Diário do Comércio - MG 28/11/2025
A indústria siderúrgica brasileira registrou um faturamento de cerca de R$ 123,1 bilhões entre janeiro e setembro deste ano, conforme dados do Instituto Aço Brasil (IABr). O resultado representou uma queda de 2,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
O valor faturado no mercado interno chegou a R$ 93,7 bilhões, alta de 2,2%, enquanto no externo atingiu R$ 28 bilhões, decréscimo de 14,7%. Já o montante alcançado com outros tipos de receitas foi de R$ 1,4 bilhão, avanço de 19,9%.
O analista de investimentos da plataforma AGF, Pedro Galdi, avalia que o recuo no faturamento do setor veio da impossibilidade de as usinas ajustarem preços ao longo do ano. A concorrência com o aço importado, de menor valor, impediu reajustes das siderúrgicas.
Segundo o especialista, como as margens continuam pressionadas, o que as empresas têm executado para contornar a situação é reduzir custos, despesas operacionais e programas de investimentos ou diminuir o quadro de pessoal, como no caso da Gerdau.
“Não acredito que as coisas irão melhorar, a menos que realmente venham as medidas protecionistas”, afirma. “Lembrando que as usinas pleiteiam isso com o governo federal há mais de um ano e, até o momento, nada foi feito”, pondera.
Enquanto aguardam ações de defesa comercial mais efetivas, a siderurgia nacional observou as importações subirem 9,7% nos três primeiros trimestres de 2025, ante igual intervalo de 2024. O volume de aço que entrou no mercado brasileiro foi de 5,1 milhões de toneladas, dos quais 3,1 milhões de toneladas, 61,1%, foram enviados pela China.
Somente de aços especiais-ligados, os desembarques cresceram 273,2%, para 987,2 mil toneladas. Dentro dessa categoria, as compras de chapas e bobinas de outros aços ligados do exterior totalizaram 714,6 mil toneladas, refletindo um aumento significativo de 583%
Setor acelera volume de exportações, mas receita cai
As importações avançaram, mas as exportações também. De acordo com os números da entidade, no acumulado dos primeiros nove meses, os embarques chegaram a 7,8 milhões de toneladas, acréscimo de 2,4% na comparação ano a ano. Os Estados Unidos (EUA), embora tenham colocado uma sobretaxa para o aço brasileiro que entra no país, responderam pela maior parte dos envios, 5,1 milhões de toneladas, 65,6%.
Outros mercados também tiveram destaque, como a Argentina, que recebeu 522,9 mil toneladas, 6,7%, e o Peru, com 266,7 mil toneladas, 3,4%. Conforme Galdi, desde que o governo norte-americano anunciou tarifas sobre o produto do Brasil, em fevereiro, as usinas nacionais passaram a buscar novos mercados fora dos EUA.
Na contramão do volume, o valor exportado pela indústria do aço retraiu 10,8% no mesmo comparativo. A receita com as exportações no período foi de US$ 5,4 bilhões.
Siderúrgicas pagam mais impostos e mantém quadro de colaboradores
Ainda segundo o Aço Brasil, as siderúrgicas pagaram R$ 21,2 bilhões em impostos nos três primeiros trimestres de 2025, cifra 3,6% superior à de igual intervalo do último ano. Foram R$ 10,1 bilhões de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), R$ 2,2 bilhões de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e R$ 8,8 bilhões de outros tributos.
Quanto ao quadro de colaboradores, apesar da situação negativa diante das importações, o setor praticamente manteve o número, fechando setembro com 118.273 empregados. No mesmo mês de 2024, eram 118.406 funcionários, variação de apenas 0,1%.
Diário do Comércio - MG 28/11/2025
A Fundação ArcelorMittal decidiu colocar o fator humano no centro de sua nova frente de atuação: a economia circular. Após revisar seu planejamento de longo prazo, que busca aplicar as melhores práticas de gestão na área social e se dedica a criar oportunidades nos eixos de educação, cultura e esporte, agora a instituição busca integrar circularidade, desenvolvimento social e transição justa, movimento que a coloca entre os principais cases corporativos de nova economia no País.
A iniciativa nasce da constatação de que embora o Brasil tenha avançado na Agenda ESG, o componente social da economia circular permanece fragmentado e pouco compreendido. Por isso, o foco, conforme a diretora-executiva da Fundação, Camila Valverde, será atuar no desenvolvimento social das pessoas que trabalham com esse tipo de iniciativa, já que o tema ainda é majoritariamente tratado sob a ótica produtiva, considerando resíduos, processos e eficiência, enquanto a dimensão humana segue pouco explorada.
“A economia circular ainda é compreendida mais pelo viés de processos e materiais; falta um olhar para as pessoas. E é um tema atual e demandante por parte do setor privado, um modelo de economia diferente da economia que a gente está acostumado, na qual se extrai matéria-prima, produz, consome-se o produto e o descarta no final. Especialmente o aço tem uma conexão intimamente ligada à economia circular, já que é um produto infinitamente reciclável. Tanto que hoje, 70% da nossa produção já vem da sucata ferrosa”, afirma.
O novo pilar foi fundamentado por uma pesquisa da Ago Social, encomendada pela Fundação ArcelorMittal. O estudo mapeou como o investimento social privado (ISP) brasileiro – que movimentou R$ 5,4 bilhões em 2022 e R$ 4,41 bilhões em 2023 – se conecta à economia circular. A conclusão revela um grande que apenas 5% a 10% desse volume se relaciona a práticas circulares. Outros indicadores reforçam o diagnóstico, como a baixa formalização de catadores e cooperativas, presente em apenas 6,5% dos municípios brasileiros, segundo o Atlas Brasileiro da Reciclagem, uma das fontes de consultas do levantamento.
A pesquisa ainda indica que a economia circular pode gerar até US$ 4,5 trilhões anuais em oportunidades econômicas até 2030, além de 7 a 8 milhões de empregos no mundo, segundo estimativas internacionais. Para Camila Valverde, esses números reforçam a necessidade de incorporar a justiça social à transição. “A oportunidade de investir em projetos sociais focados nas pessoas que trabalham na economia circular é enorme. Essa pesquisa pode ajudar a fomentar todo o terceiro setor e clarear o potencial que temos pela frente”, resume.
Para a executiva, internamente, as conclusões ampliaram os horizontes da Fundação e reforçaram a importância de estruturar um investimento social voltado explicitamente à nova economia. Ela argumenta que o compilado mostra caminhos concretos para ampliar a associação entre investimento social privado e circularidade, fortalecendo a transição justa para uma economia de baixo carbono.
Economia circular como vetor estratégico de desenvolvimento
Com a nova frente, a Fundação ArcelorMittal se posiciona como um dos atores que tratam a circularidade não apenas como uma agenda técnica, mas como um vetor estratégico de desenvolvimento humano, uma conexão cada vez mais necessária para transformar a economia do futuro em realidade.
Para isso, a instituição dividiu a estratégia em três blocos, todos centrados nas pessoas. O primeiro foca na cidadania, dignidade e fortalecimento dos trabalhadores da circularidade, especialmente por meio de grupos historicamente invisibilizados, como catadores, sucateiros e costureiras organizadas em cooperativas. “O primeiro bloco promove cidadania, dignidade e fortalecimento das pessoas”, explica.
