Globo Online - RJ 04/02/2025
O Banco Central vai detalhar na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) desta terça-feira a decisão do encontro da semana passada de elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, de 12,25% para 13,25% ao ano. No documento, a expectativa é de que o colegiado liderado por Gabriel Galípolo dê algumas pistas sobre até onde pretende ir com o ciclo de alta de juros, para além da promessa de aumentar a taxa a 14,25% na próxima reunião, em março, chegando ao maior nível desde outubro de 2016.
A ata pode ainda dar mais explicações sobre os novos riscos de baixa para a inflação futura observados pelo BC: uma desaceleração mais forte da atividade doméstica e um impacto deflacionário para economias emergentes de “choques sobre o comércio internacional”.
No comunicado divulgado na última quarta-feira, o BC deixou totalmente em aberto sua disposição para continuar ou não o aperto da Selic no segundo trimestre deste ano, apenas disse que vai guiar suas decisões “pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”.
“Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião. Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”, disse o BC, acrescentando que vai avaliar a evolução da dinâmica inflacionária, das projeções de inflação, da situação da atividade econômica e do balanço de riscos.
Essa mensagem deve ser repetida na ata desta terça, mas as considerações sobre a atividade econômica do país, as projeções e expectativas de inflação e o ambiente internacional podem dar sinais sobre os planos do Copom à luz da situação atual.
Parte do mercado se frustrou com a ausência de uma sinalização do BC de que deve continuar o aperto monetário após o encontro de março. Isso porque a projeção de inflação oficial do BC para o terceiro trimestre de 2026 está em 4,0%, 1 ponto percentual acima da meta de 3,0%, mesmo considerando uma Selic de 15% no fim deste ano, retirada do Boletim Focus.
Ou seja, a projeção de inflação indica que 14,25% não é suficiente para alcançar a convergência inflacionária no prazo em que a autoridade monetária mira atualmente.
Segundo levantamento do economista-chefe da Quantitas Asset, Ivo Chermont, desde 2003, o BC nunca interrompeu o ciclo de alta de juros com a projeção de inflação para o horizonte relevante significativamente acima da meta.
— Hoje, o horizonte é 4%, não dá para sinalizar pausa (do aumento de juros). Pode ser que a gente se surpreenda, que a atividade desabe, que o câmbio volte para R$ 5,50. Mas, hoje, o modelo de inflação está 1 pp acima da meta. É muito precoce para colocar os riscos baixistas ou para deixar de sinalizar que a alta de juros vai continuar — afirmou o economista, que espera atualmente que a Selic alcance 16%.
— A ata pode ser importante para indicar até onde o BC pretende ir e a sensibilidade do BC sobre a atividade econômica — completou.
Para o economista-chefe do Banco BMG, Flávio Serrano, a ata pode dar pistas sobre a visão do Copom se levar a público possíveis discussões dos diretores do BC sobre a decisão de maio em diante.
— Se o BC discutiu uma indicação de novo aumento de 1pp para maio, sinalizaria uma chance grande de nova alta dessa magnitude ou de 0,75pp. Se debateram sinalizar um aumento menor, pode ficar entre 0,75pp ou 0,50pp. Se os diretores não discutiram nada disso, fica em aberto. Pode estreitar um pouco o leque de possibilidades a depender do que estiver escrito na ata.
Na avaliação de Serrano, foi boa a decisão de deixar o plano em aberto em meio às incertezas relativas à economia doméstica e global. Na próxima reunião, em março, o economista avalia que o BC terá mais informações para dar uma sinalização mais precisa para o encontro seguinte. Por ora, a sua projeção para a Selic é de 14,75%.
Já Chermont, da Quantitas, espera que o BC explique mais como enxerga a atividade econômica no Brasil devido à inclusão no balanço de riscos de um cenário de desaceleração mais forte, mesmo com sinais ainda preliminares de que a economia está perdendo força. Além disso, quer entender como se daria o impacto deflacionário para economias emergentes da política tarifária adotada pelos Estados Unidos sob a liderança de Donald Trump, já que normalmente esse tipo de movimento tende a elevar os preços.
O Copom não citou Trump diretamente, mas adicionou como um risco de baixa para a inflação brasileira “um cenário menos inflacionário para economias emergentes decorrente de choques sobre o comércio internacional e sobre as condições financeiras globais”. Em seus primeiros dias de governo, o republicano já deu provas de que o protecionismo comercial não era apenas uma ameaça ao anunciar taxas para os produtos importados de China, Canadá e México.
Para o economista-chefe da Terra Investimentos, João Maurício Rosal, o BC terá a “oportunidade” na ata de mudar um pouco o foco das discussões ao abrir espaço para explicar o risco externo decorrente dos desdobramentos das medidas de Trump.
— Tem que nos dizer os canais que afetam a inflação local — disse ele, que espera que a Selic alcance 15,50%.
Agência Brasil - DF 04/02/2025
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, passou de 5,5% para 5,51% este ano. A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (3), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos. Há quatro semanas a projeção era de que a inflação fechasse o ano em 4,99%.
Para 2026, a projeção da inflação também subiu de 4,22% para 4,28%. Para 2027 e 2028, as previsões são de 3,9% e 3,74%, respectivamente.
A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos no país), a projeção do mercado financeiro é de 2,06% este ano, a mesma da semana passada. Há quatro semanas, a previsão era de que o crescimento da economia fechasse o ano em 2,02%.
Para 2026, o boletim mostra uma projeção de crescimento do PIB de 1,72%. Já para 2027 e 2028, a projeção de expansão da economia é de 1,96% e de 2%, respectivamente.
Juros
Em relação à taxa básica de juros, a Selic, o Focus manteve a projeção da semana passada, de 15% para este ano, projeção que se mantém há quatro semanas.
Para 2026, a projeção do mercado financeiro é que a Selic fique em 12,5%. Para 2027, a projeção é de uma taxa de juros de 10,38% e de 10%, em 2028.
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a Selic, elevada para 13,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom), na semana passada.
Essa foi a quarta alta seguida da Selic, que está no maior nível desde setembro de 2023, quando também estava em 13,25% ao ano. O colegiado aumentou a Selic em 1 ponto percentual, com a justificativa de incertezas em torno da inflação e da economia global, da alta recente do dólar e dos gastos públicos.
A medida foi criticada pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, durante coletiva para apresentar o resultado da geração de empregos no Brasil, que fechou o ano de 2024 com saldo positivo de 1.693.673 empregos formais.
Os juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. Além disso, taxas maiores dificultam o crescimento econômico.
Câmbio
Em relação ao câmbio, a previsão de cotação é de R$ 6 para este ano, a mesma projeção para 2026. Para 2027, o câmbio também deve cair, segundo o Focus, para R$ 5,93, subindo novamente para R$ 6, em 2028.
Infomoney - SP 04/02/2025
O novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu na campanha e alguns dias depois da posse anunciou tarifas de importação, valendo a parte desta terça (4), de 25% para o México e o Canadá e de 10% para a China.
“Ele ficou sinalizando e os mercados pensaram que ele ia de forma mais devagar (com a questão de aplicação de tarifas de importação). Mas acabou fazendo de uma vez”, disse Caio Megale, economista-chefe da XP, que comandou o programa Morning Call da XP nesta segunda (3). Ele afirmou que o cenário econômico global mudou radicalmente neste final de semana.
Núcleo de inflação sobe
De acordo com o economista, a partir de contas preliminares feitas pela equipe da XP com correlações históricas, as tarifas anunciadas pelo governo americano podem representar efeito no núcleo de inflação nos Estados Unidos em 0,7 ponto percentual (pp).
“Se a inflação (nos EUA) estiver correndo entre 2% e 2,5%, ela vai para perto de 3,5%”, ressaltou. “A inflação dos Estados Unidos, que já não estava perto da meta, fica ainda mais distante da meta, com essa decisão de taxar os produtos importados”, explicou.
Caio Megale disse que o Federal Reserve (Fed; o banco central dos Estados Unidos), que já vinha sinalizando pouco espaço para cortes de juros, deve diminuir ainda mais essa condição.
“Embora na semana passado o presidente Jerome Powell (do Fed) tenha sinalizado que ainda pensava em corte de juros no futuro, com esse aumento de tarifa (de importação) bastante agressivo, a inflação deve ficar ainda mais alta, o que diminui mais a chance do Federal Reserve cortar a taxa”, comentou.
Aumento dos juros nos EUA?
Segundo Megalel, a XP já tinha tirado no cenário base novos cortes de juros nos EUA e essa decisão reforça a previsão.
“Ainda não é o caso de aumento de juros. A inflação corre mais alta, mas a economia está desacelerando e lá na frente a inflação pode voltar a cair, mas a gente acha que de fato o Fed não corta mais os juros”, disse.
Ele ainda falou do impacto no PIB americano com o aumento das tarifas anunciadas neste final de semana. “As estimativas apontam uma queda de 0,2% a 0,3% (do PIB) por ano nos Estados Unidos se as tarifas se perpetuarem”, afirmou. “Mas os impactos no México e Canadá são muito maiores”, completou.
As exportações do México representam cerca de 40% do PIB e aproximadamente 80% delas vão para os Estados Unidos. “Já os números do Canadá são bem parecidos (com o México). 35% do PIB e quase 80% disso vão para os Estados Unidos”, explicou.
Megale disse ainda que no Brasil, as exportações representam 15% do PIB e só 15% delas vão para os Estados Unidos.
Globo Online - RJ 04/02/2025
A China anunciou nesta terça-feira que imporá tarifas adicionais de 15% sobre a importação de carvão e gás natural liquefeito e de 10% sobre petróleo e maquinário agrícola provenientes dos Estados Unidos. As novas tarifas chinesas entrarão em vigor na próxima segunda-feira, informou o Ministério das Finanças.
A medida foi divulgada após Washington anunciar tarifas adicionais sobre as importações chinesas, o que, segundo o Ministério do Comércio de Pequim, "viola seriamente as regras da Organização Mundial do Comércio".
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciara no sábado tarifas adicionais de 25% sobre as importações do México e do Canadá, e de 10% sobre as da China. No entanto, as medidas contra México e Canadá foram adiadas por um mês após negociação. O magnata republicano afirmou que as medidas comerciais têm o objetivo de punir esses três países por não conterem o fluxo ilegal de migrantes e drogas para o território dos Estados Unidos.
