Clipping Diário

16 | Abril | 2025

SIDERURGIA

Revista Mineração - SP   16/04/2025

Pelo segundo ano consecutivo, a ArcelorMittal garantiu. um lugar no pódio do steelChallenge (Desafio Internacional do Aço), o maior campeonato mundial de simulação de produção de aço. Disputando com 1130 participantes de todo o mundo, a empresa representou o Brasil e conquistou o 2º lugar na categoria indústria.

A 19ª edição da competição foi realizada em Sydney, na Austrália e a final mundial reuniu os vencedores das etapas regionais de todos os continentes. O desafio técnico consistiu em produzir aço carbono de alta resistência para o setor automotivo, com o menor custo possível e respeitando limites de pegada de carbono – em linha com os compromissos globais de sustentabilidade da indústria do aço.

O resultado que levou o Brasil ao pódio foi conquistado por Leandro Ribeiro, analista da ArcelorMittal unidade Pecém, no Ceará.

“Representar o Brasil e a ArcelorMittal nessa final mundial é uma experiência incrível. Desde 2023 venho me preparando intensamente, estudando muito e me dedicando aos simuladores. Foi um desafio técnico exigente, que testou nossa resiliência e capacidade de adaptação em tempo real. Mesmo enfrentando dificuldades durante a prova, consegui reagir, otimizar minha estratégia e alcançar um bom resultado. Isso só foi possível graças ao trabalho coletivo da equipe, com muita troca de conhecimento e apoio mútuo”, comentou.

Além do desempenho de destaque na categoria profissional, a ArcelorMittal também esteve presente na categoria universitária, com o estudante Daniel Aquer, do curso de Engenharia Metalúrgica da Universidade Federal do Ceará (UFC), que também ficou em segundo lugar mundial com o apoio da empresa.Na categoria estudantil, participaram 1.494 alunos de 126 universidades.

Para o CTO (diretor técnico) da ArcelorMittal unidade Pecém, Juliano Coelho, além de uma competição, o steelChallenge é uma fumramenta de desenvolvimento técnico, inovação e conexão global.

“Resultados como esse reforçam a capacidade da ArcelorMittal de formar profissionais altamente qualificados e preparados para os desafios de uma indústria em constante transformação. O desempenho dos nossos times demonstra a força do conhecimento aplicado em conjunto com nossos valores: segurança, sustentabilidade, qualidade e liderança”, destacou.

A ArcelorMittal tem, ao todo, 8 títulos continentais e um mundial, este conquistado por Daniel Gouveia em 2016. O time da companhia conta ainda com dois vencedores mundiais da categoria estudantil. São eles Fernando Viana e Darley Lima, que subiram no lugar mais alto do pódio nos anos de 2012 e 2021, respectivamente.

O gerente de Infraestrutura Interna da ArcelorMittal unidade Pecém e coordenador do ciclo de preparação para o steelChallenge, Alex Nascimento, celebrou a consistência do trabalho realizado.

“Nós conseguimos mobilizar jovens talentos de toda ArcelorMittal Brasil de diversas áreas em uma preparação colaborativa, que envolveu troca de conhecimento e muita dedicação. É gratificante ver que a empresa reconhece e investe nesse potencial, e que isso se traduz em resultados tão expressivos no cenário global. Além do desempenho individual, o steelChallenge tem nos mostrado a importância de promover uma cultura de aprendizagem e inspiração contínua”, pontuou Nascimento.

ECONOMIA

CNN Brasil - SP   16/04/2025

As correntes de comércio do Brasil com a China e com os Estados Unidos atingiram recorde, em valores nominais, no primeiro trimestre de 2025, no momento em que escala a guerra comercial entre Pequim e Washington.

De janeiro a março, a corrente de comércio entre Brasil e China ultrapassou os US$ 38,8 bilhões, com US$ 19,8 bilhões em exportações brasileiras e US$ 19 bilhões em importações. A balança comercial brasileira com os chineses permaneceu superavitária, ainda que tenha havido um crescimento expressivo na entrada de produtos chineses no mercado nacional.

As importações brasileiras vindas da China aumentaram 35% no período. Um dos principais responsáveis por esse salto foi o grupo “Plataformas, embarcações e outras estruturas flutuantes”, que, sozinho, movimentou US$ 2,7 bilhões – valor significativamente superior aos cerca de US$ 4 milhões registrados em 2024.

Por outro lado, o Brasil reduziu sua dependência de certos produtos chineses. As importações de válvulas e tubos, por exemplo, caíram 77% em relação ao ano anterior.

Esse aumento nas importações chinesas está sendo monitorado de perto pelo governo federal, que teme um avanço ainda maior com o “tarifaço” de Donald Trump.

Com os Estados Unidos, um dos maiores mercados consumidores do mundo, reduzindo, ainda que temporariamente, a demanda por produtos chineses, o Brasil pode acabar se tornando um dos principais destinos para onde Pequim redireciona suas exportações.

A relação comercial com os americanos também bateu recorde e chegou, pela primeira vez, à marca de US$ 20 bilhões no primeiro trimestre de um ano.

Entre janeiro e março de 2025, o Brasil exportou US$ 9,7 bilhões para os EUA e importou US$ 10,3 bilhões. O volume representa um crescimento de 6,6% em relação ao mesmo período de 2024. Ainda assim, a balança comercial brasileira com os Estados Unidos permaneceu deficitária.

Seis dos dez principais produtos exportados pelo Brasil aos EUA registraram crescimento, com destaque para:
Sucos (+74,4%)Óleos combustíveis (+42,1%)Café não torrado (+34%)Aeronaves (+14,9%)Semiacabados de ferro ou aço (+14,5%)

Pelo lado das importações, houve alta em oito dos dez principais produtos americanos comprados pelo Brasil. Entre os aumentos, estão:
Óleos brutos de petróleo (+78,3%)Medicamentos (+42,4%)Motores e máquinas não elétricos (+42,3%)Outros produtos farmacêuticos (+29,1%)Óleos combustíveis (+9,4%)Aeronaves (+8,1%)

IstoÉ Dinheiro - SP   16/04/2025

Os anúncios de elevação de tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ainda não repercutiram na balança comercial de março. As exportações agropecuárias brasileiras podem ser beneficiadas, mas as de manufaturados ainda são dúvida. A avaliação consta no relatório do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) divulgado nesta terça-feira, 15, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

“As perspectivas para a balança comercial em 2025 ainda dependem de um maior esclarecimento do cenário que irá prevalecer. Ganhos, se o Brasil tiver, seriam na área de agropecuária. Na transformação, se os países asiáticos, exceto China, continuarem com tarifas de 10%, os ganhos de calçados, vestuário, muitas vezes citados, podem não ocorrer”, apontou a FGV.

A balança comercial brasileira teve um superávit de US$ 8,2 bilhões em março, impulsionado pelas trocas comerciais com a China, que geraram um superávit de US$ 4,2 bilhões para o Brasil em março, após dois meses consecutivos de déficits.

“Espera-se que nos próximos meses, com o envio da soja para esse mercado e possível aumento nas vendas de outros produtos da agropecuária, a depender, dos rumos da ‘guerra comercial’ Estados Unidos e China, os superávits se acumulem”, previu a FGV.

No acumulado do primeiro trimestre de 2025, o Brasil teve um superávit de US$ 10,0 bilhões na balança comercial, resultado inferior ao de igual período de 2024, quando o saldo brasileiro era positivo em US$ 18,5 bilhões. O superávit no comércio com a China passou de US$ 8,7 bilhões no primeiro trimestre de 2024 para US$ 745 milhões no primeiro trimestre de 2025.

O relatório do Icomex ressalta que a política comercial de Trump já tem impactos sobre o quadro monetário e financeiro, “com percepção de aumento de risco nos títulos do governo e do porto seguro do dólar”.

“Se a postura de Trump pode agradar parte dos seus eleitores que identificam o resto do mundo como culpado pela situação de perda de mercados, desemprego e outros males, para o resto do mundo, os Estados Unidos está perdendo sua legitimidade. Não basta ser ‘o poderoso’, é preciso que os outros países reconheçam a legitimidade das ações de alguma forma. A política de Trump enfraquece o poder dos Estados Unidos na arena internacional”, avaliou o relatório da FGV.

O Estado de S.Paulo - SP   16/04/2025

O governo do presidente Lula decidiu manter a meta de atingir um superávit nas contas públicas de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2026 – último período do mandato atual do petista, o que equivale a um resultado positivo de R$ 34,3 bilhões.

Com isso, a administração diz que pode fechar as contas no azul no ano que vem. O anúncio foi feito nesta terça-feira, 15, durante o envio do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), que define as regras do Orçamento do ano que vem.