O segundo eixo aborda as condições de trabalho e o amadurecimento de processos, com atenção à regularização, formalização, saúde, segurança e capacitação. E o terceiro busca estimular novos negócios e ampliar a inclusão produtiva na cadeia da circularidade. “Queremos ampliar o número de pessoas inseridas nessa cadeia, estimulando negócios capazes de gerar emprego, renda e impacto positivo”, completa Camila Valverde.
Economia circular dentro e fora do negócio
Vale destacar que a indústria nacional do aço é um dos principais motores da economia circular no País, com a utilização de 9,2 milhões de toneladas de sucata ferrosa em 2023, segundo a pesquisa realizada pela Fundação ArcelorMittal.
Além disso, a nova frente dialoga diretamente com a operação da companhia, cuja cadeia produtiva já integra práticas avançadas de circularidade. Nos últimos três anos, a ArcelorMittal Brasil adquiriu cerca de 8,5 milhões de toneladas de sucata, material retirado de aterros e reintegrado ao ciclo produtivo. Isso porque, no País, 70% do aço da empresa é produzido a partir de sucata ferrosa, e a empresa opera 20 pontos de recepção e 25 prensas móveis, trabalhando com mais de 2 mil fornecedores. Para se ter uma ideia, apenas no segmento de aços longos, 54% da produção deriva da reciclagem.
Globalmente, são 30 milhões de toneladas de sucata processadas ao ano, sendo cerca de 3 milhões no Brasil. Em unidades como Pecém (CE) e Tubarão (ES), quase todo o volume de resíduos industriais já é transformado em coprodutos usados na construção civil, na agricultura e em tecnologias de reaproveitamento que tornaram a companhia referência no setor.
Para a Fundação, porém, a economia circular não se limita ao aço ou aos resíduos industriais. “Não estamos falando apenas da recircularidade da matéria-prima, mas de tudo que se relaciona com a cadeia produtiva e com as comunidades onde atuamos. O alcance territorial da iniciativa será nacional, com prioridade para regiões onde a empresa está presente, mas sem restringir a atuação a elas”, reforça.
Por fim, a executiva revela que o modelo foi estruturado para ser implementado gradualmente a partir de 2026, com análise de projetos já existentes nas leis de incentivo e iniciativas alinhadas à estratégia. E que a Fundação também pretende estimular parcerias com institutos e fundações, além de empresas da cadeia do aço.
Diário do Aço - MG 28/11/2025
Uma nova rodada de negociação entre representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga e Região (Sindipa) e da Usiminas, referente à Campanha Salarial 2025 ocorreu na tarde desta quinta-feira (27) e mais uma vez, terminou sem consenso. A siderúrgica e a entidade dos trabalhadores não chegaram a um denominador comum. A diretoria do sindicato optou por recusar a proposta em mesa, sem levá-la para apreciação dos trabalhadores. Conforme repassado pelo Sindipa, a Usiminas ofereceu um reajuste salarial de 4,49%, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e um aumento de R$ 40 no Vale Alimentação.
Haverá uma nova reunião entre a empresa e os representantes dos trabalhadores na próxima terça-feira (2/12). “Nessa reunião, se não houver uma proposta que realmente possa ir para a assembleia, o sindicato vai convocar os trabalhadores para uma assembleia de estado de greve, porque já é brincadeira com os trabalhadores essas propostas tão ruins, tão baixas desse jeito. Não podemos aprovar qualquer coisa e ficar um ano com um acordo tão ruim. Os trabalhadores sabem muito bem que aqui no Vale do Aço pagam o pior salário metalúrgico no Brasil”, afirmou Geraldo Magela, presidente do Sindipa.
Posicionamento da Usiminas
A Usiminas destaca que já apresentou cinco propostas ao sindicato e reforça a importância que sejam levadas à votação pelos funcionários, que ainda não tiveram a oportunidade de avaliar nenhuma das propostas discutidas. “Mantemos nosso compromisso com o diálogo aberto e estamos empenhando todos nossos esforços para concluir o acordo até o Natal”, destacou a empresa, em nota enviada ao Diário do Aço.
“Além disso, reiteramos os desafios do atual cenário da indústria do aço, fortemente impactado pela importação do aço chinês, que ameaça a competitividade do mercado brasileiro”, concluiu a nota.
O Estado de S.Paulo - SP 28/11/2025
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta-feira, 27, que o cenário anda na direção que a autoridade monetária gostaria, mas talvez não tão rápido quanto o desejado.
“Os dados novos continuam apontando nessa direção que a gente comentou de que a política monetária está sim funcionando, mas funcionando de uma maneira bastante lenta, em uma economia que vem apresentando uma resiliência para o nível de restrição que a gente colocou na política monetária”, disse, em evento promovido pela Itaú Asset Management.
O banqueiro central reiterou que a estratégia atual é reunir dados e ganhar confiança nesse processo, sem se emocionar com dados específicos.
“É um processo que vamos seguir dependente de dados. Quando dizemos que não estamos dando nenhum sinal para frente não é porque estamos querendo esconder alguma coisa, é porque eu realmente acho que a esperteza da comunicação que a gente teve ao longo desse ano foi ser humilde. A gente quer transparecer aquilo que efetivamente estamos vendo, com a limitação que temos, com o reconhecimento da complexidade que existe.”
Credibilidade
O presidente do Banco Central afirmou também que a credibilidade da autarquia não é resultado do trabalho de uma só pessoa, mas sim de uma construção coletiva. “Eu acho que essa questão da credibilidade e de você construir a questão da credibilidade da instituição não é minha, é da instituição. Ela nunca é resultado de uma personalidade ou de uma pessoa, ela é um processo de construção coletiva e ao longo do tempo”, disse.
O banqueiro central ponderou que nunca é simples ser o responsável pela autoridade monetária no Brasil, mas que não pode se queixar. “Eu me beneficio muito do trabalho que foi construído ao longo do tempo na instituição e dos técnicos da instituição. São técnicos muito bem capacitados e que sabem o que fazer.”
Variáveis macroeconômicas
Galípolo afirmou também que a autarquia, para além da surpresa nos números, tem observado surpresas na correlação das variáveis macroeconômicas no Brasil.
“Se fôssemos perguntar para a maior parte das pessoas, especialmente para quem não é do Brasil, com uma taxa de juros nominal de 15%, com uma taxa de juros real alguma coisa entre 9% e 10%, você não imaginaria que o desemprego seguiria caindo como caiu e que iríamos bater o nível mais baixo”, disse.
Para Galípolo, esse “ruído” nas correlações macroeconômicas responde mais a uma situação estrutural do que conjuntural.
“Não é de hoje que o Brasil tem as taxas de juros relativamente mais altas quando comparado com os seus pares, acho que o Banco Central deixou claro e vai continuar deixando claro que o fato de você ter uma condição estrutural que demanda você dar uma dose maior do remédio para fazer efeito.”
Apesar desse comportamento de algumas variáveis, Galípolo afirmou que, do ponto de vista do BC, a trajetória da inflação está em linha com o imaginado pela autarquia em seu “plano de voo”.
O banqueiro central afirmou também que os dados continuam demonstrando um processo de desaquecimento lento e gradual da economia brasileira. “Lógico que gostaríamos que a convergência da inflação fosse mais rápida, mas por outro lado, também afasta aquele outro risco de estar produzindo uma desaceleração muito abrupta na economia”, ponderou.
