Diário do Comércio - MG 01/10/2024
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) solicitou permissão para participar como terceira parte interessada (amicus curiae) em um processo movido pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) no Supremo Tribunal Federal (STF), que visa esclarecimentos sobre a correta aplicação da Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA).
A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), protocolada no STF no dia 12 deste mês e ainda sem previsão para ser julgada, teve como base a recente decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) com parecer favorável à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) no embate com o grupo ítalo-argentino Ternium, envolvendo a Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas).
Em junho, o STJ decidiu que a Ternium deve indenizar a CSN em R$ 5 bilhões por não ter realizado a OPA em 2012, quando comprou a parte da Votorantim e Camargo Corrêa no bloco de controle da Usiminas. A deliberação, contudo, foi contrária às decisões anteriores do próprio caso e de casos semelhantes, o que chamou a atenção do mercado, temendo um cenário de insegurança jurídica, com consequências diversas, incluindo a inibição de futuros investimentos de empresas no Brasil.
Para a Federação mineira, o novo entendimento do Supremo Tribunal de Justiça é “bizarro”. A entidade afirma que a decisão implica num dever que pode aumentar “muito” o custo da operação societária, cujo valor pode chegar a mais do que o dobro do que seria, sem a referida obrigação, o que gera grande preocupação para as indústrias representadas por entidade.
Decisão do STJ sobre a Ternium e a CSN, no caso Usiminas, pauta ação no STF
“Tal entendimento gerou insegurança ao mercado de capitais, já que estabelece que a detecção de novo controlador, para fins de obrigação de realizar OPA, pode ocorrer vários anos depois da operação, com fundamento em circunstâncias fáticas de exercício do poder de controle, mesmo na ausência de titularidade de direitos de controle majoritários na companhia”, diz.
“Sob esse critério, o mercado não consegue mais, ao momento da operação, definir previamente se incidirá a obrigação de OPA sobre a aquisição, o que prejudica a precificação das operações, podendo dissuadi-las”, pondera na petição protocolada no Supremo Tribunal Federal na última quinta-feira (26) e que ainda será analisada pelo relator da ADI, o ministro André Mendonça.
Firjan e ATP também pedem para entrar no processo no STF
Além da Fiemg, a Associação de Terminais Portuários Privados (ATP) e a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) também enviaram pedidos para ingressar como terceiros no processo da AEB no STF, nos dias 26 e 28 de setembro, respectivamente.
A Firjan aponta que a súbita mudança interpretativa gera incertezas quanto às operações de mercado, criando riscos para as empresas e os investidores que, até então, operavam com base em critérios objetivos e previsíveis. Para a entidade, também existe perigo relativo à demora e, uma vez mantida a aplicação da interpretação “expansiva” da OPA, empresas estarão expostas a riscos imprevisíveis, resultando na suspensão de projetos, entre outras consequências.
Ampliando o escopo da discussão, a ATP, por sua vez, diz que, para além da “grave insegurança jurídica” imposta pela decisão, existem mecanismos de mercado, estabelecidos voluntariamente, que eventualmente podem gerar uma OPA. E que, nesse cenário, entende que o recente entendimento do STJ gera a obrigação legal de um mecanismo que deveria ser voluntário.
Ambas as entidades ainda mencionam que é essencial que o STF conceda a medida cautelar solicitada pela Associação de Comércio Exterior do Brasil para suspender todos os processos judiciais em que se discuta a obrigatoriedade de realizar uma oferta pública de aquisição ou de indenização decorrente da violação da norma – o que poderia favorecer a Ternium.
CNN Brasil - SP 01/10/2024
A maior siderúrgica do Reino Unido encerrará produção nesta segunda-feira (30), quando o último alto-forno de Port Talbot, no País de Gales, fechará depois de mais de 100 anos de produção de aço.
O fechamento do último alto-forno em Port Talbot, que já foi a maior usina siderúrgica da Europa, é o ponto culminante de décadas de declínio no setor siderúrgico britânico, que tem lutado para competir com as importações de baixo custo.
Mostrando a dimensão do desafio, o grupo de origem indiana Tata Steel registrava prejuízo de 1 milhão de libras por dia antes de iniciar o processo de fechamento das instalações.
A usina controlada pela Tata Steel agora vai passar por um plano de descarbonização de três a quatro anos que inclui a instalação de um forno elétrico que produzirá aço a partir de sucata, um projeto de 1,25 bilhão de libras (US$ 1,68 bilhão) apoiado por 500 milhões de libras de financiamento do governo britânico.
Na região central da Inglaterra, a 320 quilômetros de Port Talbot, a última usina de produção de energia movida a carvão do Reino Unido também deve ser fechada nesta segunda-feira, encerrando mais de 140 anos de atividade.
O sindicato dos trabalhadores do aço, Community, disse em um comunicado que o fechamento do último alto-forno de Port Talbot, é “o fim de uma era” e o chamou de “um dia incrivelmente triste e comovente”.
Outra empresa, a British Steel, de propriedade chinesa, continua a produzir aço bruto em seus dois altos-fornos em Scunthorpe, no norte da Inglaterra, mas também está em negociações com o governo sobre a mudança para um processo de produção mais limpo.
O governo britânico disse que quer investir 2,5 bilhões de libras na indústria siderúrgica e publicará uma estratégia sobre seus planos para impulsionar o setor no próximo ano.
A expectativa é que a mudança para a produção em forno elétrico reduza emissões de carbono do Reino Unido em 1,5%, já que a usina a carvão de Port Talbot é o maior emissor individual de carbono do país.
Revista Mineração - SP 01/10/2024
A ArcelorMittal vai participar dos debates do Imersão Indústria com contribuições sobre tecnologia, cultura organizacional, descarbonização, inovação e mudanças estratégicas. A 2ª edição do evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) acontece entre os dias 1º e 3 de outubro, no Minascentro, em Belo Horizonte (MG).
Na terça-feira (1), a diretora de pessoas, saúde e bem-estar da ArcelorMittal Aços Longos e Mineração LATAM, Sofia Trombetta, será uma das convidadas do painel “O impacto nas pessoas e a transformação tecnológica”, a partir das 15h20. A executiva vai falar sobre a gestão de mudanças e cultura de inovação, centrada em pessoas e atração de talentos.
Já o gerente geral de logística, tecnologia e manutenção da empresa, Marcos Paulo Barcelos, estará no painel sobre uso de biomassa e descarbonização na produção do aço, às 14h.
Na quarta-feira (2), o especialista de novos negócios da ArcelorMittal, Gabriell Furtado, marca presença no painel “Desenvolvimento da Manufatura Aditiva por Deposição a Arco: Alternativa para a Impressão 3D Metálica”, às 10h50.
Imersão Indústria 2024
Com previsão de mais de 50 horas de conteúdo nos três dias de evento, o Imersão Indústria vai reunir cerca de 50 especialistas do mercado para debates e palestras.
O encontro, que já se consolida como um dos principais eventos da indústria mineira, traz insights de novas tendências, inovação, sustentabilidade e estratégias empresariais.
A abertura do Imersão Indústria, que acontece às 9h da terça-feira (1), vai contar com a participação do presidente da Fiemg, Flávio Roscoe. Às 10h50, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, ministrará uma palestra.
A ArcelorMittal é uma das patrocinadoras do Imersão Indústria 2024.
O Estado de S.Paulo - SP 01/10/2024
A mediana do relatório Focus para a taxa Selic no fim de 2024 subiu de 11,50% para 11,75%, sugerindo que o mercado ampliou sua projeção para o atual ciclo de aperto nos juros, com duas altas de 0,50 ponto porcentual (pp.) nas duas próximas reuniões do colegiado. A estimativa intermediária para a taxa no fim de 2025 também avançou, passando de 10,50% para 10,75% ao ano.
Considerando apenas as 72 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana do Focus para a Selic no fim de 2024 subiu de 11,25% para 11,75%. A estimativa intermediária para o fim de 2025 passou de 10,50% para 11%, considerando apenas as 70 estimativas atualizadas no período.
A mediana para os juros no fim de 2026 continuou em 9,50%, mesma taxa de um mês antes. A projeção para o fim de 2027 seguiu em 9%, como já está há 19 semanas.
Inflação
Após dez semanas de altas, a mediana para o IPCA de 2024 permaneceu em 4,37%, ainda próxima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, estava em 4,26%. Nos últimos cinco dias úteis, 64 instituições revisaram as estimativas de IPCA de 2024 e, nessa base, a mediana recuou de 4,40% para 4,36%.