A meta de resultado primário representa o equilíbrio desejado entre despesas e receitas públicas, sem contar as despesas com juros da dívida. O objetivo fixado pelo governo, no entanto, tem uma tolerância para baixo que admite um déficit zero, sem superávit, em 2026.

Além disso, uma parte das despesas com dívidas judiciais da União (os chamados precatórios) continuará fora da contabilidade da regra. Na prática, o governo poderá fechar as contas no vermelho e ainda assim cumprir a meta formalmente.

O projeto da LDO prevê ainda um salário mínimo de R$ 1.630 em 2026. Neste ano, o valor é de R$ 1.518. O piso impacta nas despesas com benefícios da Previdência Social, abono salarial e seguro desemprego. No ano passado, o governo aprovou um pacote de corte de gastos que diminuiu o ganho real do salário mínimo.

O ajuste é feito com base na inflação do ano anterior e no crescimento do PIB de dois anos antes, mas ficou limitado a uma taxa real de 2,5%, assim como o teto do arcabouço fiscal. O valor final do salário mínimo de 2026 ainda depende do comportamento da inflação e só será definitivamente conhecido em dezembro.

O governo definiu as seguintes metas fiscais para os anos seguintes:

Como mostrou o Estadão, o pagamento de precatórios deve somar R$ 115,7 bilhões em 2026 e desafia o governo Lula propor alguma solução para a fatura, que deve voltar integralmente para o limite de gastos do arcabouço fiscal a partir de 2027.

Dos R$ 115,7 bilhões em gastos com esses pagamentos, R$ 55,7 bilhões ficarão fora do limite e da contabilidade da meta. O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou os pagamentos fora dos limites até 2026. O governo ainda não anunciou que proposta fará para sustentar o arcabouço a partir do ano seguinte.
Governo piora projeção para a dívida

Com os gastos crescentes, a trajetória da dívida pública projetada pelo governo – que é sensível à alocação das despesas dentro ou fora das regras fiscais – piorou.

A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que reúne governo federal, INSS, Estados e municípios, está em 76,2% do PIB atualmente, deve atingir o pico de 84,2% do PIB em 2028 e só depois começar a se estabilizar, chegando a 81,6% do PIB em 2035, de acordo com os parâmetros estipulados na proposta.

Há um ano, o Poder Executivo tinha um cenário mais otimista em mãos e esperava que o pico da dívida fosse de 79,7% do PIB em 2027, diminuindo nos anos seguintes e terminando o ciclo em 74,5% em 2034.

O Estado de S.Paulo - SP   16/04/2025

A formação bruta de capital fixo (FBCF) no Brasil foi de 16,4% do PIB em 2023, bem abaixo da média mundial de 26%, de acordo com dados do IBGE e do Banco Mundial compilados pelo especialista em políticas públicas Rogério Nagamine Costanzi.

Em artigo publicado no boletim da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o especialista constata ainda que a FBCF brasileira é inferior não só à de países emergentes como Índia (30,8%) e Rússia (21,9%), mas também à de vizinhos sul-americanos como Paraguai (20,6%), Argentina (18,6%), Bolívia (17,5%), Colômbia (17,4%) e Uruguai (17,4%) – a média da América Latina e Caribe é de 19,1%.

De um total de 143 países selecionados da base de dados do Banco Mundial, no ano de 2023, o Brasil ocupava um vergonhoso 124.º lugar em nível de investimento.

Os dados são preocupantes porque a FBCF é um importante indicador do nível de investimento que gera condições para o crescimento sustentado. A FBCF mede o quanto as empresas ampliaram seus bens de capital – maquinários e equipamentos, por exemplo –, ou seja, o quanto investiram em bens que produzem outros bens.

Taxas mais elevadas de FBCF sinalizam que a capacidade de produção do país está crescendo e que o empresariado se sente otimista em relação ao futuro. Como se vê, o baixo índice de investimento no Brasil explicita que nem uma coisa nem outra são realidade.

Pior, tem sido assim historicamente. De acordo com o levantamento de Costanzi, os investimentos passaram de 20,6%, na média entre 1970 e 2002, para 17,8%, na média entre 2003 e 2023.

Os baixos níveis de FBCF, sugere o levantamento, parecem estar relacionados “ao baixo nível de poupança agregada, bem como aos elevados déficits fiscais pelo conceito nominal que acaba por absorver parcela relevante da poupança privada para pagamento de benefícios e pessoal, tendo em vista a atual composição do gasto público”.

As taxas de poupança no Brasil também são bastante inferiores às de inúmeros países. De um total de 120 nações, o País ocupa a 95.ª posição entre os que mais poupam.

Em 2023, a taxa de poupança no Brasil foi de 15% do PIB, significativamente menor que a da China (43,6%) e a da Coreia (33,8%). Seria tentador argumentar que em países asiáticos a cultura da poupança é muito arraigada, mas, embora isso seja verdadeiro, também o é o fato de que países latino-americanos mais pobres que o Brasil, como Paraguai (20,1%), Honduras (19%) e El Salvador (18,1%), também poupam mais.

Na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a taxa média de poupança é de 22%, e na União Europeia, de 24%. Para piorar, o nível de poupança no Brasil caiu ainda mais em 2024, para 14,5%, o nível mais baixo entre 2020 e 2024.

E não há nenhum indicativo de que esse cenário vá mudar no futuro próximo, já que o governo Lula da Silva vem lançando mão de uma série de medidas de estímulo ao gasto, entre as quais a “antecipação da antecipação” do pagamento do 13.º salário a aposentados. Tradicionalmente paga no segundo semestre, o governo agora decidiu que, em 2025, a primeira parcela do 13.º salário aos aposentados ocorrerá já no mês de abril.

Ante a queda de popularidade, o governo tenta a todo custo recuperar a confiança do brasileiro, ou melhor, do eleitor, promovendo medidas que privilegiam o consumo (como o novo modelo de crédito consignado para trabalhadores com carteira assinada), mesmo em um cenário de taxas de juros elevadas.

A Selic em dois dígitos, e rumo a novas altas, é um outro aspecto desse cenário de baixo investimento produtivo e baixo índice de poupança interna. Tudo somado, tem-se o porquê de os indicadores de crescimento do País, do qual o governo tanto se ufana, serem ilusórios.

Sem contenção de gastos, estímulo à poupança interna nem ajuda efetiva do governo ao Banco Central no combate à inflação, o País segue condenado a espasmos de crescimento econômico. Posto de outra forma, o baixo nível de investimento e de poupança explica por que o Brasil desperdiça, há décadas, o potencial de sua economia.

Infomoney - SP   16/04/2025

Donald Trump está puxando os vizinhos para o centro de sua guerra comercial com a China, enquanto busca afastar o gigante asiático de uma região que os EUA sempre consideraram seu quintal.

Na semana passada, o presidente enviou o secretário de Defesa Pete Hegseth ao Panamá como parte de seu esforço contínuo para reafirmar o domínio americano sobre o canal.

Nesta segunda-feira (14), ele recebeu o líder salvadorenho Nayib Bukele, um aliado próximo, na Casa Branca, enquanto o secretário do Tesouro Scott Bessent visitou Buenos Aires e reiterou o desejo dos EUA de que a Argentina encerre sua dependência do financiamento chinês.
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Trata-se de uma ofensiva diplomática destinada a conter a crescente influência da China na América Latina, onde ela se tornou uma dos principais financiadoras, um dos maiores parceiros comerciais e uma espinha cada vez mais incômoda para Washington.

“O que estamos tentando evitar que aconteça é o que ocorreu no continente africano”, disse Bessent em uma entrevista à Bloomberg Television em Buenos Aires na segunda-feira. “A China assinou uma série de acordos predatórios disfarçados de ajuda, nos quais adquiriu direitos minerais e adicionou enormes quantidades de dívida aos balanços desses países.”

“Eles estão garantindo que as futuras gerações serão mais pobres e sem recursos, e não queremos que isso aconteça mais do que já aconteceu na América Latina”, acrescentou ele.

A batalha intensificada entre as duas maiores economias do mundo deixou governos do México à Argentina lidando com a realidade de que seus dias de fazer grandes negócios com Pequim sem enfrentar sérias represálias de Washington estão contados, uma mudança que ameaça forçá-los a escolher um lado.

“Provavelmente será um caminho mais acidentado daqui para frente do que foi nas últimas duas décadas”, disse Matias Spektor, professor de relações internacionais da Fundação Getulio Vargas em São Paulo.

A história da China na América do Sul

A China estabeleceu uma base na América no início deste século, consumindo matérias-primas da rica em recursos América do Sul e injetando tanto dinheiro de volta na região que substituiu os EUA como o principal parceiro comercial do continente. Também espalhou influência por meio da Iniciativa do Cinturão e Rota, seu programa de desenvolvimento econômico principal, ao qual mais de uma dúzia de nações latino-americanas aderiram.

