contratos futuros do petróleo Brent fecharam com leve queda de 0,06%, a US$64,74 por barril, enquanto o petróleo West Texas Intermediate dos Estados Unidos (WTI) foi negociado pela última vez a US$61,53 por barril, inalterado em relação à sessão anterior.

Os volumes de negociação foram leves devido ao feriado do Memorial Day dos Estados Unidos.

Três fontes da Opep+ disseram à Reuters nesta segunda-feira sobre a mudança da data da reunião. A reunião provavelmente decidirá sobre a produção de julho, que as fontes disseram anteriormente à Reuters que implicará em outro aumento de produção de 411.000 barris por dia.

A reunião é separada da reunião ministerial online da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, liderada pela Rússia, marcada para 28 de maio. O primeiro-ministro russo Alexander Novak disse nesta segunda-feira que a Opep+ ainda não discutiu o aumento da produção em mais 411.000 barris por dia antes de sua reunião, informou a agência de notícias RIA.

“A essa altura, parece que o mercado está exausto com isso”, disse Rory Johnston, analista de Toronto e fundador do boletim informativo Commodity Context, acrescentando que os investidores e comerciantes ainda estão prevendo a chegada de barris adicionais da Opep, mas não estão inclinados a reagir de forma significativa até que surja algo material.

AGRÍCOLA

CNN Brasil - SP   27/05/2025

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará na próxima sexta-feira (26) o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre de 2025.

As expectativas são otimistas, com o Banco Central (BC) apontando um avanço de 1,3% na economia brasileira nos três primeiros meses do ano.

De acordo com a prévia do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), o setor agropecuário foi o grande destaque, apresentando um crescimento expressivo de 6,1%.

A indústria e o setor de serviços também mostraram desempenho positivo, com aumentos de 1,6% e 0,7%, respectivamente.
Fatores que impulsionaram o crescimento

O desempenho favorável do setor agropecuário é atribuído principalmente à safra recorde e ao aumento sustentável da produtividade.

Já o crescimento da indústria e do setor de serviços foi motivado pelo aumento da oferta de crédito, incluindo a liberação do consignado privado, e por auxílios governamentais como o vale-gás.

É importante ressaltar que, enquanto o crescimento do agronegócio é considerado sustentável devido ao aumento da produtividade, o desempenho dos outros setores pode não ser tão duradouro, uma vez que depende de medidas de estímulo econômico.

Perspectivas para os preços dos combustíveis

Em outro tema econômico relevante, Magda Chambriard, presidente da Petrobras, afirmou que a estatal está monitorando os preços do petróleo e do câmbio para possíveis reduções nos preços dos combustíveis no mercado interno.

No entanto, especialistas apontam que a atual defasagem entre os preços internos e internacionais é de apenas 1%, o que não oferece margem significativa para cortes.

A declaração da presidente da Petrobras gerou reações no mercado financeiro, com as ações da empresa recuando mesmo em um dia de baixo volume de negociações na B3 devido a feriados nos Estados Unidos e no Reino Unido.
Acordo Mercosul-União Europeia

Por fim, o vice-presidente Geraldo Alckmin expressou expectativas de que o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia seja assinado até o final deste ano.

A concretização desse acordo dependerá de negociações complexas, especialmente considerando a resistência de alguns países europeus, como a França, que temem a competitividade do agronegócio brasileiro.

A assinatura do acordo poderia trazer benefícios significativos para o Brasil e demais países do Mercosul, mas ainda enfrenta desafios consideráveis no processo de negociação.

TOP