Clipping Diário

09 | Dezembro | 2024

SIDERURGIA

Revista Mineração - SP   29/10/2024

O Congresso Alacero Summit 2024 vai reunir a cadeia de valor da indústria do aço na América Latina nos dias 29 e 30 de outubro, no Hotel Hilton, em Buenos Aires, Argentina.

Executivos, profissionais e especialistas do setor vão debater temas como sustentabilidade, competitividade, visão estratégica de mercados e geopolítica.

Promovido pela Associação Latino-Americana do Aço (Alacero) e com patrocínio da ArcelorMittal, o evento terá participação de diferentes executivos da companhia durante a programação.

A cerimônia de abertura acontece na manhã desta terça-feira (29) e vai contar com discurso do vice-presidente da ArcelorMittal Brasil, CEO Aços Planos LATAM e presidente da Alacero, Jorge Oliveira.

No segundo dia de congresso, o presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO Aços Longos e Mineração LATAM, Jefferson De Paula, participa do painel “Agenda e perspectivas da indústria do aço regional”, junto com outros CEOs do setor para debater a agenda e perspectivas da indústria do aço regional.

Esta edição da Alacero será marcada pela estreia do Fórum de Descarbonização, que vai discutir desafios tecnológicos e ambientais para a indústria do futuro.

O gerente geral de sustentabilidade da ArcelorMittal Brasil, Guilherme Abreu, vai atuar no fórum como moderador do painel “Tecnologias que abrem caminho para a sustentabilidade”, que discutirá a implementação de novas tecnologias e ferramentas digitais que contribuem para a eficiência de processos, descarbonização e segurança na indústria.

Para conferir a programação completa, basta acessar o site do Alacero Summit 2024.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   29/10/2024

As projeções do mercado financeiro para a inflação brasileira, no boletim Focus, do Banco Central, subiram pela quarta semana seguida e superaram o teto da meta de inflação. Segundo os números divulgados nesta segunda-feira, 28, a previsão para o IPCA de 2024 passou de 4,5% para 4,55%.

Se essa estimativa se concretizar, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vai terminar a sua gestão escrevendo a terceira carta aberta para explicar o descumprimento da meta. Seu mandato vai até 31 de dezembro. A partir de 2025, Campos Neto será substituído na presidência da instituição pelo diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, indicado ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e já aprovado pelo Senado.

No Focus, a mediana para a inflação de 2025 oscilou de 3,99% para 4%, mais próxima do teto, de 4,5%, do que do centro da meta, de 3%. A partir do ano que vem, a meta será contínua, apurada com base no IPCA acumulado em 12 meses. Se o indicador ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o Banco Central terá descumprido o alvo.

As medianas para os horizontes mais longos permaneceram descoladas da meta, em 3,6% para 2026 e 3,5% para 2027.

Taxa de juros

A mediana do relatório Focus para a taxa Selic no fim de 2024 se manteve em 11,75% pela quarta semana consecutiva, consolidando a avaliação do mercado de que o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentará os juros em 0,5 ponto porcentual nas duas próximas decisões, de 6 de novembro e 11 de dezembro.

A estimativa intermediária para os juros no fim de 2025 permaneceu em 11,25%, após duas semanas de alta, ainda indicando que a visão do mercado é de que o BC terá pouco espaço para reduzir as taxas no ano que vem, em meio às pressões inflacionárias e à desancoragem das expectativas de IPCA.

A mediana para os juros no fim de 2026 ficou inalterada em 9,5%, como está há nove semanas. A projeção para o fim de 2027 seguiu em 9%, estável há 23 semanas.

PIB

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a expectativa para este ano aumentou pela terceira semana seguida, de 3,05% para 3,08% - aproximando-se estimativas do Banco Central e do Ministério da Fazenda, de 3,20%.

A estimativa intermediária para 2025 se manteve em 1,93%, estável há três semanas, apesar da expectativa de um ciclo maior de aumento de juros - que, tudo mais constante, deveria ter impacto na atividade. Um mês antes, a projeção era de 1,92%. Considerando apenas as 33 expectativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana passou de 1,93% para 1,90%.

Os economistas do mercado não alteraram as projeções de crescimento da economia em 2026 e 2027. Ambas permaneceram em 2%, como já estão há 64 e 66 semanas, respectivamente.

IstoÉ Dinheiro - SP   29/10/2024

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que os próximos indicadores de inflação que serão divulgados nos Estados Unidos serão importantes para inferir sobre o ritmo de corte nos juros do país. Ele participa de uma reunião com investidores organizada pelo Deutsche Bank, em Londres, e reiterou que o cenário do BC é de “soft landing” nos Estados Unidos.

Campos Neto disse que os próximos dois ou três números de inflação a serem divulgados nos Estados Unidos serão importantes e, se a inflação ficar acima de 2,5%, haverá uma sensação de que a desinflação parou. “Eu acho que vai haver uma sensação ou pelo menos um sentimento de que talvez essa inflação possa estagnar. E eu acho que isso é muito relevante. Nosso cenário principal ainda é um pouso suave nos Estados Unidos, mas acho que vemos claramente que isso mudou muito com muita volatilidade ultimamente, então precisamos ver mais dados”, disse.

Ele também ponderou sobre o cenário eleitoral dos Estados Unidos, que indica inflação mais alta.

O presidente da autoridade monetária também mencionou que há uma convergência da inflação subjacente na maior parte dos países, mas ponderou que em vários deles esse indicador está acima da meta.

Em relação à inflação de serviços, ele também disse que o índice está elevado em todos os lugares, do mundo desenvolvido ao emergente. “É difícil imaginar que a inflação atingirá a meta se os serviços não caírem um pouco”, avaliou.

Globo Online - RJ   29/10/2024

O presidente do Banco Central(BC), Roberto Campos Neto, voltou a defender um conjunto de medidas que sejam interpretadas como um choque fiscal positivo para que o Brasil tenha juros estruturalmente mais baixos.

Em reunião com investidores organizada pelo Deutsche Bank, em Londres, Campos Neto afirmou que é necessário apresentar um “choque fiscal positivo” ao mercado financeiro, que tem desconfiança em relação à trajetória fiscal.

— Acredito que, se tivermos um choque fiscal muito grande, provavelmente conseguiremos sair com taxas mais baixas. Como esse processo vai acontecer eu não sei, e seria muito difícil dar um passo a passo do que eu acho que vai acontecer, mas acho que precisa ser algo que produza uma mudança de expectativa grande o suficiente para reverter a previsão de inflação e que impactasse a nossa reação de forma positiva — disse o presidente do BC.

O “choque fiscal positivo” vem sendo defendido por Campos Neto nas últimas semanas. Segundo o presidente da autoridade monetária, a falta de confiança na política fiscal do governo dificulta o processo de convergência da inflação para a meta.

— Isso é muito importante para nós, no BC, para sermos capazes de diminuir os juros de forma sustentável. Porque, no fim, nossa missão é atingir a meta de inflação, e é muito difícil fazer isso quando existe uma percepção de que o fiscal está desancorado — afirmou, em um evento na semana passada em São Paulo.

Na visão de Campos Neto, o governo enfrenta uma desconfiança do mercado em relação à capacidade do arcabouço fiscal em atingir as suas metas propostas.

Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, voltaram a Brasília nesta semana e devem ter como foco discussões sobre corte de gastos. Na semana passada, os dois estavam em Washington, onde participaram de reuniões do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do G20.

Haddad vem defendendo um “fortalecimento” do arcabouço fiscal.

— A Fazenda trabalha com questões estruturais, o arcabouço fiscal é uma questão estrutural, o reforço do arcabouço fiscal é uma questão estrutural. É diferente de você fazer bloqueio e contingenciamento que são momentâneos para fazer com que a lei aprovada pelo nosso governo seja respeitada — disse em conversa com jornalistas em Washington na semana passada.

Exame - SP   29/10/2024

Divulgado na última sexta-feira, 25, o resultado da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) acendeu o alerta entre economistas em relação ao cumprimento da meta de inflação. No acumulado de 12 meses, o índice acelerou a 4,47%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“A inflação corrente é bem monitorada porque, dependendo do que faz essa inflação acelerar, provavelmente mexe com as expectativas à frente. Por isso que o resultado reforça que o Copom [Comitê de Política Monetária] precisa aumentar a Selic”, argumentou a estrategista de Inflação da Warren Investimentos, Andréa Angelo. “A gente vê muito aquela parte de tendências da inflação pelos núcleos e pela parte de serviços, que é demanda. São itens muito inerciais, aqueles itens que o movimento vai refletir lá na frente. Por exemplo, um movimento de cabeleireiro em alta pode ser pelo preço de energia mais cara. Vai repassando os preços e olhando a inflação passada. A inflação passada tende a perseverar preços maiores”, acrescentou.

Nesta segunda-feira, 28, Boletim Focus divulgado pelo Banco Central elevou a 4,55% a projeção para a inflação neste ano, o que levaria a um estouro da meta de 4,5%, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), colegiado formado pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

A próxima reunião do Copom está prevista para ocorrer nos dias 5 e 6 de novembro, e há expectativa para um aumento de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, como forma de conter a pressão inflacionária neste fim de ano.

Vale lembrar que entre os grupos de produtos e serviços pesquisados na elaboração do IPCA-15, oito tiveram alta de preços em outubro. Durante compromisso em Londres, ainda nesta segunda, Campos Neto voltou a afirmar que a inflação de serviços é algo que afeta todo o planeta atualmente

Bandeira vermelha

A alta na energia elétrica, por exemplo, reflete a vigência da bandeira vermelha patamar 2 em outubro, que encarece as contas de luz e acaba resultando no encarecimento de diversos produtos e serviços que entram no levantamento do IBGE. Para Haddad, a alta recente nos preços está diretamente relacionada a fatores como a seca e a desvalorização do real diante do dólar.

“Embora os núcleos [de inflação] tenham apontado uma variação superior à esperada, a inflação deve ficar dentro da meta. No meu ponto de vista, a alta tem mais a ver com a questão do câmbio e da seca do que propriamente com algum impulso maior nos preços reiterados”, disse Haddad durante passagem por Washington na última semana.