Em resposta, Pequim apresentou uma reclamação formal à Organização Mundial do Comércio (OMC) "para defender seus legítimos direitos e interesses" diante da imposição de tarifas adicionais dos Estados Unidos sobre seus produtos.
"China apresentou uma reclamação contra as medidas tarifárias dos Estados Unidos sob o mecanismo de solução de disputas da OMC", indicou em comunicado o Ministério do Comércio de Pequim, que classificou as medidas de Washington como "de natureza maliciosa".
Google também na mira
Pequim também divulgou que investigará a gigante tecnológica americana Google, por supostas violações das leis antimonopólio.
"Diante das suspeitas de que o Google violou a lei antimonopólio da República Popular da China, a Administração Estatal de Regulação de Mercados iniciou uma investigação sobre a empresa, conforme previsto na lei", informou a agência em um comunicado.
A China também incluiu o grupo de moda norte-americano PVH (proprietário de marcas como Tommy Hilfiger e Calvin Klein) e a gigante da biotecnologia Illumina em uma lista de "entidades não confiáveis".
Essa decisão "protegerá a soberania nacional, os interesses de segurança e desenvolvimento, de acordo com as leis pertinentes", afirmou o Ministério do Comércio, em comunicado.
"As duas entidades violam os princípios normais de transação do mercado, interrompem as operações comerciais com empresas chinesas e adotam medidas discriminatórias contra elas", acrescentou.
As autoridades chinesas anunciaram, em setembro, uma investigação contra a PVH por "boicotar sem justificativa" o algodão da região de Xinjiang, onde Pequim tem sido acusada de violações de direitos contra a minoria muçulmana uigur.
Infomoney - SP 04/02/2025
A atividade industrial dos Estados Unidos cresceu pela primeira vez em mais de dois anos em janeiro, devido aos fortes números de pedidos, mas uma medida dos preços pagos pelas fábricas por matérias-primas aumentou, e mais altas são prováveis depois que o presidente Donald Trump impôs tarifas sobre produtos de Canadá e México no fim de semana.
O Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) informou nesta segunda-feira (3) que seu PMI de manufatura subiu para 50,9 no mês passado, a leitura mais alta desde setembro de 2022, de 49,2 em dezembro.
Esta foi a primeira vez desde outubro de 2022 que o PMI subiu acima da marca de 50, indicando crescimento no setor manufatureiro, que responde por 10,3% da economia. Economistas consultados pela Reuters previam que o PMI subiria para 49,8.
A recuperação, provavelmente impulsionada em parte pela esperança de cortes de impostos, poderá ter vida curta, já que se espera que as tarifas aumentem os custos das matérias-primas e distorçam as cadeias de suprimentos. No sábado, Trump impôs tarifas de 25% sobre produtos canadenses e mexicanos, que devem entrar em vigor na terça-feira.
A manufatura foi prejudicada pelo fato do Federal Reserve ter elevado a taxa de juros em 2022 e 2023 para controlar a inflação. O banco central dos EUA iniciou seu ciclo de afrouxamento monetário em setembro, reduzindo os juros em 100 pontos-base antes de fazer uma pausa em janeiro em meio à incerteza sobre o impacto econômico das políticas do governo.
O subíndice de novos pedidos da pesquisa ISM saltou de 52,1 em dezembro para 55,1 no mês passado. A produção nas fábricas também aumentou.
A medida de preços pagos pelos fabricantes atingiu uma máxima de oito meses de 54,9, de 52,5 em dezembro.
As importações cresceram, sugerindo que os fabricantes estavam antecipando o carregamento de materiais antes das tarifas.
O nível de emprego nas fábricas se expandiu pela primeira vez desde maio, com o índice de empregos no setor se recuperando para 50,3, em comparação com 45,4 em dezembro.
Infomoney - SP 04/02/2025
A atividade industrial do Brasil acelerou apenas ligeiramente em janeiro, iniciando o ano com demanda e produção pressionadas por preocupações sobre a política fiscal, as condições monetárias e a taxa de câmbio, mostrou uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (3).
O Índice de Gerentes de Compras (PMI), compilado pela S&P Global, subiu a 50,7 em janeiro, de 50,4 em dezembro, permanecendo acima da marca de 50 que separa crescimento de contração.
“Os dados de janeiro pintaram um cenário um pouco preocupante para a indústria, que iniciou 2025 em terreno instável”, avaliou Pollyanna de Lima, diretora associada de Economia S&P Global Market Intelligence.
O levantamento apontou que os produtores estavam mais otimistas em relação às perspectivas do que em dezembro. As empresas citaram como motivos oportunidades de exportação, investimentos, desenvolvimento de novos produtos e sinais de melhora em outras partes da economia — setores automotivo, agrícola e de construção.
Com isso, as empresas contrataram mão de obra temporária para sustentar a produção futura, e o emprego teve o maior aumento desde setembro, o que garantiu a melhora na leitura do PMI.
“Embora a alta na criação de empregos pareça uma luz no fim do túnel, percepções dos participantes da pesquisa revelaram uma realidade marcante: a maior parte das vagas foi temporária, conforme as empresas fazem um jogo de espera, sem ter certeza de que o crescimento econômico esperado irá realmente se materializar”, completou De Lima.
As novas encomendas cresceram no ritmo mais fraco em 13 meses, enquanto a produção ficou amplamente estagnada, interrompendo quatro meses de expansão e pesando sobre o índice.
Apenas as empresas que fabricam bens intermediários indicaram crescimento da produção, com quedas entre os produtores de bens de consumo e de bens de capital.
As novas encomendas de exportação, por sua vez, permaneceram em trajetória de queda, recuando pelo terceiro mês seguido em janeiro.
A pesquisa mostrou ainda uma intensificação das pressões de custos em janeiro, o que segundo os entrevistados se deu por conta da taxa de câmbio desfavorável principalmente ante o dólar, mas também o euro, com preços mais caros de materiais e frete.
Quase 15% dos produtores elevaram seus preços de venda em janeiro em resposta, mas 5% ofereceram descontos na tentativa de garantir novas encomendas, e a inflação dos preços cobrados caiu para uma mínima de oito meses.
Portos e Navios - SP 04/02/2025
A demanda pelo minério de ferro brasileiro aumentou 4,1% em 2024, principalmente devido ao crescimento das importações da China. De acordo com o corretor de navios Banchero Costa, o comércio global de minério de ferro marítimo cresceu 2,3% no ano, atingindo 1.669,2 milhões de toneladas. As exportações do Brasil subiram 5,0% no período, totalizando 380,4 milhões de toneladas, consolidando o país como o segundo maior exportador mundial, com 22,8% dos embarques globais, atrás da Austrália, que deteve 55,6% do mercado.
A China seguiu como principal destino do minério de ferro brasileiro, representando 71,6% das exportações do Brasil e registrando um crescimento de 7,0% no ano, chegando a 272,5 milhões de toneladas. Outros mercados também registraram crescimento significativo, como Omã (+30,0%), Egito (+52,5%) e Malásia (+6,1%). Por outro lado, houve quedas nos embarques para Japão (-6,8%), Bahrein (-7,5%), Filipinas (-2,8%) e Turquia (-17,5%).
Entre os principais portos de embarque no Brasil, Ponta da Madeira liderou com 168,0 milhões de toneladas movimentadas em 2024, seguida por Sepetiba/Itaguaí (74,7 milhões de t) e Tubarão (68,1 milhões de t). Cerca de 49% das exportações brasileiras foram carregadas em VLOCs (incluindo Valemaxes), 48% em tonelagem Capesize, 3% em Panamaxes e menos de 1% em Supramaxes.
Auto Informe - SP 04/02/2025
Em quatro anos, fabricante chinesa multiplicou por dez a produção e é avaliada em US$ 105 bilhões, mas grande investidor prevê problemas
A escalada meteórica da BYD no cenário global como maior fabricante de veículos elétricos e híbridos do mundo já é um caso de estudo que deverá figurar nos livros de gestão e marketing – a questão é saber se esta história terá uma continuação tão feliz quanto é o momento atual.
Em apenas quatro anos a BYD multiplicou por dez seu volume de produção e tornou-se a terceira companhia automotiva mais valiosa do planeta, avaliada em US$ 105 bilhões – valor de mercado inferior apenas ao da Toyota e da Tesla.
Contudo, justamente no que parece ser o melhor momento da companhia chinesa, um de seus maiores investidores está reduzindo significativamente sua exposição, colocando um ponto de interrogação na continuação do desempenho meteórico registrado até agora.
Warren Buffett, megainvestidor dono do fundo Berkshire Hathaway, que desde 2008 vinha comprando ações da BYD para sua carteira de investimentos, em 2022 começou a vender e reduziu a menos da metade sua participação na empresa, hoje de menos de 5%.
Cenário geopolítico inóspito
Poderia ser apenas a realização de lucros para aproveitar o pico de valorização das ações, mas há quem veja o movimento, discreto até agora, como um sinal de que as coisas podem piorar bastante para a BYD na batalha dos Estados Unidos contra a China pela supremacia no domínio de tecnologias sensíveis – um embate que tende a se aprofundar no governo imperial de Donald Trump.
Michael Dunne, consultor especializado no mercado global de veículos elétricos, aponta que a BYD é vista por muitos ideólogos do governo estadunidense como ponta-de-lança do Partido Comunista Chinês em seu projeto de domínio global da tecnologia de carros elétricos e baterias. Portanto a companhia chinesa deverá enfrentar barreiras e ataques consideráveis ao seu desempenho.
Já no governo de Joe Biden foi imposta tarifa de importação de 100% sobre carros elétricos chineses. Pior ainda do que isto foi a aprovação o banimento total do uso de softwares e equipamentos de conexão chineses em solo dos Estados Unidos, o que praticamente inviabiliza a entrada de qualquer veículo chinês no País com estes dispositivos embarcados.
Dunne lembra que Buffett já tomou decisão similar de reduzir exposição a riscos geopolíticos quando notou situação parecida: em 2023 o investidor vendeu todas as ações que seu fundo tinha da TSMC, a maior e mais lucrativa fabricante de semicondutores do mundo, localizada em Taiwan, a província rebelde da China. Quando foi perguntado por que se desfez de papéis aparentemente tão lucrativos, Buffett foi curto e grosso: “Eu não gosto da localização [da TSMC]”.