A mediana para o IPCA de 2025 também ficou inalterada nesta semana, em 3,97%, de 3,92% um mês antes. Considerando apenas as 64 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 4,0% para 3,86%.
As medianas para os horizontes mais longos também se mantiveram descoladas do centro da meta. Para 2026, oscilou de 3,62% para 3,60% após 16 semanas de estabilidade. Para 2027, seguiu em 3,50% pela 65ª semana consecutiva.
O Comitê de Política Monetária (Copom) considera o primeiro trimestre de 2026 como seu horizonte relevante e espera que a inflação atinja 3,5% no período, considerando o cenário de referência, com a trajetória de Selic embutida no Focus e dólar a R$ 5,60, evoluindo conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC).
Também no cenário de referência, o Banco Central espera que o IPCA termine 2024 em 4,30% e desacelere a 3,70% em 2025.
PIB em 2025
O mercado manteve a sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024 após seis semanas de alta, em 3%. Considerando as 35 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa também se manteve em 3,0%.
A mediana do relatório Focus para a alta do PIB de 2025, por sua vez, se ampliou de 1,90% para 1,92%. Quatro semanas antes, estava em 1,85%. Considerando só as 35 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 1,91% para 1,93%.
Os economistas do mercado não alteraram as projeções de crescimento da economia em 2026 e 2027. Ambas permaneceram em 2,0%, como já estão há 60 e 62 semanas, respectivamente.
O Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro ampliou a projeção do BC para o crescimento do PIB deste ano de 2,3% para 3,2%.
Dólar a R$ 5,40
A mediana do relatório Focus para o dólar no fim de 2024 se manteve em R$ 5,40, contra R$ 5,33 um mês antes. A projeção para 2025 também ficou inalterada, em R$ 5,35, de R$ 5,30 quatro semanas atrás.
A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.
IstoÉ Dinheiro - SP 01/10/2024
Os debates em torno da taxa de juros no Brasil e a intensificação de conflitos no Oriente Médio interromperam a trajetória de queda do Índice de Incerteza Econômica, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV). Depois de três meses seguidos de queda, o indicador atingiu em setembro 107,8 pontos, mesmo patamar de agosto, conforme divulgado nesta segunda-feira (30).
O índice é um termômetro da incerteza econômica baseada em dois elementos, mídia e expectativa. O componente mídia leva em conta menções à incerteza em jornais e sites de notícia. O componente expectativa toma em consideração previsões de analistas econômicos referentes a taxa de câmbio, juros e inflação.
Em setembro, o fator mídia caiu 0,1 ponto; enquanto o de expectativa subiu 0,1.
Em maio, o índice estava em 112,9 pontos, recuando até o nível atual. Quanto menor o indicador, menor a incerteza na economia. O patamar mais baixo já registrado foi em dezembro de 2000, alcançando 83,6 pontos. O mais alto foi no começo da pandemia de covid-19, em abril de 2020, quando alcançou 210,5 pontos.
O marcador de setembro é o segundo menor desde abril de 2024 (106,5 pontos). Por figurar abaixo de 110 pontos, o resultado é classificado pela economista da FGV Anna Carolina Gouveia como “região de incerteza moderada”.
“A análise dos dados diários revelou uma queda no indicador até meados do mês, possivelmente impulsionada pelos resultados positivos da atividade econômica. Na segunda quinzena, no entanto, voltou a subir, pressionado pelas discussões sobre a política monetária dos próximos meses e pelo agravamento do conflito no Oriente Médio”, escreveu a economista no comunicado de divulgação.
Cenário
No último dia 18, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou a Selic em 0,25 ponto percentual, levando a taxa básica de juros da economia para 10,75% ao ano. Foi o primeiro aumento desde agosto de 2022.
Em relação ao Oriente Médio, fatos de destaque em setembro foram ofensivas israelenses no Líbano, tendo como alvo o Hezbollah, grupo político muçulmano com forte braço armado.
A coleta de informações pela FGV é feita sempre do dia 26 do mês anterior ao de referência ao dia 25 do mês de referência. Dessa forma, o assassinato do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, no último dia 28 não chegou ainda a influenciar o índice da FGV.
Infomoney - SP 01/10/2024
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou, nesta segunda-feira (30), que respeitar o arcabouço fiscal é o melhor caminho para abrir espaço para que o Banco Central (BC) reduza a taxa básica de juros e para que a economia brasileira cresça com baixa inflação.
Em entrevista à Rádio CBN, o ministro disse ser um defensor do arcabouço e afirmou que o Ministério da Fazenda está pedindo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que garanta que as despesas do governo fiquem dentro das regras fiscais aprovadas pelo Congresso Nacional;
“Digo com muita convicção, eu defendo muito o arcabouço fiscal, porque eu tenho certeza que é o caminho para reequilibrar as contas públicas e continuar crescendo com baixa inflação. Se nós sairmos deste script, desse roteiro, eu penso que nós vamos repetir o erro de 2015 a 2022 que a economia não cresceu e o gasto público disparou”, disse Haddad.
“Quanto mais nós respeitarmos a regra fiscal que foi aprovada pelo Congresso Nacional ano passado — que a gente chama de arcabouço fiscal –, mais espaço o Banco Central vai ter para cortar o juro, mais investimentos nós vamos ter, com investimento você tem mais oferta de produtos, menos pressão inflacionária.”
Haddad afirmou ainda que o crescimento da dívida pública é uma preocupação “bastante incisiva” da Fazenda e disse que está tratando do assunto com Lula.
“Inclusive, estamos pedindo para o presidente recolocar algumas questões, o que para nós é essencial é manter as despesas dentro do arcabouço fiscal. Para nós é uma questão importante”, afirmou.
“Neste ano, estamos querendo equilibrar as contas. Por que é necessário isso? Para manter a economia crescendo. Se você imaginar que o Estado vai fazer o papel da sociedade — consumo das famílias, exportações, investimento privado — você vai cometer um erro. Então o mantra da Fazenda é: diminuir o impulso fiscal e melhorar as condições macroeconômicas para as famílias e as empresas investirem”, prosseguiu o ministro.
Haddad afirmou que previsões de que a dívida pública chegará à casa de 90% do PIB em 2032 não se concretizarão, pois medidas serão tomadas para evitar que isso aconteça. Ele afirmou que as projeções do Tesouro são de que a dívida pública bruta será de “alguma coisa entre 80% e 83%” ao final do mandato de Lula em 2026.
PIB deve crescer 2,5% em 2024
O ministro fez ainda a previsão de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescerá 2,5% ou “talvez um pouco mais” em 2025.
“Agora, se não limitarmos a despesa ao arcabouço fiscal, nós não vamos conseguir superar os 10 anos de déficit público que tivemos com baixo crescimento”, disse.
Haddad disse que, caso o Congresso Nacional tivesse aprovado a Medida Provisória que acabava com a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e com o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), o déficit zero estaria garantido já neste ano, como consta da meta fiscal prevista no arcabouço.
Apesar de o que chamou de “vitória parcial”, com o fim gradual da desoneração e um meio termo para o Perse, o titular da Fazenda disse que a equipe econômica vai “continuar lutando para chegar nos resultados que a economia brasileira precisa”.
IstoÉ Dinheiro - SP 01/10/2024
Prevista para começar em 1º de outubro, a simplificação de importações proporcionada pela migração das operações ao Portal Único de Comércio Exterior proporcionará economia de R$ 40 bilhões por ano às empresas. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (30) pela secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Tatiana Prazeres.
A pasta calcula que o ganho de competitividade e a redução da burocracia deverá acrescentar US$ 130 bilhões à economia brasileira até 2040. O Portal Único substitui o Siscomex, sistema de registro de comércio exterior brasileiro em funcionamento desde 1993.
Inaugurada em 2014, a plataforma reduz a exigência de documentos, executa simultaneamente processos que eram executados em sequência e permite a emissão de licenças flex (em que várias operações comerciais são autorizadas por volume de cargas ou por períodos fixos).
Com o portal, em vez de preencher vários documentos, a empresa preencherá a Declaração Única de Importação (Duimp).
No caso das exportações, a migração para o portal com declaração unificada começou em 2017 e terminou em 2018, reduzindo o tempo médio da liberação de mercadorias de 13 para 4,8 dias. Já para as importações, o projeto piloto da Duimp começou em 2018. De lá para cá, o tempo médio da liberação das mercadorias que chegam ao país caiu de 17 para nove dias.
Embora exista há seis anos, a Duimp era aplicada em fase de testes, até agora. Para a secretária do Mdic, a migração total das importações do Siscomex para o Portal Único de Comércio Exterior gerará uma redução adicional de tempo, de nove para cinco dias no prazo médio da compra de bens do exterior. O novo sistema beneficiará cerca de 50 mil importadoras existentes no país.