IstoÉ Dinheiro - SP   29/10/2024

Investidores de todo o mundo estão se voltando para o dólar e apostando no aumento da volatilidade antes de duas semanas cruciais, nas quais os Estados Unidos escolherão um presidente, o Japão enfrentará paralisia política, três grandes bancos centrais definirão as taxas de juros e o novo governo do Reino Unido apresentará seu orçamento.

A moeda norte-americana atingiu o maior valor em três meses na semana passada, em resposta à força da economia dos EUA e à possível vitória do ex-presidente republicano Donald Trump na eleição de 5 de novembro.

Enquanto isso, medidas derivadas de contratos financeiros chamados opções, que são usados para se proteger contra oscilações no mercado, mostram que os investidores estão prevendo um salto na volatilidade da moeda e dos títulos ao longo do próximo mês.

Ainda assim, as ações permanecem, em geral, calmas devido aos fortes dados e balanços dos EUA, embora o índice VIX de oscilações esperadas do mercado acionário esteja acima de sua média de 2024, sinalizando uma possível turbulência no futuro.

“Teremos duas semanas bastante incríveis e voláteis”, disse Ales Koutny, chefe de taxas internacionais da Vanguard, que afirmou ter vendido alguns ativos em favor de dinheiro.

“Vamos começar a ter um aumento da volatilidade, e isso só vai se acalmar na semana após a eleição (dos EUA).”
Trump

Trump está lado a lado com a vice-presidente democrata Kamala Harris nas pesquisas. No entanto, investidores estão seguindo as deixas dos mercados de apostas, onde as probabilidades mudaram a favor de Trump.

O dólar subiu mais de 3% até o momento em outubro, enquanto os rendimentos dos títulos avançavam na direção de máximas de três meses, em parte porque os mercados estão se preparando para tarifas potencialmente mais altas dos EUA sinalizadas por Trump, caso ele vença, o que poderia aumentar a inflação e forçar o Federal Reserve a manter os juros mais altos.

As preocupações ajudaram a levar um indicador da volatilidade esperada para o euro no próximo mês ao seu nível mais alto em 18 meses.

“Mudamos o portfólio para uma posição defensiva”, disse James Athey, gerente de portfólio de renda fixa da Marlborough, acrescentando que ele espera que o dólar suba ainda mais e reduziu sua exposição à dívida do governo dos EUA em favor dos títulos alemães.

Na semana passada, especuladores nos mercados de câmbio começaram a apostar em um aumento do dólar pela primeira vez desde o final de agosto, mostraram dados da Commodity Futures Trading Commission na sexta-feira.

Os mercados podem estar subestimando os riscos apresentados pela geopolítica e pelas eleições iminentes, alertou o Fundo Monetário Internacional nesta semana.
Força dos EUA

O maior impulsionador do dólar, no entanto, tem sido a força econômica incessante dos EUA. Dados de empregos, números de vendas no varejo e de pedidos de auxílio-desemprego mais fortes do que o esperado fizeram com que os investidores diminuíssem suas apostas de corte nos juros pelo Federal Reserve.

Os dados de empregos para outubro em 1º de novembro podem ser um ponto crítico – alimentando a decisão do Fed sobre a taxa de juros seis dias depois, para a qual os investidores agora esperam um corte de 25 pontos-base nos juros, tendo visto anteriormente uma forte chance de uma segunda redução de 50 pontos.

Os rendimentos dos títulos têm oscilado à medida que os investidores se esforçam para julgar o Fed, levando uma medida da volatilidade esperada no mercado de 27 trilhões de dólares a picos de 10 meses.

E o índice CBOE Skew, que mede a demanda por contratos financeiros chamados de opções que pagam quando as ações sofrem grandes quedas, está próximo dos níveis que normalmente sinalizam ansiedade. De modo geral, as ações permanecem relativamente calmas.

Os fortes lucros de empresas como a Tesla mantiveram o mercado acionário calmo, disse Oliver Blackbourn, gestor de múltiplos ativos da Janus Henderson, bem como os dados robustos dos EUA.

O gestor de renda fixa da Artemis Liam O’Donnell disse que comprou Treasuries de cinco anos nos últimos dois dias e que achava que os mercados estavam exagerando sobre quanto os juros dos EUA permaneceriam altas caso Trump vencesse.
Pesquisas e política

A política e o banco central do Japão também são importantes, depois que um aumento de juros e a alta do iene ajudaram a provocar o caos nos mercados de todo o mundo em agosto.

O iene caiu para o nível mais baixo em três meses, em torno de 153 por dólar, nesta segunda-feira, depois que o Partido Liberal Democrático do Japão perdeu sua maioria parlamentar nas eleições de domingo, colocando a composição do governo em mudança e fazendo com que os investidores apostassem que novos aumentos nas taxas de juros são agora menos prováveis.

A expectativa é de que o Banco do Japão mantenha os juros em 31 de outubro, e os operadores ficarão atentos a indicações que possam mudar o iene, que caiu quase 9% desde meados de setembro.

Enquanto isso, o governo trabalhista do Reino Unido apresenta seu primeiro orçamento na quarta-feira, depois de ter conquistado o poder em julho, antes da decisão sobre a taxa de juros do Banco da Inglaterra em 7 de novembro.

Os rendimentos dos títulos do governo britânico subiram acentuadamente na quinta-feira, depois que a ministra das Finanças, Rachel Reeves, disse que mudaria as regras fiscais para permitir que tome mais empréstimos para investir.

CNN Brasil - SP   29/10/2024

Empresas de todo o mundo estão começando a cortar preços e custos e a reduzir suas atividades na China, uma vez que a segunda maior economia do mundo continua a se deteriorar, apesar dos esforços de Pequim para reverter a situação.

Grandes nomes, incluindo Hermès, L’Oreal, Coca-Cola, United Airlines, Unilever e Mercedes disseram que os clientes chineses estão reduzindo os gastos à medida que a crise imobiliária na China se arrasta e o desemprego entre os jovens do país continua alto. Alguns já estão mudando suas estratégias para a China.

A fabricante francesa de grafite Mersen disse na semana passada que fechará uma fábrica de produtos de transmissão de energia na China porque não consegue competir com rivais locais.

Enquanto isso, empresas internacionais de alimentos, como Danone e Nestlé, aprofundaram cortes de preços ou estão buscando aumentar volumes de vendas por meio de plataformas online.

O presidente-executivo da Coca-Cola, James Quincey, disse na semana passada que o ambiente operacional na China continua desafiador. “A economia não está decolando”, disse o executivo a investidores.

O governo chinês prometeu mais ajuda ao setor privado, mas o escopo e o cronograma de novos estímulos são incertos e, até o momento, os investidores não estão convencidos de que seus esforços estimularão a economia de 18,6 trilhões de dólares.

Algumas empresas ainda estão investindo apesar da desaceleração.

A Hermès, fabricante da bolsa Birkin, está compensando o menor tráfego de clientes na China com preços médios maiores. Depois de abrir uma loja em Shenzhen na semana passada, a Hermès planeja uma segunda abertura em Shenyang em dezembro e uma grande loja em Pequim no próximo ano.

Mas para outras empresas, os negócios na China mudaram a longo prazo.

“Costumávamos fazer cerca de 10 voos diários para a China, e acho que esses dias acabaram”, disse o presidente-executivo da United Airlines, Scott Kirby.

A empresa agora tem até três voos diários de Los Angeles para Xangai, e não espera que isso mude em breve. “É um mundo completamente diferente”, acrescentou Kirby.
TRISTEZA DO 3º TRIMESTRE

A temporada de balanços do terceiro trimestre, agora em pleno andamento, tem visto uma série de executivos de empresas descreverem um ambiente chinês de negócios conturbado.

Ermenegildo Zegna, presidente-executivo do grupo de luxo italiano de mesmo nome, disse que espera que os tempos “desafiadores” na China continuem pelo menos até o início de 2025.

O setor de artigos de luxo sofreu o impacto da desaceleração, já que a incerteza econômica pesa sobre os compradores de classe média e torna até mesmo os ricos da China mais relutantes  em gastar.

A LVMH, cujas vendas chinesas ajudaram a torná-la a maior empresa da Europa em termos de valor de mercado até o ano passado, disse que a confiança do consumidor no país está no nível mais baixo de todos os tempos.

Com a proximidade do grande evento de compras do Dia dos Solteiros na China, em 11 de novembro, muitos vendedores locais esperam vendas estáveis ou, na melhor das hipóteses, um  crescimento morno, relatando que os consumidores ainda estão muito desanimados com os problemas econômicos do país.

A indústria pesada também passa por uma fase difícil que deve continuar. “Até o momento, gostaria de enfatizar que não há recuperação à vista”, disse o presidente-executivo da fabricante suíça de elevadores e escadas rolantes Schindler, Silvio Napoli em meados deste mês.

Depois de retornar de uma viagem à China no início deste mês, Napoli disse que não tinha visto nenhum sinal de que o mercado havia chegado ao fundo do poço. A China foi responsável por 15% da receita da Schindler no ano passado.

O executivo disse que não considera as medidas de estímulo tomadas pelo governo chinês como a “bazuca” de que a economia precisa, mas que pode haver mais visibilidade em fevereiro, quando a empresa divulgar seus resultados de 2024.
JOGO DE ESPERA

Ainda é cedo na atual temporada de divulgação de resultados trimestrais, mas as expectativas para as empresas com exposição à China já são baixas.

E há mais avaliações potencialmente pessimistas por vir, já que apenas um pequeno número das centenas de empresas de capital aberto dos Estados Unidos e Europa divulgaram seus dados até o momento.

“Ouvimos de muitas empresas que se trata muito mais de uma desaceleração cíclica do que de algo estrutural, portanto, estamos aguardando o retorno da confiança, aguardando que o estímulo realmente entre em ação”, disse Gillian Diesen, gerente de portfólio da Pictet Asset Management, em Genebra.

“O governo demonstrou claramente que entende que o país tem vários problemas graves”, disse Eric Clark, gerente de portfólio do Rational Dynamic Brands Fund. “Até agora, sua abordagem para tentar resolver os problemas parece semelhante a colocar alguns band-aids em feridas catastróficas.”

As empresas também enfrentam outros possíveis ventos contrários.