A decolagem
A aceleração da BYD no mundo automotivo parece obedecer à mesma cinética dos carros elétricos que fabrica, com torque imediato na primeira pisada no acelerador. Fundada em Shenzhen, na China, há exatos trinta anos como fabricante de baterias para celulares, somente em 2005 estreou no mundo dos automóveis e lançou seu primeiro carro, a combustão.
Note-se que o primeiro híbrido plug-in foi lançado em 2008 – justamente quando o fundo de Warren Buffett começou a comprar ações da BYD – e o primeiro elétrico em 2009. Somente em 2022 a empresa encerrou a produção de modelos
somente com motor a combustão.
Depois de quedas nas vendas por três anos consecutivos, de 2018 a 2020, a BYD decolou com aceleração impressionante: nos últimos quatro anos a produção foi multiplicada por dez, de 440 mil unidades em 2020 para 4,2 milhões em 2024 – mais do que Ford, Honda ou Nissan fabricaram no ano passado, para citar alguns concorrentes com muitas dezenas de anos a mais no mercado global.
No mesmo período em que catapultou sua produção a BYD também iniciou um ambicioso plano de internacionalização, que resultou em 400 mil carros exportados no ano passado – mais de 100 mil deles para o Brasil e 40 mil para o México. E a meta é dobrar as exportações para 800 mil este ano.
Ao mesmo tempo a BYD começa a espalhar fábricas pelo mundo para se tornar uma fabricante global à semelhança das maiores companhias deste setor. A fabricante está investindo em unidades industriais na Indonésia, México e Brasil. Em Camaçari, BA, afirma que está construindo sua maior fábrica fora da China, com planta no mesmo terreno que foi da Ford.
As forças de subida
Uma combinação de fatores explica a força de subida do foguete BYD, a começar por sua admirável verticalização: a fabricante produz dentro de casa 80% dos componentes utilizados em seus carros – e por isto tem custos 25% menores do que os concorrentes ocidentais.
Dentre estes componentes está o principal de qualquer carro plug-in, seja híbrido ou elétrico: as baterias Blade de lítio-ferro-fosfato, desenvolvidas pela própria BYD, mais eficientes e seguras – não pegam fogo quando rompidas e expostas ao ar. Até a concorrente Tesla comprou baterias Blade da BYD para equipar seu modelo Y produzido em Berlim, Alemanha.
A BYD também domina completamente o desenvolvimento de seus produtos, para isto tem uma equipe de 110 mil engenheiros e já registrou 29 mil patentes globais. Tem um time de mais de seiscentos designers treinados pelo ex-Audi Wolfgang Egger, que desenharam carros tão atraentes e modernos quanto seus concorrentes ocidentais.
À frente de outros fabricantes de modelos eletrificados a BYD tem um vasto portfólio de produtos elétricos e híbridos plug-in, para todos os gostos e bolsos, desde o Seagull por preço equivalente a US$ 9,7 mil na China – vendido no Brasil como Dolphin Mini por cerca de R$ 120 mil – e chega ao topo com Yangwang U9 que custa US$ 223 mil.
Assim a BYD é hoje a antítese dos fabricantes chineses em passado recente, que há apenas uma década produziam veículos medonhos, mal acabados e de baixa qualidade. Hoje a BYD pode concorrer em aparência, tecnologia e preço em qualquer mercado global. Justamente por isto pretende exportar 800 mil unidades este ano e já tem frota de quatro navios roll-on roll-off – incluindo o Shenzhen, o maior do mundo deste tipo – para acelerar a distribuição de seus produtos.
Forças de descida
Se são muitas as forças combinadas que fazem a BYD subir, também existem algumas que puxam o foguete para baixo, para além da briga geopolítica. Um dos vetores negativos é a incerteza quanto à qualidade dos produtos, ainda pouco submetidos à ação do tempo, devido à juventude da fabricante e de seus carros.
Mas já há alguns sinais não muito positivos: o tradicional Estudo de Qualidade Inicial da consultoria JD Power, realizado na China em 2024, coloca nas últimas posições do ranking o elétrico Seal, que registrou 223 problemas a cada cem veículos vendidos, e o híbrido Song Plus, que apresentou 248 problemas por cem – ambos os modelos são vendidos no Brasil. Não é surpresa, pois nenhum fabricante multiplica por dez sua produção em apenas quatro anos sem enfrentar gargalos e déficits de qualidade.
Mesmo que tenham qualidade percebida muito superior ao passado, os carros chineses enfrentam acirramento de barreiras às importações nos maiores mercados do mundo, com imposição de tarifa de 100% nos Estados Unidos e de 25% a 48% nos países da União Europeia – a BYD vendeu apenas 3 mil veículos na Alemanha em 2024.
Mercados emergentes até então mais amigáveis como Brasil e México também vão elevar o imposto de importação. A associação dos fabricantes no Brasil, a Anfavea, acusa a BYD e demais marcas chinesas de dumping, prática de concorrência desleal, e pede providências ao governo.
Para desviar dessas barreiras os chineses estão investindo em fábricas no Exterior,mas estas não serão tão produtivas, até porque as relações trabalhistas são diferentes – como ficou comprovado no episódio dos 163 operários chineses que trabalhavam em condições precárias para a construtora Jinjiang, que já construiu, sem ser incomodada, várias fábricas para a BYD na China, foi contratada para fazer o mesmo em Camaçari, mas aqui o mesmo modus operandi não funcionou e foi necessário atrasar as obras e contratar uma empresa brasileira.
Outro problema adiante é o custo da estratégia comercial agressiva do tipo arrasa-quarteirão da BYD, que segundo apurou o consultor Michael Dunne vem deixando descontentes os concessionários revendedores em países como Tailândia, Indonésia e Brasil. Segundo consta a fabricante está nomeando concessionárias em áreas próximas, o que faz cair os lucros por loja.
Também não ajuda no lucro a formação de estoques elevados de carros que depois são vendidos com grandes descontos: somente no mercado brasileiro a BYD emplacou 76,8 mil veículos em 2024 e alcançou o posto de décima marca mais vendida do País, mas terminou o ano com algo como 40 mil unidades estocadas, importadas antes do aumento do imposto, em julho.
“A lua-de-mel foi curta e já acabou, não há dinheiro.” Foi o que o consultor Michael Dunne ouviu de um concessionário de São Paulo, resumindo a insatisfação com a falta de lucro nas vendas de carros BYD.
Também existem problemas de endividamento maior do que parece, de acordo com uma recente reportagem da Bloomberg. A BYD estaria colocando no balanço como capital de giro parte de sua dívida atrasada com fornecedores.
Dunne reconhece, no entanto, que “todos estes problemas são administráveis” e que a BYD tem força para superar as dores de seu crescimento meteórico, mas não sem perda natural de velocidade.
Em resumo, a BYD até aqui teve desempenho extraordinário, mas não é invencível diante das dificuldades que terá de enfrentar daqui para frente – especialmente as geopolíticas já antecipadas pelos movimentos de Warren Buffett.
Petro Notícias - SP 04/02/2025
A Volkswagen Caminhões e Ônibus segue em sua estratégia de internacionalização em busca do crescimento em novos segmentos de atuação. Agora é a vez do Chile receber os veículos extrapesados da marca. Os clientes do país passarão a ter uma nova alternativa com os maiores Constellation: o modelo 25.460 para operações rodoviárias e o off-road 33.460. Cristián Morales (foto abaixo, à direita), gerente de marca da Porsche Chile, importadora oficial da VW Caminhões e Ônibus no país, disse que “A chegada dos modelos Constellation extrapesados ao país é uma ótima notícia, não só porque reforçam a nossa gama permitindo nos adaptarmos às diferentes necessidades dos nossos clientes e do seu trabalho, mas também porque estamos a expandir para uma categoria onde não tínhamos presença. Isso nos permite promover o crescimento da VW Caminhões e Ônibus no país, além de fortalecer nossa presença em negócios-chave, como longa distância, suporte de mineração e outras aplicações.”
Com esse lançamento, a VWCO desembarca em seu sexto mercado internacional desde que estreou com seu portfólio extrapesado. Completam a lista dos países habilitados a receber os modelos a Argentina, Costa Rica, Paraguai e o Uruguai, além do próprio Brasil. “Nossa estratégia é crescer a presença internacional a partir de três pilares que nos sustentam, desde a entrada em novos segmentos à chegada a outros países, passando também pelo aumento de participação onde já estamos. Todo esse esforço se casa à nossa filosofia de grande parceria nos mercados e atendimento sob medida“, explica Matheus Francesco (foto principal), supervisor de Vendas Internacionais da Volkswagen Caminhões e Ônibus.
O VW Constellation 25.460 é o modelo mais potente do portfólio estradeiro para mercados internacionais. Traz a motorização D26 em padrão Euro 5, de 13 litros, para entregar 460 cavalos, com transmissão automatizada V-Tronic, com 12 marchas, calibrada para aplicação rodoviária. Esse modelo com tração 6×2 tem capacidade máxima de tração de 70 toneladas e uma configuração sob medida para a robustez e economia que já são a marca da linha extrapesada da Volkswagen. Já o VW Constellation 33.460 é a escolha para quem busca um fora de estrada com capacidade de puxar até 125 toneladas. Também traz a eficiência do D26 e a cabine que faz história entre as favoritas no mercado, atendendo às demandas primariamente do segmento off-road e também às aplicações on highway, em uso misto. O modelo foi testado e aprovado em condições reais por mais de dois anos e traz a melhor solução para sua vocação versátil, ideal para operações com elevada carga em estradas de asfalto e terra.
Globo Online - RJ 04/02/2025
Quase 96% dos carros novos registrados na Noruega em janeiro eram elétricos, um número inigualável no mundo e próximo da meta do país de vender apenas veículos com emissão zero a partir deste ano. Um total de 9.343 carros novos foram vendidos em janeiro, dos quais 8.954 eram totalmente elétricos, informou a Federação Norueguesa de Estradas (OFV).
Dos 50 modelos mais vendidos, apenas dois não eram elétricos, com o primeiro sendo apenas o 33º mais vendido, disse a OFV. Em comparação, a participação de carros elétricos na Europa foi de apenas 13,6% no ano inteiro de 2024, um declínio pela primeira vez desde 2020, de acordo com a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA).
