IstoÉ Dinheiro - SP 13/11/2025
O clima quente desta cidade (Cartagena), onde a sensação térmica chega a ultrapassar 40ºC até mesmo à noite, combina bem com o momento da indústria siderúrgica, em especial do aço na América Latina. As principais siderúrgicas da região estão se unindo para mirar em um inimigo comum: o aço chinês.
“O que está em jogo não é apenas o setor, mas o futuro industrial da América Latina,” Jorge Oliveira, o CEO da ArcelorMittal no Brasil e presidente da Alacero, a Associação de Aço da América Latina, disse ao Brazil Journal.
A fala aconteceu durante o Alacero Summit, em que o foco deixou de ser a inovação e temas de ESG na siderurgia (como visto em outros anos) para se tornar uma guerra aberta contra o principal parceiro comercial da região.
Não faltam motivos. As exportações de aço chinês para a região dispararam 54% entre 2022 e 2024, o que contribuiu para uma queda brutal dos preços. O preço médio de exportação da China caiu de US$ 580 em 2023 para US$ 460 este ano.
Valor - SP 13/11/2025
Mesmo com uma maior aproximação entre Lula (PT) e Donald Trump nos últimos meses, há espaço para avanços, avalia Philip Bell, da Associação de Fabricantes de Aço dos Estados Unidos
O presidente da Associação de Fabricantes de Aço dos Estados Unidos (SMA, na sigla em inglês), Philip Bell, acredita que a relação entre governos brasileiro e americano ainda pode melhorar. Ao Valor, Bell afirmou que, mesmo com uma maior aproximação entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump nos últimos meses, há espaço para avanços. Ele também observou que o Brasil precisa de mecanismos para proteger a própria indústria, em clara alusão à China.
“Trump era um grande fã de [Jair] Bolsonaro, mas as coisas mudaram. O Brasil é importante para a economia global e para a indústria de aço. É fundamental termos um relacionamento saudável. Há um enorme potencial para melhora”, disse Bell, após participar do congresso anual da Associação Latino-americana de Aço (Alacero), na Colômbia.
Questionado sobre se essa relação melhor entre os países poderia reduzir as tarifas americanas sobre o aço importado do Brasil, que ainda é taxado com 50% desde junho pela medida da Casa Branca chamada seção 232, Bell deixou a decisão para os chefes de Estado.
“Isso diz respeito a Lula e Trump, e não a mim. Acredito que o Brasil tem muito a fazer no campo de comércio exterior. Muitos na indústria brasileira [do aço], ainda que não gostem do que nós estamos fazendo, acreditam que o Brasil deveria fazer algo parecido com nossas tarifas para ajudar a indústria interna”, afirmou.
O presidente americano instituiu a seção 232 logo depois de assumir, em janeiro deste ano, inicialmente taxando os produtos em 25%. Em junho, decidiu elevar a taxa para 50%. A tarifa vale igualmente para todos os países.
Conforme Bell, a medida tem ajudado a indústria americana: “Para os produtores americanos, isso nos ajuda. Nos ajuda a conseguir mais investimentos e a ganhar fatia de mercado que havíamos perdido com a concorrência desleal do produto importado. A melhor forma de descrever o avanço é que, até agora, está tudo bem.”
O presidente da SMA reconheceu que a taxação de aço prejudicou as relações entre os Estados Unidos e outros países, tornando a geopolítica mais complicada: “Mas ainda acredito que temos que entender o que o presidente Donald Trump está tentando fazer. Ele está passando uma mensagem clara sobre o comércio exterior americano e sobre as relações com os países", disse.
"Países como a China estão tentando dominar as indústrias dos outros países e tentando derrubá-las. Sei que não é fácil, mas, em certo ponto, o Brasil deve precisar de algo como a 232 [mecanimo americano] para ajudar a levantar a indústria de aço e outros setores de manufatura”, completou.
*A repórter viajou a convite da Alacero
Valor - SP 13/11/2025
Especialistas dizem que a região está atrasada na criação dos próprios mecanismos de proteção contra a entrada do produto chinês e em encontrar alternativas de comércio
A indústria siderúrgica da América Latina vive o dilema de ver, por um lado, a entrada massiva de aço chinês e, de outro, as medidas protecionistas do governo de Donald Trump. Nesse cenário, executivos do setor dizem que a região está atrasada na criação dos próprios mecanismos de proteção e em encontrar alternativas de comércio. O debate esteve presente nesta quarta-feira (12) no congresso anual da Associação Latino-americana do Aço (Alacero), em Cartagena das Índias, na Colômbia.
No caso brasileiro, o presidente da associação de fabricantes de aço dos Estados Unidos (SMA, na sigla em inglês), Philip Bell, acredita que a relação entre governos do Brasil e dos Estados Unidos têm potencial para melhorar, o que pode aliviar parcialmente o cenário. Ao Valor, Bell diz que ainda que tenha havido aproximação entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Trump, há espaço para avanços.
“Trump era um grande fã de [Jair] Bolsonaro, mas as coisas mudaram. O Brasil é importante para a economia global e para a indústria de aço. É fundamental termos um relacionamento saudável. Há um enorme potencial para melhora”, disse Bell.
Indagado se essa melhor relação entre os países poderia reduzir as tarifas americanas sobre o aço importado do Brasil, que ainda é taxado em 50% desde junho pela medida da Casa Branca chamada seção 232, Bell deixou a decisão para os chefes de Estado: “Isso diz respeito à relação entre Lula e Trump. Acredito que o Brasil tem muito a fazer no campo de comércio exterior. Muitos na indústria brasileira [do aço], ainda que não gostem do que estamos fazendo, acreditam que o Brasil deveria fazer algo parecido para ajudar a indústria interna”, afirmou.
Os chineses não vão parar de produzir. O último a proteger o mercado vai ser o primeiro a perder”
— Ezequiel Tavernelli
Trump instituiu a seção 232 logo depois de assumir em janeiro deste ano, inicialmente taxando os produtos em 25%. Em junho, decidiu elevar a taxa para 50%. A tarifa vale igualmente para todos os países. Bell diz que a medida tem ajudado a indústria americana: “Para os produtores americanos, isso nos ajuda. Nos ajuda a conseguir mais investimentos e a ganhar fatia de mercado que havíamos perdido com a concorrência desleal do produto importado. A melhor forma de descrever o avanço é que até agora está tudo bem.”
O presidente da SMA reconhece que a taxação de aço prejudicou as relações entre os Estados Unidos e outros países. “Mas ainda acredito que temos que entender o que o presidente Donald Trump está tentando fazer. Ele está passando uma mensagem clara sobre o comércio exterior americano e sobre as relações com os países. Países como a China estão tentando dominar as indústrias dos outros países e tentando derrubá-las. Sei que não é fácil, mas em certo ponto o Brasil deve precisar de algo como a 232 para ajudar a levantar a indústria de aço e outros setores de manufatura.”
Ezequiel Tavernelli, diretor-executivo da Alacero, afirma que países da América Latina estão pressionados entre o excesso de produto chinês e o aumento da proteção americana. “Os Estados Unidos farão em breve um acordo com o México e o Canadá para formar um bloco, o USMCA. Por outro lado, a Europa também está taxando o aço. Isso deve aumentar a vinda do aço chinês para a América Latina.”
Tavernelli defende que países da América Latina definam formas de proteção. No caso do Brasil, há uma taxa de 25% sobre produtos de aço importado, mas que não tem sido suficiente para reduzir a entrada do material chinês. “A capacidade excedente da China está sobrecarregando a nossa região. Os chineses não vão parar de produzir. O último a proteger o mercado vai ser o primeiro a perder.”
O presidente da ArcelorMittal Brasil, Jorge Oliveira, acredita que é possível que o Brasil negocie uma redução de tarifas sobre o aço com os Estados Unidos. “A seção 232 deixa o produto brasileiro igual aos produtos de outros países, ao ser importado pelos americanos. Se o Brasil conseguir negociar uma redução dessa tarifa, nos deixaria diferente do resto do mundo, especialmente no aço”, disse.
Desde quando passou a valer a taxa dos Estados Unidos sobre o aço, parte da exportação de semiacabados da ArcelorMittal, que ia para os americanos, foi redirecionada para a Europa e outros mercados. Segundo a empresa, a produção e as vendas não foram afetadas pela medida, mas houve pressão sobre os preços, que recuaram.
Segundo Oliveira, que atuou como presidente da Alacero nos últimos dois anos e deixa o cargo em 2025, o bloco USMCA deve facilitar as trocas comerciais entre esses países, mas o fato de se fecharem entre eles pode dificultar a negociação com outros países, como o Brasil.
Cálculos da consultoria Argus mostram que os preços de placas, o principal produto de exportação de aço do Brasil para os Estados Unidos, caíram cerca de 12%. Em janeiro, o preço de exportação estava em torno US$ 510 a US$ 520 por tonelada. Em outubro, o preço caiu para US$ 460 por tonelada.
A jornalista viajou a convite da Alacero
Infomoney - SP 13/11/2025
A sessão foi de ganhos para Vale (VALE3) e siderúrgicas nesta quarta-feira (12), enquanto petroleiras tiveram um dia de fortes perdas, mostrando dois movimentos das commodities no dia.
Vale (VALE3, R$ 65,76, +1,11%), CSN Mineração (CMIN3, R$ 5,92, +4,23%), CSN (CSNA3, R$ 8,73, +5,05%) tiveram fortes ganhos, enquanto Usiminas (USIM5, R$ 5,36, +1,32%) e Gerdau (GGBR4, R$ 19,05, +0,79%) também subiram.
Os preços futuros do minério de ferro subiram nesta quarta-feira, com as esperanças de novos estímulos por parte da China superando as preocupações com as perspectivas sombrias decorrentes do aumento da oferta e diminuição da demanda.
O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou a sessão do dia com alta de 1,38%, a 774 iuanes (US$108,66) a tonelada, o maior valor desde 7 de novembro.
O minério de ferro de referência para dezembro na Bolsa de Cingapura subiu 1,31%, para US$102,85 a tonelada, também o valor mais alto desde 7 de novembro.
As esperanças de mais estímulos ressurgiram depois que o banco central da China disse na terça-feira que manteria uma política monetária “apropriadamente frouxa” e liquidez ampla, enquanto aperfeiçoa a transmissão de sua política monetária, uma vez que a economia ainda enfrenta riscos e desafios.
Minério de ferro tem ganhos com esperanças de estímulo da China
O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa da China encerrou a sessão do dia com alta de 1,38%, a 774 iuanes (US$108,66) a tonelada
Já as petroleiras tiveram perdas: PetroRecôncavo (RECV3, R$ 11,40, -5,08%), PRIO (PRIO3, R$ 40,01, -0,72%), Petrobras (PETR3, R$ 34,35, -2,99%; PETR4, R$ 32,35, -2,56%) tiveram quedas, enquanto Brava (BRAV3, R$ 14,83, +0,14%) foi exceção e teve leve alta.
O petróleo WTI para dezembro, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), fechou em queda de 4,37% (US$ 2,66), a US$ 58,38 o barril. Já o Brent para janeiro, negociado na Intercontinental Exchange de Londres (ICE), recuou 3,76% (US$ 2,45), a US$ 62,71 o barril.
Os preços do petróleo foram pressionados pelo excesso de oferta no mercado, apesar das expectativas de que o fim da mais longa paralisação do governo dos Estados Unidos possa impulsionar a demanda por petróleo.
“De modo geral, tanto o WTI quanto o Brent permanecem bem e verdadeiramente presos, com negociações especulativas de curto prazo proporcionando a maior parte da atividade”, disse Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank.
Os analistas já haviam destacado que o excesso de oferta de petróleo está restringindo os ganhos de preços. No início deste mês, a Opep+ concordou em fazer uma pausa no aumento de sua produção no primeiro trimestre do próximo ano, depois de ter cancelado seus cortes na produção desde agosto deste ano.
Mas a reabertura do governo dos EUA pode aumentar a confiança do consumidor e a atividade econômica, estimulando a demanda por petróleo, escreveu o analista de mercado da IG, Tony Sycamore, em uma nota.