As montadoras de veículos e os fabricantes de produtos de linha branca europeus, como a Electrolux, estão enfrentando dificuldades para competir em seus mercados domésticos com rivais chineses que conseguem fabricar e vender produtos mais baratos.

Donald Trump também ameaçou impor tarifas de importação de 60% sobre os produtos chineses se vencer a eleição presidencial dos EUA em 5 de novembro, o que pode exercer uma enorme pressão sobre a base industrial da China.

Nesta semana, Bruxelas imporá tarifas de até 35,3% sobre os veículos elétricos fabricados na China, aumentando a disputa comercial com Pequim, que lançou suas próprias medidas de retaliação.

CNN Brasil - SP   29/10/2024

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o U.S. International Development Finance Corporation (DFC), banco de desenvolvimento dos Estados Unidos, assinaram um acordo de cooperação para ampliar investimentos no Brasil. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (28), em Washington.

Para a vice-presidente e conselheira geral do DFC, Sarah Fandell, o acordo foi firmado com a intenção de gerar boas parcerias com outras instituições financeiras de desenvolvimento para impulsionar o crescimento econômico sustentável e aumentar o apoio à iniciativa privada.

Os setores de saúde, inovação, infraestrutura crítica e conectividade, mineração, biocombustíveis, descarbonização e hidrogênio verde, agricultura regenerativa, baterias e semicondutores de eletromobilidade serão os beneficiados.

Fandell pontuou em nota divulgada pelo BNDES e pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil que, desde a abertura do primeiro escritório latino-americano em São Paulo, no início deste ano, a DFC trabalha em estreita colaboração com o par brasileiro para mobilizar investimentos.

O investimento estrangeiro direto está aumentando em resposta à demanda brasileira em diversos setores.

“Ao unir nossas expertises e recursos, podemos contribuir de maneira eficaz para enfrentar desafios em setores cruciais e promover o progresso econômico”, destacou o diretor de Planejamento e Relações Institucionais do BNDES, Nelson Barbosa.

Nos seus projetos, o banco de desenvolvimento dos EUA, procura promover parcerias com o setor privado com a intenção de “financiar soluções para os desafios mais críticos enfrentados pelo mundo em desenvolvimento atualmente”.

Além disso, também em nota, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil informou que o novo Acordo de Cooperação prevê aproveitar a crescente colaboração do BNDES e do DFC em projetos recentes que visam apoio à eletromobilidade e esforços de reflorestamento na Amazônia brasileira.

MINERAÇÃO

Valor - SP   29/10/2024

Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse na cerimônia do acordo de Mariana que troca no colegiado da empresa é “iminente”

Gustavo Pimenta, CEO da Vale, trocou dois importantes cargos do alto escalão e deverá fazer novas mudanças — Foto: Leo Pinheiro/Valor

A posse no começo do mês de Gustavo Pimenta como novo CEO da Vale e as primeiras mudanças feitas pelo executivo no alto escalão da mineradora parecem não ter aplacado a intenção do governo e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de intervir na empresa. A tentativa de interferência pode vir agora via conselho de administração, apurou o Valor.

Fontes próximas da companhia asseguram, porém, que nomes que não fizerem sentido e não passarem pela governança interna da Vale sequer serão avaliados. “A governança será seguida passo a passo”, disse um interlocutor.

Na sexta-feira (25), na cerimônia de assinatura do acordo de Mariana, no Palácio do Planalto, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse, em discurso, que as mudanças na diretoria da Vale e a “iminente” troca do conselho de administração oferecem a oportunidade de “avançar na mineração brasileira”.

É muito difícil negociar com uma corporation se a gente não sabe quem é o dono”

— Luiz Inácio Lula da Silva

No setor, houve quem considerasse que, ao falar em troca “iminente”, Silveira avançou sobre um tema que cabe à empresa e aos acionistas. Procurado, o ministro não retornou até o fechamento desta edição.

Apesar do discurso, uma mudança mais ampla no conselho da mineradora terá que esperar até abril do ano que vem, quando a Vale vai eleger os integrantes do colegiado para o período 2025-2027. O conselho da empresa tem 13 integrantes e a expectativa é que somente uma parte deles seja reconduzida. Alguns conselheiros podem, inclusive, desistir de ficar.

Nos bastidores, comenta-se que Paulo Hartung e Manuel Oliveira, conhecido como Ollie, comunicaram às instâncias de governança da companhia que não querem permanecer no conselho. Ambos discordaram dos rumos tomados pela empresa ao longo do processo sucessório para a escolha do novo CEO. Procurados, Hartung e Ollie não comentaram.

Em 14 de novembro, está prevista uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da Vale para eleger Heloisa Bedicks e Reinaldo Duarte Castanheira Filho como conselheiros para cumprir mandato tampão até abril de 2025. Os dois entraram nas vagas de dois conselheiros - José Luiz Duarte Penido e Vera Marie Inkster - que renunciaram este ano em meio ao conturbado processo sucessório da Vale, marcado por tentativas de intervenção do governo. Lula tentou fazer o ex-ministro Guido Mantega como CEO, mas a indicação não prosperou diante de reações negativas de acionistas e do mercado.

Desde 1º de outubro, quando assumiu a presidência da companhia, Pimenta fez as primeiras mudanças nas vice-presidências e outras trocas no alto escalão são esperadas. O executivo, que ocupava o cargo de principal executivo financeiro (CFO) da Vale, foi anunciado em 26 de agosto como novo CEO no lugar de Eduardo Bartolomeo.

Ontem, a colunista Malu Gaspar, de “O Globo”, informou que a mineradora está contratando um novo diretor para cuidar das relações institucionais da mineradora. O cargo será ocupado pelo jornalista Kennedy Alencar. Procurada, a Vale não se pronunciou sobre o tema.

Nas últimas semanas ganhou força versão segundo a qual a Vale poderia criar uma vice-presidência executiva para cuidar de relações institucionais. Mas o desenho dessa área ainda está em andamento. Não foi definido se vai mesmo ser criada a vice-presidência ou se a mudança vai se limitar a nomear diretores regionais para melhorar o diálogo com públicos de interesse, incluindo o governo. Fala-se em três diretorias: uma para Brasília, a ser ocupada por Alencar; outra para o Norte-Nordeste, onde estão as operações de Carajás (PA) e o corredor logístico até São Luís (MA), e uma terceira para o Sudeste, região que abarca as operações de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio.

Na cerimônia no Planalto, Lula indicou que segue discordando do caminho da Vale: “Já tive oportunidade de negociar com a Vale quando ela tinha dono, quando o dono era o governo. Depois tive o prazer de negociar com a Vale quando ela já era uma mescla de fundos, mas tinha presidente. E quero dizer que é muito difícil negociar com uma ‘corporation’ [empresa sem controle acionário definido] se a gente não sabe quem é o dono e tem muita gente dando palpite [...] muitas vezes o dinheiro que poderia ter evitado a desgraça que aconteceu é utilizado para pagar dividendos”, disse o presidente.

Por “desgraça”, Lula se referiu ao rompimento da barragem de Fundão, da Samarco, em 2015, que matou 19 pessoas e causou uma das maiores tragédias socioambientais do país. A Samarco, empresa em recuperação judicial, é controlada meio a meio por Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton. As empresas assinaram, na sexta-feira, acordo com União e Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, atingidos pelo desastre, pelo qual vão pagar R$ 170 bilhões.

Até o momento, o novo CEO da Vale mexeu na vice-presidência de soluções de ferrosos, cargo estratégico pela importância desse negócio para a companhia. Marcello Spinelli deixou o cargo e foi substituído por Rogério Nogueira, um executivo da Vale, como interino até 31 dezembro. Na sexta, a Vale também comunicou a aprovação, pelo colegiado, de Marcelo Bacci como vice-presidente executivo de finanças.

IstoÉ Dinheiro - SP   29/10/2024

A Vale e a chinesa Jinnan Iron & Steel Group anunciaram nesta segunda-feira, 28, uma parceria para implementar uma unidade de concentração de minério de ferro no Porto e Zona Livre de Sohar, em Omã. Com um investimento inicial superior a US$ 600 milhões, a unidade fornecerá minério de ferro de alta qualidade para a produção de pelotas e briquetes na região.

Em nota, a mineradora destaca que a planta de concentração de Sohar, programada para iniciar suas operações em meados de 2027, processará 18 milhões de toneladas de minério de ferro de baixa qualidade por ano, produzindo 12,6 milhões de toneladas de concentrado de alta qualidade.

A Vale investirá US$ 227 milhões para conectar a usina às suas instalações de aglomeração na região. A Jinnan investirá aproximadamente US$ 400 milhões para construir e operar a usina, da qual será a proprietária.

“A planta de concentração de Sohar representa um investimento fundamental para a Vale, pois aumentamos nossa capacidade de atender à crescente demanda global por minério de ferro de alta qualidade e reforçamos ainda mais nossa presença no Oriente Médio”, destaca na nota o presidente da Vale, Gustavo Pimenta.

Para o executivo, o projeto reúne a capacidade do Brasil de produzir minério de ferro de alta qualidade com a localização privilegiada e a infraestrutura de Omã para ampliar a integração entre os dois países, além de reforçar nossa parceria com a China por meio da Jinnan.

Já o CEO da Jinnan Iron and Steel Group, Zhang Tianfu, destaca que ao trabalhar com a Vale em Sohar, pretende redefinir a produção de aço no Oriente Médio, colocando a eficiência e a qualidade em primeiro plano.

A Vale informou ainda que pretende replicar esse modelo de investimento para os Mega Hubs. Nesses complexos industriais, espera-se que a Vale construa e opere plantas de concentração de minério de ferro e de produção de briquetes; espera-se que as partes locais promovam a construção da infraestrutura logística necessária; e que os investidores e/ou clientes construam e operem as plantas de redução direta e sejam os compradores do HBI.

A Vale lembra que já anunciou três Mega Hubs no Oriente Médio (Omã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos) e assinou acordos para desenvolver o mesmo modelo no Brasil e nos EUA.

Infomoney - SP   29/10/2024

Os contratos futuros de minério de ferro na bolsa de Dalian subiram nesta segunda-feira, atingindo o maior valor em mais de uma semana, com as expectativas renovadas de novos estímulos da China ofuscando as preocupações sobre a vacilante recuperação econômica e a demanda por aço do principal consumidor.