"Nunca vimos isso antes [...] Se o resto do ano continuar assim, em breve estaremos perto da meta de 2025", disse o diretor do OFV, Oyvind Solberg Thorsen, em um comunicado. "Mas se quisermos cruzar a linha de chegada com carros 100% elétricos, será necessário manter os incentivos que tornam lucrativo escolher um carro elétrico em vez de outros modelos", acrescentou.
Veículo será lançado no Brasil a um valor de cerca de R$ 55 mil
Apesar de ser um grande produtor de petróleo e gás, a Noruega pretende que todos os carros novos vendidos sejam "emissão zero" a partir de 2025, o que é 10 anos antes da meta definida pela União Europeia, da qual a Noruega não é membro.
Ao contrário dos planos de Bruxelas, Oslo não proibiu a venda de carros com motores de combustão interna, tendo optado por um sistema de generosas isenções fiscais que os tornaram competitivos em relação aos carros de combustão interna altamente tributados. Eles também se beneficiaram de isenções de pedágio, gratuidade em estacionamentos públicos e uso de faixas de tráfego de transporte público.
Carregadores em vários lugares
Embora algumas isenções fiscais e incentivos tenham sido revogados ao longo dos anos, os carros elétricos se tornaram comuns nas estradas norueguesas.
"Foi uma decisão motivada principalmente por considerações climáticas e ambientais", disse à AFP Frode Hvattum, um pai de três filhos de 50 anos que possui dois veículos elétricos. "Outros motivos foram, claro, os benefícios que eles trazem", disse ele, descrevendo-se como um "entusiasta do clima".
Modelo já está disponível para pré-venda e será vendido por cerca de US$ 300 mil (R$ 1,4 milhão)
Em seu bairro de luxo de Baerum, no subúrbio de Oslo, as ruas estão cheias de Teslas, Audis e Volkswagens. Marcas chinesas com preços competitivos também estão aparecendo cada vez mais. Muitas casas têm uma garagem com um carregador de veículos elétricos, além da vasta rede nacional de estações de carregamento super-rápido da Noruega que mantém o país funcionando.
Essa era uma condição prévia para Frode Hvattum, que, como muitos noruegueses, viaja frequentemente de carro para seu chalé nas montanhas, a várias horas de Oslo.
"É menos complicado agora que a rede está tão bem desenvolvida. Você não precisa planejar sua viagem tanto quanto antes", disse ele, acrescentando que usa os intervalos de recarga de 15 a 20 minutos necessários para ir até as montanhas para comprar comida.
Missão cumprida
Mesmo que as vendas de veículos elétricos não atinjam a marca de 100% neste ano, especialistas dizem que a Noruega pode ser vista como tendo atingido sua meta.
"Devemos terminar o ano entre 95% e 100%, e provavelmente até no limite superior dessa faixa", disse Christina Bu, chefe da Associação Norueguesa de Veículos Elétricos, à AFP.
Fabricante chinês de dispositivos eletrônicos tem ambição de se tornar campeão mundial do setor
Um novo aumento de impostos sobre carros de combustão interna e híbridos recarregáveis — que são mais limpos, mas ainda funcionam parcialmente com gasolina ou diesel — em 1º de abril deve ajudar. Em janeiro, os carros a diesel representavam apenas 1,5% dos carros novos registrados na Noruega, e os carros a gasolina, apenas 0,4%, de acordo com o OFV.
"Os líderes políticos não podem dormir sobre os louros", alertou Bu. "Eles têm que manter as vantagens, como os descontos de pedágio, para que a transição para os veículos elétricos se espalhe no mercado de usados", enfatizou.
Valor - SP 04/02/2025
Segundo a FGV, o Índice Nacional de Custo da Construção registrou alta acumulada de 6,85% em 12 meses encerrados em janeiro
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), indicador calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) que mede a inflação do setor, avançou 0,71% em janeiro, uma aceleração ante o 0,51% de dezembro de 2024. No acumulado dos últimos 12 meses, a variação é de 6,85%, mais do que o dobro dos 3,23% captados em janeiro do ano passado.
O indicador tem apresentado oscilação positiva e coloca construtoras e incorporadoras em estado de alerta. A memória dos 17% ao ano atingidos em meio à pandemia ainda é recente.
André Czitrom, CEO da incorporadora Magik JC, que constrói principalmente habitação econômica no centro de São Paulo, lembra que a companhia criou uma “sala de guerra” específica para discutir INCC naqueles meses. Por enquanto, a medida não precisou ser adotada, e o estado é de “quase alerta”.
Empresas do segmento econômico, como aquelas que constroem no Minha Casa, Minha Vida (MCMV), têm menos espaço para acomodar variações de custo de obra, porque há um teto para o preço da unidade (de R$ 350 mil) e seus clientes não têm capacidade de pagamento para encarar grandes reajustes.
“Não temos condição de absorver um aumento muito grande dos insumos, no momento”, afirma Pedro Donadon, CEO da incorporadora ADN, que também faz habitação popular, mas no interior paulista. “Se as indústrias [de insumos] forem por esse caminho, não vai ser o melhor para elas, porque terão diminuição da demanda”, diz.
Por enquanto, o aumento tem sido mais forte nos custos relacionados à mão de obra. O INCC é dividido entre mão de obra e materiais, equipamentos e serviços. O primeiro grupo teve alta de 1,13% em janeiro, ante 0,53% em dezembro.
Em relatório publicado nesta semana, os analistas de “real estate” do Santander explicam que esse aumento está relacionado a acordos coletivos das categorias da construção, e Belo Horizonte foi a cidade, dentre as analisadas pelo INCC, com o maior avanço no custo.
O grupo de materiais, equipamentos e serviços variou 0,42% em janeiro, uma desaceleração ante os 0,49% de dezembro.
A Magik JC trabalha com a previsão de que o indicador geral vai ficar perto de 8% no acumulado do ano, conta Czitrom. Para eles, isso já é ruim para os clientes e para o próprio negócio. “Um patamar saudável seria de 4% a 5,5%”, afirma. A empresa não prevê, porém, uma “estilingada” do indicador, uma alta abrupta como a vista na pandemia.
O aumento do custo de construção também é um alerta para as incorporadoras e construtoras de médio padrão. O cliente dessas empresas também não consegue suportar grandes aumentos de preço nas unidades, ainda mais porque o financiamento imobiliário está mais caro — os bancos estão elevando a taxa desse crédito.
Conseguir ser racional nos projetos e escolher os mais rentáveis será fator decisivo para não perder margem, diante do INCC em alta.
Para os analistas do Santander, a visão a respeito da capacidade dessas empresas de ao menos manterem suas margens brutas atuais ainda é “construtiva”. Algumas companhias, afirmam, têm espaço para subir preços dentro do MCMV, e o programa tem conseguido manter o poder de compra dos clientes.
Além disso, quem se planejou pode ter uma gordura para queimar, fruto do INCC abaixo do projetado em 2023. Naquele ano, o acumulado foi de 3,3%, comparável a uma previsão de 4,5% a 6,5%, já contabilizada nos orçamentos das empresas.
A Tribuna - SP 04/02/2025
O projeto do Trem Intercidades (TIC) Eixo Sul, que vai ligar Santos e São Paulo, está prestes a ter os estudos contratados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Anunciado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em 2024, a obra deve receber trens vindos de Santos em três estações da capital. Entenda as atualizações do projeto que pretende ligar a capital ao litoral paulista.
Andamento
Atualmente, o projeto está em fase de estudos de viabilidade, que definirão o trajeto, as interligações com o sistema de trilhos da Região Metropolitana de São Paulo, pontos de parada ao longo do percurso e o local das estações.
Com custo estimado em R$ 15 bilhões, a previsão é que a obra seja executada em parceria com a iniciativa privada.
Incluído pelo governador no Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP) em maio de 2024, o projeto permitirá a contratação de estudos para avaliar as linhas no litoral paulista.
De acordo com a Secretaria Estadual de Parcerias e Investimentos, o projeto do trem intercidades ainda precisa passar por etapas de estudo, audiência pública, edital, leilão e contratos, antes de ser implementado, mas possíveis estações já estão sendo ventiladas.
Trajeto
O trajeto deve durar 90 minutos e o percurso poderá ter entre 80 e 130 quilômetros de extensão.
Estações
As possíveis estações de chegada à capital incluem três rotas. A primeira seria chamada de Estação Brás e utilizaria a Via ABC e Paranapiacaba, uma faixa de domínio da cremalheira. No entanto, atualmente, esse percurso é disputado por trens de carga, o que dificulta sua viabilização.
Outra rota é a Estação Pinheiros, a Via Linha 9 e Parelheiros. Essa rota deve seguir o percurso que os trens realizavam até 1970. A última, chamada de Estação Santos-Imigrantes, utilizaria a faixa de domínio da Rodovia dos Imigrantes até a região da interligação, conectando-se à Ferrovia Santos-Cajati. Esta última opção permitiria que os trens chegassem a Santos.
Governo do Estado
O governador Tarcísio de Freitas tem demonstrado interesse pessoal no desenvolvimento de projetos ferroviários no estado, incluindo o TIC Eixo Sul. Embora o projeto ainda esteja em fase inicial, com estudos em andamento, a administração estadual está empenhada em avançar com as etapas necessárias para sua implementação.
Exame - SP 04/02/2025
O secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, afirmou ao podcast EXAME INFRA que o trem de alta velocidade ligando as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro está "muito bem endereçado para o caminho correto".
"Ainda não saiu o EVTEA [Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental], mas o governo tem um 'cheiro' muito bom de que ele seja viável. O traçado está diferente do projeto original que o governo federal fez, corrigiu vários problemas, inclusive de limitações de licenciamento ambiental, e mitiga riscos", disse Santoro.
O plano de execução e operação do trem-bala vem sendo desenhado pela empresa TAV Brasil, criada em 2021 com o propósito de atuar com trens de alta velocidade.
Em 2023, a companhia conseguiu uma autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para construir e explorar o projeto pelo período de 99 anos.
O cronograma aprovado estabelece que o trem deverá estar em operação em um prazo de 10 anos. Para isso, a TAV ainda precisa realizar estudos sobre a viabilidade técnica, econômica e social e, posteriormente, obter as licenças prévias.