A autoridade voltou a repetir que o mandato do BC é produzir a convergência da inflação, e que para isso colocar a taxa Selic no nível que é necessário, pelo tempo que for necessário.
Também observou que, apesar do crescimento registrado pela economia, os ganhos de produtividade são menos evidentes do que o desejado para “sentir a confiança de que não estamos produzindo só crescimento”.
Cenário fiscal e expectativas desancoradas
O presidente do Banco Central avaliou que já há algum tempo, a percepção de um fiscal estimulativo está presente na expectativas desancoradas. Para o banqueiro central, essa questão pode explicar parte do gap existente entre as projeções do mercado e do BC.
Galípolo ponderou que nos últimos anos, medidas que foram apresentadas como neutras do ponto de vista do Orçamento e do resultado primário, na verdade, não foram necessariamente neutras do ponto de vista do impacto na demanda. “Se você está tributando mais e distribuindo renda para pessoas que têm uma propensão a consumir mais elevada, isso passa a ter um impacto diferente, que não é neutro, para fins de estímulo”, disse.
Eleições
O presidente do Banco Central afirmou ainda que anos de eleição podem apresentar uma maior volatilidade, em função das pesquisas eleitorais e questões que podem influenciar as expectativas. No entanto, frisou que o BC não faz juízo de valor sobre o que ele acha que será feito a partir da eleição.
“O BC segue naquela lógica de que ele não faz juízo de valor sobre o que acha que será feito a partir da eleição, e, sim, como é que isso está afetando o que é o nosso mandato efetivamente, como está afetando a demanda, inflação corrente e expectativas”, emendou ele.
Galípolo afirmou a importância da meta de inflação contínua justamente em momentos como esse. “Ela é importante porque formaliza o que é operacional do BC, que é: ele já está olhando para um horizonte que perpassa o ano eleitoral e, lógico, qualquer fator novo”, disse.
O banqueiro central, na sequência, frisou que o BC segue vigilante e sempre fará os ajustes que forem necessários. “O BC jamais vai se furtar de fazer o ajuste que for necessário em função dos fatos que podem ocorrer.”
Crédito
Galípolo disse também que o mercado de crédito brasileiro continua crescendo “de maneira bastante surpreendente”, dado o nível da taxa Selic, de 15% ao ano. Segundo ele, isso demanda “vigilância e conservadorismo” na condução da política monetária.
“A gente ainda segue com esse canal, que é o canal por excelência de transmissão da política monetária, apresentando ainda um impulso e um crescimento que é relevante e que demanda essa vigilância do Banco Central”, comentou o presidente do BC.
Funding imobiliário
O presidente do Banco Central disse que o novo modelo de funding imobiliário, lançado pelo governo em outubro, tende a aumentar a potência da política monetária. Ele citou a medida como uma das ações destinadas a reduzir subsídios e distorções que bloqueiam o canal de transmissão dos juros, e levam o País a ter taxas consistentemente mais altas do que pares.
“A intenção foi pegar algo que já vinha sendo desenhado desde a época em que o Bruno estava lá, de como a gente poderia utilizar ainda mais a poupança para suavizar a transição para um financiamento que vai ser mais adequado, para que a captação tenha um casamento maior com o ativo, e para taxas que vão gradativamente se aproximar das taxas de mercado, o que tende a aumentar a potência da política monetária”, disse o banqueiro central.
Na fala, Galípolo se referia a Bruno Serra, ex-diretor de Política Monetária do BC e atualmente gestor da Itaú Asset, responsável por conduzir a entrevista.
Desde o início da sua gestão, no começo deste ano, Galípolo vem repetindo que a “normalização” da política monetária é uma das agendas essenciais para o BC. Nesta quinta-feira, ele repetiu que esse processo vai demandar uma série de reformas, sendo que nem todas estão na alçada da autoridade monetária. O presidente da autarquia disse que essa é uma das agendas nas quais gostaria de avançar nos próximos três anos de mandato.
O banqueiro central também citou como uma medida para “normalizar” a política monetária o aumento da colateralização, com o objetivo de reduzir os juros do crédito pessoal. Como as taxas dessas modalidades normalmente são múltiplos da Selic, variações na taxa básica têm impacto limitado. Ele observou que o Drex deve servir como uma plataforma para dar liquidez a ativos e permitir seu uso como garantias, e não como uma moeda digital de um banco central (CBDC, na sigla em inglês).
IstoÉ Dinheiro - SP 28/11/2025
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) subiu 0,27% em novembro, depois de ter registrado queda de 0,36% no mês anterior, e passou a registrar deflação no acumulado em 12 meses pela primeira vez em um ano e meio, mostraram dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira, 27.
Também conhecido como inflação do aluguel, por ser usado como referência para reajuste de contratos, o IGP-M calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
A expectativa em pesquisa da Reuters era de avanço de 0,28%, e com o resultado do mês o índice agora acumula em 12 meses queda de 0,11%.
“Apesar da alta do IGP-M no mês, chama atenção o fato de que a taxa em 12 meses voltou ao campo negativo, algo que não ocorria desde maio de 2024. Esse resultado está muito relacionado ao comportamento do IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) ao longo do ano”, destacou Matheus Dias, economista do FGV IBRE.
“Diferentemente do que se observou em novembro, quando houve altas em algumas commodities agrícolas, em boa parte de 2025 prevaleceram quedas expressivas de preços, tanto de produtos industriais quanto agropecuários. Em vários meses, o IPA registrou variações negativas, o que levou a uma desaceleração mais nítida a partir de maio”, completou.
Composição do índice
Em novembro, o IPA, que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, subiu 0,27%, depois de ter caído 0,59% no mês anterior.
Os produtos agropecuários passaram a subir 0,46% no mês, de queda de 1,45% em outubro, enquanto os industriais tiveram alta de 0,21%, de recuo de 0,28%.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, acelerou a alta a 0,25% em novembro, de 0,16% em outubro.
Destaque para as altas de Saúde e Cuidados Pessoais (0,08% para 0,67%), Educação, Leitura e Recreação (0,50% para 1,17%) e Despesas Diversas (0,20% para 0,46%).
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), por sua vez, passou a subir no período 0,28%, de uma alta de 0,21% no mês anterior.
CNN Brasil - SP 28/11/2025
O ex-presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, disse, em evento com líderes empresariais, na França, nesta quinta-feira (27), que há espaço para um corte da taxa de juros do Brasil em um “futuro próximo”.
“A gente acredita que em algum momento vai abrir espaço. Algum momento no futuro recente, no futuro próximo, vai abrir espaço para uma queda de juros”, disse.
A fala foi feita durante o evento LIDE Brasil França Fórum, que reuniu empresários e autoridades para debater cooperação bilateral, oportunidades de investimento e o fortalecimento das relações econômicas entre Brasil e França.
Segundo o ex-BC, apesar da oportunidade para corte de juros, é necessário trabalhar a questão fiscal para a Selic reduzir a um dígito.
“Para ter uma queda de juros que faça diferença em termos de produtividade e de planejamento de longo prazo, a gente precisaria ter um juro no Brasil de um dígito. E para ter um os juros no Brasil de um dígito, a gente vai precisar trabalhar fortemente em um choque positivo na área fiscal.”