IstoÉ Dinheiro - SP 13/11/2025
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Atlanta, Raphael Bostic, afirmou nesta quarta-feira, 12, que é a favor de manter a taxa de juros estável até o BC dos EUA ter evidências claras de que a inflação está novamente se movendo significativamente em direção à meta de 2%. “A meu ver, essa é uma posição apropriada neste ambiente volátil”, disse o dirigente em evento do Clube Econômico de Atlanta.
Para ele, manter uma política moderadamente restritiva aumenta riscos para mandato do lado do emprego, mas está claro que o “risco mais urgente ainda é inflação” no momento.
O dirigente alertou que há pouco que sugira que as pressões sobre os preços irão se dissipar antes do período entre meados e final de 2026, no mínimo. “Não podemos simplesmente presumir que as pressões inflacionárias se dissiparão rapidamente após um aumento pontual nos preços devido às novas tarifas de importação”, acrescentou.
Dados das pesquisas do Fed de Atlanta apontam para uma pressão contínua de alta sobre os preços e custos, pontuou.
Sobre o mercado de trabalho, Bostic admitiu que ele está “indiscutivelmente mudando de maneiras desconfortáveis”, mas ainda não vê sinais para dizer que o emprego está “fraco” ou que terá forte desaceleração no curto prazo.
O presidente do Fed de Atlanta vê a política monetária como moderadamente restritiva atualmente.
‘Empresas estão dizendo’
Bostic disse ainda que “são as empresas estão dizendo ao BC americano que a política atual é restritiva”, particularmente no setor de habitação e em outras indústrias sensíveis a juros.
Sobre inteligência artificial (IA), o dirigente pontuou que há um debate sobre a extensão em que a produtividade está aumentando no país e que, assim como alguns empregos deixarão de existir, outros vão ser criados.
Globo Online - RJ 13/11/2025
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, teve um rápido encontro na manhã de hoje com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, em Niágara, no Canadá, à margem da reunião ministerial do G7, o grupo das economias mais desenvolvidas do mundo, do qual o Brasil participa como convidado.
Segundo interlocutores, em uma conversa que levou cerca de cinco minutos, o chanceler reiterou a Rubio a importância de avançar nas negociações, conforme determinação dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump na reunião dos dois líderes e suas equipes na Malásia, no fim do mês passado.
No encontro de hoje, os chefes das diplomacias dos dois países concordaram em agendar uma nova reunião presencial, em data próxima, para discutir o atual estágio das conversas.
Vieira relatou a Rubio os entendimentos mantidos até agora no nível técnico sobre a questão das tarifas e informou que a parte brasileira encaminhou, no último dia 4 de novembro, uma proposta de negociação à parte americana, após reunião virtual entre as equipes.
Conforme auxiliares de Vieira, a conversa foi “boa e cordial”. Um dos interlocutores ressaltou que, em diplomacia, até poucos minutos podem ter grande peso — “tempo suficiente para transmitir uma mensagem”.
Um assessor classificou o diálogo como um gesto político importante. Segundo ele, a diplomacia se constrói muito mais por meio de pequenos sinais do que de longas negociações técnicas. “Até um mês e meio atrás, estávamos num mato sem cachorro com os EUA”, resumiu. “Foi um passo, ainda que curto, na direção certa.”
O encontro estava previsto para ocorrer na terça-feira, primeiro dia da reunião do G7, mas acabou adiado porque Rubio só chegou a Niágara à noite. A reunião, enfim, aconteceu nesta quarta-feira pela manhã.
Apesar desse movimento diplomático, as negociações para suspender o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros seguem sem avanços concretos.
Trump sinaliza alívio ao café
Nem mesmo a recente sinalização de Washington sobre a possibilidade de reduzir “algumas tarifas de importação de café” — mencionada por Trump e reiterada pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent — foi suficiente para destravar o diálogo. O Brasil é o maior produtor e exportador do grão e responsável pelo abastecimento de boa parte do mercado americano, mas os produtores brasileiros têm exportado menos para a maior economia do mundo por causa do tarifaço de 50%.
A indicação, porém, foi recebida com otimismo por interlocutores do governo e do setor privado, que viram no gesto um possível alívio para o café brasileiro, embora o país não tenha sido citado nominalmente.
Embora Lula tenha pedido a Trump, na reunião que tiveram na Malásia, a suspensão do tarifaço contra produtos brasileiros, negociadores brasileiros admitem que, caso não seja possível uma isenção total, o Brasil pode negociar concessões setoriais, como um alívio tarifário para determinados produtos.
Segundo integrantes do governo Lula, a possível redução das tarifas para o café seria unilateral, sem demandar concessão por parte do Brasil. A medida seria parte da estratégia americana para conter a inflação doméstica, pressionada pela alta de preços após o tarifaço.
Desde que estabeleceu uma taxação de 50% para produtos brasileiros como o café, o produto está mais caro para os americanos, pressionando a inflação nos EUA.
Lula tem pressa
O presidente Lula tem pressa. Ele afirmou na semana passada que, se as negociações não avançarem, vai ligar para o telefone pessoal de Trump para cobrar, logo após o fim da COP 30, em Belém. O presidente tem repetido que trocou com Trump números de telefones particulares.
A sobretaxa de 40%, instituída em agosto pelos EUA para importações brasileiras que chegam aos EUA, soma-se uma tarifa "recíproca" estabelecida por Trump para o Brasil em abril. Embora o tarifaço de agosto tenha sido acompanhado de uma lista de exceções que supera metade da pauta de exportações do Brasil para os EUA, setores estratégicos da economia brasileira estão sujeitos à taxa cheia, como aço, alumínio, carne, café, frutas, pescados, calçados e máquinas e equipamentos.
O plano A do governo brasileiro prevê a suspensão temporária das sobretaxas até a conclusão das negociações para um acordo comercial mais amplo. O plano B propõe ampliar a lista de exceções, começando por produtos que o próprio Trump classifica como “recursos naturais indisponíveis” nos Estados Unidos.
Apesar das restrições comerciais, o clima entre Brasília e Washington melhorou após meses de tensão. O breve cumprimento entre Lula e Trump durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, abriu caminho para uma conversa telefônica e, posteriormente, para o encontro presencial na Malásia — gestos que ajudaram a reduzir a temperatura de uma crise considerada uma das mais sérias em mais de dois séculos de relações diplomáticas entre os dois países.
Enquanto tenta retomar o diálogo comercial, o governo brasileiro também busca a revogação de sanções impostas por Washington a cidadãos brasileiros, entre eles o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e tenta evitar novas punições no âmbito da Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA.
Esse dispositivo permite ao governo americano retaliar países cujas práticas sejam consideradas “injustificáveis ou discriminatórias” contra empresas dos Estados Unidos. No caso brasileiro, a investigação examina questões como comércio digital, serviços financeiros, tarifas preferenciais, desmatamento ilegal e até o uso do Pix como meio de pagamento instantâneo. Se confirmadas as acusações, novas medidas punitivas poderão ser adotadas, ampliando a tensão bilateral.
Globo Online - RJ 13/11/2025
O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, reafirmou nesta quarta-feira que o compromisso da instituição é com a meta de inflação de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ele destacou que as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) são guiadas por dados.
Galípolo também respondeu às declarações da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que criticou publicamente o BC após a última reunião do Copom, quando o colegiado decidiu manter a taxa básica de juros em 15% e indicou a permanência nesse patamar por período prolongado.
“Eu acho que deixou a desejar, entendeu? O Galípolo. Deixou a desejar”, afirmou Gleisi, em entrevista à Agência Estado. Questionado, Galípolo respondeu:
— Já comentei algumas vezes que eu realmente entendo que é absolutamente legítimo todos os ramos da sociedade poderem se manifestar sobre a política monetária e emitir opiniões sobre isso. Todo mundo pode brigar com o Banco Central, o Banco Central que não pode brigar com os dados. O Banco Central não pode brigar com os dados. Talvez, de todas as instituições públicas que existem, o Banco Central seja aquele que tem um objetivo mais claro de todos, porque a gente tem uma meta que é absolutamente exposta e explícita.
O presidente do BC reiterou que está “bem claro” o motivo pelo qual a taxa básica permanece em nível restritivo. Sobre o papel da política fiscal na dinâmica da inflação, Galípolo disse que não cabe ao Banco Central ser “comentarista de outras dimensões da política pública ou da política econômica”.
— A bola que eu tenho que estar de olho sempre é a inflação. Então, o que importa para a gente é como é que a política fiscal ou a percepção existente sobre a política fiscal afeta a inflação corrente, as expectativas de inflação e outros ativos que podem ter desdobramento para o que é a inflação. A gente já tem bastante trabalho aqui com o que é mandato do Banco Central, para a gente poder ficar comentando qualquer outro ramo aqui.
Galípolo enfatizou ainda que a comunicação do BC tem se apoiado exclusivamente em dados, e que as mensagens da instituição não indicam movimentos futuros, mas apenas refletem a leitura atual do cenário econômico. Segundo ele, o Banco Central procura manter uma postura “humilde e modesta diante da incerteza”.
Na ata referente à última reunião do Copom, que aconteceu na semana passada, o BC disse considerar o nível atual dos juros, mantido por “período bastante prolongado”, suficiente para cumprir a meta de inflação. O colegiado não deu ainda sinais claros de quando começaria a reduzir a Selic. O BC também escreveu na ata que seguirá acompanhando o ritmo da atividade econômica, fundamental na determinação da inflação.
O diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, disse que o ambiente externo segue marcado pela incerteza, influenciado pelas tarifas comerciais dos Estados Unidos, pela situação fiscal de economias emergentes e desenvolvidas, e pelas dúvidas sobre as próximas decisões do Federal Reserve (Fed) após o shutdown do governo americano.
No Brasil, disse que a atividade econômica desacelerou, embora o mercado de trabalho siga aquecido.
— Essa desaceleração é mais forte nos setores menos cíclicos da economia no segundo trimestre. Outro tema é a taxa de desocupação, que manteve a trajetória de queda e atingiu o mínimo histórico.
Galípolo e Guillen ressaltaram que as estimativas sobre o impacto da ampliação da isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil ainda são preliminares. Na ata da última reunião do Copom, consta que a instituição incorporou a reforma do Imposto de Renda (IR) às suas projeções.
— Por que a gente usa a palavra preliminar? É, de novo, o que a gente vem comentando sobre ter uma atitude humilde, modesta e transparente sobre as incertezas que temos hoje — disse Galípolo.
O Estado de S.Paulo - SP 13/11/2025
O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, aproveitou a divulgação do Relatório de Estabilidade Financeira do BC para reiterar as razões pelas quais o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa básica de juros em 15% ao ano na reunião da semana passada. A explicação não poderia ser mais simples: as expectativas para a inflação continuam acima da meta de 3%. Em outros tempos, isso seria suficiente para justificar a decisão do Copom, mas é oportuno reforçar o óbvio no momento em que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva aumenta a pressão sobre a instituição.
O trabalho do BC fica ainda mais desafiador em momentos como o atual. Nesta semana, o IBGE divulgou que o IPCA atingiu 0,09% em outubro – a menor taxa para o mês em 27 anos –, desacelerou para 4,68% no acumulado de 12 meses e caminha para encerrar o ano dentro do intervalo de tolerância, de 4,5%.
Para o governo, que tem sua própria meta a cumprir e se contenta em alcançar seu piso, em vez do centro, é motivo mais que suficiente para que os juros sejam reduzidos. O próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avalia que o Banco Central já deveria ter começado a reduzir os juros. Afinal, a Selic, no nível em que está, desestimula os investimentos, a arrecadação, o crédito e, em última instância, o crescimento econômico – um estorvo para um governo que tentará a reeleição no ano que vem.