Continuou a avançar apesar do discurso duro de Trump durante sua presidência anterior, com empresas chinesas assumindo mega-projetos como o metrô na capital da Colômbia, Bogotá, e o agora concluído porto de Chancay, no Peru.

Pequim também ganhou corações e mentes ao distribuir ajuda e suprimentos médicos quando a América Latina estava sendo devastada pela Covid-19.

Trump contra-ataca

Desta vez, Trump mostrou pouco interesse em tentar igualar o engajamento econômico da China. Em vez disso, tem criticado aparentes perigos econômicos dos veículos chineses no México e suas operações no Canal do Panamá. Ele chego até a ameaçar “retomar” a via navegável que os EUA construíram mais de um século atrás.

Ele tomou medidas desde que retornou ao cargo que poderiam colocar a presença da China em risco. Os EUA anunciaram “tarifas secundárias” sobre países que compram petróleo da Venezuela — o maior comprador é a China. E um grupo de investidores liderado pela BlackRock disse no mês passado que compraria portos nas duas extremidades do Canal do Panamá controlados pela CK Hutchison, um conglomerado de Hong Kong.

Mas é uma estratégia arriscada em uma região onde a China ainda aposta em uma abordagem mais amigável. O líder chinês Xi Jinping apresentou seu país como campeão da globalização econômica durante cúpulas no Peru e no Brasil no ano passado. E, embora Pequim busque adiar a venda dos portos no Panamá, é improvável que tente intimidar seus vizinhos, disse Michael Hirson, chefe de análise da China na 22V Research em Nova York.

“A China responderá com cenouras”, disse Hirson, que serviu como principal representante do Departamento do Tesouro junto à China sob o presidente Barack Obama. “Eles têm sido habilidosos em gerenciar as mudanças políticas aqui, mesmo enquanto Brasil e Argentina oscilam entre governos de esquerda e de direita.”

Washington, por outro lado, parece estar usando apenas bastões. Bessent disse que espera que a Argentina pague sua linha de swap de $18 bilhões com a China, mas afirmou que atualmente não há negociações para nenhuma linha de crédito do Tesouro dos EUA.

Os EUA forneceram cerca de $2,5 bilhões em assistência estrangeira às nações latino-americanas no ano fiscal de 2024, de acordo com dados do governo. Mas o futuro de tal ajuda é incerto devido aos esforços de Trump para desmantelar a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, um movimento que arrisca prejudicar os esforços dos EUA na América Latina e em outros lugares.

Trump indica possibilidade de tarifas sobre chips de computador e medicamentos

Citando uma legislação de segurança nacional, governo dos EUA iniciou um processo para investigar o impacto dos semicondutores e medicamentos importados

“A América Latina não verá os EUA operando com o conjunto completo de ferramentas necessário para realmente competir”, disse Hirson.

O sucesso da campanha de pressão de Trump provavelmente dependerá de quanto cada país depende do poder econômico dos EUA e pode resultar em uma divisão entre aqueles mais próximos de suas fronteiras e os mais ao sul, disse Christopher Garman, diretor administrativo da consultoria de riscos políticos Eurasia Group.

México, América Central e, em menor medida, a Colômbia — aliada sul-americana mais próxima de Washington — estão “casados com a economia dos EUA. Eles têm nove filhos, não há divórcio”, disse Garman.

As maiores nações da América do Sul, no entanto, provavelmente provarão ser mais difíceis de influenciar. O comércio entre Brasil e China cresceu constantemente tanto sob o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto com seu antecessor, Jair Bolsonaro, que nunca cumpriu as promessas de romper com a política dos governos anteriores de ser “amigável com regimes comunistas”.

Os fluxos comerciais totalizaram cerca de US$ 178 bilhões no ano passado, quase o dobro do valor com os EUA. E na esteira dos anúncios de tarifas de Trump, a China começou imediatamente a aumentar suas compras de soja brasileira na semana passada.

O presidente argentino Javier Milei, que se posicionou como o líder mais simpático a Trump no continente, também adotou um tom mais amigável em relação à China desde que assumiu o cargo. Milei, que chamou a China de “assassina” durante a campanha, a rotulou como um “grande parceiro comercial” e prometeu “aprofundar a relação comercial” entre as duas nações em uma entrevista em janeiro.

O libertário buscou fortalecer os laços com os EUA e Trump, chegando até a propor um acordo de livre comércio entre as duas nações. Mas a China é atualmente o segundo maior parceiro comercial da Argentina, atrás apenas do Brasil vizinho, e o pragmatismo de Milei provavelmente reflete sua percepção de que não pode virar completamente as costas para Pequim.

“Milei buscar um acordo de livre comércio com um país que está se tornando mais protecionista é como bater a cabeça contra a parede”, disse Jimena Zuniga, analista de Geoconomia da América Latina na Bloomberg Economics. “Ele sabe que precisa diversificar.”

Infomoney - SP   16/04/2025

A China está “derrubando muros” e expandindo seu círculo de parceiros comerciais, “apertando as mãos” em vez de “apertar os punhos”, disse o Ministério das Relações Exteriores do país nesta terça-feira, enquanto Pequim trabalha para diversificar os laços em meio à escalada da guerra comercial com os Estados Unidos.

O presidente dos EUA, Donald Trump, impôs uma tarifa de 145% sobre os produtos chineses este ano, como parte de tarifas recíprocas mais amplas sobre todos os parceiros comerciais dos EUA. Isso provocou escárnio e críticas por parte de Pequim, que retaliou aumentando as taxas sobre os produtos americanos para 125%.

“Diante das incertezas externas, a China insistirá em apertar as mãos em vez de apertar os punhos, derrubar muros em vez de construir barreiras, conectar em vez de dissociar”, disse Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, em uma coletiva de imprensa na terça-feira.
A Organização Mundial do Comércio (OMC) alertou que a disputa comercial entre a China e os Estados Unidos pode reduzir o envio de mercadorias entre as duas economias em até 80% e prejudicar gravemente o crescimento global.

Pequim chamou a estratégia de tarifas do presidente de Trump, de “uma piada”, irritando o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent.

“Isso não é uma piada. Quero dizer, são números grandes”, disse Bessent em uma entrevista à Bloomberg Television. “Acho que ninguém pensa que eles são sustentáveis, nem quer que eles permaneçam aqui, mas está longe de ser uma piada.”

Quaisquer negociações entre os EUA e a China teriam que vir “do topo”, envolvendo Trump e o presidente chinês Xi Jinping, disse Bessent.

Na segunda-feira, Xi deu início a uma turnê por três nações do Sudeste Asiático. No Vietnã, que está enfrentando possíveis tarifas norte-americanas de 46%, Xi pediu que os dois países se oponham ao “bullying unilateral” e fortaleçam a cooperação nas cadeias de produção e fornecimento.

Autoridades chinesas e vietnamitas também assinaram dezenas de acordos de cooperação durante a visita de Xi, incluindo sobre cadeias de produção e fornecimento, bem como cooperação ferroviária.

Depois de uma parada de dois dias em Hanói, Xi continuará sua viagem ao Sudeste Asiático visitando a Malásia e o Camboja, que podem ser alvo de tarifas adicionais dos EUA de 24% e 49%, respectivamente.

Um comentário publicado na terça-feira pelo jornal estatal chinês People’s Daily destacou a necessidade de união em meio à turbulência comercial.

“Diante da crise, ninguém pode se manter sozinho”, disse o comentário, fazendo referência à aventura de Dorothy na história infantil americana O Mágico de Oz. “Somente a unidade e a cooperação podem enfrentar o desafio.”

O comentário apresentou a China como uma defensora benevolente do livre comércio, destacando a decisão da China de implementar tarifas zero para alguns de seus parceiros menos desenvolvidos.

MINERAÇÃO

IstoÉ Dinheiro - SP   16/04/2025

A produção de minério de ferro da Vale no primeiro trimestre de 2025 caiu 4,5% ante o mesmo período de 2024, alcançando 67,664 milhões de toneladas (Mt).

Enquanto isso, a produção de pelotas atingiu 7,183 Mt, 15,2% abaixo do primeiro trimestre de 2024.

A empresa relatou que, no Sistema Norte, a produção foi 0,9 Mt menor na comparação anual, impactada pelas restrições de licenciamento em Serra Norte, já previstas no plano de produção. O efeito, porém, foi intensificado pelos maiores níveis de chuva. Estes efeitos, diz a companhia, foram parcialmente compensados pelo desempenho operacional do S11D, que atingiu a maior produção para um primeiro trimestre.