“O custo da carga parada por dia equivale a 0,8% do valor dela. Com base na importação de US$ 242 bilhões no ano passado e na redução das operações em quatro dias [de nove para cinco dias], calculamos um ganho em torno de R$ 40 bilhões para as empresas de comércio exterior [em torno de US$ 8 bilhões]”, explicou Tatiana Prazeres.
Para chegar ao cálculo de US$ 130 bilhões de ganho para o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos), a secretária de Comércio Exterior explicou que o Mdic calculou o ganho para outros setores da economia, com a desburocratização e a redução do custo Brasil (custos de produção).
Fases
A migração das importações para o Portal Único começa nesta terça-feira (1º) e vai até o fim de 2025. De outubro a dezembro deste ano, a Duimp será obrigatória para as importações marítimas. De janeiro a julho de 2025, para as cargas que chegam por avião. De julho a dezembro do próximo ano, para as importações por fronteiras terrestres e via Zona Franca de Manaus.
Segundo o Mdic, o Portal Único de Comércio Exterior reduziu a quantidade de documentos emitida por ano de 871 mil para 135 mil. A declaração única exige o preenchimento de 38 campos, contra 98 campos na declaração anterior via Siscomex.
“O Siscomex teve sua importância nos anos 1990, quando substituiu os papéis por documentos digitais. O Portal Único é uma evolução, que diminui o número de documentos, digitaliza o serviço e permite a fiscalização conjunta [da carga] da Receita com outros órgãos”, disse o secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas.
O Estado de S.Paulo - SP 01/10/2024
O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) fechou o mês de agosto em R$ 7,035 trilhões, uma queda de 1,46% em relação a julho, quando estava em R$ 7,140 trilhões. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 30, pelo Tesouro Nacional.
A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) teve queda de 1,55% em agosto e fechou o mês em R$ 6,716 trilhões. Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) foi 0,48% maior no mês, somando R$ 319,17 bilhões ao fim de agosto.
Pela manhã, levantamento de outra instituição, o Banco Central (BC), mostrou que a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,15 ponto porcentual na passagem de julho para agosto, de 78,40% para 78,55%. Em dezembro de 2023, ela era estimada em 74,42%. O Governo Geral abrange, além do governo federal, os governos estaduais e municipais, excluindo o BC e as empresas estatais. A DBGG é uma das referências para avaliação, por parte das agências globais de classificação de risco, da capacidade de solvência do País. Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do Brasil.
Déficit primário
Em agosto, as contas do Governo Central registraram déficit primário (saldo negativo na arrecadação do governo menos os gastos, exceto juros da dívida): a diferença entre as receitas e as despesas ficou negativa em R$ 22,4 bilhões. O resultado sucedeu o déficit de R$ 9,283 bilhões em julho. No acumulado do ano até agosto, o déficit foi de R$ 99,996 bilhões.
Os dados constam no Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) do Tesouro Nacional, divulgado nesta segunda-feira, 30 no Diário Oficial da União (DOU), conforme prazo estabelecido em lei. Normalmente, os valores são publicados antes no Relatório Mensal do Tesouro Nacional (RTN), mas a greve dos servidores da instituição atrasou o calendário de divulgação. A coletiva do RTN está marcada para a próxima quinta-feira, dia 3.
O resultado está em linha com os dados divulgados hoje pelo Banco Central.
Greve afetou divulgação dos dados
O relatório não apresentou informações sobre o perfil dos detentores da dívida pública nem dados referentes à reserva de liquidez — o chamado “colchão da dívida” —, devido à greve dos servidores do órgão.
A mobilização dos servidores tem impactado as divulgações sob responsabilidade do Tesouro. Pela programação inicial, o RMD deveria ter sido divulgado na semana passada, mas foi publicado apenas nesta segunda-feira, último dia de setembro. Já a coletiva à imprensa será na quarta-feira, 2.
Já o RTN de agosto, que seria inicialmente publicado na última sexta-feira, 27, sairá apenas na quinta-feira, 3. Como mostrou mais cedo o Estadão/Broadcast, apesar do atraso, o resultado das contas do governo central constam no RREO, divulgado nesta segunda-feira. Normalmente, os valores são publicados antes no RTN, mas a greve dos servidores da instituição atrasou o calendário de divulgação.
Por causa da greve, a Secretaria do Tesouro Nacional também informou nesta segunda-feira que não haverá venda de títulos por meio do Programa Tesouro Direto nesta terça-feira, 1º. A operação foi cancelada também na semana passada por causa da mobilização no órgão.
Em nota, o Tesouro informou que as operações de resgate antecipado e agendamentos serão realizadas normalmente nesta terça-feira, 1º. Ou seja, os investidores poderão resgatar seus investimentos no programa.
Investing - SP 01/10/2024
Os contratos futuros de minério de ferro subiram para uma máxima de quase três meses nesta segunda-feira, impulsionados pela melhora das perspectivas de demanda devido ao mais recente estímulo imobiliário da China, principal mercado consumidor de minério, e por uma série de políticas de flexibilização monetária.
O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China saltou 10,71%, terminando em 821,5 iuanes (117,14 dólares) a tonelada. No início da sessão, o contrato atingiu 835 iuanes, maior valor desde 16 de julho.
O minério de ferro de referência para novembro na Bolsa de Cingapura subiu 9,76%, para 112,05 dólares a tonelada, depois de alcançar uma alta intradiária de 113 dólares, a maior desde 5 de julho.
Ambos os índices de referência registraram ganhos de mais de 10% na semana passada.
O banco central da China informou no domingo que dirá aos bancos para reduzirem as taxas de hipoteca para empréstimos imobiliários existentes antes de 31 de outubro, como parte de medidas abrangentes a fim de apoiar o mercado imobiliário do país.
Isso ocorreu depois que Pequim revelou na última terça-feira seu maior pacote de estímulo desde a pandemia, e depois de ter reduzido as taxas de juros na sexta-feira para tirar a economia da situação deflacionária e voltar a atingir a meta de crescimento do governo.
Além disso, três grandes cidades -- Guangzhou, Shenzhen e Xangai -- suspenderam restrições importantes à compra de casas.
As ações das incorporadoras imobiliárias chinesas dispararam em resposta ao estímulo, com o índice CSI 300 Real Estate saltando cerca de 9%.
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A expectativa persistente de um forte estímulo fiscal na segunda maior economia do mundo também apoiou o impulso altista, disseram analistas.
Brasil Mineral - SP 01/10/2024
ArcelorMittal, Brazilian Nickel, Anglo American, Serra Verde, Vale, Mineração Taboca, Aura Minerals, Ero Brasil e Aclara Resources foram as eleitas em 2024.
Com 58.086 votos — muitos deles do exterior, o que mostra o grau de internacionalização da mineração brasileira — foram eleitas as Empresas do Ano do Setor Mineral - 2024, uma iniciativa da publicação Brasil Mineral realizada há mais de 40 anos.
A escolha das empresas é feita pelo voto direto do público, que votam em uma lista definida pelo Conselho Consultivo e corpo editorial de Brasil Mineral, que indicam seis empresas em cada categoria, sendo três de grande porte e três de médio/pequeno porte, com exceção da categoria Pesquisa/Prospecção Mineral, em que não há distinção de porte das empresas.
Pelo voto do público, as empresas eleitas, e o percentual de votos, foram os seguintes:
Governança Ambiental - Grande Porte - ArcelorMittal (45,7%); Médio porte - Brazilian Nickel (43,2%)
Governança Social - Grande Porte - Anglo American (42,3%); Médio/pequeno porte - Serra Verde (46,4%)
Inovação Tecnológica - Grande porte - Vale (67,4%); Médio/pequeno porte - Mineração Taboca (62,8%).
Crescimento - Grande Porte - Vale (49,6%); Médio Porte - Aura Minerals (54,1%)
Pesquisa/Prospecção Mineral - Ero Brasil (43,8%) e Aclara Resources (15,2%).
As razões elencadas para indicação das empresas eleitas foram: ArcelorMittal — Investimentos em projetos de energia solar e eólica; Brazilian Nickel - operações sustentáveis e de baixo carbono Projeto Níquel; Anglo American — Capacitação para desenvolvimento da cafeicultura; obras rodoviárias em parceria com prefeituras e governo; Serra Verde – Engajamento da população Minaçu (GO) no projeto de terras raras, gerando novas perspectivas; Vale - Desenvolvimento do briquete verde e outros projetos visando a descarbonização; Mineração Taboca — Aproveitamento de terras raras em rejeitos de estanho; Ero Brasil — Projetos de pesquisa mineral na Bahia e Pará; Aclara - Investimentos no Projeto Carina, de terras raras, em Goiás; Vale - Expansão do projeto Salobo e investimentos em fábrica de briquete verde; Aura Minerals - Implantação dos projetos Almas e Borborema.