A ideia de ligar as duas principais cidades do país por um trem-bala foi proposta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda em seu segundo mandato, em 2010. À época, o objetivo era deixar a obra pronta para as Olimpíadas do Rio de Janeiro, que aconteceram em 2016.
O projeto, no entanto, não saiu do papel, especialmente por dificuldades em tornar a iniciativa rentável. O custo inicialmente estimado é de R$ 50 bilhões.
Receitas do setor imobiliário e o trem-bala
De acordo com Santoro, a TAV Brasil tem avançado nas etapas necessárias para a implementação e caminha para finalizar o EVTEA e dar início ao processo de licenciamento ambiental. "Cabe ao Ministério dos Transportes, à Infra S.A. e a todo o nosso ecossistema apoiar as iniciativas de autorização. Estamos acompanhando e incentivando esse processo", afirmou o secretário.
Um dos pontos disruptivos para viabilizar o projeto, segundo ele, é a possibilidade de incluir receitas do setor imobiliário. Desde 2021, a lei de autorização ferroviária permite que o projeto, além de captar tarifas de uso, possa desapropriar áreas ao longo do traçado para a instalação de shoppings, condomínios, postos de gasolina e terminais logísticos.
Essa estratégia de "real estate", avalia o secretário, confere ao projeto uma capacidade ampliada de levantar recursos, proporcionando maior poder de barganha para a iniciativa.
Diálogo com Paes e Nunes
O secretário ressaltou ainda a importância do diálogo com as prefeituras para a definição dos pontos de parada e a implantação das estações.
Ele citou a parceria já estabelecida com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), e destacou que novas reuniões serão agendadas — inclusive com a participação do ministro dos Transportes, Renan Filho — para articular a visão de onde as estações devem ser implantadas.
"Com o prefeito [de São Paulo] Ricardo Nunes [MDB], a gente fez uma uma prévia, mas nós vamos marcar uma reunião para ele falar a visão dele de onde gostaria de ter essa estação, porque tudo isso envolve na mudança da cidade", disse Santoro.
Além das duas cidades, o trem-bala, que tem como objetivo o transporte de passageiros, percorrerá outras 27 cidades ao longo dos seus 380 quilômetros de extensão.
O projeto do TAV Brasil prevê a construção de quatro estações, além das capitais, uma na cidade de São José dos Campos (SP) e outra em Volta Redonda (RJ). O empreendimento será todo custeado pelo setor privado, como destacou o secretário.
"A empresa tem a ideia de fazer um trem direto e um trem com algumas paradas. Então, precisamos apoiá-la nessas conversas com as prefeituras, porque é o papel do ministério fazer isso", disse.
Impactos do trem-bala SP-RJ
Santoro destaca que a interconexão dos dois principais centros econômicos do país tornará o deslocamento mais acessível.
"Atualmente, a ponte aérea tem custos elevados e o transporte rodoviário apresenta diversas implicações logísticas. Um TAV pode interligar essas cidades com baixo custo e impacto ambiental muito menor", destacou o secretário, ressaltando que o trem de alta velocidade gera externalidades positivas ao reduzir a emissão de poluentes.
Além disso, segundo ele, o projeto pode criar sinergias econômicas ainda maiores entre as duas metrópoles, favorecendo a mobilidade de trabalhadores, a integração dos mercados e até mesmo atividades de lazer, como facilitar o acesso a eventos culturais e esportivos.
Cerca 35 milhões de habitantes no eixo Rio-São Paulo poderão ser atendidos com o trem, que tem entrega prevista para 2032.
Grandes Construções - SP 04/02/2025
O Governo do Estado de São Paulo abriu no dia 31 de janeiro uma consulta pública para a concessão do Lote ABC-Guarulhos, que inclui a Linha 10-Turquesa e a futura Linha 14-Ônix.
O projeto, que prevê um investimento de R$ 19 bilhões, tem como um de seus principais objetivos a ampliação da malha ferroviária de Guarulhos, proporcionando novas opções de transporte para a população.
A Linha 14-Ônix será um dos grandes avanços para os moradores da cidade. Com 40 km de extensão, a nova linha conectará Guarulhos a Santo André, passando pela zona leste de São Paulo. Estão previstas 23 novas estações, incluindo integrações estratégicas com as linhas 13-Jade (Bonsucesso), 12-Safira (São Miguel Paulista) e 3-Vermelha (Corinthians-Itaquera), entre outras. A operação será implementada em três fases ao longo de dez anos, com intervalos de cinco minutos entre os trens.
Para garantir que a voz da população seja ouvida, serão realizadas audiências públicas em fevereiro de 2025. Em Guarulhos, a sessão ocorrerá no dia 14 de fevereiro, às 9h, no auditório da OAB Guarulhos, no Jardim Guarulhos. Os encontros também acontecerão em Santo André e São Paulo, permitindo que as comunidades afetadas contribuam com sugestões e questionamentos.
Os interessados também poderão participar da consulta pública enviando suas contribuições por e-mail até 3 de março de 2025. O material estará disponível no site da Secretaria de Parcerias e Investimentos (SPI), e as contribuições deverão ser encaminhadas para ppploteabcguarulhos@sp.gov.br.
A iniciativa faz parte do Programa de Parcerias em Investimentos (PPI-SP) e busca modernizar a infraestrutura ferroviária da Grande São Paulo. A expectativa é que o novo sistema atenda mais de 770 mil passageiros até 2050, transformando a mobilidade urbana e impulsionando o desenvolvimento econômico da região.
Revista Ferroviaria - RJ 04/02/2025
O Setor Ferroviário é atualmente um dos setores que mais investe na formação do seu ativo permanente. Para fins de comparação, o setor minerário, também conhecido por demandar altos investimentos, quando comparamos as sociedades negociadas no mercado de capitais, possui indicadores de ROIC e ROA materialmente inferiores aos da média das empresas ferroviárias. Nesse sentido, questões tributárias relativas a esse esforço de reconstrução da estrutura ferroviária brasileira são, por essência, relevantes.
Das margens dos principais players do mercado nos últimos anos devido a um cenário macroeconômico desafiador, recentemente o mercado tem notado algumas inovações legislativas que buscam tornar a aquisição de ativos permanentes mais eficiente do ponto de vista tributário. Embora essas propostas sejam publicadas individualmente, quando analisadas em conjunto, elas podem ajudar significativamente o setor.
Primeiramente, no âmbito da Reforma Tributária, a LC 214/2025 traz uma novidade para setores com intensivo investimento em bens de capital. Ela proporciona uma redução imediata nos custos de aquisição de bens essenciais, como locomotivas, vagões, trilhos e sistemas de sinalização, incentivando a modernização e a expansão da infraestrutura ferroviária. A desoneração desses itens críticos impulsiona a eficiência operacional e competitividade do setor, essencial para o transporte de cargas e passageiros.
Para o setor ferroviário, a suspensão do pagamento desses tributos deve melhorar o fluxo de caixa das empresas, liberando recursos imediatos para novos investimentos, que do contrário poderiam desbalancear a estrutura de débito/crédito das companhias. Contudo, este dispositivo, quando aprovado, ainda dependeria de uma norma conjunta da União e do Comitê Gestor do IBS, sendo importante o setor se manter engajado para que esta norma seja inequívoca na sua interpretação e evite uma excessiva burocratização do incentivo.
Outra novidade é a promulgação da Lei 14.871, em maio deste ano. De acordo com a norma, todo o valor de ativos adquiridos entre a data do ato regulamentador – ainda não publicado – e 31 de dezembro de 2025, poderia ser utilizado para amortizar o IRPJ e a CSLL, sendo 50% no ano de aquisição e 50% no ano seguinte. Essa amortização ocorreria por meio de antecipação das despesas de depreciação destes bens. Nota-se que este limite para a aquisição não parece restringir operações que busquem reciclar a base de ativos, permitindo o cumprimento do requisito temporal.
Além disso, outro ponto desta lei é o acréscimo às bases do IRPJ e da CSLL referente ao expurgo da despesa da depreciação contábil. Ele poderia ser amortizado com prejuízo fiscal sem estar limitado à “trava” de 30% sobre a base de lucro tributável. Um efeito esperado secundário, portanto, seria ainda o aproveitamento mais eficiente desse ativo fiscal diferido.
Contudo, a habilitação dos contribuintes depende ainda de ato regulamentar do Poder Executivo. Assim, é importante o engajamento do setor para garantir uma aplicação mais imediata do incentivo, especialmente sobre o prazo máximo para as aquisições.
Embora existam programas de incentivo fiscal que busquem endereçar esta questão, uma postura mais abrangente do Poder Público mostra-se importante ao evitar os percalços que os contribuintes precisam lidar (interpretações “literais”, obrigações acessórias, pedidos de habilitação).
Isso não só facilita a aquisição de tecnologia de ponta e a manutenção de uma infraestrutura robusta, mas também promove o desenvolvimento regional e a integração nacional.
BOL - SP 04/02/2025
Dois advogados panamenhos apresentaram na segunda-feira (3) uma ação que pretende anular o contrato de concessão que permite a uma empresa chinesa operar dois portos no Canal do Panamá, em plena crise provocada pelas ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de recuperar o controle a via interoceânica.
Norman Castro, um dos advogados que apresentou a ação à Suprema Corte, declarou à imprensa que a lei que originou o contrato de concessão desde 1997 para a Hutchison Holdings, com sede em Hong Kong, "viola o que diz a Constituição em quase 10 artigos".
Os demandantes argumentam que a empresa não paga impostos e recebe uma série de supostos benefícios contrários à lei.
"Depois de uma análise detalhada do contrato (...) tomamos a decisão de que a ação de inconstitucionalidade era a via idônea para impugnar a concessão", afirmou Julio Macías, o outro advogado que apresentou a demanda.
A ação, de título pessoal, pretende fazer com a Justiça anule o contrato que permite à empresa Panama Ports Company, filial do grupo de Hong Kong, operar os portos de Balboa e Cristóvão, nas duas entradas do canal.
A empresa também está sob auditoria do governo panamenho para verificar se cumpre os compromissos financeiros com o Estado.
A ação foi apresentada no momento em que Trump ameaça "retomar" o Canal do Panamá com a alegação de que o local é operado pela China.