No Sistema Sudeste, a produção diminuiu 1,2 Mt, devido a uma manutenção corretiva de 49 dias na planta de Cauê, que impactou a produção de Itabira. Essa queda foi parcialmente compensada por um melhor desempenho em Fazendão, como resultado de melhorias implementadas na planta de processamento ao longo de 2024, e maiores compras de terceiros.

No Sistema Sul, a produção foi 1,1 Mt menor, devido, principalmente, ao plano de priorizar a produção de produtos de maior margem em resposta às atuais condições de mercado.

Já em relação a pelotas, a produção foi 1,3 Mt menor, devido à menor produção nas plantas de Tubarão e ao aumento dos níveis de chuva no Sistema Norte.

A Vale divulgou há pouco a prévia de seu resultado operacional, com dados do primeiro trimestre de 2025.

Exame - SP   16/04/2025

A Vale e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) firmaram uma parceria estratégica nesta terça-feira (15) para o desenvolvimento de soluções inovadoras em mineração circular.

Esta indústria contribui com até 7% das emissões globais e representa um impacto ambiental significativo, visto seu potencial de contaminação de água, solo e ar e altos risco às comunidades do entorno.

Já a abordagem da circularidade contrasta com o modelo linear tradicional de "extrair, usar e descartar", criando um sistema onde os materiais são mantidos em uso pelo maior tempo possível, reduzindo a necessidade de novas extrações e minimizando os passivos ambientais. Além disso, investe em tecnologias mais limpas e eficientes para ajudar na descarbonização do setor.

O objetivo da parceria é promover práticas mais sustentáveis na produção de minério de ferro, por meio da transformação de rejeitos e resíduos da mineração em novos negócios, gerando valor para a sociedade e impactos positivos.

Batizada de "Collab Mineração Circular", a iniciativa contará com um investimento inicial de R$ 6 milhões da Vale e se concentrará na incubação e aceleração das soluções para reaproveitar rejeitos, estéreis e outros resíduos da atividade.

Gustavo Pimenta, presidente da Vale, disse que a ideia é alcançar 10% da produção de minério de ferro de fontes circulares até 2030. Segundo o executivo, a colaboração com a UFMG permitirá ampliar a aplicação de boas práticas e fomentar a participação de empreendedores locais.

Já o vice-reitor da UFMG, Alessandro Moreira, enfatizou a importância da iniciativa para a universidade, especialmente para a Escola de Engenharia, e como ela contribui para o desenvolvimento de alunos de graduação, mestrado e doutorado, ao integrar a indústria na formação acadêmica.

Outras iniciativas

A Vale já vem investindo em economia circular. Em 2024, bateu os 12,7 milhões de toneladas de minério de ferro provenientes de fontes circulares e quer expandir o número neste ano.

Dentro do programa Waste to Value, que reúne mais de 100 iniciativas voltadas para o reaproveitamento de resíduos, seu plano é expandir a circularidade nas operações. No ano passado, estas ações contribuíram para a redução de 23 mil toneladas de CO2 equivalente emitidos na atmosfera pela companhia.

Há também o investimento em novas tecnologias e a criação da empresa Agera, que desenvolve produtos como a "Areia Sustentável", derivada do tratamento de rejeitos. Até então, já foram mais de 2 milhões de toneladas do material, utilizado para fabricar blocos de construção civil destinados a projetos sociais e obras da própria companhia.

Infomoney - SP   16/04/2025

Os preços futuros do minério de ferro oscilaram em uma faixa estreita nesta terça-feira, com os investidores e comerciantes aguardando uma série de dados econômicos adicionais da China, maior consumidor, para esclarecer as perspectivas de demanda.

O contrato setembro do minério de ferro na bolsa de Dalian encerrou as negociações diurnas com alta de 0,99%, a 713 iuanes (US$97,52) a tonelada métrica.
O minério de ferro de maio, referência na Bolsa de Cingapura, subia 0,58%, a US$98,70 a tonelada, por volta das 7h50 (horário de Brasília).

A China deve divulgar um lote de indicadores econômicos e dados de produção de metais industriais na quarta-feira.

Os sinais mistos do mercado obscureceram as perspectivas da demanda pelo principal ingrediente da fabricação de aço, deixando os preços oscilando em uma faixa estreita.

Valor - SP   16/04/2025

A produção de minério de ferro da mineradora anglo-australiana somou 69,8 milhões de toneladas no período

A Rio Tinto produziu 69,8 milhões de toneladas de minério de ferro no primeiro trimestre de 2025, uma queda de 10% em relação ao mesmo período do ano passado. Na mesma base de comparação, os embarques de minério de ferro caíram 9%, para 70,7 milhões de toneladas no período encerrado em março.

Nos três primeiros meses de 2025, a produção de bauxita avançou para 15 milhões toneladas, alta de 12% sobre o mesmo período um ano antes, enquanto a produção de cobre extraído cresceu 16% na comparação anual, para 210 mil toneladas. Por outro lado, a produção de alumínio permaneceu estável frente o primeiro trimestre de 2024, com 830 mil toneladas.

“Continuamos a observar uma forte melhoria operacional com a mina de cobre Oyu Tolgoi (Mongólia) e nossas operações de bauxita registraram meses recordes de produção. No entanto, a produção foi afetada por eventos climáticos extremos que afetaram nossas operações de minério de ferro em Pilbara (Austrália)”, diz o diretor-presidente da mineradora, Jakob Stausholm, em carta aos acionistas, divulgada nesta terça-feira (15).

“Continuaremos a progredir em direção à nossa estratégia de longo prazo para proporcionar crescimento lucrativo, retornos atraentes para os acionistas e construir um negócio mais forte e diversificado”, acrescentou Stausholm.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   16/04/2025

A Honda está trabalhando em planos para realocar a produção de modelos do México e Canadá para os Estados Unidos em resposta a uma tarifa adicional de 25% imposta pelo governo do presidente Donald Trump sobre todos os automóveis importados, apurou o “Nikkei Asia” na terça-feira.

A montadora japonesa aumentará a produção de veículos nos Estados Unidos em até 30% ao longo de dois a três anos. Isso permitirá que a Honda atenda 90% das vendas unitárias no país com carros produzidos localmente.

O Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA) permitiu que produtos comercializados entre os três países recebessem tratamento tarifário zero, desde que as condições estabelecidas fossem atendidas. As montadoras japonesas aproveitaram o pacto e criaram uma estrutura para exportar veículos completos para os Estados Unidos a partir do México e Canadá, onde os custos de mão de obra são mais baixos.

Produtos em conformidade com o USMCA estão incluídos nas metas da tarifa adicional. Embora a carga possa ser reduzida de acordo com a porcentagem de conteúdo norte-americano nos produtos finais, a taxa ainda afetará negativamente os negócios da Honda. Por isso, a montadora está se preparando para revisar sua estrutura de produção nos três países.

A Honda vende 1,42 milhão de veículos por ano nos Estados Unidos, ou quase 40% de suas vendas globais. Desses, 1 milhão, ou 70%, são fabricados no país. Por uma simples aritmética, a montadora poderá produzir o equivalente a 90% das vendas nos Estados Unidos por meio de um aumento de 30% na produção local.

A Honda importa cerca de 500 mil veículos para os Estados Unidos, incluindo 300 mil do Canadá. A produção do SUV CR-V e do sedã Civic, fabricados no Canadá, será transferida para os Estados Unidos.

Os dois modelos também são produzidos nos Estados Unidos. Para aumentar a produção no país, a Honda analisará a possibilidade de contratar mais trabalhadores para implementar medidas como a mudança do atual sistema de dois turnos para um de três turnos e a expansão da produção para os fins de semana.

A realocação da produção deve levar pelo menos dois anos, pois precisa ser realizada em etapas, juntamente com mudanças na cadeia de suprimentos de peças.

A Honda também pretende transferir a produção do SUV compacto HR-V do México para os Estados Unidos. Isso exigirá novos investimentos, já que a Honda não fabrica o modelo nos Estados Unidos.

Para a Honda, as tarifas adicionais são estimadas em US$ 4,57 bilhões por ano. Embora os custos trabalhistas e outros estejam aumentando nos Estados Unidos, a montadora considerou que deveria priorizar uma medida para conter o impacto da política tarifária de Trump.

O Canadá reagiu com uma tarifa retaliatória sobre as importações de carros dos Estados Unidos e, por isso, a Honda analisará a redução do número de carros exportados dos Estados Unidos para o Canadá e a transição gradual para a produção local.

Entre outras montadoras, a japonesa Nissan está discutindo a redução parcial da produção doméstica do SUV Rogue na província de Fukuoka e a fabricação do modelo nos Estados Unidos.