A premiação das Empresas do Ano do Setor Mineral - 2024 será realizada no dia 25 de novembro próximo, em Belo Horizonte (MG), juntamente com o Fórum Brasil Mineral, em que os dirigentes das empresas premiadas discutirão, com membros do Conselho Consultivo de Brasil Mineral, “O papel do setor mineral no enfrentamento das mudanças climáticas”.
Brasil Mineral - SP 01/10/2024
O monitoramento inclui sistema de coleta de informações em tempo real de atividades de produção, comercialização ou consumo, importação e exportação de bens minerais
O deputado Julio Lopes (PP-RJ) é autor do Projeto de Lei nº 1924/24 que cria o Operador Nacional do Sistema Mineral (ONSM) para monitorar em tempo real estoques e movimentação da produção mineral no Brasil. O monitoramento inclui sistema de coleta de informações em tempo real de atividades de produção, comercialização ou consumo, importação e exportação de bens minerais. A partir desses dados, o ONSM deverá elaborar relatórios e enviá-los aos ministérios de Minas e Energia, do Meio Ambiente e da Justiça, à Agência Nacional de Mineração (ANM), a autoridades fiscais, ao Ministério Público e a entidades de consumidores.
O operador deverá informar às autoridades sobre inconsistências e irregularidades encontradas, em especial se houver reflexos tributários, ambientais ou relacionados à mineração ilegal e à arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). O ONSM será fiscalizado e regulado pela ANM e integrado por empresas que atuam no refino do petróleo, produção de biocombustíveis, processamento de gás natural, transporte, importação e exportação de combustíveis. A proposta inclui a criação do novo operador no Código de Mineração.
O ONSM terá cinco diretores, três indicados pelo Executivo e dois pelos agentes do setor, com mandatos de quatro anos com uma recondução. Os diretores só podem ser exonerados sem motivo nos primeiros quatro meses do mandato. Uma eventual arrecadação tributária sobre atuação do ONSC deve ser destinada ao Fundo Nacional de Segurança Pública. Desse total, 70% serão redistribuídos aos estados, proporcionalmente ao aumento de arrecadação de cada um.
O projeto do ONSC surgiu a partir do relatório final do grupo de trabalho da Câmara dos Deputados sobre digitalização e desburocratização da gestão governamental. E tem como base o modelo do Operador Nacional do Sistema Elétrico, responsável pelo planejamento e monitoração da área de energia. “A análise dos dados obtidos deverá contribuir decisivamente para impedir práticas irregulares e ilegais, como a evasão fiscal, o contrabando e a exploração mineral sem a devida outorga e sem o requerido licenciamento ambiental”, explicou o deputado.
Com o monitoramento será possível verificar a efetiva produção de uma área com outorga para exploração de ouro, “evitando que a essa mesma área sejam atribuídas substâncias minerais extraídas em garimpos ilegais, o que evitaria os elevados prejuízos ambientais e sociais que atualmente têm ocorrido”, disse Lopes. A proposta será analisada em caráter conclusivo pelas comissões de Minas e Energia; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.
CNN Brasil - SP 01/10/2024
A Stellantis se juntou nesta segunda-feira (30) à alemã Volkswagen, sua principal rival, e a outras empresas para alertar sobre a piora das perspectivas de demanda de automóveis e o aumento dos custos, que estão eliminando bilhões de euros do valor de mercado do setor.
As montadoras estão enfrentando dificuldades com a fraca demanda na China e nos Estados Unidos e uma possível guerra comercial entre Pequim e a União Europeia, à medida que o bloco se prepara para finalizar tarifas de importação sobre veículos elétricos chineses devido a supostos subsídios.
A britânica Aston Martin também emitiu um alerta sobre seus lucros anuais nesta segunda-feira, culpando parcialmente a queda da demanda na China, como a Mercedes-Benz e a BMW também fizeram neste mês.
Os mais recentes alertas seguem o anúncio da Volkswagen na última sexta-feira (27) de que cortará as perspectivas de lucro para 2024 pela segunda vez em menos de três meses.
As gigantes alemãs do setor automobilístico dependem da China para cerca de um terço de suas vendas e foram atingidas por uma economia mais fraca no país e pela concorrência mais acirrada das montadoras chinesas e por uma feroz guerra de preços de veículos elétricos.
A queda na demanda europeia também não ajudou. As vendas de carros novos na UE caíram 18,3% em agosto, atingindo o nível mais baixo em três anos, com perdas de dois dígitos nos principais mercados, Alemanha, França e Itália, e queda nas vendas de veículos elétricos.
Grande parte dos problemas da Stellantis, no entanto, tem origem na América do Norte.
A Stellantis reduziu sua margem de lucro ajustada para o ano para algo entre 5,5% e 7%, abaixo dos dois dígitos, e alertou para um fluxo de caixa negativo entre 5 bilhões e 10 bilhões de euros.
O ponto de intersecção dos problemas das montadoras europeias tradicionais é a crescente concorrência dos rivais chineses, que podem desenvolver veículos elétricos melhores e mais baratos muito mais rapidamente do que Volkswagen, Stellantis ou Renault.
Exame - SP 01/10/2024
O mercado brasileiro de carros recebe cada vez mais montadoras chinesas. Elas, na verdade, estão por aqui há mais de uma década, mas foi nos últimos dois anos que o olhar para o Brasil se tornou uma estratégia global. Entrar nesse mercado requer estratégia, investimento, estudo e uma dose de ousadia. As marcas Omoda (lê-se "omôda") e Jaecoo (lê-se "djeico") definiram todos esses elementos e já sabem quando estrearão por aqui.
Em entrevista exclusiva à EXAME Casual, Flavio Tozetto, head de recursos humanos e corporativo da O&J Brasil, revela o plano estratégico das duas marcas. Segundo o executivo, neste primeiro momento, há uma injeção de capital de R$ 200 milhões para, entre outras destinações, contratações, instalação da sede e definição dos 54 concessionários.
No time das duas marcas entram Mauricio Condez, que já passou pela Toyota e assume como head de finanças, e Victor Gades (ex-Hyundai), que chega para comandar a área de TI (Tecnologia da Informação). "Os dois têm know-how para nos ajudar nos processos e garantir que a nossa estreia seja sempre focada no nosso cliente", diz Tozetto.
O quadro de funcionários deve crescer dos atuais 13 para 50 até o fim de 2025, com foco no pós-venda, uma reclamação recorrente dos consumidores com outras marcas chinesas já presentes no Brasil.
Quando foi anunciada a vinda das duas marcas ao Brasil, no fim do ano passado, a ideia era estrear ainda neste ano, mas foi postergada para o ano que vem. Flavio Tozetto explica que o motivo do adiamento tem ligação direta com o atendimento ao cliente. "Queremos que o negócio seja sustentável, e o volume da rede de atendimento precisa estar pronto antes do lançamento", afirma.
Apesar de Omoda e Jaecoo fazerem parte do grupo Chery (que tem uma parceria estratégica com a CAOA), elas vão operar de forma independente no Brasil. As duas marcas já escolheram os 54 concessionários que vão operar no país, assim como as lojas. Serão nove na cidade de São Paulo, com unidades também em todas as regiões do país, em cidades como Ribeirão Preto, Brasília, Aracaju e Manaus, entre outras.
Os carros que chegam
A Omoda desembarca no Brasil no primeiro trimestre do ano que vem, estreando com o SUV compacto Omoda E5 em versão elétrica. Logo após, serão lançadas duas versões híbridas do Omoda 5, além da marca-irmã Jaecoo, que trará o J7, um SUV médio.
A Omoda tem foco em carros mais sofisticados e tecnológicos, voltados para um público jovem. Já a Jaecoo é especializada em off-road e SUVs para diversos tipos de terreno. As montadoras afirmam que, no próximo ano, os carros terão fabricação nacional. Os preços ainda estão em definição.
Flavio Tozetto explica que pertencer ao grupo Chery oferece uma maior gama de produtos. "Os plug-ins são a chave para, mas vamos avaliar todo o mercado para trazer mais opções de modelos", destaca. As marcas projetam encerrar o primeiro ano de vendas com aproximadamente 30 mil unidades emplacadas.