Campos neto reforçou que a inflação brasileira "tem melhorado na margem", e elogiou a atuação da atual gestão do Banco Central, porém alertou que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ainda segue bem acima da meta oficial.
Em outubro, o IPCA foi para 0,09%, atingindo o menor patamar em 27 anos para o mês. No acumulado de 12 meses, a inflação teve alta de 4,68%, se mantendo acima do intervalo da meta do Banco Central, que é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo.
Sobre a atividade econômica brasileira, o ex-BC comentou que a perspectiva é que haja uma desaceleração no terceiro trimestre. Além disso, Campos Neto disse que o desemprego está muito baixo, porém há um medo de que isso gere uma pressão inflacionária no Brasil.
Desafios globais
Referente à economia global, Campos Neto listou os desafios atuais, como a fraqueza nas instituições dos países, insegurança e endividamento. Segundo ele, há “uma nova ordem global”, que deve ser enfrentada.
“Há uma grande polarização política, adicionando o tema da importância das redes sociais, tem gerado uma erosão na instituição em grande parte dos países. Isso eleva o custo do dinheiro, a insegurança, que, no final das contas, eleva também o prêmio de risco dos países.”
Além disso, segundo o ex-BC e atual vice-chairman global de políticas públicas do Nubank, há uma desarmonia entre a política monetária e fiscal ao redor do mundo.
“Temos pela primeira vez uma dissonância entre a política monetária e fiscal em vários países do mundo. Em grande parte do mundo, não fomos capazes de reverter os programas de incentivo da pandemia, mas em alguns lugares a gente vê os juros caindo, mas ainda com a política fiscal expansiva”
“Tem um grande esquema de política de transferência, que não retroagiram desde a pandemia. E como o mundo está muito mais endividado, temos por consequência um grande aumento dos impostos, que estão concentrados em capital”, disse.
O Estado de S.Paulo - SP 28/11/2025
Com mais empregos e mais chances de ganhar a vida, o trabalhador continua assombrado pelo aumento de preços, 4,15% de janeiro a novembro e 4,50% em 12 meses, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). Pressionadas pela inflação, as famílias são acuadas também pelo crédito muito caro. No esforço para conter a onda inflacionária, o Banco Central (BC) mantém os juros básicos em 15% ao ano, complicando a produção industrial, atrapalhando o comércio e os serviços e dificultando o financiamento ao consumo.
A taxa de 4,50% está no teto da meta e longe do centro do alvo, fixado em 3% para qualquer período de 12 meses. Em outubro, a inflação correspondente a esse período havia ficado em 4,94%. Apesar da melhora, o aumento de preços continua sendo um desafio importante para o governo, favorecido, por enquanto, pela ausência de um candidato oposicionista à eleição presidencial do próximo ano.
A contenção da alta de preços será muito lenta nos próximos anos, segundo avaliação do mercado financeiro. A inflação ficará em 4,18% em 2026 e recuará para 3,80% em 2027, de acordo com projeção registrada no último boletim Focus. Segundo esse boletim, o crescimento econômico, estimado em 2,16% para este ano, ficará em 1,78% no período seguinte.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já indicou a intenção de buscar a reeleição. Haverá surpresa, portanto, se ele aceitar uma política de crescimento mais contido e mais compatível, provavelmente, com uma inflação bem mais próxima do centro da meta. O BC quase certamente manterá uma política monetária restritiva, com juros elevados, enquanto o risco inflacionário permanecer elevado. Pela avaliação do mercado, os juros básicos deverão estar em 12% no fim do próximo ano, mas a redução deverá ser vagarosa na fase inicial.
Apesar do empenho do ministro da Fazenda, o presidente Lula continua a exibir pouca disposição de reforçar a política anti-inflacionária por meio da contenção da despesa pública. Sem perspectiva de mudança relevante nas contas do governo, condição essencial para a contenção da dívida pública, pouco se aposta em juros muito mais próximos dos padrões internacionais. Preocupante para quem acompanha, profissionalmente, a evolução das finanças governamentais, esse quadro aponta condições pouco favoráveis ao crescimento econômico seguro e ao bem-estar sustentável da maior parte dos trabalhadores.
Infomoney - SP 28/11/2025
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta quinta-feira que a autoridade monetária vai colocar os juros no nível necessário pelo tempo necessário para que a inflação convirja para a meta, classificando a Selic de 15% ao ano como um patamar restritivo adequado.
Em evento promovido pela Itaú Asset Management, em São Paulo, Galípolo afirmou que o cenário está andando na direção que o BC gostaria, mas não tão rápido quanto a autarquia gostaria.
A autoridade monetária tem mantido a Selic em 15% ao ano, maior nível em duas décadas, na tentativa de levar a inflação à meta contínua de 3%, sem indicar quando poderá iniciar um ciclo de cortes nos juros.
O presidente do BC seguiu sem dar indícios sobre o momento para um afrouxamento e, ao apontar que a Selic de 15% está em nível adequado, ponderou que a autarquia segue vigilante e pode ajustar os juros se necessário.
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Ele enfatizou que a autoridade monetária não vai se “emocionar” com dados específicos e que nenhum indicador do período recente promoveu qualquer mudança de direção.
“Vamos seguir dependentes de dados”, afirmou Galípolo.
“O Banco Central pode produzir a convergência com mais custo, com menos custo, mas o Banco Central vai colocar a taxa de juros no patamar que é necessário pelo tempo que for necessário para produzir a convergência.”
Galípolo reafirmou que dados continuam demonstrando um processo lento e gradual de desaquecimento e desaceleração da economia, que ainda apresenta resiliência.
CÂMBIO
Na apresentação, o presidente da autarquia voltou a dizer que o BC é muito contente com a “linha de defesa” proporcionada pelo câmbio flutuante, reafirmando que intervenções são feitas em momentos de disfuncionalidades do mercado.
Para ele, uma preocupação neste tema é explicar para os agentes do mercado a nova regra do Imposto de Renda. Entre outros pontos, o projeto sancionado nesta semana para aumentar a faixa de isenção do IR inclui uma tributação de dividendos remetidos ao exterior, o que pode impactar o fluxo de recursos para fora do país.
Galípolo ainda disse que em anos eleitorais, como o de 2026, a volatilidade no mercado pode ser maior e que o BC atuará de olho em como esse cenário eventualmente afetará demanda, inflação corrente e expectativas.
CNN Brasil - SP 28/11/2025
O estoque da dívida pública federal passou de R$ 8,122 trilhões em setembro para R$ 8,253 trilhões em outubro. Um aumento de 1,62% na comparação, segundo os dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta quinta-feira (27).
A DPMFi (Dívida Pública Mobiliária Federal interna) teve seu estoque ampliado em 1,64%, ao passar de R$ 7,82 bilhões para R$ 7,948 trilhões, devido à apropriação positiva de juros, no valor de R$ 85,23 bilhões, e à emissão líquida, no valor de R$ 41,38 bilhões.
Com relação ao estoque da DPFe (Dívida Pública Federal externa), houve variação positiva de 1,17% sobre o estoque apurado em setembro, encerrando o mês de outubro em R$ 305,06 bilhões (US$ 56,66 bilhões), sendo R$ 254,93 bilhões (US$ 47,35 bilhões) referentes à dívida mobiliária e R$ 50,13 bilhões (US$ 9,31 bilhões) relativos à dívida contratual.