A sul-coreana Hyundai anunciou planos de investir US$ 21 bilhões nos Estados Unidos ao longo de quatro anos. A empresa elevará sua capacidade de produção no país em 70%, para 1,2 milhão de veículos, e criará uma cadeia de suprimentos de materiais com a abertura de uma siderúrgica no país.

Valor - SP   16/04/2025

Ministro canadense afirmou que o alívio tarifário está condicionado à continuidade da produção de veículos no Canadá pelas montadoras e à realização dos investimentos planejados no país

O Canadá anunciou nesta terça-feira que irá isentar de tarifas carros importados de empresas com fábricas no país como forma de conceder um alívio a partes da economia afetadas pela guerra tarifária dos Estados Unidos, especialmente aos setores automotivo e de manufatura.

O Departamento de Finanças do Canadá disse que a medida tem como objetivo dar às empresas tempo para ajustarem suas cadeias de suprimentos e se tornarem menos dependentes de fornecedores dos EUA. Durante um evento de campanha nos subúrbios de Montreal, o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, declarou que esse alívio oferece às montadoras "um incentivo muito, muito forte para manter a produção e os empregos aqui no Canadá."

O ministro das Finanças, François-Philippe Champagne, disse que as montadoras com sede no Canadá são elegíveis para isenção de tarifas, ou para reembolso de tarifas já pagas, sobre importações dos EUA. Em resposta à política comercial do presidente Trump, o Canadá impôs tarifas sobre cerca de US$ 43 bilhões em produtos americanos que entram no país.

A Casa Branca impôs uma tarifa de 25% sobre todos os carros fabricados fora dos EUA. Em resposta, o Canadá aplicou uma tarifa de 25% sobre veículos fabricados nos EUA. A tarifa é aplicada a veículos que não estão contemplados no tratado comercial entre EUA, México e Canadá, enquanto uma tarifa parcial incide sobre veículos americanos que contêm componentes canadenses e mexicanos.

Champagne explicou que, com a isenção anunciada, montadoras sediadas no Canadá poderão importar um determinado número de veículos montados nos EUA isentos das tarifas retaliatórias impostas pelo governo canadense.

"O Canadá está tirando o melhor de uma situação ruim", afirmou Brian Kingston, presidente da Associação de Fabricantes de Veículos do Canadá. "Se você retira das montadoras a capacidade de importar e vender veículos no mercado canadense, isso torna extremamente difícil que elas tenham sucesso no país. O governo canadense reconhece isso."

Kingston disse que esse alívio oferece um respiro temporário para as montadoras que operam no Canadá e espera que autoridades dos EUA e do Canadá possam iniciar negociações após as eleições canadenses de 28 de abril para firmar um novo pacto econômico entre Washington e Ottawa.

Champagne afirmou ainda que o alívio tarifário está condicionado à continuidade da produção de veículos no Canadá pelas montadoras e à realização dos investimentos planejados no país. Uma porta-voz do Departamento de Finanças do Canadá não pôde fornecer imediatamente mais detalhes sobre como funcionará o programa de isenção e quais insumos estarão cobertos, nem quais investimentos específicos foram mencionados na declaração que explica as medidas.

O ministro disse ainda que haverá uma isenção tarifária de seis meses para bens importados por empresas usados na manufatura, no processamento de alimentos e em apoio à saúde pública e à segurança pública.

 

O Estado de S.Paulo - SP   16/04/2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta terça-feira, 15, o decreto que regulamenta o Mover, o programa de incentivo do governo federal às montadoras.

A assinatura ocorreu durante a passagem do chefe do Executivo pela fábrica da Nissan e após pressão do setor, que ameaça rever investimentos devido à demora na regulamentação do programa.

Na semana passada, a direção da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), entidade que representa a indústria de veículos, cobrou urgência na definição das regras a serem observadas para que os carros tenham benefícios tributários.

 

O Estado de S.Paulo - SP   16/04/2025

A Nissan anunciou nesta terça-feira, 15, a contratação de 400 trabalhadores, sendo 297 apenas para as linhas de produção, na fábrica de Resende, no sul do Rio de Janeiro. A montadora realiza nesta tarde cerimônia com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para celebrar o início da produção — por ora em fase de testes e provavelmente a partir do próximo mês em escala comercial — da nova geração do Kicks.

O utilitário esportivo compacto faz parte do ciclo de investimentos iniciado em 2023 que prevê R$ 2,8 bilhões no Brasil. Os recursos também contemplam a produção de outro SUV, que, dentro do plano da montadora japonesa de fazer da fábrica de Resende uma plataforma de exportação, será embarcado a mais de 20 mercados da América Latina, incluindo Argentina e México.

O reforço na equipe visa acelerar o ritmo de produção do complexo industrial, que em dois turnos fabrica 380 carros por dia. Inaugurada há exatamente 11 anos — outro marco comemorado nesta terça-feira pela Nissan —, a fábrica de Resende também passou por uma modernização para a produção dos novos modelos e de um motor turbo, ampliando o seu nível de automação para 85%.

Na área de montagem de carrocerias, foram instalados 98 robôs importados do Japão. A fábrica também ganhou 29 novos equipamentos, totalizando agora 202 unidades, que transportam peças e plataformas entre as linhas. Atualmente, a Nissan emprega cerca de 2,2 mil trabalhadores em Resende.

A nova geração do Kicks chega “nos próximos meses” nas mais de 200 concessionárias da marca no País. Seu preço ainda não foi divulgado. Após crescer 35% em 2023 e 21% no ano passado, chegando a 3,5% do mercado de carros de passeio e utilitários leves, a meta da Nissan é dobrar essa participação para 7%.

Presidente da Nissan na América Latina, região responsável por 15% das vendas da montadora no mundo, Guy Rodríguez disse em entrevista a jornalistas que as tarifas anunciadas pelo presidente americano, Donald Trump, não mudam a estratégia da montadora no Brasil. Isso porque os Estados Unidos não estavam entre os destinos dos novos modelos.

Os embarques do Kicks terão como foco o Mercosul, sobretudo Brasil e Argentina, ao passo que o futuro SUV será exportado aos demais mercados da América Latina.

Com o fechamento da fábrica da Argentina, onde era produzida a Nissan Frontier, os mercados que importam a picape passarão a ser atendidos pelo México. “O plano neste momento é esse”, disse Rodríguez ao falar sobre possíveis desvios de rota impostos pela política comercial americana.

Apesar da demora do governo na regulamentação do programa de incentivos tributários às montadoras, o executivo destacou o papel do Mover na atração de investimentos voltados à transição tecnológica dos carros produzidos no Brasil.

“O Mover ajuda e incentiva a trazer tecnologia. Cada vez mais os nossos clientes demandam segurança e eletrônica nos automóveis. Nossos veículos têm mais chips de que um computador. Esses programas nos ajudam a ter programa de longo prazo e trazer mais tecnologias”, comentou.

Redirecionamento pós-tarifas

O presidente da empresa minimizou o risco de as barreiras nos Estados Unidos provocarem um desvio das exportações de carros produzidos no México ao Brasil. Ele ressaltou que, como os produtos consumidos são diferentes, um mercado não substitui automaticamente o outro.

Ao também atenuar os possíveis impactos das tarifas anunciadas por Trump, o executivo disse que a Nissan é a montadora com maior produção no México voltada ao mercado local.

“A Nissan é a marca que mais fabrica no México para o México. Então, a pressão para nós é bem menor, porque nós vendemos no nosso mercado”, comentou Rodríguez em conversa com jornalistas antes da cerimônia.

Conforme o presidente da montadora na América Latina, 92% do que a Nissan vende na região é produzido pelas operações na região. “É uma vantagem que temos como marca. Nós conhecemos o mercado, conhecemos o cliente, fabricamos dentro do mercado para o mercado.”

Questionado se o Brasil pode ser um destino das exportações que a Nissan faz a partir do México aos Estados Unidos, atingidas agora pelas tarifas, Rodriguez observou que a montadora segue um esquema de complementariedade de portfólio nas trocas de modelos entre suas operações.

Hoje, a Nissan traz do México para o Brasil os modelos Versa e Sentra. Futuramente, um utilitário esportivo que será produzido em Resende vai atender, entre outros países, o mercado mexicano.

O Brasil, entende Rodríguez, não necessariamente vai absorver exportações perdidas pelas montadoras do México. Ele ponderou que o mercado americano é bem diferente do brasileiro. “Será que o que estava sendo exportado para os Estados Unidos é bom para o mercado brasileiro? São muito diferentes. Então, não sei quanto disso pode vir para cá. Entendo a preocupação sobre a capacidade (de produção). Mas, se você fabrica uma picape de 4 toneladas para os Estados Unidos, você manda para o Brasil? É um mercado diferente”, comentou o executivo da Nissan.