Fábrica no Brasil
Em entrevista à EXAME Casual no ano passado, os executivos chineses das marcas revelaram que há planos para uma fábrica em território brasileiro. Segundo eles, a montagem dos carros no Brasil já estava no planejamento, mas o fim da isenção de importação de modelos elétricos acelerou o cronograma. Até lá, o Omoda 5 vendido no Brasil será importado.
Flavio Tozetto confirma que este plano está mantido e é gerido diretamente pelo alto escalão das marcas, na China. Por enquanto, tudo é tratado em sigilo.
Com um plano de expansão global, as marcas já estabeleceram bases de engenharia em mercados como China, Europa e Estados Unidos. Até o final de 2024, a Omoda estará presente em mais de 30 países, enquanto a Jaecoo estreará em mais de dez. Na América Latina, as marcas já atuam em mercados como Chile e México.
O Estado de S.Paulo - SP 01/10/2024
A Stellantis, um colosso automotivo que possui mais de uma dúzia de marcas, incluindo Fiat, Chrysler, Jeep, Peugeot e Ram, está enfrentando desafios a cada passo. As vendas e os lucros da empresa, a quarta maior fabricante de automóveis do mundo, estão despencando.
Nesta segunda-feira, a empresa reduziu sua previsão de ganhos, citando mais investimentos para suas operações nos EUA em meio a uma queda mais ampla do setor e ao aumento da concorrência chinesa. A Stellantis disse que estava acelerando os esforços para se recuperar na América do Norte, incluindo a redução dos níveis de estoque das concessionárias para não mais do que 300 mil veículos até o final do ano, em vez do primeiro trimestre de 2025, conforme planejado anteriormente. Para isso, a empresa oferecerá mais descontos para modelos de 2024 e mais antigos.
Em seu comunicado, a montadora disse esperar terminar o ano com um fluxo de caixa negativo de 5 bilhões de euros a 10 bilhões de euros (US$ 5,6 bilhões a US$ 11,2 bilhões). Antes, a previsão era de fluxo de caixa positivo. A montadora, que foi criada em 2021 a partir da fusão da PSA Peugeot Citroën com a Fiat Chrysler, também reduziu sua projeção de margem de lucro operacional para 5,5% a 7%, em vez dos dois dígitos previstos anteriormente.
Nos Estados Unidos, os revendedores, com pátios cheios de carros não vendidos, estão criticando publicamente a Stellantis e seu CEO em termos excepcionalmente severos. O preço das ações da Stellantis caiu quase 50% em relação ao seu ponto mais alto, em março. E o sindicato que representa os trabalhadores da fábrica nos EUA está ameaçando entrar em greve em várias fábricas.
Espera-se que os trabalhadores ligados ao sindicato United Automobile Workers votem nos próximos dias a autorização para greves em várias fábricas da Stellantis, protestando contra o que eles dizem ser promessas não cumpridas pela montadora.
Os problemas estão levantando questões sobre o futuro de Carlos Tavares, o CEO da Stellantis, que corre com carros em seu tempo livre. Depois de assumir as rédeas da montadora francesa PSA em 2014, ele adquiriu uma série de rivais para construir uma empresa que, no ano passado, vendeu mais carros do que a General Motors.
Na semana passada, a Stellantis disse que estava avaliando quem deveria liderar a empresa quando o contrato de Tavares expirasse, no início de 2026. Tavares poderia permanecer como CEO, disse Stellantis, mas a declaração não representou um voto de confiança.
Em 2021, a PSA se fundiu com a Fiat Chrysler, e a empresa combinada adotou o nome Stellantis. Embora a empresa tenha sede em Amsterdã, suas operações nos EUA foram responsáveis por mais da metade do lucro do grupo nos primeiros seis meses de 2024, o que significa que os problemas no país reverberam pelo Atlântico. E os problemas são profundos, dizem os analistas.
“Eu não gostaria de ser Carlos Tavares”, disse Erin Keating, diretora sênior de percepções econômicas e industriais da Cox Automotive, uma empresa de pesquisa de mercado.
Aumento de preços
Nos EUA, a Jeep e outras marcas da Stellantis aumentaram os preços mais do que outras montadoras nos últimos anos, disse Keating, e esperaram mais tempo para oferecer descontos quando a demanda diminuiu. As altas taxas de juros tornaram esses preços ainda mais inviáveis para os compradores de automóveis. Como resultado, muitas pessoas que estão prontas para trocar os Jeep Wagoneers ou os Dodge Chargers que compraram há três ou quatro anos não podem comprar os modelos mais recentes.
Os revendedores da Dodge têm, em média, 149 dias de oferta nos pátios, incluindo muitos modelos de 2023, de acordo com a Cox. Isso é quase o dobro da média do setor. A participação de mercado das marcas Stellantis nos Estados Unidos caiu de 10,4% no ano anterior para 8,6% no final de junho.
Os revendedores estão furiosos. Kevin Farrish, presidente do Conselho Nacional de Revendedores da Stellantis, que representa os revendedores independentes de automóveis da empresa, culpou as decisões que favoreceram os lucros de curto prazo e ajudaram Tavares a se qualificar para um aumento salarial de 50% no ano passado, ganhando quase US$ 40 milhões.
“A imprudente tomada de decisões de curto prazo para garantir lucros recordes em 2023 teve consequências devastadoras, mas totalmente previsíveis, no mercado dos EUA”, escreveram Farrish e outros membros do conselho em uma carta a Tavares neste mês. “Essas consequências incluem a rápida degradação de nossas marcas americanas icônicas. Você criou esse problema”, escreveram os revendedores em uma repreensão incomumente direta.
A Stellantis negou os pedidos para uma entrevista com Tavares. Em um comunicado, a empresa disse que sua remuneração estava alinhada com a de outros CEOs do setor automotivo, levando em conta os lucros corporativos.
O presidente do UAW, Shawn Fain, tem sido igualmente estridente em suas críticas a Tavares, acusando-o de recuar em suas promessas de reviver as operações em uma fábrica fechada em Belvidere, Illinois, e de planejar transferir a produção do Dodge Durango, um SUV de grande porte, de Detroit para o Canadá.
“Ou permitimos que um CEO fora de controle e seus apoiadores bilionários, que desfrutaram de anos de lucros recordes, fechem fábrica após fábrica e continuem destruindo nosso país”, disse Fain aos membros do sindicato na semana passada, “ou nos levantamos”.
A empresa negou que estivesse violando qualquer compromisso com o UAW e disse que não havia confirmado os planos de transferir a produção do Durango. “A Stellantis cumpriu e continuará cumprindo o acordo firmado entre as partes em 2023", disse Carlos Zarlenga, diretor de operações da Stellantis North America, em um e-mail para a Fain na última segunda-feira.
Dúvidas sobre aquisições
Os problemas na Stellantis levantam dúvidas sobre a série de aquisições realizadas durante a última década que a tornaram a quarta maior montadora de automóveis, depois da Toyota, Volkswagen e Hyundai-Kia. (A Stellantis é a quinta maior se a aliança da Renault, Nissan e Mitsubishi for considerada uma única empresa).
O acordo liderado por Tavares deveria permitir que as marcas de automóveis da empresa compartilhassem os custos de desenvolvimento de novas tecnologias e economizassem dinheiro com o uso de componentes comuns. O raciocínio era que as montadoras maiores teriam mais chances de sobreviver à turbulência causada pela mudança do setor para veículos elétricos e direção autônoma.
Esses benefícios não se materializaram tanto quanto a empresa esperava, disseram os analistas. A empresa discordou, dizendo em um comunicado que a combinação das montadoras economizou US$ 8 bilhões desde 2019.
A Stellantis oferece uma ampla seleção de carros médios e pequenos na Europa. Nos Estados Unidos, no entanto, a linha de modelos da Jeep é pesada, com SUVs grandes e de preço mais alto, depois de ter descontinuado os modelos menores Cherokee e Renegade no ano passado. Essa mudança ocorreu no momento em que os compradores preocupados com o custo começaram a demonstrar preferência por SUVs menores, como o Toyota RAV4, o Chevrolet Trax e o Honda CR-V.
E a Stellantis não conseguiu deter o declínio da Chrysler, que começou há décadas. A marca já foi uma grande rival da Chevrolet e da Ford. A linha de produtos da Chrysler foi reduzida a um único veículo - a minivan Pacifica, que está disponível como um híbrido plug-in ou com um motor a gasolina convencional. (A Chrysler ainda está vendendo o estoque restante do sedã 300, que deixou de ser produzido no ano passado).