Diferentemente do que pensa o Executivo, o cenário atual tampouco é confortável para o mercado. De um lado, é difícil oferecer produtos financeiros capazes de competir com a remuneração e a segurança dos títulos do Tesouro Nacional. De outro, a ausência de sinalizações futuras sobre os próximos passos do Copom faz com que documentos como a ata sejam analisados com lupa, na busca de um sinal de fumaça que aponte quando o ciclo de redução da Selic poderá ser iniciado.
Embora tenha explicitado que os juros seriam mantidos em 15% por um período “bastante prolongado” tanto no comunicado quanto na ata, pesou mais um trecho do documento segundo o qual uma estimativa preliminar do impacto da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais havia sido incorporada ao cenário econômico com o qual o BC trabalha.
A informação foi interpretada como uma janela aberta para o corte de juros no primeiro trimestre. Das 34 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast após a divulgação da ata, 17 apostavam numa queda na reunião do Copom de março e 12 previam que ela ocorresse ainda em janeiro.
Nesse sentido, as declarações de Galípolo no dia seguinte foram importantes para reforçar que a missão, aos olhos do BC, todavia não está cumprida. De forma clara e taxativa, ele negou que o BC tenha dado qualquer sinal sobre seus passos futuros nos comunicados oficiais, corroborou mensagens que já estavam no documento, como a preocupação com o comportamento do mercado de trabalho, e disse que “todo mundo pode brigar com o BC, mas o BC não pode brigar com os dados”.
De fato, mesmo dados positivos à primeira vista devem ser analisados com cuidado. Não fosse o alívio das tarifas de energia elétrica, que continuam com a bandeira vermelha, mas agora no patamar 1, o IPCA de outubro teria subido 0,20%, e não apenas 0,09%. Os serviços subiram 0,6% em setembro e alcançaram patamar recorde, segundo o IBGE. No ano, o setor acumula alta de 2,8% e, em 12 meses, de 3,1%.
Mais importante que o passado, no entanto, é o horizonte futuro, e de forma mais específica o segundo trimestre de 2027, cuja projeção para a inflação, segundo o boletim Focus, está em 3,3%, acima, portanto, do centro da meta.
Mas, se tudo caminhar como o BC espera, é bem possível que a Selic comece a cair em 2026, já que a instituição enxerga uma moderação no crescimento econômico em curso, alguma diminuição na inflação corrente e um certo recuo nas expectativas, a despeito de todas as medidas fiscais e parafiscais a que o governo recorreu desde a posse e mesmo antes dela.
Basta que o presidente Lula tenha um pouco mais de paciência para ficar com os louros eleitorais de uma inflação baixa e controlada.
O Estado de S.Paulo - SP 13/11/2025
Semana passada o Comitê de Política Monetária (Copom) brindou a todos os brasileiros com uma decisão que só não surpreende aqueles que vivem do juro pago pelo Tesouro Nacional, aquele mesmo que todo brasileiro financia com seus impostos. Diversos indicadores recentes compõem um ambiente econômico que aponta a manutenção do juro em 15% ao ano como um equívoco de política econômica. E, por favor, não venham com a ladainha de que o Banco Central é um organismo meramente técnico. É da natureza da política monetária que ela seja uma política do Estado.
A famosa ata do Copom, que já parece estar sendo submetida a um maior número de exegeses do que a própria Bíblia Sagrada, declara a primazia do instrumento único da política monetária no Brasil. O ato declaratório, com soberbo ar científico, reza ao Brasil: “O Comitê avalia que a estratégia de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”.
Infelizmente, falta ao Banco Central (BC) honrar o mandato de independência que lhe é tão caro. O BC poderia começar dizendo as razões que levam o Brasil a ser submetido a uma taxa real de juros que é a segunda mais alta do mundo, apenas perdendo para a Turquia. Tomando-se uma taxa média de inflação condizente com a expectativa do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao final de 2026 (agora em 4,2%), a taxa nominal da Selic de 15% significa um juro real superior a 10% ao ano.
Nossa Autoridade Monetária é uma instituição com poder muito superior a seus congêneres de outros países, dado que o seu leque de atribuições é de amplitude singular. Ela domina todo o arcabouço de instrumentos da política cambial e dispõe de reservas internacionais de grande dimensão. A fiscalização do sistema bancário está completamente em suas mãos. E mais, o Banco Central é o único agente econômico que simplesmente pede ao Tesouro que emita títulos públicos para reforçar sua posição patrimonial e fazer frente a seus custos.
Ou seja, embora tenha um poder imenso, o Banco Central utiliza apenas um instrumento para executar a política monetária: a marcação da taxa básica de juro da economia via fixação da taxa Selic. É estranho que todos os outros instrumentos de controle da liquidez e do crédito tenham sido completamente abandonados.
Os efeitos negativos de uma taxa real de 10% ao ano no longo prazo, afinal, é este o brilhante remédio que o BC nos oferece, não são pequenos. A começar pela dívida pública. Se a dívida do Tesouro é de 79,5% do Produto Interno Bruto (PIB), o juro real deve atingir algo como 8% do PIB. E o mais incrível é que o BC não perde a chance de jogar na “fragilidade” da política fiscal a culpa pelo juro alto.
Os efeitos não param aí. No segundo trimestre de 2025, os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram queda de 2,2% na formação bruta de capital, em relação ao primeiro trimestre. Embora maior, em 2025, do que no ano anterior, a taxa de investimento (relação FBCF/PIB) ficou em 16,8% no segundo trimestre de 2025.
É lógico que o Brasil precisa de investimentos que destravem os torniquetes que foram se construindo no tecido econômico, com ênfase na infraestrutura. Mas quem, em sã consciência, pode investir diante de uma taxa de juro real de 10% ao ano?
Vale frisar, com a debilidade da criação de nova capacidade produtiva, jamais o produto potencial crescerá de maneira razoável. E, por isso, o hiato de produto sempre condicionará a política de juros do BC a níveis elevados.
A decisão neste momento de manter o juro no patamar elevado afeta, igualmente, os fluxos de capital. O diferencial entre as taxas de juros brasileira e americana caiu, dada a decisão do Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, de reduzir sua taxa. Evidente que os investidores terão mais apetite por papéis brasileiros pela expansão do diferencial de taxas. O subproduto é a valorização do Real frente à moeda americana. É tudo o que os exportadores brasileiros não precisam neste momento tão complexo por conta da volatilidade das decisões do governo americano.
Outro aspecto de grande importância é que uma taxa de juro desse tamanho é o motor para desequilíbrios nas cadeias produtivas do País. Aqueles que dependem de capital de giro ou os que estão submetidos a períodos de investimento muito longos enfrentam grandes prejuízos. O mesmo vale para atacado e varejo que se defrontam com a inadimplência em suas vendas financiadas.
O mais surreal é que as apostas do mercado apontavam para IPCA de outubro de 0,10 a 0,16%, indicando uma tendência de queda expressiva. E o índice anunciado acabou sendo ainda menor, 0,09%. As indicações de convergência do índice para a parte interna das bandas de variação em torno dos 3% da meta são inequívocas. E, convenhamos, apostar tudo numa meta de 3% de inflação, mesmo com a turbulência com que o mundo tem convivido, é uma insanidade.
A decisão do Banco Central sobre os juros, em novembro, indica que o País parece ter feito uma opção pela estagnação.
Diário do Comércio - MG 13/11/2025
O Banco Central (BC) afirmou nesta quarta-feira que a materialização de risco no mercado de crédito se deteriorou, independentemente da régua utilizada na mensuração, e deve continuar pressionada no curto prazo, mas ponderou que o sistema financeiro nacional segue sólido.
“Os ativos problemáticos aumentaram em praticamente todas as carteiras de crédito para famílias, especialmente o rural, e também entre as micro, pequenas e médias empresas”, disse a autarquia em seu mais recente Relatório de Estabilidade Financeira, publicado semestralmente.
Apesar do aumento das perdas esperadas, o BC afirmou que o sistema financeiro se mantém bem provisionado, tendo também registrado aumento de rentabilidade.
A autoridade monetária tem mantido a taxa Selic em 15% ao ano, maior nível em duas décadas, em um trabalho focado em arrefecer a inflação, mas que gera impacto no mercado de crédito, com o aumento dos juros dos financiamentos levando a um resfriamento nas concessões e maior risco de inadimplência.
De acordo com o BC, a desaceleração do crédito ocorreu em quase todas as modalidades para famílias e portes de empresas, bem como no mercado de capitais, embora este último ainda registre taxas elevadas.
“O financiamento à economia real desacelerou, em linha com as condições financeiras mais restritivas e com a moderação no crescimento da atividade econômica”, afirmou.
Nesse cenário, as instituições financeiras reduziram o apetite ao risco, com a desaceleração do crédito acompanhada por uma melhora na qualidade da maior parte das novas concessões, apontou a autarquia.
“De fato, o ambiente demanda prudência na qualidade das contratações devido aos riscos relacionados ao comprometimento de renda das famílias e ao endividamento destas e das empresas de menor porte”, disse.
O BC avaliou que a rentabilidade dos bancos é robusta o bastante para enfrentar eventuais mudanças de cenário ou adversidades.
Segurança cibernética
Após episódios de ataques a sistemas de pagamento no país, a autarquia apontou no documento que “incidentes recentes demonstraram que a materialização do risco cibernético pode trazer implicações para instituições financeiras e de pagamento”.
Esses casos, segundo o BC, geraram perdas financeiras, demonstraram fragilidades relacionadas a controles em instituições e seus provedores de serviços e indicaram que “um conjunto razoável” de instituições não dispõe de mecanismos adequados para gerenciar determinados serviços.
“Não se limitando às medidas adotadas até o momento, o BC permanece monitorando e atuando na resposta a incidentes cibernéticos relevantes que possam impactar o regular funcionamento do sistema financeiro”, afirmou.
O Estado de S.Paulo - SP 13/11/2025
A crise advinda do tarifaço de Donald Trump pegou o Brasil de surpresa, e o País foi lento na reação, avalia Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil nos EUA. “O Brasil demorou para fazer contato com a Casa Branca” e buscar negociações, criticou, durante evento Enaex 2025 - 43º Encontro Nacional de Comércio Exterior, no Rio de Janeiro.
Segundo Barbosa, o comércio internacional deixou de ter regras e hoje predomina a “lei da selva”, o que cria problemas para países como o Brasil e outras nações em desenvolvimento.
O ex-embaixador afirmou ainda acreditar que o acordo entre Mercosul e União Europeia será assinado até o fim de dezembro “mais por questões geopolíticas do que comerciais”, avaliou, após enfatizar os obstáculos do novo cenário do xadrez global. “Novos fatores estão influindo: meio ambiente — com barreiras protecionistas contra os setores industriais e agrícolas —, emergência da tecnologia — com IA mudando as regras — e a nova corrida nuclear”, disse.
“Estamos vivendo num mundo sem regras” com o enfraquecimento dos organismos internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), acrescentou. Segundo Barbosa, o enfraquecimento das organizações está criando problemas para países como o Brasil e outros em desenvolvimento, que não têm força para colocar as suas reivindicações como os países desenvolvidos. “Estamos na lei da selva. Cada um faz o que é de seu interesse.”
Com a ruptura da ordem político-econômica criada no pós-guerra, que era apoiada num sistema baseado em regras, o mundo vive uma situação totalmente nova, avalia o ex-embaixador. O uso da força, apontou, está substituindo as negociações para a obtenção de objetivos políticos.
Infomoney - SP 13/11/2025
A mineradora Vale (VALE3) pode anunciar o pagamento antecipado de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) ainda em 2025, segundo análise do Itaú BBA.
A medida seria uma estratégia para aproveitar benefícios fiscais e evitar a nova tributação de 10% sobre dividendos, prevista para entrar em vigor em janeiro de 2026 com a reforma tributária.
Com a dívida líquida prevista em cerca de US$ 15 bilhões, a Vale parece bem posicionada para agir dessa forma, apontam os analistas. Se as condições de mercado piorarem no início de 2026 (por exemplo, queda nos preços do minério de ferro), a gestão pode argumentar que o pagamento foi apenas uma antecipação. Por outro lado, se o fluxo de caixa continuar forte, a Vale pode repetir seu padrão usual, pagando o mínimo novamente no início de 2026, transformando o pagamento antecipado em um dividendo extraordinário.