O contrato janeiro, o mais negociado na bolsa, encerrou as negociações diurnas em alta de 2,35%, a 783,5 iuanes (109,92 dólares) a tonelada métrica.

Mais cedo, o contrato havia subido 3,33%, para 793 iuanes, seu nível mais forte desde 17 de outubro.

O minério de ferro de referência na Bolsa de Cingapura tinha alta de 2,45%, a 103,75 dólares a tonelada, por volta das 8h45 (horário de Brasília).

Os mercados agora estão precificando as expectativas de estímulo fiscal da próxima reunião legislativa da China, disse Atilla Widnell, diretor administrativo da Navigate Commodities.

No entanto, o Ministério das Finanças da China “potencialmente estabeleceu erroneamente expectativas muito altas”, com os mercados interpretando incorretamente a reunião como gastos do governo chinês e apoio fiscal para projetos domésticos de construção e infraestrutura, acrescentou Widnell.

Valor - SP   29/10/2024

A Vale comunicou ao mercado na noite desta segunda-feira (28) a emissão de R$ 6 bilhões em debêntures destinadas exclusivamente a investidores profissionais.

A mineradora é assessorada na emissão pelos bancos Itaú BBA, XP Investimentos, UBS Brasil, UBS BB, Bradesco BBI, BTG Pactual e Santander.

AUTOMOTIVO

O Estado de S.Paulo - SP   29/10/2024

A Volkswagen informou aos representantes dos funcionários que pretende fechar pelo menos três fábricas na Alemanha, disse a chefe do conselho de trabalhadores da empresa, Daniela Cavallo, nesta segunda-feira, 28.

Cavallo informou, em uma reunião com os trabalhadores da Volkswagen na sede da empresa em Wolfsburg, que a administração também planeja cortes em outros locais e prometeu resistir aos planos, de acordo com a agência de notícias alemã dpa. Ela disse que “todas as fábricas alemãs da VW são afetadas por esses planos. Nenhuma está segura”.

A empresa ainda não comentou a informação.

A Volkswagen havia dito no início de setembro que os ventos contrários do setor automobilístico significavam que ela não poderia descartar o fechamento de fábricas em seu país de origem, abandonando uma promessa de proteção ao emprego em vigor desde 1994 - que teria impedido demissões até 2029. O CEO Oliver Blume citou a entrada de novos concorrentes nos mercados europeus, a deterioração da posição da Alemanha como local de fabricação e a necessidade de “agir de forma decisiva”.

Os fabricantes de automóveis europeus estão enfrentando uma concorrência cada vez maior dos carros elétricos chineses de baixo custo. A Volkswagen disse no mês passado que os resultados semestrais da empresa indicavam que ela não atingiria sua meta de 10 bilhões de euros em economia de custos até 2026.

A Volkswagen tem cerca de 120 mil funcionários na Alemanha, onde possui 10 fábricas - seis delas no Estado da Baixa Saxônia, no norte do país, incluindo Wolfsburg.

O sindicato IG Metall criticou duramente os planos de fechamento informados pela VW. “Esperamos que, em vez de fantasias de cortes, conceitos sustentáveis para o futuro sejam delineados pela Volkswagen e sua gerência na mesa de negociações”, disse o líder sindical regional Thorsten Gröger.

As negociações salariais entre a Volkswagen e o sindicato devem ser retomadas na quarta-feira, 30.

Investing - SP   29/10/2024

A GM (General Motors (NYSE:GM)) aguarda a regulamentação da reforma tributária no Congresso para anunciar a 2ª parte do ciclo de investimentos da montadora no Brasil para os próximos anos.

Em participação no 7º Fórum de Investimento do Brasil, o vice-presidente de Relações Governamentais, Comunicação e ESG da GM na América do Sul, Fabio Rua, disse que a companhia tem vontade de anunciar um novo aporte no país na comemoração de 100 anos da empresa no Brasil. A empresa completa seu centenário no país em 2025.

“Queremos anunciar uma 2ª parte de investimentos em 2025. Ano de centenário é ano de festa, queremos ter a oportunidade de anunciar essa 2ª parte no ano que vem”, disse Rua no painel do evento. Em sua participação, o vice-presidente não explorou exatamente o que condicionava esse 2º aporte, mas declarou ao Poder360 que depende da reforma tributária.

Rua disse que é essencial para a montadora que a reforma seja regulamentada até o final deste ano. O bônus para um anúncio robusto de investimentos no ano que vem é a retirada do setor automotivo do imposto seletivo.

Além da exclusão do setor da cobrança extra, Rua disse ao jornal digital que a correção de assimetrias causadas por incentivos regionais também deve ser contemplada no texto, ou ao menos, minimizadas.

“Precisamos da exclusão do setor automotivo do imposto seletivo e garantir que não hajam mais assimetrias que prejudicam nossa capacidade de investimentos“, disse Rua. “Existem tentativas no Congresso de ampliar incentivos regionais. Precisamos trabalhar para ter as condições necessárias e a previsibilidade para anunciar a 2ª fase desse ciclo“.

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Em janeiro, a GM anunciou que irá investir R$ 7 bilhões no Brasil até 2028. Os recursos serão empregados na modernização das fábricas da montadora no país, renovação do portfólio da companhia com foco em veículos sustentáveis e no treinamento de funcionários. O valor de quanto pode alcançar essa 2ª parte não foi informado.
O EVENTO

O 7º Fórum de Investimento do Brasil é realizado nesta 2ª feira (28.out.2024) em São Paulo, no World Trade Center. Autoridades participam, como o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, o líder do Governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) e o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron. Leia a lista completa de palestrantes.

A transmissão ao vivo no canal do Poder360 no YouTube é uma parceria do jornal digital com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).

Antes do início do evento, o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, disse que o Brasil tem reservas internacionais elevadas, o que torna o país seguro para investimentos. Afirmou que a inflação e o desemprego estão baixos.

“É um momento muito rico [ao Brasil], aumentando as suas reservas internacionais que agora estão chegando a US$ 370 bilhões. Isso é tudo fruto de muito trabalho do setor do empreendedorismo, do empresarial, da ApexBrasil, do governo federal, do presidente Lula”, disse.

Segundo o presidente da ApexBrasil, o Brasil é o 5º país alvo de investimento estrangeiro no mundo. Viana declarou que o fórum está sendo realizado em um bom momento para o país. Disse que o Brasil está aberto para investimentos em várias áreas, como energia renovável, transição energética e outras.

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“Na hora que o mundo está indo para um lado, com crescimento médio de 2,5%, no Brasil é 3%. Que bom que a gente está vivendo isso, porque a gente vai, com o passar do tempo, se transformar em melhoria de vida, que é o que interessa para o presidente Lula e para o nosso trabalho aqui na Apex”, declarou.

GM é compra ou venda?

Você se sente perdido com tanta informação sobre investimentos? Você não está sozinho. O mercado pode ser confuso, cheio de opiniões divergentes.

Determinar o preço-justo de GM fica mais fácil com a ajuda de um método comprovado e lucrativo. A IA e o aprendizado de máquina podem prever ações com potencial de alta, ao contrário das ferramentas financeiras tradicionais, que dependem de dados históricos. Este sistema compara o desempenho de uma ação com um índice de referência, como o S&P 500, avalia a confiança nessas previsões e estima o risco potencial de desvalorização.

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Infomoney - SP   29/10/2024

A Ford Motor registrou lucro acima das expectativas de Wall Street para o terceiro trimestre nesta segunda-feira, mas disse que espera atingir apenas o limite inferior de sua projeção anual para o lucro antes de juros e impostos.

A Ford disse que espera lucrar cerca de 10 bilhões de dólares este ano, em vez de sua faixa anterior de 10 bilhões a 12 bilhões de dólares.

A empresa reportou um lucro líquido de 900 milhões de dólares no terceiro trimestre, impactado por um encargo de 1 bilhão de dólares relacionado ao cancelamento da produção em agosto de um SUV elétrico de três fileiras. As ações da Ford caíam cerca de 3% no pós-mercado norte-americano.

Em termos ajustados, a Ford reportou um lucro trimestral de 0,49 dólar por ação, ante estimativa média dos analistas de 0,47 dólar, segundo dados compilados pela LSEG.

O presidente-executivo da Ford, Jim Farley, tem tomado decisões difíceis sobre a linha de veículos elétricos da empresa, em meio à intensificação da concorrência no último ano de Tesla e de montadoras chinesas. A Ford cancelou o tão aguardado utilitário esportivo elétrico de três fileiras, apelidado de “trem-bala pessoal”, afirmando que o veículo não poderia mais ser lucrativo dentro do prazo necessário.

Os executivos da empresa disseram que, para tornar seu negócio de veículos elétricos sustentável, os novos veículos precisam ser lucrativos dentro de 12 meses após seu lançamento.

CONSTRUÇÃO CIVIL

IstoÉ Dinheiro - SP   29/10/2024

Quem for comprar um imóvel novo vai se deparar com preços maiores ao longo dos próximos meses, avisou o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia. A situação reflete a escalada nos custos das obras, segundo ele.

“A situação vai gerar o repasse de custo maior para o preço dos imóveis. Quem for comprar a casa própria vai encontrar preços maiores. Não tem jeito, as empresas têm que preservar as margens (de lucro)”, disse Correia, em entrevista à imprensa após apresentação de dados do setor.

A economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, apontou uma tendência de alta nos custos de construção. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) já subiu 5,48% nos últimos 12 meses encerrados em setembro, enquanto a inflação oficial do País, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), avançou 4,42% no mesmo período. “Ou seja, o custo de construção está acima da inflação do país”, enfatizou Vasconcelos.

Por que o setor está mais caro

O setor de construção está com uma demanda aquecida por mão de obra, mas tem faltado trabalhadores qualificados, o que gera uma elevação nos salários. Com isso, a componente ‘mão de obra’ dentro do INCC subiu 7,7% nos últimos 12 meses, pressionando os custos setoriais.

Além disso, os custos dos materiais de construção voltaram a subir nos últimos meses, configurando uma tendência de alta, apontou Vasconcelos. Ao longo de 2023, os materiais vinham mostrando deflação, mas essa tendência se reverteu. Os itens passaram a subir rapidamente desde março, chegando a 3,89% nos últimos 12 meses. “O custo com material vem registrando aceleração e volta a preocupar o setor construtor”, disse a economista.