"A China está envolvida no Canal do Panamá, não será assim por muito tempo", disse o presidente republicano na segunda-feira.
A filial da Hutchison Holdings recebeu uma concessão de 25 anos, prorrogada por outros 25 anos em 2021.
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, que no domingo se reuniu com o presidente panamenho, José Raúl Mulino, disse esperar que o país da América Central alivie as "preocupações" sobre a influência de Pequim no canal.
Washington considera uma "ameaça" que uma empresa chinesa opere portos nos acessos ao canal, apesar do local ser administrado por uma entidade panamenha autônoma.
O Canal do Panamá, construído pelos Estados Unidos e inaugurado em 1914, passou para o controle panamenho em 1999, após a assinatura de tratados bilaterais.
Dstados Unidos e China são os dois principais usuários da rota, que une os oceanos Pacífico e Atlântico, e pela qual passa 5% do comércio marítimo mundial.
Portos e Navios - SP 04/02/2025
A Índia criará um fundo de desenvolvimento marítimo de 250 bilhões de rúpias (US$ 2,9 bilhões) para financiar a indústria de construção e reparo naval, anunciou a ministra das Finanças, Nirmala Sitharaman. O governo contribuirá com 49% do fundo e mobilizará o restante junto a portos e ao setor privado. A iniciativa faz parte do esforço do primeiro-ministro Narendra Modi para transformar a Índia em um centro manufatureiro global até 2047.
Além disso, o governo planeja criar uma nova empresa de transporte com participação de refinarias de petróleo e da Shipping Corp of India para expandir a frota do país e reduzir a dependência de transportadoras estrangeiras. Após o anúncio do orçamento, as ações da Shipping Corp subiram 3,8%.
A Índia também investirá em clusters de construção naval para ampliar a capacidade e diversidade da frota, incluindo infraestrutura, qualificação profissional e avanços tecnológicos. Para incentivar o desmonte de embarcações antigas e a construção de novos navios, serão emitidas notas de crédito para desmanche de embarcações em estaleiros indianos. Além disso, o governo estenderá por 10 anos a isenção do imposto de importação sobre insumos necessários para construção e desmantelamento naval.
TN Petróleo - RJ 04/02/2025
A SCGÁS aprovou o Plano Plurianual de Negócios (PPN) 2025-2030, documento que faz parte do planejamento estratégico e é responsável por definir as principais metas da distribuidora. O PPN prevê R$873,1 milhões em investimentos para expandir a infraestrutura e o consumo de gás natural no estado. Até 2030, serão interligados 52.361 novos consumidores, incluindo indústrias, postos, comércios e residências.
Atualmente, Santa Catarina conta com mais de 1.600 km de rede de distribuição de gás natural, sendo o terceiro maior estado em extensão de rede no país. Com a adição de 575 km planejados no novo ciclo, a SCGÁS deverá ultrapassar 2.200 km de rede até 2030, reforçando sua posição de destaque no setor. Atualmente, a companhia atende 74 cidades e planeja chegar a 80 neste período, somando seis novos municípios.
Outro objetivo estratégico é ampliar em 14,5% o volume de gás natural distribuído, consolidando o energético como uma solução eficiente e sustentável para o desenvolvimento econômico e socioambiental. O plano prevê ainda a conexão de 152 novas indústrias e a instalação de 12 novos postos de GNV. No segmento comercial, 351 estabelecimentos devem adotar o gás canalizado, enquanto o setor residencial se destaca com a projeção de 51.846 novas residências conectadas.
Entre os principais projetos para o período estão a construção de um novo Ponto de Entrega (PE) em Siderópolis, no Sul do estado, que aumentará a capacidade de fornecimento de gás natural na região. Também está previsto o início do Projeto Planalto Norte, que levará gás para novas localidades do estado com foco na interiorização do energético.
Valor - SP 04/02/2025
Segundo a estatal, a redução se deve ao maior volume de paradas de manutenção no campo de Búzios; no pós-sal, a produção de petróleo e LGN caiu 24% no 4º tri, para 295 mil barris por dia
A Petrobras informou, nesta segunda-feira (3), que a produção de petróleo e líquido de gás natural (LGN) vinda do pré-sal caiu 9,1% para 1,760 milhão de barris por dia, no quarto trimestre de 2024, em relação a igual período do ano anterior. O dado consta no relatório de produção e vendas. No dado consolidado de 2024, a produção do pré-sal subiu 0,4%, para 1,813 milhão de barris por dia em comparação com 2023.
Segundo a Petrobras, a redução no quarto trimestre se deve ao maior volume de paradas de manutenção no campo de Búzios. No ano, conforme nota da estatal, a escalada de produção das plataformas Sepetiba, Almirante Barroso, Anita Garibaldi, Marechal Duque de Caxias e Maria Quitéria contribuiu para sustentar o nível de produção.
No pós-sal, a produção de petróleo e LGN caiu 24% no quarto trimestre em relação a igual período de 2023, para 295 mil barris por dia. No ano, a produção do pós-sal caiu 20,2%, para 305 mil barris por dia.
De acordo com a companhia, o recuo se deu pela restrição da produção nas plataformas que retomaram operação ao longo do quarto trimestre, somado ao declínio natural dos campos. Segundo a Petrobras, a escalada de produção da plataforma Anna Nery e a entrada em produção de quatro novos poços na Bacia de Campos compensaram parte das perdas.
Valor - SP 04/02/2025
Produção em 2024 somou 2,66 milhões de BOE, uma queda de 3,1% frente ao ano anterior; estatal destaca novos recordes anuais de produção total própria e operada no pré-sal
A produção de petróleo, gás natural e líquido de gás natural (LGN) da Petrobras no quarto trimestre do ano passado somou 2,59 milhões de barris de óleo equivalente por dia (BOE/dia), o que corresponde a uma queda de 10,5% na comparação com igual período de 2023. As informações fazem parte do relatório de produção da companhia, divulgado nesta segunda-feira (3).
A produção de petróleo e LGN ficou em 2,09 milhões de barris/dia entre outubro e dezembro, uma queda de 11,5% frente a igual período do ano anterior, enquanto a produção de gás natural foi de 507 mil BOE/dia, um recuo de 6,1% na comparação com o quarto trimestre de 2023.
As vendas de derivados da companhia no mercado interno entre outubro e dezembro do ano passado somaram 1,758 milhão de barris por dia, alta de 1,4% frente aos três últimos meses de 2023.
A companhia destacou ainda que as exportações de petróleo no quarto trimestre foram de 508 mil barris diários, um recuo de 19,9% frente ao quarto trimestre de 2023.
Em termos de exportação total, que soma petróleo e derivados, foram vendidos 692 mil barris por dia no quarto trimestre, 21,8% a menos que no quarto trimestre de 2023. As exportações líquidas de petróleo e derivados somaram 455 mil barris por dia nos três últimos meses do ano, 26,7% a menos que em igual período de 2023.
O fator de utilização total das refinarias da Petrobras no quarto trimestre de 2024 foi de 95%, alta de um ponto percentual frente a igual período do ano anterior. No ano, a média do fator de utilização das refinarias foi de 93%, também um ponto percentual acima da média de 2023.
Produção em 2024 soma 2,66 milhões de BOE/dia, baixa de 3,1%
A produção de petróleo, líquido de gás natural (LGN) e gás natural da Petrobras no Brasil em 2024 somou 2,66 milhões de barris de óleo equivalente (BOE), uma queda de 3,1% frente ao ano anterior.
No documento, a estatal destacou que estabeleceu novos recordes anuais de produção total própria e operada no pré-sal, com 2,2 milhões de BOE/dia e 3,2 milhões de BOE/dia, respectivamente. O volume de produção no pré-sal representou 81% da produção total da companhia em 2024.
A produção de petróleo e LGN ficou em 2,15 milhões de barris por dia no ano passado, queda de 3,5% na comparação com 2023. Já a produção de gás natural no país em 2024 somou 512 mil BOE/dia, queda de 0,8% frente a 2023.
Em relação às vendas, a estatal negociou no mercado interno 1,72 milhão de barris por dia de derivados no ano passado, uma queda de 1,4% na comparação com 2023.
A exportação de petróleo da companhia no ano passado somou 602 mil barris por dia, uma alta de 1,3% frente a 2024. Em termos de exportação líquida de petróleo e derivados (que considera as vendas externas subtraídas das importações), foram 499 mil barris por dia no ano passado, uma alta de 2,9% ante 2023.
Infomoney - SP 04/02/2025
Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta nesta segunda-feira, 3, após registrarem alta de quase 3% mais cedo, em meio ao noticiário sobre tarifas dos EUA. Os ganhos foram limitados pela anúncio de pausa de um mês na aplicação tarifária dos ao México, dados de indústria norte-americanos e os planos da Opep.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para março fechou em alta de 0,87% (US$ 0,63), a US$ 73,16 o barril, enquanto o Brent para abril, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 0,38% (US$ 0,29), a US$ 75,96 o barril.
A commodity amanheceu com alta robusta, mas perdeu força significativamente no final da manhã. A Opep anunciou que manterá os cortes de produção acordados em dezembro do ano passado, com vigência até setembro de 2026. Já a Rússia reforçou a intenção de elevar a oferta em abril.
Ao mesmo tempo, dados fortes nos EUA elevaram ainda mais o dólar o que tende a impor pressão sobre o petróleo. O arrefecimento do ativo se consolidou já no começo da tarde, com o anúncio de trégua de 1 mês nas tarifas dos EUA ao México.
Para a TD Securities, todos os produtos de energia devem passar por uma “ampla atividade de compra”, refletindo “um aumento substancial no prêmio de risco de oferta de energia relacionado à tarifa sobre Canadá e México”. A instituição também destaca que a compra de petróleo bruto pode crescer expressivamente, “à medida que a exaustão das vendas se transforma em um movimento de compra em grande escala na maioria dos cenários para os preços nas próximas sessões, especialmente no caso do WTI”.
Neste cenário, bancos de Wall Street elevaram suas projeções para o petróleo este ano. Conforme estimativas compiladas pelo The Wall Street Journal, o Brent deve registrar média de US$ 73 01, acima dos US$ 71,57 da última estimativa, enquanto o WTI deve ficar em US$ 68,96, ante US$ 67,44 anteriormente. No primeiro trimestre, as previsões apontam preços de US$ 75,33 para o Brent e US$ 71,22 para o WTI.