Com base nas estimativas do BBA, os dividendos mínimos da Vale para o 2S25 (segundo semestre de 2025) atingiriam US$ 1,9 bilhão (3,5% de rendimento). Dado o duplo incentivo de capturar os benefícios fiscais do JCP e evitar a tributação futura sobre dividendos, o banco acredita que a empresa pode antecipar toda a distribuição mínima antes do fim do ano.
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Em um cenário favorável para os preços do minério e geração de caixa, a remuneração total aos acionistas pode chegar a US$ 3,7 bilhões, com rendimento de 7%.
Os analistas também apontam que, apesar do aumento previsto no investimento (capex) e do desembolso de US$ 700 milhões para recompra de debêntures, a dívida líquida expandida da Vale deve permanecer dentro das projeções, graças a possíveis mecanismos financeiros que mitigam o impacto desses pagamentos.
Em análise desta semana sobre a Vale, o Bradesco BBI ressalta o questionamento de alguns investidores sobre a capacidade da Vale de sustentar uma remuneração elevada aos acionistas no futuro – o banco, contudo, acredita que isso continuará sendo uma prioridade fundamental para a administração.
Durante a teleconferência da Vale sobre os resultados do 3T25, o diretor financeiro Marcelo Bacci observou que, com os preços do minério de ferro acima de US$ 100, a expansão da dívida líquida deve convergir para o ponto médio da meta (US$ 15 bilhões) no curto prazo, criando capacidade adicional para aumentar os retornos aos acionistas, mesmo após a recompra de aproximadamente US$ 700 milhões em debêntures participativas.
“Embora a dívida líquida expandida da Vale deva permanecer ligeiramente acima do limite de US$ 15 bilhões, considerando nossa estimativa de minério de ferro de US$ 105 para o 4º trimestre, a administração ainda pode anunciar dividendos extraordinários antes de atingir esse patamar”, reforça.
Assim, com base em distribuições passadas, o BBI estima que a empresa possa anunciar entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão (rendimento de 1% a 2%), mantendo sua dívida líquida expandida abaixo de US$ 17 bilhões.
Olhando para 2026, com base na estimativa de lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) de US$ 16,9 bilhões, o banco vê espaço para a empresa pagar US$ 3,5 bilhões em dividendos mínimos, o que implica um rendimento de dividendos de 6,7%.
Enquanto isso, também espera que a dívida líquida expandida da empresa atinja US$ 13,2 bilhões no final de 2026 (minério de ferro a US$ 100), criando espaço para US$ 1,8 bilhão em retornos extraordinários (rendimento de 3,4%), elevando o rendimento total de dividendos para 10,1%.
Tanto BBI quanto BBA possuem recomendação equivalente à compra para os ativos da Vale. O preço-alvo do BBA para VALE3 é de R$ 75 e o do BBI é de R$ 83 ao fim de 2026.
Infomoney - SP 13/11/2025
Os preços futuros do minério de ferro subiram nesta quarta-feira, com as esperanças de novos estímulos por parte da China superando as preocupações com as perspectivas sombrias decorrentes do aumento da oferta e diminuição da demanda.
O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou a sessão do dia com alta de 1,38%, a 774 iuanes (US$108,66) a tonelada, o maior valor desde 7 de novembro.
O minério de ferro de referência para dezembro na Bolsa de Cingapura subiu 1,31%, para US$102,85 a tonelada, também o valor mais alto desde 7 de novembro.
As esperanças de mais estímulos ressurgiram depois que o banco central da China disse na terça-feira que manteria uma política monetária ‘apropriadamente frouxa’ e liquidez ampla, enquanto aperfeiçoa a transmissão de sua política monetária, uma vez que a economia ainda enfrenta riscos e desafios.
O sinal positivo veio depois que as exportações de outubro da segunda maior economia do mundo sofreram a pior queda desde fevereiro, já que as tarifas prejudicaram a demanda dos EUA.
Uma onda de reestocagem entre as siderúrgicas, cujos estoques estavam em nível bastante baixo, também deu algum suporte aos preços, disse uma analista baseada em Xangai, sob condição de anonimato pois não está autorizada a falar com a imprensa.
O aumento do preço do principal ingrediente da fabricação de aço contrariou as estimativas dos analistas, já que o projeto Simandou, na Guiné, começou a produzir, consolidando as perspectivas de aumento da oferta em meio à demanda enfraquecida da China, o que pressiona as projeções de preço.
O Estado de S.Paulo - SP 13/11/2025
Quem foi atrás do preço de carros novos nos últimos pode ter tomado um susto. A tabela média dos veículos subiu nada menos do que 125% de 2016 para cá, valor bem maior do que a variação da inflação, que foi de 63,9%. Mas há uma boa notícia: o ritmo de aumento no preço dos veículos começa a desacelerar.
Entre janeiro e outubro de 2025, o valor público dos carros novos aumentou 2,40%, para média de R$ 159.684. Enquanto isso, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), subiu 3,64%. Essa é a primeira vez em cinco anos que a inflação geral é superior à relacionada apenas ao carro. Os dados foram compilados pela consultoria Bright Consulting.
Para o COO da empresa, Murilo Briganti, essa movimentação reflete o acirramento da concorrência no mercado brasileiro. Com a chegada de uma série de novas montadoras, incluindo marcas chinesas com estratégias agressivas de preço, a média da tabela dos veículos acaba pressionada para baixo.
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Preço do carro dobrou em menos de 10 anos
Briganti aponta que, desde 2016, o preço do carro mais do que dobrou, partindo de R$ 70.900 naquela época. Desde então, o incremento na tabela dos veículos foi de 10% ao ano em média. O crescimento, no entanto, não foi linear.
“Até 2019 ou reajustes anuais eram moderados. A partir de 2020 há forte aceleração, refletindo o choque de oferta da pandemia, a desvalorização cambial, o aumento de custos industriais e a demanda aquecida em descompasso com a oferta restrita”, observa.
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O Estado de S.Paulo - SP 13/11/2025
O torque instantâneo dos carros elétricos sempre foi tratado como uma grande vantagem, em especial, para os esportivos, porém essa aceleração brusca pode estar com os dias contatos.
Um projeto de lei chinês quer controlar as arrancadas, ou seja, que os carros demorem mais para sair da imobilidade e chegar a 100 km/h.
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A nova regulamentação quer limitar a pelo menos 5 segundos a aceleração. A única maneira de ‘burlar’ a regra é o motorista selecionar manualmente um modo mais esportivo.
Caso a lei seja aprovada modelos como Xiaomi SU7 Ultra (1,98 segundos para atingir 100 km/h), Zeekr 001 FR (2,02 segundos), Tesla Model S Plaid (2,1 segundos) e o BYD Yangwang U9 (2,36 segundos) seriam os mais prejudicados por terem acelerações na casa dos dois segundos.
Ao que tudo indica o governo chinês tem o objetivo de aumentar a segurança e conscientizar os motoristas para os perigos de velocidades incompatíveis com a via pública. O texto da nova norma afirma: “Após cada partida/ignição de um veículo de passageiros (excluindo o sistema start-stop automático do motor), o veículo deve estar em um estado em que o tempo de aceleração de 0 a 100 km/h não seja inferior a 5 segundos.”
Se aprovada, a regra se aplicaria a todos os carros de passageiros na China, independentemente do tipo de motorização, embora afetasse principalmente a crescente frota de veículos elétricos ultrarrápidos.
Não pode ultrapassar os 100 km/h
Há ainda um outro projeto de lei que visa limitar a 100 km/h os veículos com mais de 6 metros de comprimento. O intuito é também aumentar a segurança viária, já que carros maiores e mais pesados podem ser mais suscetíveis a acidentes ao trafegarem em velocidades mais elevadas.
O texto da lei diz: “Os veículos de passageiros com 6 m ou mais de comprimento devem ter uma função de alarme de excesso de velocidade, capaz de acionar um alarme por meio de sinais visuais ou sonoros quando a velocidade exceder a velocidade máxima permitida (a velocidade máxima permitida não deve exceder 100 km/h), exceto aqueles com funções ou dispositivos de limitação de velocidade em conformidade.”
Infomoney - SP 13/11/2025
Se fosse possível ver o brilho dos pisos recém-colocados nos milhares de imóveis em construção espalhados pelo país, ele certamente refletiria o sorriso das construtoras do segmento popular. É que a recente decisão do Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (CCFGTS) de elevar o teto de preço dos imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e ampliar o orçamento do FGTS para R$ 160,2 bilhões em 2026 deve trazer ânimo extra a empresas como Tenda (TEND3), Plano & Plano (PLPL3) e Direcional (DIRR3), segundo projeções dos analistas.
A medida permite que famílias das faixas 1 e 2 do programa, com rendas de até R$ 4,7 mil em áreas urbanas, financiem imóveis de valores mais altos, agora limitados a R$ 275 mil, dependendo do porte do município. Ao todo, 263 cidades passarão a contar com os novos valores.
Para o Itaú BBA, a Tenda deve ser a grande vencedora das novas regras, já que cerca de 85% das vendas da companhia nos últimos 12 meses estão concentradas justamente nessas faixas. Segundo o banco, os clientes da construtora passarão a contar com subsídios adicionais que variam de R$ 2 mil a R$ 9 mil, o equivalente a 5% do valor do imóvel.
A Plano & Plano também tende a se beneficiar, com 70% de suas operações concentradas nas mesmas faixas de renda. Já a Direcional deve colher bons resultados principalmente na região Norte, onde o aumento dos subsídios varia de R$ 1 mil a R$ 19 mil, e onde a empresa mantém cerca de 15% de suas operações em Manaus. O Itaú diz que mantém visão otimista para as construtoras voltadas à baixa renda e projeta novas revisões para as faixas 3 e 4 do programa até o início de 2026.
A XP Investimentos também aponta que o novo pacote inclui um aumento nos limites máximos de preço dos imóveis da faixa 2 e uma elevação de 6% no orçamento habitacional do FGTS para 2026. Conforme os estrategistas da corretora e do Bradesco BBI, a revisão das curvas de subsídio pode representar uma mudança relevante para o setor, especialmente na região Norte, onde o reajuste deve reduzir em cerca de 22% o valor médio de entrada para os compradores.
No geral, a XP e o BBI veem impacto positivo sobre MRV (MRVE3) e Direcional, pela forte presença em Manaus, e para Tenda e Plano & Plano, que devem se beneficiar do aumento da acessibilidade na faixa 1.
Bolsa em máxima histórica: ainda dá para entrar – e ganhar?
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Assim como BBA, XP e BBI, o Goldman Sachs vê as mudanças como positivas, embora com efeito moderado. O banco lembra que o Conselho do FGTS elevou o orçamento habitacional de R$ 149 bilhões para R$ 157 bilhões, um avanço de 5,5%, e reajustou os tetos de preço para as faixas 1 e 2 em média de 6%. É o primeiro aumento desde o relançamento do MCMV, em 2023.
Para o Goldman, o movimento mostra o compromisso do governo com o programa, mas o ganho direto para as construtoras deve ser limitado, especialmente para a Direcional, que tem atuação mais concentrada nos grupos de renda mais alta (faixas 3 e 4).
Já o Bradesco BBI avalia que as medidas reforçam o empenho do governo em ampliar o acesso à habitação popular. O banco estima que o aumento de cerca de 20% nos subsídios de entrada e os tetos mais altos devem melhorar a capacidade de compra de imóveis das famílias, o que, consequentemente, deve acelerar as vendas no segmento popular e manter margens atrativas.
A Tribuna - SP 13/11/2025
A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) anunciou recentemente que está na fase final de elaboração do projeto do trem Santos–Cajati. Entre as cidades por onde o expresso deve passar está Mongaguá, no litoral de São Paulo. No entanto, esse não será o único projeto ferroviário do município da Baixada Santista, pois a Prefeitura mantém diálogo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a concessionária Rumo Malha Paulista LTDA para assumir um trecho da linha férrea que passa pela cidade.