O colchão de liquidez, usado para garantir o pagamento da dívida, subiu 1,5% em outubro, passando de R$ 1,032 trilhão para R$ 1,047 trilhão, segundo o Tesouro. Hoje esse volume é suficiente para cobrir 8,81 meses de vencimentos da DPMFi, incluindo principal e juros.
A trajetória da dívida pública importa porque define quanto o governo precisa gastar para se financiar e qual o espaço disponível para políticas públicas.
Quando o estoque cresce mais rápido, aumenta o custo com juros, pressionando o orçamento e influenciando decisões sobre gastos, investimentos e até impostos.
O perfil da dívida também é importante para entender a percepção de risco do país, o custo de financiamento da economia e a capacidade do Tesouro de administrar choques de mercado. É um ponto essencial para que as agências de risco dêem boas avaliações para empresas estrangeiras investirem no país.
Perfil da dívida: mais pós-fixados e recuo dos prefixados
A composição da dívida mostra avanço dos papéis atrelados à taxa flutuante, que subiram de 47,47% para 48,19% do estoque. Já os títulos prefixados recuaram de 22,02% para 21,44%, enquanto os indexados à inflação passaram de 26,81% para 26,68%
A participação da DPMFi no total da dívida permaneceu praticamente estável, em 96,3%.
Quem detém a dívida
O estoque dos principais grupos ficou assim em outubro:
Instituições financeiras: R$ 2,56 trilhões (32,21%); Previdência: R$ 1,83 trilhão (22,97%); Fundos de investimento: R$ 1,68 trilhão (21,21%); Não residentes: R$ 831 bilhões (10,46%), com forte peso em prefixados — 73,3% da carteira desse grupo. Vencimentos recuam e propensão ao risco diminui
A parcela da dívida a vencer em até 12 meses caiu de 18,63% para 17,75%, melhorando o perfil de risco.
Na DPMFi, os vencimentos próximos também diminuíram: de 18,96% para 18,04%. Os papéis prefixados respondem por 41% desse volume, enquanto os atrelados à taxa flutuante representam 34,08%.
Na dívida externa, o percentual que ainda vai vencer em 12 meses caiu ligeiramente, para 10,2%.
Prazo e custo da dívida
O prazo médio da DPF passou de 4,16 para 4,14 anos, com leve redução também na dívida interna. A vida média (ATM) ficou em 5,95 anos, praticamente estável em relação ao mês anterior.
O custo médio acumulado em 12 meses da dívida pública recuou de 12,00% para 11,90% ao ano.
Já o custo da dívida interna subiu de 12,32% para 12,45%, enquanto o da dívida externa caiu para –0,78%, refletindo a valorização do real em outubro.
Emissões: mais LFT e LTN, Tesouro Direto em alta
As emissões de títulos somaram R$ 162,75 bilhões, das quais:
R$ 79,12 bilhões em prefixados; R$ 74,41 bilhões em pós-fixados (Tesouro Selic); R$ 9,02 bilhões indexados à inflação.
As vendas via Tesouro Direto somaram R$ 7,17 bilhões, com destaque para o Tesouro Selic, que respondeu por 48,1% da demanda. O estoque do programa avançou para R$ 200,97 bilhões, alta de 2,88% no mês.
Investing - SP 28/11/2025
Os contratos futuros de minério de ferro fecharam em alta nesta quinta-feira, ajudados por um dólar mais fraco, embora os ganhos tenham sido limitados pela queda dos prêmios do minério granulado na China, que sinalizou uma fraca demanda pelo material de fabricação de aço.
O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China subiu 0,44%, para 799,5 iuanes (US$112,92) a tonelada.
O minério de ferro de referência de dezembro na Bolsa de Cingapura avançava 0,29%, a US$106,85 a tonelada.
Os prêmios do minério de ferro granulado transportado por via marítima da China, em relação ao minério fino com 62% de teor de ferro, despencaram 42,2% em comparação a dois meses atrás, até 25 de novembro, atingindo o nível mais baixo desde o final de maio de 2024, segundo a consultoria chinesa Mysteel.
A demanda enfraquecida por minérios granulados, devido às perdas enfrentadas pelas siderúrgicas, levou à queda dos prêmios, afirmou a Mysteel.
As importações de aço acabado pela Índia durante os primeiros sete meses do ano fiscal caíram 34,1% em relação ao ano anterior, enquanto a produção de aço da China deve ficar abaixo de 1 bilhão de toneladas este ano pela primeira vez em seis anos, após uma promessa do governo chinês de reduzir a produção.
A queda nos preços do carvão metalúrgico e do minério de ferro acelerou devido ao aumento da oferta de carvão e ao contínuo acúmulo de estoques nas minas, disse a corretora chinesa Galaxy Futures.
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A expectativa é de que a produção de ferro-gusa diminua ainda mais nesta semana, pressionando as matérias-primas, disse a Galaxy.
O índice do dólar norte-americano estava em 99,431, depois de cair 0,28% no dia anterior. Um dólar mais fraco torna os ativos denominados em dólar mais acessíveis para os detentores de outras moedas. [FRX/]
Revista Manutenção e Tecnologia - SP 28/11/2025
Os juros elevados têm impactado diretamente o crédito de veículos, segundo a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef).
Com a manutenção da taxa Selic em 15% ao ano, pelo Banco Central – o maior patamar desde 2016 – a modalidade de escoamento de vendas de caminhões e ônibus apresentou uma inversão no acumulado de janeiro a setembro de 2025.
Segundo a Anef, nos nove meses deste ano, as transportadoras, frotistas e os empresários que atuam no segmento de ônibus decidiram antecipar os pagamentos dos novos veículos para evitar um desembolso maior com a taxa de juros elevada do financiamento. Isso fez elevar de 25% para 41% a participação de compras à vista registradas pelos bancos de montadoras.
O Finame seguiu em queda, de 31% para 19% de participação. O leasing aumentou 1% e o consórcio saltou de 4% para 7%.
Em 2024, no acumulado de janeiro a setembro, a comercialização à vista chegou a 23%. O Finame foi o que apresentou maior atratividade nas vendas de caminhões e ônibus, ao registrar aumento de 31% para 35% nos financiamentos realizados pelos bancos de montadoras. As vendas financiadas por meio do Crédito Direto ao Consumidor (CDC) tiveram queda de 41% para 38% e o consórcio teve redução de 5% para 4%.
Nos nove meses deste ano, a inadimplência acima de 90 dias na modalidade CDC para pessoa física cresceu para 6,7%. Até setembro de 2024, estava em 5,5%.
Entre pessoas jurídicas, subiu de 2,9% para 3,2%. “Embora a inadimplência e os juros elevados continuem pressionando o crédito, o mercado começa a enxergar sinais de estabilização”, afirma Enilson Sales, presidente da Anef. “A manutenção das taxas em patamar alto pode indicar que o pior já passou e que os próximos meses trarão um ambiente mais previsível.”
Recursos liberados - Com os juros elevados pressionando o crédito, os recursos liberados pelos bancos de montadoras para o financiamento de veículos tiveram um pequeno crescimento nos nove meses deste ano.
Segundo a Anef, o montante disponibilizado totalizou R$ 202,3 bilhões, pouco mais de 1% superior aos R$ 200,09 bilhões concedidos no mesmo período do ano passado.