CONSTRUÇÃO CIVIL

IstoÉ Dinheiro - SP   16/04/2025

O aumento no custo da mão de obra na construção sustentou a inflação do setor dentro do Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de abril, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10) passou de uma elevação de 0,43% em março para uma alta de 0,45% em abril.

O Índice que representa o custo de Materiais, Equipamentos e Serviços saiu de um aumento de 0,48% em março para uma alta de 0,25% em abril. Os gastos com Materiais e Equipamentos tiveram aumento de 0,24% em abril, enquanto os custos dos Serviços tiveram elevação de 0,39% no mês.

Já o índice que representa o custo da Mão de Obra passou de um aumento de 0,36% em março para uma alta de 0,74% em abril.

Globo Online - RJ   16/04/2025

A criação de uma nova faixa de financiamento habitacional no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), para famílias com renda mensal de até R$ 12 mil, foi bem recebida pelo mercado imobiliário. Hoje, o programa só atende a famílias com renda de até R$ 8 mil mensais. A medida foi aprovada nesta terça-feira pelo Conselho Curador do FGTS. Segundo reportagem de Geralda Doca, o programa terá taxa efetiva de juros limitada a 10,5% ao ano e, neste ano, a nova modalidade vai dispor de um volume total de R$ 30 bilhões, para imóveis de até R$ 500 mil, novos e usados.

O presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) , Luiz França, afirma que a nova faixa contempla um segmento que realmente apresenta um déficit importante de moradias e que se trata de um público que agora passará a ser mais bem atendido com os R$ 30 bilhões que serão injetados no mercado.

— A taxa de juros de TR mais 10% ao ano é realmente muito interessante, inclusive se comparada com as taxas que temos hoje no SBPE (recursos da poupança). Com uma taxa de TR +10% em até 30 anos, você amplia significativamente o número de pessoas capacitadas a comprar imóveis.

Segundo França, há uma demanda real por imóveis na faixa de até R$ 500 mil. Para atender a essa demanda, destaca, é essencial que haja financiamento ao comprador.

— Hoje há recursos no mercado, mas com custo elevado, principalmente via poupança, devido à alta das taxas de juros. Isso tirou uma parte importante do público do mercado. Então, ao oferecer uma linha de crédito com prazo de 30 anos, valor de R$ 30 bilhões e taxa de TR +10%, você resgata um público desatendido — e que é comprador de fato.

O blog ouviu outros atores do setor. Thiago Soares, diretor da The INC Incorporações, considera que a chamada "Faixa 4" tem potencial para provocar uma reorganização importante no mercado. Segundo ele, a medida pode aquecer o setor, principalmente em um momento em que os juros altos reduzem o poder de compra da classe média.

Jamille Dias, consultora de vendas e marketing da Riviera Construções, avalia que o impacto da Faixa 4 é muito positivo, pois ampliará o acesso ao crédito para mais clientes em busca do primeiro imóvel, além de estimular novas iniciativas do setor.

— Isso deve animar as construtoras para mais lançamentos. No entanto pode resultar em menos lançamentos dentro do segmento mais dependente das linhas de crédito tradicionais do MCMV. Ou seja, clientes com rendas de até R$ 5 mil que não têm dinheiro guardado para a entrada ou saldo de FGTS. Espero que o governo fique atento e cuide também das faixas 1 e 2.

Mariliza Fontes Pereira, CEO da Riooito Incorporações, também considera a medida uma boa decisão. Segundo ela, era necessário incluir a faixa de clientes com imóveis entre R$ 350 mil e R$ 500 mil, que estavam sem oportunidade de financiamento com custo mais acessível, diante dos juros elevados.

— A Faixa 4 do programa Minha Casa, Minha Vida será muito bem-vinda para esses clientes. E será bem-vinda também para nós, construtoras, pois dará uma alavancada no setor. Estou com uma expectativa boa, no entanto a Caixa precisa ser mais flexível na liberação.

FERROVIÁRIO

Valor - SP   16/04/2025

Seriam necessários R$ 44 bilhões para finalizar o corredor e não há qualquer justificativa para gastos dessa magnitude

Em janeiro deste ano, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) abriu audiência pública para a concessão única da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO 1), em implantação no Mato Grosso e Goiás pela Vale como parte da outorga pela renovação antecipada da Estrada de Ferro Vitória-Minas; e de dois dos três trechos da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) na Bahia, denominados Fiol 2 (em construção com recursos federais) e Fiol 3 (em estudos). A racionalidade e viabilidade desse empreendimento estão, contudo, em questão, pois a Fico-Fiol é parte integral de um corredor ferroviário que se conecta a uma ferrovia incompleta e cuja execução está suspensa pelo concessionário (Fiol 1), que por sua vez desemboca num porto inexistente (Porto Sul), projeto greenfield a cerca de 30 km ao norte de Ilhéus. E mais: nenhum dos componentes do corredor - Porto Sul, Fiol 1, 2 ou 3 - resistiria a uma análise custo-benefício, seja pela escassez de demanda alocável, gastos de capital muito elevados, e ainda externalidades negativas não facilmente compensáveis no âmbito ambiental (particularmente do Porto Sul e da Fiol 1).

A Fiol 1 - uma ferrovia conectando a cidade de Caetité, na Bahia, e o projeto Porto Sul - foi licitada em 2021 com cerca de 72,5% de sua via permanente construída. A concessão foi ganha pela Bahia Mineração S/A (Bamin), controlada pela mineradora Eurasian Resources Group, do Cazaquistão, e detentora de reservas de minério de ferro na região de Caetité. A Bamin também obteve a concessão de construir e explorar o Porto Sul, primordialmente para exportar o minério produzido pela empresa. A complexidade, os custos e riscos associados à Fiol 1 e ao Porto Sul foram em grande medida subestimados. Resultado: a Fiol 1 está paralisada desde o final de março, após avançar somente 2,5% desde a assunção da concessão. Já o projeto do Porto Sul não foi adiante, inclusive por ser construído por enrocamento em ilha artificial a cerca de 3 km da costa, além do impacto ambiental adverso na região costeira. Igualmente se subestimou os obstáculos relacionados ao trajeto da Fiol 1 em região ambientalmente sensível, por atravessar área preservada da Mata Atlântica e cruzar áreas úmidas, a exemplo do entorno do rio Almada.

A Fiol ilustra as deficiências no processo de planejamento de transportes no Brasil. Após mais de uma década sendo priorizada nos planos logísticos e setoriais e nos programas de investimento, o empreendimento tem sido construído de forma fragmentada sem que tenha sido comprovado sua efetiva racionalidade. O processo de planejamento, por sua vez, não levou em consideração as relações de complementariedade estrita entre ferrovia e porto - na realidade, nem no âmbito do planejamento, nem tampouco na modelagem leva-se em consideração a restrição de capacidade portuária, pois o porto inexiste (!).

O avanço - aqui se insiste, sem racionalidade - se dá em múltiplas frentes: a atual tentativa do governo de transferir o complexo Fiol 1-Porto Sul da Bamin para um terceiro, com potencial injeção significativa de recursos públicos; a continuação da alocação de recursos orçamentários da União para a implantação da Fiol 2, entre Barreiras e Caetité, apesar da paralisação da Fiol 1 e inviabilidade do Porto Sul; a elaboração de um novo projeto para a Fiol 3 cujo traçado foi recentemente alterado (levando ao abandono do projeto executivo anterior), conectando Correntina (BA) e Mara Rosa na Ferrovia Norte-Sul (FNS) em Goiás, e daí se estendendo ao oeste para a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico 1); e finalmente a intenção do governo federal de licitar um corredor que não se sustenta (Fiol-Porto Sul) em conjunto com um trecho ferroviário potencialmente viável (Fico 1).

Vale sublinhar a magnitude dos recursos públicos despendidos na Fiol, o tamanho da brecha para viabilizar o empreendimento e a falta de racionalidade econômica frente aos seus custos de implantação. No período 2010-24, os gastos de capital do setor público com a Fiol 1 e a Fiol 2, a preços de dezembro de 2024, somaram cerca de R$ 11 bilhões (respectivamente R$ 5,98 bilhões e R$ 5,04 bilhões), enquanto o setor privado investiu estimados R$ 0,7 bilhões com a Fiol 1 e o Porto Sul; e ainda seriam necessários ao menos mais R$ 44 bilhões para finalizar o corredor (R$ 3,76 bilhões com a Fiol 1, R$ 7,21 bilhões com a Fiol 2, R$ 23,46 bilhões com a Fiol 3 e R$ 9,70 bilhões com o Porto Sul). Não há qualquer justificativa para gastos dessa magnitude.