A eventual concretização e execução do projeto da CPTM não interferirá nas tratativas e nos diálogos com o departamento, a agência e a concessionária, conforme esclarece a Prefeitura. “O município reconhece a possibilidade de implementação do projeto e manifesta plena disposição para participar das tratativas”.
Em contrapartida, a Administração Municipal informou que, até o momento, não recebeu qualquer notificação formal por parte da CPTM acerca de sua participação ou colaboração no projeto funcional de ligação ferroviária entre as cidades de Santos, na Baixada Santista, e Cajati, no Vale do Ribeira.
“Contudo, em consulta ao site da CPTM, verificou-se que Mongaguá será contemplada com uma estação, conforme o projeto funcional de ligação ferroviária entre Santos e Cajati”, acrescenta a Prefeitura.
Negociações para assumir a linha férrea que passa pela cidade
A eventual concretização e execução do referido projeto da CPTM não interferirá nas tratativas e diálogos que o município mantém com o DNIT, a ANTT e a concessionária Rumo Malha Paulista LTDA.
“Ressalta-se que a Prefeitura pleiteia a formalização do Termo de Permissão de Uso ou Termo de Cooperação de Área que abrange parte da malha ferroviária que atravessa a cidade. Mesmo possuindo intenções próprias quanto ao uso e gestão desses trechos, o município se encontra em condições de dialogar ativamente com todas as partes envolvidas”.
O diálogo entre o DNIT, a Rumo Malha Paulista e o município encontra-se em estágio avançado. No entanto, a Administração Municipal informou que aguarda a formalização dos procedimentos a serem iniciados pela Rumo, uma vez que a concessão vigente se encerra em 2028.
“A responsabilidade pela realização dos trâmites necessários para a eventual abdicação da tutela da linha férrea recai sobre a concessionária”, diz a Prefeitura.
A concessionária
A Rumo Malha Paulista LTDA esclareceu, em nota, que o trecho ferroviário que passa por Mongaguá, pertencente ao antigo ramal Santos–Cajati, está em processo formal de devolução ao Poder Público, em conformidade com a Lei nº 14.273/2021. Durante o processo de devolução, a manutenção do trecho é realizada de forma pontual, com foco em segurança.
A Tribuna entrou em contato com o DNIT, que respondeu que as informações deveriam ser encaminhadas à ANTT. No entanto, a reportagem não obteve resposta da agência até a publicação desta matéria. A CPTM também foi procurada, mas ainda não respondeu.
O trem
O projeto funcional do futuro trem regional, com trajeto de 223 km, que ligará Santos e o restante da Baixada Santista, no litoral de São Paulo, a Cajati e ao Vale do Ribeira, no interior do estado, vai entrar em nova fase no fim do ano, sob responsabilidade da área de Desenvolvimento e Expansão de Transporte da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
No momento, está em andamento o levantamento topográfico aerofotogramétrico, que deve ser concluído ainda este ano. “E em dezembro iniciaremos o anteprojeto de engenharia”, pontuou a CPTM.
O projeto do novo trem prevê 13 estações: Santos, São Vicente, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe, Itariri, Pedro de Toledo, Miracatu, Juquiá, Registro, Jacupiranga e Cajati. As vias existentes no trajeto passarão por análise e as que forem possíveis serão recuperadas. O tempo total de percurso previsto, no serviço expresso, será de aproximadamente 136 minutos de viagem.
Além do serviço expresso, haverá dois trens paradores: um saindo de Santos em direção a Peruíbe, com tempo médio de viagem de 48 minutos, e outro indo de Peruíbe a Cajati, com percurso de duração média de 114 minutos.
Revista Ferroviaria - RJ 13/11/2025
Uma costura financeira realizada pelo MT (Ministério dos Transportes) no processo de renovação de concessões ferroviárias vai permitir que o atual governo viabilize a sua primeira concessão de um trecho novo, feito do zero, sem precisar fazer um aporte público direto com recursos da União, mas sim com acordos bilionários, de R$ 4,1 bilhões, firmados com companhias que já atuam no setor.
A construção da nova ferrovia EF-118, malha planejada para ter 577 km de extensão e que ligará o Espírito Santo ao Rio de Janeiro, vai ser lastreada nos repasses financeiros feitos por três concessões ferroviárias que já tiveram seus contratos de concessão atuais renovados antecipadamente pelo governo: a MRS Logística, a Rumo Malha Paulista e a Vale, por meio da EFVM (Estrada de Ferro Vitória a Minas).
A Folha teve acesso a detalhes do desenho financeiro já esquadrinhado para o edital que será enviado nos próximos dias ao TCU (Tribunal de Contas da União). O governo espera uma boa competição no leilão da ferrovia.
A proposta prevê a criação de uma “conta vinculada” ao projeto, como forma de concentrar o dinheiro das concessões em um único local, em vez de mandar esses recursos ao Tesouro Nacional. É uma maneira de garantir aos interessados que o repasse está carimbado para o setor ferroviário, mais precisamente, para a EF-118, também chamada de Anel Ferroviário do Sudeste.
Dos R$ 4,1 bilhões, R$ 2,8 bilhões sairão do acordo firmado com a MRS. Com a Rumo Malha Paulista, a ideia é usar mais R$ 502,5 milhões pela renovação de seu contrato. Já a Vale, que renovou a concessão da EFVM, será a origem de R$ 826 milhões.
O recurso não será liberado de forma antecipada, mas ao longo dos anos de construção, conforme o avanço da obra. Trazido a valor presente, ou seja, se os R$ 4,1 bilhões fossem antecipados para hoje com descontos de juros, equivaleria a cerca de R$ 1,8 bilhão, conforme cálculos do MT.
A EF-118 foi planejada para ter cerca de 577 quilômetros, conectando Vitória ao Rio de Janeiro. O trecho que efetivamente receberá o aporte financeiro do governo é, porém, um corredor de aproximadamente 246 quilômetros, entre São João da Barra, onde está o Porto do Açu, e Santa Leopoldina, no interior capixaba.
O alto custo do projeto se concentra justamente neste traçado, por ter os maiores desafios de engenharia, como áreas de serra, a necessidade de túneis e viadutos, o que também demanda maior rigor ambiental. Com essas condições, é a parte mais cara da ferrovia, estimada em cerca de R$ 25 milhões por km, cerca de cinco vezes o valor de um trecho mais comum.
O governo avalia que, sem o aporte público, o trecho não se pagaria apenas pela receita futura de transporte de cargas, porque o retorno sobre o investimento seria lento demais para atrair investidores privados.
Além disso, a avaliação é de que esse trecho é o que define se a ferrovia como um todo se torna viável, porque é onde ela se conecta ao porto do Açu, em São João da Barra. A avaliação é de que, sem essa ligação inicial, a ferrovia não teria demanda suficiente para sustentar sua operação e atrair o capital privado necessário ao restante da obra.
A empresa que assumir o trecho, porém, terá a prerrogativa de construir um trecho adicional de 325 quilômetros que pretende ligar o Porto do Açu a Nova Iguaçu (RJ), onde a malha se conectaria à rede da concessionária MRS, que segue até o porto de Santos (SP).
A ideia do governo é que esse trecho possa ser requerido futuramente pelo poder público, por meio de “gatilhos de demanda”, quando se julgar necessário, resultando em um possível reequilíbrio financeiro do contrato.
Depois de passar por avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU), o edital para concessão da ferrovia deverá ser publicado no início do ano que vem, para posterior realização do leilão no primeiro semestre de 2026.
O MT e o TCU não comentam o assunto, pelo fato de a proposta do edital ainda estar em fase de análise.
Diferentemente de outras concessões já feitas, em que os editais sempre previram investimento em trens e locomotivas pelo vencedor, este não inclui essa necessidade de aporte. A empresa, portanto, não precisa ser dona de trens ou carga e poderá oferecer apenas a ferrovia para terceiros, como funciona numa concessão de rodovia.
Ela será remunerada pelo direito de passagem, cobrando um pedágio ferroviário de terceiros que quiserem usar a via. É o chamado regime de “open access”, no qual a infraestrutura é separada do serviço de transporte.
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2025/11/acordos-com-mrs-rumo-e-vale-bancam-r-41-bilhoes-para-corredor-ferroviario-ente-rio-e-es.shtml
VÁ ALÉM DA MANCHETE
O setor ferroviário é complexo e as notícias do dia a dia são apenas a ponta do iceberg. Para entender o cenário completo, é preciso de contexto e a visão de quem cobre o setor desde 1940.
A cada edição, a Revista Ferroviária traz reportagens aprofundadas, estudos de mercado e entrevistas exclusivas sobre os temas que realmente importam: de novos VLTs e projetos privados a desafios de manutenção, o futuro da tecnologia e muito mais.
Pernambuco celebrou no dia 7 de novembro os 47 anos do Complexo Industrial Portuário de Suape, um dos principais vetores de desenvolvimento econômico do Nordeste e referência nacional em logística integrada.
Nascido do sonho de visionários na década de 1970, o complexo se consolidou como uma das mais importantes plataformas portuárias e industriais do país, unindo inovação, sustentabilidade e expansão contínua.
Para os próximos três anos, vão ser investidos R$ 1,3 bilhão em obras de infraestrutura com recursos próprios da estatal portuária, reforçando o papel estratégico de Suape na economia brasileira.
Entre os projetos previstos, destaca-se a construção dos Cais 6 e 7, que ampliará a capacidade operacional e o atendimento a novas demandas do setor.
A liderança nacional na movimentação de granéis líquidos será fortalecida com a modernização dos píeres dedicados ao segmento.
A expansão também prepara o porto para atender o aumento da produção da Refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, maior indústria instalada no complexo e atualmente em processo de ampliação.
O diretor-presidente de Suape, Armando Monteiro Bisneto, destaca que o complexo superou as expectativas de seus idealizadores e mantém um ritmo constante de crescimento.
“Já somos o sexto maior porto público do Brasil, temos 90 empresas instaladas, 12 polos de desenvolvimento e impulsionamos o mercado de trabalho, com mais de 30 mil empregos diretos e indiretos”, ressalta.
Armando Bisneto enfatiza ainda que Suape se prepara para se consolidar como uma base de energia limpa, com projetos bilionários já atraindo grandes investidores nacionais e internacionais.
Entre os empreendimentos que simbolizam essa nova fase está a primeira fábrica de e-metanol do Brasil, da empresa dinamarquesa European Energy, que investirá R$ 2 bilhões em uma área de 10 hectares dentro do complexo.
A obra deve gerar 1.500 empregos diretos e indiretos e entrar em operação em 2028. Outra indústria, da GoVerde Holding, já confirmou instalação com porte e investimento semelhantes.
Em parceria com o Senai Pernambuco, Suape também abriga o Senai Park, um centro de inovação e tecnologia inaugurado em outubro deste ano, que recebeu R$ 100 milhões e prevê captar outros R$ 200 milhões em novos projetos.
Sustentabilidade - Suape também avança na sustentabilidade portuária, com a construção do primeiro terminal de cargas e contêineres 100% elétrico do Brasil, sob responsabilidade da APM Terminals, subsidiária da Maersk.
O investimento bilionário, de R$ 2,2 bilhões, ampliará as rotas e conexões internacionais do complexo.
O polo farmacoquímico ganha força com a expansão da Indústria Aché (R$ 267 milhões) e a chegada da Blau Farmacêutica – investimento de R$ 1 bilhão e geração de 1.400 empregos -, além do avanço na criação da Zona de Processamento de Exportação (ZPE), que abrirá novas oportunidades comerciais, inclusive para o setor do agronegócio.
Dragagem - Outro marco importante é a dragagem do canal interno e da bacia de evolução, obra de R$ 217 milhões — R$ 117 milhões do Governo de Pernambuco e R$ 100 milhões do Ministério de Portos e Aeroportos, via PAC 3.
A intervenção deixará o porto apto a receber navios de grande porte, como os petroleiros da categoria Suezmax e os porta-contêineres New Panamax, de 366 metros de comprimento, com profundidade de 16,2 metros.