Atualmente, as maiores preocupações para o empresário da construção são, nesta ordem: carga tributária elevada; custo e/ou falta de mão de obra qualificada; e taxa de juros elevadas. A economista comentou que o ciclo de alta da Selic, iniciado recentemente, também passa a pressionar o custo do financiamento para o setor. “Esses fatores formaram uma ‘tempestade perfeita’ para o setor da construção”, enfatizou.
Dificuldade de fazer o repasse

O presidente da CBIC alertou que há incorporadoras com dificuldade de encaminhar o cliente para o financiamento bancário no momento de entrega das chaves do imóvel vendido na planta. A situação, segundo ele, decorre, da elevação dos juros no País e da falta de recursos para abastecer os financiamentos. “Tem muito empreendimento com dificuldade de fazer o repasse”, disse Correia.

Diante dessa situação, o presidente da CBIC reiterou o pleito para que ocorra a liberação dos depósitos compulsórios dos bancos e o seu direcionamento para o crédito imobiliário. Essa medida serviria para amenizar a situação de aperto até um momento mais favorável nos próximos, quando há expectativa de uma possível redução dos juros.

A proposta consiste na redução de 5% no compulsório bancário com o objetivo de direcionar o dinheiro para os financiamentos de imóveis. Essa sugestão foi encaminhada para a autoridade monetária no início de 2023 pelos representantes do setor da construção, entre eles Abrainc, CBIC, Secovi e Sinduscon. Ao longo do ano, os bancos aderiram, sob liderança da Abecip.

O Banco Central (BC), entretanto, não tem indicado apoio. “O BC entende que não é um remédio definitivo”, comentou Correia.

Por trás dessa movimentação está a preocupação com os juros altos do crédito imobiliário, que inibem lançamentos e vendas. Uma das razões para isso é o encarecimento das fontes de recursos que os bancos usam para conceder empréstimos.

Os últimos anos foram marcados por perda de recursos das cadernetas de poupança — fonte de recursos com menor custo para o crédito — e a necessidade de utilização de outras fontes de mercado pelos bancos, geralmente atreladas ao CDI.

Valor - SP   29/10/2024

Mercado de trabalho aquecido e o bom desempenho nos imóveis de padrão foram os principais motivadores da revisão, aliados ao “crescimento mais robusto da economia”

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) revisou para cima a sua projeção de crescimento para o setor neste ano, e pela segunda vez. A entidade agora projeta uma alta de 3,5% no Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil, ante previsão anterior de 3%. Até julho, a previsão era fechar o ano com 2,3% de aumento.

De acordo com a entidade, o mercado de trabalho aquecido e o bom desempenho das empresas que atuam com imóveis de padrão econômico foram os principais motivadores da revisão, aliados ao “crescimento mais robusto da economia” neste ano e esperado para o início de 2025.

“O saldo de novas vagas geradas continua positivo e os empresários mantêm expectativas otimistas para o nível de atividade nos próximos seis meses”, afirmou, em nota, o presidente da Cbic, Renato Correia.

O número de trabalhadores formais na construção civil cresceu 5,2% nos últimos 12 meses, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, para 2,91 milhões de pessoas. Há obstáculos ao cenário positivo, no entanto.

Um deles é a perspectiva de aumento de juros no país, que pode afetar investimentos, e a disponibilidade mais apertada de crédito imobiliário. Também pesam a falta de mão de obra qualificada e o custo da construção, que avança 5,72% no últimos 12 meses até outubro, ante 3,37% no período anterior, de acordo com o Índice Nacional do Custo da Construção (INCC), divulgado pela FGV.

Ieda Vasconcelos, economista da Cbic responsável pelas projeções, ressalta que a meta de 3,5% supera as previsões de crescimento do PIB do país, atualmente em 3,05% para o ano. “Os resultados do segundo trimestre foram mais positivos, o que acabou, então, influenciando a nova projeção”, disse.

Em 2023, o PIB da construção recuou 0,5%, após ter crescido 6,8% em 2022 e 12,6% em 2021.

FERROVIÁRIO

Monitor Digital - RJ   29/10/2024

O Governo Federal está realizando audiências públicas para definir o futuro do contrato de concessão da FCA, um dos ativos da VLI, que se encerra em 2026. Uma das possibilidades é a renovação da concessão por mais 30 anos, com algumas contrapartidas ou obrigações de investimento da parte da concessionária, conforme demanda da sociedade.

Segundo o Ministério dos Transportes, o “gerenciamento de desejos” dos governos e empresas nos estados por onde passa a ferrovia é a grande questão do processo de renovação antecipada dessa malha ferroviária, a maior do país, com 7,2 mil quilômetros.

Atualmente, a gestão da malha é feita pela concessionária, que define o que fazer e o que rejeitar, sem grandes restrições a esse respeito, pois a agência reguladora entende que não é necessária a “mão forte do Estado”, uma vez que o mercado seria capaz de resolver todos os problemas. Porém, isso não ocorre, já que quem atende às demandas do transporte regional de passageiros, assim como às necessidades de desenvolvimento regional, a partir da logística ferroviária de cargas e de passageiros, é o setor público, por meio de políticas públicas.

Além disso, as atuais concessões da malha ferroviária nacional operam de acordo com o interesse de seus clientes e muito pouco com o interesse dos consumidores e das regiões. O caso da soja produzida no Mato Grosso é um exemplo claro disso. Grandes volumes de carga são destinados a portos distantes da região produtora, como Porto Velho (RO), Miritituba (PA), Santos (SP) e Paranaguá (PR), utilizando caminhões, em vez de trens, que seriam mais adequados e sustentáveis para essa logística, conforme a boa prática mundial.

No caso da FCA, como consequência da “mão fraca do Estado”, foi possibilitado à concessionária o abandono de longos trechos ferroviários, por considerá-los antieconômicos para o seu negócio. A estimativa é que, da atual malha de 7,2 mil quilômetros da FCA, 30% sejam devolvidos à União.

A questão central é: como será a gestão dessa malha, para atender às necessidades dos usuários e das cidades ao longo dessa via, visando ao desenvolvimento social e econômico, local e regional? Como precificar e destinar essa estrutura para atender ao interesse público? A solução mais viável, para atender a todas as necessidades, pode ser simples e não exige reinventar a roda, pois ela já existe.

A Infra S/A é uma sociedade anônima de capital fechado, controlada pela União e vinculada ao Ministério dos Transportes. Por ter incorporado a Valec S/A, tem como principal objetivo fomentar a logística ferroviária do Brasil e possui as seguintes competências:
Administrar os programas de operação da infraestrutura ferroviária nas ferrovias a ela outorgadas; Coordenar, executar, controlar, revisar, fiscalizar e administrar obras de infraestrutura ferroviária que lhe forem outorgadas; Desenvolver estudos e projetos de obras de infraestrutura ferroviária; Construir, operar e explorar estradas de ferro, sistemas acessórios de armazenagem, transferência e manuseio de produtos e bens a serem transportados e ainda instalações e sistemas de interligação de estradas de ferro com outras modalidades de transportes; Promover o desenvolvimento dos sistemas de transporte de cargas sobre trilhos, objetivando seu aprimoramento e a absorção de novas tecnologias; Celebrar contratos e convênios com órgãos nacionais da administração direta ou indireta, com empresas privadas e com órgãos internacionais para prestação de serviços técnicos especializados; Exercer outras atividades inerentes às suas finalidades, conforme previsto em seu estatuto social.

Atualmente, a Infra S/A é gestora das seguintes ferrovias:
Ferrovia Norte–Sul (FNS) Ferrovia de Integração Oeste–Leste (FIOL) Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO)

Por outro lado, a FCA definiu os trechos que considera lucrativos o suficiente para investimentos nos próximos 30 anos, focando na logística de cargas, pois não deseja operar transporte de passageiros nem de cargas pouco lucrativas. Isso é justo do ponto de vista da concessionária. No entanto, a sociedade organizada, nos estados que podem ser atendidos por essa malha, reivindica outros serviços.

Nossa proposta

A nosso ver, a melhor solução para otimizar necessidades e custos é a seguinte:
Toda a malha ferroviária, atualmente sob operação da FCA, seria assumida pela Infra S/A, que passaria a ser a única gestora da malha; Os trechos desejados pela FCA para operar nos próximos 30 anos seriam subconcedidos a ela, que pagaria um montante necessário para revitalizar os trechos abandonados e em vias de devolução, garantindo um fluxo de caixa justo para todas as partes, especialmente para o poder público; Os demais trechos seriam objeto de planejamento e encaminhamento de soluções pela Infra S/A, via PPP patrocinada ou mesmo licitação direta; Os trechos para passageiros seriam delegados à Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que seria retirada do PND, para cumprir essa missão adicional; A Infra S/A implementaria um sistema em toda a malha hoje sob concessão da FCA, destinando um pequeno percentual das receitas das diversas cargas para garantir o subsídio do transporte de passageiros.

Globo Online - RJ   29/10/2024

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva espera encerrar este ano a negociação com a operadora ferroviária MRS Logística, para revisar os termos da renovação antecipada da concessão da chamada Malha Sudeste. O acordo inicial entre o Ministério dos Transportes e a companhia precisa ser aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), onde a discussão foi admitida na semana passada e pode demorar meses.

O secretário-executivo da pasta, George Santoro, está otimista de que é possível fechar o acordo ainda neste ano.

— Isso é importante porque esses acordos têm previsão de receita que a Fazenda colocou para este ano — disse Santoro ao GLOBO.

São 1.643 km de extensão, passando pelos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, com operação nos portos de Santos, Itaguaí, Sudeste, Guaíba e Rio de Janeiro. A expectativa é de um pagamento de R$ 2,6 bilhões, mas há um impasse sobre o prazo de pagamento.

O trecho representa 6% da infraestrutura ferroviária nacional e, por ele passam, quase um terço de toda carga transportada pelo modal no Brasil. Questionada, a MRS disse que não iria se manifestar.