A Anef destaca que, no terceiro trimestre de 2024, o valor disponibilizado pelos bancos de montadoras foi 32,2% maior do que no mesmo período de 2023, quando totalizou R$ 151,3 bilhões.
Embora o CDC continue sendo a modalidade mais procurada, respondendo por quase a totalidade dos recursos (R$ 200,8 bilhões), foi o leasing que apresentou maior elevação no total de recursos liberados. Nesses nove meses, o leasing cresceu 42,3%, passando de R$ 1 milhão em 2024 para R$ 1,5 milhão em 2025.
O saldo total da carteira está em R$ 525,2 bilhões, correspondendo a um aumento de 13,2% em relação ao mesmo período do ano passado, quando atingiu, em setembro, R$ 470,6 bilhões.
Automotive Business - SP 28/11/2025
O mercado de carros usados deve fechar 2025 com um índice de variação de preços abaixo da inflação. A projeção é do Relatório de Perspectivas Macroeconômicas do banco BV.
Segundo a instituição financeira, o IBV Auto, índice que mede a variação de preços de carros usados, deve registrar alta de 3,1% no ano. O ritmo é inferior ao crescimento estimado para 2025, de 5,5%, e ainda deve ficar abaixo da inflação medida pelo IPCA, cuja previsão é de 4,3%.
Taxa de juros impacta preços dos carros usados
Para o banco, a inflação menor nos preços dos carros usados reflete uma desaceleração esperada no ritmo da economia do país.
A taxa de juros elevada deverá continuar impactando defasadamente a economia, moderando seu ritmo de crescimento e reduzindo a pressão sobre os preços, diz Roberto Padovani, economista-chefe do banco BV.
A instituição, inclusive, prevê uma desaceleração no mercado de veículos de segunda mão também em 2026. Segundo Jamil Ganan, diretor de negócios de varejo do banco, o consumidor está pesquisando e ponderando mais antes de fechar negócio, além de buscar modelos mais baratos.
Isso mantém o mercado ativo, porém em um ritmo mais moderado. O ano de 2026 deve ser de equilíbrio, e a queda gradual dos juros pode contribuir para quem deseja financiar, sem necessariamente gerar grandes pressões de preço, acredita.
Lançado em setembro, o IBV Auto é um indicador desenvolvido para medir a variação de preços de automóveis leves usados no Brasil. O levantamento é feito com base no valor total das negociações (volume e preço).
CNN Brasil - SP 28/11/2025
Tem mais uma marca chinesa no Brasil: estreando no Salão do Automóvel de São Paulo, a Denza é uma marca premium da BYD. De olho no segmento luxo, a novata terá três carros no país, com rede própria e preços mais elevados. O primeiro modelo a chegar será o SUV B5, com preço de R$ 436 mil.
Criada em 2010 como joint-venture entre BYD e Mercedes-Benz, a Denza dispõe de base de engenharia com influência alemã e estratégia de produto focada em tecnologia embarcada e plataformas mecânicas inteligentes. Além do B5, haverá a minivan executiva D9 e a perua esportiva Z9 GT. A estratégia será de ter rede própria, com eventual produção em Camaçari (BA), aonde a BYD tem fábrica.
Segundo a Denza, a primeira loja será inaugurada na Avenida Europa, em São Paulo, tradicional eixo de carros de luxo da capital. A revenda será operada pelo grupo Dahruj, dentro de um plano de construção de presença comercial independente. O presidente da Denza no Brasil é Werner Schaal, executivo que acumula experiência profissional em fabricantes premium, como Porsche e Mercedes-Benz.
Carros e preços da Denza
O Denza B5 chega como o primeiro modelo à venda. O SUV possui construção sobre chassi com longarinas e sistema híbrido plug-in DMO, composto por motor 1.5 turbo associado a dois elétricos, totalizando 677 cv e 77,5 kgfm de torque, com tração 4x4 e aceleração de 0 a 100 km/h em cerca de 5 segundos.
A bateria de 31,8 kWh garante até 100 km de condução elétrica pura em ciclo chinês (dados do Inmetro não foram divulgados) e autonomia total de até 1.200 km. Entre os recursos estruturais, o modelo conta com três bloqueios de diferencial e suspensão ativa DiSUS-P com mais de 20 sensores para leitura contínua do terreno, além de 16 modos de condução.
O Z9 GT será lançado no primeiro semestre de 2026. Trata-se de perua premium mede 5,23 m de comprimento e utiliza arquitetura elétrica e-Platform 3.0 Evo, com três motores totalizando 965 cv. A aceleração de 0 a 100 km/h ocorre em 3,4 segundos e a autonomia supera 630 km no ciclo chinês. O carro tem preço estimado em R$ 650 mil.
Em paralelo, a minivan de luxo D9 está prevista para o segundo semestre de 2026 e poderá ser oferecida em variantes híbridas e elétricas, com capacidade para até sete ocupantes e autonomia superior a 1.000 km nas versões híbridas mais potentes. A D9 atua num segmento muito aquecido e pouco comum no Brasil, onde será oferecida por caros R$ 800 mil. Se no país natal grandes empresários adoram o conforto desse tipo de produto, aqui no mercado local, a van terá dificuldades em achar clientes por esse preço.
O modelo que pode incomodar é o B5: com 4.890 mm de comprimento, 1.970 mm de largura, 1.920 mm de altura e 2.800 mm de entre-eixos, o SUV tem porte comparável ao de utilitários off-road tradicionais, mas com proposta híbrida avançada
No interior, o B5 incorpora equipamentos de conforto de padrão premium, incluindo sistema de som Devialet com 18 alto-falantes, refrigerador com função aquecimento e resfriamento, além de bancos em couro genuíno com aquecimento, ventilação e dez pontos de massagem.
Os recursos de tecnologia embarcada incluem cockpit inteligente DiLink, acesso veicular por sistemas UWB e NFC, visão panorâmica transparente de 540°, três telas individuais (12,3” para o passageiro, 15,6” central e 12,3” para o painel de instrumentos), além de head-up display.
No campo estrutural e de segurança, o B5 oferece 11 airbags e carroceria composta por 96% de aço de alta resistência. Integra ainda a tecnologia CTC (Cell to Chassis) em conjunto com bateria Blade – solução estrutural que integra a bateria ao chassi para maior rigidez e segurança.
O modelo será oferecido em cinco opções de cores externas (Pearl Gold, Olive Green, Sky Blue, Stone Gray e Onyx Black) e três opções de acabamento interno (Forest Grey, Grafite Ocean e Desert Sand).
Diário do Comércio - MG 28/11/2025
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já aprovou R$ 501,5 milhões para Minas Gerais no BNDES Mais Inovação – Difusão Tecnológica para a Indústria 4.0, linha de crédito voltada ao financiamento de projetos de difusão de máquinas e equipamentos da Indústria 4.0 na economia.
Do total aprovado para o Estado, 62% dos recursos foram destinados para micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). As condições financeiras da linha, com taxa de financiamento a partir de 7,5% ao ano, estarão disponíveis até 31 de dezembro deste ano. Empresas interessadas devem procurar os bancos com os quais já têm relacionamento.