CNN Brasil - SP 13/11/2025
O Porto de Santos segue como o maior polo de contêineres da América Latina — e o único porto brasileiro entre os 40 maiores do mundo em capacidade de contêineres. Todos os dias, quase 10 mil unidades passam pelo cais santista, conectando proteína, químicos, autopeças, bens industriais e varejo digital ao comércio exterior brasileiro.
Esse fluxo — que historicamente transforma logística em PIB — entra agora em um ponto de inflexão.
O próximo grande salto de capacidade já está desenhado: Tecon Santos 10, novo terminal de contêineres projetado para o cais de Saboó, deve ir a leilão neste ano com potencial de adicionar cerca de 3,25 milhões de TEU/ano ao sistema — incremento próximo de 50% na capacidade instalada atual.
É por causa dessa escala que a discussão deixou de ser sobre o “vencedor” e passou a girar em torno do modelo do edital. Porque, ao contrário do que ocorre em setores nos quais o tamanho de um novo ativo muda pouco a dinâmica competitiva, aqui uma única decisão pode alterar o equilíbrio de forças no principal porto brasileiro por décadas.
Como a modelagem entrou no centro do debate
A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) propõe que o leilão seja realizado em duas fases — em uma primeira etapa participariam apenas operadores que ainda não atuam em Santos; em seguida, na segunda rodada, a disputa seria aberta ao mercado em geral. A leitura técnica é que, com esse desenho, o certame não começa desequilibrado: evita-se que o último grande terminal disponível seja usado para reforçar posições que já são dominantes, concentrando o mercado na mão de poucos players.
A International Container Terminal Services, Inc (ICTSI) —player global que opera 33 terminais em 19 países, com 37 anos de atuação e presença no Brasil desde 2001 — defende que essa filtragem inicial seja mantida para aumentar a concorrência durante a vigência do contrato, que pode ser estendida por até 70 anos. Por que concentração importa ao setor portuário
Essa preocupação não é teórica — tem base estrutural.
No segmento de contêineres, quem escolhe o terminal onde os navios atracam não é o dono da carga, mas o armador, que são os donos das embarcações. Quando navios e terminais pertencem ao mesmo grupo, a decisão deixa de ser “competição” e vira decisão interna.
E quando essa integração se torna dominante em um porto, o espaço para rivalidade efetiva se estreita. É exatamente esse o caso de Santos hoje: a maior parte da movimentação de contêineres está concentrada na operação de dois grandes grupos internacionais integrados às principais rotas marítimas globais — um arranjo que naturalmente cria incentivos para preservar posição, não para disputar carga.
A combinação de “último terminal grande disponível” + “mercado já concentrado” + “contrato com efeito de até 70 anos” coloca o Tecon Santos 10 em outra categoria: ele não é apenas mais um pedaço de infraestrutura — é um definidor de mercado.
O que muda até 2050
Em última análise, este é o ponto estratégico: o Brasil não discute apenas o valor de uma outorga — define qual papel quer que o maior porto do país exerça na economia até meados do século.
Para operadores independentes, reguladores, associações de proprietários de cargas e especialistas em defesa da concorrência, o modelo em duas fases cria uma largada isonômica: neutraliza incentivos para que o ativo seja usado como instrumento de fechamento de mercado, estimula entrada de novos operadores globais e de novas companhias marítimas que hoje têm acesso muito limitado a Santos, dá previsibilidade ao setor e ancora uma lógica de competição sustentada, não pontual. Na prática, o que se decide agora não é apenas a entrada de um novo terminal — é se o Brasil quer mais equilíbrio competitivo no porto que sustenta a maior parte da pauta logística do país.
Os números do Tecon Santos 10
3,25 milhões TEU/ano de capacidade +50% de capacidade adicional ao Porto de Santos 622 mil m² de área Contrato de 25 anos (efeitos possíveis até 70 anos) Valor estimado do contrato: cerca de R$ 44 bilhões
Portos e Navios - SP 13/11/2025
A Portos do Paraná recebeu autorização da praticagem e da Marinha para receber em seus berços 216 e 218 navios porta-contêineres com calado de até 13,3 metros, 0,5 metro a mais do que era permitido antes. Com isso, a autoridade portuária informou que as embarcações podem carregar até 400 TEUs a mais em cada atracação. “Queremos estimular a chegada de meganavios, como os de 366 metros de comprimento”, explicou o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
A ampliação foi publicada na primeira semana de novembro em portaria divulgada pela Portos do Paraná, que creditou a autorização às obras de derrocagem concluídas no ano passado e às dragagens contínuas. Segundo a empresa, a medida representa vantagem competitiva para operadores, que podem agora movimentar mais carga sem acréscimo de custos.
A previsão é de que, nos próximos cinco anos, o calado do canal de acesso ao Porto de Paranaguá seja aumentando ainda mais para atingir 15,5 metros. Essa ampliação está prevista no edital do leilão para a concessão do canal, vencido pelo Consórcio Canal da Galheta Dragagem, formado pelas empresas FTS Participações Societárias, Deme Concessions NV e Deme Dredging NV. Está estipulado também que o calado terá que ser mantido nesse nível nos 25 anos de vigência do contrato de concessão.
O acordo, informou a Portos do Paraná, estabelece ainda desconto de 12,63% na taxa Inframar, paga pelas embarcações para acessar os portos e que a arrendatária só receberá a tarifa completa e poderá pedir reajustes após cumprir o cronograma de melhorias previsto no edital e no contrato de concessão. Entre as exigências estão a realização de estudos e levantamentos hidrográficos, dragagem, derrocagem, instalação de sinalização e ações de manutenção e modernização. O investimento previsto é de R$ 1,23 bilhão, a ser executado nos cinco primeiros anos do contrato, que terá vigência de 25 anos.
Petro Notícias - SP 13/11/2025
Dias de expectativa na Diretoria Executiva da Pré-Sal Petróleo (PPSA). O comando da estatal aguarda, até a próxima segunda-feira (17), uma decisão da Agência Nacional do Petróleo (ANP) sobre o pedido de aumento da participação da União no Acordo de Individualização da Produção (AIP) de Tupi, de 0,551% para 0,833%.
A mudança consta no Termo Aditivo nº 04 ao AIP de Tupi, que envolve a área do contrato de concessão BM-S-11, o bloco Sul de Tupi (sob contrato de cessão onerosa) e a área de Tupi Leste, de direito da União. O documento foi assinado entre a PPSA e as demais empresas do consórcio (Petrobrás, Galp e Shell) e encaminhado à ANP em setembro.
Segundo a PPSA, essa definição é considerada importante no contexto do Leilão de Áreas Não Contratadas, previsto para o dia 4 de dezembro, na B3, em São Paulo. Nesse certame, serão ofertados os direitos e obrigações da União relacionados aos Acordos de Individualização da Produção das jazidas compartilhadas de Tupi, Mero e Atapu.
As empresas interessadas em participar do leilão têm até esta sexta-feira (14) para enviar o Volume I, com os documentos de qualificação. Conforme o edital, a sessão pública será dividida em três lotes — Mero, Tupi e Atapu — e incluirá abertura e classificação das propostas, além da possibilidade de lances a viva voz. A assinatura dos contratos com as vencedoras está prevista para até 4 de março de 2026.
O tema está em análise no circuito deliberativo da agência, processo conduzido de forma eletrônica. Segundo o painel da Superintendência de Governança e Estratégia da ANP, o prazo para conclusão da avaliação termina no dia 17 de novembro. Caso não haja decisão até essa data, o assunto será incluído na pauta da próxima reunião de diretoria da agência.
O campo de Tupi foi o primeiro do pré-sal da Bacia de Santos a entrar em produção, em maio de 2009. O sistema definitivo da jazida compartilhada conta atualmente com sete plataformas do tipo FPSO, sendo quatro afretadas (Cidade de Angra dos Reis, Cidade de Saquarema, Cidade de Maricá e Cidade de Paraty) e três próprias da Petrobras (P-66, P-67 e P-69).
Petro Notícias - SP 13/11/2025
A Associação Brasileira de Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) anunciou que ganhou um reforço em sua Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 7.862/DF – ajuizada em agosto no Supremo Tribunal Federal (STF). A entidade afirmou que o Colégio Nacional de Procuradores Gerais dos Estados e do Distrito Federal (Conpeg) requisitou ao presidente do STF, ministro Edson Facchin, para ingressar como amicus curiae (parte interessada) na ação, em nome dos procuradores de 20 unidades da federação: Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, São Paulo e Sergipe.
Na petição, procuradores dos 20 estados argumentam que a matéria é relevante por envolver a delimitação da competência da União para disciplinar a movimentação de gás natural, “especialmente quando essa competência pode interferir nos serviços públicos de gás canalizado, que são de atribuição privativa dos Estados e do Distrito Federal (art. 25, § 2º, da CF).”
Para o presidente executivo da Abegás, Marcelo Mendonça (foto), o pedido de Colégio de Procuradores para ingressar no processo reforça o interesse dos Estados na defesa do que está assegurado pela Constituição. “Esse movimento indica uma convergência entre os Estados, que têm a competência para regular os serviços de distribuição. É importante que os Estados sejam gestores de sua política energética, com autonomia decisória para aproveitar todo o potencial do gás canalizado. E o trabalho com as concessionárias estaduais é essencial, permitindo que as políticas estaduais possam estimular investimentos que garantam modicidade tarifária e transição energética, com redução de emissões de gases de efeito estufa, em sintonia com os objetivos nacionais”, diz Mendonça.
Para lembrar, a ADI tem por objeto a declaração de inconstitucionalidade ou de inconstitucionalidade parcial do artigo 7º, VI, da Lei nº 14.134/2021, que classifica como gasoduto de transporte o “gasoduto destinado à movimentação de gás natural, cujas características técnicas de diâmetro, pressão e extensão superem limites estabelecidos em regulação da ANP [Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis]”.
A Abegás requisita ainda a impugnação de qualquer norma que eventualmente venha a ser editada para regulamentar o artigo 7. Também é requisitada a declaração de inconstitucionalidade da expressão “nos termos da regulação da ANP” que consta no art. 3º, inciso XXVI, da Nova Lei do Gás, por determinar que a definição de gasoduto de transporte é feita nos termos da regulação da agência federal; e, “por arrastamento”, do art. 8º do Decreto nº 10.712/2021, que regulamenta o inciso VI do art. 7º da Nova Lei do Gás.
“O objetivo é suspender ou impugnar este artigo para afastar a competência da ANP, pois sua aplicação faria com que aproximadamente 935 quilômetros de redes de distribuição possam ser reclassificados como sendo de transporte. Nosso entendimento é que essa reclassificação é inconstitucional, pois fere o Artigo 25, Parágrafo segundo da Constituição Federal de 1988, que trata do interesse local dos gasodutos de distribuição“, explica Marcelo Mendonça.
De acordo com o diretor econômico-regulatório da Abegás, Marcos Lopomo (foto à esquerda), a minuta ignora o pacto federativo e fere o princípio da autonomia dos entes federados estabelecidos pela Constituição. “O texto tenta submeter agências estaduais à sua interpretação em desacordo com legislações já inclusive consolidadas em outros estados. Outro ponto é que a ANP não ouviu previamente os Estados para definir os critérios de classificação (pressão, extensão e diâmetro). Além disso, a minuta de reclassificação proposta pela ANP impõe uma retroatividade das regras à data da edição da Nova Lei do Gás, em 9 de abril de 2021. Só que esses gasodutos já foram pagos, por meio de amortização em tarifas, pelos consumidores. E há jurisprudência e doutrina sobre o assunto“, explica Lopomo.
Por fim, a Abegás sugeriu que a interpretação dada ao art. 7º, VI, da Lei nº 14.134/2021 (e ao art. 3º, inciso XXVI) fixe que “a competência da ANP somente poderá recair sobre os dutos situados a montante das estações de transferência de custódia, e, sempre, desde que não haja interferência no serviço público local de gás canalizado, titularizado pelos Estados e pelo Distrito Federal.”