O governo também tenta acordo com a Vale sobre a ferrovia de Carajás e a estrada de ferro Minas-Vitória. A expectativa é de que a negociação avance após a assinatura do acordo de Mariana, assinado na última sexta-feira. O ministro dos Transportes, Renan Filho, tem uma agenda com o novo presidente da companhia nesta semana.

O único acordo fechado até o momento é o da Rumo Malha Paulista, que prevê pagamento de R$ 600 milhões em quatro anos.

R$ 6,5 bi neste ano

A equipe econômica ainda conta para o Orçamento deste ano com a entrada de cerca de R$ 6,5 bilhões em outorgas relativas à repactuação de contratos de concessão antecipada de ferrovias. Para o ano que vem, a expectativa é de R$ 10 bilhões em receitas.

A origem do imbróglio remete ao governo anterior. Vale, MRS e Rumo conseguiram a renovação antecipada do contrato das ferrovias durante a gestão Jair Bolsonaro. A atual administração, contudo, considera que os valores pagos ficaram muito aquém do razoável, considerando que as empresas poderão explorar os ativos por mais de 30 anos.

Do outro lado, há argumentos de quebra de contrato e sobre os impactos no resultado das companhias.

O acordo inicial do governo com a MRS foi admitido pelo presidente do TCU, Bruno Dantas, mas ainda depende do aval do ministro Jorge Oliveira, que já relata um processo sobre a renovação antecipada da concessão — o que deve acontecer em breve, segundo fontes.

Só então a área de resolução da corte de contas vai começar a discussão dos termos do acordo, que tem prazo de até 90 dias, prorrogáveis por mais 30 dias.

Segundo despacho do TCU obtido pelo GLOBO, a negociação na corte contempla “possíveis controvérsias relacionadas ao adicional de vantajosidade a ser pago em razão da otimização, bem como ao pagamento antecipado do valor de futuro reequilíbrio econômico-financeiro oriundo da entrega da base de ativos”.

Malha Oeste

Após o sucesso da repactuação do contrato com a Rumo na Malha Paulista, o governo vai tentar, via TCU, resolver um impasse de duas décadas na Malha Oeste, que liga Mato Grosso do Sul e São Paulo. Nesse caso, não se trata de uma repactuação da renovação antecipada, mas de aprimorar um contrato que é hoje considerado problemático.

A empresa entrou com uma ação bilionária na Justiça por desequilíbrio do contrato, com uma decisão favorável na primeira instância, e, desde 2020, tenta devolver a concessão de forma amigável para a União.

O processo, contudo, está parado, diante da baixa atratividade do ativo no mercado. Nesse contexto, as partes discutiram o assunto em um grupo de trabalho liderado pelo Ministério dos Transportes e chegaram a um consenso que deve ser levado nas próximas semanas ao TCU.

— Se der certo, segue a otimização. Se der errado, vamos publicar o edital de relicitação — disse Santoro.

Segundo interlocutores próximos à negociação, não é interessante para a empresa manter toda a operação, mas a proposta é conectar parte da ferrovia à Malha Paulista, também operada pela Rumo, para possibilitar o escoamento da produção de celulose no Mato Grosso do Sul pelo porto de Santos. Do outro lado, o governo quer manter o trecho que chega até Campo Grande (MS).

Em caso de acordo,  o processo judicial seria extinto e recursos derivados de multas que o União poderiam ser revertidos em novos investimentos, dizem as fontes. A Rumo não comentou o assunto.

Rodovias

Do lado do ministro Renan Filho, o secretário George Santoro participou da comitiva do ministério à Europa nesta semana. Ao todo, foram 10 reuniões com instituições financeiras e operadoras de infraestrutura para apresentar a carteira de concessão de rodovias, que soma R$ 130 bilhões em ativos.

Dentre os participantes, estavam as empresas Acciona, Sacyr, Santander, Itaú, BTG Pactual, Banco do Brasil e Pátria Investimentos.

Santoro afirmou que o interesse dos investidores na carteira brasileira aumentou muito desde março, quando houve a primeira rodada de encontros na Europa, e sua expectativa é de que cresça a presença de estrangeiros nos próximos leilões do setor.

No mês passado, o grupo francês VINCI Highways SAS levou a disputa pela concessão da Rota dos Cristais, trecho da BR-040 entre Belo Horizonte (MG) e Cristalina (GO), e marcou o retorno dos operadores estrangeiros à liderança dos leilões de rodovias no país, o que não ocorria desde 2007.

Para o secretário, o aumento do apetite estrangeiro nos ativos brasileiros decorre do trabalho conduzido pela pasta, que vem se materializando em aumento de participantes em leilões e na revisão de contratos problemáticos. É o caso, por exemplo, da Ecorodovias, trecho da BR-101 no Espírito Santo, cuja concessão foi revisada, com aval do TCU, e deve ir a leilão no início do ano que vem.

— O Brasil tinha contratos desequilibrados que ninguém nunca deu solução. Anunciamos que daríamos solução, mas isso já tinha acontecido antes. Quando anuncia e realiza, muda a perspectiva — disse o secretário, acrescentando que a mesma coisa acontece com o cronograma de leilões.

O governo prevê levar a mercado 35 novos projetos de concessão rodoviária até o fim de 2026. Até o momento, cinco foram repassados à iniciativa privada e há seis previstos até dezembro, com aporte de R$ 74,2 bilhões. Outros seis estão marcados até julho de 2025.

NAVAL

Porto Gente - SP   29/10/2024

O Porto de Santos, principal complexo portuário do Brasil, registrou a movimentação de 137,4 milhões de toneladas de cargas no acumulado de janeiro a setembro de 2024. O volume representa um crescimento de 7,7% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram movimentadas 127,6 milhões de toneladas. Esse desempenho é a melhor marca histórica para o período.
Um dos destaques foi o aumento de 11,2% nos desembarques de cargas, que somaram 35,4 milhões de toneladas. Os embarques também registraram crescimento expressivo, com alta de 6,5%, totalizando 102,0 milhões de toneladas.

O presidente da APS, Anderson Pomini, afirma que "o desempenho alcançado é reflexo direto dos contínuos investimentos em modernização e ampliação de capacidade que permitem ao Porto de Santos operar com eficiência e atender à crescente demanda das trocas comerciais brasileiras". Pomini acrescenta que a infraestrutura oferecida pelo Porto de Santos, incluindo terminais de última geração e sistemas logísticos integrados, tem sido um pilar fundamental para garantir a competitividade dos produtos brasileiros no mercado global.

Considerando apenas o mês de setembro de 2024, o Porto de Santos movimentou 16 milhões de toneladas, uma leve retração de 1,5% em relação ao mesmo mês de 2023. Apesar disso, o desempenho acumulado ao longo do ano permaneceu robusto.

Os granéis sólidos, um dos principais segmentos de cargas movimentadas no Porto, atingiram no acumulado do ano 71,6 milhões de toneladas, um crescimento de 1,7% em relação ao ano anterior. Um dos destaques foi o açúcar, cujas exportações cresceram 33,0%.

Os granéis líquidos, que incluem combustíveis e outros produtos químicos, também alcançaram uma marca histórica no acumulado de janeiro a setembro de 2024, com 14,5 milhões de toneladas movimentadas, um crescimento de 2,0% em relação ao mesmo período de 2023. Os destaques foram os aumentos na movimentação de óleo diesel e gasóleo (+9,8%) e gasolina (+40,7%).

A movimentação de contêineres foi uma das modalidades de maior crescimento, conforme já antecipado pela APS. No acumulado do ano, o volume chegou a 44,4 milhões de toneladas, um salto de 21,6% frente ao mesmo período de 2023. A movimentação de contêineres, em unidades TEU, também atingiu recordes, chegando a 4,0 milhões de TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), um crescimento de 15,8%.

A movimentação de carga geral solta atingiu 6,9 milhões de toneladas, um crescimento de 6,6% em relação ao mesmo período de 2023. O destaque coube à celulose, com crescimento de 8,6%.

Corrente Comercial

O Porto de Santos também aumentou sua participação na corrente comercial brasileira, atingindo 28,7% em setembro de 2024, frente a 28,3% no mesmo mês do ano anterior. Cerca de 27,9% das transações comerciais internacionais do Brasil que passaram pelo porto tiveram a China como principal destino ou origem. O estado de São Paulo manteve a maior participação nas transações comerciais por meio do Porto, com 47,2%.

O número de atracações no ano também subiu. Foram 142 chegadas de navios a mais: 4.040 em 2023 e 4.182 em 2024 (até setembro).

PETROLÍFERO

Valor - SP   29/10/2024

Produção total da empresa, somando Brasil e exterior, foi de 2,689 milhões de barris de óleo equivalente por dia, queda de 6,5% frente ao terceiro trimestre do ano passado

A produção de petróleo, gás natural e líquido de gás natural (LGN) da Petrobras no Brasil, no terceiro trimestre, somou 2,654 milhões de barris de óleo equivalente por dia (BOE/dia), uma queda de 6,6% na comparação com igual período de 2023. As informações fazem parte do relatório de produção da companhia no terceiro trimestre, divulgado nesta segunda-feira (28).

A produção de petróleo e LGN ficou em 2,129 milhões de barris/dia entre julho e setembro, uma queda de 8,2% frente a igual período do ano passado, enquanto a produção de gás natural foi de 525 mil BOE/dia, estável na comparação com o terceiro trimestre do ano passado.

Segundo a empresa, a produção de óleo no pré-sal foi de 1,822 milhões de barris por dia, em linha com o segundo trimestre deste ano, devido, principalmente, à maior produção do FPSO Sepetiba, no campo de Mero, que atingiu o seu topo com três novos poços produtores, e à entrada em produção de dois novos poços na Bacia de Santos, um no FPSO Almirante Barroso (campo de Búzios), e um poço complementar no FPSO Maricá (campo de Tupi), compensados pelo maior volume de paradas.

A produção do pós-sal foi de 275 mil barris de óleo por dia, 10,1% inferior ao segundo trimestre deste ano, principalmente em função de intervenções para atendimento aos requisitos de segurança operacional, maior volume de perdas com paradas programadas para manutenção, além do declínio natural de produção.