Parece ser agora imperativo rediscutir o corredor Fiol-Porto Sul e assegurar que o empreendimento e seus componentes passem pelo crivo de uma análise de custo-benefício elaborada de forma íntegra, e que recursos públicos escassos não sejam alocados para obras cuja taxa social de retorno é - com toda a probabilidade - negativa. Mais: é igualmente imperativo que um projeto em implantação potencialmente viável e atrativo (Fico 1), não seja licitado com outro de viabilidade mais do que questionável, impedindo usos mais produtivos para a Fico 1.

Finalmente, é igualmente importante que se avalie como lidar com a infraestrutura de via permanente já construída e com custos afundados extremamente significativos. Uma alternativa é conectar a Fiol 1 à FCA na cidade de Brumado, a menos de 100 km de Caetité, exigindo da VLI (controladora da FCA) melhorias significativas para aumentar a produtividade ferroviária no trecho Brumado-Salvador, em bitola que se revele a mais econômica. Se o projeto do pátio de transbordo em Brumado já existe para ser implantado, ainda mais importante é o fato da FCA já deter os direitos e a infraestrutura para conduzir a carga para os portos já existentes e em operação na Baía de Todos-os-Santos (BTS), cujo calado natural é suficiente para abrigar navios de longo curso e cujo conjunto de portos - incluindo Salvador - será, com toda a probabilidade, o principal hub portuário no Nordeste nas próximas duas décadas. Do ponto de vista do Estado da Bahia, essa solução, que utiliza recursos de outorga da antecipação da renovação da concessão da FCA e direciona a conexão ferroviária modernizada para a BTS, faz possivelmente o seu melhor uso.

Essa solução, porém, necessita ser estudada com rigor e sua viabilidade econômica comparada com a alternativa conectando Jequié (mais ao leste de Brumado) com a Baía de Todos-os-Santos. Jequié teria a clara vantagem de ser mais próxima aos portos da BTS e num ponto de conexão com a Fiol 1 cuja via permanente até Caetité já está em grande medida construída. A desvantagem é o fato de Jequié-BTS ser um projeto greenfield, cujos custos e benefícios ainda necessitam ser estimados. De qualquer forma, enxergamos como imperativo procurar uma solução para um problema que está posto, evitando que em anos vindouros a Fiol 1 em particular - e a Fiol 2 - se transformem em investimentos sem perspectiva de oferecer os serviços para o qual foram e têm sido gastos recursos consideráveis. A alternativa discutida está distante de apagar os erros cometidos, mas tão somente dotar de certa racionalidade ex-post o empreendimento.

Claudio R. Frischtak é economista e sócio-fundador da Inter.B Consultoria.

Francisco Caputo é graduando em Economia pela UFRJ.

NAVAL

Portal Fator Brasil - RJ   16/04/2025

As operações de cargas nos portos paranaenses estão alcançando marcas expressivas em 2025. No primeiro trimestre, houve crescimento na movimentação de cargas, que totalizou 17.420.779 toneladas — número 6,3% maior que o registrado em 2024, quando foram movimentadas 16.384.054 toneladas.

Esse desempenho tem gerado bons frutos para o Paraná. De janeiro a março deste ano, os portos paranaenses já conquistaram quatro marcos nunca antes registrados na história da empresa, em comparação ao mesmo período.

—A soja e os fertilizantes foram os maiores volumes que movimentamos no primeiro trimestre, uma tendência que deve se manter nos próximos meses, devido à grande safra —afirmou o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

A exportação de grãos de soja alcançou a marca de 4.177.143 toneladas — 13% a mais que no ano passado, quando foram exportadas 3.694.168 toneladas. Já os fertilizantes lideraram as importações, com 2.739.120 toneladas neste ano, ante 2.653.354 toneladas nos três primeiros meses de 2024.

—Os fertilizantes são nossa principal commodity de importação, e temos investido em inteligência estratégica para operá-los com cada vez mais eficiência —destacou o diretor de Operações da Portos do Paraná, Gabriel Vieira.

Março —O maior salto na movimentação de cargas ocorreu em março, impulsionado principalmente pela soja em grãos, que totalizou 2.073.092 toneladas exportadas. Outro destaque foi o terminal de contêineres, com 804.939 toneladas embarcadas. Já o carregamento de navios com farelo de soja alcançou 769.619 toneladas.

Nas importações, os destaques foram os fertilizantes (899.073 toneladas), os contêineres (580.469 toneladas) e os derivados de petróleo (403.863 toneladas).

Moegão — Para atender ao crescente volume comercial, a empresa pública segue com as obras do Moegão — um investimento de R$ 600 milhões que centralizará as linhas férreas que chegam ao Porto de Paranaguá. A nova estrutura aumentará em mais de 60% a capacidade de recepção de granéis sólidos vegetais vindos do interior do Paraná e de outros estados.

—Com 35% das obras concluídas, a previsão de entrega é para o final deste ano. O Moegão visa atender às demandas atuais e futuras, especialmente após a implantação da nova Ferroeste —afirmou Garcia.

Leilões — Outro caminho para suprir o aumento da movimentação são as áreas arrendadas. No próximo dia 30, mais três áreas estarão em disputa na B3. Em 2019, a Portos do Paraná foi a primeira do país a receber delegação do governo federal para conduzir licitações de áreas portuárias e, até o momento, cinco já foram arrematadas.

Com isso, Paranaguá será o primeiro porto brasileiro com 100% dos espaços de arrendamentos regularizados, somando R$ 3,8 bilhões em investimentos.

Infomoney - SP   16/04/2025

Uma disputa entre Petrobras (PETR3;PETR4) e Gerdau (GGBR4) deverá atrasar em pelo menos um ano a conclusão do primeiro desmantelamento de uma plataforma de petróleo feito no Brasil, disseram à Reuters uma fonte com conhecimento do assunto e um líder sindical local, destacando os desafios que o país enfrenta para começar a capitalizar uma expressiva demanda que virá pelo serviço.

O navio P-32, de cerca de 45 mil toneladas, foi vendido em 2023 pela Petrobras para a Gerdau, que contratou o Estaleiro Rio Grande, da Ecovix, no Rio Grande do Sul, para realizar o desmantelamento e destinar a embarcação como sucata metálica para produção de aço em sua unidade de Charqueadas (RS).

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Mas a descoberta de 30 milhões de litros de água oleosa e 270 mil litros de óleo diesel marítimo no interior da embarcação, segundo uma das fontes, quando já estava no estaleiro, paralisou o trabalho por cerca de um ano, enquanto as duas gigantes do petróleo e do aço discutiam de quem seria a responsabilidade por pagar pela limpeza do navio.

A embarcação chegou ao estaleiro em dezembro de 2023 e tinha previsão de ser desmantelada em cerca de 12 meses, mas só em março passado os trabalhos começaram, disseram o sindicalista e a outra fonte, pontuando que a previsão agora é de que conclusão do desmonte ocorra no fim deste ano ou início do próximo.

“O que está acima do casco está sendo cortado”, disse Benito de Oliveira Gonçalves, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Rio Grande e São José do Norte, adicionando que as partes mais baixas só serão cortadas quando a limpeza for concluída.

O óleo diesel, segundo essas pessoas, já foi retirado e uma companhia deverá ser contratada em maio para retirar a água oleosa.

CONSEQUÊNCIAS

O atraso, segundo disse a fonte, significa ainda que outra plataforma que seria desmantelada no mesmo estaleiro, a P-33, também comprada pela Gerdau da Petrobras, perderá sua janela temporal para entrar no estaleiro e poderá ter que ser enviada para outro local.

Procurada, a Petrobras afirmou que acompanha o “plano de reciclagem” conforme previsto na licitação da P-32 e que questões contratuais porventura existentes são tratadas internamente entre as partes.

Sobre a P-33, disse que está atualmente acostada no Porto do Açu, no Norte Fluminense, sendo preparada para entrega.

Já a Gerdau disse que a operação de desmantelamento está em andamento, “com todas as tratativas necessárias para a limpeza sendo conduzidas de forma responsável”.

“Este processo representa um marco importante, visando a realização bem-sucedida do primeiro desmantelamento de um FPSO no Brasil”, afirmou.

A Ecovix afirmou que, por questão contratual, não se manifesta sobre esse tema.
Na próxima década, o Brasil emergirá como o terceiro maior mercado do mundo para descomissionamento de plataformas, perdendo apenas para Golfo do México e Mar do Norte.

Somente a Petrobras prevê US$9,9 bilhões para esse segmento, nos próximos cinco anos, incluindo o descomissionamento completo de dez plataformas.

Os estaleiros brasileiros poderão se beneficiar da crescente demanda, já que existe um custo para enviar as embarcações para desmantelamento em outros países, mas o Estaleiro Rio Grande, contratado pela Gerdau para realizar o serviço, por enquanto sofre com os problemas do contrato da P-32.