“O BNDES está impulsionando a modernização da indústria brasileira, com estímulo à incorporação de tecnologias em robótica, inteligência artificial e computação na nuvem, entre outras, como parte do eixo de inovação e digitalização da Nova Indústria Brasil, a política industrial do governo do presidente Lula. A finalidade é melhorar a produtividade das empresas, expandir a produção e ampliar mercados”, explica o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Em Ipatinga, os investimentos na modernização da produção têxtil estão gerando frutos. A Provest – fabricante de uniformes profissionais que vende para clientes brasileiros e também exporta para países como Canadá, Moçambique e Emirados Árabes Unidos – utilizou a linha de financiamento do BNDES para aumentar a produção por meio da aplicação de tecnologia e automação de processos, ampliando a capacidade produtiva e mapeando a eficiência por meio da conectividade.
Com mais de quatro décadas de existência, a empresa agora foca na expansão. Além da compra de novas máquinas e da criação de um centro de distribuição, uma nova filial produtiva está sendo aberta em Coronel Fabriciano. As mudanças permitidas pelo crédito vão gerar mais de 100 vagas de emprego direto.
“O momento atual de taxas de juros mais altas acaba travando um pouco o empresário, que fica com medo de se arriscar e fazer novas tomadas de empréstimos e investimentos. Então, a atuação do BNDES permite que o empresário possa fazer investimentos e seguir crescendo, apostar no futuro. Isso é fundamental para a transformação da nossa realidade, mas, mais do que isso, para que o Brasil continue crescendo”, pontua o diretor de estratégia da Provest, Victor Araújo.
De acordo com o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luís Gordon, a política industrial do governo federal contemplou a necessidade de construir a agenda de modernização do setor empresarial para a digitalização. “A Nova Indústria Brasil tem essa preocupação em colocar a indústria brasileira em um novo patamar, uma indústria que seja mais inovadora, digital, mais verde, mais exportadora e mais produtiva”, ressalta.
“E sempre com a questão de ter conteúdo local: são máquinas e equipamentos nacionais que ajudam também a fortalecer a indústria de bens de capital e a vender seus produtos internamente”, disse.
De 2023 até outubro deste ano, o BNDES já aprovou para Minas Gerais um total de R$ 2,6 bilhões em crédito para inovação, superior ao volume aprovado entre 2019 e 2022, de R$ 205 milhões.
Nacional
Desde o anúncio da linha, no final de agosto, o BNDES já aprovou R$ 2,7 bilhões e recebeu R$ 5 bilhões em pedidos de empresas de todas as regiões do País. Do total aprovado para o País, 50% dos recursos foram destinados para micro, pequenas e médias empresas (MPMEs).
A Tribuna - SP 28/11/2025
A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) está em fase final de elaboração do projeto funcional da ligação Santos–Cajati, que prevê uma nova conexão ferroviária entre a Baixada Santista, no litoral de São Paulo, e o Vale do Ribeira, no interior do Estado, com extensão de 223,6 quilômetros. O investimento total estimado para a obra fica entre R$ 19 bilhões e R$ 21 bilhões.
Atualmente, estão sendo realizados o mapeamento topográfico aerofotogramétrico da área, com conclusão prevista ainda para este ano, e os estudos técnicos que darão suporte ao anteprojeto de engenharia, com início previsto para dezembro de 2025. Esse anteprojeto é essencial para possibilitar uma contratação integrada ou até uma eventual concessão. Nessa fase, são definidos de forma detalhada o traçado da linha, suas estruturas e as diretrizes operacionais, etapa que precede o projeto executivo e os próximos passos de implantação do novo trem.
Quais serão as estações?
O planejamento prevê a criação de 13 estações ao longo do trajeto: Santos, São Vicente, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe, Itariri, Pedro de Toledo, Miracatu, Juquiá, Registro, Jacupiranga e Cajati. As linhas férreas já existentes nesse percurso passarão por avaliação técnica e, quando possível, serão recuperadas para aproveitar a infraestrutura ferroviária atual.
A previsão é que a viagem no modelo expresso dure cerca de 2 horas e 20 minutos. O trajeto contará ainda com dois serviços paradores: Santos–Peruíbe, de aproximadamente 48 minutos, e Peruíbe–Cajati, de cerca de 114 minutos.
Novo trem
A estimativa, segundo a CPTM, é que a nova linha ferroviária possa atender até 32 mil passageiros diariamente, além de transportar em torno de 600 contêineres por dia, fortalecendo o transporte de carga e passageiros entre o litoral e o interior de São Paulo. O investimento total, estimado entre R$ 19 bilhões e R$ 21 bilhões, será detalhado com mais precisão no anteprojeto de engenharia.
O trem previsto será híbrido, com tecnologia que combina energia elétrica e combustão, promovendo eficiência energética e redução de impacto ambiental.
Ainda de acordo com a CPTM, a Linha Santos–Cajati trará benefícios sociais, econômicos e ambientais, como a redução de congestionamentos e acidentes nas rodovias, a diminuição de emissões de poluentes, além de inclusão e mobilidade justa para os municípios do Vale do Ribeira.
“A nova linha também deve estimular o turismo e o desenvolvimento urbano sustentável, consolidando um modelo de transporte regional mais moderno e integrado”, conclui a companhia.
O Estado de S.Paulo - SP 28/11/2025
A reunião do conselho de administração (CA) da Petrobras acabou por volta das 20h na noite desta quinta-feira, 27, apurou o Estadão/Broadcast. Foram cerca de seis horas de análise do Plano de Negócios para os próximos cinco anos (2026-2030).
O valor do capex (investimento em ativos de longo prazo, como equipamentos, imóveis e infraestrutura para manter ou expandir a capacidade de produção), conforme pessoas a par da decisão, será de US$ 109 bilhões, 1,8% a menos do que o plano anterior.
A expectativa dos analistas é do novo plano manter o foco em Exploração e Produção (E&P) e reduzir os planos de curto/médio prazo para a energia de baixo carbono.
As ações preferenciais da companhia, as mais líquidas, encerraram o pregão desta quinta-feira, na B3, com valorização de 0,53%, na máxima de R$ 32,40.
Valor - SP 28/11/2025
Os campos Araçás Leste, Fazenda Sori, Pojuca Norte e Jacumirim localizam-se na Bacia do Recôncavo e pertenceram à Petrobras
A petroleira independente Águila Energia fechou a aquisição de quatro campos terrestres (onshore) de petróleo localizados na Bahia. As áreas pertenciam à Brasil Refino e vão se somar a um quinto campo da companhia, na Bacia Potiguar, Rio Grande do Norte, com alto potencial de produção de gás natural.
O valor do negócio não foi revelado por confidencialidades do contrato. A petroleira negocia ainda a compra de outros quatro campos terrestres e estuda participar, no ano que vem, da oferta permanente de concessões, um modelos mais simplificado de leilão de áreas.
Os campos Araçás Leste, Fazenda Sori, Pojuca Norte e Jacumirim localizam-se na Bacia do Recôncavo e pertenceram à Petrobras. A Brasil Refino, empresa privada com sede na Bahia e que tem entre os sócios a Guindastes Brasil Intermodal, comprou os campos da estatal em 2019, como parte de um projeto de refino de combustíveis na região de Aratu (BA), e dentro do pacote de venda de ativos da Petrobras.
O modelo de negócio previa a verticalização, com a extração do óleo e produção de derivados pela Brasil Refino. Porém, a Brasil Refino optou por manter o foco na produção de derivados e decidiu vender os campos onshore à Águila Energia, braço de negócios em infraestrutura e energia da Águila Capital, empresa criada em 2020. A Brasil Refino será a compradora do óleo dos campos, disse Blener Mayhew, fundador e presidente da Águila. A reportagem não conseguiu contato com representantes da Brasil Refino.