Money Times - SP 04/02/2025
A Petrobras (PETR4) informou nesta segunda-feira (3) que recebeu R$ 2,16 bilhões de parceiros dos blocos de Sépia e Atapu, que incluem TotalEnergies e Shell, referentes ao ano de 2024, conforme comunicado ao mercado.
O pagamento ocorre como parte de regras definidas a partir do leilão da cessão onerosa, por meio do qual o governo negociou volumes de petróleo excedentes a um contrato assinado nas mesmas áreas com a Petrobras.
Os parceiros são TotalEnergies Brasil (28%), Petronas Petróleo Brasil (21%) e QatarEnergy Brasil (21%), em Sépia; e Shell Brasil (25%) e TotalEnergies Brasil (22,5%), em Atapu, segundo a estatal.
A empresa também recebeu montante 516 milhões de reais da Karoon Petróleo & Gás Ltda, referente à venda do campo de Baúna e equivalente ao pagamento contingente do preço do barril de petróleo referente ao exercício de 2024.
Exame - SP 04/02/2025
O governo federal pretende conceder 15 rodovias em 2025 para o setor privado, em leilões que devem movimentar R$ 161 bilhões de investimentos ao longo dos contratos. Mas, apesar de a meta ter sido detalhada no último dia 28 de janeiro, o Ministério dos Transportes não descarta a possibilidade de realizar mais certames que o previsto, ampliando o pipeline.
"Nossa meta é publicar 10 editais [de ativos estressados que foram objetivo de licitação] e estão tramitando no Tribunal de Contas da União (TCU) esse ano. Eu acredito que conseguiremos realizar os leilões ainda nesse ano. Então de R$ 160 bilhões a tendência é aumentar", diz George Santoro, secretário-executivo da pasta, ao podcast EXAME INFRA.
Desde o final do ano passado, o governo afirma ter planos para conceder rodovias ao setor privado com contratos mais "enxutos" – um modelo que tem sido chamado de "inteligente", com estradas com fluxo menor de veículos, mas com transporte de carga relevante. A maior parte delas deve ter o leilão programado para 2026, porém é possível que um dos contratos seja testado já neste ano, explicou também o secretário.
Santoro é o convidado do terceiro episódio do programa realizado pela EXAME, em parceria com a empresa Suporte. O podcast tem como proposta debater os desafios e as grandes transformações da infraestrutura brasileira que, segundo Santoro, promete ser marcada por um pipeline de investimentos cada vez mais robusto no setor de concessões e parcerias público-privadas (PPPs).
Para 2026, o Ministério dos Transporte já prevê, ao todo, a realização de mais 20 leilões. Eles devem ser detalhados neste mês de fevereiro para atrair, sobretudo, empresas do exterior.
O governo mostra-se positivo sobre as metas, apesar de no ano passado ter conseguido realizar sete dos 13 leilões previstos.
Santoro justifica que o número abaixo do esperado foi resultado da dificuldade de "sair da letargia" e da "descrença" dos skateholders do setor de que o governo conseguiria colocar os editais da rua.
Ele também lembra que, embora abaixo do total previsto, a quantidade de leilões foi recorde.
"Conforme foi acontecendo, a turma começou a acreditar e o mercado financeiro, ao analisar os projetos, começou a montar consórcios, [como] vários atores também. Eles começaram a estruturar e criar áreas de infraestrutura para participar dos nossos projetos de transporte", diz Santoro.
Brasil terá um leilão a cada 4 dias em 2025, com R$ 200 bi em investimentos na infraestrutura
Cronograma dos leilões de rodovias
No calendário de 2025, o primeiro leilão está marcado para 27 de fevereiro e envolve a Rota Agro Norte, na BR-364, que conecta Rondônia e Mato Grosso à hidrovia do Rio Madeira.
Esse projeto, inédito em termos de concessão, se apoia em uma modelagem orientada para a rota do agronegócio. A expectativa é de que a safra deste ano movimente de 15 a 16 milhões de toneladas na hidrovia – volume que, originalmente, estava projetado para ser alcançado somente em 2030-2031.
Na sequência, está previsto para o dia 4 de abril o leilão da Ponte Rodoviária sobre o rio Uruguai, entre as cidades de São Borja, no Rio Grande do Sul, a Santo Tomé, na Argentina. No mesmo mês também deve ocorrer a concessão da BR-040 – corredor que liga o Rio de Janeiro a Brasília.
Entre os atrativos desse edital está a retomada das obras de um túnel na Serra de Petrópolis, cuja construção, paralisada há 10 anos por questões judiciais e contratuais, foi reestruturada para viabilizar o fluxo de carga e passageiros em uma via de alta importância para a região.
Para o mês de maio, será ofertada a "Rota da Celulose" que envolve o trecho da BR-262/267MS e MS-o40;338/395. O edital foi publicado em parceria com o governo do Mato Grosso do Sul.
A meta do governo é também publicar, no mesmo mês, os editais de três concessões de ativos considerados estressados, como a BR-060/364/GO/MT, conhecida como a "Rota do Agro" e os lotes 4 e 5 das Rodovias Integradas do Paraná.
Em junho também deve ser lançado o edital do trecho da BR-116 que liga Feira de Santana, na Bahia, a Salgueiro, em Pernambuco. Na sequência, em agosto, está previsto o edital do trecho com ligação da BR-116 em Minas Gerais para a BR-251, também no estado. A Rota Agro Central (BR-070/174/364/MT-RO) também deve ser divulgada no mesmo mês.
A lista de lançamento de editais contemplada ainda a Rota Integração do Sul (BR-116/158/392/290), no Rio Grande do Sul, e as Rodovias do Recôncavo (BR-116/324) na Bahia, ambas em setembro.
Investimentos privados: R$ 500 bilhões
O Ministério dos Transportes espera que os investimentos privados, que já superaram os públicos no setor de transporte em 2024, continuem crescendo e representem, a médio prazo, até 0,7% a 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB).
"Temos que acelerar isso [concessões] porque a nossa capacidade [como Estado] é muito aquém da necessidade de logística que o Brasil precisa e da expectativa de crescimento do agronegócio e da indústria brasileira nos próximos anos. Então, se não acelerarmos essa carteira, não teremos como atender [essa demanda]. Abrimos uma 'boca de jacaré' muito grande a partir de 2024 do setor privado em relação ao público e isso continua e se expande", afirma o secretário.
"Estamos estimando uma carteira de rodovia e ferrovia, que a gente deve contratar dentro do governo do presidente Lula, superior a R$ 500 bilhões", complementa.
Ferrovias no plano
Além do modal rodoviário, o governo planeja lançar leilões para o setor ferroviário. Uma novidade para esse tipo de transporte que, em 40 anos, registrou apenas três leilões.
Para isso, Santoro diz apostar em uma modelagem que prevê aporte público para cobrir o gap de viabilidade econômica, selecionando o vencedor com base na menor necessidade de capital do governo. A previsão é de que o edital do Arco Ferroviário do Sudeste (F118) seja lançado até o meio do ano, com leilão previsto para o final de 2025.
O modelo ferroviário, contudo, apresenta desafios distintos do rodoviário, já que a construção dos ativos – que pode levar de cinco a seis anos – ocorre sem geração imediata de receitas, exigindo um volume de carga elevado para tornar o projeto viável. "Existe um esforço financeiro gigantesco para compensar essa defasagem, o que torna o risco elevado se não houver demanda suficiente", explica o secretário.
Destravando o projeto Ferrogrão
Entre os projetos prioritários, destaca-se o da Ferrogrão – ferrovia que conectará a região produtora de grãos do Centro-Oeste ao estado do Pará, desembocando no Porto de Miritituba, e que estava paralisada desde 2013 e com cálculos defasados.
Após uma decisão liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendera qualquer atividade da União sobre o projeto, a Advocacia-Geral da União (AGU) interveio para autorizar a atualização dos estudos. Sob o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foram criados grupos de discussão com a sociedade – tanto no STF quanto no Ministério dos Transportes – para ouvir as demandas e corrigir os problemas identificados.
A empresa responsável pela elaboração do projeto atualizou os estudos, os quais foram validados pela Infra S.A. e encaminhados para a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Um dos pontos polêmicos foi a questão da reserva ambiental.
Para contornar a controvérsia, o atual governo definiu que o projeto utilizará 100% da faixa de domínio já existente na rodovia, sem avançar sobre áreas protegidas. Além disso, foi incluída a compensação ambiental – medida que o projeto anterior não previa –, em consonância com as exigências legais e ambientais, segundo Santoro.
O secretário explica que, com o material revisado, o próximo passo é a avaliação pela ANTT e pelo TCU, para que, posteriormente, o Supremo possa autorizar o avanço do leilão.
Parcerias e atração de investidores internacionais
A inclusão de padrões de sustentabilidade também sido crucial para a modernização dos contratos de modo a torná-los compatíveis com as exigências europeias.
Santoro observa que essa mudança já resultou no retorno da participação internacional.
"Ano passado, vimos a primeira empresa estrangeira, a Vinci, ganhar um leilão em Minas Gerais, algo que não ocorria desde 2007". Com o recorde de leilões e as modernizações, o governo também planeja atrair investidores asiáticos, ampliando o leilão para operadores que, tradicionalmente, enfrentam barreiras para participação devido a prazos longos de autorização.
Eventos de Market Sounding têm reforçado esse movimento, afirma o secretário do Ministério dos Transportes. Em São Paulo, uma apresentação do Arco Ferroviário do Sudeste contou com a participação de 22 operadores, entre eles, estrangeiros.
'Antídoto' para os juros e o câmbio
Na busca por atrair investimentos, Santoro também detalhou em primeira mão ao podcast EXAME INFRA que o governo vai publicar uma portaria mudando a forma de indexação dos contratos de concessões de infraestrutura, com o objetivo de reduzir os riscos financeiros e mitigar impactos das oscilações da taxa de juros e do câmbio.
"Precisamos fazer um mecanismo para corrigir isso [essas flutuações da taxa de juros e do câmbio] e dar um reequilíbrio. Estamos estudando e devemos soltar isso até março", afirmou o secretário do Ministério dos Transportes.