Infomoney - SP 13/11/2025
Os contratos futuros de petróleo fecharam o pregão desta quarta-feira, 12, em queda de cerca de 4%, interrompendo uma sequência de três sessões consecutivas de alta. O movimento foi influenciado por preocupações com o aumento da oferta global, após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) projetar equilíbrio entre oferta e demanda em 2026 – uma revisão significativa em relação às estimativas anteriores de déficit.
O petróleo WTI para dezembro, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), fechou em queda de 4,37% (US$ 2,66), a US$ 58,38 o barril. Já o Brent para janeiro, negociado na Intercontinental Exchange de Londres (ICE), recuou 3,76% (US$ 2,45), a US$ 62,71 o barril.
O cartel manteve estáveis as previsões para a demanda de petróleo em 2025 e 2026, mas elevou as projeções para a produção de países fora da Opep+ este ano. Já o Departamento de Energia dos Estados Unidos (DoE) manteve a projeção para o preço médio do barril do Brent em 2025 em US$ 69, e elevou a estimativa para 2026 de US$ 52 para US$ 55.
“Devido a uma leve revisão para baixo da demanda de petróleo e ao aumento da oferta de países não pertencentes à Opep+ no terceiro trimestre, o secretariado da OPEP agora também prevê um excedente para o período. Dito isso, ele ainda é muito menor em comparação com as previsões da EIA e da AIE”, afirmou o analista do UBS, Giovanni Staunovo.
A Agência Internacional de Energia (AIE), por sua vez, afirmou que a demanda global por petróleo e gás pode continuar crescendo até 2050, considerando o cenário atual de políticas energéticas.
Apesar das pressões de oferta, analistas veem fatores que podem sustentar os preços no curto prazo. Segundo Tony Sycamore, analista da IG Market, a reabertura do governo dos EUA pode fortalecer a confiança do consumidor e impulsionar a atividade econômica, o que tende a aumentar a demanda por petróleo bruto.
TN Petróleo - RJ 13/11/2025
A Diretoria Executiva da PPSA está na expectativa de uma decisão da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, até a próxima segunda-feira, 17, em relação ao aumento da participação da União no Acordo de Individualização (AIP) de Tupi, passando de 0,551% para 0,833%. A alteração faz parte do Termo Aditivo nº 04 ao AIP de Tupi entre a área do contrato de concessão BM-S_11, a área do contrato de cessão onerosa (Bloco Sul de Tupi) e a área de Tupi Leste (área não contratada, de direito da União). O aditivo foi assinado entre a PPSA e os demais parceiros - Petrobras, Galp e Shell – e enviado à ANP em setembro.
Esse tema encontra-se em circuito deliberativo, o que significa que deverá ser analisado eletronicamente. De acordo com o painel da Superintendência de Governança e Estratégia da ANP, o prazo para conclusão da análise vai até o dia 17 de novembro. Caso não seja decidido, seguirá para pauta da próxima reunião de diretoria.
O campo de Tupi foi o primeiro campo do pré-sal de Santos a entrar em operação, em maio de 2009, através do FPSO Angra dos Reis. O Sistema de Produção Definitivo da Jazida Compartilhada de Tupi está instalado e é composto por sete FPSOs, sendo quatro afretados (Cidade de Angra dos Reis, Cidade de Saquarema, Cidade de Marica e Cidade de Paraty) e três FPSOs próprios - P-66, P-67 e P69.
A aprovação do Termo Aditivo ao AIP é relevante para o Leilão de Áreas Não Contratadas, que será realizado na B3, em São Paulo, no próximo dia 4 de dezembro. Na ocasião, serão alienados os direitos e obrigações da União decorrentes do Acordo de Individualização da Produção (AIP) da jazida compartilhada de Tupi (além das de Mero e Atapu).
As empresas interessadas em participar têm até esta sexta-feira, 14, para submeter o Volume I, com documentos de qualificação. De acordo com as regras do Edital, a sessão pública será dividida em três lotes – Mero, Tupi e Atapu. O processo prevê abertura e classificação das propostas, com possibilidade de lances a viva voz. A assinatura dos contratos com as vencedoras está prevista para até 4 de março de 2026.
Money Times - SP 13/11/2025
A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) informou nesta quarta-feira (12) que a demanda global por petróleo e gás pode continuar a crescer até 2050, revisando suas projeções anteriores que apontavam para uma transição rápida para fontes de energia mais limpas. Segundo a agência, o mundo provavelmente não conseguirá cumprir integralmente as metas climáticas estabelecidas.
Nos últimos anos, a IEA sofreu pressão dos Estados Unidos para priorizar políticas de energia limpa, enquanto o governo de Donald Trump incentivou as empresas americanas a expandirem a produção de petróleo e gás. Durante a gestão de Joe Biden, a agência havia previsto que a demanda global de petróleo atingiria seu ápice ainda nesta década e que novos investimentos em combustíveis fósseis seriam desnecessários caso o planeta quisesse cumprir as metas climáticas.
O preço do petróleo nesta manhã. Por volta de 9h30, o tipo brent (referência internacional) recuava 1,03%, cotado a US$ 64,50 o barril. Já o WTI (referência nos EUA) caia 1,05%, cotado a US$ 60,39.
Políticas atuais, não metas climáticas
No relatório anual World Energy Outlook, a IEA projeta que, seguindo as políticas vigentes, a demanda por petróleo deve alcançar 113 milhões de barris por dia até meados do século, um aumento de aproximadamente 13% em relação a 2024. A previsão de demanda global de energia é de crescimento de 90 exajoules até 2035, 15% acima dos níveis atuais.
O estudo considera apenas políticas já implementadas ou anunciadas, e não as metas climáticas futuras. O relatório deste ano deixou de lado o cenário baseado em promessas, alegando que poucos países apresentaram planos concretos para o período de 2031 a 2035, tornando inviável a análise.
No cenário de políticas declaradas da agência — que leva em conta iniciativas anunciadas, mas não necessariamente adotadas — a demanda de petróleo atingiria seu pico por volta de 2030. A IEA ressalta que seus cenários representam possíveis desdobramentos, e não previsões definitivas.
Expansão do GNL
O relatório aponta ainda um aumento nas decisões de investimento em novos projetos de gás natural liquefeito (GNL) em 2025. Até 2030, operações somando cerca de 300 bilhões de metros cúbicos de capacidade anual de exportação entrarão em funcionamento, ampliando a oferta em 50%.
Seguindo as políticas atuais, o mercado global de GNL passará de 560 bilhões de metros cúbicos em 2024 para 880 bilhões em 2035 e 1.020 bilhões em 2050, impulsionado principalmente pelo crescimento de data centers e do setor de inteligência artificial.
Infomoney - SP 13/11/2025
A petroleira PRIO (PRIO3) concluiu na terça-feira (11) a aquisição de 40% de participação e da operação dos campos de Peregrino e Pitangola, consolidando uma participação total de 80% no consórcio, enquanto a Equinor permanece com os 20% restantes até a conclusão da segunda etapa da transação, prevista para 2026. A companhia pagou US$ 1,55 bilhão pela participação após o ajuste pela geração de fluxo de caixa e juros acumulados. Às 10h25 (horário de Brasília), as ações subiam 0,35%, a R$ 40,44.
A XP Investimentos comenta que a aquisição é significativa para a PRIO, uma vez que acrescenta cerca de 40 mil barris de petróleo por dia (bpd) à produção, um aumento de quase 40% na produção atual da petrolífera, que agora atingirá cerca de 150 mil bpd.
Segundo estimativas, a produção adicional em Peregrino contribuirá com cerca de US$ 380 milhões em fluxo de caixa livre, cerca de 24% de rendimento sobre o preço de aquisição. Incluindo as despesas financeiras adicionais para financiar o acordo, o fechamento deve contribuir com cerca de 5 pontos percentuais adicionais para o rendimento do FCFE (Fluxo de Caixa do Acionista) da PRIO. A XP prevê o rendimento do FCFE da PRIO em 23% e 30% em 2026 e 2027, respectivamente.
Na avaliação do Goldman Sachs, o fechamento antecipado da primeira tranche da operação permitirá que a PRIO assuma o controle operacional do ativo antes do previsto, o que deve acelerar a implementação de sinergias, ganhos de eficiência e redução dos custos de extração nos próximos trimestres.
Segundo o modelo do Goldman Sachs, a operação deve elevar o fluxo de caixa livre sobre o valor da empresa (FCFy) em um dígito médio, podendo levar esse indicador a cerca de 30% em 2026. Esse fluxo adicional poderá ser usado para amortizar dívidas, o que reduziria o espaço para pagamento de dividendos ou novas aquisições. O banco manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 47,50.
A Genial Investimentos também avalia o evento como positivo para tese, pois eleva a produção/geração de caixa da empresa e com a aquisição de 80% do ativo, a empresa passa a ser o operador de fato do campo de Peregrino.
O time da corretora lembra que a empresa espera reduzir os custos operacionais do ativo em US$ 250 milhões por ano e, sendo o seu novo operador, tais sinergias devem começar a ser apropriadas o quanto antes.
A Genial também destaca a possibilidade de um eventual ressarcimento por parte da Equinor à PRIO devido a parada técnica que o ativo atravessou por seis semanas. De acordo com soft-guidance da empresa, após a consolidação de 100% de Peregrino e entrada operacional de Wahoo (1T26), a expectativa é que a empresa passe a gerar US$ 3 bilhões por ano, aproximadamente 40% do valor de mercado atual do ativo.
Segundo o JPMorgan, o movimento já era esperado como um dos principais catalisadores de curto prazo e está totalmente alinhado à estratégia de fusões e aquisições (M&A) da empresa, voltada para a compra e reestruturação de campos maduros. A partir de agora, o banco espera que o foco da PRIO se volte para a entrega operacional e o processo de desalavancagem, conforme sinalizado na teleconferência de resultados do 3T25.
Com produção consolidada já acima de 150 mil barris por dia e um caminho visível para alcançar 200 mil barris diários, apoiado pelo início da produção de Wahoo e pela segunda fase de Peregrino, o JPMorgan vê a transação de forma positiva e mantém recomendação de compra para a ação, com preço-alvo de R$ 55.
O Bradesco BBI, por sua vez, comenta que valor da transação ficou próximo às suas estimativas, com variação marginal frente ao cenário sem compensação. Embora o pagamento por eventuais compensações não tenha ocorrido no fechamento, o banco acredita que a PRIO seguirá negociando com a Equinor, podendo levar a discussão à esfera arbitral caso não haja acordo.
Analistas do BBI também destacam que a antecipação do fechamento é positiva, pois acelera a captura de eficiências e deve contribuir para redução do opex, atualmente em US$ 550 e 600 milhões, para cerca de US$ 250 e 270 milhões até o fim de 2026, com conclusão das obras de reparo das linhas de gás.
A Genial manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 69,00.
Exame - SP 13/11/2025
O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que com os leilões do próximo ano o Brasil terá mais de R$ 25 bilhões de investimentos contratados em rodovias ligados a agenda de sustentabilidade.
"Já temos contratados US$ 2,6 bilhões e no próximo ano vamos ultrapassar US$ 4 bilhões. Isso significa R$ 25 bilhões para ações de inovação no que concerne sustentabilidade. São projetos com zero emissão de carbono nos próximos 30 anos", disse em conversa com a EXAME durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).
Segundo Renan, o Ministério dos Transportes tem o maior pipeline de concessões do mundo em infraestrutura, com 2,5% dos recursos de todos os contratos já destinados à descarbonização, sustentabilidade e resiliência das obras.
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"Estamos com um pipeline de projeto que é o maior do mundo, que já tem sustentabilidade implementada nele e, mais ainda, já destina parte do modelo econômico — 2,5%, que não é pouca coisa — para o cumprimento pelas próprias concessionárias. É um avanço", disse.
O ministro reforçou que em um contexto de COP em que o objetivo é implementar, o modelo de concessões do governo federal é único e já consegue garantir o financiamento.