Segundo o executivo, os campos não são maduros, em fase de declínio. São ativos que tiveram perfuração, têm potencial conhecido, mas chegaram a ser desenvolvidos. Parte dos recursos para o desenvolvimento dos campos na Bahia virá de aportes de investidores da Águila e parte, de capital próprio. “E estou levantando um fundo de investimento incentivado em infraestrutura, para acelerar as aquisições”, disse.
Também há conversas com o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) para financiar o desenvolvimento do campo terrestre de Caboclinho Branco, no Rio Grande do Norte, o primeiro da empresa. Procurado, o banco afirmou que não pode comentar eventuais operações em análise ou tramitação, em respeito ao sigilo bancário previsto em lei.
A estratégia da Águila, contou, é buscar esses ativos para desenvolvê-los, cujo risco de não encontrar óleo é mais baixo. A empresa deve olhar outras áreas no entorno dos campos adquiridos. “Tem um investimento a se fazer no que já é conhecido”, disse Mayhew.
O executivo ressalta que o campo de Araçás Leste, por exemplo, tem estudos e sísmicas que foram realizados no fim da década de 1960 e que muitos campos que foram perfurados pela Petrobras nos últimos 60 anos não tiveram desenvolvimento. “Uma meta nossa é olhar o que a Petrobras não quis lá atrás. Tem muita oportunidade, foram perfurados 22 mil poços nos últimos 60 anos.
A empresa já pediu à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a transferência dos ativos e espera que o processo regulatório seja concluído entre três e quatro meses. A petroleira espera ainda a emissão da licença ambiental pelo órgão estadual. A expectativa é que a produção de petróleo inicie em maio do ano que vem, estimou.
Com o negócio, a empresa planeja investir cerca de R$ 80 milhões nos próximos dois anos, com o objetivo de atingir produção agregada de aproximadamente 1 mil barris de óleo por dia e 150 mil metros cúbicos por dia (m3/dia) de gás natural.
Comum em mercados como o dos Estados Unidos, petroleiras independentes atuam na produção de óleo e gás em campos cuja viabilidade econômica seja considerada baixa por grandes companhias. Existem empresas que se especializam em baixos volumes, como é o caso da Águila.
Mayhew ressaltou que o movimento da Águila vai na contramão do mercado: no momento, as cotações do petróleo estão em queda, o que, em tese, desanimaria uma empresa de petróleo de prosseguir com investimentos. Embora o preço do petróleo em queda seja ruim para quem produz em grande quantidade, a cotação atual é vista como positiva para empresas que estão na fase de desenvolvimento, afirmou.
Isso porque, explicou Mayhew, uma das consequências da baixa cotação do petróleo é a ociosidade de sondas, o que torna o custo de desenvolvimento mais baixo. “Acreditamos que esse cenário é cíclico. Perfurar num ambiente de petróleo baixo tem um custo mais baixo, depois a gente captura num ‘upside’ em 2027, 2028”, afirmou.
Agrolink - RS 28/11/2025
O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) participou hoje de uma joint-venture entre a empresa chinesa Hans Machineries e a empresa brasileira Livefarm para a parceria produtiva e transferência de tecnologia entre ambas para a produção de máquinas agrícolas de pequeno porte com alta tecnologia. Participaram do encontro Joelcio Carvalho, diretor executivo da LiveFarm, e April Jiang, executiva da Hans Machineries.
O objetivo é produzir equipamentos agrícolas, como pequenos tratores, para propriedades menores, levando a mecanização de forma mais ampla para o campo, aproveitando a experiência da empresa chinesa que atua em 54 países com plantadeiras, roçadeiras e outros equipamentos de pequeno porte. A ideia é produzir para pequenas propriedades pequenos tratores de 7 a 20 cavalos.
Hoje ainda há pouca mecanização da agricultura familiar brasileira. Com maior mecanização e produtos de tamanho e preço adaptados, isso pode melhorar a produtividade e condições de trabalho dos agricultores familiares. “Estamos pensando nisso mais do que compra e venda de equipamentos, mas como elo de transformação no Brasil, desenhando equipamentos que não forcem o agricultor familiar a procurar uma máquina melhor, mas sim uma máquina certa que facilite seu trabalho, mantenha o jovem no campo e reduza as desigualdades de gênero no trabalho rural”, declarou o executivo da LiveFarm. A empresa pretende construir esses equipamentos em plantas de produção no Ceará, Paraíba e na Bahia.
“Equipamento como a roçadeira automática, por exemplo, significa a aposentadoria da enxada. E a juventude, para ficar no campo, quer superar a enxada, ficar no campo em condições dignas de trabalho”, disse o ministro Paulo Teixeira. “O Brasil tem tipologia de máquinas para a média e grande propriedade. Não tem para a pequena propriedade, e a China avançou muito em tipologia de máquinas para as pequenas propriedades. Mas também sabemos que há muitas soluções no Brasil que podem ser potencializadas. Então saúdo essa parceria, acho que tem um forte mercado para essas máquinas. Oferecemos 2% de juros para equipamentos de pequeno porte, não há crédito melhor no Brasil. Esse crédito é para máquinas que tem conteúdo nacional. Essa parceria entre a Livefarm e a Hans Machineries traz o know how chinês dessas máquinas para a produção no Brasil.”
Fátima Torres, presidente da Unicafes, destacou a importância da mecanização para aposentar a enxada e melhorar a qualidade de vida no campo. “Cada hora que o trabalhador rural consiga ficar fora do sol, com tecnologia, é melhoria de saúde, de qualidade de vida, e com maior produtividade, aumenta a renda e o tempo do produtor. Nosso papel nessa parceria são as cooperativas ajudarem a reduzir o custo de acesso dos agricultores cooperados a estes equipamentos.”
Exame - SP 28/11/2025
Eric Hansotia, CEO global do grupo AGCO, fabricante de máquinas e equipamentos agrícolas, está otimista com 2026. Depois de um 2025 marcado pela baixa rentabilidade do produtor, agravada pelas incertezas que envolvem China e Estados Unidos, o próximo ano deve ser melhor para o agronegócio global, acredita o executivo.
“A agricultura é cíclica, e acreditamos que o mercado global atingirá seu ponto mais baixo ao final de 2025. À medida que o mercado começar a se recuperar em 2026, acompanharemos essa recuperação”, diz.
Fundado em 1990, o grupo AGCO reúne as marcas Valtra, Massey Ferguson, Fendt e PTx — esta última, o braço de tecnologia do conglomerado. A empresa atua na Europa, nos Estados Unidos e na América Latina, onde Brasil e Argentina estão entre seus principais mercados.
A previsão para este ano é de que o faturamento alcance 9,8 bilhões de dólares; no ano passado, o grupo registrou 11,7 bilhões de dólares. Para 2026, a previsão de receitas virá em dezembro.
A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) projeta um crescimento de 3,4% para o setor no país. Segundo Hansotia, nem mesmo as eleições presidenciais brasileiras de 2026 devem abalar seu otimismo.
“No Brasil, o agro é um grupo muito importante. Por isso, independentemente de quem vença, haverá muitos debates e propostas que continuarão a apoiar os agricultores”, afirma.