Uma das principais alterações em estudo é a revisão da fórmula de indexação dos itens de Opex (custos operacionais) e Capex (investimentos de capital).
Atualmente, esses valores são corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mas há questionamentos sobre sua eficácia na compensação de oscilações no preço de insumos específicos, como o betuminoso — material que faz o cimento e asfalto —, que pode representar entre 40% e 50% do custo total de um projeto.
InfraRoi - SP 04/02/2025
O Governo Federal publicou nesta sexta (31/1) o primeiro edital para a readaptação e otimização da concessão de uma rodovia. O projeto contemplará a BR-163/MS, um dos principais corredores logísticos de Mato Grosso do Sul. Com 847,9 quilômetros de extensão, o trecho foi leiloado para a empresa MSVIA em 2014, mas o contrato estava defasado, com um desempenho abaixo do esperado. Agora, as novas regras visam reiniciar a concessão e devem impulsionar investimentos, com a injeção de R$ 17,32 bilhões em obras e serviços.
As mudanças foram discutidas e validadas em reunião da diretoria da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), nesta quinta-feira (30). O edital publicado nesta sexta-feira prevê um novo contrato, com a prorrogação por mais dez anos – além dos 30 originalmente existentes na concessão de 2014.
A expectativa do Ministério dos Transportes é de que a nova licitação acelere os investimentos e garanta melhora na logística. A intenção é ampliar a capacidade de transporte de carga com a integração da malha ao mesmo tempo em que se reduz os custos de operação.
Estão previstas soluções de duplicação da rodovia, vias marginais, faixas adicionais, implantação de dispositivos de melhorias, recuperação do pavimento, manutenção e conservação da via ao longo de todo o período de concessão e prestação de serviços aos usuários.
Licitação da BR-163/MS
O leilão será aberto a todas as empresas interessadas, incluindo a atual concessionária do trecho, a MSVIA, que terá de concorrer em igualdade de condições com os demais participantes.
O edital estará disponível a partir de 31 de janeiro de 2025 no site da ANTT, prevendo a alienação de todas as ações da Concessionária de Rodovias Sul-Mato-Grossense S.A (MSVIA). A empresa vencedora terá o direito de explorar a infraestrutura e prestar os serviços de recuperação, manutenção, conservação, operação, monitoramento e implantação de melhorias na rodovia.
Programa de Otimização de rodovias
O Governo Federal lançou, em 2023, o Programa de Otimização. A iniciativa tem como objetivo reformular contratos antigos, ajustando-os às novas necessidades das rodovias e das cidades. O processo ocorre por meio de um diálogo entre diferentes órgãos públicos e conta com a supervisão do Tribunal de Contas da União (TCU), garantindo transparência e eficiência.
Entre os 15 projetos programados para este ano, três têm como foco a atualização de contratos de concessão. Juntos, eles abrangem R$ 38 bilhões em investimentos e permitirão melhorias significativas em rodovias federais já concedidas, mas que enfrentavam dificuldades devido a contratos desatualizados e obras interrompidas.
Diferente das relicitações e novas concessões, em que as obras costumam ser iniciadas apenas no terceiro ano de contrato, o modelo de otimização permite a retomada imediata dos projetos, reduzindo o tempo de espera para que melhorias sejam implementadas.
O Estado de S.Paulo - SP 04/02/2025
A imposição de tarifas pelos Estados Unidos sobre produtos importados do México, do Canadá e da China pode abrir “janelas de oportunidade” para a exportação de produtos agropecuários brasileiros a estes países. A avaliação é compartilhada por membros do governo e por representantes de entidades do agronegócio ouvidos pelo Estadão/Broadcast.
As tarifas confirmadas no último sábado pela Casa Branca passam a valer a partir desta terça-feira com majoração de 25% sobre produtos importados do Canadá, à exceção de recursos energéticos, e de 10% adicionais sobre bens importados da China. Sobre os produtos importados do México, as tarifas de 25% devem entrar em vigor em um mês, após negociação bilateral entre os países.
Para a China, já estava dado como certo no setor e no governo eventual redirecionamento de compras chinesas de soja e milho americano para o Brasil. Há expectativa também de impacto na exportação de carnes brasileiras. Segundo interlocutores, no momento, a China está cautelosa nos posicionamentos, sem escalar o conflito comercial.
Em levantamento preliminar, a avaliação é de que pode haver possibilidade de aumento de embarques de carne suína tanto para o México quanto para o Canadá, até então fornecidas pelos Estados Unidos, em eventual movimento de resposta destes países às tarifas americanas. O Brasil pode se beneficiar também com eventual alta de exportações de suco de laranja e de café para o Canadá, observam as fontes ouvidas pela reportagem.
Até o momento, o governo brasileiro não vê sinais quanto à imposição de tarifas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Mas segue em “monitoramento contínuo”, segundo interlocutores. Neste caso, a preocupação recai sobretudo sobre exportações de café e da carne bovina brasileira.
Brasil fora da mira?
O Brasil acompanha os desdobramentos da política tarifária de Donald Trump sem novas sinalizações sobre uma eventual imposição de sobretaxas em produtos brasileiros. Embora no ano passado Trump tenha citado nominalmente o Brasil entre os países que “cobram muito” sobre as vendas americanas, até o momento, a estratégia do republicano indica que ele priorizou mirar nações com quem os Estados Unidos arcam com déficit comercial.
Como os EUA vendem mais do que compram daqui, integrantes do governo brasileiro têm argumentado desde o ano passado que o País não deveria ser alvo preferencial de Trump.
Especialistas apontam que o melhor para o governo brasileiro é adotar a discrição e procurar não ser “lembrado” por Trump, que explora momentos de instabilidade para conseguir o que quer dos países.
No caso do Brasil, a balança comercial não deve ser um problema nem servir de justificativa para Trump aumentar as tarifas sobre o País, já que os brasileiros mais compram dos americanos do que exportam para lá. Em 2024, por exemplo, o Brasil registrou déficit de cerca de R$ 250 milhões nas trocas comerciais com os EUA. Trump já reclamou, por sua vez, que o Brasil cobra muito sobre as vendas dos Estados Unidos e que, por isso, poderia devolver o tratamento sobretaxando as importações brasileiras.
Mas o governo brasileiro também tem argumentos para afastar essa tese. Embora o Brasil imponha um imposto de importação médio de 11,2% sobre os produtos que chegam de fora - enquanto nos EUA esse patamar é de 3,3% -, o que desembarca dos americanos aqui é com frequência tributado abaixo da média ou sem nenhum imposto em função do perfil das compras.
Em entrevista ao Estadão/Broadcast no fim do ano passado, a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Tatiana Prazeres, lembrou que, na prática, produtos muito relevantes para o Brasil no mercado americano têm tarifas altas, como é o caso do açúcar, da carne bovina e do aço. Enquanto isso, quase todo o segmento de eletrônicos que desembarca aqui praticamente não tem tributação.
Revista Manutenção e Tecnologia - SP 04/02/2025
Os juros são o maior entrave para o crescimento das vendas de máquinas agrícolas em 2025, na visão da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
Com a reunião do Comitê Política Monetária (Copom) realizada na semana passada a expectativa é que a Selic chegue a 15%. “Isso significa que na ponta para o produtor, o juro deve chegar a 19% ou 20%, o que é inviável”, afirmou Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas Agrícolas da entidade.
Ainda assim, a Abimaq mantém a expectativa de crescimento de 8% no faturamento do setor neste ano, para cerca de R$ 65 bilhões.
O desempenho melhor se dará pelo clima mais favorável, que deve gerar uma produção recorde de grãos. “O ano passado foi muito ruim, com seca muito severa, que diminuiu a safra. Além disso, o preço das principais commodities - como soja e milho, que representam 70% das vendas - caiu muito e deixou o produtor arredio. O juro alto também dificultou”, reafirmou. Também não houve aumento de área de produção, o que reduz as vendas de expansão, que aconteceram nos últimos anos.
O resultado consolidado do ano de 2024, porém, ficou melhor do que o previsto há alguns meses pela entidade. Em coletiva de imprensa da semana passada, a Abimaq anunciou que o faturamento do setor de máquinas agrícolas caiu 20%, em comparação a expectativa de 23%, para R$ 60,4 bilhões. A receita líquida interna recuou 21%, para R$ 52,4 bilhões. Somente em dezembro, a receita do setor cresceu 9,5%, em relação ao mesmo mês de 2023 e somou R$ 4,4 bilhões.
José Velloso, presidente da Abimaq, lembrou na coletiva que os números da entidade que representa divergem da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) porque incluem silos, equipamentos de irrigação e outros dos 500 associados. Já os números da Anfavea referem-se apenas a autopropulsados, como a tratores e colheitadeiras.
Em seu balanço do ano passado, a Anfavea divulgou que as vendas de 48,9 mil unidades no atacado representaram recuo de quase 20% em relação a 2023. “A queda foi mais evidente justamente no segmento de colheitadeiras, e não tanto no dos tratores. Para este ano, não se espera mudança no patamar de vendas”
No consolidado de 2024, a Abimaq também apresentou os dados de exportação de equipamentos agrícolas, que recuaram 18%, para R$ 1,5 bilhão. As importações caíram 16,5%, para R$ 1,2 bilhão. Os empregos do segmento diminuíram 3,7% no ano, para 114,42 mil trabalhadores.
No quando geral de tratores e colheitadeiras, a entidade divulgou que foram comercializadas 53.534 unidades no ano passado, uma queda de 17,1%. Desse total, 47.963 foram para o mercado interno (-15,9%) e 5.571 unidades exportadas (-25,6%).
Para 2025, além dos juros, Velloso afirmou que o resultado dependerá de outros fatores, como os primeiros movimentos do novo presidente dos EUA, Donald Trump. Na campanha eleitoral, ele prometeu taxar as importações, sobretudo da China, o que pode afetar fluxos comerciais, elevando os preços das commodities.
O setor também ficará no aguardo do Plano Safra 2025/26 para saber qual o volume de recursos para o Moderfrota (financiamento para aquisição de máquinas e equipamentos) e Pronaf (financiamento para agricultura familiar). A Abimaq e outras entidades têm até o dia 7 de março para enviar sugestões para o governo federal sobre o Plano Safra.