A Stellantis disse que estava tomando medidas para recuperar sua participação no mercado, incluindo o corte do preço inicial de seu modelo mais barato, o Jeep Compass, para menos de US$ 30 mil. A empresa disse também que reviveria a minivan Chrysler Voyager com um preço inicial de US$ 40 mil, um pouco menos do que a Pacifica. A nova Voyager estará à venda no final deste ano.
Descontos maiores para modelos como a picape Ram 1500 Classic ajudaram as vendas da Stellantis nos Estados Unidos e no Canadá a aumentar 20% em agosto, informou a empresa.
Ainda assim, com tantos veículos não vendidos, a Stellantis enfrenta pressão para reduzir a produção e cortar empregos, “o que obviamente incomoda o UAW”, disse Kevin Roberts, diretor de análises e percepções do setor na CarGurus, um site de compras de carros.
Os revendedores reclamam que a empresa não tem uma estratégia clara. “Nossos negócios estão sofrendo. Nossos funcionários estão sofrendo”, disse Sean Hogan, vice-presidente do Sierra Auto Group, que possui as concessionárias Stellantis em Los Angeles. “Não estamos vendo um plano para nos trazer de volta ao volume que tínhamos antes.”
Veja - SP 01/10/2024
Janguiê Diniz, fundador da Ser Educacional (SEER3), e o fundador da fábrica de argamassas Cimentolit, Milton Badan, fazem parte do negócio
Por Pedro Gil 30 set 2024, 13h08
A Swiss Capital, startup focada na captação de recursos para construtoras e incorporadoras, alcançou em agosto 37 bilhões de reais em Valor Geral de Vendas (VGV), através de 182 projetos de 180 construtoras e incorporadoras, com rentabilidade de até 32% ao ano para os investidores.
Recentemente, a Swiss Capital Imobiliário atraiu a atenção de importantes investidores, incluindo Janguiê Diniz, fundador da Ser Educacional (SEER3), um dos bilionários do setor de educação e de startups, e o fundador da fábrica de argamassas Cimentolit, Milton Badan. “Temos a convicção de que, com a nossa experiência e expertise em negócios, iremos transformar a Swiss Capital em um grande case, até um IPO”, afirma Badan.
O Estado de S.Paulo - SP 01/10/2024
O Governo do Rio de Janeiro e a SuperVia firmaram um acordo preliminar para que a empresa deixe a concessão de trens metropolitanos, segundo o Broadcast apurou com fontes envolvidas no caso. O documento está sob sigilo.
O acordo prevê um período de transição de seis meses, prorrogáveis por mais seis, no qual a SuperVia seguirá operando os trens, enquanto o governo estadual buscará um substituto. Segundo fontes, o governo já conversa com outras companhias para assumir a rede de transportes, inclusive uma empresa ferroviária portuguesa.
A minuta do acordo foi fechada na sexta-feira, 27, e apresentada em um audiência judicial na tarde desta segunda-feira, 30. Agora, as partes encaminharão o trato para suas instâncias internas de aprovação, o que está previsto para acontecer até o fim de outubro. Só aí, o acordo será selado. Até lá, os termos podem sofrer ajustes.
Empresa está em recuperação judicial
A SuperVia está em recuperação judicial e cobra do Estado do Rio de Janeiro débitos atrasados, sob o risco de ir à falência e interromper o funcionamento dos trens. Boa parte dos valores diz respeito ao reequilíbrio do contrato para compensar a perda de receita durante a pandemia.
A minuta do acordo prevê que o governo estadual fará um aporte de R$ 360 milhões para que a empresa seja capaz de manter e revitalizar a operação, que passou por um sucateamento nos últimos meses, agravado por depredações e vandalismo na rede.
Como contrapartida, a japonesa Mitsui, acionista controladora da SuperVia, fará um aporte de cerca de R$ 100 milhões a R$ 150 milhões para que a empresa abata uma parte das dívidas junto a credores. A empresa também assumiu o compromisso de manter os empregos.
O trato deixou de fora a dívida de R$ 1,3 bilhão da SuperVia com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em julho, o banco estatal ingressou com ação para execução da dívida da concessionária. A medida, porém, foi temporariamente suspensa por ordem judicial para garantir que a empresa não fique sem caixa e acabe forçada a parar o funcionamento dos trens.
Etapa importante concluída
A SuperVia afirmou, em nota, que foi concluída hoje uma etapa importante das tratativas com o governo do Estado do Rio de Janeiro, sendo apresentados em juízo os resultados das negociações entre as partes.
“Ainda que o desfecho definitivo dependa de aprovações internas e de decisões judiciais, é claro o avanço em direção a um consenso para a manutenção e continuidade do serviço público de transporte ferroviário de passageiros”, afirmou a empresa.
A concessionária acrescentou que vem cumprindo rigorosamente as determinações judiciais a fim de encontrar uma solução definitiva para a continuidade e a atratividade do serviço, que atende mais 320 mil passageiros diários.
Atualmente, a empresa opera a segunda maior malha ferroviária do País, com 270 quilômetros e 104 estações, atendendo a 12 municípios.
Procurados, o governo fluminense e o BNDES não responderam até o fechamento desta nota.
Valor - SP 01/10/2024
Do início do governo até setembro deste ano, o ministério, por meio do Conselho Diretor do FMM, autorizou 1.158 projetos a seguirem com os próximos passos da contratação do empréstimo junto aos bancos
Com orçamento modesto na Esplanada — apenas R$ 2,4 bilhões, em 2024 —, o Ministério de Portos e Aeroportos aposta no uso de recursos dos fundos vinculados ao órgão para ampliar os investimentos no setor. Somente o Fundo da Marinha Mercante (FMM) conta com R$ 13 bilhões em caixa, enquanto o Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), que acaba de ter sua natureza contábil alterada por lei, dispõe de outros R$ 8,1 bilhões, sendo que R$ 6 bilhões já foram solicitados pela pasta à equipe econômica para serem usados na aviação civil ainda em 2024, o que demanda mudança na lei orçamentária.
Somadas, as previsões dos dois fundos já são R$ 19 bilhões disponíveis, montante que deve passar de R$ 20 bilhões se considerado o adicional de receita projetado até o fim do ano.
Do início do governo até setembro deste ano, o ministério, por meio do Conselho Diretor do FMM, autorizou 1.158 projetos a seguirem com os próximos passos da contratação do empréstimo junto aos bancos credenciados. Os investimentos atrelados a esses projetos totalizam R$ 34,56 bilhões — R$ 20,8 bilhões foram aprovados só este ano, o que pode aumentar com a última reunião do conselho de 2024. O dinheiro não é liberado de uma só vez, mas de acordo com as fases de implantação. Do total aprovado desde o ano passado, apenas R$ 1,59 bilhão foi contratado e R$ 1,32 bilhão liberado.
No caso do FMM, a expectativa é atingir um fluxo de liberação de pelo menos R$ 5 bilhões por ano. “Não houve uma priorização dessa indústria por parte do governo anterior. Foram aprovados projetos, mas não teve praticamente liberação de recurso. Dos mais de R$ 22 bilhões que ingressaram ao caixa do Fundo da Marinha Mercante no governo anterior, ele desapareceu no orçamento da União”, disse o ministro Silvio Costa Filho.
Em entrevista ao Valor, o ministro reforçou que a principal estratégia do governo com o FMM é de fato retomar os investimentos da indústria naval brasileira, apesar da experiência traumática no governo Dilma Rousseff. Uma década atrás, o plano de produzir grandes navios e sondas em estaleiros nacionais foi frustrado em escândalo de corrupção revelado pela operação Lava-jato. Para o ministro, houve uma “virada de página” nesse sentido com o aperfeiçoamento dos modelos de gestão dos recursos e governança dos bancos e das empresas estatais.
Outra mudança recente no fundo foi a de reservar 30% dos recursos para projetos de infraestrutura nos portos (marítimos e fluviais) e nas hidrovias. “É a primeira vez que a gente está avançando com recurso do Fundo da Marinha Mercante em projetos portuários estratégicos, mas que também estejam validados pelo Novo PAC”, disse Costa Filho, se referindo ao texto da Portaria 424/24, assinada no início de setembro.
No caso do Fnac, o fundo passará a assumir uma natureza contábil semelhante à do FMM, a partir da recém-aprovada Lei Geral do Turismo. O fundo da aviação civil, composto pela receita das outorgas recolhidas dos aeroportos concedidos, não devolvia os recursos ao setor. Este ano, por exemplo, dos R$ 8,1 bilhões disponíveis, apenas R$ 400 milhões estão previstos para investimento no orçamento federal.