"Isso é muito importante, porque é novo. Ninguém faz. Você vê na COP o grande debate é: implementar primeiro, e o segundo é: financiar. Esse é o debate do mundo", afirmou.
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Corredores azuis e eletrificação da frota
Renan também valorizou a criação dos corredores azuis, iniciativa estimulada pela pasta para que caminhões pesados troquem diesel pelo GNL, que é o gás natural liquefeito, menos poluente.
O ministério planeja viabilizar entre 50 a 70 postos até 2027. O argumento é que o GNL permite um range — um alcance — do caminhão superior a mil quilômetros.
"Já tem um pronto, o primeiro em Parauapebas. Tem outro em construção no Maranhão. Vamos chegar a 50, para que a frota de caminhão pesado possa migrar para o gás natural liquefeito", afirmou.
Além dessa medida, o ministério também mudou a regulamentação de caminhões pesados que emitem menos carbono para estimular a troca de veículos antigos.
"Se o motorista tem um caminhão que emite menos carbono — elétrico, a gás — ele terá incentivo do poder público", disse.
Na terça-feira, 11, o ministério aderiu a uma coalizão de 42 países que busca eletrificar todos os veículos médios e pesados até 2040. O plano define que até 2040 todos os veículos médios e pesados vendidos no país, como ônibus e caminhões, precisarão ser totalmente livres de emissões. Em 2030, a meta é alcançar 30% das vendas.
Agrolink - RS 13/11/2025
Segundo análise do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, o agronegócio paulista manteve desempenho positivo no comércio exterior nos dez primeiros meses de 2025, registrando superávit de US$ 19,07 bilhões. O resultado decorre de exportações que somaram US$ 23,92 bilhões e importações de US$ 4,85 bilhões. Conforme o levantamento, a participação do setor nas exportações totais do estado entre janeiro e outubro foi de 40,8%, enquanto as importações representaram 6,6% do total.
Em 2024, o setor havia alcançado um recorde no valor do superávit, impulsionado por uma demanda internacional atípica por produtos do complexo sucroalcooleiro. Em 2025, esse grupo manteve liderança entre os principais segmentos exportadores, com participação de 30,8% do total e receita de US$ 7,37 bilhões. O açúcar respondeu por 92,7% do montante e o etanol por 7,3%. O setor de carnes ocupou a segunda posição, com 15,1% das vendas externas e receita de US$ 3,60 bilhões, seguido pelos produtos florestais, com 10,3% e US$ 2,47 bilhões. O grupo dos sucos respondeu por 10,1%, somando US$ 2,43 bilhões, e o complexo soja representou 9,2% das exportações, com US$ 2,21 bilhões. Segundo o IEA, esses cinco grupos concentraram 75,5% das vendas externas do agronegócio paulista. O café ficou em sexto lugar, com 6,3% de participação e receita de US$ 1,51 bilhão.
As variações de valores em relação ao mesmo período de 2024 indicaram aumento nas exportações de café, carnes e soja, com altas de 42,8%, 24,7% e 0,8%, respectivamente. Em contrapartida, o complexo sucroalcooleiro, os produtos florestais e os sucos registraram quedas de 31,3%, 6,9% e 0,8%. De acordo com o Instituto, essas variações refletem as oscilações nos preços e nos volumes exportados.
A China permaneceu como principal destino das exportações paulistas, com 24,3% de participação, adquirindo principalmente produtos do complexo soja, carnes, açúcar e florestais. A União Europeia representou 14,3% das exportações e os Estados Unidos, 12,2%. Desde o aumento tarifário de 50% iniciado em 6 de agosto pelo governo norte-americano, houve retração nas vendas para o país: 14,6% em agosto, 32,7% em setembro e 32,8% em outubro. “Essa queda foi parcialmente compensada por novos destinos de exportação, como China, México, Canadá, Argentina e União Europeia”, afirmou Nabil, representante do IEA.
No cenário nacional, São Paulo manteve posição de destaque e respondeu por 16,9% das exportações do agronegócio brasileiro, ocupando o segundo lugar no ranking, atrás apenas de Mato Grosso, que registrou 17,3%.
Agrolink - RS 13/11/2025
"A Massey Ferguson nasceu para cultivar, e esse compromisso ganha vida por meio de nosso estande inspirado em uma fazenda na Agritechnica 2025", afirma Jérôme Aubrion, diretor de marketing da Massey Ferguson, Europa e Oriente Médio. "Os agricultores estão no centro da nossa marca e, assim que entrarem no nosso estande, irão se sentir em casa. Quer administrem pequenas fazendas familiares ou operações em grande escala, eles descobrirão soluções inovadoras moldadas por suas contribuições e projetadas para apoiar seu sucesso agora e nos próximos anos”.
O inovador estande da MF, projetado como uma fazenda, exibe as máquinas em ambientes realistas que refletem seu papel no dia a dia no campo. Desde os potentes tratores e colheitadeiras expostos na Zona de Agricultura de Campo Aberto, passando pelos equipamentos de fenação e tratores médios na Área de Pecuária e Agricultura Mista, até a Seção de Agricultura Especializada, que destaca a série MF 4700 com enfardadora convencional e modelos compactos para vinhedos e ambientes de trabalho semelhantes. Em seguida, na área 'Além do Limite' os visitantes poderão ver como a MF ultrapassa fronteiras, com destaque para o icônico MF 8S Dyna E-Power, que participou do Morocco Desert Challenge.
Durante todo o evento, os visitantes serão recebidos em diversos pontos de boas-vindas MF, onde especialistas MF estarão disponíveis para fornecer informações personalizadas sobre toda a linha de produtos e serviços da marca (desde os vídeos instrutivos MF How To e o programa MF Always Running, até peças genuínas e pós-venda), reforçando os pilares de confiabilidade, facilidade de uso e acessibilidade
Últimas inovações
Ao lado do MF 9S.425 Dyna-VT – o trator mais potente já produzido pela Massey Ferguson –, o novo MF 8S.305 Xtra fará sua estreia pública internacional. A série MF 8S Xtra substitui os modelos anteriores da série MF 8S, com novos recursos para aumentar o conforto, a eficiência e o desempenho das fazendas profissionais atuais.
Outro destaque é a estreia mundial do MF 5S Dyna-VT. Reconhecido como o melhor trator da sua classe em termos de visibilidade (4 m) e manobrabilidade (4 m), a série MF 5S continua a afirmar-se como um um sucesso de vendas e o parceiro ideal para o trabalho com carregador. Com a nova opção de transmissão Dyna-VT, estabelece um novo padrão em versatilidade e precisão, reforçando o compromisso da Massey Ferguson de ouvir seus clientes enquanto desenvolve inovações centradas no agricultor.
Também fazendo sua estreia global na Agritechnica 2025, o MF 3 SP.115 introduz pela primeira vez a transmissão continuamente variável Dyna-VT na linha de tratores especiais da Massey Ferguson. Para esses modelos estreitos, que frequentemente trabalham em áreas confinadas e em terrenos desafiadores, a nova transmissão melhora a versatilidade e a usabilidade, além de permitir a seleção da velocidade ideal para maior precisão durante todos os tipos de aplicações.
Atendendo às necessidades das pequenas propriedades, usuários especializados e do setor de manutenção de terrenos, os novos tratores compactos da série MF 1M de tratores compactos também estarão em exposição.
Apresentando-se pela primeira vez na Agritechnica, estão os manipuladores telescópicos Massey Ferguson TH com nova transmissão Dyna-CT. Disponível como opção, o Dyna-CT foi projetado para aplicações intensivas, fornecendo potência de tração contínua e trazendo automação adicional para aumentar a eficiência de trabalho e reduzir a fadiga do operador.
Os carregadores frontais mais recentes da linha Massey Ferguson em exposição incluirão versões com controle eletrônico, para aumentar a precisão, a produtividade e a segurança do carregamento. Destacando a ampla variedade de especificações e opções disponíveis, a carregadeira MF FL.4121 instalada na MF 5M.125 no estande é personalizada com um sistema automático de lubrificação central. Instalado pela MF By You, garante uma lubrificação consistente dos pontos-chave para prolongar a vida útil e aumentar a confiabilidade, além de reduzir o tempo necessário para a manutenção de rotina.
Como fornecedor de linha completa, além de modelos selecionados da ampla gama de tratores e manipuladores telescópicos, o estande da Massey Ferguson também apresentará uma colheitadeira com um revestimento exclusivo voltado para os agricultores e produtos para colheita de grama, incluindo cortadores dianteiros e traseiros, um virador de feno, uma enfardadeira redonda com especificações premium e a enfardadeira quadrada convencional da empresa com um design em linha conveniente
MF ultrapassa os limites
Provavelmente será uma das atrações principais da feira deste ano; a Massey Ferguson está apresentando um trator muito especial na frente do estande, na área “Beyond the Limit” (Além do Limite). Tendo começado como um modelo de produção padrão, este MF 8S Dyna-E Power foi profundamente modificado por um agricultor com a ajuda do seu revendedor local, para competir no Desafio do Deserto de Marrocos de 3.000 km deste ano. Com potência aumentada para 390hp, velocidade máxima de 75km/h e proteção adicional para o operador, garantiu o 4º lugar na categoria de caminhões. Mantendo a maioria dos seus componentes originais, incluindo o motor e a transmissão, a confiabilidade e o sucesso em ambientes de corrida adversos demonstram porque os tratores Massey Ferguson gozam de tão grande reputação em termos de durabilidade e adaptabilidade em todas as aplicações.
Para clientes com requisitos personalizados não tão extremos quanto o Desafio do Deserto de Marrocos, o serviço MF By You foi recentemente adicionado. Isso permite que os tratores fabricados na fábrica de Beauvais sejam equipados com uma gama mais ampla de acessórios e opções especializadas aprovadas pela fábrica.
Tecnologias Agrícolas Inteligentes
Após a aquisição da AGCO e a joint venture com a PTx Trimble, iniciada no ano passado, a zona de tecnologias do estande apresenta os sistemas de orientação GPS e monitores da PTx Trimble, disponíveis como padrão ou como opções pós-venda. Nesta área, os especialistas da MF explicarão as aplicações e os benefícios de cada produto e serviço, e aconselharão as melhores soluções para todos os tamanhos e tipos de explorações agrícolas.
Como pioneira inovadora em soluções inteligentes que ajudam os agricultores de todo o mundo a alimentar uma população em crescimento, os visitantes do estande encontrarão exemplos da MF Technologies em todo o estande, nas cabines das máquinas expostas e nas plataformas de simuladores.
Desde o versátil MF 5M até ao MF 9S com até 425hp, e na ceifeira-debulhadora MF BETA 7370, os visitantes descobrirão ambientes de operação líderes na sua classe, terminais fáceis de utilizar e equipamentos e funções inteligentes.
Incorporadas em quatro pacotes de tecnologia disponíveis de fábrica, as máquinas MF oferecem todo o seu potencial graças a recursos práticos que tornam a tarefa do operador mais fácil do que nunca.
Continuidade da jornada do cliente
“A Massey Ferguson não se limita a soluções agrícolas: é uma comunidade viva, construída com base em relações significativas entre agricultores, revendedores e equipes da MF em todo o mundo. A Agritechnica 2025 oferece uma oportunidade única para celebrar essa conexão. O estande foi projetado para homenagear as pessoas por trás das máquinas, apresentando retratos autênticos de agricultores, revendedores e funcionários, histórias reais de proprietários e usuários da MF em todo o mundo e exemplos do valioso feedback que ajuda a moldar os produtos do futuro”, continua Sr. Aubrion.
“Certamente, a Agritechnica é apenas um capítulo na história mais ampla da MF: ela representa a oportunidade para nossos visitantes continuarem sua jornada com nossa marca, agendarem visitas ao novo centro de experiência do cliente em Beauvais, o Agrispace, e descobrirem onde acompanhar a MF eXperience Tour 2026. Isso reflete nossa dedicação em apoiar os agricultores e a comunidade agrícola, promovendo seu sucesso e cultivando relacionamentos duradouros onde quer que eles estejam”, conclui.