A produção em terra e águas rasas foi de 32 mil barris por dia, 3 mil barris/dia abaixo do trimestre anterior, devido ao maior volume de perdas com paradas para manutenção. Já a produção no exterior foi de 35 mil barris por dia, referente aos campos da Bolívia, da Argentina e dos Estados Unidos, em linha com o segundo trimestre.

A produção total da empresa, somando Brasil e exterior, foi de 2,689 milhões de barris de óleo equivalente por dia, queda de 6,5% frente ao terceiro trimestre do ano passado.

IstoÉ Dinheiro - SP   29/10/2024

A produção de petróleo da Petrobras no Brasil caiu 8,2% entre julho e setembro ante igual período do ano passado, em meio a paradas para manutenção e declínio em campos maduros, informou a companhia nesta segunda-feira.

A Petrobras produziu média de 2,13 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) no país no terceiro trimestre, versus 2,32 milhões de bpd nos mesmos três meses de 2023, mostrou a empresa em seu relatório de produção e vendas.

O resultado trimestral ocorreu apesar da Petrobras ter alcançado no período o topo da produção na plataforma do tipo FPSO Sepetiba, no campo de Mero, e ter colocando em operação dois novos poços na Bacia de Santos, um no FPSO Almirante Barroso (campo de Búzios), e um poço complementar no FPSO Maricá (campo de Tupi).

Também entraram em operação cinco poços injetores, na Bacia de Santos, ressaltou a empresa. Entretanto, tais resultados no pré-sal foram compensados pelo maior volume de paradas, disse a petroleira sem detalhar.

Para este ano, a companhia prevê a entrada em operação de pelo menos duas plataformas, sendo que o navio do tipo FPSO Maria Quitéria já começou a produzir em outubro no campo de Jubarte, no pré-sal da Bacia de Campos, no Espírito Santo. A unidade estava anteriormente prevista para iniciar a produção em 2025.

“Concretizar a antecipação do 1º óleo do FPSO Maria Quitéria é o resultado do nosso esforço diário de buscar oportunidades de acelerar os projetos e superar desafios”, disse a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Renata Baruzzi, no relatório.

A Petrobras também informou que está em fase final de preparação para a entrada em operação da plataforma FPSO Marechal Duque de Caxias, que irá produzir no campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos.

Além disso, a petroleira poderá antecipar também para este ano a entrada em operação do navio-plataforma Almirante Tamandaré, no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, conforme informado anteriormente pela presidente da companhia, Magda Chambriard.

Na comparação com o segundo trimestre, houve uma queda de 1,3% na produção de petróleo da Petrobras no Brasil.

As exportações de petróleo da Petrobras somaram 598 mil bpd no terceiro trimestre, queda de 0,2% ante o mesmo período do ano passado e recuo de 8,1% na comparação com o segundo trimestre.
Produção e vendas totais

Considerando a produção total de óleo e gás no Brasil e no exterior, a Petrobras bombeou uma média diária de 2,69 milhões de barris de óleo equivalente (boed) entre julho e setembro, queda de 6,5% ante o mesmo período de 2023 e recuo de 0,4% ante o segundo trimestre deste ano.

A companhia reiterou que espera completar 2024 com produção dentro do intervalo projetado no Plano Estratégico 2024-28+, de 2,8 milhões de barris de óleo equivalente por dia de produção total, com uma variação de 4% para mais ou para menos.

Como operadora, a companhia produziu 3,87 milhões de barris de óleo equivalente no terceiro trimestre, queda de 2,8% ante igual período do ano passado e alta de 3,5% na comparação com o trimestre anterior, considerando o volume total produzido pelos campos operados pela empresa, incluindo parcelas que pertencem a eventuais parceiros nos ativos.

A Petrobras também informou que suas vendas totais de petróleo, gás e derivados caíram 3,2% no terceiro trimestre ante o mesmo período do ano passado, para 2,97 milhões de barris por dia, com vendas domésticas respondendo por 2,14 milhões de barris por dia.
Derivados

O fator de utilização total (FUT) do parque de refino da Petrobras atingiu 95% no terceiro trimestre, ante 96% no mesmo período de 2023 e 91% no trimestre anterior.

A produção de derivados do petróleo da Petrobras somou média de 1,82 milhão de bpd no terceiro trimestre, queda de 0,6% ante o mesmo período de 2023 e alta de 4,2% em relação ao segundo trimestre.

As importações de diesel no terceiro trimestre somaram 81 mil bpd, alta de 76,1% ante o mesmo período do ano passado e avanço de 118,9% na comparação com o segundo trimestre.

Infomoney - SP   29/10/2024

Com derrocada das cotações do petróleo, colocando o índice de referência da commodity a caminho de seu pior dia em mais de dois anos, depois que as instalações de energia iranianas não foram danificadas durante um ataque israelense no fim de semana, as ações da petroleiras figuram entre as maiores do Ibovespa.

Às 11h29 (horário de Brasília), ações da Petrobras (PETR3;PETR4) operavam com queda de, respectivamente, 0,97%, a R$ 35,80, e 1,04, a R$ 38,99. Já os papeís de PetroRecôncavo (RECV3), Brava Energia (BRAV3) e PRIO (PRIO3) recuavam 0,53%, 2,06% e 2,67%, nesta ordem.

Os futuros do Brent, referência global de petróleo bruto, caíram 5,18%, para US$ 72,11 por barril, às 11h25 (horário de Brasília), enquanto os futuros do West Texas Intermediate dos EUA caíram 5,45%, para US$ 67,87 por barril. O petróleo bruto dos EUA está a caminho de seu pior dia desde 12 de julho de 2022, quando os preços caíram 7,93%.

No sábado, Israel atacou instalações militares do Irã em três províncias em resposta ao lançamento de mísseis balísticos por Teerã contra Israel em 1º de outubro. O ataque evitou locais de infraestrutura de petróleo, nuclear e civil.

Os mercados permaneceram em alerta nas últimas semanas, antecipando uma possível retaliação israelense ao ataque iraniano direto sofrido no início de outubro. As tensões na região do Oriente Médio se agravaram consideravelmente desde o ataque do Hamas, apoiado pelo Irã, em outubro de 2023.

A principal preocupação dos mercados de petróleo é a possibilidade de um conflito direto entre as partes, com temores de ataques às instalações petrolíferas iranianas em alta nas últimas semanas. O Irã responde por cerca de 4% da oferta global de petróleo, segundo dados da Agência Internacional de Energia.

Globo Online - RJ   29/10/2024

Principal campo produtor de petróleo no pré-sal da Bacia de Santos, Tupi alcançou no terceiro trimestre desde ano a marca inédita de 3 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) já produzidos, ao longo de 15 anos desde a sua entrada em operação.

É a primeira vez que uma área de produção no Brasil atinge este marco, informou hoje a estatal, numa demonstração da alta produtividade dos campos de produção no pré-sal.

A produção do campo de Tupi é realizada por meio de sete plataforma do tipo FPSO. A área em águas profundas na costa brasileira é operada pela Petrobras (65%) com os sócios Shell (25%) e Petrogal (10%).

A produção começou em 2010, após os testes do ano anterior que comprovaram as evidências de reservatórios de petróleo. As reservas do pré-sal foram descobertas em 2006 e são exploradas por petroleiras em regime de partilha com a União.

O recorde acumulado de Tupi foi divulgado no início da noite de hoje pela Petrobras em seu Relatório de Produção e Vendas do terceiro trimestre deste ano. Entre julho e setembro, a produção total própria de petróleo e gás da estatal foi de 2,69 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), um pouco menor que a marca do trimestre imediatamente anterior: 2,70 milhões de boed. No terceiro trimestre de 2023, a performance foi melhor: 2,88 milhões de boed.

A Petrobras destacou a entrada em operação em outubro de um novo sistema de produção no campo de Jubarte, no pré-sal da Bacia de Campos, que poderá contribuir com o volume total da empresa no quarto trimestre. A plataforma FPSO Maria Quitéria começou a operar em 15 de outubro nessa área da costa.

A Petrobras espera ter outras plataformas iniciando operação em breve, como a FPSO Marechal Duque de Caxias para o campo de Mero, na Bacia de Santos, e a FPSO Almirante Tamandaré, que será o primeiro a operar no campo de Búzios, também na Bacia de Santos.

Produção e venda de combustíveis

De acordo com a Petrobras, no terceiro trimestre deste ano, a produção e as vendas de derivados no mercado interno cresceram 4,2% em relação ao trimestre anterior. As vendas de diesel subiram 6% devido principalmente ao efeito sazonal, com maior demanda de caminhões para o transporte da safra de grãos e aumento da atividade industrial.

Em setembro de 2024, a empresa registrou o melhor resultado mensal no ano para o fator de utilização total (FUT) de suas refinarias, atingindo 97% de uso da capacidade, "o que reflete o alto nível de eficiência operacional do nosso parque de refino e a forte integração com as áreas de logística e comercialização da empresa", informou a estatal, que, sob a liderança de Magda Chambriard, tenta aumentar a produção nacional de combustíveis.

Segundo a Petrobras, a produção de gasolina bateu recorde trimestral no período e houve três meses consecutivos de alta nas vendas de diesel com conteúdo renovável (Diesel R), que será testado pelos caminhões da Vale em acordo anunciado recentemente.

“Estamos desenvolvendo combustíveis cada vez mais verdes e honrando nosso compromisso de descarbonização das nossas atividades. A parceria com a Vale é mais uma concretização do objetivo da Petrobras de aperfeiçoar a capacidade produtiva e a estrutura logística da empresa, para entregar ao mercado produtos mais verdes, como o Diesel R, e reforçar nossa estratégia de descarbonização”, declarou Magda Chambriard, presidente da Petrobras, no relatório.

O Estado de S.Paulo - SP   29/10/2024

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Petrobras entregue em 15 dias dados detalhados sobre o pagamento de royalties de petróleo a Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Dino quer os valores pagos até outubro de 1998, mês a mês, identificados por poço, por campo e os respectivos reflexos financeiros.

A decisão foi proferida no âmbito de ação que discute os limites marítimos entre Santa Catarina e Paraná para fins de distribuição dos royalties pagos como indenização aos Estados e municípios pela exploração de poços de petróleo. O caso tramita na Corte desde 1991.