Costa Filho quer que os recursos do fundo da aviação civil também sejam oferecidos na forma de empréstimo aos projetos estratégicos para o governo. Ele disse que, assim como o FMM financia a indústria nacional de navegação, o Fnac deve apoiar as companhias aéreas no financiamento da operação no país e na aquisição de aeronaves nacionais da Embraer.
De acordo com o ministro, a aquisição de equipamento no exterior será admitida com recursos do Fnac, mas quem escolher as compras nacionais terá preferência. “Ele vai ter, sem dúvida alguma, uma maior atenção do governo por estar prestigiando o conteúdo local, entretanto nós respeitamos o livre mercado”, disse.
Com a estratégia de oferecer empréstimos via FMM e Fnac, o Ministério de Portos e aeroportos não entra na briga por recursos federais. O dinheiro oferecido na forma de financiamento não gera impacto no resultado primário, por ser considerado uma despesa apenas financeira.
No início do ano passado, a Confederação Nacional da Indústria (CNT) produziu relatório com as preocupações sobre a aplicação do FMM, especialmente relacionadas à interrupção do fluxo de liberação dos recursos e ao desvio de finalidade no uso do dinheiro. “O maior desafio é o contingenciamento de recursos, que pode trazer prejuízos significativos para o setor, tais como deterioração da infraestrutura e paralisação de todos os projetos”, informou a entidade, em posicionamento enviado ao setor. “Além disso, a CNT defende que seja feita uma gestão eficiente dos recursos, para que eles sejam, de fato, utilizados onde foram destinados”, acrescentou.
Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho — Foto: Wenderson Araujo/Valor
TN Petróleo - RJ 01/10/2024
O Estado de Pernambuco vai receber a primeira indústria de produção de e-metanol do Brasil, a ser instalada no Complexo Industrial Portuário de Suape. O contrato foi firmado entre o Governo do Estado e a empresa European Energy, nesta segunda-feira (23), durante cerimônia no Palácio do Campo das Princesas. Na ocasião, a governadora Raquel Lyra assinou o termo e anunciou a instalação da planta em Suape, numa área de 10 hectares, com estimativa de R$ 2 bilhões em investimentos. A chegada da companhia marca mais um passo para o desenvolvimento de uma economia limpa em Pernambuco e tem previsão de gerar 250 empregos diretos e mais 15 mil indiretos.
"A atração de um investimento deste volume representa um grande diferencial competitivo para Pernambuco. Iremos sediar a indústria da European Energy em razão da nossa posição geográfica, da oportunidade que existe no Porto de Suape, da geração de biocombustível e do potencial de produção de energia eólica e solar, em Pernambuco e no Nordeste como um todo. Então o Governo de Pernambuco dialoga com a economia do futuro para gerar emprego para a nossa população durante a construção do empreendimento e depois do funcionamento, posicionando Pernambuco de maneira pioneira na produção de e-metanol", ressaltou Raquel Lyra.
Quando estiver em funcionamento, serão 40 postos fixos de trabalho, com efeito multiplicador na cadeia de fornecedores locais. Pelo cronograma estabelecido, o projeto básico será apresentado até 30 de abril de 2025, e as obras terão início seis meses depois, com a concessão das licenças ambientais.
O Deputy CEO da European Energy, Jens-Peter Zink, afirmou que a instalação da planta em Pernambuco faz parte da estratégia global da empresa. “Este projeto faz parte de nossa estratégia de internacionalização. Trazemos a expertise dinamarquesa no desenvolvimento, construção e operação de projetos de descarbonização. Acreditamos que o país reúne todas as condições para consolidar-se como protagonista na transição energética mundial”, enfatizou.
As obras terão início em outubro do próximo ano, e a unidade começa a funcionar em julho de 2028 no terreno localizado nas proximidades do Estaleiro Atlântico Sul. Também conhecido como metanol verde, o e-metanol é obtido de fontes renováveis e livre de emissões poluentes, sobretudo quando é produzido a partir de uma matriz de hidrogênio verde.
Para o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Cavalcanti, os investimentos em energia verde correspondem ao compromisso firmado pela atual gestão. “A chegada da European Energy valida a nossa estratégia de transição energética e atração de investimentos na cadeia do hidrogênio verde. Estamos focados nos empreendimentos que têm viabilidade no presente, compromisso real firmado e capacidade de atrair novos negócios da mesma cadeia produtiva”, disse.
O projeto idealizado pela European Energy para Suape seguirá o modelo da moderna planta que está sendo comissionada na Dinamarca, um dos países mais sustentáveis do continente europeu. A estimativa é de que 100 mil toneladas de e-metanol sejam movimentadas por ano no atracadouro pernambucano, o sexto porto público mais movimentado do Brasil.
O diretor-presidente do Complexo de Suape, Marcio Guiot, pontua que este é um marco importante para o setor. “O anúncio de hoje marca um divisor de águas para Pernambuco e para o Complexo de Suape. É um investimento de porte que consolida a política de descarbonização do território, para ofertar ao mercado marítimo combustível de fontes limpas, com impacto bastante positivo no transporte de carga por navios. A planta da European Energy vai projetar Suape para um novo patamar de desenvolvimento sustentável. É um grande passo para a consolidação do nosso porto no país e no mundo”, comemorou.
De origem dinamarquesa, a corporação tem operações de geração renovável, solar e eólica, consolidadas em Pernambuco e na Paraíba, além de um portfólio de ativos em desenvolvimento. “A planta de metanol verde de Suape reforça nossa importante parceria com o Governo de Pernambuco e consolida a atuação da empresa no setor de combustíveis renováveis. O projeto expandirá nosso portfólio no estado, onde já realizamos investimentos em ativos de geração renovável. Não é por acaso que escolhemos Recife como sede da empresa no país”, disse o vice-presidente da European Energy para América Latina, Thiago Arruda.
A European Energy já estabeleceu parceria com a empresa A. P. Moller-Maersk, também de origem dinamarquesa, para abastecimento dos novos navios da holding à base de e-metanol. A holding é uma das maiores companhias de transporte marítimo do mundo e, por meio de sua subsidiária APM Terminals, está construindo um novo terminal de contêineres em Suape, que será o primeiro 100% eletrificado da América Latina. Em obras desde fevereiro de 2024, a nova planta deverá começar a operar no segundo semestre de 2026, prevendo investimentos de R$ 1,6 bilhão.
Fundada em 2004, a European Energy dispõe de 23 escritórios espalhados em 18 países, contando com 813 colaboradores de 43 nacionalidades. No Brasil, a empresa tem dois projetos operacionais no Nordeste: o Complexo Eólico Ouro Branco e Quatro Ventos, nos municípios pernambucanos de Macaparana e Poção, com capacidade de produzir 94 MW; uma planta solar em Coremas, na Paraíba, de 93 MW, e diversos projetos solares e eólicos em desenvolvimento em outros estados do Brasil.
Globo Online - RJ 01/10/2024
Apesar de não haver consenso sobre o momento em que se dará o pico da demanda por petróleo, a commodity ainda terá uso crescente nos próximos anos. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), em relatório de outubro de 2023, projeta procura por 116 milhões de barris diários até 2045, alta de 16,5% sobre 2022.
Já relatório divulgado pela Agência Internacional de Energia(AIE) em junho indica que os 102 milhões de barris por dia demandados em 2023 serão 106 milhões no final da década, com tendência à estagnação a partir de 2029.
O impacto econômico do petróleo na economia brasileira também tende a se elevar nos próximos anos. Dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indicam que, em 2030, a produção brasileira deve alcançar 5,3 milhões de barris por dia. A partir de 2034, a estimativa é de que o volume caia para 4,4 milhões de barris diários. Hoje, o país produz cerca de 4,3 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed, inclui gás).
Segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), o setor lidera o PIB industrial, com 17,2% do valor adicionado da indústria, empregando direta e indiretamente 1,6 milhão de pessoas. No ano passado, gerou arrecadação de R$ 91,6 bilhões, sendo a maior parte, R$ 53,6 bilhões, em royalties. Para o presidente do IBP, Roberto Ardenghy, a velocidade da transição energética depende de avanços tecnológicos, políticas públicas e dos mercados globais.
— Esse processo deve ocorrer de forma gradual, responsável e progressiva, para mitigar os impactos econômicos e sociais negativos da transição — observa o executivo.
Ele ressalta que o petróleo continuará sendo demandado no futuro porque, além de fonte de energia, serve como insumo para outras indústrias.