QUEM PAGA A CONTA?

Os custos com a embarcação no estaleiro já ultrapassaram o valor do contrato de desmantelamento originalmente assinado entre Gerdau e Ecovix, de cerca de R$ 30 milhões, enquanto Petrobras e Gerdau ainda não decidiram quem vai pagar a conta adicional, disse a fonte.

“Existiam relatórios de que a unidade estava limpa, foi com base nesses relatórios que o estaleiro recebeu a unidade quando chegou lá, não era bem assim”, disse a fonte.

Um executivo da Petrobras disse que a petroleira pode ser levada a fazer pagamentos adicionais à Gerdau, “mas certamente não é o que eles estão pedindo”.

“O que eles querem não é o que a Petrobras atestou”, afirmou essa pessoa, na condição de anonimato, pontuando que ambas as empresas ainda travam discussões técnicas sobre a amplitude das borras de óleo nos tanques.

A Tribuna - SP   16/04/2025

O secretário nacional de Portos, Alex Ávila, explicou nesta segunda-feira (14), durante participação no 1º Encontro Porto & Mar de 2025, promovido pelo Grupo Tribuna, que o Terminal de Contêineres (Tecon) Santos 10 será o maior da América do Sul, tanto em área disponível quanto em movimentação de cargas conteinerizadas.

Com investimento estimado em quase R$ 6 bilhões, o projeto é considerado estratégico tanto para a área portuária quanto para o setor de cruzeiros marítimos.

“É o leilão mais emblemático que temos, no aspecto de ofertar capacidade para o setor de contêineres. O que propomos é um ativo gigantesco. Falamos em um investimento grande, considerando o aporte no terminal de passageiros, que não vai ser só emblemático, necessário, mas extremamente importante para o setor de cruzeiros”.

Segundo o secretário, o empreendimento trará impactos significativos não apenas na logística do Porto de Santos, mas em todo o País. Ele também destacou que a capacidade do Porto de Santos para movimentar contêineres será ampliada em 50%, com o acréscimo anual de 3,5 milhões de TEU (unidade de medida de um contêiner padrão), reforçando o papel estratégico do megaterminal.

De acordo com Ávila, o investimento previsto para o Porto de Santos só não compete com os realizados atualmente na Ásia, onde as operações portuárias ocorrem em dimensões superlativas.

Megaterminal
O presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, ressaltou a necessidade de um pátio adequado para atender às demandas do Tecon Santos 10. “Todos os dados e informações deverão ser analisados de forma conjunta para que quando esse megaterminal passar a funcionar, já tenhamos os dois viadutos construídos”, esclareceu.

Pomini também destacou no evento que a iniciativa privada, por vezes, reclama da máquina pública, mas usa a máquina jurídica quando os interesses privados não são atendidos.

Presidente do Instituto Brasileiro de Infraestrutura (IBI), Mário Povia revela otimismo em relação ao Tecon Santos 10. “Vejo problemas apenas no fato de que é uma obra que já deveria ter sido iniciada”.

Danilo Veras, vice-presidente de Políticas Públicas e Regulatórias daMaersk para a América Latina, é enfático sobre o megaterminal. “É o maior leilão do setor portuário na história, que se for amplo, com muita concorrência, vai garantir ao Brasil um novo patamar de navegação”.

O consultor portuário Fabrizio Pierdomenico admite a importância do Tecon Santos 10, mas faz ressalvas. “É um baita negócio, a outorga vai lá em cima. Mas vai colocar um número gigante de caminhões (na Cidade), cerca de 5 mil por dia”.

Observações
O prefeito de Santos, Rogério Santos (Republicanos, à esquerda na foto), lembra que o Tecon Santos 10 é importante também para viabilizar a transferência e construção do novo terminal de cruzeiros no Valongo, já que a empresa vencedora destinará recursos para isso. “A licitação já garante o terminal de passageiros.

É importante também que o atual terminal se torne um cais público, para garantir empregos. E o mais importante: que o Tecon Santos 10 só comece a funcionar quando os viadutos estiverem prontos”.

O deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB, à direita na foto) acredita que o Tecon Santos 10 é importante, desde que não impacte a Cidade. “É preciso conciliar desenvolvimento econômico com a preservação da qualidade de vida de quem vive na Baixada Santista”. Barbosa defende que o leilão não tenha restrição de participação.

“Devemos fazer o leilão mais amplo, com maior participação de empresas, incluindo armadores, para viabilizar o maior volume de recursos de outorga”.

PETROLÍFERO

Petro Notícias - SP   16/04/2025

O ditador venezuelano Nicolás Maduro começou a sentir um gosto amargo mais forte das sanções americanas impostas pelo presidente americano Donald Trump. As operações na Venezuela enfrentaram um grande obstáculo, já que a petrolífera estatal PDVSA cancelou de uma hora para outra as autorizações de exportação de vários de seus navios devido à incerteza de pagamento em meio ao endurecimento das sanções americanas ao país, que é membro da OPEP. Essa medida deixou pelo menos dois petroleiros carregados com petróleo bruto venezuelano encalhados no porto. Em contrapartida, outros quatro foram forçados a partir vazios, indicando uma intensificação significativa no impasse energético entre os Estados Unidos e a Venezuela.

A turbulência ocorre após a recente decisão do governo Trump de revogar a licença da Chevron para operar na Venezuela. Embora a licença expirasse com um período de liquidação que termina em 27 de maio, a PDVSA começou a aplicar restrições antes do previsto. Essas ações prejudicaram os planos da empresa de exportar petróleo, mesmo para cargas já carregadas e aguardando embarque. Dois navios-tanque fretados pela Chevron, chamados Dubai Attraction (à direita) e Carina Voyage, permaneceram parados em águas venezuelanas, aguardando autorização para retornar suas cargas. Essas remessas haviam sido formalmente declaradas à autoridade alfandegária venezuelana e agora precisam de nova autorização para serem descarregadas ou redirecionadas. Enquanto isso, quatro outros navios da Chevron — Pegasus Star, Ionic Anax, Calypso e Sea Jaguar — tiveram o acesso de carregamento negado.

O Carina Voyager (à esquerda) estava a caminho da refinaria de Pascagoula, da Chevron, no Mississippi, enquanto o Dubai Attraction deveria transferir sua carga para o petroleiro Cap Corpus Christi, fretado pela Valero Energy, perto de Aruba. No entanto, o Cap Corpus Christi partiu para os Estados Unidos na sexta-feira (11) apenas parcialmente carregado, pois não conseguiu concluir a transferência ship to ship. O ditador venezuelano atribuiu a culpa inteiramente às sanções americanas. Em uma publicação no Telegram, o país citou que a Chevron não conseguiu pagar a PDVSA devido à guerra econômica impulsionada pelos EUA, o que levou ao retorno dos embarques de petróleo bruto. Os embarques estão sendo redirecionados para outros mercados internacionais, sugerindo a intenção da Venezuela de conquistar compradores alternativos, mas, não conhecidos.

As joint ventures da Chevron na Venezuela produzem cerca de 25% da produção total de petróleo do país, que atingiu uma média de 250.000 barris por dia para os Estados Unidos no início de 2025. A interrupção repentina de suas exportações não apenas coloca esse fluxo em risco, mas também ameaça aprofundar o isolamento econômico e político da Venezuela. As sanções dos EUA já haviam reprimido o comércio de petróleo bruto da Venezuela com a China devido à imposição de uma tarifa secundária de 25% sobre qualquer país que negociasse com os Estados Unidos.

IstoÉ Dinheiro - SP   16/04/2025

O Departamento de Energia (DoE, em inglês) dos EUA projeta que os preços do petróleo Brent devem subir para US$ 91 por barril até 2050, segundo relatório anual publicado nesta terça-feira, 15. O documento também prevê alta do WTI a US$ 89 o barril no período.

Em nota, o DoE observa que há risco de alta para o Brent a US$ 157 o barril até 2050 ou de baixa a US$ 48 o barril, a depender dos desdobramentos da economia global.

O departamento espera que a produção de petróleo dos EUA alcance um pico de 14 milhões de barris por dia (bpd) em 2027, antes de desacelerar para 11,28 milhões de bpd até 2050.

O relatório mostra ainda as projeções para o crescimento econômico dos EUA. No cenário base do DoE, o Produto Interno Bruto (PIB) americano deve ter expansão anual de 1,8% entre 2024 e 2050. Caso riscos de alta se concretizem, o PIB dos EUA deve avançar 2,1% no período. Do contrário, a economia americana deve aumentar em ritmo mais lento, de 1,2% até 2050.

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