Na semana passada, as partes realizaram audiência de conciliação e chegaram a um acordo sobre os traçados apresentados pelo IBGE. Os Estados pediram mais informações à Petrobras para subsidiar os ajustes finais do diálogo, que envolve definir os valores que cada um dos entes federativos têm a pagar e a receber.

A ação começou a tramitar em 1987, quando Santa Catarina tentou mover um processo administrativo no IBGE para alterar os limites por entender que os critérios utilizados eram ilegais. Com a recusa do órgão, Santa Catarina ajuizou a ação no STF. Em junho de 2020 os ministros do STF, por sete votos a dois, foram favoráveis à Santa Catarina. O relator era o atual presidente da corte, Luís Roberto Barroso, que foi favorável à SC; sua posição foi seguida por Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Dias Toffoli, Luiz Fux, Carmen Lúcia e Ricardo Lewandowski. Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello divergiram, embora também reconhecessem o erro no traçado. Edson Fachin e Celso de Mello se julgaram impedidos de participar.

Barroso fundamentou a decisão para determinar que o IBGE refizesse o traçado das linhas projetantes dos limites territoriais dos Estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo sobre o mar, para fins de percepção dos recursos. Além disso, condenou os Estados do Paraná e de São Paulo a ressarcir Santa Catarina pelos royalties recebidos por cada um pela exploração ocorrida desde o ajuizamento da ação.

Valor - SP   29/10/2024

Analistas ouvidos pelo Valor afirmam que a queda se explica pelo efeito limitado do conflito para o fornecimento da commodity

Ainda que o ataque de Israel ao Irã, na madrugada de sábado (26), tenha gerado preocupação sobre a possibilidade de um conflito ampliado, os preços do petróleo mostraram que o risco é limitado por ora. O Brent fechou a sessão de segunda-feira (28) em queda de 6,09%, a US$ 71,42 por barril. Analistas ouvidos pelo Valor afirmam que a queda se explica pelo efeito limitado do ataque no fornecimento da commodity, uma vez que não houve problemas com o escoamento de petróleo pelo Irã.

“O balanço entre oferta e demanda é o mais importante para os preços do petróleo”, diz Felipe Perez, chefe da S&P na área de estratégia de combustíveis e refino para América Latina. “O prêmio de risco sobre questões geopolíticas sempre existiu, mas existe uma elasticidade. Como o ataque não afetou a oferta de petróleo do Irã, os preços recuaram.”

Para Perez, o agravamento do conflito a ponto de puxar para cima os preços do petróleo poderia ter impacto nas eleições dos Estados Unidos, marcadas para 5 de novembro. Segundo o analista, só será possível ter um panorama concreto sobre o futuro dos preços depois que houver uma conclusão das eleições americanas.

O Brent tocou a cotação máxima no ano aos US$ 91,17 em 5 de abril. Em 2024, a commodity acumula queda de 7,29%.

Thiago Vetter, analista da StoneX, diz que uma resposta de Israel era esperada desde o início de outubro: “O ataque de Israel era amplamente esperado desde o início do mês, quando o Irã realizou ataques de cerca de 180 mísseis. Considerando que Israel, no ataque realizado no sábado, optou por realizar ataques às estruturas militares iranianas, e não atingir a produção ou escoamento de petróleo, e nem mesmo as instalações de enriquecimento de Urânio do Irã, o mercado fez uma leitura de uma diminuição do risco de escalada do conflito.”

Para Vetter, as perspectivas de avanços em negociações de um cessar-fogo em Gaza, entre Israel e o Hamas, também contribuíram para a queda da cotação.

No Brasil, os dias de movimentos acentuados do petróleo costumam direcionar as atenções aos preços dos combustíveis da Petrobras. Na visão do analista da StoneX, a companhia não deve mudar preços a curto prazo: “Considerando a alta volatilidade do mercado e a incerteza dos desenvolvimentos do conflito no Oriente Médio, acredito que seja improvável que a empresa tome uma decisão de mudança de preços no curto prazo.”

Nos cálculos da StoneX, o preço do diesel da estatal fechou a segunda-feira (28) acima da paridade de importação em 7,4%, ou R$ 0,26. O preço da gasolina ficou 3,9% acima da paridade, ou R$ 0,12 mais caro.

A última vez que a Petrobras mudou o preço da gasolina foi em 9 de julho, quando aumentou em 7,04%. No diesel, a última mudança foi em 27 de dezembro de 2023, quando reduziu em 7,85%.

Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço do diesel da Petrobras fechou ontem (28) 1% acima da paridade de importação, ou R$ 0,03. Enquanto a gasolina ainda ficou abaixo da comparação internacional em 3%, ou - 0,08%.

Conforme os cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a gasolina da Petrobras está R$ 0,016 abaixo da paridade internacional, ou 0,52%. Enquanto o diesel está R$ 0,067 acima da paridade, ou 1,93%.

RODOVIÁRIO

Valor - SP   29/10/2024

Sorocabana atrai CCR, Ecorodovias, EPR e Pátria; Kinea e BTG disputam Rota do Zebu

Os dois leilões de concessões rodoviárias marcados para esta semana terão concorrência, porém, com perfis diferentes. Na quarta-feira (30), o leilão do governo paulista, do lote Rota Sorocabana, deverá ser disputado por operadores já consolidados: CCR, Ecorodovias e Pátria, além da EPR, entregaram proposta. Já na quinta (31), a licitação federal da Rota do Zebu (BR-262 em Minas Gerais) deverá ter competição entre dois atores financeiros novos no setor: um fundo de investimentos do BTG e a gestora Kinea, em parceria com as construtoras da Way Brasil.

A entrega das ofertas para o leilão da Rota do Zebu foi realizada ontem. O contrato prevê investimento de R$ 4,4 bilhões em obras, além de outros R$ 4,1 bilhões em custos operacionais ao longo dos 30 anos previstos para o contrato.

O projeto inclui o trecho da BR-262 entre Uberaba (MG) e Betim (MG). Trata-se de uma via que hoje faz parte da Concebra, concessão rodoviária da Triunfo. Em 2020, a empresa pediu para devolver a concessão ao governo federal, para que o ativo fosse entregue a um novo operador. O projeto, que abarca um corredor rodoviário do Distrito Federal até a divisa de Minas Gerais com São Paulo, foi dividido em três partes - a Rota do Zebu será o primeiro trecho a ser relicitado. Os demais poderão ter nova solução, já que a Concebra aderiu ao processo de repactuação contratual junto ao Ministério dos Transportes, ainda em análise.

Nesta terça (29), governo de SP faz leilão de PPP de escolas, com cinco interessados

No setor, já havia expectativa de que o leilão atraísse novos grupos, o que se confirmou. A Kinea e as empresas de construção da Way Brasil (TCL, Bandeirantes, Senpar e Torc) firmaram recentemente uma parceria para disputar concessões rodoviárias no Centro-Oeste e em Minas Gerais. Este será o primeiro leilão da nova plataforma. O BTG já chegou a competir por uma concessão federal, a Rota dos Cristais (BR-040 entre Belo Horizonte e Cristalina, no Goiás), mas não levou.

Já o leilão do governo de São Paulo, do lote Rota Sorocabana, será disputado por quatro grupos, incluindo os operadores tradicionais do setor, o que também já era esperado, dado que se trata de uma rodovia com tráfego conhecido e sem grandes complexidades, mas com alto volume de investimentos. O projeto prevê R$ 8,8 bilhões em obras.

O lote tem 460 km de estradas no Sudoeste do Estado e inclui trechos da atual concessão ViaOeste, da CCR, que opera o sistema Castello Branco-Raposo Tavares, e chegará ao fim. O governo paulista dividiu a operação em dois lotes, a Rota Sorocabana e a Nova Raposo, que deverão incorporar trechos operados pelo Estado. Por já estar presente no ativo, a expectativa é que a CCR faça oferta competitiva.

Procurado, o grupo confirmou “participação no certame, em linha com sua estratégia de investimento no segmento rodoviário”. Ecorodovias, EPR e Pátria não quiseram comentar.

Os dois leilões rodoviários desta semana - a Rota Sorocabana e a Rota do Zebu - fazem parte de uma maratona de licitações prevista para esta semana na B3.

Nesta terça (29), o governo de São Paulo abre a sequência com o leilão do Lote 1 da Parceria Público-Privada (PPP) de escolas. O contrato, de 25 anos, prevê cerca de R$ 1 bilhão de investimentos, para a construção de 17 escolas no interior do Estado.

Conforme noticiado pelo Valor na semana passada, cinco grupos participam da disputa pelo Lote 1: o Consórcio Novas Escolas Oeste SP, formado por Engeform e Kinea; o Consórcio Novas Escolas, liderado pelo fundo PCS II Infra, da Prisma; o Consórcio SP + Escolas, liderado pela Agrimat Engenharia; o Consórcio Jope ISB, da Jope Infraestrutura Social Brasil (sócia da concessionária Inova BH); e a CS Infra, do grupo Simpar.

Além do Lote 1, o governo planeja leiloar na próxima segunda-feira (4) o Lote 2 da PPP de escolas, que prevê mais R$ 1 bilhão de investimentos para a construção e operação de outras 16 escolas no Estado. A entrega de propostas deverá ser realizada já nesta terça-feira (29), logo após o leilão do primeiro lote. Entre as pessoas que acompanham o projeto, a expectativa é que os interessados se repitam na segunda disputa.

O governo de São Paulo também planeja fazer a concessão dos serviços de loteria do Estado nesta sexta-feira (1º). Dois grupos apresentaram oferta: o Consórcio Aposta Vencedora, liderado pela SAV Participações, e o Consórcio SP Loterias, comandado pela IGT Global Services, que já opera a loteria no Estado de Minas Gerais. Os grupos entregaram as propostas na segunda.

O contrato de 15 anos prevê investimentos de R$ 333 milhões. Na disputa, vence quem oferecer o maior valor de outorga inicial, cujo montante mínimo foi definido em R$ 260,7 milhões. Também está previsto o pagamento de outorgas variáveis ao longo da concessão, cuja soma foi estimada em R$ 3,4 bilhões.

A semana de leilões também prevê, na quarta-feira (30), a licitação de uma concessão de água e esgoto do Piauí, com previsão de R$ 8,6 bilhões de obras, além de outorga de ao menos R$ 1 bilhão.

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