João Victor Marques Cardoso, Pesquisador da FGV Energia, lembra que hoje 80% da matriz energética mundial é atendida por hidrocarbonetos (petróleo, gás natural e carvão) e há setores que são de difícil descarbonização.
— O fim da transição energética, que é também econômica e social, é incerto. O processo é gradual e tende a adquirir peculiaridades conforme o país, região e setores que o estejam conduzindo — diz.
Planos de longo prazo
Para ele, os 11 estados e cerca de 1.100 municípios brasileiros que recebem royalties — e que lidam com a volatilidade dos preços — devem criar “planos estruturantes de longo prazo” para lidar com o declínio do petróleo e a transição energética. Um caminho, aponta Cardoso, é incentivar setores estratégicos visando diversificar a atividade econômica.
Nos EUA, um estudo da PwC, encomendado pelo American Petroleum Institute (API) e divulgado em 2023, mostra que o impacto direto do setor de óleo e gás (O&G) na economia em 2021 foi de US$ 774 bilhões (R$ 4,2 trilhões), chegando a US$ 1,8 trilhão (R$ 9,8 trilhões) com os efeitos indiretos e induzidos. O setor participou com 7,6% do PIB naquele ano, criando 2,3 milhões de empregos diretos e até 10,8 milhões indiretos. A produção foi de cerca de 12,9 milhões de barris por dia em 2023.
— As fontes renováveis não só não vão gerar os royalties, participações especiais e impostos do petróleo, como muitas vezes vão requerer subsídios para se viabilizar — observa Edmar Almeida, professor e pesquisador do Instituto de Energia da PUC-RJ.
Por isso, diz, é necessário planejar o processo de transição e, no caso brasileiro, incentivar a redução do consumo dos derivados de petróleo. O Brasil, observa, não necessariamente precisa reduzir a produção nos próximos anos.
— Podemos exportar o excedente e usar a renda do petróleo para financiar a transição — destaca Almeida.
Para Manuel Fernandes, sócio-líder do setor de energia e recursos naturais da KPMG no Brasil e na América do Sul, o momento atual requer planejamento muito cuidadoso para que as reservas existentes possam ser monetizadas enquanto a demanda ainda está em alta.
Ele destaca que os EUA, maior produtor do mundo em 2023, oferecem incentivos fiscais para estimular a descarbonização da economia. Outros, como os Emirados Árabes, diz ele, vêm investindo em entretenimento e turismo para ajudar a compensar a queda da demanda por petróleo.
Valor - SP 01/10/2024
Objetivo é leiloar um bloco de rodovias de 870,3 km com previsão de investimentos em torno de R$ 6 bilhões
O governo de Mato Grosso do Sul, em parceria com a União, planeja leiloar, no dia 2 de dezembro, um bloco de rodovias de 870,3 km com previsão de investimentos em torno de R$ 6 bilhões. O edital do projeto foi publicado na última segunda-feira (23).
O lote inclui estradas federais e estaduais: a MS-040, entre Campo Grande e Santa Rita do Pardo; a MS-338, de Santa Rita do Pardo até o entroncamento da MS-395; a MS-395 até Bataguassu; a BR-262 de Campo Grande a Três Lagoas; e a BR- 267, de Nova Alvorada do Sul a Bataguassu.
O contrato recebeu o nome de “Rota da Celulose” por incluir trajetos importantes para a indústria de celulose no Estado. Dentro da área de influência das rodovias, a cidade de Três Lagoas já abriga fábricas das produtoras Eldorado e Suzano, e há projetos em construção na região próxima a Campo Grande, como a futura planta da Arauco no município de Inocência, e a recém-inaugurada unidade da Suzano em Ribas do Rio Pardo. O projeto também beneficia a indústria da região de Campo Grande, segundo os estudos.
As obras previstas incluem 116 km de duplicações e 251 km de faixas adicionais. A concessão também prevê em torno de R$ 3 bilhões de custos operacionais estimados ao longo do contrato de 30 anos.
A taxa interna de retorno do projeto, fator essencial para atrair os investidores, foi fixada em dois dígitos, a 10,37% por ano.
O critério do leilão é a menor tarifa cobrada do usuário. Os valores máximos previstos no edital são de R$ 0,1613 por km para trechos de pista simples, e de R$ 0,2258 por km para pista dupla (preços referentes a outubro de 2023).
Embora o projeto seja uma parceria entre Estado e União, o governo estadual é que será o poder concedente, e o leilão e a regulação deverão ser conduzidos pela Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul (AGEMS).
CNN Brasil - SP 01/10/2024
Os produtores rurais de São Paulo e Mato Grosso somam os maiores prejuízos decorrentes das queimadas que atingiram o país entre junho e agosto deste ano, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Enquanto o primeiro estado totaliza R$ 2,8 bilhões em perdas; o segundo, R$ 2,3 bilhões.
Em todo o Brasil, o prejuízo estimado é de R$ 14,7 bilhões, nesta projeção. Também aparecem entre os mais afetados Pará e Mato Grosso do Sul, com R$ 2 bilhões e R$ 1,4 bilhões em perdas, respectivamente.
A projeção da CNA considera danos à pecuária e pastagem (R$ 8,1 bilhões), à produção de cana-de-açúcar (R$ 2,7 bilhões), além de outras culturas temporárias e permanentes (R$ 1 bilhão) e cercas das pastagens (2,8 bilhões). Foram incendiados 2,8 milhões de hectares de propriedades rurais, estima-se.
Para precificar essas perdas foram calculados o custo de reposição da matéria orgânica, prejuízo com cana-de-açúcar que ainda não tinha sido colhida, perdas de produtividade do rebanho por limitação de pasto, de cercas em áreas de pastagem e de fósforo e potássio nas camadas superficiais dos solos.
O documento da CNA defende os agricultores de críticas que associam os incêndios às práticas dos produtores. Para isso, destaca “distinções entre queimadas controladas e incêndios criminosos” e o “papel do produtor rural na prevenção e combate aos
incêndio”.
“As queimadas são uso controlado do fogo como prática agrícola para sistemas de baixa tecnologia, para renovar pastagens, reduzir pragas, eliminar resíduos de lavouras, preparar áreas para o plantio […] Toda queimada, ocorre num imóvel rural, tem um responsável autorizado pelo órgão ambiental e, também, hora e lugar para começar e terminar. Já o incêndio é o fogo fora de controle, acidental ou criminoso, com destruição do patrimônio privado e/ou público, sem hora, nem local, para começar ou terminar”, diz a Confederação.
Para a representação, os produtores rurais são os maiores prejudicados com os incêndios, já que isso prejudica a produtividade da terra. São mencionados como efeitos a redução de matéria orgânica, microrganismos e minerais no solo, além da diminuição da capacidade de infiltração da água e a intensificação do processo de erosão e desertificação.
Revista Manutenção e Tecnologia - SP 01/10/2024
O agronegócio brasileiro é um dos mais dinâmicos e promissores, considerando o âmbito global.
Em 2023, o setor agrícola representava cerca de 25% do PIB e respondia por aproximadamente 42% das exportações totais do país.
Em 2024, até o momento, o PIB do agronegócio brasileiro foi de R$ 2,45 trilhões, sendo 1,65 trilhão referente ao ramo agrícola e 801 bilhões relativos ao ramo pecuário, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da USP.
A expansão desse setor não apenas reforça a posição do Brasil como um dos maiores exportadores de commodities agrícolas do mundo, mas também coloca em evidência a necessidade de modernização constante do maquinário agrícola para maximizar a produtividade.
Diante do aquecimento das atividades do agronegócio, o consórcio vem conquistando significativa participação por parte dos produtores, uma vez que permite a aquisição de maquinário de alto valor com parcelas acessíveis.
Setor aquecido – Segundo dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), de janeiro a julho, o consórcio de veículos pesados, que reúne caminhões, tratores, implementos rodoviários e agrícolas, apontou boas performances em quatro de seis indicadores, em comparação com o mesmo período de 2023: participantes ativos (10%), tíquete médio mensal (83%), contemplações (10%) e créditos disponibilizados (30%).
Apesar da retração observada nas vendas de cotas, o tíquete médio mensal apresentou um avanço notável, alcançando R$ 195,47 mil em julho de 2024, em contraste com R$ 106,40 mil em julho de 2023. Além disso, o volume de créditos concedidos acumulados entre janeiro e julho/24 foi de R$ 8,73 bilhões.
Seguindo os bons resultados do setor, o Consórcio New Holland, administrado pela Ademicon, movimentou até agosto deste ano, mais de R$ 732 milhões em créditos comercializados, com 2.372 cotas negociadas, valor aplicado, em grande parte, na alta tecnologia no campo.